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CAPÍTULO 1
ANÁLISE DE SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA

1.1 – Introdução
Até por volta de 1950, a maioria dos sistemas elétricos funcionavam
como unidades separadas, onde poucos geradores alimentavam pequenas
regiões, por intermédio de alguns transformadores e linhas de transmissão.
Com o crescimento do consumo e com o desejo de maior confiabilidade de
funcionamento, os sistemas próximos foram interconectados (Exemplo:
CEMIG c/ FURNAS, CESP, ESCELSA, etc.). Hoje em dia, a troca de energia
entre companhias é bastante comum no Brasil.
A interconexão de sistemas trouxe, além dos benefícios, novos
problemas. A maioria deles, no entanto, foram solucionados satisfatoriamente.
Assim, por exemplo, a existência de um maior número de máquinas
interligadas, faz com que a corrente que circula durante um curto-circuito seja
aumentada, obrigando à instalação disjuntores de maior capacidade. Além
disso, as perturbações causadas por um curto-circuito em um sistema, podem
se estender, indesejavelmente, aos sistemas a ele interligados.
Por outro lado, planejamento da operação, o aperfeiçoamento e a
expansão de um sistema elétrico de potência, exigem, em geral, as seguintes
análises:
a) estudos de fluxo de carga (determinação das correntes e potências
transferidas ao longo do sistema, magnitude das tensões);
b) cálculos de curto-circuitos (estudos necessários para assegurar que os
equipamentos não serão destruídos devido às solicitações de correntes de
curto-circuito e para auxiliar na regulagem de relés);
c) estudos de estabilidade (estudos requeridos para assegurar que as
máquinas rotativas conectadas ao sistema permanecerão estáveis, em
operação, quando ocorrerem falhas no sistema);
d) estudos de transitórios eletromagnéticos (análises requeridas para
analisar, por exemplo, os efeitos causados por descargas atmosféricas e por
chaveamentos nos elementos componentes do sistema elétrico).
e) estudos de fluxo harmônico (Com o crescente uso dos tiristores em
conversores, inversores, etc., estudos harmônicos também podem ser
necessários para analisar os efeitos das correntes e tensões harmônicas ao
longo de um sistema elétrico).
Todas essas análises podem ser realizadas através de simulações em
programas digitais.
O engenheiro eletricista adequado para trabalhar em empresas
concessionárias de energia elétrica ou em grandes indústrias, deve conhecer
os métodos para realizar os estudos anteriormente mencionados. Ele deveria,
2
também, saber operar os respectivos programas digitais e analisar os
resultados de tais estudos.
Cada tipo de estudo (fluxo de carga, curto-circuito, transitórios,
estabilidade, harmônicos, etc.) requer que os elementos elétricos constituíntes
do sistema (geradores, motores, transformadores, linhas, etc.) sejam
modelados adequadamente para cada estudo. Assim, uma linha de
transmissão, para um estudo de curto-circuito, poderá ter suas capacitâncias
shunt omitidas, sem que o resultado final seja significantemente alterado. Por
outro lado, para um estudo de fluxo de carga, essas mesmas capacitâncias
devem ser incluídas, sob pena do resultado final ser bastante impreciso.
O presente capítulo objetiva estudar a representação de um sistema
elétrico visando as análises de curto-circuito e de fluxo de carga.

1.2 - Diagrama Unifilar


Para maior facilidade nos cálculos, a maioria dos estudos mencionados são
efetuados pressupondo-se que o sistema elétrico é trifásico balanceado.
Para tal, algumas hipóteses simplificadoras são assumidas:
a) As três fases do sistema são idênticas, ou seja, as linhas de transmissão
são transpostas, os transformadores são simétricos, etc.
b) As cargas, nas 3 fases, são idênticas.

Muito embora essas hipóteses não sejam totalmente corretas, os


estudos mencionados anteriormente, em geral, podem ser assim realizados,
sem maiores consequências. A figura 1.1 ilustra um circuito trifásico
equilibrado.
L R
L Zg L XL

Ea N R RL
A RL
Zg N N E a 120
o
R R XL
L L
E a 240o L L RL
Zg L R XL

L R

Figura 1.1 - Circ. Trifásico: gerador suprindo uma carga trifásica equilibrada, através de uma
L.T.
Nessas condições, o sistema poderá ser também estudado por meio de
um circuito monofásico equivalente, composto por uma das três linhas e
pelo neutro. Frequentemente, o circuito é ainda mais simplificado,
suprimindo-se o neutro (ver figura 1.2). Esta consideração é válida porque,
com as hipóteses simplificadoras adotadas, a corrente de retorno é nula, não
havendo queda de tensão.
3

Ao diagrama resultante dessa simplificação, denomina-se diagrama


unifilar.

L R
L Zg ZL
N
A B

Figura 1.2 - Circuito equivalente monofásico da figura 1.


Para cargas conectadas em ∆, a representação unifilar pode ser
também utilizada, bastando que se represente as cargas conectadas
em ∆ pelo seu equivalente Y (através de uma transformação ∆ → Y).

1.3 - Representação dos elementos do sistema

1.3.1 - Linhas aéreas de transmissão:


As linhas de transmissão podem ser representadas por, pelo
menos, três categorias diferentes, dependendo do seu comprimento e
do nível de tensão.

1.3.1.1 - Linhas curtas = até 80 Km.


A capacitância shunt para terra (também conhecida por line
charging) das linhas curtas, é pequena e, normalmente, pode ser
desprezada:
I
L R
XL
Es CARGA

Figura 1.3: linha de transmissão curta, alimentando uma carga.

1.3.1.2 - Linhas médias: entre 80 - 250 Km


4

A figura 1.4 ilustra os dois modos usuais de representação de


linhas de transmissão de porte médio, que são os tipos T nominal e π
nominal.

. . .
Z/2 . Z/2 ZL
Es Y

. .
. Z . ZL
Es Y/2 Y/2

Figura 1.4 - (a) Circuito T; (b) Circuito π

O circuito π é mais usado que o circuito T, uma vez que a localização


da capacitância no meio do trecho acrescenta um nó ao sistema,
complicando o problema sob o ponto de vista matemático.
Tal aspecto pode ser melhor observado através do sistema
elétrico de 4 barras ilustrado nas figuras 1.5( através do modelo T) e
figura 1.6 (modelo π).
. .
Z/2 Z/2
. . .
Z/2 Y Z/2

. .
Y Y
. . .
Z/2 Y
Z/2
. .
Z/2 Z/2

Figura 1.5 -Sistema elétrico em anel, com 4 barras, representação em T.

Pelo modelo T da figura 1.5 a matriz de impedância nodal seria


de ordem 8 e a matriz de impedância de malha seria de ordem 5.
A figura 1.6, correspondente ao modelo π, indica que a matriz de
impedância nodal seria de ordem 4 e a matriz de impedância de malha
seria de ordem 5. Em geral, os estudos feitos em computador são
5

realizados através da matriz de impedância nodal que, conforme


mostrado, é de ordem menor para a representação π (ordem 4, neste
exemplo) do que para a representação T(ordem 5, neste exemplo).
. . . .
Y/2 Y/2 Y Y

. .
Y/2 . Y/2 .

p
Z Z
. . . .
Z Z Z Z
. .
Z Z
. .
Y/2 . . Y/2
Y/2 Y/2
~ ~
.
Y
.
Y

Figura 1.6 --Sistema elétrico em anel, com 4 barras, representação em π.

1.3.1.3 - Linhas longas: acima de 250 Km


Ainda que os modelos π ou T não representem precisamente o
fenômeno elétrico, a maioria dos programas de computador adota o
modelo π, para estudos de fluxo de potência, curto-circuito ou
estabilidade, mesmo para linhas longas. Nestas ocasiões, para
manter-se a precisão, adota-se o circuito π-equivalente que está na
figura 1.7.

.
Z'
. .
Y'/2 Y'/2

Figura 1.7 - Circuito π-equivalente

Tal circuito possui também uma impedância série e duas


admitâncias shunt. Entretanto, para que uma linha longa seja
perfeitamente representada pelo arranjo em π, essas grandezas
devem sofrer as seguintes correções:
&&
& . senh ZY
Z’= Z.Fator de correção de impedância= Z (1.1)
&&
ZY
Analogamente, para a admitância:
&&
Y’= Y& . tgh( ZY / 2 (1.2)
& & /2
ZY
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1.3.2 - Cabos
As capacitâncias dos cabos, para um mesmo comprimento de
condutor, são maiores do que aquelas das linhas aéreas. Assim,
exceto para estudos de curto-circuito, mesmo um cabo curto deve ter
sua representação feita através do modelo π.

1.3.3 - Máquinas Síncronas


Antes de se tratar da representação das máquinas síncronas,
deve ser ressaltado que:

a) Quando ocorre uma falta num circuito de potência, a corrente que


circula é função de:
• forças eletromotrizes internas das máquinas do circuito.
• impedâncias das máquinas.
• impedância entre as máquinas e a falta (trafos e linhas).

b) A corrente que circula em uma máquina síncrona imediatamente


após a falta será diferente daquela que circula alguns poucos ciclos
após; bem como daquela que persiste, a qual é usualmente
denominada de corrente de regime permanente.

1.3.3.1 - Transitórios em Circuitos R.L. série


Seja [Vm.sen(ωt + α)] a tensão aplicada a um circuito RL, que
terá seu disjuntor fechado, conforme indicado na figura 1.8.

Figura 1.8 - Circuito elétrico RL, antes de sua energização.


7

A equação diferencial que descreve este evento é:


di
v(t) = Vm . sen(ωt + α) = Ri + L (1.3)
dt
Cuja solução será:
V 
[
i(t) =  m . sen(ωt + α − θ) − e − Rt / L .sen(α − θ)
 Z 
] (1.4)

onde:
[Z] = R 2 + (ωL) 2
θ (fatôr de potência do circuito)= arctg(ωL/R)
Vm 
 Z . [sen(ωt + α − θ )] = componente alternada da corrente
 
Vm  − Rt / L
[
 Z . e . sen(α − θ ) ] = componente contínua da corrente,
 
que decresce com o tempo. Este decréscimo, também
conhecido por atenuação, ocorrerá mais rapidamente para
circuitos que possuírem grandes resistências elétricas.

O fenômeno da presença da componente contínua surge sempre


que, em um circuito RL, houver uma variação brusca da corrente.
Assim, também na eventualidade da ocorrência de um curto-
circuito, a componente contínua também surgirá. O valôr da
componente contínua dependerá também do instante α da
energização e do fator de potencia θ do circuito.
A figura 1.9, mostra o comportamento da corrente, ao longo do
tempo, na condição ideal de α - θ = 0. Nestas condições, i(t) =
Vm
.sen(ωt ) , ou seja, a componente contínua da corrente i(t) não
Z
existirá.
8

Figura 1.9- Corrente nos primeiros ciclos da energização do circuito da figura 1.8,
quando α - θ = 0

No entanto, para a situação, bastante desfavorável, de α - θ = -


π/2, a componente contínua da corrente terá o seu valor máximo inicial
Vm
e − Rt / L e a corrente total será i(t) = [sen(ωt + α − θ) + e − Rt / L ] . Esta
Z
condição está ilustrada na figura 1.10.

Figura 1.10 - Corrente nos primeiros ciclos da energização do circuito da figura


1.8, quando α - θ = -π/2

CONCLUSÃO:
A componente contínua pode ter qualquer valor desde zero até
Vm/Z e depende do valor instantâneo da tensão quando o circuito é
fechado e do fator de potência do circuito.

1.3.3.2 - Corrente de Curto-Circuito e Reatâncias de Máquinas


Síncronas
A figura 1.9 representa a corrente senoidal de um circuito RL
comum, onde apenas resistências e indutâncias estáticas estão
presentes, na condição ideal de total ausência da componente
contínua. Por outro lado se o circuito elétrico possuir não apenas uma
reatância indutiva estática, mas também, por exemplo, uma máquina
sincrona, a corrente será do tipo daquela ilustrada na figura 1.11 e não
mais como na figura 1.9. Isso ocorre porque, no instante do curto, o
fluxo no entreferro é muito grande. Após alguns ciclos do surgimento
do curto, há uma redução de fluxo causada pela força eletromotriz da
corrente na armadura, comumente denominada de reação de
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armadura que fará com que a corrente resultante neste novo circuito
RL, seja do tipo daquela representada pela figura 1.11. Ressalta-se
aqui que a figura 1.11 é uma hipótese ideal, que não inclue o efeito
da componente contínua. Incluindo-se o efeito da componente
contínua ter-se-á a curva da figura 1.11 porém assimétrica em relação
ao eixo da abscissa (como na figura 1.10).

Figura 1.11 - Corrente em uma máquina síncrona, em curto, eliminando-se a


componente contínua.
IMPORTANTE:
Os cálculos de curto-circuito em um sistema de potência são
efetuados considerando-se um dos três possíveis períodos do curto-
circuito:
a) Período de regime sub-transitório: quando se representa as
máquinas síncronas por suas reatâncias subtransitórias X’’d.
b) Período de regime transitório: quando se representa as
máquinas síncronas por suas reatâncias transitórias X’d
b) Período de regime permanente: quando se representa as
máquinas síncronas por suas reatâncias síncronas Xd.
10

2,5

1,5

0,5

0
0 360 720 1080 1440 1800
-0,5

-1

-1,5
Angulo (graus)
-2

Tensão Ica Icc Itotal

1.3.4 - Transformadores de Potência


Os transformadores podem ser divididos em três grandes grupos:
a) Transformador com dois enrolamentos
b) Auto-transformadores
c) Transformador com três enrolamentos

1.3.4.1 - Transformador com dois enrolamentos


A figura 1.12(a) mostra o circuito equivalente de um
transformador de dois enrolamentos, quando a relação de espiras,
N1/N2 é de 1/N. A figura 1.12(b) representa o mesmo circuito, porém
com todas as reatâncias refletidas ao primário. Considerando-se que
Ze (ou Xm-reatância de magnetização-) >> Z1 + Z’2, em estudos de
curto-circuito a mesma poderá ser retirada, conforme indicado na
figura 1.12(c), onde ZT = rT + XT =reatância de dispersão.
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(a) Circuito equivalente para um transformador de dois enrolamentos.


(b) Circuito equivalente de um tranf. com grandezas refletidas ao primário.
( c) Circuito equivalente simplificado
Figura 1.12 - Circuitos equivalentes para transformadores de dois
enrolamentos.

1.3.4.3 - Transformador de três enrolamentos

a) - Representações unifilares usualmente adotadas

; ;

Figura 1.16 - Representações usuais de transformador de 3 enrolamentos

b) - Circuito equivalente
12

Recordando o transformador de 2 enrolamentos, onde Z% = Z1%


+ Z2%:

Figura 1.17 - Circuito equivalente de transformador de 2 enrolamentos

Para transformadores de 3 enrolamentos;

Figura 1.18 - Circuito equivalente de transformador de 3 enrolamentos

Tal como para o transformador de 2 enrolamentos, Ze, em geral,


possui valor bastante elevado e o circuito equivalente se torna:
Z2 [ p.u. ]

Z 1 [ p.u. ]
Z3 [ p.u. ]

_____________________________
(a)
Z2' 2
Z1 L
1 L
Z3' 3
V1 L V 2'
V3'

(b)
13

(a): Modelo genérico- (b) Modelo com todasas impedâncias referidas ao primário
Figura 1.19 - Circuitos equivalentes simplificados de transformador de 3
enrolamentos

OBSERVAÇÕES:
Considerando apenas a ligação de uma carga ao 2ário, a impedância
do transformador será:
Z12 = z1 + z2
(1.13)
Por outro lado, caso se tivesse uma carga conectada no 3ário (e
apenas ali):
Z13 = z1 + z3
(1.14)
Em uma seção posterior, será mostrada a maneira de se obter as
impedâncias Z1, Z2’ e Z3’ em p.u.

1.4 - QUANTIDADES “POR UNIDADE”-p.u.-

1.4.1 - Considerações Gerais:

Existem vários motivos para o uso das unidades das grandezas


relativas a impedâncias, correntes, tensões e potência em valores
percentuais ou por unidade ao invés de se usar OHMS, ampéres, volts
e MVA. São muitas as vantagens do uso do p.u.. Por exemplo, os
dados em p.u. são mais significativos e facilmente correlacionáveis:
• Considere que a resistência de armadura de uma Máquina
seja de 5,3Ω..
Este valor é grande ou pequeno?
• Um valôr de tensão 95 KV é alto ou baixo?
Se esse valores fossem dados em p.u., ter-se-ia mais “visão” do
“tamanho” da resistência de 5,3Ω. ou da tensão de 95 KV, conforme
será visto em seguida.

O valôr em p.u. de de qualquer grandeza é definido por:


valor real da grandeza
Valor “por unidade” = , ambos sendo
valor base (ou referencia )
medidos na mesma unidade.
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Exemplo: Em um sistema cuja base de tensão é 132 KV, a tensão de


140
140 KV pode ser expressa por: = 1,06[ p. u.]
132

OBSERVAÇÕES
a) A escolha do valôr base é arbitrário.
b) Para um dado sistema elétrico, os valores base normalmente
escolhidos são tensão e potência. Os valores base da corrente e
impedância são calculados a partir dos dois primeiros.
c) O ângulo de fase não é alterado, quando se usa o p.u.
d) Para um sistema monofásico, cujos valores base são:
Potência base: Mb [VA]
Tensão base : Vb [V]
A base de corrente será:
Mb
Ib = [A ] (1.15)
Vb

e a base de impedância será:


Vb Vb Vb 2
Zb = = = [ Ω] (1.16)
Ib Mb / Vb Mb

1.4.2 - Efeito do uso de p.u. nos transformadores


A figura 1.20 mostra o circuito equivalente de um transformador
de dois enrolamentos.
I1 1: N I2
L
Z1
V1 = Base de tensão L L V2
no primário

Figura 1.20- circuito equivalente de um transformador de dois enrolamentos

Nesta figura tem-se:


1/N : relação de espiras do primário para o secundário.
V1: tensão base do primário
V2 :tensão base no enrolamento secundário: = V1.N
I1: corrente base no primário
15

I2: corrente base no enrolamento secundário: = I1/N

A partir dessas informações, pode-se tirar o seguinte:


• Potência base no primário: V1 . I1
I
• Potência base no secundário: V2.I2 = (V1.N). 1 = V1 . I1
N

• Impedância primária referida ao secundário: Z’1 = Z1.N2


• Impedância primária referida ao secundário em p.u.:
Z1,( Ω ) Z1 ( Ω ). N 2 Z1 ( Ω ). N 2 Z1 ( Ω ). N 2 Z1 ( Ω)
Z’1(p.u.) = = = = = (1.16)
Zbasesec( Ω ) V2 / I 2 V 1 . N V 1 2 Zbase prim( Ω )
.N
I1 / N I1

Por outro lado, sabe-se que a impedância primária, em p.u.é:


Z1 ( Ω)
Z1(p.u.) = (1.17)
Zbase prim( Ω )

Comparando as expressões (1.16) e (1.17), de Z1(p.u.) e Z’1 (p.u.),


tem-se que:
Z1(p.u.) = Z’1 (p.u.) (1.18)

CONCLUSÕES:
1) O valor da impedância do transformador, em p.u., é o mesmo em
ambos os lados do transformador.
Assim, quando a rede contém transformadores e, se valores
“p.u.” são utilizados, não há necessidade de se referir todas as
impedâncias para um mesmo enrolamento do transformador: o
transformador pode ser tratado como uma impedância série.

2) Quando existe um transformador de dois enrolamentos em um


sistema e, se são usados valores em p.u.:
a) A potência base é a mesma em ambos os enrolamentos.
b) A base de tensão no secundário é dependente da relação de
espiras do transformador.
c) Duas redes, acopladas por um transformador de dois
enrolamentos (portanto operando com tensões diferentes),
deverão ter bases de tensões (e correntes) diferentes, que são
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relacionadas entre si através da relação de espiras do


transformador.
d) A análise e as conclusões anteriores podem ser estendidas
para transformadores de qualquer número de enrolamentos.

1.4.3 - Quantidades por Unidade em Circuitos Trifásicos


Em um sistema trifásico, seja Vb a tensão base entre fases e
Mb a potência base trifásica, em volts e volt-ampéres,
respectivamente. A correspondente corrente base será dada por:
Mb
corrente base: Ib = [A ] (1.19)
3. Vb
A impedância base será:
Vb Mb Vb 2
Zb = = [ Ω] (1.20)
3 3Vb Mb
NOTAS:
1) Normalmente trabalha-se com a potência em MVA ou MW e a
tensão em KV. Considerando a potência trifásica como sendo M [MVA]
e a tensão fase-fase V [KV], as seguintes expressões também podem
ser usadas:
M [ MVA].10 3
Corrente base, em [A] = (1.21)
3.V [ KV ]
Impedância base, em [Ω] = (V[KV])2/M[MVA] (1.22)

2) É útil poder mudar uma impedância Za de uma base “A” para uma
nova base “B”, onde as bases de tensão e potência são diferentes.
Sejam:
Ma e Va → base do sistema “antigo”
Mb e Vb → base do sistema “novo”
Za - impedância do sistema “antigo”
Zb - impedância que se quer obter, no sistema “novo”

Esta transformação poderá ser feita através da seguinte equação:


2
( KVa )2 Mb  KVa  Mb
{ ( pu) = Za( pu). Ma . ( KVb)2 = Za( pu) KVb  . Ma [ p. u.] (1.23)
Zb
nova
base
17

1.4.4 - Impedâncias por unidade, de transformadores de 3


enrolamentos

Ao contrário dos transformadores de 2 enrolamentos, onde as


potências fornecidas ao 1ário e entregue ao 2ário, são praticamente
iguais, nos transformadores de 3 enrolamentos, a potência fornecida
ao 1ário corresponde aproximadamente à soma vetorial, das potências
entregues ao 2ário e 3ário.”
Assim sendo, o enrolamento 1ário pode ter uma potência diferente
daquela do 2ário ou 3ário. Devido a esta particularidade, os valores em
pu das impedancias do transformador de 3 enrolamentos, ao
contrário do que ocorre com os transformadores de 2 enrolamentos
(quando z’2 % = z2 %), são diferentes para cada um dos três
enrolamentos.
A figura 1.24 apresenta o circuito equivalente final, de um
transformador de 3 enrolamentos, ondeas impedancias Z2% e Z3%
estão referidas ao 1ário.
Z2 [ p.u. ]

Z 1 [ p.u. ]
Z3 [ p.u. ]

N____________________________________N
Figura 1.24 –

Alimentando-se o 1ário de um transformador com 3 enrolamentos,


pode-se conectar cargas no 2ário, 3ário ou em ambos. Considere-se,
inicialmente, que esse transformador possua apenas uma carga
conectada ao 2ário, enquanto que o 3ário está a vazio. Desta forma,
esse transformador se comportará como se possuísse apenas dois
enrolamentos:
Z12% = z1% + z2%.
(1.24)

Por outro lado, caso houvesse carga conectada apenas ao 3ário :


Z13% = z1% + z3%.
(1.25)
18

Essas impedancias Z12% e Z13% são obtidas através de ensaios


em curto, conforme já mostrado. Entretanto, observando-se bem à
figura 1.24, notar-se-á que as impedâncias que ali são requeridas são
z1%, z2% e z3%, as quais devem ser obtidas através de 3 ensaios em
curto, da seguinte maneira:

I) Alimentando o primário, curto-circuitando o secundário, com o


terciário aberto:

W A
L 2 ário
V 1 ário L
L 3 ário

Figura 1.25 –

O ensaio é realizado do mesmo modo que nos transformadores


de dois enrolamentos. Isto é, determina-se uma impedância percentual
Z12% equivalente àquela do primário mais a do secundário, como em
(1.24):
Z12% = z1% + z2%
(1.26)

IMPORTANTE:
Se os instrumentos são colocadas no 1ário, as impedâncias
calculadas estarão referidas a esse enrolamento.

II) Alimentando o 1ário e curto-circuitando o 3ário, com o 2ário aberto.


O esquema é semelhante ao anterior, invertendo-se as
condições do 2ário com o 3ário. Obtém-se, assim:
Z13% = z1% + z3%
(1.27)

III) Alimentando o 2ário, curto-circuitando o 3ário, com o 1ário aberto.


A figura 1.26 ilustra esse arranjo. Pela localização dos
instrumentos, a impedância obtida é Z’23% = z’2 % + z’3%, referida ao
secundário.
19

A W

L 2 ário V
1 ário L

L 3 ário

Figura 1.26

Portanto, para se obter o circuito equivalente, mostrado antes,


torna-se necessário corrigir a impedância Z’23, referindo-a ao 1ário.
Isso pode ser feito utilizando-se da equação (1.23) de “Mudança de
bases”, mostrada em 1.4.3:
2
( KVa )2 Mb  KVa  Mb
Zb
{ ( pu ) = Za ( pu ). . = Za ( pu )  . [ p. u.] (1.23)
nova Ma ( KVb ) 2
 KVb  Ma
base

Que fornecerá:
 O n d e:
 a rio
M 1 a rio  Z 2 3 : im p ed . (% ), en tre 2 e
Z23 = Z’23 
M 2 a rio  3 a rio , re ferid a a o 1 a rio .
 Z '' : id em , referid a a o 2 a rio .
 23

Agora a impedancia Z23 está nas mesmas bases das impedancias Z12
e Z13. A terceira equação pode, assim, ser montada:
Z23% = z2% + z3% (1.28)

Tem-se, finalmente, 3 equações [(1.26), (1.27) e (1.28)] e 3


incógnitas (z1%, z2% e z3%). Resolvendo o sistema:
Z + Z13 + Z 23
z1% = 12 (1.29)
2
Z + Z12 − Z13
z2% = 23 (1.30)
2
Z + Z 23 − Z12
z3% = 13 (1.31)
2
20

EXEMPLOS APLICATIVOS

1) As três partes de um sistema monofásico são designadas por A, B e


C e estão interligadas por meio de transformadores, como mostra a
figura a seguir. As características dos transformadores são:

1 : 10 2:1

A L L B L L C R 300W
300 OHMS

A-B B-C

A-B: 10MVA; 13,8 - 138 KV; reatância de dispersão: 10%

B-C: 10 MVA, 69 - 138 KV; reatância de dispersão: 8%

Se as bases no circuito B forem 10 MVA, 138 KV, determine a


impedância, por unidade, da carga resistiva de 300 Ω, localizada no
circuito C, referida a C, B e A. Faça o diagrama de impedâncias
desprezando a corrente de magnetização, resistência dos
transformadores e impedâncias da linha. Determine a regulação de
tensão, se a tensão na carga for 66 KV, supondo que a tensão de
entrada do circuito A, permaneça constante.

Solução:
No lado “B”, sendo Ubase : 138 KV; então tem-se:

1
No lado “A”: Ubase = . 138 = 13,8KV
10
1
No lado “C”: Ubase: . 138 = 69 KV
2

( U base ( C) ) 2 (69 KV) 2


Impedância base do lado “C”: Zbase(C ) = = = 476,1Ω
P( base) 10MVA
21

Impedância da carga de 300Ω


Ω, referida a “C” em p.u.: Z(c) =
300/476,1 = 0,63 pu

( U base ) 2 1382
Impedância base do lado “B”: Zbase(B ) = = = 1904,4Ω
Pbase 10

Impedância da carga de 300Ω, referida ao lado “B”: Z1 = Z1 . N2 = 300


(2)2 = 1200Ω.

Impedância da carga de 300Ω


Ω, referida a B, em p.u.:1200/1904,4 =
0,63 p.u.

U 2base ( A ) (13,8) 2
Impedância base do lado “A”: Zbase(A) = = = 19Ω
Pbase 10

Impedância da carga de 300Ω, referida a “A”:


,, , 2 2
Z1 = Z1 . N = 1200(1 / 10) = 12Ω

Impedância da carga de 300Ω


Ω, referida a “A”, em p.u. 12/19 =
0,63p.u.
Diagrama de impedâncias:

L L
j 0,10 j 0,08
U1 R 0,63 U2

Regulação de tensão:

U2 = tensão na carga, em p.u.: 66/69 = 0,957 + j0 (p.u.)


U 2 0,957 + j0
I = corrente na carga: = = 1,52 + j0( p. u.)
R 0,63 + j0
22

U1 = I . (j0,10 + j0,08) + U2 = 1,52(j0,18) + 0,957 = 0,995 (p.u.) /φ

U1 − U 2 0,995 − 0,957
R= = = 0,0397 R% = 3,97%
U2 0,957

2) Um gerador trifásico de 30 MVA, 13,8 KV, possui uma reatância


subtransitória de 15%. Ele alimenta dois motores através de uma
L.T. com dois trafos nas extremidades, conforme diagrama unifilar.
Os valores nominais dos motores são 20 e 10 MVA, ambos com
20% de reatância subtransitória. os trafos trifásicos são ambos de
35 MVA, 13,2 ∆ - 115Y(KV), com reatância de dispersão de 10%. A
reatância em série de L.T. é 80Ω. Faça o diagrama de reatâncias
com todos os valores em p.u.. Escolha os valores nominais do
gerador como base no circuito do próprio gerador.

Solução:
- As bases de 30 MVA e 13,8 KV (do circuito do gerador) requerem:
1) Nbase = 30 MVA → para trafos, motores e L.T.
2) Ubase =
2.1 - Na L.T.:
13,2 - 115
13,8 - x → x = 120 KV

2.2 - Nos motores:


115 - 13,2
120 - y → y = 13,8 KV
23

3) Reatâncias:
N ,base : 35MVA ( Ma )
3.1 - Dos trafos: Xd = 10% para 
U ,base : 13,2 KV ( KVa )
p / N base = 30Mb MVA 
 → Xd será alterada:
U base = 13,8 KVb KV 
2 2
 KVa  Mb  13,2  30
Zb = Za   . = 0,1  . ⇒ Zb = 0,0784 p. u.
 KVb  Ma  13,8  35

3.2 - Da linha:
1202
Zbase(linha) = = 480Ω
30
- A reatância da linha (80 Ω) em p.u. é:
80
⇒ X L = 0,167 p. u.
480

3.3 - Dos motores:


N base = 20MVA ( Ma )
Motor 1: X”(Za) = 0,20 p/ 
U base = 12,5KV ( KVa )

N b = 30MVA ( Mb)
p/ as bases 
U b = 13,8 ( KVb)
2 2
 KVa  Mb  12,5 30
Zb = Za   . = 0,2  . = 0,246 p. u.
 KVb  Ma  13,8  20

Motor 2: de maneira análoga:


X”a → X”b
0,2 → 0,492 p.u.

3.4 - Diagrama de reatâncias:


24

k j 0,0784 l j 0,167 m j 0,0784 n


L L L
p r
L
L j 0,246 L j 0,492

E1
Em1 Em2

3) Faça o diagrama de impedâncias para o sistema de potências


mostrado na figura a seguir. Dê as impedâncias em p.u.. Despreze a
resistência e use a base de 50.000 KVA, 138 KV na linha de 40
ohms. As características dos geradores, motores e transformadores
são:
Gerador 1: 20.000 KVA; 13,2 KV; X” = 15%
Gerador 2: 20.000 KVA; 13,2 KV; X” = 15%
Motor síncrono 3: 30.000 KVA; 6,9 KV; X” = 20%
Transformadores trifásicos Y-Y: 20.000 KVA; 13,8 Y - 138
Y KV; X = 10%.
Todos os transformadores são usados para elevar as
tensões dos geradores aos valores das linhas de transmissão.

G1: 20 MVA, 13,2 KV; 15% = X”


G2 = G1
Motor Síncrono 3: 30 MVA, 6,9 KV; x”= 20%
25

Trafos YY: 20 MVA; 13,8 Y - 138 Y KV, X = 10%


Trafos Y∆: 15 MVA; 6,9∆ - 138Y KV; X = 10%
U B = 138KV 

 nas linhas de transmissão de 40Ω
50MVA = MB
2
 13,2  50
G1 e G2: ZG1 = ZG2 = 0,15   . = 0,3431 pu
 13,8  20
2
 138  50
Trafos YY: Z TYY = 0,1  . = 0,25pu
 138  20
2
 138  50
Trafos ∆Y: Z T∆ Y = 0,1  . = 0,3333pu
 138  15
2
 6,9  50
Motor Síncrono: Z M = 0,2  . = 0,3333pu
 6,9  30
Linhas:
1382
ZB(nas linhas) = = 380,88Ω
50
Zpu(LT de 40Ω) =40/380,88 = 0,1051 pu
Zpu(LTs de 20Ω) = 20/380,88 = 0,05251 pu
j 0,1051
L
j 0,05251 j 0,05251
j 0,25 L L L
L j 0,25
L j 0,25 L j 0,333 L j 0,333 L j 0,25
A C B

L j 0,3431 L j 0,333 L j 0,3431

E G1 EM E G2

4) Como se modifica o diagrama de impedâncias do exercício anterior


se os dois geradores forem ligados a um sistema de potência ao invés
de um motor síncrono? Considere que as linhas de 20 ohms estão
ligadas diretamente à barra de alta tensão do sistema. A tensão
26

nominal do sistema é 132 KV e os MVA de curto-circuito nessa barra


valem 2.000 MVA.

j 40W B
A

1 2
20 MVA j 20W j 20 W 20 MVA
13,2 KV 13,2 KV
X "= 15 (p.u.) X "= 15 (p.u.)

132 KV
2000 MVA

TRAFOS:
20 MVA; 13,8/138 KV
X = 10%

Solução:
Adotando novamente, na L.T de 40 Ω: VB = 138 KV; MB = 50 MVA
2
V 1382
ZB = = = 380,88 Ω B

MB 50
A impedância equivalente do sistema de potência será:
132 2
Zsist. = = 8,71 Ω
2000
Em pu:
Z
Zsist.(p.u) = sist = 0,02287 pu
ZB
O diagrama de impedâncias ficará:
j 0,1051
L
j 0,05251 j 0,05251
j 0,25 L L L
L j 0,25
L j 0,25 L j 0,25
A C B

L j 0,3431 L j 0,02287 L j 0,3431

E G1 E sist. E G2
27

4) Na figura a seguir, tem-se o diagrama unifilar de um sistema radial


de transmissão. Os valores nominais e as reatâncias dos vários
componentes são apresentados juntamente com as tensões nominais
de linha dos transformadores. Uma carga de 50 MW, fp = 0,8 atr. está
ligada no barramento da subestação de 33 KV, que deverá ser
mantido a 30 KV. Pede-se a tensão nos terminais da máquina
síncrona. A linha e os trafos podem ser representados por reatâncias
série.

Solução:

1) Será adotado Nbase = 100 MVA (arbitrário) e

2) Ubase = 132 KV (na linha), o que corresponde a 11 KV (no trafo


elevador) e a 33 KV (no trafo abaixador).

3) Reatâncias:
U 2 b 132 2
3.1 - Da L.T., z l : Zbase = = = 174Ω
Nb 100
z l (p.u.) = 100/174 = j0,575 p.u.

3.2 - Do trafo abaixador: zta


Ub = 132 KV (ou 33 KV)
zta = 0,12 p.u. p/ 
N = 50MVA
p/ Nb = 100MVA e Ub = 132 (33 KV):
a  KV  M
a b 2
b  132  100
zta = zta .   a = 0,12  . = j0,24 p. u.
 KV b
 M  132  50

3.3 - Do trafo elevador: zte


2
100  11
Analogamente a 3.2: zte = z0,1 .  = j0,20
50  11
28

j 0,2 j 0,575 j 0,24


L L L

L Vr = 0,91 pu
Vs = ?
Es

50 MW
A corrente na carga será: I = = 1.200[ A]
3.30kV .0,8

NB 100.106
A corrente base será: I B = = = 1.750[ A]
3.U B 3.33.10 2

A corrente na carga, em pu, será: 1.2001.750 = 0,686 pu

A tensão na carga, em pu, será: 30 33 = 0,91 pu

Finalmente, a tensão no gerador será:


Vs = 0,91 + j (0,2 + 0,575 + 0,24).0,686∠ − 36,870
Vs = 1,44∠22,750 = 1,44.[(11 / 3 ). 3 )] = 15,88[kV ]

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