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Xamanismos - Animismos Eurásicos, Altáicos e

Paleossiberianos
Dois veios xamânico-animistas parecem surgir etnicamente na Ásia Central; em uma parte
entre povos caucasianos, alguns indo-europeus, outros fino-ugricos, outros eslavos, e sem
falar naqueles de composição desconhecida, mesclando tradições semelhantes entre si
mas com origens étnicas nem sempre equivalentes; e outra parte composta por povos
uralo-altáicos, de característica semelhante à dos mongóis e dos paleossiberianos.

Arte de Ross LewAllen


Ambos os veios geraram tanto xamanismos de cura quanto xamanismos guerreiros, mas
ambos possuem uma coisa em comum: seus surgimentos quase na mesma porção do
mundo. A outra semelhança é o fato de ambos os xamanismos terem sido originalmente
naturais, com alguns elementos binários, rurais, assentados, portanto em uma visão
monoteísta, em que a natureza representa em seu todo uma divindade, envolvendo o
cosmos e mesmo até o caos e o nada, tudo, integrando-se e se harmonizando e tendo nas
divindades suplementares ou hierarquias divinas meras manifestações da divindade total,
panteisticamente falando. Há muitos povos, alguns dos quais ainda existentes, que se
enquadram nessas categorias, aqui, porém me limitarei a alguns aos quais julgo
pertinentes ao Ocidente ou dos quais disponho de mais informações.

POVOS DAS ESTEPES, DESERTOS E MONTANHAS:

Citas:
Os Citas, ainda existentes, mas pacificados pelos czares, já foram na Antigüidade um dos
povos mais violentos, mais temidos e que mais terras dominava, mesmo que não
possuíssem muitas cidades no ponto de vista da urbanização mesopotâmica. Algumas
cidades, porém existiam, como Pazirik.
Considerados como sanguinários, possuíam um xamanismo guerreiro assentado
totalmente sobre as virtudes da guerra, mas também eram lavradores e comerciantes.
Alguns de seus hábitos, alógenos aos dos demais povos, mas muito semelhantes aos de
alguns grupos indígenas das Américas, eram o escalpo e a utilização das peles de seus
inimigos para a confecção de ornamentos, roupas e artigos pessoais, sem falar nas
famosas taças feitas com o crânio do inimigo morto, costume que gerará o brinde sueco
skol e sua variável inglesa skull, termos que significam caveira. Os citas, assim como seus
parentes Sármatas englobam diversas nações diferentes, porém é mais fácil falar em uma
nação Cita do quê em uma nação Sármata, por isso freqüentemente se lê a nação Cítica, e
as nações Sarmáticas, isso ocorre porque os Sármatas por um lado possuem muito mais
etnias do que os Citas, sendo difícil classificá-los, mesmo porque alguns são
miscigenações, e por outro lado, justo por isso, os Sármatas geraram mais Estados
Sámatas do que os Citas geraram Estados Cíticos, aliás, em termos de Estados, só havia,
em teoria, do lado Cita, aquilo que os gregos chamavam por Scythia. Habitando da
Ukrânia até ao Estreito de Bhering, os Citas dominavam terras vastas, recortadas por
possessões de outros povos das estepes e das tundras e taigas, ou atravessadas por
povos totalmente nômades.
Sociedade clânica, metalurgia e ourivesaria muitíssimo avançadas, uso dos cavalos para o
combate, sepultavam seus reis em grandes túmulos de pedras ou de terra em formato de
montanha ou de cúpula chamados kourganes pelos arqueólogos. Os exércitos se reuniam
quando necessário, sendo fornecidos pelos clãs, aliás, essa estrutura se preservará
entre os nórdicos e os celtas e também aparece entre muitas nações Sármatas. Os Citas
não possuíam templos, que se saiba, mas sabe-se que cultuavam essencialmente uma
deusa da fecundidade e da fertilidade, uma deusa mãe, chamada Tabiti, mas há
indícios de que essa já fosse cultuada na região antes da chegada dos Citas, que parecem
tê-la absorvida, e cultuavam também um deus da guerra, representado por uma espada
sagrada, costume, aliás, também presente entre várias nações Sármatas. Outros deuses,
com suas associações feitas pelos gregos são: Thamumesadas (Posêidon),
Goetosyrus (Apolo), Argimpsa (Afrodite), mas não se conhece todos os seus deuses
originais.
A magia cítica era xamânica, mas possuía também características próprias, como o
sacrifício de prisioneiros ao deus da guerra, o que também se observará mais tarde entre
os povos nórdicos e entre os celtas da Europa Ocidental. Possuíam fraternidades
guerreiras de caráter iniciático, ao estilo das männerbunde germânicas. Possuíam, porém
enorme intolerância religiosa, tendo ao menos dois de seus reis sido mortos por terem
participado de cultos gregos: Silas e Anacársis. Os sepultamentos dos nobres líderes eram
sangrentos, para o túmulo iam seus cavalos, seus servos e concubinas, mortos
estrangulados. As pessoas que transportavam o corpo entre todas as tribos, até as mais
distantes, se autoflagelavam, e o corpo era enterrado no cemitério ao centro das tribos.
Os costumes dos Citas foram bastante descritos pelo historiador grego Heródoto de
Halicarnasso, em seu livro História. A arte Cita era animalista, muitas vezes parecendo
produzir a idéia de metamorfose, muitos dos detalhes de suas pinturas e ourivesarias,
com suas espiralações, os tornam semelhantes aos Celtas, a quem se julga que Citas e
Sármatas formaram.
Porém curiosamente embora é mais fácil estudar ruínas e sítios arqueológicos Citas e
menos fácil falar de sua magia, é mais fácil falar da magia dos Sármatas do que de suas
ruínas, pois enquanto sobraram muitas ruínas Citas a pesquisar, e poucos são os achados
Sármatas, ao contrário dos Citas pacificados e não raro cristianizados, algumas noções
Sármatas ainda hoje resistem com seus costumes essencialmente inalterados. Os
citas são chamados de scythians em inglês, escritas em espanhol, citas em português, e
não raro são identificados aos sakas, que às vezes também são postos como um povo
sármata, mas as confusões entre citas e sármatas são comuns. Outros nomes com os
quais podem ser encontrados pela web são Citians e Skythians. Enquanto referidos como
sakas, podem ser chamados também por saces e sacians. Sciti em italiano. Saka parece
ser o nome persa dos citas, se for referência a esse mesmo povo, e não apenas uma de
suas tribos. Já os chineses chamavam aos sakas por sai-wangs.
Porém é bem mais provável que esse termo definisse apenas os citas habitantes da
porção central da Ásia e não todos os citas do da Europa e Ásia.
A Índia sofreu alguma influência dos Citas também, pois houve um estado indo-chita, a
terra dos Kuchanes que rechaçou algumas ofensivas de hunos, mas não impediu a invasão
da Índia pelos hunos.

Sármatas:
Associados pelos gregos ao mito das Amazonas, não raro se vê entre as nações Sármatas
a presença efetiva de mulheres como hábeis guerreiras. Aperfeiçoadores da Cavalaria
rápida dos Citas, as nações Sármatas descobriram que o centro de equilíbrio das mulheres
como localizado na bacia e não na cabeça, como no homem, lhes dava uma tal
flexibilidade malabarística ao cavalo que várias nações Sármatas viriam a adotá-las como
ginetes com arcos curtos, cuja função era a de aproximar rapidamente a cavalo, atirar no
inimigo e voltarem rapidamente para o fronte esses ataques, rápidos e constantes eram
poderosos enfraquecedores das forças adversárias. Considerados como um dos povos
mais bravios em combate jamais conhecidos sobre a face da terra, lutaram contra
Alexandre o Grande, e assim como os Citas, também combateram seu pai, Filipe, da
Macedônia, lutaram e venceram várias vezes contra os Romanos e os Hunos, tendo
evitado a proliferação dos ataques hunos pela Europa. Ma eles próprios dispersando em
levas medievais pela Europa teriam formado a maioria dos povos do leste Europeu e da
região balcânica, além de até na Península Ibérica ter havido um rei Sármata, no caso,
Moncada.
Sociedade clânica e guerreira, também só organizam tropas quando necessário,
fornecendo guerreiros e guerreiras de cada clã. Também são lavradores, comerciantes, e
não raro possuíam hierarquias de burocratas e sábios de toda espécie, pois formaram
Estados, alguns dos quais foram, ou ainda são: Sarmátias (ou Sarmácias, havia uma na
Europa, e outra, na Ásia Central); assim como Ossétia, Circássia, Abkhazia, Adhyge,
Ingushétia, Chechênia, Karashay, Kabardian, Balkária e Kalmykia, isso tudo somente na
região Caucásica, algumas dessas nações já são repúblicas integrantes da Federação
Russa, atualmente e possuem suas autonomias como tal; e, mais distante, e dispersos, os
Sármatas Egípodes (Rhuniahr), e os Alanos, Avars, Issykes, entre outros, nas regiões do
Vale do Tarim e do Takla Maklan (ou Takla Makan, Província de Xinjiang, ou ainda
Sinkiang), na China, pelo Tibete, Nepal, Butão e áreas centrais da Ásia, etc.
Não disponho no momento de muita bibliografia sobre as demais nações, porque estou
com um problema técnico, pois as bibliografias sobre eles quando não são escritas em
russo, são em búlgaro, polaco, magyar (húngaro) ou outras línguas um pouco difíceis de
eu conseguir aprender, sem falar em como eu conseguiria tais livros, mas posso
mencionar que a no caso específico dos Egípodes, é uma magia de turbilhões,
portais e egrégoras, xamânica e guerreira, que também possui alguma preocupação com
a cura, mas é essencialmente uma magia criativa, geradora de estruturas mágickas
através das combinações entre os exercícios de sensibilidade e sensitividade, de
integração do ser humano com o cosmos, de aprofundamento do ser em si mesmo, como
as jornadas são exemplo, e de confecção não exatamente de um controle das forças,
poderes e energias pela mente, mas do mimetismo dessas pela sua própria lógica de
funcionamento natural, é em si a teorização de uma magia que já ocorre naturalmente
mas que quando assim ocorre ou ocorre em pequena intensidade ou de forma que não
se nota sua ação. É a conscientização disso que cria o poder de tal magia, que serve tanto
para ataque e defesa, quanto para proteção e maldição, sacralização e mesmo cura. Essa
magia se parece muito com a dos Celtas insulares, com sua magia de leys, e com as
passagens mágickas das lendas celtas e nórdicas. Também chamados pelos gregos por
Saurômatas ou Sauromatai, em inglês se diz Sarmatians.

Getas, Cimérios, Hunos e Mongóis:


Getos, Massagetas e Tissagetas são alguns dos getas, povo guerreiros pouco conhecidos,
expulsaram os Cimérios de suas terras, que foram sendo sucessivamente enxotados pelos
Sármatas, depois pelos Citas, e enfim indo parar no sul da França, aonde parecem ter
desaparecido ou sido absorvidos pelos celtas talvez. Os Getas europeus, ou Daco-Getas,
mesclas de dácios (um povo, aliás, aparentado aos Sármatas) e getas são uns dos
formadores dos povos balcânicos, junto aos Sármatas, as gregos, aos eslavos e aos
macedônios, entre alguns outros. Em suas sociedades, assim como nas dos Sármatas, as
mulheres também ocupavam uma posição de equilíbrio com o homem. Alguns daco-getas
desenvolveram uma religião própria baseada em Zalmoxis, uma das principais divindades
desse povo, essa religião zalmoxiana deificava seus sacerdotes após suas mortes, e esses
eram assimilados por Zalmoxis, que continuava mesmo assim deus supremo dos Daco-
Getas. Os Getas, também chamados Geti , quando daco-getas podem assim ser chamados
em espanhol ou também por getas-dácios, ou daco-getians em inglês. Outro nome para
os Getas é Getae, em inglês, retirado do grego.
Alguns estudiosos os vinculam também aos Trácios, um povo que habitava a Trácia, na
Anatólia, atual Turquia. Zalmoxis (Salmoxis ou Saitnoxis) era um deus do céu, um deus da
morte e também do mistério, e pode ter sido um ser humano que foi divinizado pela
mitologia daco-gética.
Os Cimérios ainda são um povo obscuro, mas é interessante mencioná-los aqui por terem
influenciado a arte dos Medos, e terem saqueado a Anatólia, e sido enxotados
sucessivamente até irem para o sul da França.
Já os Hunos eram um povo tátaro-mongol considerado não apenas extremamente violento
como também repudiado por outros povos por hábitos como de beber o sangue dos
cavalos ou comer suas fezes em casos de fome. Ancestrais do Império Mongol de Genghis
Khan, e dos demais canatos, os hunos, que adotaram o budismo e o islamismo bem mais
tarde, eram por sua vez descendentes dos Hiong Nus contra quem a muralha da China
parece ter sido erguida, já os hunos seriam um povo turco-tártaro-mongol
descendente desses mongóis nômades. Os hunos parecem ter sido um povo muito
selvagem no sentido de que não conheciam aparentemente técnicas de lavoura, não
pareciam ter muitas noções de higiene, desde cedo as crianças tinham seus rostos
cortados com facas para que as barbas não crescessem, não conheciam abrigos como
cabanas ou tendas e comiam carne crua e segundo os gregos, não sabiam de onde
vinham, viviam de pilhagens.
Já os mongóis, que eram parentes dos hunos em contrapartida possuíam civilização, assim
também como um xamanismo e uma magia natural de bases guerreiras. Originalmente,
cultuavam Tengri, deus do céu azul, encarado como a realidade cósmica fundamental, e
veneravam também ao sol, à lua, ao fogo, à água e à terra. Etugen é deus do solo, da
terra, guardião do gado e aquele que faz as estepes se encherem de flores durante a
primavera.
Invocavam Tengri para obterem a vitória em batalhas, consideravam o fogo e a cremação
como uma técnica purificadora, a simples presença do fogo, mesmo que em lareiras já
purificaria o ambiente.

Possuíam várias proibições e tabus relacionados ao mundo mágicko, que poderiam


segundo suas crenças causar sortilégios, como matar pássaros, apoiar-se sobre um
chicote, derramar leite sobre o solo, etc. Achei interessante ler que cuspir um pedaço de
alimento dentro de uma tenda era um hábito punido com a morte, porque os Sármatas
Egípodes, embora não punam com a morte tal ato, consideram o cuspir ao chão um ato
de ofensa, se for feito na frente de uma pessoa, é ofensa a essa, como se um ocidental
mostrasse o dedo médio para outro ocidental, pensei que uma crença pode ter vindo da
outra, ou as duas da mesma origem. As invocações eram simples, meras orações
com as mãos voltadas para o céu. Havia um culto doméstico voltado aos ancestrais, o que
os assemelha ao xamanismo Shinto dos Ainus e depois dos japoneses. Eles
confeccionavam ídolos de feltro em formas de figuras humanas e os colocavam na entrada
dos yurtes para protegerem os rebalhos e obterem o leite, e fazerem nascer os filhotes
do gado. O primeiro leite de suas novilhas e das fêmeas dos jumentos era oferecido a
esses ídolos como oferenda, as oferendas eram sempre compostas por comida e bebida.
O xamã era chamado por bogá entre os mongóis. Já a palavra xamã em si também é de
origem asiática, porém dos tunguses, e se referia aos guias sagrados entre o aqui e o
mundo dos espíritos, que traziam a cura ou o conhecimento dos mistérios da vida e da
origem, guardiões das lendas, magos. Os mongóis davam muito valor aos métodos
divinatórios, e na magia mongol há relatados de levitação de objetos por magos. Mas
grande parte dos mongóis acabou ou adotando o budismo ou sendo absorvida pelo
islamismo.

POVOS DA TUNDRA E DA TAIGA:

Esquimós:
Sua magia é xamânica e mais voltada ao regresso, reencarnando, da caça para voltar a
ser caçada, e à cura dos males por rituais ou conhecimentos medicinais. Habitam todo o
Ártico desde a Escandinávia até ao norte do Canadá e à Groenlândia, sendo o único povo
de origem mongol ou paleossiberiana a habitar porções da Europa nativamente.

Lapões e Samis:
Embora diferentes um pouco etnicamente, possuem os mesmos hábitos e ambos são
povos caucasianos selvagem e índigenas escandinavos.
Os Lapões são os Lappi , povo de baixa estatura para o padrão europeu nórdico, cabelos
loiros e pele muito clara, e aparentado aos Estônios, já os Samis são de cabelos escuros, e
não são tão baixos quanto os lapões. Do xamanismo lapão vem, por sinal a figura do deus
das florestas e da caça que gerará a fábula de papai noel, junto à sua cristianização
enquanto São Nicolau. Possuem o hábito de entrarem em transe ao som de tambores
próprios, assim também como os Samis.
Os Samis ou Saamis são um povo tribal que habita o norte da Escandinávia, tendo hoje
certa autonomia política, inclusive com parlamento próprio. O xamanismo sami era
baseado do animal de poder, na jornada xamânica e na luta espiritual, como todo
xamanismo. Possuem não raro mulheres na função de xamãs. A religião Sami se originou
da relação entre o caçador e sua vítima, a caça, e da natureza que cercava a ambos.
Possuem muitos deuses assentados nos poderes da natureza. Bieggaålmaj é o deus do
vento, para quem se fazia sacrifícios de apaziguamento quando enviava ventos muito frios
ou muito quentes.Os deuses eram evocados em épocas de fome, doença ou quando se ia
caçar. Os representantes dos deuses eram os Noaid, que eram como quaisquer Samis
exceto pela habilidade de entrarem em transe e de se tornarem como os espíritos dos
animais, desafiando tempo e espaço. Os noaid são os xamãs dos Saami, também
encontrados como noaidi entre os Lappi.
Os símbolos no tambor mágico eram representações de imagens de natureza, como foram
passados pelas gerações.

Fonte: Gustavo Paula (Site Mundo).


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