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A interpretação

da profecia de
Zacarias 14
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José Ildo Swartele de Mello


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Revista Cristã__________
Última Chamada
- Edição extra - Setembro de 2017 -
4

A interpretação da profecia de Zacarias 14


José Ildo Swartele de Mello
http://escatologiacrista.blogspot.com.br/
________

Visando a divulgação do Preterismo e do Pós-milenismo, para a Glória de


Deus, a Revista Cristã Última Chamada publica com design e profissionalismo
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com a devida autorização e com todos os
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Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro sob nº 236.908.

Editor
César Francisco Raymundo

E-mail: ultimachamada@bol.com.br
Site: www.revistacrista.org

Londrina, Paraná,
Setembro de 2017
Edição extra.
5
_____________________

Índice

Introdução 06
Contexto 07
O Novo Testamento interpretando as profecias de Zacarias 10
Profecias de Zacarias interpretadas no Novo Testamento 11
O perigo do literalismo 19
O caráter condicional de muitas profecias 22
Zacarias 14 e a queda de Jerusalém 24
Deus promete livramento para o seu povo 27
“Toda terra se tornará como a planície de Geba a Rimom”. (Zc 14.10) 29
 Juízo contra as nações 29

A festa dos Tabernáculos – Festa da Colheita! – 31


Conclusão 33
Bibliografia 34
Obras importantes para pesquisa 35
6

Introdução

Árdua tarefa interpretar corretamente as profecias bíblicas. Há muita


controvérsia a respeito. Alguns princípios simples de hermenêutica são
indispensáveis. 1. reconhecer o contexto em que as profecias foram
proferidas, 2. Permitir que a Bíblia interprete a própria Bíblia, levando
seriamente em consideração as intepretações que Cristo e seus Apóstolos
deram as profecias do Antigo Testamento, e 3. Levar em consideração as
características peculiares da linguagem profética.

Então, vamos lá!


7

Contexto

Zacarias é contemporâneo do profeta Ageu, profetizou entre 520 e 518


a.C., época da reconstrução do templo, que havia sido destruído em 586 a.C.
pelo exército de Nabucodonosor. Tal destruição se deu por conta do juízo
de Deus contra a infidelidade do povo Judeu à Aliança.

O profeta Daniel, décadas antes, estava com seu povo no exílio babilônico.
Ele estava estudando as profecias de Jeremias que previam que o exílio
duraria 70 anos (Dn 9.2). Visto que o prazo dos 70 anos de exílio estava se
cumprindo, Daniel, consciente de que o exílio havia sido uma punição de
Deus por causa dos pecados de Israel, começa a interceder pedindo perdão
a Deus em nome do seu povo, na esperança de que o castigo de Israel
estivesse para acabar com o final dos 70 anos de cativeiro. A oração de Daniel
é ouvida (Dn 9.20-23). Mas, para sua surpresa, ele recebe uma visão de que
70 Semanas estavam determinadas para a realização de seis benefícios
favoráveis a Israel que se realizariam na pessoa do tão esperado Ungido ou
Messias.

Em Daniel 9.24, temos os seis propósitos da visão das 70 Semanas: 1. Para


fazer cessar a transgressão; 2. Para dar fim aos pecados; 3. Para expiar a
iniquidade; 4. Para trazer a justiça eterna; 5. Para selar a visão e a profecia; e
6. Para ungir o Santo dos Santos.

Todas as correntes teológicas concordam que 70 semanas equivalem a 490


anos, entendendo que cada dia da semana correspondem a um ano (Gn
29:27; Lv 25:8; Nm 14:34; Ez 4:4-6). As 70 Semanas estão dividas em três
períodos (v.25): 1. Sete Semanas (7x7=49 anos) de reedificação; Seguidas
8
por: 2. Sessenta e duas semanas (62x7=434 anos); seguida do terceiro e
último período: 3. Uma semana (1x7=7 anos) - O v. 26 diz que “após” as
sessenta e duas semanas, ou seja, já dentro da última semana, será assassinado
o ungido. E, em decorrência da morte do ungido, ocorreria a destruição de
Jerusalém e do templo por um povo de um príncipe que haveria de vir (Dn
9.26); período em que surge o assolador (v.27); Por fim, a visão de Daniel
termina com o assolador recebendo o merecido juízo de Deus.

457 A.C. foi o ano em que o rei Artaxerxes decretou que os judeus podiam
retornar a Jerusalém para reconstruir a cidade e o Templo (Ed 7:12-26). Se
contarmos 483 anos a partir dessa data, chegaremos ao ano 26 d.C. Sabemos
que Jesus nasceu no ano 4 a.C., então, ele tinha 30 anos em 26 D.C., ocasião
em que foi batizado e iniciou seu ministério terreno. Três anos e meio depois,
Jesus foi crucificado. Em termos proféticos, tamanha precisão, embora não
necessária, é realmente impressionante! É também dito que o Messias “fará
firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar
o sacrifício” (Dn 9.26–27). Ao fim desses três anos e meio, Jesus deu a Sua
vida em uma Cruz. Sabemos que Jesus estabeleceu a Nova Aliança por meio
do seu sangue derramado na cruz. Ele disse: “Este é o cálice da nova aliança
no Meu sangue” (1Co 11:24-25). Com sua morte, Jesus tornou-se o Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo, pondo assim fim ao sacrifício e as
ofertas de manjares, que eram sombras da realidade que nele encontram
plena realização (Hb 8 e 9).

Três anos e meio após a morte de Cristo, tivemos a morte do primeiro


mártir cristão, Estevão (At 7:59-60). Lucas fez questão de registrar que o
próprio sumo sacerdote estave presente, liderando o grupo de religiosos
judeus que rejeitou o Evangelho de Cristo pregado por Estevão e o
condenou a morte (At 7:1). A morte de Estevão é um verdadeiro marco,
pois, a partir daí, temos a conversão de Saulo que será levantado como
Apóstolo aos Gentios (At 9:1-6; 26:15-18). Na sequência, Deus desperta
Pedro para a evangelização dos gentios! (At 10). As setenta semanas de favor
de Deus para com Israel encerraram-se aí. “Então, Paulo e Barnabé, falando
ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse
pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos
9
julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios. 47
Porque o Senhor assim no-lo determinou: Eu te constituí para luz dos
gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da terra. (At 13.46–
47). Jesus afirmou que após a Destruição de Jerusalém, a cidade seria pisada
pelos gentios até que o tempo deles se completasse (Lc 21.24). Tempo da
missão da Igreja que é a de fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.18-20).

Repare que a profecia de Zacarias também fala do Messias que entraria em


Jerusalém, seria ferido e abandonado, mostrando, na sequência, um novo
juízo de Deus contra a cidade de Jerusalém. Portanto, ambos descrevem o
mesmo cenário futuro. Um texto lança luz sobre o outro texto. E mais luz
ainda teremos ao examinarmos como Jesus e seus Apóstolos interpretaram
tais profecias.
10

O Novo Testamento
interpretando as profecias
de Zacarias

Importante notar como as profecias de Zacarias são interpretadas no Novo


Testamento. Sua profecia aborda temas importantes como a vinda do
Messias (Zc 9.9 cp. Jo 12.15), o sangue da Aliança (Zc 9.11 cp. Mt 26.27 e
1Co 11.25), que o Messias seria vendido por 30 moedas de prata (Zc 11.12-
13 cp. Mt 27.9-10), que seria ferido e abandonado (Zc 13.7; cp. Mc 14.27), o
que desencadearia novo terrível juízo sobre o povo judeu e a cidade de
Jerusalém que seria novamente destruída (Zc 14.1–2; cp. Lucas 21.20–24 e
Mc 13.14-20), descreve o livramento dado aos fiéis do seu povo (Zc 14.5; cp
Lc 21.20.24), revela o juízo final contra as nações impenitentes que se
levantam contra o povo de Deus (Zc 14.12; cp. Ap 19:15-18), e fala também
da restauração de Jerusalém e da plenitude de vida, paz e segurança do Reino
de Deus (Zc 14.8 cp. Jo 7.38 e Ap 22.1; Zc 14.9 cp. Ap 11.15; Zc 14.10 cp.
Ap 21.1-3; Zc 14.11 cp. Ap 21.10-11 e 22.3; Zc 14.12; Zc 14.16 cp Ap 21.24-
26).

Segue tabela que descreve como o Novo Testamento interpretou as


profecias de Zacarias com a esperança de que isto lhe a ajude a interpretar
adequadamente tais profecias, em especial, o último capítulo do livro.
11

Profecias de Zacarias
interpretadas no
Novo Testamento

Zacarias 8.23 1Coríntios 14.25

Assim diz o Senhor dos Exércitos: tornam-se-lhe manifestos os


Naquele dia, sucederá que pegarão segredos do coração, e, assim,
dez homens, de todas as línguas das prostrando-se com a face em terra,
nações, pegarão, sim, na orla da adorará a Deus, testemunhando que
veste de um judeu e lhe dirão: Deus está, de fato, no meio de vós.
Iremos convosco, porque temos RA
ouvido que Deus está convosco. RA

Zacarias 9.9 João 12.15

Alegra-te muito, ó filha de Sião; Não temas, filha de Sião, eis que o
exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te teu Rei aí vem, montado em um filho
vem o teu Rei, justo e salvador, de jumenta. RA
humilde, montado em jumento,
num jumentinho, cria de jumenta.
RA

Zacarias 9.11 1Coríntios 11.25

Quanto a ti, Sião, por causa do Por semelhante modo, depois de


sangue da tua aliança, tirei os teus haver ceado, tomou também o
cálice, dizendo: Este cálice é a nova
aliança no meu sangue; fazei isto,
12
cativos da cova em que não havia todas as vezes que o beberdes, em
água. RA memória de mim. RA

Zacarias 11.12–13 Mateus 27.9–10

Eu lhes disse: se vos parece bem, Então, se cumpriu o que foi dito por
dai-me o meu salário; e, se não, intermédio do profeta Jeremias:
deixai-o. Pesaram, pois, por meu Tomaram as trinta moedas de prata,
salário trinta moedas de prata. 13 preço em que foi estimado aquele a
Então, o Senhor me disse: Arroja quem alguns dos filhos de Israel
isso ao oleiro, esse magnífico preço avaliaram; 10 e as deram pelo
em que fui avaliado por eles. Tomei campo do oleiro, assim como me
as trinta moedas de prata e as ordenou o Senhor.
arrojei ao oleiro, na Casa do Senhor.
RA

Zacarias 12.3 Apocalipse 11.2

Naquele dia, farei de Jerusalém uma mas deixa de parte o átrio exterior
pedra pesada para todos os povos; do santuário e não o meças, porque
todos os que a erguerem se ferirão foi ele dado aos gentios; estes, por
gravemente; e, contra ela, se quarenta e dois meses, calcarão aos
ajuntarão todas as nações da terra. pés a cidade santa. RA
RA

Zacarias 12.10 João 19.37

E sobre a casa de Davi e sobre os E outra vez diz a Escritura: Eles verão
habitantes de Jerusalém derramarei aquele a quem traspassaram. RA
o espírito da graça e de súplicas;
olharão para aquele a quem
traspassaram; pranteá-lo-ão como Lucas 23:27
quem pranteia por um unigênito e
chorarão por ele como se chora Seguia-o grande multidão de
amargamente pelo primogênito. RA povo e de mulheres, as quais o
pranteavam e lamentavam.
13
Apocalipse 1.7

Eis que vem com as nuvens, e todo


olho o verá, até quantos o
traspassaram. E todas as tribos da
terra se lamentarão sobre ele.
Certamente. Amém! RA

Zacarias 13.7 Marcos 14.27

Desperta, ó espada, contra o meu Então, lhes disse Jesus: Todos vós
pastor e contra o homem que é o vos escandalizareis, porque está
meu companheiro, diz o Senhor dos escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas
Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas. RA
ficarão dispersas; mas volverei a
mão para os pequeninos. RA

Zacarias 14.1–2 Lucas 21.20–24

Eis que vem o Dia do SENHOR, em 20 Quando, porém, virdes


que os teus despojos se repartirão Jerusalém sitiada de exércitos, sabei
no meio de ti. 2 Porque eu ajuntarei que está próxima a sua devastação.
todas as nações para a peleja contra 21 Então, os que estiverem na
Jerusalém; e a cidade será tomada, Judeia, fujam para os montes; os que
e as casas serão saqueadas, e as se encontrarem dentro da cidade,
mulheres, forçadas; metade da retirem-se; e os que estiverem nos
cidade sairá para o cativeiro, mas o campos, não entrem nela. 22 Porque
restante do povo não será expulso estes dias são de vingança, para se
da cidade. cumprir tudo o que está escrito.
23 Ai das que estiverem grávidas e
das que amamentarem naqueles
dias! Porque haverá grande aflição
na terra e ira contra este povo.
24 Cairão a fio de espada e serão
levados cativos para todas as
nações; e, até que os tempos dos
14
gentios se completem, Jerusalém
será pisada por eles.

Mc 13.14–20

Quando, pois, virdes o abominável


da desolação situado onde não deve
estar (quem lê entenda), então, os
que estiverem na Judeia fujam para
os montes; 15 quem estiver em
cima, no eirado, não desça nem
entre para tirar da sua casa alguma
coisa; 16 e o que estiver no campo
não volte atrás para buscar a sua
capa. 17 Ai das que estiverem
grávidas e das que amamentarem
naqueles dias! 18 Orai para que isso
não suceda no inverno. 19 Porque
aqueles dias serão de tamanha
tribulação como nunca houve desde
o princípio do mundo, que Deus
criou, até agora e nunca jamais
haverá. 20 Não tivesse o Senhor
abreviado aqueles dias, e ninguém
se salvaria; mas, por causa dos
eleitos que ele escolheu, abreviou
tais dias.

Zacarias 14.5 Lucas 21.20–24

Fugireis pelo vale dos meus 20 Quando, porém, virdes Jerusalém


montes, porque o vale dos montes sitiada de exércitos, sabei que está
chegará até Azal; sim, fugireis como próxima a sua devastação. 21 Então,
fugistes do terremoto nos dias de os que estiverem na Judeia, fujam
15
Uzias, rei de Judá; então, virá o para os montes; os que se
Senhor, meu Deus, e todos os encontrarem dentro da cidade,
santos, com ele. RA retirem-se; e os que estiverem nos
campos, não entrem nela. 22 Porque
estes dias são de vingança, para se
cumprir tudo o que está escrito.
23 Ai das que estiverem grávidas e
das que amamentarem naqueles
dias! Porque haverá grande aflição
na terra e ira contra este povo.
24 Cairão a fio de espada e serão
levados cativos para todas as
nações; e, até que os tempos dos
gentios se completem, Jerusalém
será pisada por eles.

Zacarias 14.7 Apocalipse 21.25

Mas será um dia singular conhecido As suas portas nunca jamais se


do Senhor; não será nem dia nem fecharão de dia, porque, nela, não
noite, mas haverá luz à tarde. RA haverá noite. RA

Apocalipse 22.5

Então, já não haverá noite, nem


precisam eles de luz de candeia, nem
da luz do sol, porque o Senhor Deus
brilhará sobre eles, e reinarão pelos
séculos dos séculos. RA

Zacarias 14.8 João 7.38


16
Naquele dia, também sucederá que Quem crer em mim, como diz a
correrão de Jerusalém águas vivas, Escritura, do seu interior fluirão rios
metade delas para o mar oriental, e de água viva. RA
a outra metade, até ao mar
ocidental; no verão e no inverno,
sucederá isto. RA
Apocalipse 22.1

Então, me mostrou o rio da água da


vida, brilhante como cristal, que sai
do trono de Deus e do Cordeiro. RA

Zacarias 14.9 Apocalipse 11.15

O Senhor será Rei sobre toda a O sétimo anjo tocou a trombeta, e


terra; naquele dia, um só será o houve no céu grandes vozes,
Senhor, e um só será o seu nome. dizendo: O reino do mundo se
RA tornou de nosso Senhor e do seu
Cristo, e ele reinará pelos séculos
dos séculos. RA

Zacarias 14.11 Apocalipse 22.3

Habitarão nela, e já não haverá Nunca mais haverá qualquer


maldição, e Jerusalém habitará maldição. Nela, estará o trono de
segura. RA Deus e do Cordeiro. Os seus servos o
servirão, RA

Zacarias 14.10 Ap 21.1–3

Toda a terra se tornará como a Vi novo céu e nova terra, pois o


planície de Geba a Rimom, ao sul de primeiro céu e a primeira terra
Jerusalém; esta será exaltada e passaram, e o mar já não existe. 2 Vi
habitada no seu lugar, desde a Porta também a cidade santa, a nova
17
de Benjamim até ao lugar da Jerusalém, que descia do céu, da
primeira porta, até à Porta da parte de Deus, ataviada como noiva
Esquina e desde a Torre de Hananel adornada para o seu esposo.
até aos lagares do rei. 11 Habitarão 3 Então, ouvi grande voz vinda do
nela, e já não haverá maldição, e trono, dizendo: Eis o tabernáculo de
Jerusalém habitará segura. Deus com os homens. Deus habitará
com eles. Eles serão povos de Deus,
e Deus mesmo estará com eles.

Ap 21.10–11

“... e me transportou, em espírito,


até a uma grande e elevada
montanha e me mostrou a santa
cidade, Jerusalém, que descia do
céu, da parte de Deus, a qual tem a
glória de Deus. O seu fulgor era
semelhante a uma pedra
preciosíssima, como pedra de jaspe
cristalina.

Zacarias 14.12 Apocalipse 19:15-18

Esta será a praga com que o Sai da sua boca uma espada afiada,
SENHOR ferirá a todos os povos que para com ela ferir as nações; e ele
guerrearem contra Jerusalém: mesmo as regerá com cetro de ferro
e, pessoalmente, pisa o lagar do
vinho do furor da ira do Deus Todo-
Poderoso. Tem no seu manto e na
sua coxa um nome inscrito: REI DOS
REIS E SENHOR DOS SENHORES.
Então, vi um anjo posto em pé no
sol, e clamou com grande voz,
falando a todas as aves que voam
18
pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos
para a grande ceia de Deus, para que
comais carnes de reis, carnes de
comandantes, carnes de poderosos,
carnes de cavalos e seus cavaleiros,
carnes de todos, quer livres, quer
escravos, tanto pequenos como
grandes.

Zacarias 14.16 Apocalipse 21.24–26

Todos os que restarem de todas as As nações andarão mediante a sua


nações que vieram contra luz, e os reis da terra lhe trazem a
Jerusalém subirão de ano em ano sua glória. 25 As suas portas nunca
para adorar o Rei, o SENHOR dos jamais se fecharão de dia, porque,
Exércitos, e para celebrar a Festa nela, não haverá noite. 26 E lhe
dos Tabernáculos. trarão a glória e a honra das nações.
19

O perigo do literalismo

É preciso reconhecer que a linguagem profética está repleta de figuras de


linguagem, pois Deus falou aos profetas através de sonhos, visões, palavras
obscuras e enigmáticas (Nm 12.6-8 e Os 12.10). Jesus profetizou a destruição
do templo de Jerusalém, mas jamais profetizou sua restauração em termos
literais. Não existe também nenhum texto no Novo Testamento que fale da
reconstrução do templo destruído em 70 d.C.

Boa parte das profecias do Antigo Testamento que dizem respeito a


restauração de Israel se cumpriram com o retorno do cativeiro babilônico
que possibilitou a reconstrução da cidade, seus muros e do templo. Outras
se cumpriram no remanescente fiel de Israel que é a Igreja como podemos
observar em Atos 15.14-18, quando Tiago afirmou que a profecia de Amós
9.11-12 cumpriu-se em Cristo que restaurou o Tabernáculo caído de Davi
para que todos, não apenas judeus, mas também os gentios de todos os
povos, pudessem buscar ao Senhor, tornando-se também parte do povo de
Deus que é a Igreja. Portanto, tal profecia não se cumpriu literalmente, pois
o reino não foi literalmente restaurado como nos dias de Davi, mas, sim,
espiritualmente, em Cristo. Veja a interpretação de Tiago: “... expôs Simão
como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles
um povo para o seu nome. 15 Conferem com isto as palavras dos profetas,
como está escrito: Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o
tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei. Para
que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre
os quais tem sido invocado o meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas
conhecidas desde séculos.” (At 15.14-18).
20

Uma interpretação literal de Zacarias 14 tem levado muitos ao absurdo de


concluírem que, em um reino milenar, o sacerdócio levítico será restaurado
e retornaremos a prática de sacrifícios de animais no templo que precisará
ser mais uma vez reconstruído em Jerusalém, e que os povos virão
anualmente a Jerusalém para a celebração da festa judaica dos Tabernáculos
nos moldes do Antigo Testamento.

Os dispensacionalistas fazem questão de ignorar o fato de que o Templo


se revestiu de um novo significado no Novo Testamento, tornando-se um
tipo de Cristo e de sua Igreja, encontrando aí seu último e definitivo
significado e cumprimento (Ef 2:19-22; 1Co 3.16). O termo templo aparece
12 vezes no livro de Apocalipse e, em cada uma das ocorrências, está se
referindo ao templo celestial ou ao Senhor Deus mesmo. “Nela, não vi
santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o
Cordeiro” (Ap 21:22). Deus não habita em templos construídos por mãos
humanas (At 7.48; 17.24). O tabernáculo ou o templo do Antigo Testamento
eram sombra da realidade que se manifestou em Cristo e na sua Igreja (Hb
9.9-10.14). Com a chegada do verdadeiro templo, não há lugar mais para
templos construídos por mãos humanas.

Assim como a glória do Senhor encheu o tabernáculo e o templo no Antigo


Testamento (Ex 40:34; 1Rs 8.10), a partir de Pentecoste, a Igreja, o Corpo
de Cristo, foi cheia do Espírito Santo de Deus! “Porque nós somos santuário
do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei
o seu Deus, e eles serão o meu povo. (2Co 6.16).

Jesus fez um sacrifício eficaz, pleno, uma vez por todas, não havendo,
portanto, mais lugar para os cerimoniais e sacrifícios judaicos que haviam
sido instituídos como sombras da realidade que se cumpriu em Cristo (Hb
9:9, 23, 24; 10:1-3, 11). Portanto, não há mais cabimento para o retorno a
práticas dos sacrifícios do templo.

Em João 4.21–23, falando à mulher samaritana, Jesus anunciou a chegada do


tempo em que a verdadeira adoração não estaria mais confinada ao templo
21
de Jerusalém, mas que se tornaria descentralizada e universal, realizada em
espírito e em verdade.

Os dispensacionalistas em sua insistência em enxergar dois povos de Deus,


Israel e Igreja, e com sua crença na existência de dois propósitos e planos
distintos para cada um destes povos, acabam promovendo a revitalização no
seio evangélico das sombras do Antigo Testamento que já foram plenamente
superadas pela substância no Novo Testamento. Entretanto, Deus não tem
dois povos, mas somente um. O Novo Testamento vê as profecias do Antigo
Testamento encontrando seu cumprimento em Cristo e em sua Igreja. A
Igreja Cristã foi edificada sobre o fundamento dos profetas e dos apóstolos
judeus (Ef 2.14-16). Ela não constitui um segundo povo de Deus. Deus tem
apenas um povo (Jo 10.16; Ef 2.14-16). Os gentios crentes foram enxertados
na mesma “oliveira”, tomando parte na mesma raiz e tronco do hebreu
Abraão (Rm 11.16-18). Não existe um plano de salvação distinto para Israel.
Pois Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11). A esperança futura para
Israel é aceitar o Cristo, sendo novamente reconduzido a mesma e única
Árvore, a oliveira, o Corpo de Cristo, que é a Igreja, da qual fazem parte
judeus e gentios crentes, não havendo mais lugar para distinções e divisões,
pois, em Cristo foi derrubada a parede de separação que existia entre judeus
e gentios.

Portanto, os cristãos que defendem a necessidade da reconstrução do


templo estão regredindo ao sistema sacrificial do período pré-cristão. Sistema
este que foi anulado, tornando-se obsoleto, por ter sido substituído e
superado pelo sacrifício definitivo de Cristo na Cruz. Pois, o sacrifício do
verdadeiro Cordeiro de Deus não permite mais lugar para outros sacrifícios.
O retorno à prática destes sacrifícios em um templo construído por mãos
humanas, ainda que em caráter de celebração simbólica, é algo descabido que
revela um descaso para com o sacrifício supremo realizado por Cristo na
cruz.
22

O caráter condicional de
muitas profecias

Além disto, muitas profecias foram dadas em caráter condicional: “E se o


meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a
minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2Cr 7.14). “Porque assim
diz o SENHOR Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em
sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa
força, mas não o quisestes.” (Is 30.15). Jerusalém, Jerusalém, que matas os
profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir
os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e
vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” (Mt 23.37–38).
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos quantos
o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos
que creem no seu nome” (Jo 1.11–12). “Assim como também diz em Oseias:
Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada;
e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão
chamados filhos do Deus vivo. Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías:
Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o
remanescente é que será salvo. Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre
a terra, cabalmente e em breve; como Isaías já disse: Se o Senhor dos
Exércitos não nos tivesse deixado descendência, ter-nos-íamos tornado
como Sodoma e semelhantes a Gomorra.” (Rm 9.25–29). “E Isaías a mais
se atreve e diz: Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que
23
não perguntavam por mim. Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia
estendi as mãos a um povo rebelde e contradizente. (Rm 10.20–21).

“Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube
a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé. Pois,
se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa,
porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão.
Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de
que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está
no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão, porque Abraão
é pai de todos nós, como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.
(Rm 4.13–17).
24

Zacarias 14 e a queda
de Jerusalém

O exército do Império Romano, que englobava inúmeras nações, cercaram


e, por fim, destruíram a cidade de Jerusalém e profanaram e destruíram o
templo em 67-70 d.C. conforme profetizou Zacarias 14.1-2. A angústia e
desolação de Jerusalém foi a maior de toda a sua história. Sua destruição foi
tal que os soldados puderam tranquilamente dividir os despojos no meio da
cidade. Os judeus que não foram mortos, acabaram sendo levados cativos.
Jerusalém passou a ser pisada pelos gentios que repartiram os despojos no
meio da cidade destruída. Veja como Jesus interpretou Zacarias 14 e as
Setenta Semanas de Daniel e como tudo isto se cumpriu naquela mesma
geração (70 d.C.) conforme ele mesmo profetizou: "Quando, porém, virdes
Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que se
encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos,
não entrem nela. Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o
que está escrito. Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem
naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo.
Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que
os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles." (Lc
21.20–24). Impressionante!

Algumas observações importantes nesta fala de Jesus que também está


registrada em Mateus 24 e Marcos 13:

1. A frase “para se cumprir tudo o que está escrito” indica que


não foram poucas as profecias a respeito de uma nova destruição de
Jerusalém além daquela ocorrida em 586 a.C. A quais profecias Jesus
25
está se referindo? Não estariam entre elas Zacarias 14 e Daniel 9?
Obviamente que sim, pois tratam daquele que viria a ser o Dia do
Senhor contra Israel que rejeitou o Messias, o maior Juízo de Deus
contra a cidade de Jerusalém em toda a sua história (Dn 9.26; Mt
22.1-10; 24:3,21-35; Zc 14.1-2; Mc 13.19; Lc 19:11-27,41-44; 21.22-
24), Jerusalém sofreria tamanho castigo por conta de terem rejeitado
e assassinado do Ungido (Dn 9.26; Zc 13.7-9; Mt 22.6-7; 23.34-39;
24.1-2). Jesus é o melhor intérprete da profecia de Zacarias, Daniel e
de todos os demais profetas do Antigo Testamento!

2. Jesus deixou claro que a destruição do templo e da cidade de


Jerusalém ocorreria naquela mesma geração: “todas estas coisas hão
de vir sobre a presente geração “(Mt 23.36; cf. Mt 24.34; Mc 13.30;
Lc 21.32). O que acabou realmente acontecendo no ano 70 d.C.
Confirmando que o evento decorrente da Morte do Ungido é a
destruição de Jerusalém, tudo acontecendo naquela mesma geração!
Como você acha que os discípulos de Jesus interpretaram estas suas
palavras quando viram os exércitos romanos se aproximando da
cidade? Certamente que os cristãos que temem o Senhor, deram
ouvidos as suas advertências e fugiram da cidade para escapar
daquela grande tribulação. E como foi que eles interpretaram
Zacarias 14, Daniel 9, Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21 quando
receberam a notícia de tudo o que se passou Jerusalém? Os
moradores de Jerusalém sofreram as maiores barbaridades, durante
os anos de cerco, a fome foi tanta que chegaram ao ponto de
sacrificarem infantes para canibalismo, “ai das grávidas e das que
amamentam”. Quando o exército romano invadiu a cidade, a
carnificina foi tremenda. O General Tito profanou o templo antes de
destruí-lo totalmente, não deixando pedra sobre pedra. A cidade foi
queimada e os sobreviventes levados cativos. A página mais triste de
toda a história de Jerusalém conforme profetizou o Senhor Jesus
Cristo e também profetizaram os profetas do Antigo Testamento.

3. O discurso de Jesus em Lucas revela com maior clareza que,


depois de destruída, os judeus seriam levados cativos para todas as
26
nações e a cidade de Jerusalém seria pisada pelos gentios até que a
plenitude de salvação dos gentios se completasse (Lc 21.24). Então,
esta grande tribulação e devastação de Jerusalém não termina com a
Segunda Vinda de Cristo e o milênio, pois Jesus disse que os judeus
seriam levados cativos e que Jerusalém seria pisada pelos gentios até
a plenitude deles fosse alcançada, o que sugere um longo período
posterior antes do fim. Interessante observar que Jerusalém foi
realmente dominada por gentios até recentemente. Muito embora
seja sendo ainda sendo motivo de muita disputa, em 1948, Israel foi
reconhecida como nação. Sinal dos tempos!
27

Deus promete livramento


para o seu povo

Neste juízo contra Jerusalém, Deus lutou por seu verdadeiro povo,
promovendo escape para o remanescente fiel de Israel que recebeu a Jesus
como Messias (Zc 14.3-4). O Senhor peleja por seu verdadeiro Israel (Js
10.14). Numa linguagem figurada, “o Senhor está para sair do seu lugar, e
descerá, e andará sobre as alturas da terra. E os montes debaixo dele se
derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas
que se precipitam num abismo”. (Mq 1:3-4). “Descias, e os montes tremiam
à tua presença”. (Is 64-3). "Os montes te veem e se contorcem” (Hc 3.10).
Com a fenda do Monte das Oliveiras criou-se um vale que serviu de escape
para aqueles que realmente pertencem a Deus: "Fugireis pelo vale dos meus
montes" (Zc 14.5). Jesus advertiu seus discípulos: "os que estiverem na
Judeia fujam para os montes” (Mt 24.16). Eles realmente puderam escapar
quando viram os exércitos romanos se aproximando de Jerusalém!

As montanhas ao redor de Jerusalém e os seus muros representavam


separação entre judeus e gentios. O Monte partido e a queda do muro,
representam também a queda do muro de separação entre judeus e gentios
(Ef 2). Ao fugirem de Jerusalém, os judeus cristãos vão a outras partes do
mundo espalhando as Boas Novas do Evangelho como parte do Rio de Deus
que sai do Verdadeiro Templo que é o nosso Senhor Jesus Cristo, como
águas vivas correndo de Jerusalém para irrigar o mundo inteiro (Ez 47; Jo
7.38). Como disse Zacarias: ““correrão de Jerusalém águas vivas, metade
delas para o mar oriental, e a outra metade, até ao mar ocidental; no verão e
no inverno, sucederá isto. O SENHOR será Rei sobre toda a terra; naquele
dia, um só será o SENHOR, e um só será o seu nome.” (Zc 14.8–9). A
destruição do templo acabou contribuindo também para caracterizar a
28
chegada do novo tempo em que a adoração Deus passa a ser
descentralizada, acontecendo onde quer que dois ou mais estejam reunidos
em nome de Jesus para adorar a Deus em espírito e em verdade.

Interpretar Zacarias 14.4-5 como uma referência a Segunda Vinda de


Cristo é complicado porque não faria sentido que os que são de Deus
tivessem que fugir exatamente quando Cristo vem para salvá-los. Além do
mais, sabemos que a Segunda Vinda de Cristo marcará o fim de qualquer
espécie de conflito e temor para o seu povo. Com o sopro de sua boca, Jesus
destruirá o iníquo. Quando Jesus retornar, seu povo não terá o que temer.
Aquele não será o dia de nossa fuga, mas do nosso encontro com Ele!
29

“Toda terra se tornará como


a planície de Geba a
Rimom”. (Zc 14.10)

Tais transformações topográficas apontam para reformas morais que vão


se ampliando a medida que o Evangelho do Reino se expande pelo mundo,
difundindo seus valores. Linguagem semelhante a que vemos em Isaías 40.3-
4: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR;
endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo vale será aterrado, e nivelados,
todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares
escabrosos, aplanados.” Sabemos que esta profecia se cumpriu de modo
figurado no ministério de João Batista. Portanto, profecias assim não
requerem um cumprimento literal, pois usam figuras de linguagem, algo
muito típico da literatura profética e também da apocalíptica.

Juízo contra as nações

Roma, como a Assíria, serviu como a "vara da ira de Deus” (Is 10:5). Como
aconteceu no tempo oportuno tanto com a Assíria quanto com a Babilônia,
o juízo de Deus virá também contra o Império Romano. Interessante notar
que neste período da destruição de Jerusalém, inicia-se também o processo
de decadência do Império Romano que irá sucumbir, enquanto o
30
Cristianismo irá crescer e se tornar a maior religião e influência sobre a
face da terra.

As maldições para os que violam a aliança são pronunciadas sobre os


inimigos do povo de Deus (Zc 14. 12-15; cf. Dt 28:15-68; Lv 26:14-26). É
importante observar a semelhança que há aqui (Zc 14. 12-15) com a
linguagem de juízo pronunciada contra a Assíria: “Então, a Assíria cairá pela
espada, não de homem; a espada, não de homem, a devorará; fugirá diante
da espada, e os seus jovens serão sujeitos a trabalhos forçados. De medo não
atinará com a sua rocha de refúgio; os seus príncipes, espavoridos, desertarão
a bandeira, diz o SENHOR, cujo fogo está em Sião e cuja fornalha, em
Jerusalém.” (Is 31.8–9).

“Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos
debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.” (1Co 15.25–
26). Portanto, este reinado de Cristo mencionado por Paulo só pode ser
aquele que se dá na era da Igreja, antes da Segunda Vinda, pois é por ocasião
da Segunda Vinda que a morte será tragada pela vitória! (1Co15.54). Sabemos
também que, por fim, Jesus julgará as nações (Mt 25.31-32). “Aleluia! A
salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e
justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra
com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.”
(Ap 19.1–2; ver também Ap 19.15-21).
31

A festa dos Tabernáculos


– Festa da Colheita! –

A menção a Festa dos Tabernáculos não é para ser entendida como uma
restauração literal da festa nos moldes do Antigo Testamento. A profecia
descreve as bênçãos espirituais futuras em termos próprios de sua
religiosidade e cultura. Os convertidos das nações experimentarão a
redenção e virão com alegria para adorar o redentor (Zc 14:16-19, cp. Ap
21.24-26).

Devemos lembrar que se trata de uma das 3 grandes festas de Israel. A


última das 7 Festas do Pentateuco. Os judeus construíram tendas para
celebrar a Deus que os redimiu da escravidão do Egito (Lv 23:39-43). É
exatamente aquela que celebra a plenitude da colheita! (Ex 23.16; Dt 16:13-
15). Os Campos brancos para a ceifa! (Jo 4:35-38) E, de alguma maneira,
Jesus relaciona a Queda de Jerusalém com a plenitude dos gentios (Lc 21.24).
A Festa dos Tabernáculos celebra a plenitude dos salvos e a vida eterna!

Um paralelo pode ser traçado entre as três grandes festas judaicas e o


cristianismo de modo que a Páscoa diz respeito à redenção em Cristo,
Pentecostes ao penhor do Espírito, os primeiros frutos do Reino, por fim, a
Festa dos Tabernáculos celebra a plenitude da colheita. O sacrifício de Cristo
não foi em vão! Aquele que plantou com lágrimas, retornará com alegria
carregando os seus feixes (Sl 126). A vida abundante que temos em Cristo
(Jo 10.10). "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem
abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em
Cristo" (Ef 1.3). Celebramos a Jesus como a nossa fonte inesgotável de água
da vida que nos faz saltar para a vida eterna! (Jo 4.13). Referindo-se a Zacarias
14 e a Ezequiel 47, ao participar da Festa dos Tabernáculos, foi que Jesus fez
32
o seguinte convite: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer
em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (Jo
7.37–38). João acrescenta que isto se referia ao Espírito Santo que seria
derramado sobre os discípulos! (Jo.7.29). Através do Cordeiro da Páscoa e
do Espírito derramado a partir do Pentecostes, podemos desfrutar da nova
e abundante vida em Cristo agora e para todo o sempre!

No entanto, os que não se converterem a Cristo serão privados das


bênçãos do Reino (Zc 14.17-19). Como, por exemplo, da chuva que é
símbolo do favor de Deus (Ho 6:3).

A profecia aponta para o dia em que Jesus “será Rei sobre toda a terra;
naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o seu nome” (Zc 14.9). De
modo que tudo será consagrado a ele, até as coisas mais comuns como as
campainhas dos cavalos receberão a inscrição que até então era colocada
apenas na mitra do sumo sacerdote, a saber: "Santidade para o Senhor (Zc
14.20; cp. Ex 28:36), assim como todas as panelas das casas serão também
consideradas santas e consagradas a Deus (Zc 14.21). E “já não haverá
maldição” (Zc 14.11) e nem mercadores na Casa de Deus (Zc 14.21). As
maldições para os que violam a aliança são pronunciadas sobre os inimigos
do povo de Deus (Zc 14. 12-15; cf. Dt 28:15-68; Lv 26:14-26). Nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus! (Rm 8.1). Desfrutarão de
abundância, paz e segurança! (Zc 14.11,14).
33

Conclusão

Devemos reconhecer o contexto em que as profecias foram proferidas e


as características peculiares da linguagem profética. Precisamos também
deixar que a Bíblia interprete a própria Bíblia, levando seriamente em
consideração as intepretações que Cristo e seus Apóstolos deram as profecias
do Antigo Testamento. Como dissemos a princípio, o ensino de que será
restaurado o sacerdócio levítico para celebração sacrifícios de animais no
templo na época do Milênio é um contrassenso, um injustificável retrocesso,
que ofende a cruz de Cristo. O futuro deve ser encarado como a consumação
da realidade e não como um retorno as sombras do passado. Em Cristo e
sua Igreja, já nesta era e ainda mais plenamente na Nova Jerusalém, é que se
cumprem as profecias que dizem respeito a restauração de Jerusalém e do
reino de Israel. A própria promessa de uma terra prometida será cumprida
na Nova Jerusalém como disseram Paulo e o autor de Hebreus (Rm 4:13;
Hb 11:9-10).
34
BIBLIOGRAFIA

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Obras importantes para pesquisa

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– é Ficção ou Fato Histórico Irrefutável? –
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A Escatologia pode ser Verde?


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A Verdade sobre o Preterismo Parcial


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A Ilusão Pré-Milenista
- O Quiliasmo analisado à luz das Escrituras -
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Comentário Preterista sobre o Apocalipse


– Volume Único –
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Cristo Desceu ao Inferno?


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Crítica do Preterismo Completo
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Desmascarando o Dogma Dispensacionalista


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Uma Refutação Bíblica ao Dispensacionalismo


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Dispensacionalismo (Lista de Passagens da Escritura)


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JESUS – A Chave Hermenêutica das Escrituras


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Léxico do Grego do Novo Testamento


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Tradução: Paulo Sérgio Gomes.
Edição em língua portuguesa © 2012
por Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
Todos os direitos reservados.

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Link: www.revistacrista.org/literatura_Revista023.html

Mateus 25 e o grande Julgamento


César Francisco Raymundo, 30 páginas.
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O Padrão Éden
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O Universo em Colapso na Bíblia


– eventos literais ou metáfora poderosa?
Brian Godawa, 29 páginas.
Link: www.revistacrista.org/literatura_Revista017.htm

Pós-Milenarismo PARA LEIGOS


Kenneth L. Gentry Jr., 92 páginas.
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Predições de Cristo
Hermes C. Fernandes
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Refutando o Preterismo Completo


César Francisco Raymundo, 112 páginas.
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Sem Arrebatamento Secreto


– Um guia otimista para o fim do mundo –
Jonathan Welton, 223 páginas.
Link: www.revistacrista.org/literatura_Sem%20Arrebatamento%20Secreto.htm

70 Semanas de Daniel
Kenneth L. Gentry, Jr., 35 páginas.
Link: www.revistacrista.org/literatura_Revista012.htm

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