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Fundamentação teórica

Alfred Binet 1 foi o pioneiro no desenvolvimento de testes de inteligência. Foi no


início do século XX que as autoridades francesas solicitaram ao mesmo que criasse um
instrumento que avaliasse quais as crianças que teriam sucesso nos liceus. Este instrumento,
criado por Binet, testava a habilidade das crianças nas áreas verbal e lógica, já que os
currículos académicos dos liceus enfatizavam, sobretudo, o desenvolvimento da linguagem e
da matemática. Foi assim, que nasceu o primeiro teste de inteligência, desenvolvido por
Lewis Terman, na universidade de Standford na Califórnia: o Standford-Binet Intelligence
Scale.

Afinal o que é uma inteligência?


"It seems to us that in intelligence there is a fundamental faculty, the alteration or the
lack of which, is of the utmost importance for practical life. This faculty is judgment,
otherwise called good sense, practical sense, initiative, the faculty of adapting one's self to
circumstances. A person may be a moron or an imbecile if he is lacking in judgment; but with
good judgment he can never be either. Indeed the rest of the intellectual faculties seem of
little importance in comparison with judgment" (Binet & Simon, 1916, 1973, pp.42-43).
Tem sido sugerido a existência de forças ou competências intelectuais diferentes, cada
qual com o seu ritmo de desenvolvimento. É necessário afirmar, de uma vez por todas, que
uma única e universalmente aceite lista de inteligências humanas não existe nem nunca
poderia existir.
Então, porquê atravessar um caminho tão sinuoso?
Em primeiro lugar, há uma necessidade para se chegar a uma classificação das
competências humanas. Em segundo lugar, temos sempre de ter em consideração as
investigações científicas, as observações culturais e o estudo educacional emergente neste
ramo. Em terceiro lugar, parece que existe um desejo enorme em arranjar uma lista de forças
intelectuais que nos possibilitem uma comunicação mais efectiva sobre esta entidade tão
sedutora que é o intelecto.

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Alfred Binet foi um psicólogo francês, nasceu a 8 de Julho de 1857 e morreu a 18 de Outubro de
1911.

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Contrariamente à opinião pública, Gardner afirma não existir uma inteligência
universal, mas sim uma série de tipos de inteligência. Daí ele preconizar a ideia de que temos
de desenvolver e estimular as inteligências que possuímos. Esta afirmação pode ser
comprovada através do que é dito na sua obra: “Intelligences should be thought of as entities
at a certain level of generality, broader than highly specific computational mechanisms (like
line detection) while narrower than the most general capacities, like analysis, synthesis, or a
sense of self (…). While the word intelligence ha in our cultural a positive connotation, there
is no reason to think that an intelligence must necessarily be put to good purposes.”” (Gardner,
1983:68)
Para além destas vantagens indicadas, o próprio Howard Gardner (1987) diz-nos o
seguinte: “É da máxima importância reconhecer e estimular todas as variadas inteligências
humanas e todas as combinações de inteligências. Nós somos todos tão diferentes, em grande
parte, porque possuímos diferentes combinações de inteligências. Se reconhecermos isso,
penso que teremos pelo menos uma chance melhor de lidar adequadamente com os muitos
problemas que enfrentamos neste mundo..” (Armstrong, 2001:13)
Gardner foi o homem que questionou o teste de inteligência proposto por Binet. Na
sua teoria das Inteligências Múltiplas, Gardner tentou prolongar o alcance do potencial
humano para além do resultado do Quociente de Inteligência.

a) A teoria
A teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1983), é uma alternativa
para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos
indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de actuação. A sua
insatisfação com a ideia de Quociente de Inteligência e com as visões unitárias de Inteligência,
que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, levou Gardner a
redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver problemas.
“The most that I can hope to accomplish here is to provide a feeling to each specific
intelligence; to convey something of its core operations, to suggest how it unfolds and
proceeds at its highest levels, to teach upon its developmental trajectory, and to saddest
something of its neurological organization.”” (Gardner, 1983: 69).

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Existe um paralelo entre a teoria construtivista de Piaget 2 e a teoria de Gardner. Este é
muito influenciado por Piaget, mas distingue-se do seu colega de Genebra, na medida em que
ele acreditava que todos os aspectos da simbolização partem de uma mesma função semiótica,
enquanto que Gardner acredita que processos psicológicos independentes são empregues
quando o indivíduo lida com símbolos linguísticos, numéricos, gestuais ou outros. Segundo
Gardner, uma criança pode ter um desempenho precoce numa área (o que Piaget chamaria de
pensamento formal) e estar na média ou mesmo abaixo da média noutra (o equivalente, por
exemplo, ao estádio sensório-motor). Gardner descreve o desenvolvimento cognitivo como
uma capacidade cada vez maior de entender e expressar o significado em vários sistemas
simbólicos utilizados num contexto cultural.
Este autor sugere, ainda, que as capacidades humanas não são organizadas de forma
horizontal; ele propõe que se pense nessas capacidades como organizadas verticalmente, e que,
ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formas
independentes de percepção e memória, em cada área, com possíveis semelhanças entre as
áreas, mas não necessariamente uma relação directa.

b) As Inteligências Múltiplas
A teoria das Inteligências Múltiplas foi elaborada a partir dos anos 80 por
pesquisadores da universidade norte-americana de Harvard, liderados pelo psicólogo Howard
Gardner.
Acompanhando o desempenho profissional de pessoas que tinham sido alunos fracos,
Gardner surpreendeu-se com o sucesso obtido por vários deles.
O psicólogo identificou os seguintes tipos de inteligência: linguística, lógico-
matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Postula que estas
competências intelectuais são algo independentes, têm a sua origem e limites genéticos

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Teoria Construtivista de Piaget: Segundo Piaget, o conhecimento não pode ser concebido como algo
pré-determinado pelas estruturas internas do sujeito, porque estas resultam de uma construção
contínua, nem pelas características do objecto, já que estas só são conhecidas graças à mediação
dessas estruturas. Todo o conhecimento é uma construção, uma interacção, contendo um aspecto de
elaboração novo.

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próprios e dispõem de processos cognitivos próprios, embora raramente funcionem
isoladamente.
Segundo esta teoria, os seres humanos possuem graus variados de cada uma das
inteligências, mas também de formas diferentes de como elas se combinam e organizam.

c) Organigrama das Inteligências de Gardner

Inteligência
Linguística

Inteligência Inteligência
Espacial Musical

Inteligências
Inteligência Múltiplas Inteligência
Cinestésica Lógico-
Matemática

Inteligência Inteligência
Interpessoal Intrapessoal

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• Inteligência musical

Esta é a inteligência que permite a alguém organizar os sons de forma criativa a partir
da discriminação de elementos, tais como: tons, timbres e temas. Manifesta-se também
através de uma habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. As pessoas
dotadas deste tipo de inteligência geralmente não precisam de uma aprendizagem formal para
exercê-la. A criança com uma habilidade musical especial percebe desde cedo os diferentes
sons do seu ambiente e, frequentemente, canta para si mesma.

• Inteligência lógico-matemática

Gardner descreve este tipo de inteligência como uma habilidade para explorar relações,
categorias e padrões, através da manipulação de objectos ou símbolos. Os componentes
centrais desta inteligência são apontados como sendo uma sensibilidade para padrões, ordem
e sistematização. É a capacidade para lidar com raciocínios, para reconhecer problemas,
resolvê-los e para experimentar de forma controlada. É a inteligência característica de
matemáticos e cientistas. A criança com especial aptidão nesta inteligência demonstra
facilidade para contar, fazer cálculos e criar anotações práticas do seu raciocínio.

• Inteligência interpessoal

Esta inteligência pode ser descrita como a capacidade para entender e responder
adequadamente a humores, temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas. Este tipo
de inteligência ressalta nos indivíduos de fácil relacionamento pessoal, por exemplo, líderes
de grupo, políticos, terapeutas, professores e animadores de espectáculos. Na sua forma mais
primitiva, a inteligência interpessoal manifesta-se em crianças como a habilidade para
distinguir pessoas e, na sua forma mais avançada, como a habilidade para perceber intenções

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e desejos de outras pessoas e para reagir apropriadamente a partir dessa percepção. Os mais
pequenos demonstram uma habilidade para liderar outras crianças, uma vez que são
extremamente sensíveis às necessidades e sentimentos dos outros.

• Inteligência cinestésica

Esta inteligência refere-se à especial habilidade para utilizar o próprio corpo de


diversas maneiras. Trata-se da competência para usar a coordenação física nos desportos,
artes cénicas ou plásticas, no auto-controlo dos movimentos do corpo e na manipulação de
objectos com destreza. É especialmente em atletas, dançarinos, malabaristas e mímicos que
esta inteligência se encontra mais desenvolvida. A criança dotada desta inteligência move-se
expressivamente a partir de estímulos musicais ou verbais demonstrando uma grande
habilidade atlética.

• Inteligência linguística

As componentes centrais deste tipo de inteligência são uma sensibilidade para os sons,
ritmos e significados das palavras, para além de uma especial percepção das diferentes
funções da linguagem. Também se manifesta na capacidade para lidar criativamente com as
palavras nos diferentes níveis da linguagem (semântica, sintáctica, morfológica, lexical…),
tanto na oralidade como na escrita, no caso das sociedades letradas. Ainda se traduz na
capacidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias. É
particularmente notável nos poetas, escritores, é também desenvolvida por oradores,
jornalistas, publicitários e vendedores. Nas crianças manifesta-se através da capacidade para
contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas.

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• Inteligência intrapessoal

Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a capacidade


para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e ideias, para discriminá-los e ser capaz de
solucionar os problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e
inteligências próprias, na medida em que se é capaz de formular uma imagem precisa de si
próprio e capacidade para usar essa imagem de forma efectiva. Como esta inteligência é a
mais pessoal de todas, ela só é observável através de sistemas simbólicos das outras
inteligências, ou seja, através de manifestações linguísticas, musicais ou cinestésicas.

• Inteligência espacial

Esta inteligência é descrita como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial
de uma forma precisa. É a habilidade para manipular forma ou objectos mentalmente e, a
partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação
visual ou espacial. Ela é especialmente desenvolvida, por exemplo, em arquitectos,
navegadores, pilotos, cirurgiões e engenheiros. Em crianças pequenas o potencial especial
nesta inteligência é percebido através da capacidade para quebra-cabeças e outros jogos
espaciais e a atenção a detalhes visuais.

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Referências Bibliográficas
ARMSTRONG, Thomas (2001). Inteligências Múltiplas na sala de aula. Artmed Editora
S.A., 2ª edição;

BINET. A., & Simon, T. (1916). The development of intelligence in children. Baltimore,
Williams & Wilkins. (Reprinted 1973, New York: Arno Press; 1983, Salem, NH:
Ayer Company). The 1973 volume includes reprints of many of Binet's articles on
testing;

GARDNER, H. (1983) Frames of Mind – The Theory of Multiple Intelligences. New York,
Basic Books Inc.;

GARDNER, H. (1987). Beyond IQ: Education and Human development. Harvard


Educational Review, 57(2), pp. 187/193;

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