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Análise do Poema

“Contrariedades”
 Introdução
 Autor / época: Cesário Verde; Realismo/Parnasianismo.
 Análise formal: dezassete quadras; os três primeiros versos são alexandrinos e o
último é hexassilábico; esquema rimático abba, sendo a rima interpolada e b
emparelhada; predominam as rimas graves, consoantes, incompletas, ricas e perfeitas.
 Tema: crítica objetiva a par de um julgamento moral da sociedade.
 Assunto: descrição da situação penosa em que se encontram quer o sujeito poético
quer a engomadeira, que são vítimas de circunstâncias sociais injustas.
 Temática: Poesia do real quotidiano. A obra de Cesário Verde é intencionalmente
realista, dando conta das impressões que capta nas suas deambulações pela cidade ou
pelo campo. Nos seus poemas, descreve ambientes sem lirismo, mas que são expressão
da verdade do quotidiano. Como um impressionista, tenta a interpretação das sensações
visuais: o traço, o movimento. Retrata as diversas facetas do que observa e segundo
diferentes ângulos de visão. Atento à realidade social, procura fazer a análise do ser
humano oprimido e humilhado que vive na cidade.

 Desenvolvimento
 Divisão em partes:
Estrofes I-IV - situação de cada personagem: sujeito poético e engomadeira;
Estrofes V-XII - comentários do sujeito poético;
Estrofes XIII-XVII - semelhança entre a situação da engomadeira e do sujeito
poético.
 Paralelismo entre duas situações aparentemente díspares:
eu lírico - situação psicológica e social;
engomadeira - situação física e económica.
 Sujeito poético:
- vítima da imprensa comercial (est. V-VII);
- apenas um prolongamento da cidade artificial e seu poderio (est. X): funções
idênticas para a mulher da cidade, elegante e desdenhosa (est. XI, vv. 1-2) e literatos
corruptos que controlam a imprensa (est. IX) - ambos produtos da cidade: arbitrários,
artificiais e despóticos;
- caracterização: impaciente, confuso, transtornado (est. I, vv. 1-2; est. II, vv. 3-4);
curvado sobre a secretária (est. III, v. 1); fuma excessivamente (est. I, vv. 3-4); dor de
cabeça; "abafa desesperos mudos" (est. II, v. 1); (cf. caracterização da engomadeira).

 Engomadeira:
- vítima da estrutura social; relegada à miserável existência da população
trabalhadora (est. VIII);
- caracterização pormenorizada: pobre, doente, desprotegida; é mais um exemplo
individual da sociedade cuja depravação o eu lírico está a criticar (antecipado já na
estrofe II, v. 2); curvada sobre a tábua de engomar; engoma incessantemente à mercê
do fumo asfixiante que o carvão do ferro produz (est. XIII); pulmões doentes; "sofre de
falta de ar" (est. III, v. 3); (cf. caracterização do sujeito poético),
 Justaposição de sintomas físicos, atitudes psicológicas e comentários moralizantes
(est. I-II).
 Recursos de estilo com relevo na intenção crítica, azedume e sarcasmo do sujeito
que se insurge contra as desumanidades e a ignorância que oprimem e marginalizam os
mais fracos:
- adjetivação: "cruel, frenético, exigente" (est. I, v. 1), "bizarros" (est. I, v, 2), “mudos" (est.
lI, v. 1), “Pobre", "branco", "nevadas" (est. IV, v. 1), "lívida" (est. IV, v, 2), «frias» (est. V, v. 2),
"morta" (est. VI, v. 1), "solene" (est, VII, v. 4), "ingénuo" (est. X, v. 1), "honrosa" (est. XI, v. 1),
«finos» (est. XII, v. 1), "originais", "exatos" (est. X, v. 3), "alexandrinos" (est. XII, v. 4), "plangente"
(est. XIV, v. 3), "nova" (est. XIV, v. 4), "rico" (est. XV, v. 2), "pobre" (est. XVII, v.2), “feia" (est,
XVII, v. 3);
- advérbio expressivo: "Consecutivamente" (est. I, v. 4), "insensantemente" (est. lI, v. 3),
"tão" (est. IV, v. 2), "sempre" (est. IV, v. 3), "muitíssimos" (est. VII, v. 3), "Raramente" (est. XII, v.
2), “fracamente" (est. XIV, v. 2);
- o diminutivo final (precedido e seguido de exclamação): "Coitadinha!" (est. XVII,
v.4);
- ironia: '”Mais duma redacção, das que elogiam tudo, / Me tem fechado a porta" (est, VI,
vv. 3-4), "Eu nunca dediquei poemas às fortunas / Mas sim, por deferência, a amigos ou artistas. /
Independente! Só por isso os jornalistas / Me negam as colunas, " (est, IX, vv, 1-4), "Eu raramente
falo aos nossos literatos" (est. XII, v. 2), "Perfeitamente" (est. XV, v. 1), "Quem sabe se depois, eu
rico e noutros climas, / Conseguirei reler essas antigas rimas, / Impressas em volumes?"(est. XV,
vv. 2-4);
- interrogação retórica (reforçando a ironia): "O que produz o estudo?" (est. VI, v. 2),
“Arte?" (est. XI, v. 3), "E a tísica?" (est. XIII, v. 1), "Quem sabe,.. em volume?" (est. XV, vv. 3-4), "E
a vizinha?/A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?" (est. XVII, vv. 1-2);
- exclamação: "Incrível'" (est, I, v. 3), "Tanta depravação nos usos, nos costumes!" (est. lI,
v. 2), "Tão lívida", "Lidando sempre! E deve a conta à botica!" (est. IV, vv. 2, 3), "Que mau
humor!" (est. VI, v. 1), "Independente!" (est. IX, v. 3), "Fechada…desprezo!" (est. XIII, vv. 1-4),
"Mantém-se.., nova!" (est. XIV, vv. 1-4), "Que mundo! Coitadinha!"(est. XVII, v. 4).

 Conclusão
 Realce para a situação da engomadeira (última estrofe) que é mais grave que a do
sujeito lírico, merecendo toda a solidariedade.

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