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Laboratórios Integrados 6A

6A

Módulo de Materiais

INTERPRETAÇÃO DE DIFERENTES
TIPOS DE CORROSÃO / PROTECÇÃO
CATÓDICA

Docente: Eng.ª Ana Cabral Turma LQQ62N

Grupo Nº1A

Lygia Braga nº9548


Margarida Vasconcelos nº10972

Semestre Verão
2009/2010
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
LI6A_ Módulo de Materiais
1. ÍNDICE
1. INDICE 1
2. RESUMO 2
3. INTRODUÇÃO 2
3.1 VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
2
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO

3.2. COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES 3


3.3. CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA
4
POR ÂNODOS SACRIFICIAIS

4. PARTE EXPERIMENTAL 6
4.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
6
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO

4.2. COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES 8


4.3. CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA
9
POR ÂNODOS SACRIFICIAIS

5. RESULTADOS BRUTOS 10
5.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
10
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO

5.2. COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES 11


5.3. CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA
11
POR ÂNODOS SACRIFICIAIS

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 12
6.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
12
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO

6.2 COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES 14


6.3 CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA
19
POR ÂNODOS SACRIFICIAIS

7. CONCLUSÕES 23
7.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
23
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO

7.2. COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES 23


7.3. CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA
24
POR ÂNODOS SACRIFICIAIS

8. BIBLIOGRAFIA 27

2. RESUMO

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 1


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O primeiro destes trabalhos divide-se em duas partes, na primeira o objectivo é a visualização
das zonas anódicas e catódicas num metal isolado em condições de corrosão sendo este estudo
efectuado numa amostra de Ferro e noutra de Alumínio. Na segunda parte vamos estudar o
comportamento do Ferro em diferentes soluções.

No segundo trabalho o objectivo é verificar /analisar as condições de protecção catódica do


ferro, por ânodos sacrificiais em amostras de aço, através da formação de células galvânicas,
colocadas em meio agressivo de cloreto de sódio.

3. INTRODUÇÃO
3.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL ISOLADO EM CONDIÇÕES DE
CORROSÃO
A natureza electroquímica dos processos de corrosão em meio aquoso foi notada ainda nos
primórdios do século passado, quando em 1825 WACKER observou a pilha de temperatura
diferencial, DAVI distinguiu a pilha de tensão diferencial em 1826. BECQUEREL observou a
pilha de concentração diferencial em 1827 e MARIANINI, em 1830, identificou a pilha de aeração
diferencial [DUTRA, 1987].
A característica fundamental do mecanismo electroquímico é que ele só se verifica em presença
de um electrólito. Para que a reacção de corrosão ocorra, é necessário que ocorram
simultaneamente a reacção anódica, reacção de oxidação, que libera electrões,
Me → Mez+ +ze
os quais se deslocam para outros pontos do metal onde ocorre a reacção catódica: reacção de
redução, que consome electrões

Mez++ze → Me

A reacção anódica tem como consequência a dissolução do metal ou transformação em outro


composto como óxido, produzindo-se então a corrosão. Por outro lado a reacção catódica
conduz à redução de espécies presentes no meio, sem a participação do metal sobre o qual ela
tem lugar, consumindo os electrões libertados até que as reacções atinjam o equilíbrio e a
corrosão cesse. Exemplos de reacções:

2(Fe → Fe2+ + 2e) oxidação

O2 + 2H2O + 4e → 4OH- redução

2Fe + O2 + 2H2O → 2Fe +O2 + 4OH- global

O mecanismo que se traduz no funcionamento de uma pilha de corrosão requer quatro


elementos imprescindíveis, a saber:

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• Uma área onde se passa a reacção anódica, por isso mesmo denominada de área anódica:
ânodo
• Uma área onde se passa a reacção catódica, por isso mesmo denominada de área catódica:
cátodo
• Uma ligação metálica que une ambas as áreas e por onde fluem os electrões resultantes da
reacção anódica: condutor
• Um electrólito em contacto simultâneo com as mesmas áreas por onde fluem os oões
resultantes de ambas as reacções: electrólito
A visualização destas pilhas de acção local, bem como a localização preferencial de zonas
anódicas e catódicas, pode ser posta em evidência através de indicadores sensíveis às espécies
formadas, provocadas pelo andamento das respectivas reacções, anódicas e catódicas.

3.2. COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES

O comportamento de um metal face a uma solução electrolítica depende não só das


características desse metal, como das características do electrólito, pH, presença de cloretos,
oxidantes, presença ou não de oxigénio, etc..Este comportamento pode ser previsto através da
variação do potencial de eléctrodo ao longo do tempo bem como através dos diagramas de
equilíbrio electroquímico potencial (E)/ pH – diagramas de Pourbaix.- Representações gráficas
das reacções possíveis a 25ºC e a pressão de 1 atm entre os metais e a água para os valores
usuais de pH e diferentes valore de potencial de eléctrodo.
Pourbaix desenvolveu um método gráfico que relaciona potencial e pH, dando a possibilidade de
se prever sob que condições iremos ter corrosão, imunidade ou passivação. Nestes diagramas
os parâmetros do potencial de eléctrodo (ENH) e de pH são representados para os vários
equilíbrios num eixo cartesiano estando ENH representado em ordenadas e o pH em abcissas.
As reacções que só dependem do pH são representadas por um conjunto de rectas paralelas ao
eixo das ordenadas, as que só dependem de potencial por um conjunto de rectas paralelas ás
abcissas e as que dependem de ambos por um conjunto de rectas paralelas inclinadas em
relação aos eixos coordenados.

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Fig.1 - Diagrama de Pourbaix para o Ferro

Os principais objectivos dos diagramas de Pourbaix são:


1.Mostrar os sentidos das várias reacções diversas a um determinado pH e potencial.
2.Construir uma base de estimativa da composição dos produtos de corrosão em diversas
combinações possíveis de pH e potencial.
3.Mostrar que alterações possíveis de pH e potencial poderão reduzir ou prevenir a corrosão.

3.3. CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA POR ÂNODOS


SACRIFICIAIS

Há muitos aspectos negativos associados à corrosão; o enfraquecimento das estruturas


metálicas enterradas, submersas e/ou em contacto com electrólitos podem originar problemas
de segurança e elevados custos associados à substituição das partes corroídas. Dai terem-se
desenvolvido grandes esforços para a obtenção de materiais capazes de resistir à corrosão ou
para a criação de condições que dificultem o seu aparecimento. As formas mais utilizadas para
combater este fenómeno são técnicas de revestimentos, galvanização, protecção catódica e
anódica.
O processo da protecção catódica de uma estrutura, que foi objecto de estudo do nosso
trabalho, fundamenta-se na obtenção da protecção pela presença de um outro metal que
estabelece uma corrente eléctrica a essa estrutura através do meio em que ela se encontra. O
processo corrosivo caracteriza-se sempre pelo aparecimento de zonas anódicas e catódicas na
superfície do material metálico com a consequente ocorrência de um fluxo de corrente eléctrica
das regiões anódicas para as catódicas através do electrólito sendo o retorno assegurado pelo
contacto metálico entre essas regiões. Esta situação é conseguida desde que para o metal em

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estudo, flua uma corrente tal que a sua tensão baixe para valores de potencial, correspondentes
à zona de imunidade, nas condições consideradas.
Pela natureza electroquímica da corrosão verifica-se que há um fluxo de corrente através do
electrólito e do metal de tal maneira que os catiões saem do ânodo para a solução ao mesmo
tempo que os electrões se dirigem do ânodo para o cátodo.
A taxa de corrosão depende da intensidade da corrente que flúi no sistema dependendo essa
intensidade da f.e.m total da pilha formada e das várias resistências ohmicas e não ohmicas do
circuito.
Proteger catodicamente uma estrutura significa eliminar por processo artificial as áreas anódicas
da superfície do metal fazendo com que adquira comportamento catódico, deixando de existir
um fluxo de corrente ânodo / cátodo.
São três os mecanismos que podem diminuir a corrosão quando se aplica a protecção catódica.

1º O potencial do metal atinge um valor tal que em todas as áreas do metal só corre um
processo catódico, i.e impede a reacção :
M → Mnn+ +ne-
2º O electrólito adjacente à superfície metálica torna-se mais básico devido à redução dos iões
hidrogénio H+ ou redução do oxigénio:

Arejado H2O + ½ O2 + 2e- → 2 OH-


Desarejado 2H2O + 2e- → H2 + OH-

3º No caso de materiais metálicos ferrosos a elevação do valor do pH, devido à formação do ião
OH- pode servir de inibição da corrosão. A elevação do pH acarreta a precipitação de
substâncias insolúveis que se podem depositar sobre o metal formando uma camada
protectora.

Existem dois métodos de protecção baseados no princípio de funcionamento da injecção de


corrente eléctrica na estrutura através do electrólito.


 Constituição de uma Célula Galvânica – Protecção Catódica por Ânodos sacrificiais


 Constituição de uma Célula Electrolítica – Protecção Catódica por Corrente Imposta

No primeiro processo o fluxo de corrente eléctrica fornecida origina uma diferença de potencial
existente entre o metal a proteger e o outro escolhido como ânodo, de potencial mais negativo
na tabela da série electroquímica de potenciais.

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É de fundamental importância a composição da liga para o bom desempenho do ânodo
galvânico, procura-se adicionar elementos para que o ânodo apresente as características
desejadas:

 Potencial de corrosão suficientemente negativo.

 Alta eficiência do ânodo: não deve conter impurezas que possam originar auto-corrosão
ou torná-lo ineficiente.

 Estado activo para que o ânodo seja corroído uniformemente, evitando que ocorra a sua
passivação.

 A utilização dos ânodos é função das características da estrutura a proteger e do tipo de
electrólito em contacto com o material metálico.

Os ânodos de sacrifício constituem um recurso muito eficiente e económico no controlo da


corrosão , apesar de ser um recurso eficiente, só deve ser empregue em último caso, por ser
dispendioso e obrigar a um constante cuidado de inspecção e de troca de ânodos de sacrifício.
Como critério geral, pode garantir-se que a protecção catódica do aço, será total ou parcial,
conforme o potencial de protecção (geralmente cerca de – 0,62V em relação ao eléctrodo normal
de hidrogénio ou -0,85 V relativamente ao E.S.C.) seja ou não atingido, sendo o meio menos
agressivo para pH elevados ,básicos .

4. PARTE EXPERIMENTAL
4.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL ISOLADO EM CONDIÇÕES DE
CORROSÃO
4.1.1. Material e Equipamento
Caixas de petri
Placa de Aquecimento
Amostras de Aço
Amostras de Alumínios
Lixa 220
Tubos de Ensaio

4.1.2. Reagentes
Hidróxido de Sódio (NaOH) 1N;
Ácido Clorídrico (HCl) 1:1 + 1g Hexametileno Tetramina
Acetona
Etanol
Gelatina 10%

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Peróxido de hidrogénio (H2O2) 30%
Cloreto de Sódio (NaCl) 1N e 0,1N
Indicador Universal (Alumínio)
Indicador “Ferroxil” (Aço)

4.1.3. Procedimento Experimental


4.1.3.1. Preparação das Superfícies do Aço e do Alumínio
Chapa de aço:
Decapar a chapa de aço numa solução de HCl 1:1 + 1g Hexametileno Tetramina.
Lavar com água corrente, passar com acetona e secar
Lixar com lixa 220 até obter à vista uma superfície lisa e isenta de produtos de
corrosão.
Lavar abundantemente com água destilada, álcool e secar com secador (ar frio)
Chapa de Alumínio:
Decapar a chapa de alumínio numa solução de NaOH (1N). Lavar com água
destilada e secar com papel.
Lixar com lixa 220 até obter à vista uma superfície lisa e isenta de produtos de
corrosão.
Lavar e secar com secador (ar frio)

4.1.3.2. Ataque das Chapas de Aço e Alumínio


Chapa de aço:
Introduzir num tubo de ensaio 5 mL de NaCl (0,1N) e 1 mL de indicador Ferroxil
Deitar cuidadosamente, com a ajuda de uma vareta uma gota desta solução e
deixando-a correr sobre a chapa de aço colocada horizontalmente numa caixa de
petri.
Chapa de Alumínio:
Introduzir num tubo de ensaio 5 mL de solução de gelatina a 10% aquecida a
70ºC. Juntar 2 mL de NaCl 1N, 1 mL H2O2 a 30% e 1mL de Indicador universal.
Deitar cuidadosamente, com a ajuda de uma vareta uma gota desta solução e
deixando-a correr sobre a chapa de alumínio colocada horizontalmente numa
caixa de petri
4.1.4. Alterações ao Método
Todas as soluções que careciam de preparação, já se encontravam preparadas.

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4.2. COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES
4.2.1. Material e Equipamento
Eléctrodo saturado de Calomelanos
Multímetro
Balança Analítica
Provetas
Espiras de aço
Rolhas

4.2.2. Reagentes
Cloreto de Sódio (NaCl) 1g/L
Dicromato de Potássio (K2Cr2O7) 1g/L
K2Cr2O7 1g/ + NaCl 1g/L
Hidróxido de Sódio (NaOH) 1g/L
Ácido Sulfúrico (H2SO4 )1g/L
Água da EPAL
Ácido Clorídrico (HCl) 1:1 + 2g/l Hexametileno Tetramina
Acetona

4.2.3. Procedimento Experimental


Decapar quimicamente as espiras em HCl 1:1+ 2g/l Hexametileno Tetramina.
Lavar em água corrente.
Desengordurá-las co acetona e secar com o secador (ar frio)
Pesar todas as espiras depois de tratadas (Pi)
Determinar o pH (pH inicial) de cada uma das soluções em estudo (K2Cr2O7 1g/L;
K2Cr2O7 1g/L + NaCl 1g/L; NaCl 1g/L; NaOH 1g/L; H2SO4 1g/L; Água da EPAL)
Mergulhar as espiras, cada uma numa das soluções em estudo, e determinar a
tensão das espiras (E0)
Repetir esta medição ao fim 30min e ao fim de 60min (E30 e E60)
Deixara as espiras imersas nas respectivas soluções durante uma semana
Ao fim deste tempo voltar a medira a tensão das espiras (Ef) e o pH das soluções
em estudo (pH final).
Observar o aspecto das espiras, coloração e quantidade dos produtos aderentes,
quantidade e coloração dos depósitos existentes no fundo e nas paredes das
provetas

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Retirar as espiras das soluções, lavá-las em água corrente, decapa-las com HCl
1:1+ 2g/l Hexametileno Tetramina, lava-las novamente em água corrente,
desengordurá-las com acetona e secar com secador (ar frio).
Pesar novamente as espiras (pf)

4.2.4. Alterações ao Método


Todas as soluções que careciam de preparação, já se encontravam preparadas.
O nosso trabalho incidiu sobre o comportamento do ferro em apenas duas das
soluções, K2Cr2O7 1g/l e K2Cr2O7 1g/ + NaCl 1g/. Assim a observação do aspecto
das espiras e dos depósitos encontrados nas soluções foi feita apenas nas
soluções por nós ensaiadas. No entanto com os dados dos restantes grupos de
trabalho referentes ás restantes soluções podemos proceder aos restantes
cálculos.

4.3. CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA POR ÂNODOS


SACRIFICIAIS.

4.3.1. Material e Equipamento


Medidor de pH
Multímetro
E.S.C.
Balança Analítica
Provetas
Chapas de Aço, Cobre, e Zinco
Fita de Magnésio
Lixa 220
Rolhas

4.3.2. Reagentes
Cloreto de Sódio (NaCl) 3%l
Ácido clorídrico (HCl) 1:1 + 1g/l Hexametileno Tetramina
Acetona

4.3.3. Procedimento Experimental


Preparar as chapas de aço, zinco, magnésio e cobre, decapando-as com HCl 1:1
+ 1g/l Hexametileno Tetramina (excepto o magnésio) e desengordurando-as com
acetona.
Pesar todas as chapas (Pi)

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Mergulhar cada uma das chapas em NaCl 3% e determinar as tensões assumidas
(E0) – Potenciais de abandono.
Constituir os pares galvânicos Fe/Zn, Fe/Mg, e Fe/Cu em NaCl 3% e medir as
respectivas intensidades de corrente (I0)
Repetir esta leitura ao fim de 30 e de 60 min (I30, I60)
Deixar os pares constituídos durante uma semana.
Medir o potencial das chapas (Ef) e a intensidade de corrente dos pares
galvânicos (If)
Observar o aspecto de todas as chapas
Retirá-las da solução limpá-las e pesá-las (Pf)

4.3.4. Alterações ao Método


Todas as soluções que careciam de preparação, já se encontravam preparadas.

5. RESULTADOS BRUTOS

5.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL ISOLADO EM


CONDIÇÕES DE CORROSÃO

Chapa de Aço

Chapa de Alumínio

Fig.2 Chapas de Aço e Aluminío

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5.2. COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES

TABELA 1
pH Peso (g) Potencial (V)
Solução
pH inicial pH final P inicial P final E0 E30 E60 Ef
K2Cr2O7 1g/L 5,21 5,49 2,7493 2,6150 -0,1161 0,0007 0,0000 -0,0159

K2Cr2O7 1g/ L+
4,68 5,79 2,7368 2,6189 -0,3285 -0,2963, -0,2970 -0,4812
NaCl 1g/L

NaCl 1g/L 6,76 6,87 3,2437 3,0115 -0,3765 -0,4525 -0,4731 -0,7012

NaOH 1g/L 11,66 11,52 2,6622 2,5696 -0,4625 -0,3691 -0,3554 -0,1079

H2SO4 1g/L 2,20 5,04 2,9242 2,6612 -0,5359 -0,5748 -0,5797 -0,6380

Água EPAL 6,78 7,63 2,6755 2,6229 -0,2513 -0,2485 -0,3019 -0,6338

5.3. CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA POR ÂNODOS


SACRIFICIAIS

5.3.1. Potencias de abandono:


TABELA 2

Potencial abandono inicia Potencial abandono 1 semana


Pares Galvânicos Metais
(V) (V)
Fe/Mg Fe -0,475 -0,785
Mg -1,710 ------ *
Fe/Zn Fe -0,480 -0,67
Zn -1,011 -1,040
Fe/Cu Fe -0,500 -0,740
Cu -0,178 -0,280

5.3.2. Intensidade de corrente dos pares galvânicos:

TABELA 3

Pares Galvânicos Iinicial (mA) I30 min (mA) I60 min (mA) I1 semana
Fe/Mg 25,0 27,4 ------ * ------*
Fe/Zn 0,54 0,65 1,40 0,20
Fe/Cu 0,41 0,53 0,94 0,001

*A fita de magnésio caiu antes de se completarem os 60min, a partir daí não se fizeram mais
leituras.

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5.3.3. Pesos iniciais e finais das chapas constituintes dos pares galvânicos:
TABELA 4

Pares Galvânicos Metais Peso inicial (g) Peso final (g)

Fe/Zn Fe 5.8430 5.8377


Zn 2.2407 2.2285
Fe/Cu Fe 5,8300 5.7938
Cu 9.6529 9.6595
Fe/Mg Fe 6,3016 6.3150

Mg 0.4401 ------*

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL ISOLADO EM


CONDIÇÕES DE CORROSÃO

No caso da chapa de aço (fig.1) atacada com a solução aquosa a 3% de NaCl, (electrólito)
em presença do indicador Ferroxil (contém ferrocianeto e fenolftaleína), observou-se o
aparecimento de uma zona de coloração azulada no centro da gota da solução de ataque,
correspondente à oxidação do Fe a Fe2+ (ânodo). A coloração azul deve-se à reacção do
ferrocianeto de potássio (reagente sensível ao Fe2+) com o Fe2+. As reacções são as
seguintes

Fe → Fe2+ 2e

3Fe2+ + 2Fe (CN)3-6 → Fe[Fe(CN)6]2

(Cor azul)

À volta dessa zona a coloração era rosa reflectindo a reacção de redução (cátodo) com
libertação de iões OH- a cor rosa deve-se á presença da fenolftaleina que em meio básico e
na presença de iões hidróxido apresenta esta coloração

A reacção de redução é a seguinte:

H2O + ½ O 2 + 2e → 2 OH-

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Cátodo Ânodo
Zona rosa correspondente à Zona azulada
reacção de redução com correspondente à
formação de iões hidróxido oxidação do Ferro

Fig. 3 Chapa de Aço


No caso da chapa de alumínio atacada com a solução aquosa a 3% de NaCl, (electrólito)
em presença do indicador universal, observou-se o aparecimento de uma zona amarela,
com pequenas zonas rosas no interior. A reacção anódica leva à formação de iões Al3+ que
ao reagirem com o O2 formam uma camada protector de Al2O3 – camada de passivação -
zona maior amarela correspondente na escala do indicador universal a um pH ligeiramente
ácido As pequenas zonas rosas que foram desaparecendo ao longo do tempo
correspondem á reacção de redução (cátodo) com libertação de iões OH- a cor rosa deve-se
á presença do indicador universal que em meio básico e na presença de iões hidróxido
apresenta esta coloração

Reacções:

Al → Al3+ + 3e reacção anódica

2H2O → O2 + 4H+ + 4e
4Al3+ + 3O2 → 2Al2O3 Formação da camada de passivação

H2O + ½ O 2 + 2e → 2 OH- Reação catódica

Zona amarela -
Formação da
Cátodo camada de
Pequenas zonas rosa passivação
correspondentes à reacção
de redução com formação
de iões hidróxido

Fig. 4 Chapa de Aluminío

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6.2. COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES


6.2.1. Observação visual:

Nas duas soluções em que estudámos o comportamento do Ferro, solução de Dicromato de


Potássio e de Dicromato de Potássio mais Cloreto de Sódio, podemos constatar o seguinte
ao fim de uma semana:

Na proveta que continha a solução de Dicromato de Potássio mais Cloreto de Sódio a espira
de ferro estava atacada, com produtos de corrosão (ferrugem) agarrados e a soltarem-se da
espira. Havia também bastantes produtos de corrosão depositados no fundo da proveta.

Na proveta que continha unicamente a solução de Dicromato de Potássio, não houve ataque
da espira de ferro.

6.2.2. Curvas E = f (T)::


6.2.2.1. Solução de Dicromato de Potássio 1g/L

Potência (V) vs Tempo (min)

0,02

0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,02

-0,04
Potência (V)

-0,06

-0,08

-0,1

-0,12

-0,14
Tempo (min)

Fig.5

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 14


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6.2.2.2. Solução de Dicromato de Potássio 1g/L+Cloreto de Sódio 1g/L

Potência (V) vs Tempo (min)

0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,05

-0,1

-0,15
Potência (V)

-0,2

-0,25

-0,3

-0,35

-0,4

-0,45

-0,5
Tempo (min)

Fig.6

6.2.2.3. Solução de Cloreto de Sódio 1g/L

Potência (V) vs Tempo (min)

0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,05

-0,1
-0,15
Potência (V)

-0,2
-0,25
-0,3

-0,35
-0,4

-0,45
-0,5
Tempo (min)

Fig. 7

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 15


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6.2.2.4. Solução de Hidróxido de Sódio 1g/L

Potência (V) vs Tempo (min)

0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,05
-0,1

-0,15
Potência (V)

-0,2

-0,25
-0,3

-0,35
-0,4

-0,45
-0,5
Tempo (min)

Fig. 8

6.2.2.5. Solução de Ácido Sulfúrico 1g/L

Potência (V) vs Tempo (min)

-0,53
-0,535 0 10 20 30 40 50 60 70

-0,54
-0,545
-0,55
Potência (V)

-0,555
-0,56
-0,565
-0,57
-0,575
-0,58
-0,585
Tempo (min)

Fig.9

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 16


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6.2.2.6. Água da EPAL

Potência (V) vs Tempo (min)

0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,05

-0,1
Potência (V)

-0,15

-0,2

-0,25

-0,3

-0,35
Tempo (min)

Fig. 10

6.2.3. Cálculo da taxa de corrosão de cada espira:

TABELA 5
Peso (g) Taxa de Corrosão
Solução
P inicial P final (%)
K2Cr2O7 1g/L 2,7493 2,6150 4,88

K2Cr2O7 1g/ L+
2,7368 2,6189 4,31
NaCl 1g/L
NaCl 1g/L 3,2437 3,0115 7,16

NaOH 1g/L 2,6622 2,5696 3,47

H2SO4 1g/L 2,9242 2,6612 9,00

Água EPAL 2,6755 2,6229 1,97

Pinicial − Pfinal
TaxadeCorrosão = × 100
Pinicial

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 17


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6.2.4. Diagramas de Pourbaix – previsão do comportamento do ferro em cada uma


das soluções tendo em atenção os pares de valores E-pH:

TABELA 6

Soluções pH inicial E0

K2Cr2O7 1g/L 5,21 -0,1161

K2Cr2O7 1g/ L+
4,68 -0,3285
NaCl 1g/L
NaCl 1g/L 6,76 -0,3765

NaOH 1g/L 11,66 -0,4625

H2SO4 1g/L 2,20 -0,5359

Água EPAL 6,78 -0,2513

Fig. 11 - Diagrama de Pourbaix para o Ferro

Com base na análise dos valores de pH e E (iniciais) podemos tirar as seguintes


conclusões

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 18


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Solução de K2Cr2O7 1g/L: pH inicial de 5,2 e potencial de -0,11 encontra-se no limite da
zona de passivação , pelo que se prevê que se forme uma camada passivante de óxido
de Ferro (Fe2O3 )

Solução de K2Cr2O7 1g/ L+ NaCl 1g/L: pH inicial de 4,7 e potencial de -0,3, encontra-se
na zona de corrosão podemos assim prever que se vai dar a corrosão do metal com
formação de iões Fe2+

Solução de NaCl 1g/L: pH inicial de 6,8 e potencial -0,38, encontra-se na zona de


corrosão podemos assim prever que tal como no caso da solução anterior se vai dar a
corrosão do metal com formação de iões Fe2+

Solução de NaOH 1g/L : pH inicial de 11,7 e o potencial de -0,46 encontra-se na zona de


formação de óxido Fe3O4 ou seja numa zona de passivação

Solução de H2SO4 1g/L: pH inicial de 2,2 e o potencial de -0,54 encontra-se na zona de


corrosão podemos assim prever que se vai dar a corrosão do metal com formação de
iões Fe2+ e H-.
Água da EPAL: pH inicial de 6,8 e potencial de -0,25, encontra-se na zona de formação
de óxido Fe3O4 ou seja numa zona de passivação

6.3. CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA POR ÂNODOS


SACRIFICIAIS:

6.3.1. Observações iniciais/ finais

Fe/Mg: Assim que se colocou a chapa de magnésio na solução ocorreu uma forte
libertação gasosa. A chapa de magnésio começou imediatamente a perder massa,
depositando-se no fundo da proveta. Antes de passar uma hora já só restava cerca de
metade da chapa de Mg e ao fim de uma semana toda a chapa de magnésio imersa se
desfez, no fundo da proveta havendo um depósito de cor laranja (ferrugem).

Cu/ Fe : Após uma semana o Fe apresenta corrosão, há muitos depósitos de ferrugem


no fundo da proveta.

Fe/ Zn : Após uma semana o zinco apresenta-se muito atacado, negro; há flocos de
produtos de corrosão do Zn (brancos) no fundo da proveta

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 19


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6.3.2. Comparação dos valores de potencial obtidos com os valores tabelados:

Para comparação dos potenciais é necessário converter os valores obtidos com o


Eléctrodo Saturado de Calomelanos, em valores do Eléctrodo Normal de Hidrogénio
,sabendo que ;
E(ENH)= E(ESC) + 0,244
TABELA 6

Pares Galvânicos Metais Elido (V vs ESC) Ecorrig (V vs ENH) Eo (V vs ENH)

Fe/Mg Fe -0.475 -0.231 -0,45


Mg -1,710 -1,466 -2,37
Fe/Zn Fe -0.480 -0,236 -0,45
Zn -1.011 -0,767 -0,76
Fe/Cu Fe -0.500 -0,265 -0,45
Cu - 0.178 0,06 +0,34

6.3.3. Análise do comportamento previsto dos metais com base nos valores dose
potenciais de abandono:

Par Fe/Mg - A grande diferença de potenciais entre o Ferro(+ electropositivo) e o


Magnésio (+ electronegativo) leva-nos a pensar que este último será um bom ânodo
para proteger o Ferro.
Par Fe/Zn – A análise feita é idêntica ao do par anterior
Par Fe/Cu - O potencial mais elevado do cobre (Cu) leva-nos a prever que este irá
funcionar como cátodo, não protegendo o ferro

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 20


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6.3.4. Representação gráfica I = f (t) para cada par galvânico:

I (mA) Vs Tempo (min)


30

25

20
I (mA)

15

10

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (min)
Fe/Mg Fe/Zn Fe/Cu

Fig. 12
6.3.5. Taxa de Corrosão::

Pinicial − Pfinal
TaxadeCorrosão = × 100
Pinicial
TABELA 7

Taxa de Corrosão
Pares Galvânicos Metais Peso inicial (g) Peso final (g)
(%)
Fe/Zn Fe 5.8430 5.8377 0,09
Zn 2.2407 2.2285 0,54
Fe/Cu Fe 5,8300 5.7938 0,62
Cu 9.6529 9.6595 0
Fe/Mg Fe 6,3016 6.3150 0

Mg 0.4401 ------* 100

6.3.6. Previsão de comportamentos dos pares:

Ferro/Magnésio:
Pares Potencial abandono inicial
Metais
A grande diferença de Galvânicos (V)
potenciais entre o ferro e o Fe/Mg Fe -0.480
magnésio poderia levar-nos a Mg -1.011

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 21


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pensar que o magnésio seria um bom ânodo para proteger o ferro, o que não se veio a
verificar.No início houve de facto protecção do ferro por parte do magnésio (precipitado
branco no fundo da proveta) mas, com o decorrer do tempo, o ferro começou a corroer-
se devido à degradação da chapa de magnésio, o que foi comprovado pelo aparecimento
de um precipitado alaranjado no fundo da proveta (ferrugem).

O que conduziu à rápida degradação do magnésio foi a libertação de hidrogénio à


superfície deste.
As reacções catódicas e anódicas são as seguintes:
2+
Reacção Catódica: Fe + 2e −  Fe Eº = -0,45 V

Reacção Anódica: Mg  Mg 2+ + 2e − Eº = -2,37

Ferro/Zinco:
Pares Potencial abandono inicial
Observando os valores Metais
Galvânicos (V)
da tabela de potenciais, Fe/Zn Fe -0.4515
Podemos concluir que o Zn -1.0099
zinco vai funcionar de ânodo actuando como barreira protectora do ferro (cátodo).
As reacções catódicas e anódicas são as seguintes:

Reacção Catódica: Fe2+ +2e-  Fe Eº = -0,45 V


Reacção Anódica: ZnZn 2+ +2e- Eº = -0,76 V

Ferro/Cobre:
Pares Potencial abandono inicial
O potencial mais Metais
Galvânicos (V)
elevado do cobre Fe/Cu Fe -0.500
(Cu) leva a prever Cu - 0.178
que este irá
funcionar de cátodo, não o protegendo.
As reacções catódicas e anódicas são as seguintes:

2+ -
Reacção Catódica: Fe  Fe + 2e Eº = -0,45 V
Reacção Anódica: Cu2++2e-  Cu Eº = +0,34 V

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 22


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7. CONCLUSÕES
7.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL ISOLADO EM
CONDIÇÕES DE CORROSÃO

Ao colocar-mos uma solução de electrólito á qual foi adicionado um indicador, sobre uma
chapa do metal a estudar foi possível visualizarmos as zonas catódicas e anódicas bem
como no caso do Alumínio a zona de passivação (fig.4). No caso da chapa de Aço e como já
descrito anteriormente podemos visualisar a zona de oxidação do ferro, em que os iões Fe2+
libertados reagiram com o Ferrocianeto de potássio dando origem a um composto de cor
azulada, e aparecendo uma zona de cor rosa referente à presença da fenolftaleina que em
meio básico e em presença de iões hidróxido, libertados na reacção de redução, apresenta
esta coloração (fig.5).

No caso da chapa de Alumínio podemos visualizar a zona anódica e catódica devido á


diferente coloração do indicador universal, que em zonas moderadamente acidas apresenta
uma coloração amarela (zona da oxidação do Alumínio metálico e formação da camada
passivante de óxido de Alumínio). A zona das reacções de redução (formação de iões
hidróxido), que vão ocorrendo em cada vez menor escala devido á passivação do Al, é
visualizada pela cor rosa que corresponde á coloração do indicador universal em pH alcalino.

7.2. COMPORTAMENTO DO FERRO EM DIFERENTES SOLUÇÕES

Recorrendo à análise quer da evolução E=f(T), da taxa de corrosão e das curvas de


Pourbaix podemos concluir quanto ao comportamento do ferro nas diferentes soluções:

Solução K2Cr2O7 1g/L (solução ligeiramente ácida com presença de um componente


oxidante)- Da análise do diagrama E0/pH pode prever-se que não irá existir corrosão uma
vez que para os valore iniciais de pH e E0 o ferro encontra-se no limiar da zona de
passivação com a formação de Fe2O3. O andamento da curva E=f(T) (fig.5) confirma essa
previsão uma vez que há aumento do E para valores positivos estabilizando ao fim de 1 hora.
E ao fim de uma semana o E baixa mas muito ligeiramente. No entanto a taxa de corrosão
(tabela 5) calculada foi um pouco elevada (4,88%) face ao expectável. Eventualmente poderá
ter havido algum erro durante as operações de pesagem das espiras.

Solução de K2Cr2O7 1g/ L+ NaCl 1g/L (solução ácida com solução de electrólito – NaCl)
Nesta solução verificou-se um aumento de E (fig.6), mas sem atingir valores positivos o que
faz prever que não vai chegar a formar-se a camada de passivação e que o aço se vai
continuara a correr ao longo do tempo, o que é confirmado com o valor de E ao fim de uma

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 23


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semana que baixa para valões < Einicial . Esta constatação é confirmada pela análise do
diagrama E0/pH, que para os valores iniciais de E e pH situa o ferro numa zona de corrosão.
A taxa de corrosão apresentada (4,31%; tabela 5) também confirma esta evolução.

Solução de NaCl 1g/L (solução de electrólito com pH neutro) – O E (fig.7) vai baixando em
função do tempo, atingindo ao fim de uma semana valores 2x inferiores ao inicial o que
confirma a análise feita pelo diagrama E0/pH que para os valores iniciais de E e pH situa o
ferro numa zona de corrosão. A elevada taxa de corrosão (7,16%; tabela 5) confirma também
esta análise.

Solução de NaOH 1g/L (solução alcalina) – De acordo com a análise feita através do
diagrama E0/pH podemos prever que com valores de pH na ordem dos 12 e E na ordem dos
-0,5 o ferro estará na zona de passivação com formação de uma película de Fe3O4.. O
andamento da curva E=f(T) (fig.8) confirma esta previsão, aumento do E ao longo do tempo
até um valor próximo de zero ao fim de uma semana. A moderada taxa de corrosão (3,7%;
tabela 5) também confirma esta análise.

Solução de H2SO4 1g/L (solução extremamente ácida) – Como seria de prever face á
análise do diagrama E0/pH, e considerando o pH extremamente ácido (2,2) desta solução,
bem como o baixo valor inicial de E o ferro vai estar numa zona de corrosão com libertação
de iões Fe2+. A variação do E ao longo do tempo (fig 9) também confirma esta análise
Diminuição mais acentuada nos primeiros 30 min seguidos de uma descida menos
acentuada mesmo ao fim de uma semana. A elevada taxa de corrosão (9%; tabela 5)
confirma estes dados.

Água da EPAL (pH praticamente neutro, mas não se tratando de água pura deverá ter
electrólitos em solução) - Para os valores iniciais de pH e E seria de prever que o ferro se
encontrasse na zona de passivação com formação de Fe3O4. Da evolução do E (fig. 10) nos
primeiros 30 min (ligeira subida) poderíamos pensar que seria esse o comportamente, mas
com o decorrer do tempo os valores de E vão baixando até uma valor ao fim de uma semana
cerca de mais de 2 vezes inferior ao inicial o que nos leva a crer, e com base na taxa de
corrosão que foi baixa (1,97%; tabela 5) que apesar da camada de passivação ocorreu
corrosão

7.3. CONSTITUIÇÃO DE UMA CÉLULA GALVÂNICA – PROTECÇÃO CATÓDICA POR ÂNODOS


SACRIFICIAIS.

Tendo em conta que na protecção catódica por ânodos sacrificiais o fluxo de corrente é
devido à diferença de potenciais entre o metal protegido e o potencial protector, o metal que

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 24


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vai proteger deverá ter um potencial mais baixo do que o que vai ser protegido e a diferença
entre estes potenciais deverá ser suficiente, de modo a levar o potencial do metal a proteger
a um domínio de imunidade.
Assim criamos pares galvânicos de: Fe/Mg , Fe Zn e Fe/Cu e ao estudar o comportamento
dos mesmos em contacto com o electrólito, e perante a análise dos resultados, concluímos
que :

Fe /Mg – A diferença de potencial entre o o ferro (Fe) e o Magnésio(Mg), cerca de 1 Volt ,


sendo o potencial do Mg bastante negativo, permite valores de corrente bastante elevados ,
perante tal constatação seria de prever que o magnésio fosse um bom ânodo de sacrifício
para protecção do ferro.
Na realidade a taxa de corrosão do magnésio foi de 100% (tabela 7) pois ao fim de cerca de
45 min a chapa dissolveu-se deixando de existir e depositou-se no fundo da proveta uma
camada de hidróxidos, deixando de haver corrente no circuito ficando este assim cortado. O
ferro mostra sinais de corrosão visível através de um depósito de ferrugem no fundo da
proveta que se observam ao fim de uma semana.

Fe / Zn – Comparando os potenciais de abandono do par prevê-se que o zinco (tabela 6) vá


proteger o ferro. De facto ao fim de uma semana o zinco mostra-se muito atacado, negro, e
aparecem depósitos brancos do mesmo. no fundo da proveta Com o tratamento de
resultados obtivemos na realidade para o ferro uma taxa de corrosão de 0,09% e para o
zinco 0,54% (tabela 7). A corrente durante uma hora de constituição do par foi aumentando
(fig. 12) o que comprova que o processo electroquímico está a decorrer. Ao fim de uma
semana o valor da corrente encontrava-se a 0,20 mA - estado estacionário, o ferro encontra-
se protegido contra a corrosão.

Fe / Cu - O ferro na presença de cobre sofre oxidação, uma vez que o seu potencial normal de
redução é menor do que o potencial normal de redução do cobre. Como o cobre tem um
potencial de abandono mais elevado que o do ferro (tabela 6), metal mais nobre, vai desta
forma actuar como cátodo. Por isso neste caso não ocorre protecção do ferro e é o ferro que é
sacrificado, protegendo o cobre. Sendo insignificante a perda de massa do cobre
correspondendo esta a uma taxa de corrosão 0,06%, comparativamente à do ferro, 0,62%
(tabela 7) .
Ao fim de uma semana, o ferro mostra sinais de corrosão visível através de depósitos de
ferrugem que se aparecem no fundo da proveta. A partir do momento da constituição do par

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 25


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galvânico a corrente vai aumentar nos 60 min observados. Ao fim de uma semana é
praticamente nula (fig.12).

Tendo em consideração os metais estudados neste trabalho, seria de esperar que o mais
adequado para a protecção do ferro fosse o magnésio, o que não se verificou, pois embora
inicialmente tenha ocorrido protecção do ferro, o magnésio degradou-se rapidamente, o que
provocou a desprotecção do ferro. Uma outra desvantagem é o facto de a protecção
efectuada pelo magnésio favorecer a libertação de H2, que é a causa mais provável para a
sua rápida degradação
Analisando os resultados podemos concluir que todos eles foram ao encontro do previsto
teoricamente a partir de princípios de corrosão electroquímica e mecanismos de protecção
catódica dos metais.
Os principais factores observados que influenciaram o fenómeno da corrosão foram:


 O contacto com o Electrólito/Arejamento.

 A diferença de potencial de redução entre os metais.

Interpretação de diferentes tipos de corrosão / protecção catódica 26


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8. BIBLIOGRAFIA

 “Laboratórios 6-A – Protecção Catódica” , Módulo de Materiais, Departamento de


Engenharia Química, ISEL, Lisboa, 2º Semestre Lectivo 2007/ 2008.

 “Laboratórios 6-A – Interpretação De Diferentes Tipos De Corrosão”, Módulo de Materiais,


Departamento de Engenharia Química, ISEL, Lisboa, 2º Semestre Lectivo 2007/ 2008.

 “Corrosão”; Vicente Gentil; 3ª Edição;

 “Corrosion and Protection”; Einar Bardal; 2004

 “Fundamentos da Corrosão”; Prof. Dr. Haroldo De Araújo Ponte, Universidade Federal Do


Paraná Sector De Tecnologia, Departamento De Engenharia Química;

 “Atlas of Electrochemical Equilibria”, Pourbaix M; 2nd Ed. Houston, Texas:NACE, 1974

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