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CADERNO TEMÁTICO DE SALVAMENTO TERRESTRE

ACADEMIA DE BOMBEIRO
MILITAR

SALVAMENTO TERRESTRE

Organizador
AL TEN IGOR GOMES MARCHIONATTI

Porto Alegre/2019
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul

CEL QOEM CÉSAR EDUARDO BONFANTI

Diretor da Academia de Bombeiro Militar

TC QOEM CRISTIANO VOGT PICKRODT

Orientador

CAP QOEM LUIZ GUSTAVO LOCK

Organizador

AL. TEN QTBM IGOR GOMES MARCHIONATTI


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SALVAMENTO TERRESTRE

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Foto antiga do Rio Grande do Sul ..................................................... 07


Figura 2 – Tragédia na Amazônia ....................................................................... 11
Figura 3 – Desabamento DMAE Porto Alegre .................................................... 12
Figura 4 – Jovem morta em enxurrada no sítio da Família Lima ....................... 13
Figura 5 – Tragédia em Brumadinho .................................................................. 14
Figura 6 – Peso carregado pelos bombeiros ...................................................... 16
Figura 7 – Exposição de materiais utilizados em salvamento ............................ 18
Figura 8 - Exemplo de ferramenta: Alavanca Holligan ....................................... 19
Figura 9 - Motogerador ....................................................................................... 20
Figura 10 - MOB Salvamento Terrestre .............................................................. 20
Figura 11 – Tripés ............................................................................................... 21
Figura 12 – Tripé com sistema de polias ............................................................ 21
Figura 13 – Monopé com sistema de catraca...................................................... 22
Figura 14 – Equipamentos auxiliares ................................................................. 22
Figura 15 – Corda e Cordelete ........................................................................... 23
Figura 16 – Freio oito Morcego e ID (Industrial Descensor) ............................... 24
Figura 17 – Polias ............................................................................................... 24
Figura 18 – Polias ............................................................................................... 24
Figura 19 – Macas .............................................................................................. 25
Figura 20 – Maca envelope ................................................................................ 25
Figura 21 – Maca para resgate em ribanceiras .................................................. 26
Figura 22 – Triângulo de evacuação .................................................................. 26
Figura 23 – Detectores de gases ........................................................................ 27
Figura 24 – Detector de gás portátil .................................................................... 27
Figura 25 – Proteção respiratória ....................................................................... 28
Figura 26 – Proteção respiratória ....................................................................... 29
Figura 27 – Equipamento de Proteção Respiratória com Sistema Carona ........ 29
Figura 28 – Trava-quedas retrátil ........................................................................ 30
Figura 29 – Exaustor insuflador .......................................................................... 30
Figura 30 – Câmeras de inspeção ...................................................................... 31
Figura 31 – Câmeras de inspeção ...................................................................... 32

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Figura 32 – Câmeras térmicas ............................................................................ 32


Figura 33 – Detector de movimento .................................................................... 33
Figura 34 – Equipamento de detecção sendo utilizado pelo autor em Curso de 34
Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas .....................................................
Figura 35 – Almofadas Pneumáticas .................................................................. 34
Figura 36 – Almofadas Pneumáticas .................................................................. 35
Figura 37 – Rompedor ........................................................................................ 35
Figura 38 – Cortador a disco .............................................................................. 36
Figura 39 – Hallingan .......................................................................................... 36
Figura 40 – PRT - Conjunto de Ferramenta de Precursão manual .................... 37
Figura 41 – Ferramenta Hi-Lift ............................................................................ 37
Figura 42 – Ferramenta First Responder ............................................................ 37
Figura 43 – Conjunto desencarcerador .............................................................. 38
Figura 44 – Moto Bomba Elétrica ....................................................................... 38
Figura 45 – Moto Bomba Costal ......................................................................... 39
Figura 46 – Bomba Manual ................................................................................. 39
Figura 47 – Cortador Portátil ............................................................................... 39
Figura 48 – Pegador de Aranhas ........................................................................ 40
Figura 49 – Puçá de Captura .............................................................................. 40
Figura 50 – Cambão de Captura ........................................................................ 41
Figura 51 – Pinça de captura de Répteis ........................................................... 41
Figura 52 – Gancho de captura de cobras ......................................................... 42
Figura 53 – Rede de captura de animais .............................................................. 42
Figura 54 – Rede de captura de animais .............................................................. 42
Figura 55 – Salvamento em elevadores ............................................................... 43
Figura 56 – Modelos de chave de elevadores ...................................................... 44

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SALVAMENTO TERRESTRE

SUMÁRIO

UNIDADE DIDÁTICA I ................................................................................................ 8


LIÇÃO 1 - ASPECTOS CONCEITUAIS ..................................................................... 8
1.1.1 Conceito de Salvamento Terrestre..................................................................... 8
1.1.2 Casos práticos de ocorrências de salvamento terrestre .................................. 10
1.1.3 Autoconhecimento da condição física, psicológica e técnica do bombeiro...... 15
LIÇÃO 2 - MATERIAIS UTILIZADOS EM SALVAMENTO ...................................... 19
1.2.1 Conceito de FEAs – Ferramentas Equipamentos e Acessórios ...................... 19
1.2.2 FEAs utilizadas em Salvamento Terrestre ....................................................... 21
UNIDADE DIDÁTICA II ............................................................................................. 44
LIÇÃO 1 - Salvamento em elevadores ................................................................... 44
2.1.1 Conhecer os Procedimentos em emergências em elevadores ........................ 44
UNIDADE DIDÁTICA III ............................................................................................ 56
LIÇÃO 1 - Salvamento em poços e ribanceiras .................................................... 57
3.1.1 Técnicas para salvamento e poços e galerias ................................................. 57
LIÇÃO 2 – Salvamento em Ribanceiras ................................................................ 85
3.2.1 Técnicas para salvamento em ribanceiras ....................................................... 85
UNIDADE DIDÁTICA IV ........................................................................................... 92
LIÇÃO 1 – Técnicas de Orientação ........................................................................ 92
4.1.1 Conhecer conceitos e técnicas de orientação sem equipamentos .................. 92
4.1.2 Técnicas de orientação com bússola ............................................................... 97
4.1.3 Tipos de Buscas e quadrantes ....................................................................... 105
UNIDADE DIDÁTICA V .......................................................................................... 111
LIÇÃO 1 – Salvamento com Escadas .................................................................. 111
5.1.1 Tipos de Escadas ........................................................................................... 111
5.1.2 Técnica de retirada de vítima por degraus ..................................................... 117
5.1.3 Técnica de resgate com escada Rebatida (Mão-francesa)............................ 118
5.1.4 Conhecer a técnica de resgate com Escada em Dobradiça .......................... 120
5.1.5 Conhecer a técnica de regate com escada em Trilho .................................... 121
5.1.6 Técnica de resgate com escada como Tripé ................................................. 124
UNIDADE DIDÁTICA VI ......................................................................................... 127
LIÇÃO 1 – Técnicas de Corte de Árvore ............................................................. 127
6.1.1 Introdução ...................................................................................................... 127
6.1.2 Técnicas de Corte .......................................................................................... 129
UNIDADE DIDÁTICA VII ........................................................................................ 135
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LIÇÃO 1 – Conceitos Gerais sobre Salvamento Veicular.................................. 135


7.1 Conceitos Gerais Sobre Salvamento Veicular .................................................. 135
LIÇÃO 2 – Avaliação de Cena e Estabilização Veicular..................................... 147
LIÇÃO 3 – Acesso Inicial, Quebra Controlada de Vidros e Avaliação de Vítimas
................................................................................................................................ 152
LIÇÃO 4 – Criação de Espaços e Técnicas de Corte ......................................... 156
LIÇÃO 5 – Técnicas de Retirada de Vítimas ....................................................... 160
LIÇÃO 6 – Sequência Lógica de Salvamento Veicular ...................................... 161
UNIDADE DIDÁTICA VIII ....................................................................................... 168
LIÇÃO 1 – Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas ................................... 168
8.1 Conceitos Gerais utilizados no BREC ............................................................... 168
8.2 Conhecer os tipos de colapso ........................................................................... 174
8.3 Tipos de Busca em BREC................................................................................. 180
8.4 Técnicas de Elevação de Carga ....................................................................... 185
8.5 Técnicas de Escoramentos ............................................................................... 188
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 196

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UNIDADE DIDÁTICA 1
LIÇÃO 1
ASPECTOS CONCEITUAIS ACERCA DO
SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: flicr.com 1

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:
1.1 - Conhecer e entender o Conceito de Salvamento Terrestre;
1.2 - Conhecer casos práticos de ocorrências de Salvamento Terrestre;
1.3 - Conhecer noções de autoconhecimento físico, psicológico e técnico do bombeiro;
1.4 - Conhecer os equipamentos utilizados em salvamento Terrestre segundo a sua
finalidade.

1Fonte: Fotos antigas RS. Disponível em: https://www.flickr.com/photos/fotosantigasrs/11016965685. Acesso


em 03 fev 2019.
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UNIDADE DIDÁTICA I

LIÇÃO 1 - ASPECTOS CONCEITUAIS

1.1.1 Conceito de Salvamento Terrestre

As operações de Salvamento está dentro do rol das atividades de mais alto


risco que são desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros. Essas atividades requerem de
seus operadores um grau elevado de disciplina e conhecimento técnico. Os
operadores de Salvamento devem ter um nível de conhecimento técnico que permitam
que, em um momento de risco, possam trabalhar e raciocinar de forma fria e técnica,
onde o auto controle é primordial para o êxito da missão.

A Constituição Estadual do Rio Grande do Sul, através do art 130 demonstra


como sendo competência do CBMRS, dentre outras, as atividades de Busca,
Salvamento e Atividades de Defesa Civil.

Art. 130. Ao Corpo de Bombeiros Militar, dirigido pelo(a) Comandante-Geral,


oficial(a) da ativa do quadro de Bombeiro Militar, do último posto da carreira,
de livre escolha, nomeação e exoneração pelo(a) Governador(a) do Estado,
competem a prevenção e o combate de incêndios, as buscas e salvamentos,
as ações de defesa civil e a polícia judiciária militar, na forma definida em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.o 67, de
17/06/14).

Diversos são os entendimentos acerca do tema Salvamento Terrestre, sendo


que cada estado tem seu próprio conceito de Salvamento Terrestre. O Corpo de
Bombeiros de Minas Gerais conceitua como Salvamento Terrestre como:

Toda atividade de salvamento realizada em terra com o objetivo de resgatar


vidas humanas, salvar patrimônio e animais, prevenir acidentes e recuperar
cadáveres e partes cadavéricas. Entre as naturezas de ocorrência presentes
na atividade de salvamento terrestre estão incluídas as operações de
salvamento em elevadores, torres, antenas, edificações, em locais de difícil
acesso, em encostas e montanhas, salvamento em acidentes
automobilísticos e acidentes metroviários/ferroviários/aéreos além das
atividades de corte/poda de árvore, enxame de insetos, captura de animais,
salvamento de animal em risco entre outras naturezas.2

2 Manual de Salvamento Terrestre do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás


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SALVAMENTO TERRESTRE

Já o Corpo de Bombeiros de São Paulo conceitua Salvamento Terrestre da


seguinte forma:
Salvamento Terrestre é toda atividade realizada em terra com objetivo de
salvar vidas humanas e animais, meio ambiente e preservar patrimônios. 3

No CBMRS temos o conceito de Salvamento Terrestre como sendo toda


operação terrestre, que visa o salvamento de vidas, tendo como foco principal a
manutenção das funções vitais, o não agravamento das lesões.
O CBMRS conceitua, de forma específica, as atividades de Busca, Resgate,
Salvamento e Salvatagem, dando a cada uma das atividades um entendimento
específico.

Busca (localização)
É toda operação aérea, aquática ou terrestre, que visa o encontro de pessoas,
animais ou bens materiais. Observa-se que o conceito de busca não se aplica apenas
a pessoas, mas também a animais, materiais ou equipamentos. Conforme Manual de
Busca, Salvamento e Proteção do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar de 1981,
buscas conceitua-se como toda operação terrestre, aquática ou aérea, executada com
com a finalidade de encontrar pessoas, animais ou coisas (Manual de Busca,
Salvamento e Proteção do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, 1981, pág 11).

Resgate
Conceito também extraído do Manual de Busca, Salvamento e Proteção do
Corpo de Bombeiros da Brigada Militar de 1981 e conceitua resgate como sendo:

A operação de resgate é executada com a finalidade de retirar cadáveres,


normalmente de locais de difícil acesso, ou em situações de difícil remoção,
ainda, a Operação de Resgate é empregada para a recuperação de bens
móveis.4
Salvamento
É toda operação terrestre, aquática e em altura, que visa o salvamento de vidas.
Tem como foco principal a manutenção das funções vitais e o não agravamento das

3 MTB 03 – Salvamento Terrestre - Corpo de Bombeiros de São Paulo.


4 Manual de Busca, Proteção e Salvamento do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, 1981, pág 11.
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lesões. O Manual de Busca, Salvamento e Proteção do Corpo de Bombeiros da


Brigada Militar explica que:

Salvamento é toda a operação Terrestre ou aquática que visa o salvamento


de vidas. Tipos de Salvamento:
(a) Salvamento Terrestre – É todo aquele que se realiza em terra, em
circunstâncias comuns nos incêndios, e em situações diversas, ainda em
circunstâncias especiais.
(b) Salvamento aquático – e toda a operação que se realiza na água em
circunstâncias comuns nos incêndios, e em situações diversas, ainda em
circunstâncias especiais.5

Os Tipos De Salvamento
Salvamento em Todo aquele salvamento que Ex: Pessoa tentando se
altura é realizado acima do solo. jogar do alto de um prédio.
Ex: Retirada de pessoas
Salvamento Aquele que se realiza na
presas em um carro ou de
Terrestre terra.
um local confinado.
Salvamento Aquele que se realiza na Ex: Retirada de pessoas que
aquático água. estejam se afogando

As ações de Resgate, assim como as operações de Salvamento, são de alto


risco e requerem dos militares do corpo de Bombeiros atenção e um rigoroso
treinamento continuado.

1.1.2 Casos práticos de ocorrências de salvamento terrestre

Tragédia na Amazônia: choque de jato Legacy e Boeing da Gol mata 154


pessoas (Por: Gustavo Villela)
Na maior tragédia da aviação brasileira até então, um jato Legacy se chocou
num avião da Gol Linhas Aéreas com 154 pessoas a bordo, em 29 de setembro de
2006, caindo no Norte do Mato Grosso, a 692 km de Cuiabá, na reserva indígena do
Xingu, já na divisa com o Pará. Não houve sobreviventes entre os passageiros da Gol.
No fim da tarde do dia 29 daquele mês, uma sexta-feira, os americanos Jan Paul
Paladino e Joseph Lepore pilotavam o jato, da empresa Excel Air, que acabou batendo

5 Manual de Busca, Proteção e Salvamento do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, 1981, pág 11.
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na asa esquerda do Boeing 737-800. O avião da Gol fazia a rota Manaus-Brasília,


tendo o Rio como destino final.6

Fonte: Acervo O Globo7

Desabamento DMAE Porto Alegre


O desabamento em uma obra do Departamento Municipal de Água e Esgotos
(DMAE) no bairro Hípica, na Zona Sul de Porto Alegre, deixou 11 operários soterrados
na manhã deste sábado (27). Segundo o Coronel do Corpo de Bombeiros do Rio
Grande do Sul Humberto Teixeira Santos, dos 11 operários soterrados, 8 já haviam
sido resgatados até o início da tarde. Os outros três continuavam soterrados a cerca
de 8 metros de profundidade devido a quantidade de destroços que caiu sobre eles
até as 15h deste sábado, informou o Coronel ao G1. “Os que foram retirados estão
em estado razoável, não correm riscos. Apresentam fraturas, braços quebrados, mas
foram levados para hospitais”, afirmou o oficial. A assessoria do DMAE informou que
a obra é realizada em uma estação de bombeamento de esgoto e é de
responsabilidade de uma empreiteira contratada pelo departamento. Uma viga que
sustentava as obras teria caído, provocando o desabamento. Conforme o Coronel, os

6 Fonte: Disponível em <https://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/tragedia-na-amazonia-choque-


de-jato-legacy-boeing-da-gol-mata-154-pessoas-13560574#ixzz5fhgcTIzI>. Acesso em 03 fev 2019.
7 idem

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bombeiros conseguiram ter contato com os operários soterrados e a operação


continua até que eles sejam retirados dos escombros.8

Fonte: Acervo g1.com

Jovem morta em enxurrada no sítio da Família Lima (por Gaúcha ZH)


Depois de quase uma semana de buscas a Cristiana Reis na Reserva
Ecológica da Família Lima, entre Dois Irmãos e Sapiranga, no Vale do Sinos, o tenente
Edson Luís Maicá Severo tem a sensação de dever cumprido. Ao mesmo tempo,
compartilha a dor dos familiares da jovem de 20 anos, vítima de uma enxurrada no dia
20 de fevereiro. - Estivemos diariamente em contato com a família. Apesar da tragédia,
se estabeleceu um vínculo de amizade, principalmente com o irmão (Jorge Luiz
Trevisan, 37 anos) - diz Maicá. O Tenente reforça que esta operação, que envolveu
mais de 30 homens, não é corriqueira, daí a iniciativa de ir até Caxias do Sul para
acompanhar o enterro da jovem e levar uma palavra de consolo aos pais. - Também
sou pai de uma jovem de 18 anos. Agora não é o tenente que está em ação, mas o
pai - desabafa.9

8 FONTE: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/08/desabamento-em-obra-deixa-operarios-soterrados-em-

porto-alegre.html. Acesso em 03 fev 2019.


9 FONTE: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2011/02/jovem-morta-em-enxurrada-no-sitio-da-familia-

lima-e-sepultada-em-caxias-do-sul-3224007.html Acesso em 03 fev 2019.


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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: GaúchaZH10

Tragédia em Brumadinho (Matéria veiculada em g1.com)


Com a ajuda de 19 cães farejadores, os trabalhos de buscas por vítimas do
rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), entraram no 17° dia neste
domingo (10). Até o momento, 165 mortes foram confirmadas e 165 pessoas seguem
desaparecidas. Onze aeronaves são usadas, além de 35 máquinas. Os trabalhos
começaram às 8h.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o efetivo neste domingo soma 352 militares,
sendo 150 de Minas Gerais, 129 de outros estados, 64 da Força Nacional e 09
voluntários. Segundo os bombeiros, os trabalhos se concentram na usina ITM, na área
administrativa – refeitório, casa e estacionamento –, na área da ferrovia, em áreas de
acúmulo de rejeito. Buscas também são feitas no Rio Paraopeba. São 35 equipes em
campo.
O Tenente-Coronel Eduardo Ângelo, do Corpo de Bombeiros, afirmou neste
sábado (9) que a área de buscas foi dividida em quase 200 micropontos. “Um detalhe
que é importante a gente salientar é que a gente iniciou a partir de hoje, desde já, o
trabalho dentro das quadrículas, que são micropontos dentro do campo, aonde a
gente vai começar a atuar e fazer varredura de toda a área. A nossa expectativa é

10FONTE: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2011/02/jovem-morta-em-enxurrada-no-sitio-da-
familia-lima-e-sepultada-em-caxias-do-sul-3224007.html Acesso em 03 fev 2019.
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que, dentro em breve, a gente consiga varrer toda área à medida que a gente for
encerrando as quadriculas”, explicou.

Posto de comando muda de local


Por duas semanas, o posto de comando das operações de busca em
Brumadinho funcionou em uma faculdade particular, localizada na entrada do
município. De acordo com o governo de Minas Gerais, com início do ano letivo na
instituição previsto para esta segunda-feira (11), as instalações que abrigam a
coordenação das equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar (PM),
Polícia Civil e outros órgãos serão transferidas para um clube do município neste
sábado.

Números da tragédia
•165 mortos confirmados – 156 identificados;
•165 desaparecidos;
•393 localizados;
•138 desabrigados.11

Fonte: Acervo g1.com12

11 FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/02/10/com-ajuda-de-caes-farejadores-bombeiros-

entram-no-17o-dia-de-buscas-em-brumadinho.ghtml -Acesso em 05 fev 2019.


12 FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/02/10/com-ajuda-de-caes-farejadores-bombeiros-

entram-no-17o-dia-de-buscas-em-brumadinho.ghtml -Acesso em 05 fev 2019.


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1.1.3 Autoconhecimento da condição física, psicológica e técnica do bombeiro


O Bombeiro Militar desempenha inúmeras funções, dentre elas destacam-se
as de caráter preventivo, combate a incêndio, abandono de local sinistrado e técnicas
de emergências médicas, entre outros. No exercício das atividades de Busca, Resgate
e Salvamento o nível de condicionamento físico é fator de vital importância para o
desempenho e sucesso das missões.
É de senso comum que um bom condicionamento dos bombeiros militares
reflete não apenas no seu bem-estar, mas também em um serviço de melhor
qualidade para a sociedade. Dessa forma podemos observar que um bom
condicionamento físico é a valência principal que determina a capacidade individual
de realizar funções aeróbicas, sendo assim, determina a eficiência do bombeiro militar
durante a realização de suas tarefas. O comando da corporação é conhecedor dessa
questão e incentiva que quartéis disponham de sala de musculação para as equipes
que se encontram em serviço. Para os militares integrantes da administração os
comandos, normalmente disponibilizam em determinados dias da semana horário
para a prática de atividade física.
Estudos demonstram que “Só a roupa - jaqueta, calça, capacete, bota e bala
clava (capuz) - pesa 15 quilos, o que equivale a uma perda de 20% na capacidade
cardiorrespiratória. Mais o equipamento para incêndio - máscara e cilindro de ar -
soma 27 quilos. Só duas mangueiras totalizando 30 metros, sem a força da água,
pesa mais 12 quilos.

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Fonte: Defesa Civil Itu 13

No mesmo sentido o condicionamento psicológico e o preparo para enfrentar


as situações adversas que os bombeiros militares estão expostos são fatores que
estão diretamente ligados a disciplina militar e influenciam diretamente no sucesso da
missão. O manual de Ordem Unida do exército, C22-5 (2002. Pág 1-1) traz que:

FREDERICO II, Rei da PRÚSSIA, governante do século XVIII,


dava grande importância à Ordem Unida, e determinava que
diariamente seus súditos executassem movimentos a pé firme e
em marcha com a finalidade de desenvolver, principalmente, a
disciplina e o espírito de corpo. Dizia FREDERICO II: “A
prosperidade de um Estado tem por base a disciplina dos seus
Exércitos".14
O treinamento da disciplina mental dos bombeiros militares ajuda no
desempenho de missões grande estresse, onde o cansaço, o desconforto, pessoas
em desespero, mortes, pessoas queimadas e outras adversidades influenciam

13 Fonte: Disponível em: http://defesacivilitu.blogspot.com/2011_09_01_archive.html?view=snapshot. Acesso

em 05 fev 2019.
14 Fonte: Disponível em http://bibliotecamilitar.com.br/ordem-unida-manual-de-campanha-c-22-5. Acesso em 05

fev 2019.
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diretamente na condição psicológica das equipes e, consequentemente, no seu


rendimento no teatro de operações. Nesses momentos, os Comandantes das Equipes
devem estar atentos para identificar aqueles que estão mais suscetíveis a essas
condições e dessas formas realizar a substituição dos operadores do resgate no
terreno.

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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA 1
LIÇÃO 2
MATERIAIS UTILIZADOS EM SALVAMENTO

Fonte: Acervo pessoal do autor (2019).

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:

2.1 - Conhecer e entender o Conceito de FEAs – Ferramentas Equipamentos e


Acessórios;
2.2 - Conhecer FEAs Salvamento Terrestre.

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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA I

LIÇÃO 2 - MATERIAIS UTILIZADOS EM SALVAMENTO

1.2.1 Conceito de FEAs – Ferramentas Equipamentos e Acessórios

Para as atividades de Busca, Resgate e Salvamento terrestre são utilizados


diversos tipos de Ferramentas, Equipamentos e Acessório (FEAs). As FEAs são
classificas de acordo com suas finalidades e serão palco de estudo na matéria de
Técnica do Material. Aqui vamos expor cada tipo de material sem, efetivamente, entrar
na sua técnica de utilização bem como seus níveis de manutenção.
Desta forma vamos conceituar e exemplificar o que são Ferramentas,
equipamentos e acessórios.

Conceito de Ferramentas

Conforme o Manual de Salvamento Terrestre do Corpo de Bombeiros de Goias


(2017, pág 267) ferramentas são objetos manuais que servem para realizar uma tarefa
com a energia que provém diretamente do operador. 15
Ferramenta é um instrumento que permite realizar determinados trabalhos.
Estes objetos foram concebidos para facilitar a realização de uma tarefa mecânica
que requere do uso de alguma força. A chave de fenda, a pinça e o martelo são
ferramentas.
Exemplo de ferramenta: Alavanca Holligan.

Fonte: SOSSul16

15 Manual operacional de bombeiros : salvamento terrestre / Corpo de Bombeiros Militar. – Goiânia : - 2017. Pág
267.
16 Fonte: Disponível em http://www.sossul.com.br/entrada-forcada. Acesso em 03 fev 2019.

19
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SALVAMENTO TERRESTRE

Conceito de Equipamento

Conforme define o Corpo de Bombeiros de Goiás os equipamentos são:

Equipamentos são máquina ou aparelhos de certa complexidade que serve


para realizar uma tarefa e cujo princípio de ação consiste na transformação
da energia para aumentar a capacidade de trabalho. 17

Exemplo de equipamento: Moto bomba de força do desencarcerador.

Fonte: SOSSul18
Conceito de Acessório

O Corpo de Bombeiros de Goias também conceitua de forma clara o que são


acessórios:
Acessório é o objeto que individualmente complementa e em conjunto com
outros, pode completar um equipamento ou uma ferramenta, permitindo
ampliar ou melhorar as capacidades operativas ou realizar uma tarefa.19

Fonte: MOB Salvamento Terrestre20

17 Manual operacional de bombeiros salvamento terrestre / Corpo de Bombeiros Militar. Goiânia 2017. Pág 267.
18 Fonte: Disponível em http://www.sossul.com.br/resgate-veicular. Acesso em 03 fev2019.
19 Manual operacional de bombeiros salvamento terrestre / Corpo de Bombeiros Militar. Goiânia. 2017. Pág 267.
20 Idem. Pág 274.

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SALVAMENTO TERRESTRE

1.2.2 FEAs utilizadas em Salvamento Terrestre

Abaixo será exemplificado alguns equipamentos que podem ser utilizados para
realizar o Salvamento em Poços, Galerias e demais espaços confinados.

Tripé com sistema catrata Tripé com sistema de polias

Fonte: SOSSul21

Tripé com sistema de polias

Fonte:Aacrotec22

21Fonte: Disponível em http://www.sossul.com.br/espaco-confinado. Acesso em 03 fev 2019.


22Fonte: Disponível em http://www.acrotec.com.br/locacao-equipamentos-espaco-confinado-sp. Acesso em 03
fev 2019.
21
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE
Monopé com sistema de catraca

Fonte: Capital Safety23

Cinto tipo Paraquedista e suspensório de içamento

Esses equipamentos auxiliam nas atividades em que possa haver desnível no


terreno, bem como podem ser utilizadas para resgates e salvamentos em poços e
locais confinados. Normalmente são utilizadas em conjunto com tripé, monopé, bloco
de polias e cordas. Os cintos tipo paraquedistas com sete pontos de suspenção,
através de suas conexões acima dos ombros facilitam a entrada e a saída de locais
com entrada reduzida, como poços e galerias.

Cinto Paraquedista Suspensório de içamento Cinto de içamento e imobilização

Fonte: SOSSul24

Cordas e cordelete

23 Fonte: Disponível em http://pt.capitalsafety.com.br/Pages/ProductDetails.aspx?prodId=1670. Acesso em 03


fev 2019.
24 Fonte: Disponível em http://www.sossul.com.br/espaco-confinado. Acesso em 03 fev 2019.

22
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

As cordas utilizadas para o salvamento e resgate em locais confinados, poços


e galerias. Devem ser têxteis de alma e capa trançada, estáticas ou semi-estáticas de
baixo coeficiente de alongamento. Essas cordas devem ser certificadas e atenderem,
no mínimo, as exigências da ABNT NBR 15986 - Cordas de alma e capa de baixo
coeficiente de alongamento para acesso por cordas. É de suma importância que antes
de sua utilização o bombeiro realize uma vistoria para ter certeza que está em
condições de uso.
Essas cordas serão utilizadas em conjunto com polias, mosquetões, cordeletes,
ascensores, descensores etc. As cordas de menor diâmetro (cordeletes) sempre que
forem utilizadas com outras cordas deve ter entre 60% a 70% do diâmetro da corda
principal utilizada no resgate. Esses materiais visam confeccionar sistemas de
multiplicação de forças para auxiliar na retira de vítimas de locais de difícil acesso ou
sistemas de segurança.

Corda Cordelete

Fonte: Up Tec Brasil25

Descensores

São equipamentos utilizados para realizar a descida controlada por uma corda.
Existem diversos tipos de descensores, alguns mais simples e outros com sistemas
de segurança anti-panico.

25Fonte: Disponível em http://uptecbrasil.blogspot.com/2012/02/epi-s-de-um-alpinista-industrial.html. Acesso


em 03 fev 2019.
23
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Freio oito Morcego ID (Industrial Descensor)

Fonte: Climbclean26

Polias

As polias são os principais materiais utilizados para a criação de sistemas de


multiplicação de forças. Esses materiais podem ser confeccionados em aço ou em
duralumínio de alta resistência.

Polia Simples Fixa Polia Dupla em Linha

Fonte: Climbclean27

Algumas polias são fabricadas com destorcedor de corda ou com sistema de


bloqueio automático.

Polia Dupla com Placas Polia Simples com bloqueador


Oscilantes e destorcedor

Fonte: Climbclean28

26 Fonte: Disponível em Fonte: https://www.climbclean.com.br. Acesso em 03 fev 2019.


27 Idem.
28 Fonte: Disponível em Fonte: https://www.climbclean.com.br. Acesso em 03 fev 2019.

24
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Macas

Algumas macas são desenvolvidas especificamente para o resgate e


salvamento em locais confinado e de difícil acesso. Por serem construídas em
materiais moldáveis facilitam a entrada em locais com pouco espaço ou pequenos.

Maca H-STR Maca STR

Fonte: Climbclean29

A maca envelope apresenta as seguintes partes em sua estrutura:

Fonte: Climbclean30

29Idem.
30Fonte: Disponível em https://www.climbclean.com.br/Maca-para-Resgate-Envelope-Sked-Mamute-Flex-
Inovation-~636~46~1~Linhas~Macas. Acesso em 03 fev 2019.
25
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SALVAMENTO TERRESTRE

Outras macas são desenvolvidas para o resgate em ribanceiras ou em matas.


Essas macas são construídas em aço ou duralumínio de alta resistência e são
amplamente utilizadas para a remoção da vítima com helicópteros. Alguns modelos
são articulados para facilitar o transporte.

Fonte: Climbclean31

Triângulo de evacuação

São materiais construídos visando a retira rápida de vítimas em situação de


risco. Confeccionados com matérias têxteis, os triângulos de evacuação podem
realizar a retirada de várias vítimas de um prédio em pouco tempo

Fonte: Climbclean32

Detectores de gases

31Idem.
32Fonte: Disponível em https://www.climbclean.com.br/triangulo-de-evacuacao-pegasus-fraldao-marca-kong-
ce-en~120~31~1~linhas~locais-confinados. Acesso em 03 fev 2019.
26
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SALVAMENTO TERRESTRE

Os detectores de gases são equipamentos fundamentais para as atividades de


salvamento e resgate em locais confinados, pois são utilizados para verificar a
presença de gases tóxicos no ambiente. Os detectores de gases também medem a
presença da quantidade de Oxigênio no ambiente.

Fonte: MSA33

Existem diversas marcas de detectores de gases, sendo que todos apresentam


alertas sonoros, visuais ou por vibração ou até mesmo uma combinação de todos eles.
Para os trabalhos de resgaste e salvamento devem ser portáteis. Suas configurações
podem medir diversos tipos de gases. Normalmente os detectores adquiridos pelos
Corpos de Bombeiros medem quatro ou até cinco tipos de gases diferentes.
Esses gases podem ser:
Ø Oxigênio;
Ø Monóxido de Carbono;
Ø Vapores Combustíveis e
Ø Acido Sulfídrico

Monóxido de
Ácido Carbono
Sulfídrico
Vapores
Oxigênio
inflamáveis

Fonte: MSA34
Todos os diferentes tipos de detectores de gases tem a finalidade de monitorar
e alertar quando os níveis de gases perigosos ou do oxigênio ultrapassam os níveis

33 Fonte: Disponível em https://br.msasafety.com/Detecção-de-gás-portátil/. Acesso em 03 fev 2019.


34 Fonte: Diponível em https://br.msasafety.com/Detecção-de-gás-portátil/c/. Acesso em 03 fev 2019.
27
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

aceitáveis. Dessa forma os bombeiros são informados no exato momento em que


passa a existir uma mudança na atmosfera e ficam ciente dos riscos existentes no
ambiente.

Conjunto autônomo de ar

Os Equipamentos de Proteção Respiratória Autônoma (EPRA) são


fundamentais para que os bombeiros possam realizar suas missões de Salvamento e
Resgate em Locais que apresentem atmosferas IPVS (imediatamente perigosa a vida
e a saúde).
Os EPRA garantem aos bombeiros uma reserva de ar respirável em seu cilindro
que permitem a entrada e saída de um ambiente IPVS de forma a evitar que se entre
em contato com o ar contaminado do ambiente. Esses equipamentos possuem um
dispositivo que ao verificar que o ar está acabando dispara um alarme sonoro que
informa os bombeiros. A reserva de ar respirável está diretamente ligado ao tamanho
do cilindro e a pressão que ele foi exposto quando foi recarregado. Temos no Brasil
uma Norma Brasileira de Regulamentação, a NRB 12543/2017 que trata sobre
Equipamento de Proteção Respiratória e a NBR 13716 – Equipamento de proteção
respiratória – Máscara autônoma de ar comprimido com circuito aberto.
Alguns Equipamentos de proteção Respiratória possuem alerta em LED na
parte interna da máscara que informam a quantidade de ar no cilindro. Algumas
EPRAS também possuem mais uma máscara no mesmo sistema que pode ser
utilizada para uma ou até duas vítimas. São chamadas de sistema carona.

Fonte: Balaska35

35Fonte: Disponível em https://www.nei.com.br/produto/2015-02-protecao-respiratoria-balaska-equipe-ind-e-


com-ltda?id=1cbf2450-380d-4242-b287-362541cd39a4. Acesso em 03 fev 2019.
28
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Incendioseresgates36

Equipamento de Proteção Respiratória com Sistema Carona

Fonte: Wanderson Monteiro37

36Fonte: Disponível em http://incendioseresgates.blogspot.com/2017/01/. Acesso em 03 fev 2019.


37Fonte: Disponível em https://wandersonmonteiro.wordpress.com/2016/12/22/equipamentos-de-protecao-
respiratoria-epr/. Acesso em 03 fev 2019.
29
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SALVAMENTO TERRESTRE

Trava-quedas

O trava-quedas é um equipamento de proteção individual (EPI) contra quedas


em alturas. Também pode ser utilizado como equipamento de segurança para entrada
em poços ou galerias verticais. Tem uma fita interna retrátil que quando identifica uma
queda brusca efetua o travamento.

Fonte: Casa do EPI 38

Exaustores e insufladores de ar para espaço confinado

Os exautores insufladores são equipamentos que auxiliam a equipe a remover


uma atmosfera IPVS. movidos a diferentes fontes de energia, que dependem da
situação exigida. O modelo mais comum é movido a energia elétrica, mas também
existem opções movidas a gasolina, óleo diesel, ar comprimido. O ideal é que se utilize
sempre dois exautores. Um Insuflando ar respirável e outro retirando o ar contaminado
do ambiente.

Fonte: Casa do EPI

38Fonte: Disponível em https://casadoepi.com.br/produto/trava-quedas-retratil-fita-6m-vicsa-vic29181/. Acesso


em 03 fev 2019.
30
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SALVAMENTO TERRESTRE

FEAs para Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas

Existem diversos equipamentos para Busca e Resgate em estruturas


colapsadas a venda no mercado. Grande parte desses equipamentos são importados
e auxiliam de fundamental para a localização de vítimas que encontram-se soterradas
em escombros.
Normalmente, os trabalhos em BRES requerem de seus operadores um
treinamento aprofundado não apenas nas técnicas de Busca, Resgate e Salvamento,
mas também no uso dessas tecnologias.

Câmeras de inspeção

Fonte: Fieldfire.com39

As câmeras de inspeção são equipamentos de alta tecnologia que possibilitam


a identificação de vítimas em poços, galerias ou em lugares colapsados. É um
instrumento que é composto por um microfone e uma câmera de vídeo de alta
resolução na ponta de sua haste. Essa câmera pode ser movida por um motor que
pode direcioná-la a 360 graus. Junto com essa câmera foi projetado um microfone e
um autofalante. A câmera, o. microfone e o autofalante estão ligados a um visor de
cristal líquido em sua outra extremidade. Dessa forma os sons e as imagens são
emitidas ao operador do equipamento, permitindo que o bombeiro possa se comunicar

Fonte: Disponível em https://www.feldfire.com/SEARCHCAM-3000-USAR-Search-Camera_p_1740.html.


39

Acesso em 05 fev 2019.

31
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SALVAMENTO TERRESTRE

com a vítimas, mesmo que ela esteja a 5 metros de distância ou até 8 metros de
profundidade. As câmeras de inspeção também possuem sistema de iluminação junto
a câmera para que possam ser utilizadas a noite ou em situação de baixa
luminosidade. As câmeras mais modernas também são equipadas com visor com
módulo térmico, facilitando a localização da vítima.

Fonte: Impact.com40
Câmeras Térmicas

As câmeras térmicas são equipamentos que podem ser utilizados em


ambientes totalmente sem iluminação e auxiliam na buscar por vítimas. Em diversos
tipos de situação, principalmente em casos de vítimas inconscientes e que não
atendam aos chamados dos bombeiros.

Fonte: TechMundo.com41

Fonte: Disponível em https://www.impac.com.br/boroscopio/video-boroscopio.html. Acesso em 05 fev 2019.


40

Fonte: Disponível em https://www.tecmundo.com.br/produtos/76371-veja-funciona-camera-termica-video.htm.


41

Acesso em 05 fev 2019.


32
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SALVAMENTO TERRESTRE

Diversos são os modelos de câmeras térmicas no mercado, sendo que os


modelos mais modernos ainda transmitem as imagens instantaneamente para um
computador, tablet ou celular.

Detector de movimento

Aparelho de escuta sísmico/acústico desenvolvido especificamente para


detectar e localizar vitimas durante operações de BREC (busca e resgate em
estruturas colapsadas).
Os sensores sísmicos e acústicos do sistema convertem as vibrações criadas
pela vitima viva em sinais auditivos e visuais. É um aparelho de escuta sísmica para
vítimas vivas presas em estruturas que tenham desabado por causa de terremotos,
explosões, deslizamentos, desastres em minas ou desabamentos de construções.

Fonte: Resgatécnica.com42

42Fonte: Disponível em http://resgatecnica.com.br/equipamento/estruturas-colapsadas/detector-de-vida. Acesso


em 05 fev 2019.
33
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SALVAMENTO TERRESTRE

Equipamento de detecção sendo utilizado pelo autor em Curso de Busca e


Resgate em Estruturas Colapsadas

Fonte: Arquivo pessoal do autor (2019).

Almofada Pneumática
Almofadas pneumáticas são dispositivos para elevação de cargas essências
para o resgate e salvamento em situações de BREC. Podem elevar cargas de até 70
toneladas e funcionam de forma pneumáticas. Alguns modelos podem ser conectado
no próprio cilindro da EPRA.

Fonte: Incêndio e Resgate43

43
Fonte: Disponível em http://incendioseresgates.blogspot.com/2017/04/almofadas-pneumaticas.html.
Acesso em 05 fev 2019.

34
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Incêndio e Resgate44

ROMPEDOR: Equipamento de grande robusteza. É muito utilizada na construção civil


para realizar abertura em concretos, paredes e alvenaria.

Fonte: Quality45

44 Fonte: Disponível em http://incendioseresgates.blogspot.com/2017/04/almofadas-pneumaticas.html. Acesso

em 05 fev 2019.
45 Fonte: Disponível em http://www.qualylocadora.com.br/clientes/pra-que-serve-o-martelete. Acesso em 03 fev

2019.
35
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SALVAMENTO TERRESTRE

FEAs para Entradas Forçadas


Os equipamentos utilizados em entradas forçadas tem a finalidade de auxiliar
o bombeiro a acessar locais que estão obstruídos, possibilitando forçar portas e
janelas ou até mesmo realizar a abertura para facilitar o acesso até vítima. São de
extrema importância para as equipes de BREC e RIT (Rapid Intervention Team), bem
como as Forças de Reação Rápida do CBMRS (FR2).

Cortador a disco

Fonte: Sthill46

Hallingan

Fonte: Incêndio e Resgate47

46 Fonte: Disponóvel em https://www.stihl.com.br/Produtos-STIHL/Cortadores-a-disco/Cortadores-a-disco-para-

construção-civil/21176-1568/Cortador-a-disco-TS-800. Acesso em 03 fev 2019.


47 Fonte: Disponível em http://incendioseresgates.blogspot.com/2017/01/ola-bombeiros-tudo-bem-este-e-o.html.

Acesso cem 10 fev 2019.


36
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SALVAMENTO TERRESTRE

PRT - Conjunto de Ferramenta de Precursão manual


P

Fonte:Vatrogasci 48

Ferramenta Hi-Lift
P

Fonte: First responder49

48 Fonte: Disponível em http://www.vatrogasci.hr/index.php?route=product/product&product_id=536. Acesso


em 10 fev 2019.
49 Fonte: Disponível em https://hi-lift.com/first-responder-jack/. Acesso em 10 fev 2019.

37
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SALVAMENTO TERRESTRE

FEAs para Salvamento Veicular

Conjunto desencarcerador: Conjunto formado por moto bomba, mangueiras e


ferramenta alargadora, tesoura de corte e cilindro de expansão. Também possui
tesoura menor para corte de pedal.

Fonte: Holmatro50

Moto Bomba Elétrica: Unidade dotada de motor elétrico alimentado por bateria

Fonte: Resgatécnica51

Fonte: Disponível em https://www.webstagram.me/tag/holmatro. Acesso em 10 fev 2019.


50

Fonte: Dispoível em http://resgatecnica.com.br/equipamento/motobombas/motobomba-spu-16-bc-a-bateria/.


51

Acesso em 10 fev 2019.


38
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SALVAMENTO TERRESTRE

Moto Bomba Costal: Moto bomba elétrica adaptada para transporte em locais de
difícil acesso, como por exemplo ribanceiras

Fonte: Dees52

Bomba Manual: Unidade de bombeamento manual ( sem motor), geralmente


utilizada como segunda opção, ou na ocorrência de algum problema nas moto
bombas.

Fonte: Resgatécncia53

Cortador Portátil: Cortador autônomo portátil, acionado por bateria.

Fonte: Resgatécnica54

52 Fonte: Disponível em http://www.dees.ru/?do=catalog&id=68. Acesso em 10 fev 2019.


53 Fonte: Disponível em https://www.webstagram.me/tag/holmatro. Acesso em 10 fev 2019.
54

39
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SALVAMENTO TERRESTRE

FEAs para contenção de Animais

As ferramentas para captura de animais são itens de fundamental importância


para o atendimento de ocorrências envolvendo animais peçonhentos e venenosos
com segurança. Essas ferramentas visam capturar os animais sem que eles sejam
feridos.
Pegador de Aranhas

Fonte: Critter Catcher55

Puçá de Captura

Fonte: Equipo fauna56

55 Fonte: Disponível em https://www.almanaquesos.com/a-solucao-para-quem-tem-pavor-de-aranhas/. Acesso


em 12 fev 2019
56 Fonte: Disponível em http://www.equiposfauna.com.br/produtos.php?id=44. Acesso em 12 fev 2019.

40
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SALVAMENTO TERRESTRE

Cambão de Captura

Fonte: Med-sinal57

Pinça de captura de Répteis

Fonte: Iguapó58

Fonte Igapoo59

57 Fonte: Disponível em https://www.med-sinal.com.br/cambao-em-aluminio-com-travas. Acesso em 12 fev

2019.
58 Fonte: Disponível em http://www.igapoo.com.br/produtos.php. Acesso me 12 fev 2019.
59 Fonte: Disponível em http://www.igapoo.com.br/produtos.php. Acesso me 12 fev 2019.

41
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SALVAMENTO TERRESTRE

Gancho de captura de cobras

Fonte: Igaapo60

Rede de captura de Animais

Fonte: Redes de Proteção X 61

Fonte: Redes de Proteção X

60Fonte: Disponível em http://www.igapoo.com.br/produtos.php. Acesso me 12 fev 2019.


61Fonte: Disponivel em https://www.rededeproteçaox.com.br/page/72029-Rede-Captura-Animais. Acesso em 12
fev 2019.
42
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA 2
LIÇÃO 1
SALVAMENTO EM ELEVADORES

Fonte: Wanderson Monteiro62

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:
2.1 - Conhecer os procedimentos em emergências com elevadores.

62Fonte: Disponível em https://wandersonmonteiro.wordpress.com/2016/11/17/🔘-salvamento-em-elevadores-


procedimento-operacional-padrao. Acesso em 12 fev 2019.
43
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA II

LIÇÃO 1 - Salvamento em elevadores

2.1.1 Conhecer os Procedimentos em emergências em elevadores

O trabalho dos bombeiros no que tange os salvamento em elevadores tem


diminuído a cada ano. Hoje todas as empresas fabricantes de elevadores treinam os
síndicos e zeladores a realizarem procedimentos básicos de segurança quando
ocorrerem emergências com elevadores. As empresas também mantem um serviço
de emergências 24 horas por dia para casos de emergências. Em algumas empresas
os elevadores já são controlados por sistema de computadores que, em caso de
emergência controlam todos os elevadores e determinam o nivelamento no primeiro
pavimento da edificação e a abertura de suas portas. Esse procedimento é adotado
mesmo que seja cortada a energia elétrica, pois como medida de segurança existe
um conjunto de baterias que entram em funcionamento automaticamente no caso de
falta de energia.
Cada tipo de elevador, de acordo com a marca, tem um tipo específico de
funcionamento, contudo, todos os fabricantes possuem uma chave de emergência
que possibilita a abertura das portas. Essas chaves deverão estar de posse dos
síndicos ou zeladores para casos de emergências.

Modelos de chave de elevadores:

Fonte: elevador Esressi63

63 Fonte: Disponível em https://www.elevadoresressi.com.br/detalhes.php?id=518. Acesso em 12 fev 2019.


44
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SALVAMENTO TERRESTRE

Os bombeiros, quando atuam deveram estar sempre acompanhados dos


zeladores ou síndicos ou da equipe de portaria do prédio. Esses profissionais
conhecem as características do prédio e a localização da casa de máquina dos
elevadores. A energia elétrica da casa de máquina dos elevadores deverá ser cortada
antes que qualquer procedimento seja adotado pela equipe de bombeiros. Essa é uma
medida de segurança que jamais deverá ser negligenciada. Na casa de máquinas
estão instalados os disjuntores que controlam os elevadores.
A maioria dos elevadores possui um alçapão em sua parte superior que
possibilita a entrada de equipes de bombeiros em caso de emergências. Esse
alçapão, estará trancado pelo lado de fora para evitar que pessoas que se encontram
no interior do elevador queiram acessar a parte superior da cabine. Esse alçapão deve
ser utilizado para a entrada de bombeiros e, somente em último caso, para retirar
vítimas. As vitimas deverão ser retiradas pela porta do elevador. A porta poderá ser
destrancada com o uso da chave de elevadores sob posse do síndico ou zelador.
É de suma importância que em caso de incêndio os moradores sejam
orientados a não utilizarem os elevadores, devendo realizar o abandono da edificação
através das escadas.

Partes do elevador
Cada fabricante de elevador coloca em seu equipamento características que o
diferenciam dos demais equipamentos no mercado, contudo os elevadores são
composto por 6 conjuntos principais. Cada uma destas partes apresentam
peculiaridades relativas as marcas e modelos de cada fabricante. Nos últimos anos a
tecnologia envolvida no controle dos elevadores também avançou muito. Hoje os
elevadores já são controlados por sistemas computadorizados que permitem seu
controle e operação de forma totalmente digital.
De forma geral, as partes dos elevadores são:
1 - Casa de Máquinas;
2 – Cabine;
3 - Contrapeso
4 - Caixa de Corrida ou Passadiço
5 - Patamar ou Pavimento de Acesso
6 - Fundo do Poço.
45
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SALVAMENTO TERRESTRE

Casa de Máquinas – A casa de máquinas é onde ocorre o funcionamento e controle


dos elevadores. É onde fica o quadro de comando que controla todas as funções do
elevador. É o local onde os bombeiros efetuaram o corte da energia elétrica que
movimenta os elevadores.

Casa de máquinas com quatro elevadores

Fonte: Atualize Elevadores64

64 Fonte: Atualize elevadores. Disponível em www.atualizeelevadores.com.br Acesso em 02 fev 2019.


46
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SALVAMENTO TERRESTRE

Cabine – É o compartimento que realiza o transporte das pessoas ou cargas. No


interior da cabine deverá estar afixado o informativo de capacidade máxima e peso
permitido.

Fonte: Atualize Elevadores65

Contrapeso – É que faz a redução da força que será necessária para realizar a
movimentação da cabine. Esse contrapeso tem entre 40% a 50% do peso da
capacidade máxima da cabine.

Fonte: Altivus Elevadores66

65 Fonte: Atualize elevadores. Disponível em www.atualizeelevadores.com.br Acesso em 02 fev 2019.


66 Fonte: Altivus elevadores. Disponível em http://www.altivus.com.br/produtos. Acesso em 02 fev 2019.
47
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SALVAMENTO TERRESTRE

Caixa de Corrida ou Passadiço – É a parte da edificação por onde o elevador e o


contrapeso se movimentam.

Fonte: Altivus elevadores67

Limitador de velocidade: É um equipamento de segurança do elevador. Tem a


função de controlar a velocidade de deslocamento da cabine. Quando a velocidade
da cabine atinge a velocidade máxima estabelecida ele desliga o motor
automaticamente, evitando a queda brusca da cabine.

Fonte: Altivus Elevadores68

67 Fonte: Altivus elevadores. Disponível em http://www.altivus.com.br/produtos. Acesso em 02 fev 2019.


68 Fonte: Altivus elevadores. Disponível em http://www.altivus.com.br/produtos. Acesso em 02 fev 2019.
48
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SALVAMENTO TERRESTRE

Patamar ou Pavimento de Acesso – São os locais que dão acesso para que os
passageiros entrem na cabine dos elevadores.
Fundo do Poço – É a parte inferior do passadiço, onde ficam instalados os para-
choques, que podem ser molas ou borrachas.

Visão explodida da estrutura de funcionamento dos elevadores:

Fonte: Atualize Elevadores69

69Fonte: Disponível em http://www.condoemfoco.com.br/2016/06/01/manutencao-de-elevadores-em-


condominios/ Acesso em 05 fev 2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

Procedimentos para o salvamento em elevadores

Após o pedido de socorro e a chegada do Corpo de Bombeiros no local os


procedimentos a serem adotados serão os seguintes:
1. Desligar a chave do elevador – Visando operar com segurança a guarnição de
Bombeiros deverá realizar o desligamento da chave geral de força que controla os
elevadores. Normalmente a caixa de força estará na case de máquinas dos
elevadores. Esse é um procedimento de segurança que visa a proteção não apenas
das pessoas presas no elevador, mas também de toda a guarnição de bombeiros que
está trabalhando no local. É importante ressaltar que mesmo o sindico ou zelador
informe que já foi cortada a energia elétrica o comandante da operação deverá
ordenar que algum bombeiro da equipe desloque até a casa de força e verifique se
realmente a energia foi cortada.
Quando a energia é cortada ocorre o bloqueio do elevador. Caso seja
necessário nivelar a cabine os bombeiros deverão debloquear os freios do elevador.

Fonte Atualize Elevadores70

2. Localizar a cabine do elevador – A localização do andar em que se encontra a


cabine do elevador deve ocorrer ao mesmo tempo quem que está sendo realizado o

70Fonte: Atualize elevadores. Disponível em http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2012/05/c-resgate-em-


elevadores/ Acesso em 02 fev 2019.
50
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SALVAMENTO TERRESTRE

corte da energia elétrica. O comandante da guarnição de serviço deve gerenciar a


equipe de forma a otimizar o tempo e realizar a retirada das vítimas do elevado no
menos espaço possível de tempo, pois as pessoas podem começar a entrar em pânico
e dificultar as ações de salvamento. Essas informações podem ser levantadas com os
funcionários do edifício.

Fonte: OCP News71

3. Verificar número e estado das vítimas – Após encontrado o pavimento onde se


encontra a cabine do elevador o comandante da operação deverá realizar o
levantamento do número de vítimas e o estado em que se encontram.
A equipe de bombeiros deverá acalmar as vítimas mais nervosas, evitando que
entrem em pânico. É importante manter o controle psicológico das vítimas, pois o
comportamento de algumas vítimas em pânico podem influenciar o comportamento
de todos, gerando um pânico geral em um ambiente extremamente pequeno. Caso
seja necessária deverá pedir apoio para o SAMU.

71Fonte ocp.news. Disponível em https://ocp.news/seguranca/bombeiros-de-jaragua-resgatam-pessoas-presas-


em-elevador-e-combatem-incendios. Acesso em 02 fev 2019.
51
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte OCP News72

4. Abertura da porta do pavimento onde se encontra a cabine – Após acalmar as


vítimas no interior da cabine o comandante da operação deverá informar que será
realizada a abertura do porta do elevador. Deverá solicitar que todos em seu interior
permaneçam calmos e que evitem e encostar na porta. Para realizar a abertura a
guarnição deverá utilizar a chave de elevador. Que se encontra de posse do sindico
ou zelador.

Fonte: Bombeiros Socorristas73

72 Fonte ocp.news. Disponível em https://ocp.news/seguranca/bombeiros-de-jaragua-resgatam-pessoas-presas-

em-elevador-e-combatem-incendios. Acesso em 02 fev 2019.


73 Fonte Bombeiros Socorristas. Disponível em

http://www.bombeirossocorristas.com.br/dicas?id=110/panes_em_elevadores Acesso em 02 fev 2019.


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SALVAMENTO TERRESTRE

Caso o comandante da operação identifique que a cabine do elevador


encontre-se desnivelada deverá dar prioridade em abria a porta do pavimento
imediatamente superior onde se encontre a cabine, pois assim evita de que ao sair as
vítimas corram risco de cair no poço do elevador.
É de fundamental importância que a operação de salvamento em elevadores
seja realizada pelo pavimento imediatamente superior, pois esse cuidado evita que ao
abrir a porta do pavimento inferior as vítimas venham a querer sair e acabem caindo
no poço do elevador. Devemos avaliar as condições psicológicas das vítimas dentro
do elevador, pois as vítimas, quando em pânico, podem querer sair sem a devida
autorização da equipe de bombeiros, dificultando as operações de salvamento.

Fonte: Bombeiros Socorristas74

Mesmo após aberta a porta do elevador o comandante da operação não deve


autorizar a saída das pessoas que se encontram em se interior. A saída deve ser
avaliada se pode ser realizada de forma segurança mesmo com o elevador
desnivelado.
Caso seja necessário realizar o nivelamento da cabine com o pavimento
superior o comandante deverá determinar via rádio que a equipe que encontra-se na
casa de máquinas realizar o nivelamento da cabine. Os procedimentos a serem

74 Fonte Bombeiros Socorristas. Disponível em


http://www.bombeirossocorristas.com.br/dicas?id=110/panes_em_elevadores Acesso em 02 fev 2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

adotados para o nivelamento da cabine dependerá de cada modelo e marca do


elevador.
5. Liberar o sistema de freio – Para realizar o nivelamento da cabine do elevador a
guarnição de bombeiro deverá liberar o freio na casa de máquinas. A liberação do
freio fará com que o elevador se desloque automaticamente para cima, fazendo com
que ocorra o nivelamento com o pavimento superior. No modelo abaixo basta girar
manualmente para a esquerda ou para a direita para realizar o nivelamento da cabine.

Fonte: MTB 03 Corpo de bombeiros de São Paulo75

6. Nivelar a cabine – Após o nivelamento da cabine o comandante informará via rádio


que a cabine encontra-se nivelada e deverá solicitar que a equipe que está na casa
de máquinas realize, novamente, o travamento do freio, para somente após isso
comece a retirada das vítimas do elevador.
7. Retirada das vítimas – Após o nivelamento e o acionamento dos freios o
comandante poderá determinar a saídas das vítimas.

Observações: Caso não seja possível realizar o nivelamento da cabine a saída das
vítimas só poderá ocorrer após a entrada de um bombeiro no interior do elevador, pois
assim poderá auxiliar cada vítima a sair. Na saída das vítimas deve-se dar prioridade
as pessoas em pânico e as que apresentem sinas de claustrofobia. Caso ocorra de
existir vítimas com lesões, então a equipe de bombeiros deverá avaliar as condições

75 Fonte: MTB 03 Corpo de Bombeiros de São Paulo. 2 ed. Vol. 06 2006. Pág 189.
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físicas para sua remoção ou até mesmo a necessidade de algum atendimento de


primeiros socorros no interior do elevador antes da sua retirada.

Fonte: Portal NBR76

Após a retirada de todas as vítimas do elevador deverá ser realizada uma


verificação individual das vítimas e da necessidade de atendimento médico. O
elevador deverá permanecer interditado até a manutenção por equipe especializada.

UNIDADE DIDÁTICA 3
76 Fonte Portal NBR. Disponível em http://www.portalnbr.com.br/noticia/151/bombeiros-resgatam-vitimas-
retidas-em-elevador-na-area-central-em-barretos Acesso em 02 fev 2019.
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LIÇÃO 1
SALVAMENTO EM POÇOS E GALERIAS

Fonte: Bombeirosdf.com77

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:
2.1 - Conhecer técnicas para salvamento e Poços e Galerias.

UNIDADE DIDÁTICA III

77 Fonte: http://www.bombeirosdf.com.br/2017/01/bombeiros-sao-acionados-para-resgate-de.html.
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SALVAMENTO TERRESTRE

LIÇÃO 1 - Salvamento em poços e ribanceiras

3.1.1 Técnicas para salvamento e poços e galerias

As atividades de salvamento e resgate em poços e galerias são atividades de


alto risco e que expõe os bombeiros a diversos fatores de perigo. Muitas vezes a
atuação nessas áreas requer técnicas e equipamentos especiais, tais como cordas,
tripé, EPRA, detectores de gases etc. Esses locais são classificados como Locais
Confinados pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. O trabalho em Locais
Confinados é tão arriscado que motivou o MTE a editar a Norma Regulamentadora
(NR) 33.
Conforme a NR 33, o conceito de Espaço Confinado é:
“Um espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para
ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída,
cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde
possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.”

Esses locais requerem sinalização específica informando o risco e que a


entrada não é permitida para pessoas sem o devido treinamento.

Assim, podemos observar que um poço, galeria, silos, bueiros são, por sua
natureza classificados como local confinado e qualquer que seja a entrada dos
bombeiros nesses locais irá requerer que todos os membros da equipe estejam
devidamente treinados e utilizando todos os Equipamentos de Proteção Individual
EPI’s, sob pena de que uma vez exposto a uma atmosfera insalubre o bombeiro
poderá ser seriamente contaminado.

Equipamentos elétricos e energizados em locais confinados


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SALVAMENTO TERRESTRE

Outro ponto de fundamental importância para o trabalho de bombeiro em locais


confinados é que os materiais elétricos ou energizados para o resgate em locais
confinados devem ser intrinsicamente seguros, ou seja, devem ser hermeticamente
fechados de forma que não causem explosões.
Radiocomunicadores, lanternas, detectores de gás e exaustores não podem
ser equipamentos comuns. Devem ser certificados pelo fabricante para trabalhos em
áreas classificadas como IPVS (Imediatamente Perigosa a Vida e a Saúde).

LEITURA RECOMENDADA:
Ø NR 33 MTE - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços
Confinados;
Ø NBR 16.577 - Espaço confinado — Prevenção de acidentes,
procedimentos e medidas de proteção.

Equipamentos necessários para resgate em poços e galerias

Cabo Solteiro (cabo da vida): É uma corda confeccionada com os mesmo matérias
das corda certificadas para resgate. Deve ter 6,50 metros e pode ser utilizada para
diversas atividades, desde a segurança do próprio bombeiro, trabalho com macas,
resgate de vítimas etc. É um material individual e todos os integrantes da equipe
devem possuir.

Fonte: Use Militar78


Alguns manuais indicam que para facilitar a utilização do cabo solteiro ele deva
ter uma marcação exatamente no meio, dessa forma, quando for necessário usar o
bombeiro já possui uma orientação.

78Fonte: Disponível em https://www.usemilitar.com.br/cabo-solteiro-4-5-m-corda-12mm. Acesso em 05 fev


2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

NOTA: O tamanho do cabo solteiro foi definido com base na altura de um “pé direito”
de uma edificação que tem por padrão entorno de 3.0 metros. Dessa forma o bombeiro
pode utilizar o cabo solteiro dobrado ao meio e com a utilização de um nó “salva cabo”
pode realizar a sua extração rápida de um ambiente em chamas.

Bastão (Bengala de cego): É um equipamento utilizado pelo bombeiro em locais sem


iluminação e espaços confinados para verificar se o chão a sua frente não apresenta
riscos como buraco ou desnível.
É um acessório que deve ser, preferencialmente, de fibra ou madeira, pois
dessa forma não transmite energia elétrica. Esse material também é utilizado em
situações de alagamento e deslocamentos de massa (terra), pois auxilia o bombeiro
a evitar buracos em seu deslocamento.

Fonte: Fala GM79

Outros equipamentos necessários


Cordas, cordeletes, mosquetões, descensores, ascensores, roldanas, tripé,
placa multiplicadora, EPRA, detector de gás, Rádio portátil intrinsicamente seguro,
exaustores, lanternas intrinsicamente segura.

Riscos em Locais Confinados


As atividades em locais como poços e galerias possuem alguns riscos
peculiares. Esses riscos muitas vezes são invisíveis ao bombeiro e por isso esse tipo

79Fonte: Disponível em https://www.falagm.com/artigo/bombeiros-de-brumadinho-os-verdadeiros-herois-do-


brasil Acesso em 12 fev 2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

de resgate e salvamento necessitam de equipamentos especializados. Os riscos aos


quais os bombeiros estão expostos podem ser:
Químicos: deficiência ou enriquecimento de oxigênio no ambiente, Ácido
Sulfídrico, Monóxido de Carbono, amônia, cloro,
Físicos: Pedras soltas, eletricidade, água, estruturas colapsadas, objetos
perfurantes ou cortantes, calor ou frio excessivos etc.
Biológicos; Leptospirose, Leishmaniose, vírus e bactérias etc.
Animais e plantas venenosas e outros riscos diversos.
Para que consigamos nos precaver de tais riscos é importante o uso completo
de EPI e EPRA. Alguns riscos químicos podem ser mensurados através do uso de
detectores de gases. Para tanto é importante que o bombeiro saiba determinar os
limites seguros dos gases aos quais poderá estar exposto. Os detectores de gases,
normalmente, fazem a leitura de 4 gases, sendo eles Oxigênio, CO2, H2S, CO e os
Gases Inflamáveis.
Conforme a coletânea do Corpo de bombeiros de SP (MTB 03, pág 228-229)
os limites para cada umas das leituras dos detectores de gás são:
EFEITOS DA DEFICIÊNCIA DE O2 (Tolerância – 19,5 a 22 %)
- Descoordenação (15 a 19%);
- Respiração difícil (12 a 14%);
- Respiração fraca (10 a 12%);
- Falhas mentais, náuseas e vômitos (8 a 10%);
- Inconsciência – morte após 8 minutos (6 a 8 %);
- Coma em 40 segundos (4 a 6%).

EFEITOS DA CONCENTRAÇÃO DO MONÓXIDO DE


CARBONO(CO) (Limite de tolerância – 39 ppm*)
- Acima de 200 ppm: dor de cabeça;
- De 1000 a 2000 ppm: palpitações;
- De 2000 a 2500 ppm: inconsciência;
- Acima de 4000 ppm: morte.

EFEITOS DO GÁS SULFÍDRICO(H2S) (Limite Tolerância – 8,0 ppm)


- De 50 a 100 ppm: irritações;
- De 100 a 200 ppm: problemas respiratórios;

60
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SALVAMENTO TERRESTRE

- De 500 a 700 ppm: inconsciência;


- Acima de 700 ppm: morte.

Comunicação entre as equipes em espaços confinados


Antes de realizar a entrada em poços e galerias é importante estabelecer a
forma de comunicação com a equipe que permanecerá na parte externa. Essa equipe
deverá permanecer em condições de prestar apoio para a equipe que está dentro do
poço ou galeria. A comunicação poderá ser realizada através de rádio ou com sinais
estabelecidos por corda.

Padrão de comunicação por cordas


Os corpos de bombeiros tem estabelecido diversos tipos de codificação através
de comunicação por cordas. O Corpo de Bombeiros de São Paulo (MTB 03 –
Salvamento Terrestre pág 232) estabeleceu como comunicação por cordas a seguinte
codificação”:
Ø 1(um) toque – “tudo bem”;
Ø 2(dois) toques – “pagar cabo”;
Ø 2(dois) toques – “pagar cabo”;
Ø 3(três) toques – “recolher o cabo”;
Ø 4(quatro) toques – achou a vítima ou o objetivo, ou precisa de ajuda.

Procedimentos para execução do resgate em poços

Levantamento de informações: quando ocorre os chamados da equipe de


bombeiros deve levantar o maior número de informações possível, tais como número
de vítimas, estado de saúde das vítimas, local onde se encontram, presença de
qualquer risco (produtos químicos, eletricidade, águas etc).

Isolar o local: Ao chegar no local o comandante da guarnição deverá determinar o


isolamento do local. O isolamento deve levar em consideração se o local apresenta
produtos químicos e a direção do vento. ABIQUIM o tipo de produto e os riscos s
saúde. O manual da ABIQUIM também informa as distancias a isolar de cada produto
químico. O isolamento do local serve para que outras pessoas entrem no local que
possa estar contaminado e venham a se tornar mais uma vítima.
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SALVAMENTO TERRESTRE

Esse procedimento de isolar o local também cria uma zona de exclusão onde
apenas os bombeiros podem permanecer. Essas zonas são separadas em zona
quente, morne e fria, onde cada uma dessas zonas tem uma finalidade específica de
exclusão. Caso essas zonas de exclusão sejam negligenciadas as consequências
podem ser desastrosas para o desenrolar da ocorrência. Essas zonas de exclusão
são aplicadas em, praticamente, todos os tipos de ocorrência de bombeiros

Fonte: Academia Bravos80

Zonas de Isolamento

Cada uma das zonas de isolamento servem para evitar que um desastre maior
aconteça e envolva pessoas que não precisariam estar ali.

Zona Quente (Vermelha): na zona vermelha só podem permanecer aqueles


que estão devidamente munidos de EPI completo para o tipo de acidente e que
estejam trabalhando no atendimento do acidente.

Zona Morna (Amarela): na zona amarela permanecem as equipes de apoio e


os equipamentos que são necessário para o atendimento da ocorrência e que não
estejam sendo usados. Esses equipamentos devem estar sempre prontos e a
disposição da equipe. Esses materiais não permanecem na zona quente, pois podem
80 Fonte Disponível em https://www.academiabravos.com.br/cursos/isolamento-de-area/ Acesso em 02 fev 2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

atrapalhar o atendimento. Nesta zona também ficam os auxiliares das equipes de


resgate.

Zona Fria: a zona fria deve ser instalada em zona segura, não pode ser atingda
por qualquer situação que envolva o acidente. Nesta zona ficam o Posto de Comando,
a Área de Concentração de Vítimas, o Acampamento, etc. Esses conceitos são
estudados através do Sistema de Comando de Incidente.

Ponto de Acesso: O ponto de acesso é a área estabelecida para que


equipamentos e equipes entrem na zona quente e para que vítimas sejam retiradas
do local. Estabelecendo um único ponto de acesso para a entrada e saída fica mais
fácil evitar que acidentes ocorram e envolvam a vítima novamente ou até mesmo a
guarnição de bombeiros.

Fonte: Areafria.com.81

Leitura de atmosfera com detector de gás: Após o isolamento do local os bombeiros


deverão, antes mesmo de entrar no poço local confinado, realizar a leitura do ambiente
com o detector de gás.
Como existem alguns gases que são mais pesados e outros que são mais leves
que o ar devemos realizar a leitura da atmosfera superior, mediana e inferior do

81 Fonte: Disponível em http://areafria.com.br/area-fria/. Acesso em 06 fev 2019.


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SALVAMENTO TERRESTRE

ambiente que está sendo avaliado. Desta forma a guarnição de bombeiros poderá
determinar os níveis de:

Ø O2 - Oxigênio;
Ø CO – Monóxido de carbono;
Ø H2S – Gás sulfídrico;
Ø Gases inflamáveis.
Conforme o manual de Salvamento Terrestre do Corpo de Bombeiros de Goiás
(Manual Salvamento Terrestre de Goiás, pág 169-170) cada um desses elementos
apresentam riscos específicos:
O Oxigênio (O2): Convém salientarmos que a presença de gases
considerados inertes ou mesmo de inflamáveis, considerados como
asfixiantes simples, deslocam o oxigênio e, por conseguinte, tornam o
ambiente impróprio e muito perigoso para a respiração. Logo, antes de
entrarmos no interior de um espaço confinado, devemos monitorá-lo e garantir
a presença de oxigênio em concentrações na faixa de 19,5% a 22%. Uma
concentração de oxigênio abaixo de 19,5% pode acarretar uma série de
sintomas, desconfortáveis e que podem ser até fatais, conforme foi descrito
anteriormente, e em uma concentração acima de 22%, além de também ser
nociva ao homem, torna o ambiente perigoso, uma vez que este gás,
considerado comburente, pode, pelo simples contato com alguns produtos e
materiais, provocar uma combustão.
o Monóxido de carbono (CO): Por não possuir cor e odor, este nocivo gás
pode permanecer por muito tempo em ambientes confinados sem que o
bombeiro tome providências de ventilar ou abandonar o local. A entrada ou
permanência nestes locais pode trazer consequências danosas ao homem
em caso de concentrações superiores ao seu limite de tolerância que é de
25ppm. São responsáveis por 60% das vítimas dos acidentes em ambientes
confinados: Dor de cabeça (200ppm); Palpitação (1000 a 2000ppm);
Inconsciência (2000 a 2500ppm); § Morte (4000ppm).
o Gás sulfídrico (H2S): Este é um dos piores agentes ambientais agressivos
ao ser humano, em pequenas concentrações, têm cheiro de ovo podre,
porém, em concentrações médias e superiores, torna-se inodoro. O seu limite
de tolerância ao organismo é de 8ppm. Concentrações acima disso podem
causar sintomas desconfortáveis.
o Gases inflamáveis: Os medidores e explosímetros devem nos alarmar, no
mínimo, com a presença de uma concentração que atinja 10% do limite
inferior de explosividade, podendo, em alguns modelos, serem
reprogramados para aumentar a sensibilidade, alarmando-nos em
concentrações menores. 82

O manual de salvamento do Corpo de bombeiros de goiás (Manual Salvamento


Terrestre de Goiás, pág 170) também deixa claro que:
“existem vários outros fatores que podem gerar riscos atmosféricos, e a
destinação do espaço e o serviço que estava sendo executado no local, em

82Fonte: Manual operacional de bombeiros : salvamento terrestre / Corpo de Bombeiros Militar. – Goiânia -
2017. Pág 169-170.
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questão, podem nos trazer uma série de informações para a identificação


rápida de riscos atmosféricos”.83

Fonte: Doc Player84

Após realizada a leitura do ambiente e caso seja verificada a presença de


qualquer desses gases o comandante só poderá determinar a entrada dos bombeiros
para o resgate somente com EPRA. Comandante deverá determinar que os mais
experientes em resgate realizem a entrada para a retirada das vítimas, caso existam.

NOTA 1: No caso de existência de vítimas os bombeiros não terão tempo disponível


para realizar a leitura dos gases nem a ventilação e a retirada do gás contaminante.
Desta forma, caso no momento da chamada aos bombeiros seja informada a
existência de vítimas no local a equipe já deverá deslocar com o EPRA ao corpo,
conectando a máscara apenas no momento da entrada no poço.

Caso existam gases tóxicos deverá ser realizada a ventilação do local.

83Idem. Pág 170.


84Fonte Portal NBR. Disponível em https://docplayer.com.br/73642246-Comando-da-academia-e-ensino-
bombeiro-militar-jucivaldo-santana-ladislau.html Acesso em 02 fev 2019.
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VENTILAÇÃO FORÇADA: A ventilação forçada visa a troca da atmosfera


contaminada (IPVS Imediatamente Perigosa a Vida e a Saúde) por uma atmosfera
adequada ao ser humano. Essa ventilação permite a entrada de ar respirável no
ambiente através de três técnicas. Pressão positiva, Pressão Negativa e Combinada.

Pressão Positiva: Podemos insuflar ar não contaminado de uma atmosfera externa


para dentro do ambiente contaminado realizando a troca do ar do ambiente, o que é
chamado de Pressão Positiva.

VENTILAÇÃO POR PRESSÃO POSITIVA


Direção do vento

Fonte: Doc Player85

Pressão Negativa: A pressão negativa consiste em fazer a retirada do ar


contaminado do ambiente através do uso de exaustor, o eu iria fazer com que o ar
não contaminado fosse “arrastado” para dentro do ambiente, o que é chamamos de
Pressão Negativa. Essa técnica é eficaz se no ambiente possuir duas entradas de ar,

85Fonte: Disponível em https://docplayer.com.br/78221778-Espaco-confinado-ventilacao-para-trabalhos-em-


ventilacao-em-espacos-confinados.html. Acesso em 03 fev 2019.

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onde ume uma instalamos o exaustor e pela outra o ar é arrastado para dentro do
ambiente contaminado.

VENTILAÇÃO POR PRESSÃO NEGATIVA

Fonte: DocPlayer86

Pressão Combinada: Neste caso estamos utilizando as duas técnicas juntas, o que
potencializa a velocidade e a capacidade de renovação de ar. Devemos ter o cuidado
para que os dois exaustores estejam posicionados um mandando ar para dentro do
ambiente e o outro esteja retirando o ar do ambiente, lembrado que a posição do
vendo deve ser levada em consideração para que o ar contaminado não seja
reenviado para a área que está sendo limpa.

VENTILAÇÃO POR PRESSÃO COMBINADA

Direção do vento

86Fonte: Disponível em https://docplayer.com.br/78221778-Espaco-confinado-ventilacao-para-trabalhos-em-


ventilacao-em-espacos-confinados.html. Acesso em 03 fev 2019.
67
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SALVAMENTO TERRESTRE

NOTA: Podemos observar que


na exemplo ao lado a exaustão
será muito mais rápida devido
aos dois equipamentos
exaustores estarem
funcionando ao mesmo tempo,
visto que enquanto um manda
ar limpo o outro puxa para fora
o ar contaminado.

Fonte: Enesens87

É importante ressaltar que o que vai definir a técnica que iremos adotar será
a análise do gás contaminante, se é mais leve ou mais pesado que o ar, se o local
apresenta uma, duas ou mais entradas de ar.

DICA: Na ventilação forçada é de suma importância verificar


sempre a direção do vento, pois dessa forma não corremos o
risco de sermos contaminados pelo gás retirado do ambiente

NOTA: É importante ressaltar que a Guarnição de bombeiros sempre deverá realizar


a entrada em locais como poços e galerias equipado com EPRA. O que determina a
necessidade de já sair do quartel equipado com e EPRA ou equipar no local é a
existência ou não de vítimas. Quando houver vítimas os bombeiros são podem perder
tempo no local.

87Fonte: Disponível em http://www.enesens.com.br/ventilacao-mecanica-em-espacos-confinados/. Acesso em


03 fev 2019.

68
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Ventilação de Ambiente com contaminante mais pesado que o ar: Quando o gás
for mais pesado que o ar devemos estender a tubulação do exaustor até o fundo do
posso, pois dessa forma é possível realizar a captura do gás mais pesado e mandando
para a atmosfera externa.

VENTILAÇÃO POR PRESSÃO NEGATIVA

Direção do vento

Ventilador / Exaustor
Ar de reposição entrando
no ambiente

Gases sendo
expulsos do poço

Gases mais pesados


sendo retirados pelo
exaustor

Fonte Wanderson Monteiros88

Ventilação de Ambiente com contaminante mais leve que o ar: Quando o gás for
mais leve que o ar ele vai se estabelecer na parte superior do ambiente, desta forma
devemos colocar a tubulação do exaustor ou somente o exaustor na entrada do posso,
pois dessa forma é possível realizar a captura do gás mais leve manda-lo para a
atmosfera externa. Neste caso a tubulação poderá ser até dispensada ou apenas a
ponta colocada na entrada do poço.

88Fonte: Disponível em https://wandersonmonteiro.files.wordpress.com/2018/05/safety_tips_w_monteiro_2018


_05_05_022_br.pdf Acesso em 03 fev 2019.

69
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Wanderson Monteiro89

Cuidados na ventilação: É importante cuidarmos a posição do exaustor, pois pode


acontecer de que o ar contaminado do ambiente seja redirecionado ao poço através
da insuflação de ar. Isso pode acontecer quando o vento está contra o exaustor.

89 Fonte:Disponível em https://wandersonmonteiro.files.wordpress.com/2018/05/safety_tips_w_monteiro_2018

_05_05_022_br.pdf Acesso em 03 fev 2019.


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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Wanderson Monteiros90

SISTEMAS DE MULTIPLICAÇÃO DE FORÇA

Existem diversos tipos de sistemas. Cada tipo de sistema é desenvolvido


para situações especificas de resgate. Existem sistemas que são desenvolvidos para
trabalhos em que as equipes de resgate possuem cordas curtas comparado a altura
do poço e outros sistemas que são utilizados quando as equipes de resgate possuem
cordas suficiente para sistemas mais complexos que tornam o resgate mais rápido.
Dentre os tipos de sistemas de multiplicação de forças existem:

Ø Sistema Estendido
Ø Sistema Reduzido
NOTA: Sempre que for possível devemos
Ø Sistema Dependente utilizar duas cordas para o resgate. Uma
Ø Sistema independente sendo a corda de segurança e outra corda
como sendo a de trabalho, onde teremos o
Ø Sistema Aberto sistema de multiplicação de força. Desta
Ø Sistema Fechado forma se uma corda falhar a outra servirá
como segurança protegendo a vítima contra
Ø Sistema Simples quedas.
Ø Sistema Composto

90 Fonte:Disponível em https://wandersonmonteiro.files.wordpress.com/2018/05/safety_tips_w_monteiro_2018

_05_05_022_br.pdf Acesso em 03 fev 2019.


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SALVAMENTO TERRESTRE

A - Sistema Estendido: No sistema de multiplicação de força estendido


todas as corda (ramais) chegam até a vítimas. Esse sistema é muito mais rápido para
realizar a retirada de uma vítimas, contudo ocupa uma quantidade significativa de
corda, pois todos os ramais chegaram até onde a vítima se encontra. Desta forma, se
um vítima se encontra em uma profundidade de 20 metros e estamos aplicando um
sistema 4x1 será necessária para chegar até o fundo do poço 80 metros de corda,
sendo que ainda será necessário uma quantidade de corda para operar o sistema que
podemos mensurar em 5 metros. Então para esse resgate em um poço de 20 metros
seria necessário uma corda de 85 metros. Exemplo de sistemas estendidos:

Fonte: Content91

Fonte: Salvamento Brasil92

B - Sistema reduzido: No sistema de multiplicação de força reduzido nem


todas as cordas (ramais) chegarão até a vítima. Apenas o primeiro ramal vai até o

91 Fonte: Portal NBR. Disponível em https://www.ebah.com.br/content/ABAAAe-QwAB/salvamento-


altura?part=4 Acesso em 03 fev 2019.

92Fonte: Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-mecanica Acesso em 03 fev


2019.
72
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SALVAMENTO TERRESTRE

ponto em que a vítima se encontra. Os demais serão fixados no ramal que vem da
vítima, ou seja, todas as cordas não descem até a vítima. Ou seja, ocupam uma
quantidade menor de corda para resgatar a vítima.

Exemplo de Sistemas Reduzidos:

Fonte: Salvamento Brasil93

C - Sistema Dependente: Sistemas dependentes são aqueles em que a


mesma corda em que a vítima está ancorada é utilizada para o resgate. No sistema
abaixo demonstraremos a descida de um Resgatista utilizando um Id fixo (sistemas
de pré-engenharia) e para subir um sistema de vantagem mecânica 4x1 dependente
(utilizando a mesma corda da vítima).

No exemplo abaixo estamos observando dois exemplos. No primeiro a


imagem representa o bombeiro descendo até a vítima através do uso de um sistema
de pré-engenharia (com ID fixo). No segundo exemplo momento é realizada a
ascensão do bombeiro e a vítima através de um sistema reduzido dependente. Nesse
sistema não se faz necessário o uso de captura de progresso, visto que o ID tem essa
função.

Sistema Debreável Sistema para ascensão

93Fonte: Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-mecanica Acesso em 03 fev


2019.
73
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Salvamento Brasil94

D - Sistema Independente: São aqueles em que o sistema de multiplicação


de força são montados em outra corda, ou seja a corda onde a vítima está ancorada
não é utilizada para a multiplicação de força, mas sim apenas como ponto para
ancorar esse sistema. Esse sistema tem a vantagem de poder ser instalado e retirado
sem a necessidade de atuar na corda onde a vítima (carga) está ancorada.

Sistema debreável Oito Fixo

Fonte: Salvamento Brasil95


E - Sistema Aberto: Sistema aberto é aquele onde somente uma das
extremidades da corda está ancorada em ponto fixo, sendo que a outra extremidade

94 Fonte: Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-mecanica Acesso em 03 fev

2019.
95 Fonte: Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-mecanica Acesso em 03 fev

2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

está amarrada na vítima ou na carga que se quer levantar. Nesse sistema a força
exercida serve para deslocar uma carga (vítima).

Sistema 3x1 (sistema ‘Z’)


reduzido , dependente, aberto.

Fonte: Salvamento Brasil96

F - Sistema Fechado: Sistema fechado é aquele sistema onde as duas


pontas da corda estão ancoradas em pontos fixos, sendo que a força utilizada no
sistema de multiplicação de força tem a finalidade de tracionar a corda. É o sistema
aplicado quando se traciona tirolesas. As forças de tração aplicadas em uma tirolesa
tendem a ficar exercendo força nas duas extremidades, pois diferente do sistema
aberto essas forças não deslocam uma carga para um lado ou outro, dessa forma a
força fica dentro do sistema fazendo tração nas ancoragens.

Esse sistema requer cuidados para que não seja ultrapassada a margem de
segurança de força utilizada na corda. As literaturas demonstram que a força utilizada
na tração não deve ultrapassar a relação de 12. Ou seja, se estamos com 3 homens
puxando uma corda nós podemos utilizar, no máximo, um sistema de vantagem
mecânica de 4x1. Isso significa que 3x (4x1)= 12. Se tivermos 4 homens puxando
essa mesma corda o sistema máximo que poderá ser aplicado é o sistema 3x1. Isso
significa que 4x(3x1)=12.

Toda força exercida no sistema não é absorvida. Fica exercendo força no


sistema, na corda e nos pontos de ancoragens.

96Fonte: Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-mecanica Acesso em 03 fev


2019.
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Sistema Fechado

Ponto de Ponto de
ancoragem ancoragem

Fonte: Salvamento Brasil97

NOTA: Algumas teorias mais modernas defendem que a relação de


segurança pode atingir até 18 e não apenas 12. Entretanto esta teoria
ainda não apresenta ampla aceitação pela doutrina.

G – Sistema Simples: Nesse sistema não há combinação de dois ou mais


tipos de vantagem mecânica, mas sim apenas um.

Sistema 2x1 Sistema 3x1

Fonte Salvamento Brasil98

97 Fonte: Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-mecanica Acesso em 03 fev

2019.
98 Fonte: Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-mecanica. Acesso em 03 fev

2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

H – Sistema Composto ou combinado: Sistemas combinados ou


compostos são aqueles que combinam dois ou mais sistemas de multiplicação de
forças, sendo que ao final ambos se multiplicam.

2x1 x 2x1= 4x1 3x1 x 2x1= 6x1


3x1x3x1= 9x1
Fonte: Salvamento Brasil99

É fundamental o conhecimento de sistemas de multiplicação de força para a


entrada e saída de poços, pois em alguns casos será necessário muita força para
fazer uma vítimas ou o próprio bombeiros subir no sistema de cordas. Com a utilização
desses sistemas podemos reduzir significativamente a força a ser exercida no
momento do resgate.

CAPTURA DE PROGRESSO: Os sistemas de captura de progresso são sistemas


que servem para bloquear a queda da vítima no caso de uma emergência, como
exemplo de mau súbito do operador da corda.
Utilizando essa sistema podemos ter uma segurança no caso de uma
emergência. Também serve para realizar o bloqueio do sistema e, desta forma,
liberando o material para que seja utilizado em outra situação caso seja necessário.

99Fonte: Disponível em Salvamento Brasil. Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/wp-


content/uploads/2015/08/4x1-Estendido-Completo.png Acesso em 03 fev 2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

Sistema de Captura de Progresso

Fonte: Salvamento Brasil100

ENTRADA NO POÇO: A entrada em poços deve ser realizada, sempre, utilizado duas
cordas. Um corda principal e uma corda de segurança. Existem diversos tipos de
sistemas para entrada em poços, entretanto para que seja realizada a retirada de uma
vítimas de um poço é necessário um conhecimento aprofundado acerca de vários
outros tipos de equipamentos utilizados para salvamento e resgate em altura, tais
como cordas, descensores, bloqueadores, ascensores etc.

Técnica de retirada com tripé e ID: Na técnica abaixo demonstraremos o sistema


de resgate com utilização de tripé e Id. O tripé está ancorado com cordas fixadas em
pontos de ancoragem distintos, o que lhe permite uma maior estabilização durante o
resgate. Deve-se observar que no sistema de multiplicação de força utilizado no
resgate foi aplicado um sistema de captura de progresso.

Material utilizado:

1 tripé;
1 placa multiplicadora;
1 id;
2 roldanas duplas;

100Fonte: Disponível em Salvamento Brasil. Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/wp-


content/uploads/2015/08/4x1-Estendido-Completo.png Acesso em 03 fev 2019.
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2 prussik para captura de progresso;


3 cabo solteiro para estabilização do tripé
1 corda principal (para sistema de multiplicação de força);
1 corda para segurança (backup)

Sistema com Corda Principal e Corda de Segurança

Fonte: Salvamento Brasil101

Técnica de retirada com polia de desvio e Id: Na técnica de retirada abaixo


demonstraremos a utilização de um sistema de vantagem mecânica 3x1 com
utilização de Id para o controle da corda de recuperação da vítima. No sistema com
utilização de Id fica dispensado o uso de sistema de captura de progresso.
Observa-se que foi instalada uma polia acima da vítima para que funcione como
um desvio. Caso a guarnição de bombeiro possua um tripé essa roldana seria
instalada no tripé ou até mesmo dispensada.
Essa técnica normalmente é utilizada quando existe um ponto de ancoragem
seguro, onde a guarnição poderá realizar sua instalação.

101 Fonte: Salvamento Brasil. Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/wp-


content/uploads/2015/08/4x1-Estendido-Completo.png Acesso em 03 fev 2019.
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Técnica com polia de desvio e ID

Fonte: Salvamento Brasil102

Técnica de retirada com polia de desvio: Na técnica de retirada abaixo está sendo
utilizado o sistema de vantagem mecânica 3x1 com utilização apenas de roldanas. No
sistema com utilização apenas com polias o uso de sistema de captura de progresso
é obrigatório.

Fonte: Salvamento Brasil103

102Fonte: Disponível em em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-mecanica/ Acesso em


03 fev 2019.
103Fonte: Disponível em em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-mecanica/ Acesso em 03
fev 2019.

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SALVAMENTO TERRESTRE

Técnica de retirada com Freio Oito Resgate (morcego): Na técnica abaixo está
estão sendo expostas duas técnicas, sendo uma para descer a vítimas e outra para
subir a vítima.

Imagem esquerda: A imagem do lado Imagem direita: A imagem direita


esquerdo está demonstrando um sistema demonstra um sistema de multiplicação de
de descida da vítimas com sistema força 4x1 reduzido. Está sendo utilizado
debreável (freio oito fixo). Não existe, neste para subir a vítima reduzindo em 4 vezes a
exemplo multiplicação de força. forma necessária para subir a vítima.

Fonte: Salvamento Brasil104

Entrada em galerias: O resgate e salvamento realizados em galerias são de alto


risco. Estes são classificados como locais confinados e normalmente são locais
utilizados para escoamento de esgoto. É comum ocorrerem acidentes envolvendo
funcionários de empresas que realizam limpezas ou até mesmo na construção dessas
redes de galerias.

Nas entrada em galerias o bombeiro deve ter um enorme cuidado com a


verificação da atmosfera do local. Essa leitura deve ser realizada com aparelho
detector de gás na parte superior, média e inferior do ambiente, pois alguns gases são
mais pesados que o ar e outros mais leves, sendo que podem se concentrar tanto na
parte inferior quanto na parte superior das galerias.

Fonte: Disponível Em Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-vantagem-


104

mecanica/ Acesso em 03 fev 2019.


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SALVAMENTO TERRESTRE

O bombeiro deverá estar fazendo uso de EPRA e estar sempre conectado com
um cabo guia que servirá tanto para sua segurança quanto como auxílio para resgate
da vítima, sendo que este cabo guia deverá sempre ser controlado pelos bombeiros
que estão posicionados fora da galeria.

Cabo Guia: O cabo guia é uma corda de comprimento suficiente para auxiliar a equipe
de busca que irá entrar na galeria. O cabo guia deverá ter um nó em sua extremidade,
sendo este conectado a um mosquetão. O cabo guia será conectado através deste
mosquetão ao cinto paraquedista do bombeiros ou conectado a um cabo solteiro que
terá suas extremidades amarradas as pernas do bombeiro que entrará na galera.

NOTA: O que irá definir se o cabo guia estará ancorado aos pés ou no cinto
tipo paraquedista do bombeiros será a altura da galeria. Em túneis e galerias
muito baixas, onde não há possibilidade do Bombeiros entrar em pé o cabo
guia deverá ser ancorado no cabo solteiro amarrado nos pés, pois em uma
eventual emergência a equipe poderá realizar a sua retirada rápida.

Bengala: Os bombeiros que entrarem nas galerias devem possuir um cabo de


madeira (bengala) que servirá para verificar se o piso a sua frente não apresenta
buracos ou irregularidades que possam ser riscos a sua vida. Deve ser de madeira ou
fibra, pois dessa forma não conduz energia elétrica.

Exemplo de uso da Bengala de Cego


Bombeiro na parte externa da galeria
deverá permanecer atento aos sinais de
“puxada” da corda.

Entrada em Galerias usando cabo guia conectado


ao cabo solteiro amarrado aos pés do bombeiro.

Bengala

Fonte: Salvamento Brasil 2017105

Portal Salvamento Brasil. Disponível em http://www.salvamentobrasil.com.br/sistemas-de-


105

vantagem-mecanica/ Acesso em 03 fev 2018.


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SALVAMENTO TERRESTRE

Demonstração de entrada em túnel com ancoragem nos pés. Como o diâmetro


do túnel é muito pequeno para entrada do bombeiro em pé, faz-se necessário a
ancoragem em ambas pernas, pois dessa forma, caso seja necessário a equipe
externa poderá realizar a sua extração.

Ancoragem do cabo guia

Cabo da solteiro amarrado


aos pés do bombeiro.

Cabo guia

Fonte: Arquivo pessoal do autor (2019).

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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA 3
LIÇÃO 2
SALVAMENTO EM RIBANCEIRAS

Fonte: Bombeirosdf.com106

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:
3.1 - Conhecer técnicas para salvamento em Ribanceiras.

106 Fonte: http://www.bombeirosdf.com.br/2017/01/bombeiros-sao-acionados-para-resgate-de.html.


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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA III

LIÇÃO 2 – Salvamento em Ribanceiras

3.2.1 Técnicas para salvamento em ribanceiras

O salvamento em ribanceiras requerem um grande conhecimento dos


operadores no que tange os materiais a serem empregados. Equipamentos como
Maca Envelope, Maca Ribanceira, Sistemas de multiplicação de forças são
fundamentais para o sucesso da missão.

O terreno inclinado requer do operador grande equilíbrio e cuidado no


transporte da vítima, que deverá estar sempre amarada à maca. O Autor José
Eduardo Slomp, através do seu livro Resgate vertical (SLOMP, Resgate vertical, pag
161) demonstra que quando se fala em resgate em declives, deve-se pensar que ele
pode ocorrer nos dois sentidos: declive ou aclive, sendo o normal trabalhar nas duas
direções para acessar a vitima e removê-la. Nem sempre se imagina o resgate em
declives como uma operação complexa, mas a realidade é diferente. Embora não
pareça, é das operações de resgate mais comuns, principalmente no resgate em
montanha, e que exige grande preparo da equipe.

Conforme o autor, risco de acidentes está mais presente nesta operação do


que em outras, seja por ser mais demorada, podendo ocorrer uma desatenção da
equipe, ou por se realizar no nível do solo, o que aumenta a sensação de segurança
por se estar com os pés no chão.

MACAS PARA RESGATE EM RIBANCEIRAS

Para esses tipos de resgate devemos dar preferencia para as macas


ribanceiras e as macas envelopes, pois estas possuem abas laterais que protegem a
vítima de galhos e pontas vivas.

Maca Envelope: É uma maca compacta, carregada enrolada em uma mochila, de


fácil transporte, é uma maca multifuncional, pois pode ser utilizada em vários tipos de
situação, como locais confinado e áreas de difícil acesso.

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SALVAMENTO TERRESTRE

Proteção
lateral

http://bombeirocivilbte.blogspot.com/2015/04

Algumas macas envelope possuem um suporte rígido para os pés, o que dá


mais conforto para a vítima caso tenha que ser removida com a maca inclinada. Como
o peso da vítima tende a fazer com que seu corpo se desloque para baixo esse
dispositivo auxilia a evitar esse deslocamento. Vítimas com fraturas em membros
inferiores poderiam ser seriamente.

Esses suportes rígidos para os pés existem tanto nas macas envelopes quanto
nas macas ribanceiras e podem fazer uma grande diferença na qualidade do
atendimento prestado às vítimas polifraturadas ou com fraturas em membros
inferiores, pois ajuda na estabilização da vitima na maca, bem como a distribuição
mais homogênea do seu peso.

No vídeo abaixo, sobre maca flexível, podemos observar a melhor técnica para
a montagem e operação de maca envelope

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SALVAMENTO TERRESTRE

Maca cesto: São as macas mais indicadas para a resgate em ribanceiras e zonas
naturais, pois seu fundo rígido auxilia a proteger a vítima de impactos ou arestas e
pontas vivas que por ventura possam entrar em contato com a parte inferior da maca.
Alguns modelos de maca cesto podem ser desmontados em duas partes, o que facilita
no momento do transporte.

Suporte rígido
para os pés.

Fonte: Medial Expo107

No vídeo abaixo você poderá conferir a técnica adequada de montagem de


maca rígida no resgate em ribanceiras.

TECNICA DE RESGATE EM RIBANCEIRAS: Existem diversas técnicas de resgate


em ribanceiras, contudo antes mesmo de ser aplicada a técnica escolhida devemos
adotar medidas de segurança para que resgate não se transforme em um problema
de maior magnitude e de maior risco.

1 – Amarração da vítima na maca: A amarração da vitima na maca é


fundamental para evitar que no caso de uma queda a vítima possa ser projetada
durante o transporte. Sendo Eduardo José Slomp (2018, 2 Ed, pág 187) a amarração
da vítima pode ser feita com cintas comercializadas pelos fabricantes da maca ou com
fitas longas. A primeira opção é a melhor, pois segura firme o paciente e permite um

Fonte: Disponível em http://www.medicalexpo.com/pt/prod/ferno-uk-limited/product-74798563279.html.


107

Acesso em 06 fev 2019.


87
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SALVAMENTO TERRESTRE

acesso fácil e rápido a ele. Sempre verificar como se amarra a vítima com estas cintas,
pois cada fabricante propõe uma maneira diferente.
Conforme o autor uma amarração boa e firme pode ser feita com duas fitas,
uma de 6 m e outra de 4m, conforme o desenho abaixo.

Fonte: Resgate Vertical108

A amarração de vítima na maca pode ser feita com fitas tubulares, cabos
solteiro, ou até mesmo cordas.

Fonte: Resgate Vertical109

2 – Avaliação do terreno de deslocamento da maca: A avaliação do terreno


por onde a maca será transportada é o que irá definir se devemos adotar outros
sistemas de segurança. Deve-se sempre superestimar os procedimentos de

108 Fonte: Aguiar, Eduardo José Slomp, 1980-Resgate Vertical – Manual de Bolso / Eduardo José Slomp – 2 ed.
Curitiba: Associação da Vila Militar – Departamento de Cultura. 2016. Pág 187.
109 Idem. Pág 188

88
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segurança, pois dessa forma a equipe de bombeiros minimiza os possíveis riscos nos
deslocamento.

3 – Avaliação de uso de corda de segurança: A aplicação de uma corda de


segurança está diretamente ligado aos possíveis riscos com o terreno ou com o
transporte. Na dúvida a equipe de bombeiros deve sempre adotar medidas de
segurança como cordas ou sistemas de multiplicação de forma que auxiliem na
retirada de vítimas de terrenos muito íngreme.

4 – Amarração da maca na corda de segurança: A amarração da maca em


corda de segurança evita que no momento do transporte na ribanceira ocorra algum
problema e venha a cair. A cada vez que a equipe de bombeiro que carrega a maca
prigride no terrenos a equipe da corda de segurança efetua recuperação da corda e
a captura de progresso.

Fonte: Resgate Vertical110

Essa técnica pode utilizar pontos de ancoragem da corda de segurança em


viaturas, arvores ou até mesmo, quando não tem outra opção a ancoragem humana.

5 – Ancoragem dos bombeiros na maca por auto-seguro (cow’s tail): Esse


tipo de procedimento visa proteger não apenas a vitimas, mas também o próprio
bombeiros que está realizando o resgate, pois caso ele escorregue ficará preso a
maca.

110 Idem. Pág 191.


89
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Resgate Vertical111

6 – Deslocamento com a maca. Em terrenos com pedras ou placas instáveis


a melhor técnica de deslocamento com a maca é a Técnica Caterpillar, onde os
bombeiros posicionam-se em duas fileiras, uma de frente para a outra. Enfileirados, a
maca é que vai se movimentando entre as duas fileiras. Aqueles bombeiros que já
passaram a maca devem deslocar-se e posicionar-se novamente para receber a
maca. Esse procedimento se repete até que seja ultrapassado o obstáculo. Caso o
terreno seja muito acidentado os bombeiros podem posicionar um dos joelhos no chão
e sobre o outro posicionam a maca, desta forma o maca vai se deslocando apoiada
sobre os joelhos dos bombeiros.

Fonte: Bombeiros DF112

Idem Pág 191


111

Fonte: Disponível em http://www.bombeirosdf.com.br/2014/04/busca-e-resgate-em-estruturas.html.


112

Acesso em 5 fev 2019.


90
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA 4
LIÇÃO 1
TÉCNICAS DE ORIENTAÇÃO

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:
4.1 - Conhecer conceitos e técnicas de orientação sem equipamentos;
4.2 - Conhecer e compreender os as técnicas de orientação com bússola;
4.3 – Tipos de Buscas e quadrantes.

91
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA IV

LIÇÃO 1 – Técnicas de Orientação

4.1.1 Conhecer conceitos e técnicas de orientação sem equipamentos

Rosa dos Ventos


Para que consigamos realizar uma orientação correta, mesmo sem
equipamentos, devemos compreender os conceitos básicos de orientação através da
Rosa dos Ventos. A Rosa dos ventos é constituída por 4 Pontos Cardeais, 4 Pontos
Colaterais e 8 Pontos Sub-Colaterais.

Fonte: Pop Vestivular113

As informações contidas na Rosa dos ventos podem nos dar uma direção a see
seguida. Para tanto, devemos memorizar cada um dos pontos cardeais, Colaterais e
Sub-colaterais, pois mesmo que venhamos a nos orientar sem qualquer equipamento
devemos saber qual a direção será seguida com base na rosa dos ventos.

113 Fonte: Disponível em http://pop.vestibular.com.br/aula/elementos-de-orientacao. Acesso em 6 fev 2019.


92
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SALVAMENTO TERRESTRE

Existem momentos em que os bombeiros serão solicitados para realizarem


buscas por pessoas que se encontram perdidas em matas ou em grandes áreas com
vegetação densa. Para tanto, é de vital importância que o bombeiro militar tenha
conhecimento e condições mínimas de se orientar em qualquer área, mesmo sem
equipamentos para tal.

Dessa forma existem técnicas para reconhecimento do ambiente ou de meios


de fortuna que auxiliam os bombeiros a orientar-se mesmo sem equipamentos
específicos, tais como:

Orientação pelo relógio

A orientação pelo relógio pode ser realizada de forma muito fácil e rápido,
necessitando apenas de um relógio. Para tal devemos colocar um pequeno palito de
madeira acima do número que indica 12 horas. A sombra formada por esse palito deve
passa sobre as 12h e as 6h. Após a linha da sombra do palito estar alinhada com as
12h e as 6h basta verificarmos que horas o ponteiro está marcando. Se o ponteiro
estiver marcando 4h da tarde a linha das 2h estará indicando o NORTE se estivermos
no Hemisfério sul. Casa estejamos no hemisfério norte esta mesma linha estará
indicando o SUL.

Fonte: Forte.jor114

114Fonte: Disponível em https://www.forte.jor.br/2009/11/25/tecnicas-de-sobrevivencia-na-selva-orientacao-e-


navegacao. Acesso em 06 fev 2019.
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Orientação pelo Sol: Para podermos nos orientar pelo sol devemos entender que o
nasce e ao Leste e põem-se a oeste. Dessa forma podemos descobrir a localização
do norte apenas analisando a nossa própria sombra. Se for pela manha nossa sombra
estará voltada para o OESTE. Se for a tarde nossa sombra estará voltada para o leste.

Fonte: Cola da Web115

Caso seja observado que o horário seja próximo ao meio dia (12 horas) o sol
estará muito intenso e forte. Dessa forma se ficamos em pé irá aparecer uma pequena
sombra. Por estarmos no hemisfério sul essa sombra estará voltada para o sul.
Ficando de frente para essa pequena sombra o NORTE estará a nossas costas.

Fonte: AntonioCV116

115 Fonte: Disponível em https://www.coladaweb.com/geografia/meios-orientacao-localizacao. Acesso em 06 fev

2019.
116 Fonte: Disponível em https://antoniocv.wordpress.com/2015/08/31/orientacao-pelo-sol

94
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SALVAMENTO TERRESTRE

Orientação pelas estrelas: Para nos orientarmos pelas estrelas, no hemisfério sul,
devemos identificar onde se encontra o Cruzeiro do sul. Após encontrado o cruzeiro
do sul devemos multiplicar por 4,5 vezes a do braço maior da cruz. Após
multiplicarmos devemos traçar um linha reta até o chão, onde teremos a localização
do sul.

Fonte: Silvestre117

Observações dos fenômenos naturais: Esse tipo de orientação requer que o


bombeiro compare diversos fenômenos naturais para que não ocorre erra na sua
orientação. Podemos nos orientar observando o caule das árvores. Como o Rio
Grande do Sul se localiza ao muito ao sul da linha do equador a região das árvores
que tem maior incidência dos raios solares é a parte norte e consequentemente, a que
mais irá se desenvolver. No mesmo sentido a região do caule das árvores que estiver
voltada para o sul será aque irá desenvolver mais os liquens e fungos, pois esses
organismos preferem a umidade para se desenvolver.

Fonte: Cafémateiro118

Fonte: Disponível em http://www.silvestre.eng.br/astronomia/astrodicas/orientac. Acesso em 06 fev 2019.


117

Fonte: Disponível em https://cafemateiro.wordpress.com/2011/02/12/como-os-escoteiros-se-orientam. Acesso


118

em 06 fev 2019.
95
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SALVAMENTO TERRESTRE

Esse mesmo exemplo se aplica as pedras. A região das pedras que mais
apresentar fungos e umidade será a que está voltada para o sul.
Orientação pela construção de abrigos pelos animais: No hemisfério sul os
animais procuram construir seus abrigos de forma a proteger a entrada dos ventos.
Dessa forma os ninhos de passarinhos como o “João de Barro” constrói seus abrigos
com a entrada voltada para o norte. Dessa forma protege-se da entrada de ventos e
da chuva. Dessa forma também aproveita a incidência de raios solares por uma maior
parte do dia.

Orientação por cartas (mapas topográficos): Os mapas topográficos já vem


orientados pela rosa dos ventos, o que facilita a nossa localização. Entretanto é
necessário saber onde fica o norte magnético da bússola e alinharmos com o norte
geográfico da carta topográfica. Caso já conheçamos o terreno podemos nos orientar
através da curvas de rios e/ou estradas, visto que podem ser facilmente identificadas
no mapa.

Norte do mapa
Direção que
alinhado com o
queremos seguir.
norte da bússola.

Fonte: Rumo Selvagem119

119 Fonte: Disponível em http://rumoselvagem.blogspot.com/2012/06/orientacao-com-bussola-e-mapa.html


96
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4.1.2 Técnicas de orientação com bússola

Este manual tem finalidade de expor ao aluno conceitos básicos de orientação.


Este assunto merece um aprofundamento através de pesquisas e cursos específicos,
sendo assim está distante do autor a ideia de exaurir o assunto.

Existem diversos modelos de bússolas no mercado, contudo todas funcionam


de forma a nos orientar apontando sua agulha imantada para o polo norte geográfico
da terra. Para que seja possível a orientação por bússola é necessário conhecer
noções básicas sobre a rosa dos ventos e os pontos cardeais e colaterais.

Se observarmos cada ponto cardeal da rosa dos ventos veremos que estão
localizados em ângulos retos de 0, 90, 180 270 e 360 graus. Estas informações são
importantes para uma adequada orientação através da rosa dos ventos e da bússola,
pois mais a frente precisaremos da direção em graus.

Fonte: Trekking Brasil120

120Fonte: Fonte: https://www.trekkingbrasil.com/orientacao-com-bussola-e-mapa-parte-1/. Acesso em 6 fev


2019.
97
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SALVAMENTO TERRESTRE

Existem diversos modelos de bússolas no mercado. Para nossa orientação


utilizaremos a Bússola Silva ou cartográfica, destinada a orientação com utilização
de cartas topográficas e a bússola Prismática, mais utilizada pelas forças militares.

Tipos de Bússola

Bússola Silva (cartográfica): A Bússola Silva é construída sobre uma base acrílica
transparente, isso facilita no momento de sua utilização com mapas. A bússola silva,
assim como a bússola prismática possui diversas informações, sendo importante
conhecê-las. Na figura abaixo está exposta cada parte da bússola e seu significado:


Fonte: https://www.trekkingbrasil.com/orientacao-com-bussola-
e-mapa-parte-1/. Acesso em 6 fev 2019.

Na imagem acima você pode observar que a agulha com uma ponta pintada de
vermelha será a nossa orientação, pois ela sempre estará voltada para o polo norte
geográfico.

Cada parte da bússola tem uma função. Conforme o site especializado em


orientação Trekking Brasil, as partes da bússola são:

Régua: serve para duas coisas: medir a distância entre dois pontos para
calcular a distância entre eles baseado na escala do mapa; e traçar linhas
retas entre dois pontos do mapa para fins de navegação.
Escalas: servem para simplificar o uso da régua, usando as escalas você não
precisa calcular a distância entre os pontos, pois as escalas já são graduadas
em metros ou kilômetros de acordo com o padrão indicado próximo a elas.
Seta de direção ou azimute: é usada para localizar a direção em graus de
um determinado ponto, ou seja, o azimute de um ponto (veremos depois o
que isso significa).
98
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SALVAMENTO TERRESTRE

Limbo giratório: possui a marcação dos pontos cardeais e dos graus,


fundamental para o uso da bússola.
Portão: uma marcação logo abaixo da marca do norte que fica no limbo, é
usado no processo de navegação. Pode ser uma seta como na foto ou duas
marcas paralelas.
Linhas meridionais: servem para alinhar a bússola com as linhas do mapa,
garantindo assim que ela esteja apontando a direção exata.
Escala de declinação: serve para ajustar a graduação da bússola em
relação à declinação magnética (diferença entre o norte magnético e o
verdadeiro norte).
Agulha imantada: é a agulha que aponta o norte magnético (parte
vermelha).121

Uma diferença importante entre as bússolas Cartográficas (Silva) e as bússolas


prismáticas é que as cartográficas não possuem o limbo solidário à agulha, ou seja, o
limbo não se move juntamente com a agulha. Já na bússola prismática ambos são
solidários, pois o limbo se move juntamente com a agulha, o que facilita a orientação.

Bússola Prismática: A bússola Prismática é a mais utilizada por militares. Este tipo
de bussola possui diversas partes que são diferentes das demais bússolas

Fonte: Tocandira122

Partes da bússola Prismática:

Ø Tampa móvel: É o dispositivo de proteção da bússola.

121 Fonte: Disponível em: https://www.trekkingbrasil.com/orientacao-com. Acesso em 06 fev 2019


122 Fonte: http://blog.tocandira.com.br/como-usar-uma-bussola/ Acesso em 8 fev 2019.
99
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SALVAMENTO TERRESTRE

Ø Retículo ou Linha de Pontaria: É o fio fixado na janela no centro da


tampa. Tem a função de auxiliar o operador a mirar o destino da visada e
localizar o ponto de referencia da orientação.
Ø Limbo: É a superfície do corpo da bússola onde se encontra indicado os
pontos cardeais e a escala graduada, que indica o ângulo medido.
Geralmente move-se junto com o ponteiro que indica o norte magnético.
Ø Ocular: É outro dispositivo móvel da bússola, possui uma fenda que serve
para mirar o destino da leitura junto com o retículo e uma lente para
visualizar o limbo.
Ø Fenda de Pontaria: Está posicionada junto ao Ocular. Serve para realizar
a mira juntamente com a linha de pontaria.
Ø Anel suporte: É uma alça móvel que serve para auxiliar no transporte e
serve como suporte para o dedo durante a leitura da visada. 123

CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO DA BÚSSOLA


A bússola deve ser utilizada longe de materiais metálicos e de equipamentos
elétricos. Esses materiais e equipamentos influenciam na orientação da agulha
magnética e dessa forma podem nos dar uma orientação errada.
Devemos adotar algumas distâncias de forma a evitar que a agulha magnética
seja influenciada adotando as medidas de afastamento de acordo com cada
equipamento. O Manual do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina (2017, 7ed, pág
39) demonstra a medida padrão que devemos adotar:

Dispositivo Afastamento
Redes de alta-tensão 60 m
Redes de baixa tensão 20 m
Veículos 20 m
Torres de telefonia 20 m
Cercas e redes de arame 10 m
Eletroeletrônicos 5m
Celulares 1m
Massas metálicas em geral Depende do volume da massa
Fonte: Manual de Salvamento Terrestre do CBM SC124

Passo Duplo: A técnica do passo Duplo é utilizada para termos uma referência, com
base no nossos passos, de quantos passos devemos dar para percorrer 100 metros,

123 Fonte: http://blog.tocandira.com.br/como-usar-uma-bussola/ Acesso em 8 fev 2019.


124 Fonte: Manual de Salvamento Terrestre do CBMSC, 2017, 7 Ed. Pag 39.
100
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SALVAMENTO TERRESTRE

dessa forma, após algum treinamento, poderemos ter uma referência quando fizermos
os deslocamentos usando a bússola.

A técnica do passo duplo pode variar de pessoa para pessoa e também pode
variar de acordo com o terreno. Para que seja possível realizar uma aferição correta
dos nossos passos duplo é necessário que seja escolhido uma área plana e sem
obstáculos. Após, devemos medir 100 metros linear no terreno, fazendo uma marca
onde inicia e onde terminam os 100 metros. Depois disso basta percorrermos a
distância de 100 metros, sendo que a cada dois passos contamos apenas um (por
isso passo duplo).
O ideal e que façamos esse percurso várias vezes, pois assim podemos tirar a
média de passos duplos.
Para ficar mais fácil essa marcação de passos duplos devemos contar sempre
que o mesmo pé tocar ao chão. Na imagem abaixo a contagem se dá sempre que o
pé direito toca o solo.

Fonte Corridas de Orientação125

O Azimute: O Verdadeiro significado da palavra azimute é derivado de um termo de


origem árabe (as sumut) que na tradução para o português significa direção. O
azimute é a medida do ângulo formado entre o norte e o alinhamento para onde

125Fonte: Disponível em Fonte: http://corridasdeorientacao.blogspot.com/2012/06/escalas-graficas-de-passo-


duplo.html. Acesso em 08 fev 2019.

101
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SALVAMENTO TERRESTRE

queremos seguir, sendo que sua medida pode variar de 0 a 360 graus, sempre
contado no sentido horário.

Existem três tipos de azimutes. O Azimute Magnético, o Azimute Geográfico e


o Azimute Cartográfico. A diferença entre o azimute magnético e o azimute geográgico
chama-se Declinação Magnética, que para longas distâncias deverá ser corrigida.

A declinação magnética em Porto alegre é de 17 graus. Isso significa que se


fossemos realizar uma orientação que fosse necessário utilizar mapas e bússolas
então essa correção seria necessária.

É de fundamental importância informar que a bússola não aponta exatamente


para o norte, mas sim para um local 17 graus a oeste (declinação positiva), logo se
quisermos saber onde fica exatamente o norte geográfico, tendo como como ponte de
partida a Academia de Bombeiros do CBMRS deveríamos realizar e correção para
evitarmos erros em orientações muito longos.

Fonte: http://www.magnetic-declination.com

Azimute Magnético (norte magnético): O azimute magnético é para aonde a


bússola efetivamente aponta quanto tomamos alguma direção. Como a agulha da
bússola é imantada então ela é atraída pelo polo magnético da terra. Dessa forma,

102
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SALVAMENTO TERRESTRE

sempre que estivermos nos orientando apenas com bússolas devemos ter noção de
que estaremos nos orientando com o Azimute Magnético. Caso estejamos utilizando
cartas topográficas (mapas), devemos utilizar o Azimute Geográfico.

Azimute Geográfico (Norte Geográfico): O azimute geográfico refere-se ao polo


norte verdadeiro que é indicado nas cartas topográficas. Para que possamos tomar
algum azimute (direção) devemos ter como referência pontos ou locais marcados no
mapa.

Azimute Cartográfico: O Azimute cartográfico é aquele que é medido levando em


consideração as linhas das quadrículas no mapa (carta).

Tirando uma direção e usando a Bússola: Essa direção sempre será informada em
graus. Dessa forma, o azimute de qualquer ponto que seja é relativo ao ponto em que
estamos (ponto de partida). O nosso deslocamento com bússola sempre levará em
consideração duas coisas:
Ø Qual a direção (quantos graus): que pode ser de 0 a 360 graus e;
Ø Qual a distância (metros): que será medida através de passos
duplos.
Dessa forma, podemos dizer que se recebêssemos a ordem para deslocarmos
do ponto “A” para o ponto “B” 100 metros 90 graus estaríamos indo para o leste. Então
basta sabermos quantos passos duplos devemos dar para percorrer 100 metros.

Orientação usando a bússola prismática


Na bússola Prismática a agulha magnética sempre estará apontando para
ZERO GRAUS, visto que é solidária ao limbo.

103
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SALVAMENTO TERRESTRE

Agulha solidária ao limbo Marcação de referencia


apontando para ZERO GRAU. da bússola.

Fonte: Acervo do autor

Usando a bússola Prismática basta apenas alinhar quantos graus queremos


seguir com o ponto de referência da com a direção em graus que recebemos. Após
alinhado devemos fazer uma “mira” em algum objeto que se encontra na direção
indicada, pode ser uma árvore ou qualquer ponto de referência olhando pela fenda de
pontaria e pela linha de pontaria. Quando as três estiverem alinhadas com base na
direção em graus que recebemos, então encontramos o AZIMUTE.
Usando o exemplo anterior devemos alinhas 90 graus com a linha referência a
bússola. Após alinhado devemos colocar a bússola na altura dos olhos e realizar a
“mira” através da fenda de pontaria – linha de pontaria – alvo. Pronto! Agora você
achou seu AZIMUTE, então basta percorrer a distância e chegou ao seu ponto de
referência.

Contra-azimute: É a direção contrária a que acamamos de percorrer. É utilizado para


quando quisermos retornar ao ponto de partida. Para sabermos qual é o contra
azimute basta somarmos 180 se a direção que nos foi passada era menor que 180
graus ou diminuirmos 180 caso a direção que nos tenha sido passada era superior a
180 graus.

104
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SALVAMENTO TERRESTRE

4.1.3 Tipos de Buscas e quadrantes

Fases das Buscas


Os Tipos de busca são padrões estabelecidos para facilitar a busca e
localização de pessoas de acordo com o terreno em que a vítima está desaparecida,
o tempo em que se deu a informação de seu desaparecimento. Conforme descreve o
MOB-Salvamento Terrestre de Goias, as buscas são separadas por fases distintas,
sendo que cada uma dessas fases pode apresentar dificuldades especificas.

Uma operação completa de busca e salvamento é um processo amplo que


possui fases notadamente distintas entre si, seguindo uma sequência lógica.
Em síntese, a operação visa levar um socorrista até a vítima, retirá-la do
perigo e transportá-la até um local seguro. Assim, são quatro as fases da
operação, a saber: Localizar, Acessar, Estabilizar e Transportar,
simbolizados pela sigla LAET. Essas quatro fases contêm fatores comuns
entre si e peculiaridades que serão vistos abaixo:
• Localizar a vítima. Nenhuma ajuda pode ser oferecida se a vítima não for
encontrada. Esta fase pode levar cinco minutos com um par de binóculos ou
pode levar dias utilizando-se de técnicas de busca, orientação e navegação
em locais de risco. Geralmente é a etapa mais demorada e desgastante da
operação, há casos em que acessar passa a ser a mais difícil, como nos
casos de aventureiros em cachoeiras ou montanhas, que podem ser
localizados facilmente, no entanto há extrema dificuldade para acessá-lo e
também nas demais etapas da operação.
• Acessar a vítima. Pode variar de uma caminhada de cinco minutos a várias
horas entre caminhada e transposição de obstáculos ou até mesmo voar a
um local de difícil acesso ou muito distante e estabelecer ali um posto de
comando de vários dias de duração.
• Estabilizar a vítima. Devem ser realizados os primeiros socorros, conforme
protocolo de resgate, assegurando que as suas lesões não se agravem a fim
de que seja possível a sua retirada do local de risco com segurança.
• Transportar a vítima. Isto também pode ser muito simples como guiar
alguém por uma trilha à noite ou extremamente difícil com transposição de
vários obstáculos naturais. 126

Os tipos de buscas utilizados pelo Bombeiros estão diretamente ligados aos


terrenos em que irão ser operadas as buscas.

Busca em Paralelo (Pente Fino):

126Fonte: Manual operacional de bombeiros : salvamento terrestre / Corpo de Bombeiros Militar. – Goiânia : -
2017. Pág 286.

105
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SALVAMENTO TERRESTRE

Este tipo de busca e mais indicado realizar em Estruturas Colapsadas.


Conforme o Manual de Busca e Salvamento em Cobertura vegetal de Risco de São
Paulo, a técnica de Busca em pente Fino é:

Método mais prático e usual para se fazer uma busca de pessoa


desaparecida em uma área de cobertura vegetal de risco é sem
sombra de dúvidas o “pente fino” que consiste em dividir uma área que
será o ponto de partida, podendo ser uma estrada ou um rio, em
azimutes paralelos que serão percorridos por um grupo de busca até
uma distância ou ponto pré- determinado. Geralmente é usado quando
se tem uma estrada ou rio como referência ou quando se têm vários
grupos de busca na operação.
Os azimutes paralelos devem ser eqüidistantes e perpendiculares ao
ponto referencial, devendo-se definir a distância a ser percorrida ou
objetivo a ser alcançado.127

Nesta técnica de busca em Paralelo (Pente Fino) os bombeiros que integram a


equipe devem se posicionar um a lado do outro para realizar a busca. Alguns manuais
colocam que a distância entre os integrante da equipe seja de 1,5 metros.
Padrão de Busca em Paralelo

Fonte: Manual USAID/OFDA 128

Busca em Habitaçoes Multiplas


Este tipo de busca é utilizado em situações em que seja necessário entrar em
uma residência com múltiplos cômodos. O bombeiros irá entra pelo lado direito da
porta, com a parte externa da mão direita guiando-se pela parede. Utiliza-se a parte
externa da mão pois caso o bombeiro venha a sofrer uma descarga elétrica não ocorra

127 Fonte: Manual de Busca e Salvamento em Cobertura vegetal de Risco de São Paulo, 2006. Pág 86.
128 Fonte: Manual de Busca e Rescate em Estructuras Colapsadas. USAID/OFDA. 2016. Pág 49.
106
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SALVAMENTO TERRESTRE

de, um uma questão de reflexo muscular, segurar o objeto que está realizando a
descarga elétrica.
Se no caso de que o bombeiro tenha que evacuar rapidamente a edificação
basta apenas ele trocar de mão na parede. Como ele entrou com a mão direita na
parede, então para sair deverá estar com o dorso da mão esquerda guiando-se pela
parede.

Fonte: Manual USAID/OFDA129


Busca em contorno:
Padrão de busca em contorno é utilizado por aeronaves para facilitar a
visualização de vítimas que estejam perdidas em áreas montanhosas. Também e
indicado para equipe de socorristas a pé em subida de morros circulares.

129 Idem.
107
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: MCA 64-3 Manual de Busca e Salvamento Aeronáutica130

Busca circular:
O padrão de busca circular pode ser utilizada em uma grande variedade de
situações, como por exemplo incêndios em edificações, acidentes envolvendo
salvamento veicular.
Também pode ser utilizado em situações de BREC onde haja uma pilha muito
grande de escombros e que dificultem o acesso das equipes de bombeiros.
Nesta técnica devemos posicionar quatro bombeiros, em ângulos de 90 graus,
e ao passo que vão realizando a visualização do terreno e não encontram nada, então,
de forma coordenada realizam a rotação no sentido horário, até dar uma volta
completa no terreno.

130 Fonte: MCA 64-3 Manual de Busca e Salvamento (SAR). Ano 2016. Pág 58.
108
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SALVAMENTO TERRESTRE

Padrão de Busca Circular

Fonte: Manual de Busca e Salvamento Aeronáutica

Existem diveros outros tipos de padrões de buscas, como Padrão Longitudinal,


Padrão em “S”, e outras, contudo não se aplicam para Salvamento Terrestre, apenas
para Buscas com aeronave.

NOTA: Existem diversos outros tipos de padrões de buscas, como Padrão


Longitudinal, Padrão em “S”, e outras, contudo não se aplicam para Salvamento
Terrestre, apenas para Buscas com aeronave.

109
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA V
LIÇÃO 1
SALVAMENTO COM ESCADAS

Fonte: London Fire Journal. 131



Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:
5.1 - Conhecer os tipos de escada utilizada pelos bombeiros;
5.2 - Técnica de retirada de vítima por degraus:
5.3 - Conhecer a técnica de resgate com escada Mão-francesa.
5.4 - Conhecer a técnica de resgate com Escada em Dobradiça;
5.5 – Conhecer a técnica de regate com escada em Trilho;
5.6 – Conhecer a técnica de resgate com escada como Tripé.

131 Fonte: Disponível em http://londonfirejournal.blogspot.com. Acesso em 05 fev 2019.


110
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA V

LIÇÃO 1 – Salvamento com Escadas

5.1.1 Tipos de Escadas

Existem diversos tipos de escadas no mercado a venda, contudo a aquisição


de escadas para uso em operações de salvamento pelo Corpo de Bombeiros deve
ser realizada com cautela, principalmente no que é relativo a sua resistência e
materiais de construção. Outro cuidado de extrema importância é que as escadas
destinadas a operações em áreas com eletricidade devam ser construídas,
preferencialmente, em fibras de alta resistência, evitando, assim que o bombeiro
possa ser atingido um uma descarga elétrica.
Com o uso ficou de escadas em operações de Busca, Resgate e Salvamento
ficou evidenciado que para apenas um tipo de escada não é capaz de atender a toda
a gama de ocorrências que o Corpo de Bombeiros precisa enfrentar.
Desta forma, os Bombeiros necessitam de diversos tipos diferentes de escadas
para que seja possível o cumprimento da missão.

Posicionamento de escadas: As escadas devem ser posicionadas de forma a nos

dar uma seguraça para realizar a passagem ao nível superios. A NR – 35 Norma

Regulamentadora 35 MTE, determina que para a realização de trabalhos em altura

com uso de escada, a mesma deve estar posiciona da de forma que ultrapasse 1

metros do piso ao que se quer alcançar. A norma expõe que:

111
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Segurança no trabalho com escadas.132

Escada Tipo Plataforma: Tipo de escada que pode ser utilizada para auxílio em
salvamentos veiculares, visto que o bombeiro pode ter que ficar muito tempo na
posição com braços elevados. Essa escada proporciona uma posição mais
ergonômica para o Bombeiro.
Cabe ressaltar que devemos dar uma atenção especial ao nivelamentos dos
pés da escada, pois em situações de acidentes os locais normalmente não são planos
e podem apresentar uma base escorregadia, como derramamento de óleo, barro,
lama e outras questões que possam colocar o bombeiro em uma condição insegura.
Essas escadas também podem auxiliar as equipes de bombeiros nos próprios
serviços internos como conferencia do caminhão e manutenções.

Fonte: Disponível em http://bizudodudu.blogspot.com/2012/06/seguranca-no-trabalho-com-escadas.html.


132

Acesso em 10 fev 2019.


112
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Equipleva133

Escada multifuncional: É uma escada que apresenta muitas configurações e por ser
articulada poder dar uma maior possibilidade de atendimento às ocorrências.

Fonte: Só Escadas134
Escada Prolongável: É a mais como das escadas utilizadas pelos bombeiros.
Apresenta diversos tamanhos e uma ótima resistência. Uma grande vantagem dessa
escada é a não condução de eletricidade.

133 Fonte: Disponível em https://www.equipleva.pt/pt/produtos/escadas-e-escadotes/acesso-para-bombeiros/.

Acesso em 10 fev 2019.


134 Fonte: Disponível em http://www.soescada.com/modelos/escada-multifuncional-de-aluminio/. Acesso em 10

fev 2019.
113
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Masada135

Esse tipo de escada requer um treinamento específico para seu uso, pois além
de possuir várias partes que a integram ela apresenta um peso considerável para ser
transportada.
É indicado que seja transportada e operada por dois bombeiros. De todas as
escadas operadas pelos bombeiros a escada prolongável de fibra é uma das mais
resistentes, sendo que as operações de salvamento e resgate com esse tipo de
escada são as mais diversas. Também apresenta uma grande diversidades de
tamanho, podendo chegar até à 9,60m de comprimento.

Fonte: Disponível em https://www.masada.com.br/escada-extensivel-em-fibra-de-vidro-22-degraus-4-2-7-2-


135

metros-fibermax-p23837/. Acesso em 10 fev 2019.


114
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Solutions Treinamentos136

Escada de Gancho: A escada de ganchos era muito utilizada pelos bombeiros,

contudo aos poucos vem caindo em desuso. É uma escada que em sua extremidade

superior possui dois ganchos fixados em seus banzos que proporciona conectá-la em

pontos como andares superiores, permitindo que o bombeiro possa acessá-lo. Dessa

forma o bombeiro pode subir todos os pavimentos de um prédio apenas com uma

escada, subido de sacada em sacada, uma de cada vez.

Fonte: Disponível em http://solutiontreinamentostrabalhos.blogspot.com/2012/03/riscos-adicionais.html.


136

Acesso em 10 fev 2019.


115
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Interfire137

Escada telescópica: A escada telescópica é uma escada extremamente


compactada, ideal para uso em locais de difícil acesso e que não possibilitem a
entrada de outros tipos de escada. Deve-se ter um cuidado especial quanto a
resistência de carga a ser utilizada na escada.

Fonte: Agrotama138

137 Fonte: Disponivel em http://www.interfire.pt/index.php?id=402&pid=91. Acesso em 10 fev 2019.


138 Fonte: Disponível em https://busca.agrotama.com.br/Telescopica.html. Acesso em 10 fev 2019.
116
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SALVAMENTO TERRESTRE

Escada Móvel com ponta de Ancoragem: Esta escada possibilita uma maior
segurança para o Bombeiro, pois os ganchos em seus banzos se fecham ao ser
conectado. Mesmo após conectados esses ganchos podem ser abertos com uma vara
de manobra extensível. Outro fator de segurança é que ao lado do banzo a escada
possui uma linha de vida onde o bombeiros, antes de subir na escada, pode conectar-
se, evitando assim uma queda.

Fonte: 2aj.com139

5.1.2 Técnica de retirada de vítima por degraus

A retirada de vítimas de pavimentos superiores podem ser realizadas através


do uso de escadas. Contudo requer alguns cuidados especiais, pois as vítimas podem
estar abaladas psicologicamente e isso pode prejudicar as ações de salvamento.
Portando a equipe de bombeiros que atuará nessas ações deve estar atenta a
qualquer situação de pânico ou ansiedade da vítima.

Antes da instalação da escada devemos acalmar a vítima e solicitar que se


afaste da janela e aguarde o bombeiro subir. Esse aviso é importante para evitar que
as vítimas iniciem a descida sem autorização da equipe de resgate.

139Fonte: Disponível em http://www.2aj.com.br/project/escada-com-ponto-de-ancoragem-acoplado/. Acesso em


10 fev 2019.
117
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SALVAMENTO TERRESTRE

A vítima só poderá descer pelos degraus da escada acompanhada de um


bombeiro, que deverá estar posicionado logo abaixo da vítima. Os braços dos
bombeiros que estiver acompanhando a vítima deverá estar agarrando os banzos da
escada e envolvendo a cintura da vítima. Desta forma, caso ocorra uma queda da
vítima ela estará segura pelos bombeiros. Enquanto a vítima e o bombeiros executam
a descida dois bombeiros ficam realizando a segurança na base da escada.

Fonte: Resgate vertical140

5.1.3 Técnica de resgate com escada Rebatida (Mão-francesa)

A técnica de escada em Rebatida consiste em utilizá-la como apoio para uma


ancoragem de cordas para descer uma vítima, que poderá estar um uma maca ou
não. Para que essa técnica possa ser realizada devemos amarrar aos banzos da
escada duas estruturas que possibilitem afastar a escada da parede no momento do
resgate. Essas Estruturas amarras a escada funcionariam como se fosse mão-
francesa e, desta forma, a guarnição de Bombeiro pode rebatê-la e realizar a descida
de uma vítima.

SLOMP, Eduardo José Slomp – Resgate Vertical Manual de Bolso, 2 Ed. Curitiba: Associação da Vila
140

Militar-Departamento Cultural, 2016. Pág 232.


118
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SALVAMENTO TERRESTRE

Técnica da Escada Rebatida

Corda de descida controlada da


maca. Esse controle pode ser tanto
pela parte superior como inferior. Se
o controle for feito pela equipe no
patamar inferio a corda pode ser
ancorada no pé da própria escada e
a descida controlado por um
Mão Francesa: Estrutura descensor.
adaptada funcionando como
mão- francesa e auxiliando a
afastar a escada do prédio.

Corda Guia

Fonte: Manual de Salvamento e Operações por escadas141

Essa técnica também utiliza uma corda para funcionar como guia da maca,
evitando que se aproxime da parede ou que fique presa em obstáculos durante a
descida.

DICA: Essa técnica pode ser utilizada tanto para descer uma vítima quanto
para subir. Caso a equipe queira subir a vítima deve ser instalado um
sistema de multiplicação de força ancorada aos dois banzos, no ultimo
degrau, criando um sistema de vantagem mecânica facilitando a operação.

141SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Ancoragens. In: _____. Coletânea de manuais técnicos
de bombeiros: manual de salvamento em altura. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Estado de
São Paulo, 2006. V.26. p. 129.
119
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SALVAMENTO TERRESTRE

A técnica da escada rebatida com a utilização de sistema de multiplicação de


força facilita quando a vítima a ser resgatada é muito pesada ou quando a equipe de
resgate tem um efetivo muito reduzido.

Escada Rebatida com Sistema de Multiplicação de Forças

Fonte: USAID/OFDA142

5.1.4 Conhecer a técnica de resgate com Escada em Dobradiça

Esta técnica é amplamente utilizada pelos bombeiros para a retirada de vítimas


de pavimentos superiores. Embora possa parecer de fácil execução, requer muito
treinamento e atenção na sua execução. É necessário que dois bombeiros estejam
posicionados na parte superior para realizar o controle de descida da maca e dois
bombeiros na parte inferior que realizarão a estabilização da escada para que não
tombe para os lados. A maca estará amarra pela cabeceira na escada e pelos pés em
duas corda, uma para cada bombeiros que realizaram o controle da descida.

USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas San José,
142142

Costa Rica. 2006. Pág 26.

120
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SALVAMENTO TERRESTRE

Escada em Dobradiça

Fonte: Resgate Vertical143

5.1.5 Conhecer a técnica de regate com escada em Trilho

A técnica de Escada em trilhos é de muito fácil execução. Esta técnica pode


ser utilizada para descer ou subir uma maca na vertical, bem como pode ser utilizada
para realizar a transposição de um rio ou obstáculo na horizontal.

SLOMP, Eduardo José Slomp – Resgate Vertical Manual de Bolso, 2 Ed. Curitiba: Associação da Vila
143

Militar-Departamento Cultural, 2016. Pág 234.


121
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SALVAMENTO TERRESTRE

Nas figuras abaixo podemos observar que a técnica da escada em trilhos pode
ser utilizada tanto para subir quanto para descer uma vítima em maca, contudo ambas
as extremidades da maca devem estar bem amarras.
Para realização de descida ou subida em maca com uso de escada em trilho
devemos ter a precaução de sempre instalarmos um freio oito resgate ou ID, pois
dessa forma sempre teremos uma segurança o caso de a corda escapar da mão do
operador. Funciona como um sistema de captura de progresso.

Descensão de Vítima

Fonte: Manual de Salvamento e Operações por escadas144

144Fonte: I SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Ancoragens. In: _____. Coletânea de manuais
técnicos de bombeiros: manual de salvamento em altura. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Policia Militar do
Estado de São Paulo, 2006. V.26. p. 130.
122
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SALVAMENTO TERRESTRE

Ascensão e Vítima

Fonte: Manual de Salvamento e Operações por escadas145

Salvamento utilizando a técnica de escada em trilhos realizada pelo Corpo de


Bombeiros de Mato Grosso do Sul:

Fonte: Acervo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul146

145 Fonte: I SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Ancoragens. In: _____. Coletânea de manuais
técnicos de bombeiros: manual de salvamento em altura. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Policia Militar do
Estado de São Paulo, 2006. V.26. p. 130.
146 Fonte: Disponível em http://www.bombeiros.ms.gov.br/5o-sgbmind-realiza-resgate-de-vitima-em-local-

elevado/. Acesso em 15 fev 2019.


123
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SALVAMENTO TERRESTRE

Na Imagem acima é possível observar a amarração da vítima na maca de forma


que caso a maca venha a se desequilibrar não ocorrerá da vítima cair da maca.
Também se observa-se a correta amarração dos pés, pois dessa forma a vítima fica
sustentada, não vindo a escorregar do interior da maca.

Fonte: Acervo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul.147

5.1.6 Técnica de resgate com escada como Tripé

As escadas possuem um ampla gama de aplicabilidade ao Corpo de


Bombeiros, inclusive sendo utilizada conjugadas com outras escadas podem ser
utilizadas como tripé para descida em poços e galerias como mecanismo de meios de
fortuna quando não possuirmos tripé.
Podem ser utilizadas duas ou três escadas amarradas em suas extremidades
superiores. As escadas também deverão estar com os pés amarados uma nas outras
através fitas tubulares ou cabos solteiros. Caso seja necessário para dar mais
estabilidade é possível afixar na terra pedaços de madeira ou ferro para que seja,
desta forma, amarrar os pés das escadas ao solo.

147Fonte: Disponível em http://www.bombeiros.ms.gov.br/5o-sgbmind-realiza-resgate-de-vitima-em-local-


elevado/. Acesso em 15 fev 2019.
124
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Rescate Urbano En Altura148

Nesta técnica podemos realizar a retirada de uma vítima de um poço ou


qualquer local confinado, contudo deve-se sempre conferir as condições em que as
escadas se encontram.

148 Fonte: DELGADO, Delfin. Rescate urbano en altura. 4a Ed. Madrid: Disponível, 2009. P. 152.
125
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA VI
LIÇÃO 1
TÉCNICA DE CORTE DE ÁRVORES

Foto: Acervo slideplayer149

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:
6.1 - Entender os conceitos introdutórios acerca de corte de árvore;
6.2 - Entender as Técnicas de Corte de Árvore.

149 Fonte: Disponível em https://slideplayer.com.br/slide/11553002/. Acesso em 16 fev 2019.


126
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA VI

LIÇÃO 1 – Técnicas de Corte de Árvore

6.1.1 Introdução

As operações de corte de árvores são, por suas características, operações de


alto risco, pois normalmente envolvem situações adversas como chuva, vendaval,
quedas de árvores em locais inseguros como rios, redes elétricas etc. Não é incomum
conhecermos bombeiros que se machucaram nessas operações.

Legislação acerca do abate de árvores

Algumas árvores são protegidas por legislação ambiental, como Ipês,


Palmeiras, Figueiras etc. Essas árvores só podem ser cortas com autorização das
Secretarias Municipais d Proteção ambiental dos municípios, sendo que essa
autorização é precedida de vistoria por biólogo das prefeituras. Os bombeiros só pode
realizar o corte dessas árvores se elas estiverem oferecendo risco iminente à vida. A
Lei que dispõe os crimes ambientais, Lei 9605/98 define que:

Seção II
Dos Crimes contra a Flora
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das
normas de proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente,


sem permissão da autoridade competente:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às


áreas de que trata o art. 27 do Decreto 99.274 de 6 de junho de 1990,
independentemente de sua localização:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 1o. Entende-se por Unidades de Conservação as Reservas Biológicas,
Reservas Ecológicas, Estações Ecológicas, Parques Nacionais, Estaduais e
Municipais, Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, Áreas de Proteção
Ambiental, Áreas de Relevante Interesse Ecológico e Reservas Extrativistas
ou outras a serem criadas pelo Poder Público.

127
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SALVAMENTO TERRESTRE

§ 2o. A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no


interior das Unidades de Conservação será considerada circunstância
agravante para a fixação da pena.

§ 3o. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.


"A redação do art. 27 do Decreto no 99.274/90 é a seguinte:
" Art. 27. Nas áreas circundantes das Unidade de Conservação, num raio de
dez quilômetros, qualquer atividade que possa afetar a biota ficará
subordinada às normas do Conama.”
[...]
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada
por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer
outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações
legais: Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.
[...]
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais
formas de vegetação:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio,
plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada
alheia:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação


fixadora de dunas, protetora de mangue, objeto de especial preservação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 51. Comercializar motosserra [sic] ou utilizá-la em florestas e nas demais


formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto
a um terço se:
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a
modificação do regime climático;
II - o crime é cometido:
a) no período de queda das sementes;
b) no período de formação de vegetações;
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça
ocorra somente no local da infração;
d) em época de seca ou inundação;
e) durante a noite, em domingo ou feriado.150

Nesse sentido, e considerando a legislação pertinente à proteção ambiental


torna-se imperioso que os bombeiros militares tenham extremo cuidado em realizar

150Fonte: BRASIL. Lei 9.605. de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
128
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SALVAMENTO TERRESTRE

cortes de árvores que realmente estejam dentro da lei e com a devida autorização da
Secretaria Municipal de Proteção Ambiental.

6.1.2 Técnicas de Corte

Poda: Visa a retirada de um galho ou parte de uma árvore. A pode pode


anteceder o abate. Utiliza-se a poda para retirar o peso da árvore e dessa forma
podemos ter uma queda controlada e com menor impacto. É importe ressaltar que
quando se utiliza a poda para realizar a retirada dos galhos para preparar para sua
derrubada devemos começar cortando os galhos inferiores, pois dessa forma
podemos utilizar os galhos superiores como sistema de balanço para direcionar os
galhos através de sistemas de cordas. Não devemos esquecer de ao cortar os galhos
inferiores não devemos cortá-los muito rente a árvore, pois se precisarmos descer
ainda teremos os apoios iniciais dos galhos.

Poda em Corte Horizontal: Este tipo de corte visa fazer com que o galho caída
de uma ves só, evitando que o galho lasque e fique preso na árvore. Neste tipo de
corte devemos iniciar com um pequeno corte pela parte inferior do galho. Devemos
ter cuidado para que a motosserra não fique presa, pois isso tem que ser um corte
pequeno.

Fonte MOB Goiás151

151
Fonte: Manual operacional de bombeiros : salvamento terrestre / Corpo de Bombeiros Militar. –
Goiânia : - 2017. Pág 97

129
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SALVAMENTO TERRESTRE

Corte Lascado: Este tipo de corte normalmente é realizado em galhos muito pesados
e grandes, onde o bombeiro deseja controlar a queda, fazendo com que a ponta dos
galhos toquem o chão primeiro.

Fonte: MOB Goiás152

Balancinho: É a técnica de utilizar cordas e galhos superiores para realizar a queda


controlada e direcionada dos galhos.

Com essa técnica podemos direcionar os galhos para locais específicos através
de um cabo guia. Essa técnica é muito utilizada quando temos casa embaixo da árvore
que está sendo cortada.

Devemos ter cuidado em ter certeza que o galho superior tenha resistência
suficiente para resistir ao peso do galho que está sendo cortado. Outra questão
importante a ser explanada é que o controle do peso do galhos está sendo realizado
pelos bombeiros que estão no solo, dessa forma eles devem ser informados no
momento exato que será realizado o corte. A corda também deverá estar ancorada
em algum outro ponto, evitando assim que o bombeiro seja arrastado pelo peso do
galho que está sendo cortado.

152 Fonte: Manual operacional de bombeiros : salvamento terrestre / Corpo de Bombeiros Militar. –
Goiânia : - 2017. Pág 98
130
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: MOB Goiás

Poda com linha de Tirolesa: É uma técnica que permite deixar o galho em um local
preestabelecido e longe da árvore.

Fonte: MSTE São Paulo153

153 Fonte: Manual de Salvamento Terrestre de São Paulo. 2006, Vol 1. Pág 142.
131
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SALVAMENTO TERRESTRE

Técnica de Balancinho com Roldanas

Fonte Arbor Master154

Na técnica usando balancinho com roldanas isso ajuda a não criar atrito da
corda com a árvore, desta forma não ocorre danos ao material. A corda deve estar
ancorada a um freio oito resgare conectado na parte inferior da arvore para a descida
controlada do galho.

Fonte: pinterest155

154 Fonte: http://www.arbormaster.com/Rigging%20Knots.pdf


155 Fonte: Disponível em https://www.pinterest.co.uk/pin/296956169172610051/. Acesso em 12 fev 2019.
132
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

É importante que o operador do corte reforce o galho onde está sendo realizado
o balanço sempre que houver dúvida na sua resistência.

Corte de abate: Visa a derrubada total da árvore.

Entalhe direcional: É o corte realizado com a finalidade de direcionar a queda da


árvore. Se for realizado corretamente auxilia no seu direcionamento e
consequentemente em uma queda controlada. O Entalhe direcional deve ser feito
antes do Corte de abate, sendo que o corte de abate deve ser 10 centímetros mais
alto que o corte direcional.

Entalhe direcional

Fonte: Programa Premiar156

DICA: Para um melhor controle do direcionamento da árvore, a


equipe pode fazer uma tração com sistema de vantagem mecânica
na árvore, conduzindo o tronco para onde se quer a queda da árvore.

156Fonte: Disponível em http://programapremiarcemig.blogspot.com/2012/05/remocao-de-arvores-confira-os-


cuidados.html. Acesso em 16 fev 2019.
133
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA VII


LIÇÃO 1
SALVAMENTO VEICULAR

Foto: Acervo pessoal do autor

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:
7.1 - Entender os Conceitos gerais sobre Salvamento Veicular;
7.2 – Conhecer os conceitos de Anatomia Veicular;
7.3 – Conhecer as Técnicas de Avaliação da Cena e Estabilização Veicular.
7.4 – Conhecer as Técnicas de Quebra Controlada de vidros, acesso Inicial e
Avaliação de Vítimas;
7.5 – Compreender as Técnicas de Corte e Criação de Espaços;
7.6 – Compreender as Técnicas de Retirada de vítimas;
7.7 – Sequencia lógica de Salvamento veicular.

134
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA VII

LIÇÃO 1 – Conceitos Gerais sobre Salvamento Veicular

7.1 Conceitos Gerais Sobre Salvamento Veicular

Introdução
O Salvamento Veicular é uma das atividades mais desenvolvidas pelos Corpos
de Bombeiros. Cada acidente veicular é um novo acidente, com suas peculiaridades
e dificuldades. Os acidentes veiculares podem apresentar uma gama infinita de
variedades que os tornam únicos. Variedades como, tipo de veículo, número de
ocupantes, estado das vítimas, local do acidente etc. Nesse sentido o Corpo de
Bombeiros deve estar cada vez mais preparado para enfrentar essas dificuldades que
envolvem os acidentes veiculares de forma técnica e dentro dos mais rigorosos
padrões de segurança, visto que as ações de desencarceramento são, por si mesmas,
de altíssimo risco, não apenas para a vítimas, mas também para a equipe que trabalha
na cena.
Devemos dar ênfase nas questões voltadas ao fator psicológico envolvido no
acidente. Acidentes que envolvam crianças são psicologicamente perigosas para o
desenrolar da ocorrência, requerendo uma certa frieza por parte dos bombeiros que
estão envolvido no atendimento.

Conceito de Salvamento Veicular


Salvamento veicular é a apresenta várias definições. O Corpo de bombeiros de
Santa Catarina conceitua o Resgate veicular como sendo:

Resgate veicular: é o procedimento utilizado para localizar, acessar,


estabilizar e transportar as vítimas que estejam presas nas ferragens de um
veículo acidentado. O resgate veicular envolve principalmente o
desencarceramento e a extração das vítimas.

Desencarceramento: é a movimentação e a retirada das ferragens que estão


prendendo as vítimas e/ou impedindo o acesso dos socorristas na obtenção
de uma via de retirada das vítimas. De modo geral, desencarcerar é retirar as
ferragens para alcançar as vítimas.

135
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Extração: é a retirada das vítimas desencarceradas do interior do veículo.


Assim, extrair é retirar as vítimas das ferragens.157

Considerando que no Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul o conceitos


de Resgate direciona-se a recuperação de vítimas já sem vida ou bens materiais esse
conceito foi evoluído para que seja utilizado o termo “Salvamento Veicular”, o que
dessa forma abrange vítimas ainda com vida.

O Corpo de Bombeiros de São Paulo apresenta uma definição abrangendo o


termo Salvamento, diferenciando-se da definição de Santa Catarina nesse sentido.
Conforme o Manual de Salvamento Terrestre do. Corpo d Bombeiros de São Paulo, o
conceito de Salvamento Veicular é a ação de:

Localizar – chegar até o local; a procura de vítimas dentro de veículos e


identificar a situação, próximo aos veículos acidentados.
Acessar – é a utilização das técnicas de desencarceramento, é chegar até a
vítima deixando-a livre de ferragens.
Estabilizar - é o emprego de técnicas de atendimento pré-hospitalar, e a sua
extração do interior do veículo.
Transportar - é a condução rápida de uma vítima até o hospital que tenha
condições de atendê-la, de acordo com os traumas presentes.
O Salvamento Veicular é o procedimento usado para localizar, acessar,
estabilizar e transportar uma vítima que esteja presa no interior de um veículo,
utilizando técnicas de desencarceramento e extração veicular.
6.1.1.2. Desencarceramento - É tirar do cárcere, que no caso é o veículo. São
as ações empregadas para se conseguir o espaço suficiente para avaliar a
vítima, o acesso necessário para a sua retirada. Empregando-se sempre a
regra de tirar as ferragens da vítima e nunca a vítima das ferragens.
6.1.1.3. Extração
É a retirada da vítima do interior do veículo, após a vítima estar
desencarcerada, empregando-se as técnicas de Resgate (APH), utilizando-
se todas as imobilizações adequadas. De acordo com a gravidade da vítima
ou situação de risco do local, poderá ser empregado uma Extração Rápida.
(ver protocolos de resgate).158

Assim, no CBMRS, conceitua como Salvamento Veicular como sendo todas as


ações que tenham a finalidade de localizar, acessar, estabilizar e retirar uma vítima
que, por meios próprios, encontre-se impossibilitada de sair do veículo, envolvido ou
não em um acidente veicular, através do uso de técnicas de desencarceramento ou
extração veicular.

157 Fonte: Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Manual de Capacitação em Resgate Veicular / Corpo
de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Organizado por Diogo Bahia Losso.-1. ed.- Florianópolis, 2017. Pág 18.
158 Fonte Corpo de Bombeiros de São Paulo. Manual de Salvamento Terrestre. 2º Ed. 2006. Vol 1. Pág 150.

136
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Desta forma, dependendo da cinemática apresentada, a Guarnição que


atenderá ao Chamado para uma ocorrência de Salvamento Veicular poderá optar em
realizar o desencarceramento ou a extração da vítima. Se uma vítima se encontrar
presa dentro de um veículo e, por um motivo ou outro, não conseguir abrir as portas
do veículo pela parte interna e a guarnição, pelo simples acionamento da maçaneta
da porta conseguir abrir e acessar a vítima, então torna-se desnecessário qualquer
ação de desencarceramento, sendo realizado apenas a extração.

Tipos de Salvamento Veicular


As ações de Salvamento Veicular podem ser classificas de acordo com os
veículos envolvidos. Ações de Salvamento veicular apresentam características
diferentes em acidentes envolvendo caminhões e veículos de passeio, sendo que
estes, por sua vez, mesmo que sejam veículos leves apresentam características
diferentes caso sejam blindados.

Salvamento Veicular em veículos Leves


São as ações envolvendo veículos de passeio e caminhonetes desde que não
sejam elétricos ou blindados. Esses veículos, por apresentar uma anatomia veicular
específica devem ser classificados, para fins de resgate veicular, como veículos leves.

Salvamento Veicular em veículos Pesados


São as ações de Salvamento envolvendo caminhões, ônibus, carretas etc.

Salvamento Veicular em veículos Especiais


São todas as ações de salvamento envolvendo veículos blindados, elétricos,
híbridos ou que por suas características não se enquadrem nas classificações acima,
como trator

137
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Mundo159

Barreira de Sacrifício
A barreira de sacrifício nada mais é do que utilizar a própria viatura de
bombeiros como proteção das zonas de trabalho. Desta forma estaremos protegidos
caso haja algum veículo desgovernado que venha a se envolver novamente no
acidente.

159 Fonte: Disponível em https://www.mundoportugues.pt/capotamento-de-trator-em-oliveira-de-frades-faz-uma-


vitima-mortal/. Acesso em 19 fev 2019.

138
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Tipos de Aprisionamentos
Os tipos de aprisionamento podem ser classificados de acordo com a forma
que a vitimas se encontra dentro do veículo.
Aprisionamento Mecânico: No aprisionamento mecânico a vítima pode não
apresentar qualquer lesão ou até mesmo pode apresenta lesões leves. O que define
esse tipo de aprisionamento é o simples fato de a vítima não conseguir sair por meios
próprios do interior do veículo, sendo, desta forma, classificada como aprisionamento
mecânico.
Tipo Físico 1: No aprisionamento tipo Físico 1 a vítima se encontra
apresentando lesões que a impedem de sair do veículo. Mesmo que o veículo não
estivesse bloqueado (portas destrancadas), se as lesões que a vítima apresenta a
impede de sair do interior do veículo isso classifica o aprisionamento como sendo tipo
Fisico 1.
Tipo Físico 2: No aprisionamento tipo Físico 2 a vítima apresenta alguma parte
do corpo presa entre as ferragens do veículo, podendo apresentar, também partes do
corpo transfixadas pelas ferragens do veículo.
Tipos de Colisão
É importante que o corpo de bombeiros entendam quai são os tipos de colisão
que podem ocorrer em um acidente veicular Essa informação é importante para que
entendamos como funciona a transferência de energia do trauma e quais são as
possíveis lesões que a vítima poderá apresentar.

Colisão Frontal:

Fonte: Claudioandreopoeta.160

160Fonte: Disponível em https://claudioandreopoeta.blogspot.com/2014/07/colisao-frontal-entre-veiculos-


deixa.html. Acesso em 17 fev 2019.
139
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SALVAMENTO TERRESTRE

Colisão Lateral

Fonte: Portoferreira161

Colisão traseira

Fonte: canstockphoto162

161 Fonte: Disponível em https://www.portoferreiraonline.com.br/noticia/carros-fabricados-a-partir-de-2020-


terao-de-passar-por-teste-de-colisao-lateral. Acesso em 19 fev 2019.
162 Fonte: Disponível em https://www.canstockphoto.pt/acidente-carro-5354824.html. Acesso em 19 fev 2019.

140
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SALVAMENTO TERRESTRE

Tombamento

Fonte: Manual de Resgate Veicular CBMSC163

Capotamento

163 Fonte: Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

Manual de Capacitação em Resgate Veicular / Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Organizado por
Diogo Bahia Losso. -- 1. ed. -- Florianópolis, 2017. Pág 85.

141
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA VII

LIÇÃO 1 – Conceitos de Salvamento Veicular

7.2 Anatomia Veicular

Cada tipo de veiculo apresente um anatomia veicular diferente em seus


aspectos, pois possuem características que os diferenciam dos demais. Assim sendo,
de forma geral, buscaremos apresentar a anatomia de veículos leves. Conforme o
Corpo de Bombeiros do Amapá, a anatomia veicular se divide da seguinte maneira:

Fonte: Manual Salvamento Corpo de bombeiros do Amapá 164

No momento em que são passadas informações acerca do veículo é normal


que sejam confundindo as partes e os lados em que o veículo foi atingido, desta forma
o Corpo de Bombeiros do Amapá também demonstra que a anatomia pode ser
apresentada da seguinte forma:

164 Fonte: Manual Teórico Prova Prática Segundo CSV. Corpo de Bombeiros do Amapá. Pag 13.
142
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Manual Salvamento Corpo de bombeiros do Amapá165

Com base nas informações da anatomia veicular apresentada fica muito mais
fácil identificar em qual local do veículo ocorreu o impacto, mesmo se o veículo estiver
capotado ou tombado.

Vertical
TETO

LINHA MÉDIA

PISO

PISO

LINHA MÉDIA

TETO

Fonte: Content166

165 Idem. Pág 14.


166
Fonte: https://www.ebah.com.br/content/ABAAAAdaUAI/salvamento-veicular?part=3
143
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SALVAMENTO TERRESTRE

Sistemas de Segurança Veicular


Sistema de Segurança Ativa
São aqueles sistemas que ajudam a evitar que o acidente ocorra, como por
exemplo o sistema de controle de tração, sistema de freios ABS (Anti-lock Breaking
System). Esses sistemas evitam que o acidente ocorra.

Fonte: industriahoje167

Sistemas de Segurança Passiva


Sistemas de Segurança passivo são aqueles que entram em funcionamento
quando ocorre o acidente, como exemplo do Cinto de Segurança, Sistema Pré-
tencionador de Cinto, Air Bag etc, colunas de direção deformáveis etc.

Fonte:WebMotors168

167 Fonte: Disponível em https://industriahoje.com.br/como-funcionam-os-freios-abs. Acesso em 19 fev 2019.


168 Fonte: Disponível em http://www.webcarros.org/acessorios/airbag/. Acesso em 19 fev 2019.
144
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SALVAMENTO TERRESTRE

Célula de sobrevivência
A célula de sobrevivência nada mais é do que uma estrutura montada na
fabricação do veículo que visa proteger os passageiros quando ocorre o acidente.
Funciona com a combinação de diferentes metais que fazem com que as colunas do
veículo tenham uma maior ou menor resistência. Desta forma, quando ocorre o
acidente, algumas partes do veículo são colapsáveis, o que por sua vez ajuda a
absorção da energia gerada pelo impacto. Contudo, algumas áreas do veículo não
podem ser colapsáveis, devendo ter uma resistência maior, criando uma cápsula de
sobrevivência para os passageiros. Isso é possível porque são utilizadas tecnologias
e metais de diferentes resistências em sua estruturação.

Fonte: Manual de Resgate Veicular para veículos Leve CBM SE169

Zonas Colapsáveis
As zonas colapsáveis dos veículos servem para absorver a energia gerada no
impacto. Conforme o Manual de Resgate Veicular para veículos Leves do Corpo de
Bombeiros de Sergipe, Zonas Colapsáveis são:

Fonte: Corpo de Bombeiros de Sergipe. Manual de Resgate Veicular para Veículos Leve. 1° Ten QOBM João
169

Adauto Menêses. Setembro / 2012. Pág 14.

145
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SALVAMENTO TERRESTRE

O design de segurança dos veículos pode ser descrito como um gerenciador


de energia. A energia do impacto precisa ser absorvida e direcionada para
longe do compartimento dos passageiros. Uma maneira de conseguir isso, foi
com as zonas ou estruturas colapsáveis. Estas são áreas dos veículos que
são planejadas para amassar, dobrar e deformar, permitindo que a energia
se dissipe enquanto se mantém longe dos passageiros. Tipicamente, as
zonas colapsáveis existem na área frontal, chegando ao ponto de que, em
alguns veículos, a disposição do motor faz com que ele se desloque sem
invadir o compartimento dos passageiros e na traseira do veículo, na área
que delimita o compartimento de carga do para choque traseiro até painel do
banco traseiro.

A criação das zonas colapsáveis incrementou a possibilidade dos ocupantes


do veículo sobreviverem a múltiplos impactos, porém a deformação do metal
mais robusto que é utilizado na fabricação desta área pode complicar e
dificultar bastante as ações de desencarceramento. 170

170 Idem. Pág 42.


146
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA VII

LIÇÃO 2 – Avaliação de Cena e Estabilização Veicular

Em uma situação de acidente veicular o primeiro passo a ser adotado será a


avalição de segurança da cena do acidente. Diversos são os riscos apresentados no
loca do acidente e o comandante da Guarnição de Bombeiros será o responsável pela
verificação do cenário. Após realizada a avaliação de segurança do cenário o
comandante determinará qual será a forma de estabilização de acordo com a
cinemática envolvida.

Estabilização Manual (estabilização de emergência): esse tipo de


estabilização deverá ser adotada quando a cinemática não permitir à equipe de
bombeiros a adoção da estabilização primária ou secundária completa, como por
exemplo: vítima em situação crítica (hemorragia arterial, PCR, veículo em chamas,
etc. Neste caso a técnica consiste em realizar a estabilização manual do veículo para
que seja realizada a retirada rápida da vítima, que poderá ser através de chave de
Rauteck ou uso da técnica da Anaconda. Essa estabilização deverá ser realizada
somente o tempo necessário para que seja realizada a retirada da vítima.

Estabilização primária: é executada com cunhas e calços escalonados


de madeira ou borrada. Quando na cena apresenta o veículo com as quatro rodas no
chão e não apresenta outro veículo sobreposto esta estabilização deverá ser adotada.
As cunhas deverão ser instaladas na frente dos pneus de forma a evitar que o carro
de movimente para frente ou para trás. Também podem ser adotados calços
escalonados na frente e atrás do veículo. Essa técnica também pode ser aplicada
quando o veículo estiver capotado.

147
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Estabilização Primária em quatro Pontos.

Fonte: MTB 03 CBM SP171

Estabilização em 3 Pontos

Fonte: MTB 03 CBM SP172

171 Fonte: Manual Técnico de Bombeiros de São Paulo 03 – Corpo de Bombeiros de São Paulo/SP. 2 Ed. Vol 1.

Ano 2016. Pág 172.


172 Fonte: Manual Técnico de Bombeiros de São Paulo 03 – Corpo de Bombeiros de São Paulo/SP. 2 Ed. Vol 1.

Ano 2016. Pág 172.


148
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Estabilização com Calços Escalonados e cunhas de Madeira.

Fonte: g1.com173

Estabilização secundária: a estabilização secundária deverá ser adotada


quando o veículo estiver capotado, tombado ou com outro veículo sobreposto. É
realizada com barras estabilizadoras.

Estabilização secundária para carros capotados com Barras Estabilizadoras

Fonte: Resgatécnica174

173 Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/02/tablet-com-dados-de-carros-ajudam-bombeiros-em-


resgates-em-sp.html. Acesso em 19 fev 2019.
174 Fonte: Disponível em

149
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Estabilização secundária para carros capotados com Barras Estabilizadoras

Fonte:WebSta175

Fonte: MTB 03 CBM SP176

Fonte: https://www.websta.one/tag/ResgateVeicular. Acesso em 19 fev 2019.


175

Fonte: Manual Técnico de Bombeiros de São Paulo 03 – Corpo de Bombeiros de São Paulo/SP. 2 Ed. Vol 1.
176

Ano 2016. Pág 173.


150
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Compactação: a compactação é realizada com fitas de tracionamento e


catracas, ligando os dois veículos em um bloco único. Na foto abaixo foi executada a
compactação do veículo superior com o inferior, contudo não devemos esquecer de
realizar sempre a estabilização primária antes,

Fonte: Corpo de Bombeiros Mato Grosso do Sul177

Preenchimento de espaços: Quando for realizada a compactação e houver


espaços entre os veículos a guarnição deverá realizar o preenchimento desses
espaços com o uso de cunhas e blocos de borracha ou madeira. Esse preenchimento
de espaços devem ser realizados antes de realizar a compactação, pois visa fortalecer
a união dos dois veículos através da compactação entre eles.

177Fonte: Disponível em http://www.bombeiros.ms.gov.br/6o-grupamento-de-bombeiros-militar-em-campo-


grande-realiza-instrucoes-de-salvamento-veicular/. Acesso em 19 fev 2019.
151
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SALVAMENTO TERRESTRE

LIÇÃO 3 – Acesso Inicial, Quebra Controlada de Vidros e Avaliação de Vítimas

Acesso Inicial
A busca por formas de acessar a vítima no interior do veículo deverá ser
realizada primeiramente pelas portas do veículo, pois são os acessos naturais e se
caso não estiverem obstruídos farão com que os bombeiros ganhem muito tempo.
Caso as portas do veículo estejam bloqueadas a guarnição deverá buscar o acesso
pelos vidros do veículo.

Fonte: g1.com178

Quebra controlada de Vidros


Devemos dar preferência pelo vidro mais distante da vítima, pois dessa forma
evitamos que os fragmentos sejam projetados contra a vítima. A entrada do socorrista
só poderá ser autorizada após a proteção dos cacos de vidros que se encontrassem
no local. Após a entrada do socorrista poderá ser realizada a avaliação do estado da
vítima e o tipo de aprisionamento.

178 Fonte: Disponível em http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2016/07/por-amor-bombeiros-de-ms-


treinam-para-serem-melhores-em-salvar-vidas.html. Acesso em 19 fev 2019.
152
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SALVAMENTO TERRESTRE

Punção Quebra Vidro


Para a quebra controlada de vidro usa-se a punção quebra vidro. Esse
equipamento possui uma agulha em sua ponta que é movimentada por um embolo
movido por uma mola que projeta a ponta do embolo contra o vidro.

Fonte: SOSSul179

Os vidros temperados
São considerados mais resistentes que os vidros normais. Quando o vidro
temperado sofre uma impacto ele fragmenta em inúmeros pedaços pequenos. Os
vidros temperados tem resistência ao choque térmico, flexão, flambagem, torção e
peso. O principal fator de segurança desses tipos de vidro é a sua resistência
mecânica cerca de quatro a cinco vezes superior à do vidro comum. Os vidros
temperados tem sua produção reguladas através da NBR 7199.

Fonte: canaldoengenheiro180

179 Fonte: Disponível em http://www.sossul.com.br/resgateveicular. Acesso em 19 fev 2019.


180 Fonte: Disponível em http://www.canaldoengenheiro.com.br/vidros. Acesso em 19 fev 2019.
153
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SALVAMENTO TERRESTRE

Os vidros Laminados
São compostos por uma ou mais lâminas de vidro que entre essas lâminas é
interposta por camadas de PVB (polivinil butiral). Essas camadas são fortemente
ligadas entre si. Quando o vidro é quebrado, os fragmentos permanecem ligados ao
PVB. O vidro da parte frontal do veículo é Laminado. Desta forma quando queremos
realizar a sua quebra controlada usamos a tesoura do desencarcerador para realizar
a sua quebra e a serra sabre para realizar o seu corte.

Fonte: canaldoengenheiro181

Conforme explica o Manual de Resgate Veicular do de Sergipe os vidros podem


ser produzidos de vários materiais diferentes.

Vidros laminados: Consistem de uma lâmina de plástico (polivinibutiral) entre


duas lâminas de vidro, e são normalmente usados no pára-brisa devido à sua
maior resistência. Entretanto, estudos recentes mostram que todos os anos
há muitas mortes devido à vítima que são ejetadas pelas janelas laterais em
capotamentos, fazendo com que alguns veículos utilizem este vidro em
janelas laterais.
Vidros temperados: São submetidos a um processo especial de
endurecimento e por isso são muito resistentes a impactos, tendo ainda como
característica produzir fragmentos menos cortantes.
Vidros de segurança: Alguns veículos como os BMW 750i estão utilizando um
novo tipo de vidro, compostos por uma combinação de vidro e policarbonato.
No vidro da porta está sendo utilizado um vidro que combina cinco camadas:
vidro, poliuretano, policarbonato, outra de vidro e um filme antilaceração.

181 Fonte: Disponível em http://www.canaldoengenheiro.com/principais-tipos-de-vidro/. Acesso em 19 fev 2019.


154
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SALVAMENTO TERRESTRE

Plástico/policarbonatos: Este novo material é mais leve e mais resistente do


que os vidros, e está sendo usado para substituir os vidros fixos da lateral e
traseira do veículo.

Os vidros laminados, quando não possibilitarem ser retirados por completo,


deverá ser quebrado, de forma controlada e cortado com o uso de serra sabre. É
primordial o uso de EPI completo e máscara contra pó de vidro que será disperso
com o uso da serra Sabre.

Corte de Vidro Laminado

Fonte: CBM MS182

NOTA: No exemplo acima podemos observar que toda a guarnição de


bombeiros faz uso de máscara de proteção contra o pó de sílica do vidro.

182 Fonte: Disponível em http://www.canaldoengenheiro.com/principais-tipos-de-vidro/. Acesso em 19 fev 2019.


155
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SALVAMENTO TERRESTRE

LIÇÃO 4 – Criação de Espaços e Técnicas de Corte

Abertura de Espaço
As técnicas para a criação de espaço interno do veículo nas atividades de
salvamento veicular passam por questões das mais simples até as mais complexas.
Diversas são as possibilidades de realizar a criação de espaços internos, contudo para
que isso seja possível é necessário que o comandante da operação tenha uma visão
ampla sobre todo o atendimento. Na criação de espaço interno poderemos:
Ø Rebater os bancos;
Ø Rebate volante escamoteável;
Ø Retirar os encostos dos bancos;
Ø Retirar materiais e equipamentos que se encontre em seu interior;
Ø Retirar os partes móveis internas dos veículos etc.

Técnicas de Corte
São várias as técnicas de corte que podem ser aplicadas no resgate veicular.
Cada técnica se aplica a uma situação diferente, sendo que necessitam de muito
treinamento. Abaixo demonstraremos algumas técnicas de corte:

Remoção da Porta pela fechadura: Técnica aplicada quando a cinemática


requerer a extração de uma das portas. Deve ser observado que se o vidro da porta
estiver fechado deverá ser realizada a quebra controlada de vidro.

Passos:
1- Estabilize o veículo;
2- Proteger a vítima;
3- Realizar a quebra controlada do vidro;
4- Usar a ferramenta alargadora para amassar a porta e expor a fechadura
5- Com a ferramenta alargadora forçar a fechadura abrindo a porta;
6- Cortar o chicote de fios e as dobradiça e retirar a porta.

156
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: CMB SE183

Retirada da porta pela dobradiça: Técnica aplicada quando a cinemática


requerer a extração de uma das portas. Deve ser observado que se o vidro da porta
estiver fechado deverá ser realizada a quebra controlada de vidro.
Passos:
1- Estabilize o veículo;
2- Proteger a vítima;
3- Realizar a quebra controlada do vidro;
4- Usar a ferramenta alargadora para amassar o para-lama e expor a
dobradiça;
5- Com a ferramenta alargadora forçar a e arrebentar a dobradiça inferior e
após a dobradiça superior;
6- Forçar a fechadura e remover a porta.
7- Realize a proteção das áreas de corte, protegendo os cantos vivos.

Fonte: CBM SE184

183 Fonte: Manual de Resgate Veicular Leve. Corpo de Bombeiro de Sergipe. 1º ed. 2012. Pág 85.
184 Fonte: Manual de Resgate Veicular Leve. Corpo de Bombeiro de Sergipe. 1º ed. 2012. Pág 86.
157
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SALVAMENTO TERRESTRE

Rebatimento do Teto para Trás: Essa técnica é utilizada para realizar


uma grande abertura de espaço. Poder ser empregada quando se tem mais de
uma vítima no interior do veículo e precisamos de muito espaço para os
socorristas.

Fonte: CBM SE185


Passos:
1- Estabilize o veículo;
2- Proteger a vítima;
3- Realizar a quebra controlada dos vidros;
4- Usar a ferramenta tesoura para realizar os cortes na coluna A, coluna B e
corte de alívio no teto do veículo, antes da coluna C. Ambos os cortes nas colunas do
lado do motorista;
5- Realizar os cortes na coluna A, coluna B e corte de alívio no teto, antes da
coluna C do lado do passageiro
6- Rebata o teto para trás
7- Amarre com um cabo solteiro uma fita o teto no para-choque traseiro.

NOTA: A cada corte realizado a guarnição deverá realizar a proteção dos


cantos vivos com mantas de proteção.

185 Fonte: Manual de Resgate Veicular Leve. Corpo de Bombeiro de Sergipe. 1º ed. 2012. Pág 88.
158
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SALVAMENTO TERRESTRE

Rebatimento lateral do teto


O rebatimento lateral do teto deve ser aplicado quando o carro encontra-se
tombado e não for possível realizar a remoção da vítima pelo vidro traseiro do veículo.

Fonte: CBM SE186

Passos:
1- Estabilize o veículo;
2- Proteger a vítima;
3- Realizar a quebra controlada dos vidros;
4- Usar a ferramenta tesoura para realizar os cortes na coluna A, coluna B e
coluna C. Ambos os cortes nas colunas do lado do motorista;
5- Realizar os cortes de alívio no teto, próximo a coluna e coluna C.
6- Rebata o teto lateralmente;
7- Proteja os pontos de corte com mantas ou protetores.

186 Fonte: Manual de Resgate Veicular Leve. Corpo de Bombeiro de Sergipe. 1º ed. 2012. Pág 89.
159
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA VII

LIÇÃO 5 – Técnicas de Retirada de Vítimas

As técnicas de retirada de vítima deverá ser adotada de acordo com o estado


de saúde da vítima e a posição em que a mesma se encontra. As técnicas de extração
consistem em tentarmos realizar a retirada da vítima rotacionando o mínimo possível
a sua coluna. Desta forma, devemos levar em consideração a posição em que a vítima
se encontra e não a posição do veículo. Supondo que a vítima es encontre na posição
sentada, no banco do condutor. Neste caso hipotético as melhores opções de
extração da vítima será a opção 1- Zero grau, pois essa posição não rotacional a
coluna da vítima.

Fonte: CBM AP 187

187Fonte: Disponível em https://sistemas.cbm.ap.gov.br/site_v2/index.php/component/k2/item/download/


7_d9d01b47fc1550cf2978d2439721fac4
160
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SALVAMENTO TERRESTRE

LIÇÃO 6 – Sequência Lógica de Salvamento Veicular

Após a compreensão de cada passo para a realização do Salvamento veicular deverá


ser
Para tanto o Comandante da Guarnição deverá:
1- Assunção do comando da ocorrência e isolamento do local: Deverá
informar a base de sua chegada no local. Nesse momento o comandante identifica o
tipo de acidente (capotamento, colisão frontal, lateral etc. Com a identificação do tipo
de acidente ele também identifica a cinemática do acidente e a transferência de
energia sofrida pela vítima. Nesse momento o comandante deverá realizar o
isolamento do local e estabelecer as zonas quente, morna e fria. Os tamanhos e
dimensões das zonas de exclusão podem ser alteradas de acordo com as
necessidades e peculiaridades da ocorrência.

Fonte: CBMSC188

Fonte: Manual de Capacitação em Resgate Veicular / Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
188

Organizado por Diogo Bahia Losso. -- 1. ed. -- Florianópolis, 2017. Pág 74.

161
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SALVAMENTO TERRESTRE

2- Vistoria de segurança: deverá dar uma volta completa na zona quente,


verificando e identificando todos os riscos possíveis que coloquem a guarnição em
risco, como por exemplo: vazamento de combustíveis, vidros quebrados, óleo na pista
etc. Quando em um acidente os carros ficarem sobrepostos, isso deve ser identificado
como um risco potencial É importante que o comandante da guarnição tenha uma
visão ampla acerca do acidente. O CS também deve realizar uma leitura rápida e
identificar se os carros envolvidos carregavam alguma carga que poderia oferecer
algum risco à guarnição. Todos os risco, ao serem identificados, deverão ser
informados a toda a guarnição.

3 - Cena segura: Após realizar uma volta completa na cena do acidente e


identificar e informar os riscos deverá ser informado que a cena encontra-se segura,
autorizando a entrada da guarnição na zona quente. Contudo a guarnição ainda não
está autorizada a entrar no veículo. Esse procedimento só poderá ocorrer após a
estabilização primária, secundária ou compactação veicular.

4 - Zonas de trabalho: O comandante deverá determinar as zonas de descarte


de material, a zona de instalação do palco de materiais e a zona e concentração de
vítimas. O palco de materiais deverá ser instalado na zona morna, no limite com a
zona quente, dessa forma os materiais ficam a disposição para o uso, mas ao mesmo
tempo não ficam atrapalhando os trabalhos na zona quente.

Fonte: CBMSC189

Fonte: Manual de Capacitação em Resgate Veicular / Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
189

Organizado por Diogo Bahia Losso. -- 1. ed. -- Florianópolis, 2017. Pág 76.
162
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SALVAMENTO TERRESTRE

5 - Busca e localização de vítimas: Se ao mesmo tempo que for realizada a


vistoria de segurança for encontrada uma vítima, aquele que encontrou a vítima
deverá informar a toda equipe que foi encontrada a vítima, solicitando a mesma que
fique calme, que não se movimente e que aguarde o a avaliação de um dos
bombeiros.

6 - Estabilização Veicular: dependendo da cinemática do acidente poderá ser


necessária uma das formas de estabilização veicular. Observe no QR CODE abaixo
os tipos de equipamentos para estabilização veicular:

Tipos de Calços para estabilização

Fonte: CBMSC190

Tipos de hastes metálicas para estabilização Secundária

Fonte: CBMSC191

7 - Abertura de acesso e quebra controlada de vidros: Após da estabilização


dos veículos o comandante poderá determinar a abertura de acesso por portas ou
vidros. Esse acesso inicial deverá ser, inicialmente, tentando abrir manualmente as

190 Fonte: Manual de Capacitação em Resgate Veicular / Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

Organizado por Diogo Bahia Losso. -- 1. ed. -- Florianópolis, 2017. Pág 95.
191 Fonte: Manual de Capacitação em Resgate Veicular / Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

Organizado por Diogo Bahia Losso. -- 1. ed. -- Florianópolis, 2017. Pág 96.
163
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SALVAMENTO TERRESTRE

portas do veículo, pois muitas vezes é possível realizar o acesso desta forma. Quando
não for possível deverá ser realizado a entrada através da quebra controlada do vidro
mais distante da vítima, pois dessa forma evitamos que ela seja atingida por
fragmentos do vidro quebrado. Sempre que for possível o comandante deverá
determinar a remoção dos fragmentos de vidros para a área de descarte de material.
Nunca remova os vidros com as luvas. Coloque uma manta para proteger as luvas os
pedaços do vidros quebrados.
Técnicas de manuseio de vidros

NOTA: Observe no QR CODE ao lado


algumas técnica de manueio de vidros. Os
vídeos são desenvolvidos pela Holmatro e
encontram-se disponíveis no youtobe.

8 - Corte e abertura de acesso: Quando necessário deverá ser realizado o


corte na estrutura veicular para o desencarceramento da vítima. Todo o corte só
poderá ser realizado após a exposição da estrutura (forros e partes plásticas) para
que seja verificado a existência de cilindros de airbag. Alguns veículos possuem
diversos tipos de airbag, inclusive entre os bancos. Os airbags de volante e de
passageiros deverá ser anulados através do uso de protetores de airbags. Observe
no QR code abaixos os tipos de protetores de airbags. Outro fator importante a ser
levado em consideração após o corte é a proteção de todos os cantos vivos. Podem
ser utilizada mantas para essa proteção ou até mesmo lonas.

Tipos de Protetores de airbags

Fonte: CBMSC192

Fonte: Manual de Capacitação em Resgate Veicular / Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
192

Organizado por Diogo Bahia Losso. -- 1. ed. -- Florianópolis, 2017. Pág 114.
164
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SALVAMENTO TERRESTRE

9 - Proteção dos cantos vivos e acesso do socorrista: Após a quebra


controlada do vidro equipe deverá realizará a proteção com lonas ou mantas para que
o socorrista da guarnição realizasse o acesso no veículo.

Proteção de cantos vivos após o corte

Fonte: Conexão Bombeiro193

10 - Avaliação da vítima: Após o acesso o socorrista deverá realizar a


avaliação do estado da vítima e verificar o tipo de aprisionamento. De posse dessas
informações o socorrista, juntamente com o comandante, poderão definir a melhor
forma a ser adotada para realizar a retirada da vítima.

Método Saver
Outro método muito famoso dentro do Salvamento Veicular é o O método
SAVER - Systematic Approach to Victim Entrapment Rescue (abordagem
sistematizada no salvamento de vítimas encarceradas).
Este método consiste em criar uma sistemática de atendimento de forma a
facilitar todo o processo de atendimento da ocorrência. Esse processo. É dividido em:

Método Saver

193Fonte: Disponível em http://conexaobombeiro.blogspot.com/2016/04/salvamento-veicular-como-


proceder.html. Acesso em 15 fev 2019.
165
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Salvamento e desencarceramento194

194Fonte: Oliveira, Elísio Lázaro de Salvamento e Desencarceramento, Elísio Lázaro de Oliveira . 2.a edição,
revista e actualizada. Escola Nacional de Bombeiros SINTRA – 2009. Pág 13.

166
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA VIII


LIÇÃO 1
NOÇÕES DE BUSCA E RESGATE EM
ESTRUTURAS COLAPSADAS - BREC

Foto: Acervo pessoal do autor

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:
8.1 - Entender os Conceitos gerais utilizados no BREC;
8.2 - Conhecer os tipos de colapso;
8.3 - Conhecer a Técnica de Buscas em BREC;
8.4 – Conhecer as Técnicas de Elevação de Carga;
8.5 – Conhecer as Técnicas de Escoramentos

167
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SALVAMENTO TERRESTRE

UNIDADE DIDÁTICA VIII

LIÇÃO 1 – Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas

8.1 Conceitos Gerais utilizados no BREC

As atividades de bombeiros em Buscas e Resgate em Estruturas Colapsadas


são, por sua natureza, de alto risco para aqueles que estão trabalhando na zona
quente, desta forma, o trabalho em ocorrências de BREC deve ser organizada dentro
de protocolos internacionais. Hoje, existem dois protocolos mundialmente conhecidos.
Os protocolos da FEMA - Federal Emergency Management Agency (Agencia Federal
de Gestão de Emergência) e INSARAG - International Serarch and Rescue Advisor
Group (Grupo de Assessoria Internacional de Operações de Busca e Resgate).

FEMA
A FEMA é uma agencia dos EUA, com as mesmas características da Defesa
Civil no Brasil. Nos EUA a FEMA desenvolve protocolos para atendimentos em
atividades de BREC, sendo que as forças armadas americanas são treinadas com
base nesses protocolos para auxilio em situações de desastres em território
Americano, como os atentados das Torres Gêmeas, em 2001, com 2.996 mortos e o
atentado de Oklahoma em 1995, com 166 mortos.

INSARAG
A INSARAG é uma rede mundial com mais de 80 países e organizada através
da ONU – Organização das Nações Unidas. A INSARAG cria protocolos
internacionais para ajudar as equipes internacionais a trabalharem juntos em uma
situação de desastre onde grupos de resgate do mundo inteiro tenham que trabalhar
juntos. As equipes certificadas pela INSARAG são as primeiras a serem empregadas
em grandes desastres mundiais.

USAID/OFDA
Trata-se da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (United
States Agency for International Development), mais conhecida por seu acrônimo em
168
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

inglês USAID, é um órgão do governamenal dos Estados Unidos com a missão de


distribuir a maior parte da ajuda externa americana de caráter civil. É um organismo
independente, embora siga as diretrizes estratégicas do Departamento de Estado
americano. A USAID surgiu unificando diversos instrumentos assistenciais dos
Estados Unidos. A USAID desempenha seu papel como um reforço à política externa
dos EUA, cooperando com os países em diversas áreas, incluindo a assistência
humanitária. A USAID desenvolve protocolos nas áreas de BREC que são seguidos
por vários países do mundo.
Cada vez mais os Corpos de Bombeiros no mundo tem buscado trabalhar com
base nos protocolos desenvolvidos de FEMA ou pela INSARAG. No Brasil cada
estado trabalha com base em procedimentos locais de atendimento a desastres.
Contudo, a cada ano que passe observamos o desenvolvimento de treinamentos
baseados em protocolos internacionais, o que facilita o trabalho quando essas equipes
são empregadas em ocorrências, como é o caso do desastre de Mariana e
Brumadinho.
Quando falamos em grandes desastres envolvendo estruturas colapsadas
devemos entender que a probabilidade de encontrarmos vitimas vivas vai diminuindo
de acordo com que o tempo passa. Conforme estudos internacionais essa tempo vai
diminuindo significativamente, sendo que na primeira meia hora temos uma
probabilidade de sobrevivência de 91%. Contudo, após 120 horas a probabilidade de
encontrarmos alguém vivo desce para 7.4%.

Fonte: Manual USAID/OFDA195

195Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas
San José, Costa Rica. Pág 19.
169
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SALVAMENTO TERRESTRE

Esta observação demonstra que o tempo que as equipes levam para chegar e
prestar os socorros às vítimas são um fator que pode fazer a diferença entre a vida e
a morte para aqueles que estão a espera de socorro.

Resposta de equipes Especializadas


É de fundamental importância entendermos que a grande maioria das vítimas
são socorridas pelas equipes locais de resposta a emergências. As equipes de
voluntários que prestam auxílio local são responsáveis por 50% dos resgates em
desastres. Já os grupos de resgate municipais são responsáveis por 30% das ações
de salvamento. Isso se dá porque tanto os voluntários quanto os bombeiros locais
estão próximos e conseguem dar a resposta quase que imediatamente após o
desastres. As equipes especializadas de BREC, normalmente, só conseguem chegar
após o segundo dia e são responsáveis por apenas 5% dos resgates. O gráfico abaixo
mostra o percentual de resgares de cada uma das equipes.

Respostas em Desastres em Estruturas Colapsadas

Fonte: Manual USAID/OFDA196

196Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas
San José, Costa Rica. Pág 21.
170
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Fase das Operações de BREC


O manual USAD/OFDA apresenta as seguintes fases para as operações de BREC:

Fonte: USAID/OFDA197

197Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas
San José, Costa Rica. Pág 17.
171
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Níveis em uma área de Impacto e organização da área afetada


É importante que se entenda cada nível em uma área de impacto em um
situação de desastre. Esses protocolos de níveis seguem os protocolos INSARAG e
FEMA. Essas informações são importantes, pois quando temos muitas equipes
trabalhando no terreno podemos saber em quais áreas de impacto ou qual Cenário as
equipes estão trabalhando, ou seja, as equipes podem ser organizadas no teatro de
operações de forma eficaz. Assim, temos quatro níveis a considerar e que permitirão
organizar o desenvolvimento da etapa de atendimento e recuperação. São eles:

Fonte: USAID/OFDA198

198Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas
San José, Costa Rica. Pág 18.
172
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Área de Impacto: refere-se às áreas onde são registrados os diferentes graus


de afetação ocasionados por um desastre.
Cenário: espaço definido de uma área de impacto, cujo o grau de afetação
exige múltiplos esforços de atenção e pode estar constituído de várias cenas.
Cena: espaço de cenário onde se desenvolve um esforço pontual de
atendimento.
Área de Trabalho: é o espaço definido fisicamente e que está incluído na cena
e os espaços vizinhos onde se localizam os recursos e atividades de apoio e um
esforço pontual de atendimento.

Classificação da Equipes de BREC


As equipes de BREC, de acordo com o manual da INSARAG, são classificadas
de acordo com a sua capacidade de autonomia no terreno e com os equipamentos e
recursos que possui. A INSARAG prevê que:

Fonte: Manual de BREC SENASP199

Fonte: Manual de BREC SENASP. Ministério da Justiça-Secretaria Nacional de Segurança Pública.2018.


199

Módulo 1. Pág 11.

173
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

8.2 Conhecer os tipos de colapso

Quando ocorre um desastre e prédios são impactados as estruturas mais


frágeis são as que sofrem maior impacto. As estruturas que são melhores preparadas
e com características construtivas voltadas a suportar esses impactos terão uma
melhor probabilidade de resistir aos desastres. Quando ocorre o impacto todas essas
construções apresentaram características semelhantes que poderão abrigar vítimas
vivas.

Espaço Vital Isolado: são os locais onde podem ser encontradas vítimas
vivas. Esses espaços Vitais Isolados são encontrados em cada tipo de colapso.

Tipo Suspenso: os pisos de cada um dos pavimentos ficam suspensos e


presos em algum dos lados da estrutura. É um tipo de colapso que apresenta um
grande risco de quedas de tijolos e concretos. Este tipo de colapso é extremamente
perigoso por sua instabilidade, requer escoramento imediato e de extremo cuidado.

Fonte: Manual de BREC Vina Del Mar200


Tipo Apoiado ao Piso: É quando apenas uma das extremidades sobre o
colapso. Dessa forma, um dos lados fica apoiado ao solo e o outro continua conectado
na estrutura. Normalmente apresenta uma grande capacidade de serem encontradas
vítimas vivas, pois os espaços vitais são muito amplos.

Fonte: Manual confeccionado por elInstructor del Área de Rescate Urbano de TEEX the Texas A&M
200

University, Instructor de la Academia Nacional de Bomberos de Chile Instructor Grupo USAR Cuerpo de
Bomberos de Viña del Mar Dante Nasi Franzolini. 2006. Pág 53.
174
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Manual de BREC Vina Del Mar201

Tipo EM ‘’V’’: Neste caso o colapso ocorre no meio da laje. Neste caso
apresenta dois espaços vitais isolados, um em cada lado da estrutura. A laje, quando
colapsada ao meio, apresenta uma figura em ‘’V’’. Apresenta grande capacidade de
apresentar vítimas vivas.

Fonte: Manual de BREC Vina Del Mar202

Tipo Empilhamento: Esse tipo de colapso é o que apresenta a menor


possibilidade de apresentar vítimas vivas. As vítimas se encontram em pequenos

201 Fonte: Manual confeccionado por elInstructor del Área de Rescate Urbano de TEEX the Texas A&M
University, Instructor de la Academia Nacional de Bomberos de Chile Instructor Grupo USAR Cuerpo de
Bomberos de Viña del Mar Dante Nasi Franzolini. 2006. Pág 53.
202 Fonte: Manual confeccionado por elInstructor del Área de Rescate Urbano de TEEX the Texas A&M

University, Instructor de la Academia Nacional de Bomberos de Chile Instructor Grupo USAR Cuerpo de
Bomberos de Viña del Mar Dante Nasi Franzolini. 2006. Pág 53.
175
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

espaços. Esses espaços vitais podem ser criados quando os pisos ficam separados
pelos materiais e objetos das edificações como vigas, colunas de concreto, tijolos,
móveis, etc.

Fonte: Manual de BREC Vina Del Mar203

Níveis de Danos nas Edificações


Quando ocorre o impacto as estruturas poderão apresentar níveis diferentes de
danos em suas estruturas. Esses danos poderão definir se a equipe pode ou não
entrar no local. Estes danos são classificados na seguinte forma:
Ø Nivel Leve;
Ø Nivel Moderado;
Ø Nivel Severo.

Nível Leve: Edificações que em uma situação de colapso tenha sofrido danos
leves em elementos arquitetônicos, podem ser reparadas facilmente e, normalmente,
não oferecem grande risco para a integridade das pessoas que as ocupam. Abaixo
poderá ser observado um exemplo de dano em edificação de nível leve. É possível
observar que na foto apenas a marquise foi afetada pelo colapso. As demais partes
da edificação não foram afetadas.

Fonte: Manual confeccionado por elInstructor del Área de Rescate Urbano de TEEX the Texas A&M
203

University, Instructor de la Academia Nacional de Bomberos de Chile Instructor Grupo USAR Cuerpo de
Bomberos de Viña del Mar Dante Nasi Franzolini. 2006. Pág 53.
176
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR - ABM
SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: g1.com204

Nível Moderado: Edifícios que sofreram danos importantes em seus elementos


arquitetônicos são classificados como de nível moderado. Podem ser consertados,
contudo sua ocupação está condicionada ao reparo daqueles elementos que
ofereçam perigo de cair, ou seja, enquanto esses consertos não forem realizados são
ocupações não habitáveis.

204Fonte: Disponível em http://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2016/12/parte-da-marquise-de-um-


predio-cai-na-regiao-central-de-umuarama.html. Acesso em 19 fev 2019.
177
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: g1.com205

Nível Severo: Edificações que em uma situação de colapso tenha sofrido


danos leves em elementos arquitetônicos, podem ser reparadas facilmente e,
normalmente, não oferecem grande risco para a integridade das pessoas que as
ocupam.
Os prédios que apresentam níveis severos de danos em suas estruturas
apresentam um grande risco para os trabalhos de resgate e salvamento. Muitas vezes
o trabalho em estruturas com impactos severos requerem uma avaliação minuciosa
em questões de segura. Quase que em sua maioria das vezes irá requerer a

205 Fonte: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/raio-atinge-casa-e-moradores-saem-ilesos-apos-parte-do-


telhado-cair.ghtml. Acesso em 19 fev 2019.
178
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SALVAMENTO TERRESTRE

instalação de escoramentos de emergência para autorizar a entrada das equipes de


resgate convencional.

Fonte: Documentary.org206

206 Fonte: Disponível em https://www.documentary.org/screening/oklahoma-city. Acesso em 19 fev 2019.


179
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SALVAMENTO TERRESTRE

8.3 Tipos de Busca em BREC

Existem vários tipos de buscas que podem ser aplicadas em situações de


BREC. As equipes de BREC devem ser treinadas de forma a poder executar
tecnicamente as buscas em locais colapsados de forma segura. Os tipos de busca
podem ser: Busca física (chamada escuta), Busca Técnica e Busca Canina.

Busca Física: A busca física é realizada através do uso direto da equipe de


resgate. Esta busca é realizada através do sistema de Chamada-Escuta. Para a
aplicação dessa técnica devemos adotar os seguintes procedimentos:

1- Posicionar a equipe de resgate, dentro da zona quente, em uma linha, com


distancias entre os homes de 1,5 metros.
2- O comandante deverá posicionar-se atrás da linha formada pela equipe.

Fonte: Manual BREC SENASP207

Fonte: Manual de BREC SENASP. Ministério da Justiça-Secretaria Nacional de Segurança Pública.2018.


207

Módulo 1. Pág 12.


180
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Agencia Alagoas208

3- O comandante dará um silvo de apito longo, onde todos deverão parar


todas as operações. Nenhum barulho deve ser executado.
4- O comandante deverá iniciar as operações com os seguintes dizeres:
“ATENÇÃO! SILENCIO TOTAL! IRÃO INICAR AS ATIVIDADES DE
BUSCAS!’’. Nesse momento todas as atividades externas deverão se
cessadas e deve ser mantido o mais absoluto silencio.
5- O comandante da equipe voltará sua atenção a equipe e iniciará,
efetivamente, as buscas com os seguintes dizeres: ATENÇÃO! SILÊNCIO
TOTAL! SE TEM ALGUME ME OUVINDO VENHA ATÉ MINHA DIREÇÃO,
GRITE OU BATA 3(três) VEZES.
6- Toda a equipe deverá abaixar-se e aproximar o ouvido do solo, buscando
ouvir se existe alguém gritando, fazendo algum barulho ou usando algum
material para bater na estrutura. É importante ressaltar que nesse momento
devemos ter a máxima atenção, pois algumas vítimas não tem condições de
gritar ou falar.
7- Caso não seja identificado a presença de vítima o comandante deverá dar
a ordem a equipe para que avance 3 (três) passos. Após o avanço deve ser
repetido o mesmo procedimento até ser percorrido
8. Caso a equipe observe algum movimento ou ouça algum barulho aqueles
que ouviram deverão levantar o braço direito e com o braço esquerdo apontar
em direção à vítima.

208Fonte: Disponível em http://www.agenciaalagoas.al.gov.br/noticia/item/15976-corpo-de-bombeiros-realiza-


simulado-de-busca-de-vitimas-em-escombros. Acesso em 19 fev 2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: CBM DF209

9- Após percorrido toda a zona colapsada e retirada todas as vítimas do local


o Comandante da equipe deverá informar a todos o término das buscas
físicas, com os seguintes dizeres: ‘’ÁTENÇÃO! BUSCAS TERMINDAS!’’.
10- Após o término das buscas terem sido informada pelo Comandante da
equipe, todos estarão liberados para retornar as atividades.

Busca Técnica
As buscas técnicas são realizadas com equipamentos específicos para a
missão. Equipamentos como câmera térmica, câmera com visão noturna, sensor de
movimento, câmeras boroscópicas de inspeção. Essas buscas também devem ser
realizadas com base em nos comandos do líder da equipe, que deverá solicitar o
silêncio total de todos que se encontram na Área de Trabalho. Normalmente esses
equipamentos só poderão ser operados por profissionais treinados, pois requem
conhecimentos específicos de sua operação.

Fonte: Acesso em http://www.bombeirosdf.com.br/2016/12/curso-de-busca-e-resgate-em-estruturas.html.


209

Acesso em 19 fev 2019.


182
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Manual de BREC Vina Del Mar210

Busca Canina
As buscas com Cães são as ferramentas que necessitam de operadores e cães
treinados e, preferencialmente, certificados. O homem e o cão são chamados de
binômio e devem trabalhar como tal, de forma que o homem conheça o seu cão e
saiba exatamente como trabalhar com ele.
Um mito muito difundido é de que o cão precisa sentir o cheiro de uma roupa
da vítima para poder encontra-la. Isso é um mito que dever ser ultrapassado. Os cães
tem o olfato 10.000 vezes melhor que o do ser humano, podendo realizar as buscas
de vítimas a mais de 10 metros de profundidade em escombros.

Fonte: Manual confeccionado por elInstructor del Área de Rescate Urbano de TEEX the Texas A&M
210

University, Instructor de la Academia Nacional de Bomberos de Chile Instructor Grupo USAR Cuerpo de
Bomberos de Viña del Mar Dante Nasi Franzolini. 2006. Pág 72.
183
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: CBM MS211

No momento que for realizada as buscas com cães o comandante deverá


realizar a retirada de toda a equipe da Área de Trabalho, ficando apenas o cão e seu
binômio.

Fonte: Manual Vina Del Mar212

211 Fonte: Disponível em http://www.bombeiros.ms.gov.br/6o-grupamento-bombeiro-militar-realiza-


treinamento-de-busca-e-resgate-com-caes/. Acesso em 19 fev 2019.
212 Fonte: Manual confeccionado por elInstructor del Área de Rescate Urbano de TEEX the Texas A&M

University, Instructor de la Academia Nacional de Bomberos de Chile Instructor Grupo USAR Cuerpo de
Bomberos de Viña del Mar Dante Nasi Franzolini. 2006. Pág 73.
184
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SALVAMENTO TERRESTRE

8.4 Técnicas de Elevação de Carga

Existem diversas formas de realizar a elevação de cargas. Essas técnicas são


de fundamental importância para que consigamos realizar a retirada da vítima de
escombros.

Elevação com Alavancas


As alavancas são as ferramentas que mais são utilizadas em situações de
BREC, pois podem ser movimentadas para dentro de estruturas colapsadas e não
necessitam de energia elétrica ou a combustão para seu funcionamento, apenas da
força humana. Existem 3 (três) tipos de alavancas diferentes. Interfixa (Classe 1),
Inter-reistente (classe 2) e interpotente (classe 3). O tipo de alavanca mais utilizada
para as atividades de resgate em BREC será a alavanca Interfixa.

Fonte: Físicaifac213

A Alavanca é uma máquina simples e consiste em uma barra rígida móvel,


normalmente de aço, que é apoiada em torno de um ponto fixo, chamado de fulcro ou
ponto de apoio. O efeito de qualquer força aplicada à alavanca faz com que esta gire
em relação ao fulcro. Essa força de rotação é diretamente proporcional à distância
entre o fulcro e a força aplicada. Dessa forma, quanto mais distante for a força a ser
executada na alavanca, mais carga poderá ser elevada.

213Fonte: https://fisicaifacczs.fandom.com/pt-br/wiki/Arquimedes_e_a_Lei_da_Alavanca. Acesso em 19 fev


2019.
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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Professor Andrio214

Para que seja realizada a elevação de qualquer carga devemos levar em


consideração que cada centímetro que a carga for elevada ela deverá ser calçada
com cunhas e com calços de madeira. Esses calços devem ser confeccionados de
forma padrão, com 50 centímetros de comprimento e com largura de 10x10 cm.

Fonte: MOB CBM GO215

214 Fonte: Disponível em http://professorandrios.blogspot.com/2012/07/condicao-de-equilibrio-de-uma-

alavanca.html. Acesso em 19 fev 2019.


215 Fonte: Manual operacional de bombeiros : salvamento terrestre / Corpo de Bombeiros Militar. – Goiânia : -

2017. Pág 259.


186
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SALVAMENTO TERRESTRE

Em situações de elevação de cargas é importante que a estrutura a ser


levantada esteja sempre calçada. Devemos fazer com que a carga esteja sempre em
contado com todas as superfícies dos blocos de madeira. Esses blocos devem estar
sempre alinhados de forma a suportar e dividir todo o peso da carga.

Fonte: MOB CBM GO

Também é importante ressaltar que se o local a ser realizada a elevação da


carga for barro ou terra devemos iniciar o piso dos calços (primeiro nível) sempre
com quatro calços, de forma compacta e de forma a suportar o peso da carga sem
que penetre na terra.

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SALVAMENTO TERRESTRE

8.5 Técnicas de Escoramentos

Em estruturas colapsadas poderá ser necessária a construção de sistemas de


escoramentos para dar segurança nas atividades de extração das vítimas. Os
sistemas de escoramento deverão ser confeccionados em madeira leve de fácil
transporte. Uma das madeiras mais utilizadas para a construção desse tipo de
estrutura é o Pinus, pois além de ser uma madeira leve para ser transportada é
encontrada em qualquer local do estado.

Os escoramentos são construções de suportes provisórios de estruturas


durante as atividades de resgate. Desta forma, devem ser construídas de forma rápida
e que possam dar uma estabilidade a estrutura colapsada para que os socorristas
consigam realizar o resgate.
O sistema de escoramento pode ser representado por um duplo funil. A parte
superior do funil tem a função de coletar a carga. O suporte entre a parte superior e
inferior tem a função de realizar a transmissão da carga até a parte inferior. A base
inferior tem a função de realizar a transmissão da carga no solo.

Fonte: Autoria própria (2019).

Composição de um escoramento: Diversos elementos compõe um


escoramento. Placas de reforço, Receptores, Transmissores, Difusores, Diagonais e
cunhas. Dependendo do tipo de escoramento alguns outros elementos também
poderão fazer parte do escoramento.

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SALVAMENTO TERRESTRE

Fonte: Manual USAID / OFDA216

NOTA: Os receptores, transmissores e difusores devem ter o mesmo


diâmetro para que seja mais efetiva a transmissão da carga.

Tipos de Escoramentos

Escoramento com Calços: O escoramento com calços de madeira é extremamente


eficaz. Contudo a altura de escoramento não pode ultrapassar 3 vezes o comprimento

216Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas San
José, Costa Rica 2006. Pág 80.

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SALVAMENTO TERRESTRE

dos calços. Considerando que o comprimento dos calços de são de 50 centímetros,


isso significa que a altura máxima desse escoramento deve ser de 1.50 metros.

CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA DO ESCORAMENTO COM CALÇOS


(todos os pontos de contato devem estar cobertos para atender a capacidade abaixo)

Capacidade
Largura Largura Tipo de Capacidade Capacidade Altura
por ponto
em cm. em pol. escoramento em libras em kiltos máxima
de contato
Caixa 3 vezes
10x10 4x4 24.000 10.800 2.700
2x2 base
Plataforma 3 vezes
10x10 4x4 48.000 21.700 2.411
3x3 base
Caixa 3 vezes
15x15 6x6 60.000 27.200 6.800
2x2 base
Plataforma 3 vezes
15x15 6x6 120.000 54.400 6.044
3x3 base
Fonte: Traduzido do Manual USAID/OFDA217

Os escoramentos com calços podem ser divididos em:

Escoramento com calços tipo Caixa: São os escoramentos com 2 (dois) calços
em cada nível. Lembrando que no primeiro nível o ideal é que seja construído de forma
sólida.
Escoramento com calço tipo Plataforma: é aquele que é construído com 3 (três)
calços em cada nível.
Escoramento com calços tipo Sólido: É aquele construído com 4 (quatro) calços
em cada nível.

217Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas San
José, Costa Rica 2006. Pág 99.
190
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SALVAMENTO TERRESTRE

SÓLIDO

Fonte:USAID/OFDA 218

Escoramentos Verticais
Os escoramentos verticais apresentam características de resistência de acordo
com a sua altura, distância entre postes e largura dos postes transmissores. O manual
da USAID/OFDA demonstra essa capacidade de resistência conforme tabela abaixo:

Fonte: Manual USAID/OFDA219

Tipos de Escoramentos Verticais

218 Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas San

José, Costa Rica 2006. Pág 94.


219 Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas San

José, Costa Rica 2006. Pág 82.


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Escoamento tipo ‘’T simples’’: são escoramentos rápidos para serem


construídos. Com altura até 2,50m e espessura de poste de 10 cm terá resistência de
3.600 kg.

Fonte: Manual USAID/OFDA220

Escoramento tipo ‘’T Duplo’’: São escoramentos fáceis e rápidos de serem


feitos. Podem ser confeccionados com placas de reforço como na figura abaixo ou
com reforços diagonais. Com altura até 2,50m e espessura de poste de 10 cm terá
resistência de 7.200 kg.

Fonte: Manual USAID/OFDA221

220 Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas San

José, Costa Rica 2006. Pág 82.


221 Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas San

José, Costa Rica 2006. Pág 82.


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SALVAMENTO TERRESTRE

Escoramento tipo ‘’T Quádruplo’’: São escoramentos relativamente fáceis de


se construir e rápidos de serem feitos. Podem ser confeccionados com placas de
reforço como na figura abaixo ou com reforços diagonais. Com altura até 2,50m e
espessura de poste de 10 cm terá resistência de 14.400 kg.

Escoramento tipo caixa com diagonais: É considerado o mais seguro dos


escoramentos. Trata-se de dois escoramentos ‘’duplo T’’ unidos entre si. Em situações
de novo colapso este tipo de escoramento pode funcionar como área de refúgio para
os bombeiros que estiverem realizando o resgate.

Fonte: USAID/OFDA222

222Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas San
José, Costa Rica 2006. Pág 87.
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Escoramento tipo Caixa com Placas de Reforço: tem a mesma finalidade do


tipo caixa com reforços diagonais, sendo que sua resistência apresenta as mesmas
características.

Fonte:FOG S&R 223

Escoramentos Horizontais
Os escoramento horizontais tem a finalidade de realizar escoramentos de
paredes, muros ou corredores.

Fonte:FOG S&R224

223 Fonte: U.S. Army Corps of Engineers Urban Search and Rescue Program. Urban Search & Rescue Structures

Specialist. FIELD OPERATIONS GUIDE. 2014. Pág 2-32.


224 Fonte: USAID/OFDA Embajada de los Estados Unidos de América Apartado Postal 920-1200 Pavas San

José, Costa Rica 2006. Pág 2-36.


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Escoramento Horizontal Simples

Fonte: Odisecur225

Escoramento Inclinado: Esse tipo de escoramento é utilizado quando não existe


outra parede para dissipar a carga, dessa forma todo o peso é dissipado ao solo.

Padrão Placas de reforços e uso de Pregos em BREC


Visando evitar que as madeiras utilizadas nos escoramentos venham a perder
a resistência pela colocação equivocada de pregos os institutos internacionais
estudaram e desenvolveram um padrão de utilização de pregos, dessa forma não
corremos o risco de perdermos a resistência do escoramento.

225 Fonte: http://www.odysecur.pt/?page_id=472. Acesso em 19 fev 2019.


195
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