Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
1) urdume;
2) parte superior da caixa do palco,
onde se acomodam as roldanas,
molinetes, gornos e ganchos
destinados às manobras cênicas;
fig. urdidura, ideação, concepção.
etm. urdir + mento.
ISSN 1414-5731
Revista de Estudos em Artes Cênicas
Número 10
FICHA TÉCNICA
I. Teatro - periódicos.
II. Artes Cênicas - periódicos.
III. Programa de Pós-Graduação em Teatro.
Universidade do Estado de Santa Catarina
CONSELHO EDITORIAL
PROFESSORES PERMANENTES
PROFESSORES VISITANTES
Editorial 7
Teatro na Escola
Formação do Professor
Teatro em Comunidade
O drama da etnografia
Kate Donelan 161
U rdimento
7
na comunidade. Enquanto apreciar há uma preocupação com as formas de
mediação adotadas para ampliar e intensificar a percepção do espectador no
seu encontro com a cena teatral. Esses encontros ganham forma através de
mostras ou de festivais estudantis. Espaços de troca entre os saberes e os
fazeres de grupos de teatro, artistas, professores e facilitadores que atuam
em contextos alternativos ao teatro profissional.
Biange Cabral e
Márcia Pompeo Nogueira
Editoras
U rdimento
Heloise Baurich
1
traduzido para o
português como pro-
Heloise Baurich Vidor1 fessor-personagem,
por Beatriz Cabral,
uma vez que o termo
O presente artigo discute a presença da teatralidade na metodologia ‘role’, com o sentido
de papel social não
do drama a partir da estratégia denominada teacher in role e as possibilidades existe em português.
para o ensino do teatro na escola. Esta estratégia, própria da metodologia do Este fato dificulta a
drama, foi traduzida por professor-personagem devido a uma razão lingüística2. tradução do mesmo.
Entretanto, a experimentação com este procedimento nas práticas com o Entretanto como
durante a pesquisa
drama apontou para um desdobramento do mesmo no sentido de incorporar no
observou-se possí-
processo personagens que mantivessem o texto dramático criado pelo autor, veis desdobramentos
além de explorarem a caracterização física ou visual. Este desdobramento indica deste procedimento
possibilidades em termos metodológicos, para a ação do professor de teatro na que o aproximariam
escola, levando a implicações pedagógicas, conforme discutirei adiante. da noção de perso-
nagem optou-se por
assumir a tradução
Para clarificar a distinção entre o professor no papel e o professor- literal quando se
personagem, revisarei os conceitos a partir de sua origem no contexto inglês e refere ao professor
posteriormente apontarei as possibilidades pedagógicas que surgem quando assumir um papel
social e deixar a
se potencializa os elementos teatrais na estratégia e quando se associa a mesma
expressão professor-
ao ensino do teatro no contexto escolar. personagem para
quando o professor
I. As origens do teacher in role realmente traz para o
processo um determi-
nado personagem de
A origem do teacher in role no drama inglês está relacionada ao trabalho um texto dramático,
de sua criadora Dorothy Heathcote, que introduziu uma série de procedimentos mantendo sua fala e
para o uso do drama no contexto curricular, como articulador de diferentes caracterização.
Dezembro 2008 - N° 10 O professor assume um papel e traz, por que não, um... Heloise Baurich Vidor
9
U rdimento
10
U rdimento
1. Ser um ouvinte
2. Responder ao que é oferecido;
3. Incorporar as idéias dos participantes;
4. Controlar o tempo;
5. Agir como diretor do drama;
6. Agir como dramaturgo;
7. Participar na ação;
8. Representar um papel ou papéis.
(NEELANDS, 1998 apud ACKROYD, 2004: 39, trad. nossa)
11
U rdimento
12
U rdimento
13
U rdimento
14
U rdimento
Patrice Pavis (2001) apresenta uma definição para o termo papel que,
apesar de ser colocado como sinônimo de personagem define o tipo de personagem
- ou personagem tipo - e ajuda a esclarecer a opção inglesa pelo termo:
Esta idéia do papel como comportamento de uma determinada classe social vai de
encontro ao aspecto relacionado à função e ao status do papel que o professor assumirá.
15
U rdimento
linguagem teatral no contexto escolar. Como no contexto escolar brasileiro o drama está
sendo utilizado dentro das aulas de teatro, o desdobramento do professor no papel para
o professor personagem emerge automaticamente e leva à potencialização dos elementos
teatrais sempre que possível. Chega-se assim ao questionamento principal: qual é a
diferença fundamental do professor-personagem em relação ao professor no papel?
Esta é, sem dúvida, uma tarefa que exige mais elaboração por parte do professor,
mas que, se ele tem a intenção e o desejo de resgatar sua prática como ator, poderá sentir-
se fortemente gratificado e estimulado, além de provocar um forte impacto nos alunos, já
que esta proposta apresenta-se como sendo de maior radicalidade estética na relação com
o participante e em termos pedagógicos, oportuniza a ampliação da linguagem teatral –
estilo de representação, relação do ator com o espaço cênico, caracterização em termos do
trabalho do ator e em termos da indumentária utilizada, contato com textos dramáticos.
16
U rdimento
Referências Bibliográficas
Dezembro 2008 - N° 10 O professor assume um papel e traz, por que não, um... Heloise Baurich Vidor
17
Dezembro 2008 - Nº 10
U rdimento
Boa parte da aula de Metodologia do Ensino de Teatro, que dura cerca Universidade Federal
1
de três horas, é ocupada pelo depoimento dos estagiários acerca do andamento da Bahia - UFBA
do estágio o que inclui comentários acerca da dispersão, agitação, agressividade, scbfar@gmail.com
Dezembro 2008 - N° 10 Condições de trabalho com Teatro na Rede... Sergio Coelho Borges Farias
19
U rdimento
indisciplina, seja lá como se chame esse jeito de ser de boa parte dos jovens que
(ainda) freqüentam as escolas públicas. Por que isso ocorre? Como lidar com isso?
Até quando um professor consegue agüentar? Vai continuar ou vai desistir?
Condições de trabalho com Teatro na Rede... Sergio Coelho Borges Farias Dezembro 2008 - Nº 10
20
U rdimento
21
U rdimento
22
U rdimento
23
U rdimento
Condições de trabalho com Teatro na Rede... Sergio Coelho Borges Farias Dezembro 2008 - Nº 10
24
U rdimento
Sidmar Gomes
25
U rdimento
Essa prática tem como foco permitir que pessoas de todas as idades
e condições sociais tomem contato com espaços potenciais para o jogo, a
imaginação e a reflexão, inerentes às dramaturgias épicas de espetáculo
de Brecht, tendo em vista contribuir para que seus atuantes pensem, e
consequentemente estranhem, suas relações sociais, hoje.
26
U rdimento
O que instigou meu interesse em tal Crônica da Guerra dos Trinta Anos
foi, principalmente, o fato paradoxal de Mãe Coragem ter perdido seus filhos
para a guerra enquanto trabalhava na mesma, negociando suas mercadorias,
em prol de sustentá-los. Ou seja, a relação entre a família, o trabalho e a
infância é apresentada carregada de riqueza e atualidade, a partir da história
de uma mulher “cujo comércio e a vida são os pobres frutos da guerra, está na
guerra a tal ponto que a ela não vê, por assim dizer (apenas um vislumbre, no
fim da primeira parte): ela é cega, sofre sem compreender; para ela, a guerra é
fatalidade indiscutível” (Barthes: 1970, p. 26).
27
U rdimento
Como conseqüência, temos uma infância cantada em verso e prosa pelo teatro
e pela literatura infantil de nossos tempos que se traduz como uma noção de
infância aburguesada, auto-referente, cristalizada por um universo fantasioso.
Longe desse conto de fadas, a real infância atual, apresenta-se por meio de
indivíduos encerrados em condomínios, favelas, ONG’s ou escolas.
28
U rdimento
29
U rdimento
Como última etapa do processo, foi pedido aos atuantes que, a partir
das discussões e experimentações anteriores, estabelecessem temáticas
inerentes a suas realidades, que estivessem relacionadas às idéias principais
de trechos chaves da dramaturgia de trabalho: a fala do Sargento ao final da
primeira cena, “quem da guerra quer se aproveitar, alguma coisa em troca tem
que dar” e a fala de Mãe Coragem ao final da terceira cena, “parece que perdi
tempo demais regateando”. A partir de uma breve reflexão sobre essas frases
e o cotidiano dos alunos-atores, foram improvisadas cenas com lugar, espaço e
ação definidos anteriormente. Nessa altura do processo, a dramaturgia de Mãe
Coragem e Seus Filhos não mais guiava o grupo. Serviu de pretexto para que a
partir desse ponto o grupo criasse sua própria dramaturgia.
Realidade Estranhada e a Cena Teatral. Sidmar Gomes Dezembro 2008 - Nº 10
30
U rdimento
31
U rdimento
Na procura por essa solução, outra questão se impôs: como costurar todo
o material criado mantendo o frescor das improvisações e o ambiente de liberdade
e de espontaneidade presente em todas as sessões de trabalho sem sufocá-lo pelo
peso e a rigidez de uma apresentação convencional aos olhos do público?
32
U rdimento
Referências Bibliográficas
33
U rdimento
34
U rdimento
Biange Cabral
Para Grotowski, o valor particular dos clássicos está no fato de que eles
já existem como arquétipos na mente do público e carregam uma ressonância
generalizada que está muito próxima do mito. “A força das grandes obras
realmente consiste em seu efeito catalisador: elas abrem portas para nós (...)
para ambos, produtor e ator, o texto é um tipo de bisturi possibilitando-nos
abrir a nós mesmos, transcender a nós mesmos, achar o que está escondido
dentro de nós” (1987:49). A extensão e o caráter da releitura de um texto
clássico são determinados pela lógica interna do processo de investigação e
pelo contexto e circunstâncias em que foi gerado o projeto de montagem – com
freqüência o texto original torna-se irreconhecível, mesmo quando mantidos
os padrões de relacionamentos e tensões.
35
U rdimento
Retrospectiva Histórica
36
U rdimento
37
U rdimento
3
Também conhecido considerar que este brinquedo já cumpriu sua função em termos da articulação
como process drama, básica entre a realidade objetiva e a subjetiva. (PUPO, 1986:12)
drama as a teaching
method, ou a learning
method (dependendo No entanto, o jogo dramático, enquanto atividade que inclui aquisição
da perspectiva pela de conhecimentos no campo específico do teatro, associa-se à tradição do
qual é investigado ou
analisado).
jeu dramatique, da tradição francesa. Neste sentido a contribuição de Maria
Lucia Pupo (acima) e a recente publicação de Flávio Desgranges (2006), são
4
Professor-persona- fundamentais para o entendimento da distinção entre o Child Drama (o play
gem foi minha tradu-
ção para teacher-in-
way de Slade) e o jogo dramático (da tradição francesa). Desgranges sintetiza
role, e assim como a a caracterização e funções do jeu dramatique:
tradução de Belinky
para child drama,
decorreu em parte (...) uma atividade grupal, em que o indivíduo elabora por si e
devido à dificuldade com os outros as criações cênicas, valendo-se das apresentações no interior
de encontrar um das oficinas como um meio de investigação e apreensão da linguagem
termo adequado teatral. Desenvolvem-se, no decorrer do processo, as possibilidades
para "professor-no-
expressiva e analítica, exercitando o participante tanto para dizer
papel" (social). Porém
dentro do conceito algo através do teatro, quanto para uma interpretação aguda dos
de teacher-in-role diversos signos visuais e sonoros que constituem uma encenação teatral;
estão inseridas as estimulando-o, ainda, a tornar-se um observador atento em sua relação
dimensões de repre- com as diversas produções espetaculares. (DESGRANGES, 2006:95)
sentação e presença;
Heathcote, por
exemplo, interpreta e Quanto à associação de Slade com a tradição inglesa, cabe aqui
mantém personagens ressaltar sua distinção de outra tradição inglesa, o Drama in Education3, criado
de outras épocas,
lugares, textos, para
por Dorothy Heathcote, a partir da segunda metade dos anos 50. Heathcote
contrapô-los às atitu- priorizava (ainda prioriza) a ampliação do conhecimento do aluno através de
des dos alunos, e no uma preocupação com a forma: confrontos espaciais, signos visuais de linguagem
mesmo processo de (cartões, posters, banners, rótulos, manchetes), atuação dialética através de uma
drama, assume papéis
troca de enquadramentos e papéis, foco no gesto. A quantidade e a qualidade
sociais que facilitem
sua mediação no jogo. das informações sobre o contexto e a situação a serem investigados permitem
associar sua atuação a uma abordagem enciclopédica, caracterizada por uma
5
Participei dos dramas
intervenção ao nível da estrutura, da ênfase na forma, do questionamento pelo
"Mary Morgan", "The
Good Samaritan", "Dr. professor, como personagem. Entretanto, o texto resultante é de autoria
Knox", "The Romans", do aluno; o material introduzido – imagens, textos, discurso do professor-
"Chanel Islands", personagem4 - é desconstruído e torna-se uma pista para mediar interações.
"Living in a Dictator-
ship", "The Oxfam
Project". Os registros Esta característica enciclopédica do drama é associada aos diversos
destes processos graus de intervenção do professor. Ao participar de processos de drama
são encontrados no conduzidos por Heathcote, entre 1990 e 1994 (Birmingham/UK), meu
Dorothy Heathcote
maior impacto foi com a intensidade e densidade dos textos e imagens
Archive, mantido pela
Manchester Metropo- que subsidiaram os processos5. Textos e imagens foram coletados de
litan University/UK. romances históricos ou documentários jornalísticos, sobre situações-limite
O professor-artista: perspectivas teóricas e deslocamentos... Biange Cabral Dezembro 2008 - Nº 10
38
U rdimento
39
U rdimento
40
U rdimento
41
U rdimento
42
U rdimento
Considerações finais
Referências Bibliográficas
BEST, David. The Rationality of Feeling. Londres: The Falmer Press, 1992.
BOURDIEU, P. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
_______ . A Distinção – crítica social do julgamento. São Paulo: Editora Zouk e
EDUSP, 2007.
BYRON, K. The Fight for Drama – The Fight for Education. Newcastle upon
Tyne: Occasional Publication by NATD, 1990.
Dezembro 2008 - N° 10 O professor-artista: perspectivas teóricas e deslocamentos... Biange Cabral
43
U rdimento
44
U rdimento
45
U rdimento
46
U rdimento
47
U rdimento
Descrição de imagem
Com o auxílio de uma faca gigantesca, um homem sem rosto abre a barriga
de um peixe de onde saem também outros peixes com outros peixinhos na boca.
A grande faca dentada que o homem com elmo segura tem na sua
lâmina estampado o símbolo desse mundo perverso, tolo e grotesco onde o cão
come o cão e o peixe come o peixe.
48
U rdimento
A Prática Pedagógica
INSTRUÇÃO:
Descreva apenas o que você está vendo!
Onde? Aqui? Mais acima? E aqui?
O que vocês estão vendo?
49
U rdimento
Intertextualidade: Brecht
50
U rdimento
A Prática Pedagógica
1- Aquecimento com jogos tradicionais
2- Leitura do texto em voz alta, simultaneamente aos parceiros,
caminhando pelo espaço da sala. Cada qual lê no seu próprio ritmo, do início
ao final do texto. Não é uma leitura em coro.
3- Mesmo procedimento, dialogando agora com parceiros, ora com
um ora com outro, mantendo o ritmo próprio. Cada jogador pode estar em um
momento diferenciado do texto. Não é leitura coral.
Dezembro 2008 - N° 10 A encenação contemporânea como prática... Ingrid Dormien Koudela
51
U rdimento
O texto cênico
52
U rdimento
53
U rdimento
Referências Bibliográficas
54
U rdimento
Dezembro 2008 - N° 10 Dentro ou fora da escola? Maria Lúcia de Souza Barros Pupo
55
U rdimento
56
U rdimento
57
U rdimento
58
U rdimento
formula junto com o grupo a interrogação que vai permear sua pesquisa: seria
possível “desenvolver um processo de construção de conhecimentos acerca da
mediação da recepção teatral com um grupo de jovens alunos-atores envolvidos
com experimento com peça didática de Brecht e interessados em dialogar com
seus espectadores?”3 A partir daí, juntos, Sandra e o grupo passam a apresentar 3
"Pulgas atrás de
sua encenação do texto brechtiano em uma perspectiva marcada pelo caráter orelhas. A peça
didática de Brecht e a
lúdico, para platéias cada vez mais diferenciadas dos meios habitualmente
mediação da recepção
freqüentados por eles. Simultaneamente concebiam, experimentavam e teatral: uma perspec-
avaliavam modalidades de apropriação da cena que pudessem contribuir para tiva pedagógica". Tra-
que os espectadores se confrontassem, no nível do jogo teatral, com as questões balho de Conclusão de
relativas ao conformismo político e social formuladas por Brecht. Curso, Departamento
de Artes Cênicas,
ECA- USP. 2007, p. 6.
O fato de terem assistido coletivamente aos espetáculos Aldeotas e
Vemvai, o Caminho dos Mortos, contribuiu para a tarefa à qual se propunham.
A partir deles os participantes foram convidados a conceber procedimentos
de caráter lúdico que viessem a mediar a recepção dessas encenações, em um
exercício de aproximação gradativa com o tema da leitura da cena, central nas
preocupações do grupo naquele momento.
59
U rdimento
4
Cf. o trabalho Equipes interdisciplinares em países diversos4 vêm indicando a
realizado na Colombia crescente necessidade da elaboração de um “pacto social” entre diferentes
por Antanas Mockus,
"A cidade como uma
entidades, órgãos e instituições públicos e privados que se responsabilizem
grande escola", Porto pela educação e pela formação do conjunto da sociedade. “A crise da escola
Alegre, GEEMPA, não pode ser resolvida a partir do interior da própria escola”5 é sem dúvida
2005, assim como o uma afirmativa a ser examinada com atenção. Se a escola brasileira carece de
do grupo de pesquisa- sérias medidas a curto, médio e longo prazo para tentar superar seus graves
dores de Barcelona,
coordenado por Car- impasses, a ação cultural também constitui hoje um campo imprescindível
men Gómez-Granell e na formação dos cidadãos.
Ignácio Vila, "A cidade
como projeto educa- Ao se alimentar da reflexão gerada por essas novas modalidades de
tivo", Porto Alegre,
Artmed, 2003.
atuação e pelos desafios cada vez mais complexos que se nos apresentam
em nosso momento histórico, o campo da Pedagogia do Teatro tende a
5
Carmen Gómez- se ampliar e a se consolidar. Certamente teríamos muito a ganhar se nos
Granell e Ignácio Vila
(org.), "A cidade como
muros da escola da educação básica fossem cavadas brechas que abrissem
projeto educativo", passagem para concepções de trabalho teatral em sintonia com as recentes
Porto Alegre, Artmed, dinâmicas instauradas nos espaços urbanos das metrópoles.
2003, p. 31.
Dentro ou fora da escola? Maria Lúcia de Souza Barros Pupo Dezembro 2008 - Nº 10
60
U rdimento
Este trabalho resulta da etapa preliminar de uma pesquisa mais ampla que
se relaciona intimamente à trajetória acadêmica da sua autora junto à formação
docente em teatro e delineia-se em seguimento a investigações anteriores, através
das quais se tem buscado refletir sobre o processo de formação do professor de teatro
sob a ótica interacionista. Nele apresentam-se alguns resultados dessa pesquisa 1
Doutora em Educação
mais atual e anunciam-se possibilidades de continuidade e aprofundamento das pela UFRGS; Professora
reflexões oportunizadas pela prática pedagógica impulsionada, ou desafiada, pela e pesquisadora do
Departamento de
curiosidade científica. Arte Dramática e do
Programa de Pós-
A base empírica da parte da pesquisa da qual se extraem os resultados a Graduação em Artes
serem apresentados constituiu-se a partir do processo cooperativo de elaboração, Cênicas da UFRGS;
execução e avaliação de um Laboratório de Prática Docente, desenvolvido por Coordenadora da
Pesquisa Professor
estudantes do Curso de Licenciatura em Teatro do Departamento de Arte e Teatro e Construção
Dramática (DAD) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob orientação de Conhecimento: o
da coordenadora da pesquisa, e oferecido a um grupo de jovens da comunidade. Laboratório de Prática
Docente, com registro
Dessa experiência pedagógica refletida emergiram questões e problemas no Sistema de Pesquisa
da UFRGS e apoio
identificados a interesses individuais das estudantes de graduação, que, assumidos PROPESQ/UFRGS e
como ideais de pesquisa, foram analisados e compreendidos num contexto mais amplo FAPERGS; Líder do
e relacionados a um quadro conceitual que lhes permitiu identificar a problemática GESTE – Grupo de
mais ampla a que se vinculavam e definir métodos adequados à sua investigação. Estudos em Teatro
e Educação (CNPq);
autora de diversas
A articulação dessas “sub-pesquisas” entre si precipitou uma “meta- obras envolvendo as
pesquisa” que busca compreender a complexidade do processo de conhecimento relações entre
dos sujeitos da relação educativa por meio da interpretação das suas formulações teatro e educação;
teóricas e da observação da sua ação pedagógica. atriz de teatro.
Dezembro 2008 - N° 10 Formação docente em teatro: pesquisa... Vera Lúcia Bertoni dos Santos
61
U rdimento
Formação docente em teatro: pesquisa... Vera Lúcia Bertoni dos Santos Dezembro 2008 - Nº 10
62
U rdimento
Dezembro 2008 - N° 10 Formação docente em teatro: pesquisa... Vera Lúcia Bertoni dos Santos
63
U rdimento
64
U rdimento
65
U rdimento
66
U rdimento
67
U rdimento
Referências Bibliográficas
68
U rdimento
Vicente Concilio
69
U rdimento
70
U rdimento
Por outro lado, um extenso estudo realizado por Santana (2000) revela
que existiam, à época, apenas 19 cursos de licenciatura em Teatro3 no Brasil. 3
A licenciatura em
Suas observações: Teatro privilegia a
formação artística
específica, como
Um primeiro detalhe a ser comentado refere-se à pequena no bacharelado em
quantidade de cursos existentes em todo o Brasil, considerando-se a interpretação ou
direção, por exemplo,
exigência constitucional quanto a oferta de disciplinas na área de Arte,
e é depois com-
dentre elas Teatro. A maioria dos cursos referentes a essa linguagem plementada com a
artística encontra-se na região Sudeste, sendo que apenas o Estado de formação pedagógica
São Paulo conta com cinco cursos, número idêntico à somatória dos dentro desta área, o
estados nordestinos. Essas estatísticas confirmam a existência de um que diverge da antiga
formação polivalente,
eixo Rio - São Paulo também no panorama do ensino teatral, em que se propunha a
sintonia com o mercado de artes em geral e a situação da produção ensinar a abordagem
teatral em particular, uma vez que ali concentram-se cerca de 39% dos pedagógica das
cursos existentes em todo o Brasil. (SANTANA, 2000: 130) diferentes áreas
artísticas (teatro,
música, dança e
Portanto, diante da escassez de profissionais licenciados em teatro, a artes plásticas),
situação que se configura é o preenchimento de vagas de ensino do teatro por preocupando-se em
trabalhar com uma
profissionais com pouca ou nenhuma formação pedagógica, mas muitas vezes habilitação específica
de reconhecida formação teatral. apenas no fim do curso.
71
U rdimento
72
U rdimento
73
U rdimento
74
U rdimento
Flávio Desgranges1
Dezembro 2008 - N° 10 Mediação Teatral: anotações sobre o Projeto Formação... Flávio Desgranges
75
U rdimento
Mediação Teatral: anotações sobre o Projeto Formação... Flávio Desgranges Dezembro 2008 - Nº 10
76
U rdimento
Dezembro 2008 - N° 10 Mediação Teatral: anotações sobre o Projeto Formação... Flávio Desgranges
77
U rdimento
78
U rdimento
Dezembro 2008 - N° 10 Mediação Teatral: anotações sobre o Projeto Formação... Flávio Desgranges
79
U rdimento
80
U rdimento
vocês usaram tal elemento?; o que vocês quiseram dizer com aquilo?; qual a
mensagem que vocês quiseram passar? Sugeria-se aos monitores e artistas que,
nesse caso, devolvessem a pergunta, convidando os espectadores a elaborarem
respostas próprias às provocações semióticas feitas pelos artistas na encenação.
Mesmo que os participantes não formulassem as suas interpretações para
a cena no momento do debate, poderiam levar a questão para casa, ou para
debater com seus companheiros após a peça, ou com os professores na escola,
ou mesmo nas oficinas de prolongamento propostas pelos monitores alguns
dias depois. Além do que, os integrantes do projeto, tanto alunos quanto
professores das escolas, poderiam levar consigo a certeza de que cabe a eles e
a mais ninguém a tarefa de efetivar uma compreensão da experiência teatral,
ainda que esta possa se enriquecer muito na conversa com outros. De maneira
que os participantes estivessem seguros que a palavra de cada um e a sua
formulação crítica e criativa não só estaria “autorizada”, mas seria fomentada
durante todo o processo. E conquistassem a noção de que, por mais relevante
que seja, a resposta do outro não lhes serve completamente nesse caso, pois o
ato do espectador é necessariamente autoral, e exige uma produção pessoal.
As oficinas de desmontagem
81
U rdimento
BRECHT, Bertolt. Estudos sobre Teatro. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1978.
DELDIME, Roger. Introduction. In: La médiation théâtrale. Actes du
5e. Congrès internacional de Sociologie du théâtre. Morlanwelz,
Lansman, p. 11-12, 1998.
Mediação Teatral: anotações sobre o Projeto Formação... Flávio Desgranges Dezembro 2008 - Nº 10
82
U rdimento
Dezembro 2008 - N° 10 Mediação Teatral: anotações sobre o Projeto Formação... Flávio Desgranges
83
Dezembro 2008 - Nº 10
U rdimento
Joaquim Gama1
85
U rdimento
86
U rdimento
Por esse viés, tanto o Teatro Amador como o Teatro Estudantil trazem
possibilidades de lançar um olhar inovador e mais investigativo sobre a cena.
Se, algumas vezes, confundimos Teatro Amador com o Teatro Estudantil, sem
ter muita clareza de suas fronteiras, ambos são marcados por uma mesma
característica: a busca por novas convenções teatrais (HIRSZMAN, 1980).
87
U rdimento
1
A Escola nas Férias Durante o período da ditadura, o Teatro Estudantil, vindo das
é um projeto que se universidades, assumiu um papel de resistência política, transformando
propõe oferecer uma
série de experiên-
São Paulo no epicentro do movimento das produções estudantis. A partir
cias aos alunos, dos festivais, essas produções se transformaram num dos mais importantes
envolvendo diversos espaços de discussão política e artística.
núcleos temáticos e
atividades artísticas.
Os festivais estudantis foram responsáveis, no Brasil, pela renovação
O Programa Escola da cena teatral, atingindo:
da Família consiste
em abrir as escolas
da Rede Estadual de (...) não apenas os meios expressivos do palco como, de modo
Ensino de São Paulo,
aos finais de semana,
enfático, os padrões de gosto e de consumo da atividade teatral,
transformando-as em ampliando consideravelmente os locais de oferta. Optando por um
centro de convivên- repertório que dificilmente um conjunto profissional ousaria montar,
cia, com atividades ofereceu ao espectador um grande leque de proposições artísticas. Do
voltadas às áreas es-
Shakespeare de 1938 chega-se ao Brecht de 1968, paulatinamente
portivas, culturais, de
saúde e de trabalho. percorrendo as etapas artísticas mais significativas da arte cênica
ocidental. (HIRSZMAN, 1980, p. 49-52)
A Escola de Tempo
Integral tem como
objetivo a aprendi- O animador cultural, produtor, crítico, autor e diretor de teatro
zagem baseada em
vivências e experiên-
Paschoal Carlos Magno estruturou o primeiro Festival de Teatro
cias organizadas por Estudantil, no Recife, ainda na década de 40. Seus festivais iam além de uma
meio de projetos ou programação de espetáculos vindos de todo o país; constituiam-se, acima de
temas geradores. Dá- tudo, em encontros teatrais riquíssimos. Esses festivais promoviam inúmeras
se ênfase a uma área
discussões, mesas redondas, aulas, palestras e exposições, cumprindo também
ou a um tema do
conhecimento como a função pedagógica e didática na formação de público, com a intenção de
eixo de organização despertar novos interessados no fazer teatral.
para o desenvolvi-
mento das habilida-
des e competências
Hoje, os festivais de Teatro Estudantil possuem uma demanda de
dos alunos. Nesse grupos oriundos de escolas de Educação Básica. Com a obrigatoriedade
caso, a arte se cons- do ensino da Arte e a inclusão do teatro nas atividades extracurriculares,
titui num dos projetos muitos grupos surgiram, tendo como atores crianças e adolescentes. Nesse
aglutinadores do
conhecimento e a co-
sentido, o professor de teatro assume o papel de encenador e passa a ter
nexão para o ensino. como perspectiva a montagem de espetáculos. O processo de montagem
Destaca-se nessa de uma encenação torna-se o campo didático e experimental para a
proposta uma meto- aprendizagem teatral.
dologia participativa
que envolve a vida
prática comunitária, a Numa relação colaborativa, professores-encenadores e alunos-
solução de problemas atuantes buscam focalizar seus esforços na descoberta de novos modos de
que inquietam ou fazer teatro, em insights e em processos que se configuram num modo próprio
estimulam a vida coti-
diana dos alunos.
para aprender e fazer teatro.
88
U rdimento
Em São Paulo, nas escolas públicas, há vários grupos trabalhando a Em geral, uma parte
partir dessa perspectiva. Devem-se essas ações também às implementações do dia é destinada
aos estudos das dis-
realizadas pela Secretaria Estadual de Educação, que abrangem oficinas de ciplinas que compõem
teatro em Escolas de Tempo Integral, projetos desenvolvidos no período de férias o núcleo da matriz
e no programa Escola da Família2. Dentro desse conjunto de ações, destaca-se curricular nacional
o lançamento de um portal eletrônico em julho de 2008, para arregimentar as e a outra parcela do
dia é destinada ao
propostas do projeto Escola em Cena. O objetivo é se apropriar dos recursos
desenvolvimento de
da multimídia para lançar ações artísticas e pedagógicas, que envolvem idas ao projetos.
teatro e textos sobre o fazer teatral. O portal Currículo é cultura pretende atingir
Cabe dizer que uma
professores e alunos, propondo a ampliação dos espaços de aprendizagem
avaliação mais atenta
dentro da escola3. para essas propos-
tas, indica problemas
Dentro dessa visão é possível afirmar que a escola é um espaço que dificultam a rea-
de potencialidade para o fazer teatral. E mais, investir em iniciativas que lização de trabalhos
promovam a montagem de espetáculos por estudantes, traz a oportunidade na área teatral. Esses
problemas vão desde
de ampliar as atividades teatrais dentro da escola, que, muitas vezes, estão
o escasso tempo
circunscritas num universo meramente instrumental. destinado às aulas
de Teatro até às
Observa-se, também, que, muitas vezes, o teatro na escola está presente condições físicas dos
apenas como instrumento para o ensino e a aprendizagem de conteúdos estabelecimentos de
ensino.
de outras disciplinas e é conduzido de forma autoritária, desvinculado da
experiência artística dos alunos. 3
O endereço eletrô-
nico desse portal é
culturaecurriculo.
Desse modo, a perspectiva instrumental do teatro não precisa ser
edunet.sp.gov.br.
negada e pode ser ampliada já que o teatro é eficiente no processo de ensino e
aprendizagem de determinados conteúdos escolares. Portanto, mesmo diante
de uma proposta teatral instrumentalista, os alunos devem ser encorajados
a contribuir com o processo de criação, trazendo, assim, para as cenas suas
vivências e o universo social em que estão inseridos. Uma encenação com
caráter instrumental não precisa limitar a preparação dos alunos-atuantes em
mera repetição técnica que nada contribui para o momento e a necessidade do
grupo. Os alunos-atuantes podem, sim, deixar de serem meros instrumentos
para a realização de uma encenação e passarem a ser os criadores, co-autores
do trabalho teatral.
89
U rdimento
Claro está que os jogos teatrais lidam com os conflitos de grupo como
desafios a serem superados pelos atuantes. Um dos conflitos enfrentados pelos
professores-encenadores, que trabalham com grupos sediados em escolas, é
a distribuição de personagens entre os seus integrantes. Encenadores que
elegem apenas um ator como protagonista, acabam com os conflitos de
relacionamento, criando uma série de descontentamentos entre os outros
atores. Muitas vezes, o diretor perde um tempo enorme buscando reconduzir
o trabalho teatral e tentando encontrar saídas para o problema instaurado.
90
U rdimento
91
U rdimento
92
U rdimento
Referências Bibliográficas
93
Dezembro 2008 - Nº 10
U rdimento
95
U rdimento
96
U rdimento
1897 e foi impedido de entrar porque estava vestindo macacão (Levine 1988,
185). A performance baseada na comunidade é freqüentemente percebida
como popular neste sentido de ser mais baixa na hierarquia cultural, devido
principalmente, à participação de pessoas fora das classes média e alta.
97
U rdimento
98
U rdimento
99
U rdimento
100
U rdimento
101
U rdimento
102
U rdimento
103
U rdimento
104
U rdimento
105
U rdimento
106
U rdimento
Princípios
Eu passo agora para os quatro princípios – contexto comum,
reciprocidade, hifenação e cultura ativa – que sugerem boas razões para
performance baseada na comunidade. Articulada em torno de preocupações
comuns, a performance baseada na comunidade desafia a tendência para a
profissionalização do engajamento cívico e de deixar especialistas lidarem
com isso. Em um mundo de lobistas e política eleitoral baseada em democracia
representativa e não participativa, a performance baseada na comunidade é um
anacronismo bem-vindo.
Dezembro 2008 - N° 10 Entre o Ritual e a Arte. Jan Cohen Cruz
107
U rdimento
108
U rdimento
mais delineados? Como alguém pode prevenir que uma tradição oprima, em
vez de ser libertadora? Como é que o gênio coletivo pode enfrentar desafios
contemporâneos sem o gênio individual?
109
U rdimento
o espaço de uma forma que não permitia que a polícia reclamasse. Não foi só a
mensagem da música que foi importante, mas também a habilidade da música
dar presença física e força visceral ao movimento” (Cieri e Peeps 2001, 271).
O contexto coletivo conecta o lugar onde uma apresentação acontece, com
quem será o público. A performance baseada na comunidade é habitualmente
encenada em igrejas e escolas, em parques e centros comunitários, e de fato, em
qualquer lugar onde se reúne o povo para o qual a apresentação é dirigida.
110
U rdimento
111
U rdimento
112
U rdimento
113
U rdimento
114
U rdimento
115
U rdimento
116
U rdimento
117
U rdimento
além de ser algo, de ter objetivos de eficácia, assim como estéticos. Que o
processo de criação seja o mais ativo e inclusivo possível é tão importante
quanto a produção final. A performance baseada na comunidade significa
tanto construir a comunidade quanto expressar a comunidade.
118
U rdimento
119
U rdimento
120
U rdimento
121
U rdimento
122
U rdimento
Estados Unidos, eles doaram dinheiro para cada cidade iniciar um teatro.
LAPD fez uma parceria com uma organização chamada SRO (Single-Room
Occupancy) Housing, que, até 2002, tinha reformado trinta cortiços que
foram transformados em hotéis para a ocupação de quartos individuais.
(Lewis 2002b). De forma geral eles compartilham a missão de ajudar
pessoas a deixar as ruas. LAPD adiciona uma dimensão criativa ao SRO,
que por sua vez providencia uma infra-estrutura que alimenta o LAPD. Às
vezes assistir a uma performance baseada na comunidade influencia uma
decisão posterior de se envolver ativamente na vida política/cívica. Como o
conceito de Ingall, da experiência chave-positiva, às vezes leva anos para as
pessoas perceberem que tiveram uma experiência transformadora por meio
da arte, ou, em termos rituais, que passaram por um rito de passagem que
efetuou uma mudança permanente.
Referências Bibliográficas
Bacon, Barbara Schaffer, Cheryl Yuen, e Pam Korza. 1999. Animating Democracy:
The Artistic Imagination as a Force in Civic Dialogue. http://www.artsusa.org.
Bakhtin, Mikhail. 1981. The Dialogic Imagination. Trad. Caryl Emerson e
Michael Holquist. Austin: University of Texas Press.
Becker, Carol. 1994. “Herbert Marcuse and the Subversive Potential of Art.”
Em The Subversive Imagination, 113-129. New York: Routledge.
Berger, Maurice, ed. 1998. The Crisis of Criticism. New York: New Press.
Boal, Augusto. 1979. Theatre of the Oppressed. Trad. Charles A. e Maria-Odilia
Leal McBride. New York: Urizen.
Broyles-Gonzalez, Yolanda. 1994. El Teatro Campesino. Austin: University
of Texas Press.
Burnham, Linda. 2003. Personal correspondence with the author via email. 15
Junho. Cieri, Marie, e Claire Peeps, eds. 2001. Activists Speak Out: Reflections on
the Pursuit of Change in America. New York: Palgrave.
Clifford, James. The Predicament of Culture. Cambridge: Harvard University Press.
Cocke, Dudley. 2003a. “A Call to Experimentation.” Keynote speech. Amherst
College, Network of Ensemble Theaters Festival, 23 Julho.
_______. 2003b. Personal correspondence with author. 20 Julho.
Cocke, Dudley, Harry Newman, e Janet Salmons-Rue, eds. 1993. From the
Ground Up: Grassroots Theater in Historical and Contemporary Perspective. Ithaca,
NY: Cornell University.
Emerson, Robert M., Rachel I. Fretz, e Linda L. Shaw. 1995. Writing
Ethnographic Fieldnotes. Chicago: University of Chicago Press.
123
U rdimento
124
U rdimento
125
Dezembro 2008 - Nº 10
U rdimento
127
U rdimento
O Conceito de Comunidade
128
U rdimento
129
U rdimento
Nomenclatura e significado
130
U rdimento
131
U rdimento
132
U rdimento
133
U rdimento
7
Ver Viganó, Suzana O Teatro Comunitário religioso é a origem do engajamento de
Schmidt As Regras do muitos jovens com a prática teatral. Envolve práticas ligadas a datas religiosas
Jogo: a ação cultural
em teatro e o ideal
como a representação da Paixão de Cristo que pode adquirir contornos mais
democrático. São ou menos comunitários; trabalhos vinculados a grupos de jovens; trabalhos
Paulo: Hucitec, 2006. assistenciais etc. A prática teatral com comunidades pode ser identificada
junto à religião espírita, pentecostal, católica etc. Destaco, a título de exemplo,
8
Ver Silva , Rosemeire
da; Nogueira, Márcia
o trabalho de conclusão de curso de Reginaldo Maurício Ferreira “O Papel do
Pompeo "Estudo de Teatro Religioso na comunidade do Ribeirão da Ilha: a Encenação da Paixão
Caso em Teatro na de Cristo” (2005), que detalha um processo de aprofundamento das qualidades
Comunidade: o Grupo teatrais da encenação da Paixão de Cristo paralelo a um envolvimento crescente
União".
da comunidade do Ribeirão da Ilha, Florianópolis, na encenação.
9
As místicas são
representações A prática teatral em ONGs tem se multiplicado recentemente. Alguns
artísticas desenvol- estudos já se dedicam a esse tema7 mas ainda há muito que se aprofundar, em
vidas coletivamente função da quantidade e da variedade de práticas. Vinculada a essa modalidade,
pelos militantes do a bolsista de iniciação científica Rosimeire da Silva pesquisou a prática do
Movimento dos Sem
Terra há cerca de
“Grupo Nova União”, coordenado por Virginia Costabile, a partir de contato
vinte anos. Segundo com a ONG Novo Olhar, que atua em São Miguel Paulista, São Paulo8.
João Pedro Stedille,
elas têm o objetivo de A ligação do teatro em comunidades com movimentos sociais pode
manter o engajamen- ser identificada, por exemplo, no trabalho de teatro no MST – Movimento dos
to e a unidade, dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Além de uma prática bastante teatralizada,
militantes, na luta pela
reforma agrária no
que existe desde a origem do movimento, as chamadas Místicas9, o MST recebe
Brasil (Stedille, 1999, p.). influência do Teatro do Oprimido que já ofereceu oficinas para multiplicadores
do movimento. Outras influências vêm de contatos de grupos teatrais com o
10
Ver Rótulo, Guilher- MST, como por exemplo a Companhia do Latão que influenciou o trabalho
me; Nogueira, Márcia
Pompeo "Práticas
do grupo do MST Filhos da Mãe... Terra. O bolsista de iniciação científica,
Teatrais no MST". vinculado a esse projeto, Guilherme Rótulo, pesquisou a prática teatral no
MST, identificando uma rede de trabalhos teatrais comunitários vinculada
11
Maria Amélia a esse movimento político10. O que impressiona nessa vinculação do teatro
Gimmler Netto pesqui-
sou em 2006 três prá-
em comunidade é a incorporação da estrutura e organização política para
ticas teatrais comu- disseminar a prática teatral.
nitárias: Parque dos
Maias, Bairro Cristal A proposta de práticas teatrais comunitárias enquanto políticas
e Bairro Humaitá, que públicas acontece diferentemente em cidades brasileiras. A bolsista de
eram vinculadas aos
projetos da Secretaria
iniciação científica Maria Amélia Gimmler Netto11, vinculada a esse
de Descentralização projeto, nos aproximou das Oficinas Populares de Teatro, da Secretaria da
da Cultura e existiam Descentralização da Cultura em Porto Alegre. Criadas na gestão do Partido
há mais de três anos. dos Trabalhadores na prefeitura desta capital, o trabalho pôde se manter
Ver Nogueira, M. P.; por muitos anos, criando diversos grupos que são articulados em diferentes
Gimmler Netto, M. A
"Teatro e Comunidade
eventos. Muitos deles atuam em comunidades específicas por vários anos.
em Porto Alegre: um Três desses grupos foram investigados pela bolsista no artigo “Em Busca de
estudo de caso". Práticas Teatrais Comunitárias em Porto Alegre”.
A Opção pelo Teatro em Comunidades... Márcia Pompeo Nogueira Dezembro 2008 - Nº 10
134
U rdimento
Rio de Janeiro, pesquisado por Marina Henriques na UNIRIO12. Destaco Mestrado, reda-
também a pesquisa do bolsista de iniciação científica, vinculado a esse projeto, ção conjunta de
Mário César Coelho Gomes, que pesquisou o grupo de teatro de São Gonçalo artigo internacional
e co-orientação de
do Bação13, Minas Gerais, cujo trabalho contribui há mais de vinte anos para
doutorado.
a afirmação da identidade da cultural da cidade.
Ver Gomes, Mario
13
Referências Bibliográficas
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual.
Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
COELHO, Mario César; Nogueira, Márcia P..” Garimpando o Teatro de
São Gonçalo do Bação”. In Anais da IV Jornada de Pesquisa do CEART, 2008
(no prelo).
COHEN, Anthony P. The Symbolic Construction of Community. Londres:
Routledge, 1998.
COHEN-CRUZ, Jan. Local Acts: community-based performance in the United
States. New Jersey: Rutgers University Press, 2005.
COUTINHO, Marina Henriques; NOGUEIRA, Márcia Pompeo. “The use of
dialectical approach for community theatre by the group Nós do Morro, in the
Vidigal favela of Rio de Janeiro”. In PRESTON, Sheila; PRENTKI, Tim. A
Companion to Applied Theatre. Londres: Routledge, 2008.
FERREIRA, Reginaldo Maurício. “O Papel do Teatro Religioso na comunidade
do Ribeirão da Ilha: a Encenação da Paixão de Cristo”. Trabalho de Conclusão de
Curso, CEART/UDESC, 2005, não publicado.
Dezembro 2008 - N° 10 A Opção pelo Teatro em Comunidades... Márcia Pompeo Nogueira
135
U rdimento
136
U rdimento
1
Tradução de Daniel
Yencken e Maria
Brigida de Miranda.
Agradecimentos:
Eu sou muito grato a
Frank Hildy e Janelle
Reinelt pelo convite
para apresentar este
artigo, que forma o
núcleo deste capítulo,
Artistas Cidadãos no Século XXI: na 2005 IFTR Annual
Em Busca de uma Perspectiva Ecológica1 Conference ‘Citizen
Artist: Theatre,
Baz Kershaw Culture and Com-
munity’ na University
of Maryland, nos EUA.
Sou igualmente grato
Prefácio a Christopher Balme
e Meike Wagner por
me convidarem a par-
O artigo que deu origem à parte principal deste texto foi primeiro
ticipar da excelente
apresentado em uma palestra de abertura dada em julho de 2005, na conferência conferência anual
anual da International Federation of Theatre Research, na Universidade de International Promo-
Maryland, nos EUA. O tópico da conferência era a noção de ‘artista cidadão’. tions Programme
Eu abordei as políticas deste termo por meio de um aporte para pesquisa que in Performance
and Media Studies,
desafia os binarismos comuns da formação do conhecimento: no Reino Unido financiada pela UE,
isto é conhecido como ‘prática como pesquisa’2. A prática como pesquisa é um entre 2001 e 2005,
método que fundamentalmente questiona as distinções convencionais entre e aos estudantes
teoria e prática, ao colocar a prática da performance no centro do processo de e funcionários por
suas contribuições
pesquisa3. Então, os três exemplos deste artigo foram retirados das minhas
amigáveis e sempre
próprias produções anteriores encenadas em diferentes décadas, para oferecer estimulantes para a
uma ‘visão profunda’ (em oposição à convencional ‘visão geral’ das palestras pesquisa.
de abertura) de como alguns tipos de espetáculo politizado engajam-se com 2
Os termos cognatos
na questão cidadania. no Reino Unido são
‘practice-based
Eu exploro as produções da perspectiva daqueles que estão envolvidos research’ (pesquisa
com a prática da performance, para expor a relevância das produções baseada na prática)
e ‘practice-led
para o ‘artista cidadão’ em seus contextos sociais e históricos, em parte research’ (pesquisa
para sugerir como a performance ao vivo pode ser considerada como um liderada pela prática).
fenômeno ecológico, complexamente engajada como um elemento integral
Entre 2000-2006 eu
3
para processos-chave de mudanças em seu meio ambiente. Portanto, minha dirigi um projeto de
apresentação objetiva, em parte, exemplificar o que chamo ‘ecologia teatral’, ao pesquisa em prática
enfatizar, primordialmente de forma implícita, dois fatores. Primeiro que, como como pesquisa. Veja
uma performance, uma palestra principal, especialmente quando apresentada o Website, PARIP:
www.bris.ac.uk/
em um teatro em funcionamento, está sujeita a algumas das mesmas forças parip/2005.htm
que formatam as ecologias teatrais de modo geral. Em segundo lugar, que, (01.09.2006)
Dezembro 2008 - N° 10 Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw
137
U rdimento
por meio de sua natureza como uma performance, minha apresentação poderia
de forma homóloga demonstrar aspectos das produções originais que as
fizeram especialmente relevantes para o pensamento sobre ‘o artista cidadão’
e a ‘ecologia teatral’. Assim, como a ‘participação da platéia’ foi crucial para
os três exemplos de performance como pesquisa que eu analisei, então ela,
também, deve ser central para os argumentos da minha palestra principal.
Esta tática de ‘ecologia teatral’ objetiva colocar ênfase tanto nos aspectos
performativos do texto da apresentação, quanto nas suas qualidades como
artigo de pesquisa: um híbrido entre roteiro para performance e argumento
acadêmico. Pretendo permanecer verdadeiro a este hibridismo, apresentado
aqui em seu estilo original por meio da palavra falada, com ilustrações que
indicam a estrutura para a participação da platéia, composta por centenas de
conferencistas delegados.
O artigo IFTR foi apresentando subseqüentemente em uma versão
mais informal na IPP Summer Congress, em agosto de 2005, no Johannes
4
Estabelecido em Gutenberg University, Mainz, Alemanha4. O congresso da IPP considerava
Mainz por Christo- que, ‘como ambos, conceito tradicional e fenômeno popular, a “matriz” pode
pher Balme, o pro-
grama IPP oferece
ganhar um novo valor quando considerada à luz dos estudos da performance’.
uma oportunidade No argumento do artigo que segue abaixo, a ‘ecologia’ pode ser pensada como
rica para estudantes um termo equivalente à ‘matriz’, no sentido que uma matriz é ‘um lugar ou
de pós-graduação meio no qual alguma coisa é criada, produzida, ou desenvolvida’5. ‘Ecologia’
participarem em também carrega noções de um lugar ou um sistema, mas ela tem uma ênfase
‘pesquisa interdis-
ciplinar de douto- no processo, o qual falta à ‘matriz’. Então, nós podemos dizer que ecologia
rado em um nível define um ‘sistema em processo’, enquanto ‘matriz’ indica ‘a estrutura de um
internacionalmente sistema’. Mesmo assim, parte do meu método nas apresentações era construir
competitivo nos cam- uma matriz para a análise da idéia de artista cidadão, e suas implicações para os
pos de teatro, drama,
performance, cinema,
processos de performance, quando considerados de um ponto de vista ecológico.
televisão, e novas Para construir esta matriz na prática foi oferecido a cada um dos delegados
mídias.’ Folheto do na Conferência da IFTR e no Congresso da IPP uma boa folha de papel em
programa. branco de material reciclado, para usar como ‘participação da platéia’.
5
Shorter Oxford O aporte ecológico para o estudo da performance tem, cada vez mais,
English Dictionary, me levado a envolver o que eu chamo de uma ‘paradoxologia da performance’
fifth edition (Oxford
University Press,
como uma forma de tentar certificar que minha pesquisa reconhece todas
2002), p. 1720. as complexidades da performance. O artigo da conferência da IFTR/IPP
mencionava paradoxologia porque, em relação à noção de ‘ecologia’, uma
paradoxologia da performance pode ser melhor entendida como uma tentativa
de consideração da multi-dimensionalidade e da fluida complexidade de um
sistema de performance altamente desenvolvido. Ela pode ser caracterizada
como um processo de investigação que objetiva ir além da análise binária, ao
mesmo tempo que reconhece o poder do pensamento binário. Defendo que
isto é especialmente pertinente para os estudos da performance e do teatro,
Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw Dezembro 2008 - Nº 10
138
U rdimento
139
U rdimento
11
Veja, por exemplo: A despeito desta perigosa teia de sonhos, estudiosos do teatro
Martin Banham contemporâneo (me incluo nisso), fizeram pouca coisa para reivindicar do
(ed.), The Cambridge
Guide to Theatre,
‘cidadão’ propósitos mais democráticos. Nossas enciclopédias e dicionários
Cambridge University listam verbetes para os comédias de cidadãos (ou cidades) da Londres Jacobina
Press, 1992; Dennis e para o Teatro do Cidadão em Glasgow, mas, não mais que isso11. Nas
Kennedy (ed.), The histórias de teatro padrão e da mesma forma, nas teorias contemporâneas de
Oxford Encyclopedia performance, o ‘cidadão’ geralmente atrai a atenção por sua ausência. Isto é
of Theatre and
Performance, Vol 1 quase tão verdadeiro para livros sobre teatro popular, radical, político e de
(Oxford University comunidade. No livro Legislative Theatre de Augusto Boal, o termo ‘cidadão’ é
Press, 2003). pouco usado, e aparece na frase ‘cidadão como artista’ apenas uma vez. O que
12
Aproximadamente parece igualá-lo com ‘espectador’, um termo crucial no teatro do oprimido,
sete/oito vezes. mas cujas implicações não são discutidas12. Na excelente coleção internacional
Augusto Boal, de Performing Democracy existe apenas um ensaio que considera o ‘cidadão’
Legislative Theatre como um conceito significativo13. Há algumas poucas exceções que tratam a
trad. Adrian Jackson
(Londres: Routledge,
palavra seriamente, incluindo uma de nosso presidente atual14 – mas na maioria
1998), p. 46. das vezes flutua incerta em um ocasional pensamento posterior à obra no
firmamento dos estudos de teatro contemporâneo. Apenas muito recentemente
13
Susan C. Haedicke
e Tobin Nellhaus
o termo começou a receber uma atenção mais séria, pelo menos no Reino Unido,
(eds), Performing normalmente sob a bandeira do ‘applied theatre’15. [teatro aplicado].
Democracy:
International Eu vejo a febre de adulação a Shakespeare, a Kidman e às vidas deles
Perspectives on como se fossem cenas conectadas a algo próximo da sublimação Freudiana.
Community-Based
Performance (Ann
Então, eu discutirei o ‘artista cidadão’ como um resto do banquete global
Arbor: University of burguês das celebridades, estrelas e gênios. Isto permitirá considerar o
Michigan Press: 2001). ‘artista cidadão’ como um suplemento Derridiano especialmente provocador.
14
Janelle Reinelt,
O fato de que o ‘cidadão’ foi colocado nos estudos de teatro e performance
‘Notes for a Radical às margens do teatro ecologia torna-o poderoso em ambos sentidos do
Democratic Theatre: ‘suplemento’, conforme Derrida. O seu exemplo famoso do fio-dental
Productive Crises sugere seu perigoso potencial duplo: a tira de seda suplementar, vamos
and the Challenge of
dizer, adiciona erotismo ao corpo ao tomar o lugar dos órgãos sexuais16.
Indeterminacy’, em
Staging Resistance: Da mesma forma, o ‘artista cidadão’ poderia adicionar um novo poder ao
Essays on Political corpo político, mas teria ele de tomar o lugar do gênio para tal? Poderia
Theatre, eds Jeanne essa ameaça explicar a falta de popularidade da palavra ‘cidadão’ nos estudos
Colleran e Jenny S. teatrais? Poderia o deslocamento do gênio expor as fronteiras inesperadas
Spencer (Ann Arbor:
University of
dos nossos principais regimes de pesquisa?
Michigan Press, 1998).
Trabalharei em busca de algumas respostas a estas questões
15
Helen Nicholson,
considerando, também, o lugar do sublime no teatro e na performance. E como
Applied Theatre:
the Gift of Theatre isto é sempre um elemento fugidio, eu oferecerei minhas próprias pesquisas
(Basingstoke: criativas como um meio de estabelecer alguns objetivos para ele. Eu farei isso
Palgrave Macmillan, por meio de dois auto-retratos e meio de artistas como cidadãos, cada um
2005). moldado por significativas diferenças de foco e definição. Esqueça o artista
Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw Dezembro 2008 - Nº 10
140
U rdimento
Método
Dezembro 2008 - N° 10 Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw
141
U rdimento
Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw Dezembro 2008 - Nº 10
142
U rdimento
143
U rdimento
Kenton Capers
144
U rdimento
145
U rdimento
146
U rdimento
147
U rdimento
Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw Dezembro 2008 - Nº 10
148
U rdimento
FIGURA 2. Segunda etapa na construção da matriz da máquina de pensamento experimental ‘artista cidadão’.
Teatro de Reminiscência
Eu tentei sugerir homologias – princípios estruturais comuns – entre
os diferentes tipos de campos de forças políticos, geográficos e estéticos que
influenciam eventos de performance, como um meio de indicar como podem ser
vistos ecologicamente. Ensaiarei, brevemente, aquele método usando de novo uma
outra reminiscência, no meu segundo auto-retrato como um artista cidadão.
Dezembro 2008 - N° 10 Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw
149
U rdimento
Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw Dezembro 2008 - Nº 10
150
U rdimento
Dezembro 2008 - N° 10 Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw
151
U rdimento
Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw Dezembro 2008 - Nº 10
152
U rdimento
153
U rdimento
154
U rdimento
The Iron Ship foi um espetáculo com local fixo e específico produzido
em maio de 2000, em um navio do século dezenove, o SS Great Britain. O
navio foi lançado em 1846, das docas de Bristol e foi um ícone da era de
Revolução Industrial e do Império. Foi o primeiro navio com casco de ferro,
primeiro de motor a vapor com hélice em parafuso, primeiro a manter escalas
globais: o Concorde da sua época. Agora está de volta na doca seca onde foi
construído, uma atração bem sucedida do patrimônio histórico, que conta uma
história monológica de inovação da engenharia e da conquista marítima34. Website – SS Great
34
155
U rdimento
dois pés vibrar, como se o navio estivesse ainda navegando a todo vapor. A
pesquisa de público na pós-produção, indica que muitos acharam que foi uma
experiência maravilhosa, de certa forma, sublime: o navio morto estava vivo,
tremendo de energia. A ecologia da performance, desta segunda metade do
Ibid., pp. 148-9.
37
espetáculo, tinha transformado alguns espectadores em participantes37.
Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw Dezembro 2008 - Nº 10
156
U rdimento
Conclusão
Dezembro 2008 - N° 10 Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw
157
U rdimento
158
U rdimento
Pós-escrito
159
U rdimento
Artistas Cidadãos no Século XXI: Em Busca de uma Perspectiva... Baz Kershaw Dezembro 2008 - Nº 10
160
U rdimento
O Drama da Etnografia1
Kate Donelan2
161
U rdimento
162
U rdimento
pesquisador com Tiina Moore (que está dirigindo o Projeto Pré-Texto nas
Séries Iniciais) para apoiar seu estudo das sessões de drama que ela ministrou
a uma turma de 4ª série de sua escola. Como observadora passiva, sentada ao
fundo de sua sala de drama, eu fui uma testemunha do drama gerado pelo pré-
texto; da minha perspectiva de outsider eu escrevi notas de observação de campo
que complementaram outras fontes de dados. Nossas reflexões e análise das
sessões de drama focalizaram o pensamento de Tiina e tomadas de decisão como
professor/pesquisador, o engajamento dos estudantes nas várias fases do drama,
momentos críticos que ocorreram e o relacionamento entre o pré-texto e a ação
dramática. Nós agora estamos construindo um relatório no qual a conclusão de
Tiina, como professora e pesquisadora, irá incluir as vozes das crianças e minha
recepção, cruzadas através de um relato em forma de diálogo reflexivo.
163
U rdimento
164
U rdimento
165
U rdimento
Nota
Eu devo a Bruce Burton o título deste artigo. Ele usou a mesma frase
como título do capítulo 3 de sua tese de Ph.D (1996).
Referências Bibliográficas
166
U rdimento
167
Dezembro 2008 - Nº 10
U rdimento
169
U rdimento
Revista Urdimento
Programa de Pós-Graduação em Teatro – UDESC
Av. Madre Benvenuta, 1.907 – Itacorubi
88.035-001 – Florianópolis – SC
E-mail: urdimento@udesc.br
170
Realização:
Centro de Artes
Diagramação Editorial
CEART / UDESC