Вы находитесь на странице: 1из 3

Fernando Campos Scaff

Professor Titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

Intervenção estatal na agricultura

I- REGRAS E LIMITES: OS DIREITOS REAIS E A FUNÇÃO SOCIAL


- HISTÓRICO
A Antiguidade – Roma
O Direito Medieval – distinção entre bens móveis e imóveis
A Revolução Burguesa e Industrial: - elevação da importância dos bens móveis, em relação aos imóveis; -
subordinação da aristocracia e do Estado aos interesses da burguesia; - transferência da propriedade rural.

- DISTINÇÃO ENTRE BENS DE PRODUÇÃO E DE CONSUMO


- Bens de produção: geração de valor. Independem da natureza móvel ou imóvel. Estão congregados no
estabelecimento agrário.
- Bens de consumo: limitam-se ao uso, com o qual se extinguem ou não.

- ANÁLISE FUNCIONAL
- Distinção pela destinação, não pela natureza ou consistência do bem.

Função: poder que se exerce não por interesse próprio ou exclusivamente próprio, mas pelo interesse de
outrem ou por um interesse determinado.
Social: destinatário é a coletividade.

É um poder-dever.
Abrange os bens, as relações jurídicas e os negócios que tenham função na vida social.

- SURGIMENTO DO CONCEITO JURÍDICO


Karl Renner (1904): Die Soziale Funktion der Rechtsinstitute.

Para Auguste Comte e Leon Duguit, a propriedade é “função”.

- SENTIDO ANTIGO DA PROPRIEDADE:


Código Civil Francês: posse, uso, gozo e disposição, como poderes inerentes à propriedade. Justificativa
tradicional: reserva e proteção do patrimônio pessoal e da família.

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE


Não implica em restrição de direitos de uso e gozo, mas sim na inserção de um poder-dever, para que cumpra
tal direito um objetivo.

- RECONHECIMENTO NO DIREITO POSITIVO


Inicialmente, Constituição de Weimar (1919).
Atual Constituição brasileira: referências: artigo 5º, incisos XXII e XXIII; arts. 182, 184 e art. 186.

- Restrições negativas da propriedade privada no interesse público:

a) restrições no interesse da propriedade pública: indica obrigações de não fazer ou de


tolerância, impostos aos proprietários dos fundos limítrofes a bens estatais ou patrimoniais.
Entram nessa categoria as servidões públicas, como aquelas de não edificação nas
vizinhanças de aeroportos, ou aquelas coativas de passagem para fins de condução de redes
elétricas, telegráficas ou telefônicas, ou em favor de aerovias. Outro exemplo é constituído
pela imposição em relação das construções privadas de distâncias legais de estradas,
Fernando Campos Scaff
Professor Titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

ferrovias, árvores, escavações, cemitérios, etc.

b) restrições no interesse da defesa militar: estas restrições são constituídas principalmente


pelas servidões militares nas zonas de fronteira terrestres e marítimas.

c) restrições de interesse hidrológico, agrícola e florestal.

d) os monopólios.

e) as restrições de natureza urbanística.

f) outras restrições: exigência de higiene e de saúde pública, a tutela dos bens de valor
histórico e artístico, a busca da ordem pública e da segurança pública, dentre outros.

b) Restrições positivas: tais como de fazer, impostas aos proprietários de imóveis. São
exemplos a construção de muros ou divisas, a construção de aceiros, etc.

c) restrições de natureza privada, baseadas em especial nos direitos de vizinhança.

II- A DESAPROPRIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS PARA FINS DE REFORMA


AGRÁRIA
DEFINIÇÃO: ato unilateral de direito público administrativo, cuja característica principal é a
transferência da propriedade sobre o bem desapropriado, em virtude de dispositivo legal, calcado no
interesse público da coletividade.

DISCIPLINA PROCESSUAL: Lei Complementar 76, de 6/7/1993, com as modificações introduzidas


pela Lei Complementar 88, de 23/12/1996

A competência para a apreciação da ação de desapropriação por interesse social para fins de reforma
agrária é da Justiça Federal.
Autor da ação: o INCRA
Réu: proprietário do bem.

DISCIPLINA MATERIAL: em especial, Lei 8629, de 25/2/1993.

VEDAÇÕES À DESAPROPRIAÇÃO: imóvel produtivo; pequena e média propriedade, desde que o


proprietário não possua outra (art. 185 da Constituição Federal).

Produtividade estabelecida pelo grau de utilização da terra igual ou superior a 80% da área
utilizável e pelo grau de eficiência na exploração, igual ou superior a 100%.

Cadastro das Propriedades Rurais – CCIR – documento indispensável para a alienação dos imóveis
rurais ou sua outorga como bem em garantia.

INDENIZAÇÃO: pagamento em TDAs (Títulos da Dívida Agrária), para a terra nua, e de dinheiro,
Fernando Campos Scaff
Professor Titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

para as benfeitorias úteis e necessárias.

III- CONTRATOS AGRÁRIOS


CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS:

a) obrigatoriedade de conservação do meio ambiente (lei nº 4.947/66, art. 13, III; Dec. nº 59.566/66,
art. 13, V;
b) proteção social e econômica do arrendatário e do parceiro outorgado (Dec. nº 59.566/66, art. 13,
VII e Lei nº 4.947/66, art. 13, V);
c) irrenunciabilidade dos direitos e vantagens atribuídos ao arrendatário e do parceiro outorgado
(Dec. nº 59.566/66, arts. 2º e 13, I e Lei nº 4.947/66, art. 13, IV);
d) proibição de usos e costumes predatórios (Estatuto da Terra, art. 93, Dec. nº 59.566/66, art. 13,
VII, b; e Lei nº 4.947/66, art. 13, I).

CONTRATOS AGRÁRIOS TÍPICOS:

- Arrendamento rural e parceria rural.


- Na parceria, o objeto pode ser o imóvel rural ou o gado, isoladamente (Dec. nº 59.566/66, arts. 4º e
5º, II).

- O arrendador colhe vantagem específica, certa, não aleatória.


Partes: arrendador (ou arrendante) e arrendatário
Preço do arrendamento: sempre ajustado em dinheiro, mas o pagamento pode ser realizado
em quantidade de frutos.
Não pode exceder a 15% do valor do imóvel.
Direito de preferência ou preempção para o arrendatário.

- Ao parceiro outorgante cabe parte dos lucros ou prejuízos.


Partes: parceiro outorgante e parceiro outorgado
Espírito associativo.
Existe um limite máximo para a participação do parceiro outorgante (Dec. 56.666/66, art. 35,
parág. 3º).

Ambos são contratos informais, não exigindo forma escrita.

Limites à liberdade de contratar: art. 12 do Dec. nº 59.566/66.


- Prazo mínimo: 3 anos.

Вам также может понравиться