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3 UNIDADE 1 - Introdução
6 UNIDADE 2 - Neonatologia
6 2.1 Evolução da neonatologia

8 2.2 A saúde do recém-nascido no Brasil

9 2.3 O Sistema de Informações sobre nascidos vivos – SINASC

11 UNIDADE 3 - O trabalho na UTIN


12 3.1 Definições e fatores relativos aos recém-nascidos e afins

14 3.2 Requisitos mínimos para funcionamento de UTIN e UTIP

SUMÁRIO
19 3.3 Os equipamentos básicos da UTIN

20 3.4 O diagnóstico da enfermagem para recém-nascidos em UTIN

21 3.5 Recebendo o recém-nascido prematuro extremo na UTIN

22 3.5.1 Cuidados específicos com a pele

23 3.5.2 Cuidados com o acesso venoso

23 3.5.3 Cuidados com a fototerapia

24 3.5.4 Cuidados com a ventilação mecânica

24 3.5.5 Cuidados na administração de surfactantes

24 3.5.6 Cuidados nutricionais

26 UNIDADE 4 - Humanização da assistência ao neonato


26 4.1 Entendendo o conceito de humanização

27 4.2 O cuidado humanizado na UTIN – interação entre profissionais e família

30 UNIDADE 5 - A participação da família


32 UNIDADE 6 - A qualidade de vida da criança em uti pediátrica
33 6.1 Analgesia e sedação de urgência
35 UNIDADE 7 - Paciente pediátrico séptico crítico
37 UNIDADE 8 - Desconforto respiratório agudo
44 REFERÊNCIAS
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UNIDADE 1 - Introdução
Segundo a Portaria GM/GS nº 3432/98, mínimo 6% dos leitos totais. Se o hospital
as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atende gestantes de alto risco, deve dis-
são unidades hospitalares destinadas por de leitos de UTI para adulto e neona-
ao atendimento de pacientes graves ou tal;
de risco que dispõem de assistência e de
nos hospitais de nível terciário,
enfermagem ininterruptas, com equipa-
deve ainda ser realizada avaliação por
mentos específicos próprios, recursos hu- 1
meio do Apache II se for UTI para adulto,
manos especializados, e que têm acesso 2
PRISM II se for UTI pediátrica e PSI modifi-
a outras tecnologias destinadas ao diag-
cado se for UTI neonatal.
nóstico e terapêutica.
Visto que a assistência ao prematuro
As UTIs atendem grupos etários es-
em UTIN – Unidades de Terapia Intensiva
pecíficos: Neonatal – tem passado por transforma-
neonatal – pacientes de 0 a 28 ções importantes, devido, dentre outros
dias; fatores, às inúmeras implicações para os
envolvidos no processo de hospitalização
pediátrica – pacientes de 28 dias a (sejam eles o recém-nascido, a família, a
14 ou 18 anos; equipe de profissionais) dedicamos este
adulto – pacientes maiores de 14 módulo para analisar e discutir desde a
ou 18 anos; humanização a este público, bem como à
“classe” pediátrica.
especializada – voltada para pa-
cientes atendidos por determinada espe- Mas o que é mesmo Neonatologia? (do
cialidade ou pertencentes a grupo especí- latim: ne(o) - novo; nat(o) - nascimento e
fico de doenças. logia - estudo), é o ramo da Pediatria que
se ocupa das crianças desde o nascimento
Nesta mesma portaria está dispos- até aos 28 dias de idade (quando as crian-
to que: ças deixam de ser recém-nascidos passam
as UTIs passaram a ser classifica- a ser lactentes).
das em tipos I, II e III, sendo cadastradas (a A história da Neonatologia é indissoci-
partir da vigência da mesma) no Sistema ável da história da Pediatria e através de
Único de Saúde (SUS), automaticamen- leituras, tanto de fontes diretas quan-
te como tipo I, e as demais, conforme for
comprovado atendimento aos critérios de 1- A escala denominada “Acute Physiology And Chronic Health
Evaluation - APACHE” foi desenvolvida por Knaus, em 1981, e revi-
classificação; sada e simplificada em 1985. O método tem o intuito de responder
à possibilidade de recuperação (CASTRO JUNIOR et al., 2006).
todo hospital de nível terciário, com 2-O escore do PRISM (Pediatric Risk of Mortality) foi introduzido em
1988 e durante
capacidade instalada igual ou superior a duas décadas foi o índice prognóstico mais usado em unidades de
Terapia Intensiva. Pediátrica, mas tem sido gradualmente substitu-
cem leitos, deve dispor de leitos de tra- ído por outros índices como o PIM2 (Pediatric Index of Mortality) ou
tamento intensivo correspondentes a no por índices de gravidade como o PELOD (Pediatric Logistic Organ
Dysfunction) (MORAES et al., 2010).
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to indiretas, tomamos conhecimento do Enfim, até então, nascidos de parto


crescente cuidado dispensado à criança, e prematuro eram classificados apenas
em particular, ao recém-nascido, nos dife- como crianças pequenas e grandes para
rentes períodos da história. a idade gestacional, mas felizmente a
Neonatologia avançou muito nos últimos
Se fizermos um recorte no tempo e no
tempos, conseguindo menores índices de
espaço, veremos também que é somente
mortalidade e de morbidade graças a uma
a partir do século XV que os recém-nas-
maior compreensão das particularidades
cidos e as crianças começam a ser vistas
dos recém-nascidos, melhores equipa-
como seres reais e humanos que são!
mentos e medicamentos.
Ao longo dos séculos XV e XVI, a assis-
Mossate e Costenaro (2001) nos ex-
tência ao recém-nascido era da compe-
plicam com simplicidade que quando a
tência, na maioria das vezes, da pessoa
criança é internada em uma UTI, ela é su-
que assistia ao parto. Foi unanimemente
bitamente introduzida em um ambiente
aceito que desde os primórdios da exis-
desconhecido, longe de sua família, seus
tência humana a assistência ao parto era
amigos e seus brinquedos. Vários partici-
da responsabilidade de uma mulher que
pantes desse processo, inclusive a família,
se impunha e era aceito na comunidade
os pais principalmente, veem a UTI como
pelo êxito da sua prática, o resultado de
um local perverso e cruel, onde o enfermo
uma experiência adquirida e transmitida
é despido, contido em uma cama, ligado a
ao longo de gerações de mulheres para
fios e invadido por sondas, tubos e catete-
mulheres.
res. Portanto, na admissão de uma criança
A partir do século XIX, assistimos a uma na Unidade de Terapia Intensiva, deve-se
melhoria das condições socioculturais e também prestar alguns cuidados aos pais.
de higiene das populações, da qualifica-
Segundo Chaud et al. (1999), os pais
ção dos profissionais médicos, das partei-
poderão manifestar sinais de ansiedade
ras e do desenvolvimento das técnicas e
durante a admissão do filho, que podem
dos instrumentos cirúrgicos disponíveis.
ser identificados através de tremores,
Nas primeiras páginas da história da alteração na tonalidade da voz, irritabili-
assistência hospitalar pediátrica figura- dade, inquietação, gesticulação, podem
ram instituições onde a localização das apresentar-se hostis e agressivos para
crianças, bem como o seu tratamento não com a equipe que cuida da criança. Con-
se diferenciavam da população adulta aí tudo, no momento em que o profissional
existente. atende os pais em suas necessidades en-
corajando-os a participar dos cuidados ao
Pierre Budin (1846-1907), obstetra
seu filho quando possível, reduz o nível de
no Hospital La Charité (Paris-França), foi
ansiedade, eleva sua confiança, fortale-
considerado o criador da Neonatologia
cendo a interação enfermeira-pais, con-
moderna, termo que viria a ser introduzi-
tribuindo para o tratamento e recupera-
do na nomenclatura médica somente em
ção da criança.
1963 por Alexander Schaffer.
História e evolução da neonatologia
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e Pediatria, o trabalho do profissional da


enfermagem nas Unidades de terapia
Intensiva Neonatal e Pediátrica (UTIN E
UTIP) são os primeiros conteúdos de es-
tudo deste módulo.

Veremos ainda a participação da fa-


mília, a humanização da assistência ao
neonato, às crianças e suas famílias, por
conseguinte, a qualidade de vida, os equi-
pamentos necessários e disponíveis, a
avaliação da dor, a analgesia e sedação
de urgência, bem como duas questões es-
peciais; os pacientes pediátricos sépticos
críticos e o desconforto respiratório agu-
do.

Ressaltamos em primeiro lugar que em-


bora a escrita acadêmica tenha como pre-
missa ser científica, baseada em normas
e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos
de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas
não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma
compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clás-
sicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original e tendo em vista o cará-
ter didático da obra, não serão expressas
opiniões pessoais.

Ao final do módulo, além da lista de


referências básicas, encontram-se ou-
tras que foram ora utilizadas, ora somen-
te consultadas, mas que, de todo modo,
podem servir para sanar lacunas que por
ventura venham a surgir ao longo dos es-
tudos.
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UNIDADE 2 - Neonatologia

2.1 Evolução da neonatologia tre 1870 a 1920, o qual buscava preservar


a vida de todas as crianças e foi um marco
Tragante (2009) em sua dissertação na história da medicina (RODRIGUES; OLI-
de mestrado, traça com maestria o cami- VEIRA, 2004).
nho percorrido pela sociedade no tocante
a perceber e compreender a importância Uma das principais causas de mortali-
dos cuidados com os recém-nascidos e os dade materna na época estava relaciona-
sujeitos em idade infantil, como veremos da ao trabalho de parto, que era realizado
nesta unidade. no domicílio pelas parteiras e que, para
muitos, representava uma experiência
O termo neonatologia foi definido por assustadora. Segundo Avery (1999), era
Alexandre Schaffer (1960), em seu livro esperado que crianças prematuras e mal-
sobre doenças dos recém-nascidos (“Dia- formadas fossem a óbito, baseados na
seases of the Newborns”), como “a arte teoria da seleção natural, acreditando-se
e a ciência do diagnóstico e o tratamento serem estes RN menos “adaptados” a so-
dos distúrbios do recém-nascido” (RN). brevivência.
(TRAGANTE, 2009).
Oliveira (2004) também nos conta que
A neonatologia é uma especialidade o interesse e a preocupação pela condi-
dedicada à assistência ao RN, bem como à ção da criança, por parte do poder públi-
pesquisa clínica, sendo sua principal meta co, juristas, educadores e médicos, mani-
a redução da mortalidade e morbidade festou-se a partir da segunda metade do
perinatais na procura da sobrevivência século XIX até meados do século XX, em
do RN nas melhores condições funcionais especial na transição de um para outro
possíveis (RAMOS, 1991). século. Nesse período houve um cresci-
A adequação da assistência aos RN mento da valorização infantil no Brasil,
dentro da assistência médica ocorreu despertando em determinados grupos a
muito lentamente ao longo do tempo. No ideia de proteção, sendo que tal fenôme-
século XIX, não existiam instituições que no predominou a partir do século XVII, na
se dedicassem aos cuidados infantis, ex- Europa.
ceto alguns locais denominados na época Assim, a criança tornou-se o centro das
de Fundações, onde as taxas de mortali- atenções e cuidados e com isso impul-
dade eram muito altas, atingindo valores sionou o desenvolvimento de uma assis-
de 85% a 95% (TRAGANTE, 2009). tência preventiva infantil voltada para os
No final desse século, observou-se na cuidados com a saúde física e, também,
Europa, diminuição na taxa de natalidade, com a educação moral, baseados nos prin-
abandono de crianças nas ruas e aumento cípios de higiene pública (RIZZINI, 1993).
da mortalidade infantil. Estes fatos con- Vale destacar que os serviços de saú-
tribuíram para o surgimento do chamado de ampliaram-se, porém, não existia ain-
“Movimento para a Saúde da Criança”, en- da um preparo adequado do pessoal para
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atender à população. E se o século XIX foi Esses avanços técnico-científicos re-


marcado por importantes realizações no duziram as taxas de mortalidade e morbi-
campo da assistência médica à infância, dade neonatal. Entretanto, ocasionaram
pouco se fez na área da Enfermagem (OLI- a separação e distanciamento do RN e de
VEIRA, 1998; SILVADO, 1905 apud OLIVEI- seus familiares, prejudicando o vínculo
RA, 2004). afetivo e o aleitamento materno (OLIVEI-
RA; RODRIGURS, 2005; AVERY, 1984).
O desenvolvimento dos equipamentos
para dar assistência aos RN se iniciou em Ainda assim, as condições de apoio per-
1878, quando foi desenvolvida a primei- mitiam que o organismo se recuperasse,
ra incubadora, a pedido do obstetra pa- tal como o descrito por Florence Nightin-
risiense Stephane Etienne Tarnier, a qual gale, a precursora da enfermagem: “calor,
foi instalada em 1880, na Maternidade de descanso, nutrição, quietude, higiene, es-
Paris, atribuindo-se ao seu uso uma redu- paço e outros” (AVERY, 1984).
ção da taxa de mortalidade dos RN com
Os Hospitais Michael e Sarah Morris
peso inferior a 2000g, de 66% para 38%
promoveram cursos acerca das técnicas
(AVERY, 1999).
de assepsia e do transporte neonatal sob
Em 1892, o obstetra francês Pierre a chefia da enfermeira Evelyn Lundeen.
Constant Budin estendeu suas preocu- Nesse período, incentivou-se a especiali-
pações além da sala de parto, criando o zação da enfermagem no cuidado ao RN,
primeiro ambulatório de puericultura no observando-se um grande investimen-
Hospital Charité, em Paris, e desenvolveu to nesta área, devido à melhora visível
os princípios e métodos básicos da me- nos índices de sobrevida dos prematuros
dicina neonatal (RODRIGUES; OLIVEIRA, (TRAGANTE, 2009).
2004).
A partir da década de 1940, os par-
Em Chicago, no ano de 1914, houve uma tos passaram a serem realizados, na
exibição de RN prematuros no sentido de sua maioria, nos hospitais, facilitando o
mostrar à classe médica a importância dos atendimento à gestante e ao RN, possi-
seus cuidados e nesta mesma cidade, em bilitando pesquisas de doenças cujo início
1922, o pediatra Julius Hess inaugurou a ocorria intraútero ou durante o período
primeira unidade de assistência aos pre- neonatal, como as doenças pulmonares,
maturos, no Hospital Sarah Morris. Após incluindo a síndrome do desconforto res-
esse evento, foram criados vários outros piratório; assim como o aperfeiçoamento
centros na América do Norte e na Euro- dos cuidados e o desenvolvimento de no-
pa, seguindo os mesmos preceitos, onde vas terapias, como a exsanguíneo trans-
os RN prematuros eram agrupados numa fusão em RN com eritroblastose fetal ou
sala com finalidade de lhes assegurar en- outras causas de hiperbilirrubinemia (RO-
fermeiras treinadas, dispositivos próprios, DRIGUES; OLIVEIRA, 2004).
incluindo incubadoras e procedimentos
rigorosos para a prevenção de infecções
No entanto, foi somente após a se-
(ZIEGEL; CRANLEY; 1980; COSTA, 2005). gunda Guerra Mundial que as gran-
des mudanças ocorreram na medici-
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na em geral e resultaram na melhora aumento significativo de investimentos


da sobrevida da população. Dentre os nas pesquisas em RN, principalmente re-
avanços dessa época na área da ne- lacionadas aos prematuros.
onatologia, Tragante (2009) destaca: Em relação à nutrição do RN, iniciou-se
a utilização de antibióticos e da te- o uso de sonda nasogástrica para admi-
rapia intravenosa; nistração de dieta, monitorização car-
diorrespiratória e sistemas de suporte de
as inovações no armazenamento vida, entre outros (RODRIGUES; OLIVEIRA,
do sangue; 2004; AVERY, 1984).
a introdução da técnica de catete- Nos últimos 30 anos, as técnicas e os
rização da veia umbilical para a realização vários tratamentos foram aprimorados no
da exsanguíneo transfusão por Louis Dia- campo da neonatologia e atualmente ob-
mond e seus colaboradores (1946); serva-se que com equipamentos de alta
a modernização das incubadoras, tecnologia e profissionais especializados,
que além de manter a temperatura corpó- há uma redução importante da mortalida-
rea constante, passa a manter o ar umidi- de, aumentando a sobrevida de prematu-
ficado; e, ros abaixo de 1000 g (TRAGANTE, 2009).

a redução da exposição ao ambien-


te e às mãos dos cuidadores.
2.2 A saúde do recém-nasci-
Na década de 1950, ocorreram os estu-
dos relacionados aos distúrbios respirató-
do no Brasil
rios, com a descrição de Mary Eilen Avery Embora nosso foco seja a questão do
e Jere Mead (1958) de que a deficiência de recém-nascido e das crianças na UTIN e
surfactante nos pulmões era a etiologia UTIP, vale conferir o pensamento e as pro-
da síndrome de desconforto respirató- postas do Ministério da Saúde para esse
rio; a comprovação de que a utilização da público.
ventilação mecânica com adaptações das
O cuidado com a saúde do recém-nas-
técnicas e equipamentos utilizados nos
cido (RN) tem importância fundamental
adultos poderiam ventilar os RN, e isso foi
para a re¬dução da mortalidade infan-
aplicado aos RN com tétano na África do
til, ainda elevada no Brasil, assim como a
Sul (1957); a criação do Escore de APGAR,
promoção de melhor qualidade de vida e
criado pela Dra. Virgínia Apgar, em 1953,
a diminuição das desigualdades em saúde
com objetivo inicial de avaliar a conduta
(BRASIL, 2012).
obstétrica, e posteriormente este se tor-
naria o principal escore utilizado mundial- No período neonatal, momento de
mente para diagnóstico de asfixia perina- grande vulnerabilidade na vida, concen-
tal. tram-se riscos: biológicos, ambientais,
socioeconômicos e culturais, havendo
Segundo diversos pesquisadores, na
necessidade de cuidados es¬peciais, com
década de 1960 iniciou-se a “medicina ne-
atuação oportuna, integral e qualificada
onatal moderna”, que foi marcada por um
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de proteção social e de saúde, direitos re- quação da assistência. São essenciais o


conhecidos pelo Estatuto da Criança e do conhecimento e a análise, entre outros,
Adolescente (ECA) (BRASIL, 1990). do perfil dos nascimentos e das mortes,
assim como de indicadores assistenciais
É na primeira semana de vida, em espe-
como as frequências de: cesarianas; pre-
cial no primeiro dia de vida (representan-
maturidade; mães adolescentes; baixo
do 25%), que se concentram as mortes
peso ao nascer; mães com baixa escolari-
infantis no País (LANSKY et al., 2009).
dade; asfixia ao nascer; mortalidade.
As ações de promoção, prevenção e
A avaliação da assistência utilizando a
assistência à saúde dirigidas à gestan-
informação é importante para as mudan-
te e ao RN têm grande importância, pois
ças na situação de saúde e doença da po-
influenciam a condição de saúde dos in-
pulação e para a redução das disparidades
divíduos, desde o período neonatal até
sociais. No Brasil, as informações estão
a vida adulta. Cada vez mais, vem sendo
disponíveis em sistemas informatizados.
salientada a relação determinante entre
Entretanto, há neces¬sidade de melhorar
a vida intrauterina, as condições de saúde
a qualidade dos registros, desde as de-
no nascimento e no período neonatal e os
clarações de óbito e de nascidos vivos, o
problemas crônico-degenerativos na vida
prontuário, a autorização de internação
adulta, como obesidade, diabetes, doen-
hospitalar (AIH) e outros sistemas de no¬-
ças cardiovasculares, saúde mental, entre
tificação de agravos, além de instrumen-
outros.
tos importantes como o Cartão da Ges-
A partir deste cenário, em que o esta- tante e a Caderneta da Criança (BRASIL,
belecimento de medidas para a melhoria 2012).
da saúde da gestante e do RN se apresen-
ta como grande desafio para a redução da
mortalidade infantil no País e a promoção
2.3 O Sistema de Informa-
da qualidade de vida, torna-se necessária
a conformação de redes regionalizadas e ções sobre nascidos vivos –
efetivas de atenção perinatal, nas quais SINASC
a unidade hospitalar constitui-se em um
dos pontos de atenção, uma vez que iso- Em 1990, o Sistema de Informações
ladamente não é suficiente para prover o sobre Nascidos Vivos (SINASC) foi implan-
cuidado integral. tado pelo Ministério da Saúde, visando o
registro sistemático em âmbito nacional
A análise das condições de nascimento de informações sobre os nascimentos vi-
e de morte das crianças é necessária para vos (PAIVA et al., 2011). Esse sistema teve
orientar as ações dos serviços de saúde e o objetivo de melhorar a qualidade das in-
alcançar patamares desejáveis de saúde formações sobre nascidos vivos no Brasil
para a população brasileira. (RODRIGUES et al., 1997).
Da mesma forma, a boa qualidade da O SINASC é um sistema no qual as in-
atenção nos serviços de saúde é fun- formações são coletadas pelo município,
damental para o planejamento e a ade- tendo a função desse sistema de obter
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os dados de todo o País – tanto nos seto- recém-nascido fornece informações epi-
res público e privado da saúde como nos demiológicas e serve como subsídio para
domicílios. O principal instrumento do SI- a avaliação e monitoramento das políticas
NASC é a declaração de nascido vivo (DN), de saúde materno-infantil (MASCARE-
que é preenchido logo após o nascimento NHAS et al., 2006), inclusive para implan-
por um profissional de saúde adequada- tação e onde implantar UTIN.
mente treinado (BRASIL, MS, 2004).

O formulário da DN possui três vias: a


primeira deve ser encaminhada ou reco-
lhida pela secretaria municipal de saúde;
a segunda, entregue a família, que a leva-
rá ao cartório para o pertinente registro
de nascimento; e a terceira deve ficar ar-
quivada no prontuário do serviço de saú-
de responsável pelo parto (BRASIL, MS,
2004).

Os dados coletados por meio da DN são


revisados pelas secretarias municipais e
estaduais de saúde, de onde são enviadas
para o Ministério da Saúde, que os sub-
mete a novas críticas e os reagrupa por
estado de residência da mãe. As revisões
do sistema visam à detecção de possíveis
erros de preenchimento da DN ou digita-
ção de dados.

Sua avaliação é feita a partir do cruza-


mento de variáveis para a verificação de
consistências (BRASIL, MS, 2002).

O sistema de Informação sobre Nasci-


dos Vivos tem por objetivo não somente
levantar o número real dos nascidos vi-
vos, mas também, variáveis importantes
para analisar as condições de nascimento
como: peso ao nascer, duração da gesta-
ção, grau de instrução e idade da mãe, ín-
dice de Apgar no primeiro e quinto minuto,
número de consultas durante o pré-natal
e tipo de parto. (MAIA, 1997).

O conhecimento de informações rela-


cionadas às características da mãe e do
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UNIDADE 3 - O trabalho na UTIN


Vimos na introdução que a hospitaliza- Apesar da importância da UTIN para os
ção em Unidade de Terapia Intensiva Ne- neonatos doentes, Reichert; Lins e Collet
onatal (UTIN) traz inúmeras implicações (2007) comentam que contraditoriamen-
para os envolvidos no processo de hospi- te, essa unidade que deveria zelar pelo
talização nessa unidade, ou seja, o recém- bem-estar da criança em todos os seus
-nascido, sua família e a equipe multipro- aspectos, é por excelência um ambiente
fissional e interdisciplinar, cujo processo nervoso, impessoal e até temeroso para
de trabalho deve permitir a realização do aqueles que não estão adaptados às suas
cuidado com a especificidade necessária rotinas. Tal ambiente é repleto de luzes
ao grupo neonatal (GAÍVA; SCOCHI, 2005; fortes e constantes, barulho, mudanças
OLIVEIRA et al., 2006). de temperatura, interrupção do ciclo do
sono, visto que são necessárias repetidas
A identificação do processo de trabalho
avaliações e procedimentos, acarretando,
da equipe de enfermagem na UTIN per-
muitas vezes, desconforto e dor.
mite compreender a percepção da equipe
de enfermagem, quanto aos elementos A fim de dar conta da complexidade que
constituintes do processo de trabalho é assistir o RN em uma UTIN, as autoras,
(objeto, instrumento, finalidade e produ- anteriormente citadas, enfatizam a im-
to final) e apreender, na assistência de portância do envolvimento da equipe de
enfermagem prestada às crianças, as me- enfermagem na assistência ao binômio
didas de humanização adotadas e se as mãe/filho ressaltando a necessidade de
mesmas propiciam efeitos na qualidade humanizar essa assistência, facilitando a
da assistência de enfermagem (OLIVEIRA interação entre equipe profissional-RN-
et al., 2006). -mãe.

Não há dúvidas que o ambiente da UTIN No entendimento de Moreira (2001),


propicia uma experiência ao recém-nas- esse cuidado proporciona o crescimento e
cido bastante diferente daquela do am- desenvolvimento e recuperação do RN de
biente uterino, uma vez que este é o ideal forma satisfatória e contribui para mini-
para o crescimento e desenvolvimento mizar os efeitos nocivos provocados pela
fetal, pois possui características distintas, hospitalização, tornando os pais elemen-
como temperatura agradável e constante, tos ativos dentro do processo de hospita-
aconchego, e os sons extrauterinos são lização, além de contribuir para uma boa
filtrados e diminuídos. qualidade de sobrevida do bebê.

De todo modo, o surgimento da UTIN Antes de discutirmos a questão da hu-


trouxe um universo mais amplo à assis- manização, a participação da família e a
tência aos recém-nascidos, permitindo a qualidade de vida na UTIN e UTIP, falemos
sobrevivência de bebês que teriam pou- um pouco sobre esses “clientes”, os requi-
cas chances há alguns anos (CARVALHO, sitos mínimos para o funcionamento de
2001). UTIN e UTIP e os equipamentos básicos
12

de uma UTIN. elevação em algumas metrópoles (ARAÚ-


JO; RODRIGUES; RODRIGUES, 2008).

Há de se considerar que com os avanços


3.1 Definições e fatores re- da tecnologia aplicada à assistência neo-
lativos aos recém-nascidos natal, houve um aumento da sobrevida de
prematuros cada vez menores, com peso
e afins entre 500 e 700g, considerados inviáveis
A Organização Mundial da Saúde (OMS) (MARTINEZ; FONSECA; SCOCHI, 2007). Es-
define como pré-termo toda criança nas- tudos mostram que as modernas Unida-
cida antes de 37 semanas (BRASIL, 2006). des de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN),
Sendo assim, inclui todo recém-nascido equipadas com tecnologia de ponta são
(RN) vivo com menos de 37 semanas com- um marco na assistência ao recém-nasci-
pletas de gestação (<259 dias), contadas do de risco, contribuindo para sua sobre-
a partir do primeiro dia do último período vida e tendo como foco da assistência os
menstrual. A incidência é variável e de- aspectos biológicos primordialmente.
pende de características populacionais Estudos de Vasconcelos, Leite e Scochi
(SALGE et al., 2009). (2006) mostram que nos dias atuais, os
O período neonatal compreende os fatores de risco para prematuridade vêm
primeiros 28 dias de vida do bebê. O re- sendo discutidos com frequência entre os
cém-nascido a termo é aquele cuja idade profissionais e as instituições de saúde,
gestacional é de 37 a 42 semanas e o pré- com a finalidade de transformar tal reali-
-termo, (RNPT) todo aquele que tem me- dade, ampliando e focalizando a assistên-
nos de 37 semanas (ROCHA; FERREIRA, cia à tríade mãe/filho/família.
2011). Outros autores como Ramos e Cuman
A literatura nacional evidencia que o re- (2009) descrevem que, entre os fatores
cém-nascido pré-termo e/ou recém-nas- de risco fisiológicos relacionados à pre-
cido de muito baixo peso (<1500g) são os maturidade, acham-se envolvidas tam-
mais atingidos pela morbimortalidade no bém dimensões sociais, políticas e institu-
período neonatal (CRUZ et al., 2011). cionais, e que a noção de risco individual
passa por uma nova compreensão: a de
A prática do cuidado a esses bebês deve vulnerabilidade social.
ser estruturada e organizada no sentido
de atender a uma população sujeita a ris- Quanto à prematuridade, os mesmos
cos (ROLIM; CARDOSO, 2006). autores acima citam que esta pode ser
classificada, segundo sua evolução clíni-
De acordo com as informações publi- ca, em eletiva ou espontânea. Na prema-
cadas pelo Ministério da Saúde, os nas- turidade eletiva, a gestação é interrompi-
cimentos prematuros na população bra- da em virtude de complicações maternas
sileira têm se mantido constante nos (por exemplo, doença hipertensiva, des-
últimos anos, com média de 6,6%, sendo colamento prematuro de placenta, pla-
variáveis de Estado para Estado, podendo centa prévia, etc.) e/ou fetais (por exem-
atingir taxas de até 9% e com tendência à
13

plo, restrição do crescimento fetal ou A prematuridade também aumenta o


sofrimento fetal), em que o fator de risco risco de adaptação à vida extrauterina,
é, geralmente, conhecido e corresponde a decorrente, sobretudo, da imaturida-
25% dos nascimentos prematuros. de anatomofisiológica. O recém-nascido
(RN) prematuro pode apresentar uma sé-
É importante salientar a vulnerabilida-
rie de complicações após o nascimento, e,
de biológica dos prematuros e de baixo
muitas vezes associado à prematuridade,
peso ao nascer, os riscos originados no
encontra-se o RN com baixo peso, acentu-
processo terapêutico em unidades de cui-
ando ainda mais os riscos de morbidade e
dado intensivo neonatal, considerando-
mortalidade infantil, como referem (SAL-
-se a utilização de procedimentos de alta
GE et al., 2009). A morbidade está direta-
complexidade, e o período de internação
mente relacionada aos distúrbios respi-
prolongado. Observa-se a possibilidade
ratórios e às complicações infecciosas e
dessas crianças tornarem-se mais susce-
neurológicas.
tíveis às infecções e a outras enfermida-
des (CHAGAS et al., 2009). Particularizando a assistência ao RN,
a UTIN moderna, equipada tecnologica-
A predição do parto prematuro também
mente, é considerada um marco na assis-
é associada a alguns fatores de risco de-
tência ao prematuro, contribuindo para a
mográficos e obstétricos, tais como: ida-
manutenção de sua vida, detendo-se em
de materna menor que 21 ou maior que
um cuidado voltado aos aspectos biológi-
36 anos, baixo nível socioeconômico, an-
cos (BITTAR; ZUGAIB, 2009).
tecedente de parto pré-termo, estatura
materna inferior a 1,52 m, gestação ge- Na incidência de alterações patológicas
melar, sangramento vaginal no 2º trimes- maternas e fetais há um aumento que se
tre, amadurecimento cervical e aumento relaciona, sobretudo, com a prematuri-
da atividade uterina antes da 29ª semana dade, como: anemias, infecção urinária,
de gestação (SALGE et al., 2009). baixo índice de Apgar e alterações placen-
tárias. Estas alterações repercutem dire-
Chagas et al. (2009) ressaltam que a
tamente nas condições do RN e da mulher
prematuridade é decorrente de circuns-
no puerpério, aumentando assim os índi-
tâncias diversas e imprevisíveis, em todos
ces de morte materna, fetal e neonatal
os lugares e classes sociais. Acarreta às
(RAMOS; CUMAN, 2009).
famílias e à sociedade em geral um custo
social e financeiro de difícil mensuração. Segundo Chagas et al (2009), as infor-
Exige da estrutura assistencial, capacida- mações/conhecimentos acima se consti-
de técnica e equipamentos nem sempre tuem de grande relevância na formação
disponíveis. Afeta diretamente a estru- profissional e no desenvolvimento téc-
tura familiar, alterando as expectativas e nico-científico do enfermeiro, levando-o
anseios que permeiam a perinatalidade. a novas pesquisas e reflexões acerca do
É difícil avaliar os componentes que in- seu trabalho nessas unidades na busca
fluenciam e são influenciados pelo com- de melhor qualidade de vida para esses
plexo processo do nascimento prematuro. novos seres que ainda têm um longo ca-
minho a trilhar.
14

3.2 Requisitos mínimos para (“bomba de infusão”), com reserva opera-


cional de 01 (um) para cada 03 (três) lei-
funcionamento de UTIN e tos;
UTIP VI - fita métrica;
De acordo com a Resolução nº 7 de 24
VII - poltrona removível, com revesti-
de fevereiro de 2010, que dispõe sobre os
mento impermeável, destinada ao acom-
requisitos mínimos para funcionamento
panhante: 01 (uma) por leito;
de Unidades de Terapia Intensiva e dá ou-
tras providências, os capítulos IV e V falam VIII - equipamentos e materiais que
sobre os requisitos específicos e recursos permitam monitorização contínua de:
materiais para as UTIP, Mista e UTIN, que
a) frequência respiratória;
valem ser conferidas na íntegra:
b) oximetria de pulso;
CAPÍTULO IV
c) frequência cardíaca;
DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁ- d) cardioscopia;
TRICAS
e) temperatura;
Seção I
f) pressão arterial não-invasiva.
Recursos Materiais
Art. 63. Cada UTI Pediátrica deve dis-
Art. 61. Devem estar disponíveis, para por, no mínimo, de:
uso exclusivo da UTI Pediátrica, materiais
e equipamentos de acordo com a faixa I - berço aquecido de terapia intensiva:
etária e biotipo do paciente. 1 (um) para cada 5 (cinco) leitos;

Art. 62. Cada leito de UTI Pediátrica II - estadiômetro;


deve possuir, no mínimo, os seguintes III - balança eletrônica portátil;
equipamentos e materiais:
IV - oftalmoscópio;
I - berço hospitalar com ajuste de posi-
ção, grades laterais e rodízios; V - otoscópio;

II - equipamento para ressuscitação VI - materiais para punção lombar;


manual do tipo balão autoinflável, com VII - materiais para drenagem liquórica
reservatório e máscara facial: 01(um) por em sistema fechado;
leito, com reserva operacional de 01 (um)
para cada 02 (dois) leitos; VIII - negatoscópio;

III - estetoscópio; IX - capacetes ou tendas para oxigeno-


terapia;
IV - conjunto para nebulização;
X - máscara facial que permite diferen-
V - Quatro (04) equipamentos para in- tes concentrações de Oxigênio: 01 (um)
fusão contínua e controlada de fluidos para cada 02 (dois) leitos;
15

XI - materiais para aspiração traqueal (cinco) leitos, com reserva operacional de


em sistemas aberto e fechado; 01 (um) equipamento para cada 10 (dez)
leitos;
XII - aspirador a vácuo portátil;
XXV - materiais para punção pericárdi-
XIII - equipamento para mensurar pres-
ca;
são de balonete de tubo/cânula endotra-
queal (“cuffômetro”); XXVI - eletrocardiógrafo portátil;

XIV - capnógrafo: 01 (um) para cada 10 XXVII - kit (“carrinho”) contendo medi-
(dez) leitos; camentos e materiais para atendimento
às emergências: 01 (um) para cada 05 (cin-
XV - ventilador pulmonar mecânico mi-
co) leitos ou fração;
croprocessado: 01 (um) para cada 02 (dois)
leitos, com reserva operacional de 01 (um) XXVIII - equipamento desfibrilador e
equipamento para cada 05 (cinco) leitos, cardioversor, com bateria, na unidade;
devendo dispor cada equipamento de, no
XXIX - marca-passo cardíaco temporá-
mínimo, 02 (dois) circuitos completos.
rio, eletrodos e gerador: 01 (um) equipa-
XVI - equipamento para ventilação pul- mento para a unidade;
monar não-invasiva: 01(um) para cada 10
XXX - equipamento para aferição de
(dez) leitos, quando o ventilador pulmonar
glicemia capilar, específico para uso hos-
microprocessado não possuir recursos
pitalar: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos
para realizar a modalidade de ventilação
ou fração;
não invasiva;
XXXI - materiais para curativos;
XVII - materiais de interface facial para
ventilação pulmonar não-invasiva: 01 XXXII - materiais para cateterismo ve-
(um) conjunto para cada 05 (cinco) leitos; sical de demora em sistema fechado;
XVIII - materiais para drenagem toráci- XXXIII - maca para transporte, com
ca em sistema fechado; grades laterais, com suporte para equi-
pamento de infusão controlada de fluidos
XIX - materiais para traqueostomia;
e suporte para cilindro de oxigênio: 01
XX - foco cirúrgico portátil; (uma) para cada 10 (dez) leitos ou fração;

XXI - materiais para acesso venoso pro- XXXIV - equipamento(s) para monito-
fundo, incluindo cateterização venosa rização contínua de múltiplos parâmetros
central de inserção periférica (PICC); (oximetria de pulso, pressão arterial não-
-invasiva; cardioscopia; frequência respi-
XXII - material para flebotomia;
ratória) específico para transporte, com
XXIII - materiais para monitorização de bateria: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos
pressão venosa central; ou fração;

XXIV - materiais e equipamento para XXXV - ventilador pulmonar específico


monitorização de pressão arterial inva- para transporte, com bateria: 01 (um) para
siva: 01 (um) equipamento para cada 05 cada 10 (dez) leitos ou fração;
16

XXXVI - kit (“maleta”) para acompanhar do paciente (lâminas de laringoscópio, tu-


o transporte de pacientes graves, conten- bos endotraqueais de tamanhos adequa-
do medicamentos e materiais para atendi- dos, por exemplo);
mento às emergências: 01 (um) para cada
§4º A unidade deve fazer uma lista
10 (dez) leitos ou fração;
com todos os materiais e medicamentos a
XXXVII - cilindro transportável de oxi- compor estes kits e garantir que estejam
gênio; sempre prontos para uso.

XXXVIII - relógio e calendário de pare- Seção II


de;
UTI Pediátrica Mista
XXXIX - refrigerador, com temperatura
Art. 66. As UTI Pediátricas Mistas, além
interna de 2 a 8°C, de uso exclusivo para
dos requisitos comuns a todas as UTI,
guarda de medicamentos, com monitori-
também devem atender aos requisitos
zação e registro de temperatura.
relacionados aos recursos humanos, as-
Art. 64. Outros equipamentos ou ma- sistenciais e materiais estabelecidos para
teriais podem substituir os listados neste UTI pediátrica e neonatal concomitante-
regulamento técnico, desde que tenham mente.
comprovada sua eficácia propedêutica e
Parágrafo único. A equipe médica deve
terapêutica e sejam regularizados pela
conter especialistas em Terapia Intensiva
Anvisa.
Pediátrica e especialistas em Neonatolo-
Art. 65. Os kits para atendimento às gia.
emergências, referidos nos incisos XXVII
e XXXVI do Art 63, devem conter, no mí-
nimo: ressuscitador manual com reserva- CAPÍTULO V
tório, cabos e lâminas de laringoscópio,
DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA
tubos/cânulas endotraqueais, fixadores
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEO-
de tubo endotraqueal, cânulas de Guedel
NATAIS
e fio guia estéril.
Seção I
§1º Demais materiais e medicamentos
a compor estes kits devem seguir proto- Recursos Materiais
colos assistenciais para este fim, padro-
nizados pela unidade e baseados em evi- Art. 67. Devem estar disponíveis, para
dências científicas. uso exclusivo da UTI Neonatal, materiais e
equipamentos de acordo com a faixa etá-
§2º A quantidade dos materiais e me- ria e biotipo do paciente.
dicamentos destes kits deve ser padro-
nizada pela unidade, de acordo com sua Art. 68. Cada leito de UTI Neonatal deve
demanda. possuir, no mínimo, os seguintes equipa-
mentos e materiais:
§3º Os materiais utilizados devem es-
tar de acordo com a faixa etária e biotipo I - incubadora com parede dupla;
17

II - equipamento para ressuscitação VII - material para punção lombar;


manual do tipo balão autoinflável com
VIII - material para drenagem liquórica
reservatório e máscara facial: 01(um) por
em sistema fechado;
leito, com reserva operacional de 01 (um)
para cada 02 (dois) leitos; IX - negatoscópio;
III - estetoscópio; X - capacetes e tendas para oxigeno-
terapia: 1 (um) equipamento para cada 03
IV - conjunto para nebulização;
(três) leitos, com reserva operacional de 1
V - Dois (02) equipamentos tipo serin- (um) para cada 5 (cinco) leitos;
ga para infusão contínua e controlada de
XI - materiais para aspiração traqueal
fluidos (“bomba de infusão”), com reserva
em sistemas aberto e fechado;
operacional de 01 (um) para cada 03 (três)
leitos; XII - aspirador a vácuo portátil;
VI - fita métrica; XIII - capnógrafo: 01 (um) para cada 10
(dez) leitos;
VII - equipamentos e materiais que per-
mitam monitorização contínua de: XIV - ventilador pulmonar mecânico mi-
croprocessado: 01 (um) para cada 02 (dois)
a) frequência respiratória;
leitos, com reserva operacional de 01 (um)
b) oximetria de pulso; equipamento para cada 05 (cinco) leitos
devendo dispor cada equipamento de, no
c) frequência cardíaca;
mínimo, 02 (dois) circuitos completos.
d) cardioscopia;
XV - equipamento para ventilação pul-
e) temperatura; monar não-invasiva: 01(um) para cada 05
(cinco) leitos, quando o ventilador pulmo-
f) pressão arterial não-invasiva.
nar microprocessado não possuir recursos
Art. 69. Cada UTI Neonatal deve dispor, para realizar a modalidade de ventilação
no mínimo, de: não invasiva;

I - berços aquecidos de terapia intensi- XVI - materiais de interface facial para


va para 10% dos leitos; ventilação pulmonar não invasiva (másca-
ra ou pronga): 1 (um) por leito.
II - equipamento para fototerapia: 01
(um) para cada 03 (três) leitos; XVII - materiais para drenagem torácica
em sistema fechado;
III - estadiômetro;
XVIII - material para traqueostomia;
IV - balança eletrônica portátil: 01 (uma)
para cada 10 (dez) leitos; XIX - foco cirúrgico portátil;

V - oftalmoscópio; XX - materiais para acesso venoso pro-


fundo, incluindo cateterização venosa
VI - otoscópio; central de inserção periférica (PICC);
18

XXI - material para flebotomia; XXXIV - ventilador pulmonar específico


para transporte, com bateria: 01 (um) para
XXII - materiais para monitorização de
cada 10 (dez) leitos ou fração;
pressão venosa central;
XXXV - kit (“maleta”) para acompanhar
XXIII - materiais e equipamento para
o transporte de pacientes graves, conten-
monitorização de pressão arterial invasi-
do medicamentos e materiais para atendi-
va;
mento às emergências: 01 (um) para cada
XXIV - materiais para cateterismo um- 10 (dez) leitos ou fração.
bilical e exsanguíneo transfusão;
XXXVI - cilindro transportável de oxi-
XXV - materiais para punção pericárdi- gênio;
ca;
XXXVII - relógio e calendário de parede;
XXVI - eletrocardiógrafo portátil dispo-
XXXVIII - poltronas removíveis, com
nível no hospital;
revestimento impermeável, para acom-
XXVII - kit (“carrinho”) contendo medi- panhante: 01 (uma) para cada 05 leitos ou
camentos e materiais para atendimento fração;
às emergências: 01 (um) para cada 05 (cin-
XXXIX - refrigerador, com temperatura
co) leitos ou fração;
interna de 2 a 8°C, de uso exclusivo para
XXVIII - equipamento desfibrilador e guarda de medicamentos: 01 (um) por
cardioversor, com bateria, na unidade; unidade, com conferência e registro de
temperatura a intervalos máximos de 24
XXIX - equipamento para aferição de
horas.
glicemia capilar, específico para uso hos-
pitalar: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos Art. 70. Outros equipamentos ou ma-
ou fração, sendo que as tiras de teste de- teriais podem substituir os listados neste
vem ser específicas para neonatos; regulamento técnico, desde que tenham
comprovada sua eficácia propedêutica e
XXX - materiais para curativos;
terapêutica e sejam regularizados pela
XXXI - materiais para cateterismo vesi- ANVISA.
cal de demora em sistema fechado;
Art. 71. Os kits para atendimento às
XXXII - incubadora para transporte, emergências referidos nos incisos XXVII e
com suporte para equipamento de infu- XXXV do Art 69 devem conter, no mínimo:
são controlada de fluidos e suporte para ressuscitador manual com reservatório,
cilindro de oxigênio: 01 (uma) para cada 10 cabos e lâminas de laringoscópio, tubos/
(dez) leitos ou fração; cânulas endotraqueais, fixadores de tubo
endotraqueal, cânulas de Guedel e fio
XXXIII - equipamento(s) para monitori- guia estéril.
zação contínua de múltiplos parâmetros
(oximetria de pulso, cardioscopia) especí- §1º Demais materiais e medicamentos
fico para transporte, com bateria: 01 (um) a compor estes kits devem seguir proto-
para cada 10 (dez) leitos ou fração; colos assistenciais para este fim, padro-
19

nizados pela unidade e baseados em evi- quenos tubos inseridos na veia do bebê,
dências científicas. que possibilitam a administração de soro
e medicação que o bebê necessita nas
§2º A quantidade dos materiais e me-
primeiras horas e talvez dias. Este cate-
dicamentos destes kits deve ser padro-
ter pode ser periférico e estar colocado
nizada pela unidade, de acordo com sua
nos membros superiores, inferiores ou
demanda.
na cabeça. Já o cateter central pode ser
§3º Os materiais utilizados devem es- colocado nos primeiros dias de vida numa
tar de acordo com a faixa etária e biotipo das veias ou artéria do cordão umbilical
do paciente (lâminas de laringoscópio, tu- ou pode ser colocado numa das veias dos
bos endotraqueais de tamanhos adequa- braços, da região do pescoço, virilha e tó-
dos, por exemplo); rax. Os cateteres centrais (PICC) são de
longa duração e como tal evitam que o
§4º A unidade deve fazer uma lista
bebê tenha que ser puncionado (picado)
com todos os materiais e medicamentos a
repetidamente.
compor estes kits e garantir que estejam
sempre prontos para uso (BRASIL, 2010). O ventilador permite fazer vários tipos
de ventilação, que vão desde a ventilação
completa até uma pequena ajuda quando
o bebê esquece de respirar. A ventilação
3.3 Os equipamentos bási- é feita através de tubos que entram na
cos da UTIN incubadora e se ligam ao bebê através de
um tubo endotraqueal que se encontra
A incubadora tem basicamente a fun-
na boca ou no nariz e vai até a traqueia do
ção de substituir o útero materno, man-
bebê.
tendo um ambiente quente e regulando a
temperatura do bebê. Proporciona a umi- Quando o bebê necessita apenas de
dade necessária ao equilíbrio do bebê e o uma pequena ajuda para respirar, utiliza-
protege das infecções e do barulho. -se um aparelho chamado CPAP, que atra-
vés de pequenos tubos colocados no nariz
Os monitores de frequência cardíaca e
e fixos a uma touca o ajudam a respirar.
respiratória são utilizados através de fios
CPAP é a sigla para “Continuous Positive
que terminam em pequenos adesivos que
Airway Pressure”, que significa pressão
são colocados no peito e no lado esquerdo
positiva contínua nas vias aéreas.
da barriga do bebê, informando como é o
ritmo cardíaco e respiratório do bebê. Por fim, a sonda gástrica é um peque-
no tubo que pode ser introduzido na boca
Os oxímetros: através de uma pequena
(oro) ou no nariz (naso) e que vai até o
tira com uma luzinha vermelha colocada
estômago, servindo para verificar o con-
no braço ou no pé do bebê, mede continu-
teúdo do estômago (resíduo gástrico) e,
amente a oxigenação do sangue e permi-
principalmente, para alimentar o bebê
te regular a quantidade de oxigênio que
(CENTENO, 2012).
ele precisa.
Enfim, o ambiente das Unidades de Tra-
Cateteres centrais e periféricos são pe-
20

tamentos Intensivos (UTIs) caracteriza-se, cabe privativamente ao enfermeiro o cuida-


sobremaneira, pelo aparato tecnológico de do direto de enfermagem a pacientes graves
que dispõe para cuidar dos neonatos em es- com risco de vida, cuidados de enfermagem
tado crítico. No entanto, soma-se a este am- de maior complexidade técnica e que exijam
biente um modelo de cuidado que, por muitos conhecimentos de base científica e capaci-
anos, foi alicerçado no modelo médico curati- dade de tomar decisões imediatas, e esses
vista, que contempla a fragmentação do ser são cuidados evidenciados em UTIN (BRASIL,
humano, mas hoje, o mundo de uma UTI busca 1986).
a prática do cuidar humanizado, onde equili-
A classificação dos diagnósticos de enfer-
bram-se o exercício do cuidado com o domínio
magem possibilita a identificação mais clara
da técnica e o adequado manuseio de equipa-
do corpo de conhecimento da enfermagem e
mentos.
assim maior confiabilidade e maior autonomia
profissional e o seu uso na prática de enfer-
magem reflete em uma melhor assistência
3.4 O diagnóstico da enferma- aos clientes que recebem constantemente
gem para recém-nascidos em os cuidados de enfermagem. O desafio da en-
fermagem tem sido a construção do conheci-
UTIN mento para o desenvolvimento na prática.
A sistematização da assistência de enfer-
Com base em Carvalho e Jesus (1997),
magem surgiu em meados da década de 1950
o processo de diagnóstico é composto de
nos Estados Unidos, com a finalidade de de-
duas fases:
senvolver e organizar os conhecimentos de
enfermagem. Várias teorias, descritas por a primeira composta de análise dos
diversos autores, surgiram para orientar a dados (categorização dos achados segundo
assistência de enfermagem no atendimento um modelo teórico e observação de dados di-
das necessidades humanas, sendo algumas vergentes ou lacunas) e de síntese dos dados
destas foram colocadas em prática, conheci- (agrupamento dos achados em padrões, com-
das como processo de enfermagem (NÓBRE- paração destes a conceitos, normas, modelos
GA,1991 apud MELO, 2002). existentes na literatura, inferência ou gera-
ção de hipóteses sobre a situação, estabele-
Melo (2002) citando Barros (1998) explica
cimento das causas relacionadas à inferên-
que a partir da aprovação da lei do exercício
cia); e,
profissional de enfermagem, a qual determi-
na que a prescrição de enfermagem é privati- a segunda fase denominada de es-
va do enfermeiro, o processo de enfermagem tabelecimento do diagnóstico, ou seja, a
passou a ter fundamental importância nas construção redacional do diagnóstico, a
atividades assistenciais, implicando em me- partir de uma taxonomia, como por exem-
3
lhoria de qualidade da assistência, como tam- plo a da NANDA (1994), cujo diagnóstico
bém na área de ensino incentivando a pes-
quisa, e demonstrando a importância destas 3- É uma coleção de diagnósticos em enfermagem. Da mesma
forma que o CID é um código que descreve as doenças, o NANDA
para o futuro profissional. descreve as reações dos pacientes às doenças. É estruturado divi-
dindo-se essas reações em nove tipos de “Respostas Humanas”. Em
cada tipo de resposta encontram-se algumas subcategorias.
Art. 11 – Lei nº 7498/86 [...] dispõe que
21

é constituído de: categoria diagnóstica, dios a este profissional para a realização


fatores relacionados, características de- de cuidado humanizado e de qualidade
finidoras e ações/intervenções de enfer- (MONTANHOLI; MERIGHI; JESUS, 2011).
magem.

Se entendermos o diagnóstico de en-


fermagem como um julgamento clínico 3.5 Recebendo o recém-nas-
sobre as respostas do indivíduo, da famí- cido prematuro extremo na
lia ou da comunidade aos processos vi-
tais, ou aos problemas de saúde atuais ou UTIN
potenciais, o qual fornece a base para a O recém-nascido prematuro extremo
seleção das prescrições de enfermagem, (RNPTE) necessita de maior atenção, uma
e para o estabelecimento de resultados, vez que o mesmo estará em ventilação
pelos quais o enfermeiro é responsável, mecânica, cateterismo umbilical, flebo-
chegaremos à conclusão que o objeto de tomia ou cateter central de inserção pe-
trabalho do enfermeiro não é o problema riférica (PICC), nutrição parenteral total
de saúde em si, mas a resposta do indiví- (NPT), fototerapia, entre outros. As in-
duo ao problema (MITCHELL et al., 1991 tercorrências mais frequentes nos RNPTE
apud MELO, 2002). são as instabilidades térmicas, as insu-
Por essa definição ainda, o diagnóstico ficiências respiratórias pela imaturidade
encontra-se obrigatoriamente vinculado pulmonar, a hemorragia pulmonar, as cri-
à prescrição, servindo de base para sua ses de apneia e as persistências do canal
escolha, estando também associado ao arterial (PCA) (RIBEIRO; FELICE; SOUZA,
resultado obtido com a implementação 2008).
da prescrição, de modo que a utilização de Com isso, é perceptível a importância
diagnóstico de enfermagem para recém- de se ter uma sincronia de cuidados e da
-nascido internado em terapia intensiva delicadeza e precisão de movimentos,
neonatal é de fundamental importância pois possibilitam uma assistência adequa-
devido à complexidade dos cuidados pres- da e estes atos implicam no desenvolvi-
tados pelos profissionais que atuam nes- mento e crescimento normais, uma vez
ta área, para entender não só as necessi- que a prematuridade é a principal causa
dades biológicas, como também aquelas de morbimortalidade neonatal (CHAVES
determinadas pelos fatores ambientais, et al., 2007).
psicossociais e familiares, que podem es-
tar associados a sua condição física. Ao receber o RN na UTI Neonatal, o
mesmo deve ser colocado em uma in-
Enfim, a prática da enfermagem, basea- cubadora com parede dupla, aquecida e
da em evidências científicas, a divulgação umidificada. Quando o RN não é intubado
de pesquisas relacionadas ao cuidado de na sala de parto, esse é o primeiro proce-
enfermagem e a capacidade de padroni- dimento a ser realizado na UTI Neonatal
zar o cuidado, de supervisionar o trabalho (intubação oro ou nasotraqueal) e coloca-
da equipe e de priorizar e prestar o cuida- do em ventilação mecânica, depois faz-se
do direto ao RN é que servirão de subsí- o surfactante. O surfactante é indicado o
22

mais rápido possível, preferencialmente cedimentos minimizam o estresse e a hi-


nas duas primeiras horas de vida; sendo potermia, uma vez que uma das maiores
procedimento realizado pelo médico (OLI- dificuldades do RNPTE é manter sua tem-
VEIRA, 2005). peratura corpórea. Os horários de mani-
pulações devem ser agrupados, ou seja,
O RNPTE não deve tomar banho devido
de 4/4 horas, portanto no momento da
hipotermia, alterações das propriedades
manipulação devem-se realizar todos os
de barreira (aumento de pH), irritação e
procedimentos necessários, em seguida
trauma da pele, contudo, deve-se fazer
deixá-lo em repouso e tranquilo (OLIVEI-
higiene em região genital ou áreas sujas
RA, 2005).
,mas não usar sabonete. Outra conduta
é manter a incubadora coberta na região
da cabeça do RN, a iluminação excessiva
é nociva, entretanto, períodos de clarida-
3.5.1 Cuidados específicos com a pele
de alternados com penumbra beneficiam As práticas de enfermagem em rela-
o recém-nascido, aumentando o ganho ção à pele do RN que são realizadas dia-
de peso e maior tempo de sono. Deve-se riamente nas UTI’s Neonatais incluem a
sempre atentar para mantê-lo monitora- manutenção da temperatura e umidade
do com oxímetro de pulso, evitar ruídos através de incubadoras, posicionamento,
externos e batidas na incubadora, deixá- banho, procedimentos invasivos, entre
-lo em proclive e sempre que possível em outros. Recomenda-se o manuseio res-
decúbito ventral. Ainda precisam ser to- trito ao RNPTE devido à dificuldade que
mados alguns cuidados como: apresenta em manter a temperatura cor-
poral, e deixá-lo sempre que possível em
evitar uso de micropore e espara-
posição fetal, pois minimiza a transferên-
drapos diretamente sob a pele;
cia de calor do seu corpo para o meio ex-
fixar sonda orogástrica junto com a terno. Quanto à higiene corporal, deve ser
cânula endotraqueal (CET); realizado somente com água, sem sabo-
nete ou shampoo, já que sua pele é muito
evitar acesso venoso periférico;
mais frágil, e o mesmo deve ser evitado
não aspirar CET rotineiramente, so- nos primeiros dias de vida (MARTINS; TA-
mente quando necessário; PIA, 2009).

manuseio restrito; No RNPTE a integridade da pele melho-


ra em torno do 10º-14º dia podendo che-
cuidados com a pele, pois a sua in-
gar até oito semanas de vida. Os principais
tegridade no RNPTE melhora em torno
problemas relacionados com a pele são:
do 10º-14º dia de vida (SOUZA; MOZACHI,
grande perda de água (resultando em de-
2005).
sidratação), hipernatremia (consequente
Deve-se evitar a manipulação exces- risco de hemorragia intraventricular), ins-
siva deste RN. O manuseio deve ser rápi- tabilidade térmica, aumento da deman-
do, preciso, gentil, cuidadoso e delicado, da calórica (propiciando a desnutrição e
evitando movimentos bruscos. Tais pro- apneias), defesa antimicrobiana alterada
23

(maior incidência de sepse e meningite) 3.5.3 Cuidados com a fototerapia


(SOUZA; MOZACHI, 2005).
Segundo Dellaqua e Cardoso (2012), a
Existem alguns cuidados que evitam le- fototerapia é utilizada para o tratamento
sões de pele como: mudança de decúbito, da hiperbilirrubina neonatal. A icterícia é
pois previne pontos de pressão; usar algo- comum neste período. A hemoglobina da
dão ou pano úmido ao invés de gaze para célula vermelha é responsável por 75% da
limpar a pele; evitar ao máximo o uso de produção de bilirrubina. A cada grama de
fitas adesivas; manter incubadora aqueci- hemoglobina catabolizada é produzido 35
da e umidificada, evitar ponte de espara- mg de bilirrubina. A bilirrubina é excreta-
drapo para fixar o cateter umbilical (SOU- da pela bile para a luz intestinal, no trato
ZA; MOZACHI, 2005). gastrointestinal é reabsorvida ganhando
novamente a circulação sanguínea, esse
processo chama-se circulação entero-he-
3.5.2 Cuidados com o acesso venoso pática. No RNPTE a fototerapia é utilizada
como profilática.
Deve-se evitar o acesso venoso perifé-
rico. É essencial que o primeiro acesso ve- Existem alguns aspectos que melho-
noso seja o cateterismo umbilical, o qual ram a eficácia da fototerapia como:
pode ser realizado logo após o nascimen-
posicionar o aparelho 30 cm do RN;
to e deve permanecer até sete dias pós-
-natal, depois deve ser substituído PICC. utilizar aparelho com sete ou oito
Contudo se não houver possibilidade de lâmpadas fluorescentes;
acesso PICC por motivo de inviabilidade
manter nutrição enteral sempre
vascular, o cateterismo poderá permane-
que possível;
cer até 10 dias (MARTINS; TAPIA, 2009).
deixar uma distância de cinco a oito
Deve-se evitar a fixação do cateteris-
cm entre a incubadora e o protetor das
mo umbilical com pontes de esparadrapo,
lâmpadas; e,
deixando então somente a fixação com
fio de sutura. A referência de introdução principalmente controlar a irradi-
do cateter para que sua ponta fique ao ní- ância.
vel do diafragma é a distância do umbigo
até o ombro. Nos menores de 750 gramas Outros cuidados com os RN’s com uso
seu posicionamento é fundamental, deve de fototerapia são: usar protetores ocu-
ficar logo acima da bifurcação da aorta ou lares (evitando lesões na retina); contro-
acima do tronco celíaco. O mesmo deve lar a temperatura; pesar uma vez ao dia
ser removido logo que o prematuro esteja ou sempre que possível; manter o bebê
estável e com FIO2 abaixo de 40%, devido totalmente despido; realizar mudança de
ao risco de trombose, hemorragia, perfu- decúbito frequentemente; permanecer
ração, necrose de vísceras, enterocolite, em tempo integral na fototerapia (SOU-
isquemia de membros inferiores, hiper- ZA; MOZACHI, 2009).
tensão renovascular mais tarde (OLIVEI-
RA, 2005).
24

3.5.4 Cuidados com a ventilação mecânica 3.5.5 Cuidados na administração de


surfactantes
A maioria dos RNPTE exige ventilação
mecânica por Doença de Membrana Hia- Segundo Dellaqua e Cardoso (2012), o
lina (DMH), imaturidade pulmonar ou ap- surfactante é uma substância que reduz
neia. A posição provavelmente adequada a tensão superficial da interface líqui-
para o tubo pode ser estimada somando o do-gás dentro dos alvéolos, portanto di-
peso em Kg + seis (orotraqueal) ou + sete minui a tendência de colapso alveolar. O
/ sete e meio (nasotraqueal). A expansibi- uso do surfactante foi uma das medidas
lidade e volume corrente, altos aumentam de melhor impacto positivo sobre a mor-
o risco de pneumotórax, enfisema inters- bimortalidade de prematuros extremos.
ticial, displasia broncopulmonar e conse- Sua administração está indicada o mais
quências neurológicas. A maioria dos RN’s rápido possível, de preferência nas duas
com peso inferior a 1.500 gramas poderá primeiras horas de vida.
ser ventilada com PPI menor que 15 cm
Um cuidado fundamental após o sur-
H2O, PEEP de 4-6, TI de 0,25-030, FR de
factante é não aspirar ao RN nas duas ho-
60-80 rpm e fluxo entre 3-5 litros/minuto
ras seguintes ao procedimento (OLIVEI-
(OLIVEIRA, 2005).
RA, 2005).
Embora seja um procedimento médico,
Ele está presente em pequenas quan-
a enfermagem deve auxiliá-lo neste mo-
tidades nos RN’s que nascem com 24 se-
mento, deixando o material necessário a
manas, por isso já possuem chances de
ser utilizado pronto para utilização, assim
sobreviver, entretanto seu pico é atingido
como fonte de oxigênio com fluxômetro +
por volta de 33-35 semanas (ALMEIDA et
máscara + ambú com reservatório, man-
al, 2007).
ter o RN monitorado com oximetria de pul-
so e saturação, posicionar corretamente
o RN em superfície plana e com coxim na
altura dos ombros com leve extensão do 3.5.6 Cuidados nutricionais
pescoço, depois de realizado o procedi- O RNPTE necessita de maior aporte nu-
mento, fixar a cânula e aguardar o raio X tricional devido ao crescimento desejado
(RAMOS; LOBO s.d. apud DELLAQUA; CAR- no período neonatal se comparado a outra
DOSO, 2012). etapa de sua vida. As principais situações
A enfermeira também precisa estar que ocorrem um aumento das necessida-
atenta para aspirar à CET somente quan- des energéticas são:
do clinicamente necessário, ou seja, com restrição do crescimento intraute-
ausculta de secreção, ou quando a mesma rino resultando na diminuição do trans-
está em grande quantidade e aparece CET porte de nutrientes da mãe para o feto
(SOUZA; MOZACHI, 2009). através da placenta;

imaturidade fisiológica do trato


gastrintestinal; e,

algumas situações clínicas como hi-


25

póxia, acidose, sepse.

Entre 24 e 26 semanas, o trato gas-


trintestinal do prematuro é semelhante
ao RN a termo, porém funcionalmente in-
completo (DELLAQUA; CARDOSO, 2012).

Embora o leite humano seja um alimen-


to de alta biodisponibilidade nutricional
ele não supre todas as necessidades do
RNPTE, sendo administrada a NPT (PO-
TENZA, 2009).

Segundo a Portaria nº 272/98, a ad-


ministração da NPT é responsabilidade
do enfermeiro, sua via deve ser exclusi-
va, de preferência PICC ou acesso venoso
central, uma vez que a passagem do PICC
também é uma atribuição do enfermeiro
habilitado conforme a Resolução COFEN
nº 258/2001. A mesma deve ser infundida
em bomba infusora, com equipo fotossen-
sível, de maneira contínua, sendo trocada
a cada 24 horas (BRITO; DREYER, 2003).
26
UNIDADE 4 - Humanização da assistência
ao neonato
4.1 Entendendo o conceito de Humanização da Assistência Hospita-
lar (PNHAH), objetivando promover uma
de humanização nova cultura de atendimento na saúde
Para Mello (2008) ainda não existe um que apoiasse a melhoria da qualidade e
consenso quanto à definição para o ter- eficácia dos serviços prestados através
mo humanização, embora o Ministério da do aprimoramento das relações entre: a)
Saúde incentive práticas de humanização trabalhadores da saúde; b) usuários e pro-
nas organizações de saúde. fissionais; c) hospitais e comunidade.

A autora acima cita Oliveira (2007) que Ao “virar” política, passou a aspirar pre-
em um artigo científico modalidade estu- sença em todas as ações da saúde como
do de caso, abordando a questão da hu- diretriz transversal e favorecer, entre ou-
manização da assistência, entende que tros, a troca e construção de saberes, o
a palavra humanização passou a ser uti- diálogo entre profissionais, o trabalho em
lizada para nomear diversas iniciativas equipe e a consideração às necessidades,
e possui diferentes sentidos, porém na desejos e interesses dos diferentes ato-
saúde adotou o significado de um proces- res do campo da saúde.
so de transformação da cultura institucio- A humanização da assistência é enten-
nal que reconhece e valoriza os aspectos dida pelo MS como “o aumento do grau de
subjetivos, históricos e socioculturais corresponsabilidade na produção de saú-
de usuários e profissionais, assim como de e de sujeitos” e “mudança na cultura da
funcionamentos institucionais importan- atenção dos usuários e da gestão dos pro-
tes para a compreensão dos problemas e cessos de trabalho” (MELLO, 2008).
elaboração de ações que promovam boas
condições de trabalho e qualidade de Falar em humanização nos leva a pen-
atendimento. sar em “cuidado” e vice-versa!

Para Mello (2008), as ideias centrais de Segundo Waldow (1998, 2004), o cui-
humanização do atendimento na saúde dado voltado para a enfermagem englo-
são as de: oposição à violência, compre- ba o processo de saúde, de adoecimento,
endida como a negação do outro, em sua de invalidez e de empobrecimento, pois
humanidade, necessidade de oferta de ele busca promover, manter ou recuperar
atendimento de qualidade, articulação a dignidade e a totalidade humana e nos
dos avanços tecnológicos com acolhimen- lembra ainda que a enfermagem é cuida-
to, melhorias nas condições de trabalho dora em sua essência e foi a primeira a
do profissional e ampliação do processo profissionalizar o cuidado.
de comunicação.
A humanização dos cuidados em saúde
Vamos direto à Política Nacional de pressupõe considerar a essência do ser, o
Humanização (PNH, 2003) que iniciou- respeito à individualidade e a necessida-
-se em 2000 com o Programa Nacional de da construção de um espaço concreto
27

nas instituições de saúde que legitime o 4.2 O cuidado humanizado


humano das pessoas envolvidas.
na UTIN – interação entre
Quando se fala em atendimento huma-
nizado, pensa-se em um processo para
profissionais e família
facilitar que a pessoa vulnerável enfren- Segundo Tragante (2009), o trabalho
te positivamente os desafios pelos quais da equipe multidisciplinar dentro de uma
está vivenciando naquele dado momento UTIN é um desafio constante, pois requer
(CARVALHO et al., 2005). vigilância, habilidade, respeito e sensi-
bilidade, porque o paciente que vai ser
O cuidar humanizado implica, por parte
atendido não fala, é extremamente vul-
do cuidador, exercer na prática o resituar
nerável, instável hemodinamicamente e
das questões pessoais num quadro ético,
altamente dependente dos profissionais
em que o cuidar se vincula à compreensão
que estão lhe prestando assistência.
da pessoa em sua peculiaridade e em sua
originalidade de ser (PESSINI; BERTACHI- O ambiente da UTIN gera vários graus
NI, 2004). de estresse para os pacientes e a equipe
que os atende, devido ao alto risco dos RN
Waldow (1998) defende que quando
que lá se encontram à sobrecarga senso-
se fala em cuidado já está embutida a hu-
rial pela intensa luminosidade, sons baru-
manização, afinal, o cuidado é oferecido a
lhentos, tipo de procedimentos e manipu-
seres humanos.
lação excessiva, as quais podem ocasionar
Humanizar o cuidar é dar qualidade à modificações fisiológicas no RN, como
relação profissional da saúde-paciente. É aumento da frequência cardíaca e respi-
acolher as angústias do ser humano dian- ratória, episódios de baixa oxigenação; e
te da fragilidade de corpo, mente e espíri- na equipe multidisciplinar, como cansaço,
to. Destaca-se nesse contexto a presença dores de cabeça e até zumbidos.
solidária do profissional com habilidade
Um aspecto importante para assistên-
humana e científica. Diante de um cotidia-
cia de enfermagem neonatal é a criação
no desafiador pela indiferença crescente,
de um ambiente propício para o tratamen-
a solidariedade e o atendimento digno
to do RN, livre de estímulos nocivos, que
com calor humano são imprescindíveis.
promova o desenvolvimento positivo do
Ser sensível à situação do outro, criando
RN e minimize os efeitos negativos da do-
um vínculo, graças a uma relação dialogal,
ença e da separação dos pais.
para perceber o querer ser atendido com
respeito, numa relação de diálogo e de ne- O barulho é o estímulo ambiental que
cessidades compartilhadas (PESSINI; BER- mais perturba o sono na UTIN e contribui
TACHINI, 2004). para que esse ambiente se torne estres-
sante. O ruído excessivo não apenas torna
Pois bem, e nas UTIs?
difícil o adormecer, como provoca o des-
pertar assim que o sono finalmente seja
conciliado (TRAGANTE, 2009).

E o que dizer da equipe multiprofissio-


28

nal? das relações de trabalho, da assistência e


do ambiente de trabalho.
Segundo estudos de Oliveira et al.
(2006), a equipe de saúde que trabalha Nesse contexto, é fundamental o in-
na UTIN é confrontada diariamente com centivo à equipe, valorizando os profis-
questões relacionadas à morte, utilizando sionais enquanto seres bio-psico-sociais,
muitas vezes de mecanismos de defesa pois, quando se sentem mais respeitados,
para evitar o confronto com a angústia, valorizados e motivados como pessoas
gerada pela participação do sofrimento e profissionais, podem estabelecer rela-
do paciente, podendo causar, se não tra- ções interpessoais mais saudáveis com os
balhado adequadamente, o estresse, o pacientes, familiares e equipe multipro-
sofrimento psíquico. fissional (CINTRA; NISHIDE; NUNES, 2003).

Nesse processo, o sofrimento pode Outro aspecto importante que influen-


ser potencializado pela forma como está cia no desenvolvimento do trabalho é o
organizado o trabalho, a saber, jornadas fato de a equipe de enfermagem, geral-
prolongadas, ritmo acelerado, falta de mente, estar vinculada a mais de um em-
descanso ao longo do dia, ou até mesmo prego, dobras de plantões, horas extras,
a jornada dupla de serviço, intensa res- sobrecarga de trabalho sem descanso,
ponsabilidade na realização de tarefas resultando em fadiga, tensão e irritação.
para um paciente que não expressa suas Devido ao esforço físico diário, repetições
angústias, irritações e medos. A vivência de tarefas, e a necessidade do trabalho
cotidiana com essa realidade pode levar a ser realizado em pé, os trabalhadores so-
sentimentos de frustração, raiva, falta de frem com o desgaste físico (SILVA, 1996).
confiança em si próprio, diminuição da sa-
A importância da manutenção da qua-
tisfação com o trabalho, podendo, inclusi-
lidade de vida do prematuro vem deter-
ve, desencadear sintomas de depressão
minando a busca de um atendimento
(KNOBEL, 2007).
individualizado e direcionado ao desen-
Para que o trabalho não se torne meca- volvimento integral do bebê e de sua fa-
nizado e desumano, é necessário que os mília. Assim, o pai e a mãe foram inseridos
profissionais estejam instrumentalizados no processo de trabalho, tendo em vista o
para lidar as situações do cotidiano, rece- fornecimento de estímulos sensoriais ao
bendo auxílio psicológico e aprendendo a neonato, ao estabelecimento do vínculo
administrar sentimentos vivenciados na e apego, além do preparo para o cuidado
prática assistencial. domiciliar melhorando a qualidade de vida
do bebê e da família (SCOCHI, 2000).
Vale salientar que, para o desenvolvi-
mento de ações humanizadoras na assis- Com a inclusão da família no processo
tência em saúde, faz-se necessário que a assistencial nas UTINs, emerge a neces-
humanização seja a filosofia da institui- sidade de instrumentalizar os profissio-
ção (KNOBEL, 2007). Portanto, esta deve nais com conhecimentos em psicologia
estar comprometida com um projeto te- familiar, apego entre mãe e filho, relacio-
rapêutico que contemple a humanização namento interpessoal e direitos huma-
29

nos, para que a atuação seja pautada no va na perspectiva mais dialógica do que
modelo de atenção à saúde humanizada monológica, apoiando e promovendo con-
(SCOCHI, 2000). dições para que os pais possam ver e tocar
seu bebê, proporcionando um ambiente
Isso significa considerar a valorização
acolhedor.
dos diferentes sujeitos implicados no
processo de produção de saúde: usuá- Entretanto, compreender a família não
rios, trabalhadores e gestores; fomento é um processo simples, pois, durante a
da autonomia e do protagonismo desses internação dos bebês, [...] o profissional
sujeitos; aumento do grau de correspon- enfermeiro deve procurar conhecê-las e
sabilidade na produção de saúde; estabe- compreender reações, sentimentos, sig-
lecimento de vínculos solidários e de par- nos, significados, hábitos, costumes e
ticipação coletiva no processo de gestão; valores. Para isso, faz-se necessário inte-
identificação das necessidades sociais de ragir, apoiar e orientar, amenizando a dor
saúde; mudança nos modelos de atenção (CENTA; MOREIRA; PINTO, 2004).
e gestão dos processos de trabalho, ten-
Dessa maneira, o enfermeiro da UTINs
do como foco as necessidades dos cida-
pode criar possibilidades que permitam
dãos e a produção de saúde (OLIVEIRA et
ampliar o foco do cuidado, em busca da
al., 2006).
perspectiva de se ver a criança internada
De todo modo, é importante que os e a família como um conjunto a ser cuida-
profissionais que atuam em UTIN estejam do (PEDROSO, 2004).
aptos para amenizar o dano emocional
causado aos familiares pela internação da
criança, por meio de uma assistência hu-
manizada prestada não só à criança, mas
também aos pais. Agindo de forma inte-
gral, tentando interagir com os familiares,
atendendo necessidades, apoiando, ensi-
nando e incentivando a participação des-
tes no cuidado (CENTA; MOREIRA; PINTO,
2004).

Para os profissionais da área, receber


e cuidar de um prematuro de 800g, por
exemplo, em uma UTIN, não é mais um
mistério; mas o é para a família, seja no
espaço hospitalar ou domiciliar (MORAES;
CABRAL, 2004).

Segundo Rocha e Ferreira (2013), no


decorrer da hospitalização do neonato, a
enfermeira pode se aproximar da família,
desenvolvendo uma abordagem educati-
30

UNIDADE 5 - A participação da família

Voltamos a falar da inserção/participa- biente. O acolher deve envolver ação físi-


ção da família no cuidado ao recém-nasci- ca e afetiva.
do em UTIN!
Elas observaram, durante o trabalho de
Segundo Dazzi e Santos (2001), a se- campo, que alguns pais nas primeiras vi-
paração imediata de pais e filhos pode al- sitas ao filho prematuro não conseguiam
terar ou distorcer a construção do vínculo permanecer mais que 2 a 3 minutos junto
normal que deveria existir, levando a efei- a ele. Essa situação perdurava até o bebê
tos posteriores, tanto para a mãe como mostrar sinais de melhora do quadro clíni-
para seu filho, podendo acarretar conse- co.
quências danosas ao desenvolvimento. O
Nesse sentido, a equipe de saúde tem
estar junto ao RN revela aspectos positi-
um papel fundamental nesse momento,
vos para os pais, que ao participarem dos
pois é ela que deverá reduzir a ansiedade e
cuidados do filho(a), reforçam o próprio
medo dos pais. Para tal, o profissional que
sentimento de competência, diminuindo
recebe a família deve oferecer condições
o quadro depressivo e o sentimento de
mínimas de conforto, tentando responder
culpa muitas vezes por eles apresentado
às preocupações dos pais, oferecendo ex-
diante da hospitalização de seu RN.
plicações simples sobre o estado de saú-
Gaíva e Scochi (2005) realizaram um de, tratamento e equipamentos usados
estudo objetivando analisar a participa- no bebê, procurando dar ênfase à criança
ção da família na assistência ao prematuro ao invés do equipamento ou doença. Além
em uma UTI neonatal de um hospital uni- desses aspectos, deve ater-se para as
versitário e nas discussões assinalaram condições de saúde da mãe nos primeiros
que a internação do prematuro na UTIN dias de pós-parto. À medida que os pais
é uma situação de crise para toda a famí- vêm para outras visitas as informações
lia, principalmente para a mãe. Esse é um poderão ser complementadas.
ambiente estranho e assustador, além de
Ainda nesse sentido, a equipe deve
que o bebê real é diferente do imaginado
estimular o encontro entre pais e bebês,
e o sentimento de culpa pelos problemas
mas ao mesmo tempo deve respeitar a
do filho atua como fatores inibidores do
individualidade de cada um e sua forma
contato espontâneo entre pais e bebês.
de reagir frente ao filho doente. Os pais
Nesse sentido, o acolhimento aos pais,
precisam sentir-se apoiados para fazer a
desempenha papel fundamental para que
aproximação com o filho, quando estive-
as experiências emocionais que venham
rem preparados (BRASIL, 2001).
ocorrer nesse período sejam melhores
aceitas e o sofrimento dos pais minimiza- A presença da mãe na UTIN é funda-
dos. Acolhimento aqui é entendido como mental. Não somente a presença física,
receber e atender os membros da família mas o envolvimento emocional e mental,
do bebê, procurando integrá-los ao am- o estar junto, torcer por e lutar por e com
31

(CARVALHO, 2001). ficar ações de enfermagem descritas na


literatura que contribuem para a humani-
As autoras do estudo observaram que
zação da assistência na Unidade de Tera-
na perspectiva do cuidado progressivo, a
pia Intensiva Neonatal (UTIN). A busca do
participação materna na assistência apa-
material foi realizada em bancos de dados
rece mais em determinados momentos.
informatizados e em livros e periódicos
Na internação na unidade de alto risco,
da área. Os textos foram selecionados a
cuja demanda maior é de RNs com o risco
partir do conteúdo dos resumos e lidos
de morte eminente, o cuidado materno
várias vezes a fim de construir os núcle-
não é prioridade, a mãe é mais expecta-
os de sentido. Os resultados demonstram
dora do que participante, quando muito
que as ações de enfermagem com vistas
ela interage com o filho. À medida que as
à humanização em UTIN devem pautar-se
condições clínicas se estabilizam e o bebê
na construção do cuidado singular, na in-
é transferido para o cuidado intermediá-
tegralidade e no respeito à vida.
rio/médio risco, o uso de tecnologias com-
plexas se reduz, abre-se espaço para a
ampliação do objeto de intervenção, mas
a grande maioria das ações permanece
centrada no biológico, no crescimento do
prematuro.

Apesar disso, já há algumas interven-


ções que envolvem a família, e a mãe pas-
sa a executar cuidados maternais junto ao
filho. As relações da família com a equipe
também se modificam quando o bebê está
no cuidado intermediário, em especial da
enfermagem que se responsabiliza pelo
treinamento materno (GAÍVA; SCOCHI,
2005).
Sugerimos a leitura do artigo:
Humanização do Cuidado da UTI Neo-
natal. Revista Eletrônica de Enfermagem,
elaborado por Altamira Pereira da Silva
Reichert, Rilávia Nayara Paiva Lins e Neu-
sa Collet e que se encontra disponível no
site: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/
n1/v9n1a16.htm

Resumo:
Pesquisa de natureza qualitativa do
tipo bibliográfica cujo objetivo foi identi-
32
UNIDADE 6 - A qualidade de vida da criança
em uti pediátrica
A internação em um hospital não é agra- de uma UTI pediátrica necessita ter essa
dável! Em uma Unidade de Terapia Intensi- percepção aguçada, pois a criança muitas
va, então, é uma experiência marcante e vezes não sabe ou não pode se expressar
desagradável para qualquer ser humano. verbalmente. Com a prática da profissão,
Para uma criança, é excessivamente trau- a observação vai se aperfeiçoando, pro-
matizante, pois esta é uma fase da vida em porcionando o aprimoramento dos senti-
que o indivíduo precisa muito da presença dos de forma a perceber o imperceptível.
de seus pais ao seu lado, acompanhando e Observa-se comportamentos, padrões
auxiliando o seu desenvolvimento. respiratórios, expressões faciais, aspec-
tos de incisões, exsudatos, colorações de
É pertinente concordar com Chaud et
pele, ritmos cardíacos, odores, alterações
al. (1999) ao inferirem que a hospitaliza-
em nível de consciência, secreções, etc.
ção é considerada uma experiência muito
(CIANCIARULLO, 2000).
estressante, tanto para a criança quanto
para os pais, onde muitas vezes o vínculo Na busca de se prestar uma assistência
afetivo entre a criança internada, sua fa- mais humanizada em meio a tanta tecno-
mília e ambiente em que vive é rompido. logia, aprender a estar com os que viven-
ciam a experiência de internação em UTI
Decorre também desta situação, a bus-
requer emergir em uma situação existen-
ca pela qualidade de vida da criança inter-
cial. Na maior parte das UTIs, os modelos
nada em UTI pediátrica, portanto, dentro
teóricos apropriados e sistemáticos no
de uma UTIP toda a equipe deve dar ao pa-
planejamento da assistência de enfer-
ciente total atenção, já que seu estado de
magem, raramente são identificados com
saúde encontra-se seriamente abalado e
clareza. Dentre os registros de enferma-
não pode ter seus familiares junto de si
gem, os mais frequentes referem-se aos
em tempo integral. Além do cuidado ideal,
parâmetros dos grandes sistemas vitais,
deve-se proporcionar à criança conforto,
assim como o funcionamento de apara-
alívio do sofrimento e garantir seus direi-
tos como ventiladores mecânicos, drenos,
tos em um âmbito geral (MOSSATE; COS-
cateteres, sondas, quase todos se con-
TENARO, 2001).
centrando apenas na sobrevivência como
O primeiro passo para a realização de meta do trabalho em saúde (BARBOSA,
todos os cuidados de enfermagem é a 1999).
observação, esta habilidade irá decidir o
Hoje, também é um assunto de gran-
sucesso ou o fracasso do processo cuida-
de discussão a planta física de uma UTI.
tivo, pois é através da observação que se
A possibilidade de outros contatos, ilumi-
reunirá subsídios para a construção des-
nação natural, cores, música, enfim, qual-
te processo. Mas não se observa apenas
quer maneira de deixar o paciente mais
com o olhar, esta habilidade implica usar
próximo do mundo é muito importante
todos os órgãos do sentido – olfato, audi-
para o restabelecimento da saúde do
ção, visão, gustação e tato. O enfermeiro
33

cliente, já que normalmente, as UTIs são ça do profissional da enfermagem não se


locais isolados, com luz artificial, janelas reduz a um mero ou expert profissional
muito altas ou longe dos leitos, barulhos da saúde, mas um ser humano que é ca-
irritantes durante todo o dia. paz de perceber e entender o significado
do bem-estar do paciente, principalmen-
Sabe-se que no interior de uma UTI,
te quando este se trata de uma criança e
não é aconselhável ter objetos que pos-
que os seus cuidados podem refletir nas
sam desenvolver focos de infecção, como
relações futuras desse ser que está ini-
alguns tipos de brinquedo, mas em con-
bido, com medo, sentindo dores, enfim,
trapartida, a criança tem o direito de tê-
solidariedade, ternura, paciência fazem
-los a fim de diminuir o estresse causado
parte das habilidades da equipe de enfer-
pelos ruídos e sons de bombas, respirado-
magem.
res, aspiradores e da conversa constante
entre a equipe.

O brinquedo é reconhecido universal-


6.1 Analgesia e sedação de
mente como uma das melhores formas de
comunicação com as crianças. Assim, para urgência
procedimentos dolorosos, a enfermeira Segundo Lago et al. (2003), todas as
pode usá-los, favorecendo o relaciona- crianças, inclusive os recém-nascidos pré-
mento enfermeira-criança, permitindo -termo, têm as vias anatômicas necessá-
que a criança manifeste seus sentimen- rias para perceber dor. Alguns estudos
tos, fantasias, medos e conflitos sobre indicam que a partir da 26ª semana de
o procedimento a que irá ser submetida, gestação, os recém-nascidos têm consi-
auxiliando a criança a assimilar a realida- derável maturidade do sistema de condu-
de e reduzir a ansiedade (CIANCIARULLO, ção da dor periférico, espinhal e supraes-
2000). pinhal, reagindo a injúrias teciduais com
Para que a qualidade de vida das crian- respostas autonômicas, teciduais e hor-
ças internadas na Unidade de Terapia monais de estresse. É sabido que a expe-
Intensiva seja eficaz, é função da enfer- riência da dor e a tensão a ela associadas
meira entrevistar os pais abordando as- levam a danos físicos e emocionais preju-
pectos do desenvolvimento do paciente. diciais, que podem atrasar a recuperação
Dar orientações a eles sobre higiene, ali- e, inclusive, aumentar a mortalidade. A
mentação, vestuário, tratamento e re- ansiedade e o medo causados pela doen-
cuperação. Explicar sobre a dinâmica do ça ou pelas intervenções usuais no am-
funcionamento da UTI pediátrica esta- biente de unidades de terapia intensiva
belecendo os horários de visita, o uso de pediátrica (UTIP) e em sala de emergência
avental ao entrar no recinto, assim como a (SE) podem exacerbar a dor e a resposta
lavagem das mãos, responder a qualquer ao estresse em crianças criticamente en-
indagação amenizando o seu sofrimento fermas.
(PITREZ, 1983). O adequado alívio da dor e da ansiedade
Aqui vemos mais uma vez que a presen- deve ser uma prioridade no planejamento
terapêutico de crianças extremamente
34

doentes. A estratégia para o melhor tra- nâmica, a experiência prévia, fatores eco-
tamento da dor e da ansiedade depende nômicos e, inclusive, práticas e tendências
de uma avaliação precisa e oportuna das locais baseadas em critérios subjetivos ou
necessidades de cada paciente. A idade do indefinidos. Deve-se, portanto, valorizar
paciente, a história médica, o estado clíni- as experiências ansiogênicas e dolorosas
co, bem como o tipo da dor, devem sempre a que são submetidas as crianças interna-
ser considerado (LAGO et al., 2003). das em unidades de cuidados intensivos,
tratando-as adequadamente e, sempre
A sedação e a analgesia tornaram-se,
que possível, antecipando procedimentos
nos últimos anos, prioridades no atendi-
que causem dor e desconforto (LAGO et
mento de pacientes criticamente doentes.
al., 2003).
Além do bloqueio da percepção nocicepti-
va, objetiva-se satisfazer as necessidades
ansiolíticas, hipnóticas e amnésticas dos
pacientes internados em unidades de te-
rapia intensiva pediátrica (UTIP) (MARTIN
et al., 2001 apud SFOGGIA et al., 2003).

Falhas em satisfazer essas necessida-


des têm efeitos desastrosos, pois dores
não tratadas induzem ao catabolismo per-
sistente, ativam o sistema nervoso sim-
pático, alteram a demanda cardiovascu-
lar, podendo, ainda, desencadear intensa
ansiedade e delírio (MARTIN et al., 2001;
TOBIA, 2000 apud SFOGGIA et al., 2003).

O controle da dor e o alívio da ansie-


dade sofridos pelos pacientes durante
a internação em UTI deve ocupar papel
de destaque na estratégia terapêutica.
Pacientes submetidos a procedimentos
invasivos, desconfortáveis e dolorosos
devem receber medicamentos para dimi-
nuir o estresse emocional e o desconforto
físico. Até este momento, não há um con-
senso do melhor esquema de sedativos e
de analgésicos a ser utilizado nas diversas
situações envolvendo pacientes críticos.
Estudos que avaliaram o perfil de uso de
sedativos e analgésicos em UTIs pediá-
tricas têm demonstrado que esta escolha
varia de acordo com o tipo de doente a ser
tratado, sua farmacocinética e farmacodi-
35

UNIDADE 7 - Paciente pediátrico séptico crítico

A sepse é uma entidade mórbida que terações são respostas à liberação de me-
representa um grande problema no cam- diadores pelos macrófagos e por outras
po da saúde, quer nos países desenvolvi- células do sistema imune do hospedei-
dos, quer nos países em desenvolvimento ro, quando estimuladas pela endotoxina
(BIHARI, 1990 apud RIBEIRO; MOREIRA, da bactéria gram-negativa ou similar na
1999). gram-positiva. Uma vez na circulação, es-
ses mediadores desencadeiam mecanis-
Desde os mais remotos estudos sobre
mos humorais e enzimáticos, envolvendo
sepse, essa entidade nosológica assume
o sistema complemento, o sistema de co-
aspectos relevantes quanto à alta mor-
agulação, a fibrinólise e a via das cininas
talidade e à severa morbidade, pelas suas
(CARVALHO et al., 1992).
complicações clínicas graves, tais como
choque séptico, coagulação intravascu- Estabelecida a suspeita de um quadro
lar disseminada (CIVD), síndrome do des- infeccioso sistêmico, o próximo passo
conforto respiratório agudo, meningite obrigatório é a colheita de sangue para
e insuficiência renal aguda, entre outras cultura. A hemocultura é o único teste
(PITREZ, 1987 apud RIBEIRO; MOREIRA, usado para definir a bacteremia (ARON-
1999). SON; BOP, 1987 apud RIBEIRO; MOREIRA,
1999). A recuperação do microrganismo
A sepse é uma doença infecciosa de
do sangue é um dos mais importantes
etiologia variada (bactérias, vírus, fungos
procedimentos do microbiologista, pois
ou até mesmo protozoários), determinan-
permite, quando necessário, a adequação
do respostas inflamatórias e metabólicas
da terapêutica baseada na susceptibilida-
de diversos graus (CARVALHO; BRANCHI-
de in vitro do microrganismo aos antibió-
NI, 1993 apud RIBEIRO; MOREIRA, 1999).
ticos (WASHINGTON; ILSTRUP, 1986 apud
A etiologia mais frequente é a bacteria- RIBEIRO; MOREIRA, 1999).
na, sendo mais comuns as bactérias gram-
O tratamento precoce com antimicro-
-negativas (KREGER; CRAVEN; MCCABE,
bianos apropriados é essencial para a re-
1990 apud RIBEIRO; MOREIRA, 1999).
dução da mortalidade, embora esta ainda
Porém, dependendo da epidemiologia, as
seja alta: mesmo quando a infecção é cau-
gram-positivas podem assumir posição de
sada por bactéria susceptível ao antibióti-
destaque (BENNET; ERICKSON; ZETTERS-
co empregado.
TRÖN, 1992).
Sendo a sepse uma doença de alta pre-
Uma vez presente no organismo, o
valência em pediatria, com alta morbidade
agente infeccioso pode provocar dife-
e mortalidade e de custos elevados no seu
rentes respostas no hospedeiro, que vão
tratamento, fazem-se necessários estu-
desde a febre, passando por alterações
dos mais profundos para melhor inter-
hemodinâmicas e hemorrágicas, até a fa-
venção no seu curso. O conhecimento da
lência de múltiplos órgãos. Todas essas al-
realidade local, dos aspectos epidemioló-
36

gicos e dos agentes causais são fatores sinais clínicos inespecíficos. Nos países
importantes para a prevenção e o trata- em desenvolvimento, a sepse neonatal
mento dessa patologia. alcança níveis de até 15,4 casos para cada
1000 nascidos vivos, en¬quanto que nos
Estas foram algumas das razões de Ri-
Estados Unidos a incidência varia de um
beiro e Moreira (1999) ao se proporem
a cinco para cada 1000 nascidos vivos.
estudar o perfil epidemiológico das crian-
Neste último, o Streptococcus do grupo B
ças hospitalizadas com sepse, ou que vie-
(SGB) é a bactéria mais comum envolvida
ram adquiri-la em um Hospital Infantil, e
na etiologia da sepse neona¬tal precoce,
os respectivos agentes etiológicos, com
sendo responsável por aproximadamen-
seus padrões de sensibilidade aos antibi-
te 6000 casos por ano (GOULART et al.,
óticos.
2006).
Goulart et al. (2006) apresentaram es-
Na literatura existem fatores de risco
tudos mais recentes sobre a sepse justi-
documentados para a sepse neonatal, os
ficando que a mortalidade infantil é vista
quais podem ser agrupados em fatores
atualmente como um bom indicador de
maternos, neonatais ou ambientais. Den-
qualidade de vida e dos serviços de saúde
tre eles se destacam trabalho de parto
em geral. Esse coeficiente vem sofrendo
prematuro, ruptura de membranas mais
decréscimos na faixa acima do período
de 18 horas antes do parto, co¬loniza-
neonatal como resultado de boas cam-
ção materna pelo SGB, febre materna (≥
panhas de vacinação, incentivo ao alei-
38 ºC) durante ou imediatamente após o
ta¬mento materno e divulgação de medi-
trabalho de parto, sexo masculino, baixo
das preventivas de doenças infecciosas.
peso ao nascimento (< 2500 g), corioam-
Entretanto, o componente ne-onatal da
nionite e filho anterior com infecção ne-
mortalidade infantil engloba relações en-
ona¬tal (GOULART et al., 2006). Apesar
tre serviços de saúde mais complexos de
disto, a grande maioria destes estudos é
se manipular, o que dificulta redução mais
realizada em grandes centros, onde a pro-
significativa da mortalidade dessa faixa
filaxia para SBG é rotina, o que não pode
etária. Estima-se que 50% dos óbitos no
ser considerado a realidade de diversos
primeiro ano de vida ocorram na primeira
hospitais materno-infantis do Brasil.
semana, o que se denomina período ne-
onatal precoce, números estes que têm Isto justifica a importância do conheci-
chamado atenção dos pesquisadores para mento dos fa¬tores de risco associados
causas e formas de prevenção (ARAÚJO; à sepse neonatal precoce em unidade
BOZZETTI; TANAKA, 2000). de neonatologia inserida na realidade de
nosso sistema de saúde, no sentido de se
A sepse neonatal precoce pode ser de-
detectar aqueles passíveis de prevenção,
finida como uma infecção sistêmica que
para que se possam adotar medidas espe-
se apresenta até 72 horas após o nasci-
cíficas e reduzir as taxas de mor¬talidade
mento, caracterizada por alterações clí-
nessa faixa etária.
ni¬cas e laboratoriais diversas. Habitual-
mente, observa-se maior ocorrência de
sepse no primeiro dia de vida, através de
37

UNIDADE 8 - Desconforto respiratório agudo

A Síndrome da Angústia Respiratória agudo (SDRA) configu¬ra-se, clinicamen-


Aguda (SARA) ou Síndrome do Desconfor- te, em grande desafio diagnóstico e tera-
to Respiratório Agudo (SDRA) é definida, pêu¬tico, principalmente para os pedia-
de acordo com a Conferência de Consenso tras intensivistas, uma vez que há poucos
Europeia-Americana, como uma síndrome estudos em crianças, e também pelo fato
de insuficiência respiratória de instalação de que há razões para crer que a doença
aguda, caracterizada por: seja diferente em adul¬tos e crianças.

infiltrado pulmonar bilateral à ra- Sabe-se que a SDRA em resposta à in-


diografia de tórax, compatível com edema fecção viral é muito mais comum em crian-
pulmonar; ças do que em adultos e que, histopatolo-
gicamente, há três padrões distintos de
hipoxemia grave, definida como re-
lesão pul¬monar – o da bronquiolite, o da
lação PaO2/FIO2 < 200;
pneumonia intersticial aguda e o clássico
pressão de oclusão da artéria pul- dano alveolar difuso que podem apresen-
monar < 18 mmHg ou ausência de sinais tar evoluções clínicas diferentes. No en-
clínicos ou ecocardiográficos de hiperten- tanto, os critérios diagnósti¬cos estabe-
são atrial esquerda; lecidos nos consensos que abordaram as
definições de SDRA em adultos vêm sen-
presença de um fator de risco para
do utilizados em pediatria.
lesão pulmonar.
Inicialmente descrita como “distúrbio
Durante essa mesma Conferência de
respiratório agudo em adultos” (ASHBAU-
Consenso, foi criado o termo Lesão Pul-
GH, 1967 apud FIRETTO; CARVALHO,
monar Aguda (LPA), cuja definição é idên-
2013), posteriormente, a doença passou a
tica à da SDRA, exceto pelo grau menos
ser deno¬minada como síndrome do des-
acentuado de hipoxemia presente na LPA
conforto respiratório agudo, por compro-
(PaO2/FIO2 < 300), com a finalidade de
meter indistintamente adultos e crianças.
se identificar os pacientes mais precoce-
mente durante a evolução de seu quadro Confirmando as definições do Consen-
clínico. Assim, todo paciente com SARA/ so citado inicialmente, a SDRA é uma for-
SDRA apresenta LPA, porém nem todo pa- ma de insuficiência respiratória aguda que
ciente com LPA evolui para SARA/SDRA. pode ser causada por diversas condições
pulmonares e extrapulmonares. Classica-
É sugestão desse Consenso o uso dos
mente, há o envolvimento de unidades
termos SARA ou SDRA de forma indistin-
de trocas gasosas por processo inflama-
ta, uma vez que essa tem sido a realidade
tório com o desenvolvimento de edema
no cotidiano das nossas especialidades
pulmonar não cardiogênico. Consequen-
(AMATO, 2007).
temente, os pacientes apresentam graus
Segundo Fioretto e Carvalho (2013), varia¬dos de hipoxemia refratária à admi-
a síndrome do desconforto respiratório nistração de oxigênio.
38

Segundo Matsuno (2012), citando Piva da cartilagem cricoide, e a laringe assume


et al. (1998) e Levy e Helfaer (2000), as a forma de funil, devido ao tamanho rela-
crianças têm características anatômicas e tivamente menor da cartilagem cricoide
fisiológicas que as predispõem ao desen- em relação à cartilagem tireoide. Conse-
volvimento de insuficiência respiratória quentemente, patologias que acometem
quando acometidas de patologias do sis- a região subglótica, como as laringites vi-
tema respiratório. Dentre elas, destacam- rais, podem resultar em aumento impor-
-se: tante da resistência ao fluxo de ar nesta
região e insuficiência respiratória aguda,
1. A língua dos lactentes é maior em
particularmente em crianças mais jovens.
relação à orofaringe e a mandíbula é me-
nor, em comparação com os adultos. As- 5. A epiglote do lactente é mais lon-
sim, a língua preenche grande parte da ga e flácida do que a epiglote do adulto, e
cavidade oral das crianças. Consequen- possui formato de “U” ou “V”, projetando-
temente, situações que levam à perda do -se em ângulo de 45º em relação à pare-
tônus muscular e ao deslocamento pos- de anterior da laringe. Neste local, proje-
terior da língua podem causar obstrução ta-se também a parte posterior da língua
grave de vias aéreas superiores em crian- estreitando a retrofaringe e aumentando
ças. a resistência ao fluxo aéreo. Esta disposi-
ção anatômica das estruturas supraglóti-
2. A respiração é predominantemen-
cas favorece a instalação de insuficiência
te nasal até o 4º - 6º mês de idade. Assim,
respiratória precoce e grave em crianças
patologias que levam à obstrução nasal
acometidas de doenças que causam ede-
podem causar desconforto respiratório
ma e inflamação da região (por ex.: epiglo-
importante e crises de apneia, nesta faixa
tite).
etária.
6. Em crianças, o menor suporte car-
3. As vias aéreas em crianças possuem
tilaginoso da árvore traqueobrônquica a
menor diâmetro e são mais curtas e em
torna mais complacente e suscetível ao
menor número do que em adultos. Como
colapso dinâmico durante a inspiração, na
a resistência ao fluxo de ar é inversamen-
presença de obstrução das vias aéreas.
te proporcional à quarta potência do raio
da via aérea, reduções relativamente pe- 7. A caixa torácica em crianças é
quenas no diâmetro da via aérea resultam mais complacente do que em adultos, em
em aumento proporcionalmente maior da decorrência da consistência cartilaginosa
resistência ao fluxo de ar e do trabalho da dos ossos e menor desenvolvimento da
respiração em crianças. musculatura respiratória. A maior compla-
cência torácica resulta em necessidade
4. Em adolescentes e adultos, a por-
de realizar maior esforço inspiratório para
ção mais estreita da via aérea é no nível
gerar volume corrente adequado.
das cordas vocais (rima glótica), e a laringe
tem formato cilíndrico. Em crianças abaixo 8. Em recém-nascidos e lactentes, a
de 10 anos, a porção mais estreita da via caixa torácica é arredondada, com o diâ-
aérea é abaixo das cordas vocais, no nível metro ântero-posterior igual ao transver-
39

so, devido à posição mais horizontal das min vs 4 mL/kg/min). Ao mesmo tempo,
costelas, quase perpendiculares à coluna possuem menor capacidade residual fun-
vertebral. cional e menores reservas de oxigênio,
que propiciam maiores chances de desen-
Com o crescimento, as costelas se tor-
volver hipoxemia e hipóxia tissular com
nam oblíquas, dirigindo-se para baixo e
maior rapidez quando ocorre qualquer al-
para frente. No final do primeiro ano de
teração da respiração.
idade, o diâmetro transverso torna-se
maior que o ântero-posterior, adquirindo No recém-nascido, a síndrome do des-
o formato elíptico do adulto, por volta dos conforto respiratório é uma das causas
7 anos de idade. mais frequentes de insuficiência respira-
tória e de morte no recém-nascido de pré-
O formato arredondado do tórax confe-
-termo. É também denominada doença de
re desvantagem à mecânica respiratória
membranas hialinas (DMH), denominação
de crianças pequenas, porque ocorre me-
essa que traduz, porém, um quadro emi-
nor elevação das costelas durante a con-
nentemente anatomopatológico, muitas
tração da musculatura intercostal.
vezes não tão bem conhecido do neona-
9. A inserção do diafragma em crian- tologista quanto seu quadro clínico (BER-
ças é mais horizontal e elevada (na altu- TAGNON, 2004).
ra da oitava e nona vértebras torácicas),
São manifestações clínicas da DMH:
enquanto que no adulto, o diafragma in-
sere-se obliquamente, na altura da nona dispnéia, taquipnéia ou bradipnéia
e décima vértebras torácicas. Consequen- em casos graves;
temente, em crianças, o movimento do
gemido expiratório;
diafragma é menor durante a inspiração,
o que limita a expansibilidade da caixa to- cianose;
rácica.
batimentos de asas nasais;
10. As crianças são mais suscetíveis
à fadiga respiratória do que os adultos, retração esternal;
porque possuem musculatura respirató- dificuldade em iniciar a respiração
ria menos desenvolvida e frequência res- normal;
piratória mais elevada.
tiragem intercostal e subcostal;
11. As vias de ventilação colateral
alveolar, como os poros intra-alveolares crises de apneia.
de Kohn e os canais bronquíolo – alveola-
Segundo o manual de Rotinas Assisten-
res de Lambert, são menos desenvolvidas
ciais da Maternidade-Escola da Universi-
em crianças, o que facilita a formação de
dade Federal do Rio de Janeiro (2013), as
atelectasias, escape de ar de unidades se-
principais atitudes da equipe contra a sín-
miobstruídas e hiperinsuflação pulmonar.
drome do desconforto respiratório são:
12. As crianças têm taxa metabólica
prevenir a hipoxemia e a acidose;
mais alta e desta forma, consumo de oxi-
gênio maior que os adultos (6-8 mL/kg/ otimizar o manejo hídrico;
40

reduzir demandas metabólicas; ter a saturação entre 88 e 93%, a qual é


geralmente suficiente para satisfazer as
prevenir atelectasias;
demandas metabólicas.
ventilar “gentilmente” os pulmões
Níveis de FiO2 mais altos que os neces-
da criança.
sários podem potencializar o desenvolvi-
No Brasil encontramos o surfactante mento de lesão pulmonar e retinopatia da
exógeno de origem natural (porcino e o prematuridade. Sua saturação deve ser
bovino) e o sintético e inúmeros trabalhos monitorizada continuamente.
demonstram que o melhor momento da
Quanto às gasometrias, no estágio agu-
administração é na primeira hora de vida,
do da doença podem ser coletadas alíquo-
chamado de resgate precoce (de prefe-
tas mais frequentes de sangue arterial
rência nos primeiros quinze minutos).
por cateter arterial permanente para essa
A resposta ao tratamento varia de um finalidade. O PH > 7,20 além de PaCO2 <
neonato para outro, assim como com a 55 a 60 mm Hg e PaO2 > 50 mm Hg são os
idade gestacional, se foi feito corticóide ideais.
antenatal, se a estratégia de ventilação
Pressão Positiva Contínua nas Vias
foi correta e se a taxa hídrica foi adequa-
Respiratórias (CPAP) é uma terapia que
da.
pode ser instituída tão logo possível após
A administração é feita por meio de o nascimento, em neonatos que tenham
sonda orogástrica, que é cortada ligeira- dificuldade respiratória leve.
mente maior que o tubo endotraqueal;
O tratamento precoce na sala de par-
desconecta-se a criança do respirador
to com CPAP pode reduzir a necessidade
por um período breve e se instila o volu-
de ventilação mecânica e a incidência de
me do surfactante numa velocidade que
morbidade pulmonar a longo prazo.
não pode ser excessivamente lenta. A
observação cuidadosa é essencial duran- Essa modalidade de terapia ventilatória
te o procedimento. Queda de saturação, ajuda a prevenir atelectasias, melhorando
bradicardia e apneia são efeitos adver- a função pulmonar, preservando as pro-
sos frequentes, porém o mais grave é a priedades do surfactante e permitindo a
hemorragia pulmonar, que felizmente redução da concentração de oxigênio à
menos frequente, sendo mais comum em medida que a PaO2 sobe.
neonatos de extremo baixo peso. A admi-
Costuma-se instituir pressão de 5 a 7
nistração é ajustada de acordo com a tole-
cm de H2O, com fluxo alto bastante para
rância do recém-nascido.
evitar a reinalação, até no máximo 8 cm
Alguns neonatos respondem rapida- de H2O, observando-se esforço, frequ-
mente e necessitam de ajuste cuidadoso ência respiratória e saturação de oxigênio
dos parâmetros do respirador para preve- (UFRJ, 2013).
nir hipotensão ou pneumotórax secundá-
Quanto à ventilação mecânica, é in-
rio à melhora súbita da complacência.
fluenciada pela decisão de administrar
A administração de oxigênio deve man- surfactante. As indicações para iniciá-la
41

são: Pois bem, Rotta; Kunrath; Wiryawan


(2003) constatam que apesar de ter sido
acidose respiratória com PaCO2 >
descrita há várias décadas e ser uma cau-
55 mm Hg ou rapidamente crescente;
sa importante de morbimortalidade em
PaO2< 50 mm Hg ou saturação de unidades de terapia intensiva pediátrica
oxigênio <90% com FiO2 acima de 0,50 em todo o mundo, a SDRA não dispõe de
ou apneia grave; um tratamento farmacológico específico.
Entretanto, avanços no entendimento da
as gasometrias arteriais irão norte-
patogênese e fisiopatologia da SDRA, ao
ar os parâmetros no respirador;
longo dos anos, proporcionaram a evolu-
a ventilação será feira no respira- ção de uma série de terapias de suporte
dor ciclado por tempo, limitado por pres- capazes de causar impacto no desfecho
são e de fluxo contínuo, sendo preferível de pacientes acometidos por esta patolo-
a ventilação mecânica intermitente sin- gia.
cronizada (SIMV), que sincroniza o esforço
respiratório do recém-nato com o do res-
pirador.

Os cuidados de suporte como controle


da temperatura, hidratação, circulação,
sinais de infecção devem ser observados.

Temos como complicações agudas:

pneumotórax;

pneumomediastino;

pneumopericárdio;

enfisema intersticial;

infecção secundária devido à mani-


pulação e invasão de cateteres;

hemorragia intracraniana (acompa-


nhar com ultrassonografia transfontane-
la).

A longo prazo, podemos incluir a dis-


plasia broncopulmonar e retinopatia da
prematuridade, sendo que o risco des-
sas complicações aumenta inversamente
com o peso ao nascer e idade gestacional,
devido ao uso de oxigênio suplementar
(UFRJ, 2013).
42

A tabela abaixo apresenta estratégias terapêuticas na SDRA:

Controle do fator causador (sepse, choque, etc.)

Ventilação mecânica

- Exposição controlada ao oxigênio

- Prevenção de volutrauma (uso de volume corrente reduzido)

- Prevenção de atelectrauma (uso de PEEP adequada)

Administração criteriosa de fluidos

Otimização hemodinâmica e do aporte de oxigênio tecidual

Ventilação não convencional

- Ventilação de alta frequência

- Ventilação não invasiva

- Ventilação líquida

Terapia medicamentosa

- Surfactante

- Oxido nítrico

Corticosteroides e outros anti-inflamatórios

Oxigenação de membrana extracorpórea (OM EC)

Terapia de posição (prona)

Prevenção e diagnóstico precoce de infecções intercorrentes

Analgesia e sedação

Suporte nutricional

Suporte psicológico (paciente e familiares)


43

Rotta; Kunrath; Wiryawan (2003) res- O uso desses cateteres raramente altera
saltam que o paciente com SDRA repre- o manejo baseado em dados obtidos com
senta um estrato relativamente grave a tecnologia auxiliar descrita acima. Pa-
da população de uma UTI terciária. Assim cientes submetidos a bloqueio neuromus-
sendo, esses pacientes requerem um ní- cular contínuo devem ser monitorados
vel de monitorização alto para que os da- com eletroestimuladores, para evitar uso
dos sejam obtidos e integrados em tempo de doses exageradas.
real na individualização da estratégia de
tratamento.

Pacientes com SDRA requerem, rotinei-


ramente, a colocação de cateter arterial
para a monitorização contínua de pressão
arterial, bem como para a obtenção de ga-
sometrias arteriais seriadas. Um cateter
venoso central, dotado de 2 a 3 lúmens, é
empregado para administração de fluidos
e medicamentos, assim como para a me-
dição contínua da pressão venosa central.
Uma sonda vesical permite a medição pre-
cisa das perdas urinárias e o controle do
balanço hídrico. A oximetria de pulso con-
tínua é usada para avaliação da oxigena-
ção em tempo real.

A análise das curvas de dióxido de car-


bono exalado proporciona uma inferência
contínua da ventilação, perfusão pulmo-
nar e espaço morto. A monitorização res-
piratória, por meio de interface gráfica,
permite uma visualização em tempo real
de uma série de parâmetros respiratórios
derivados de pressão, fluxo, tempo e vo-
lume. A ecocardiografia seriada é uma boa
maneira de monitorar-se o grau de enchi-
mento atrial (pré-carga), assim como a
função cardíaca resultante de diferentes
combinações de drogas inotrópicas e es-
tados de expansão intravascular.

Na experiência dos autores, o cateter


de artéria pulmonar (Swan-Ganz) tem
pouca utilidade no paciente com SDRA
sem comprometimento cardíaco de base.
44

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