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Navegar com terra à vista, como aconteceu nas primeiras viagens, não levantava
grandes problemas. Porém, quando começaram a entrar no pelo mar alto, os marinheiros
tiveram muito medo.
Medo das tempestades, medo de se perderem e não conseguirem regressar. Ma sentiram
também um enorme receio provocado pelas histórias que se contavam sobre o que
existiria para lá do mundo conhecido. Dizia-se que os monstros marinhos engoliam os
barcos, o calor fazia ferver as águas, os homens e os animais eram monstruosos…
Seres imaginários
Monstros
Podemos, portanto, perceber que a fantasia criada em torno dos monstros marinhos,
encontra o seu fundamento em vislumbres de animais reais, nas raras e surpreendentes
observações de seres marinhos, que até então permaneciam um verdadeiro mistério.
Monstros devoradores
O Gigante Adamastor
Mas, para além das suas características épicas e históricas, Os Lusíadas são também
uma fonte valiosa de descrições da paisagem, da geografia, dos animais e das plantas ao
longo da viagem marítima para a Índia. Na verdade muitos dos seres vivos que os
navegadores portugueses encontraram ao longo da sua jornada foram nessa altura
observados pela primeira vez. Outros, no entanto, eram já mais familiares, fosse por fazer
parte, ou por serem semelhantes a outros, da fauna e flora de Portugal ou de outras
regiões conhecidas. Fazendo referência apenas aos mamíferos marinhos que surgem
como a base biológica sobre a qual o autor construiu o poema, encontramos os golfinhos
ou delfins e as focas ou quoquas.
Mais misteriosas e mitológicas surgem as sereias ou sirenas, que enfeitiçavam os
marinheiros com os seus cantos, mas na verdade têm a sua origem nos gordos e
pachorrentos manatins e dugongos.