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Rui Camposinhos†
rdc@isep.ipp.pt
Resumo
No revestimento de edifícios com pedra natural os sistemas de fixação e
de instalação dos respectivos componentes devem ser projectados e dimen-
sionados de acordo com as capacidades e limitações de cada tipo de pedra e
método de fixação, de forma a resistir a todas as acções ao longo do período
de vida útil dos edifícios. Os princípios que têm vindo a ser adoptados para o
dimensionamento da pedra e das respectivas fixações são, geralmente, empí-
ricos. Os coeficientes de segurança e os deslocamentos que se admitem
baseiam-se, geralmente, em métodos ultrapassados que não se revelam ade-
quados às actuais aplicações da pedra natural no revestimento exterior, nem
aos modernos procedimentos de dimensionamento. Com base num número
relevante de ensaios de arrancamento foi aferido um modelo de dimensiona-
mento para revestimento de placas de pedra natural, utilizando o método de
fixação mecânico perno cavilha. Este artigo tem por objectivo divulgar os
modelos de rotura associados à fixação de placas de pedra natural, utilizando
o sistema perno cavilha.
1 Introdução
A fixação de placas de pedra natural por colagem ao longo da superfície de
suporte acarreta várias desvantagens, devidas à incompatibilidade por falta de
aderência entre o elemento de revestimento e a base de suporte, problemas
estes potenciados pelas variações térmicas e higrométricas. Esta situação leva
a que os sistemas de fixação mecânicos tenham vindo a ser preferidos em rela-
*
Mestre em Georrecursos – Departamento de Engenharia Civil (DEC)
†
Doutor em Engenharia Civil, Prof. Coordenador ISEP – (DEC)
ção aos sistemas de fixação directa. Existem vários tipos de furações que são
realizadas em função dos dispositivos metálicos usados Figura 1.
3,0 3,0
2,5 2,5
2,0 2,0
FKinf (kN)
Fm (kN)
1,5 1,5
1,0 1,0
0,5
0,5
0,0
0,0 secos saturados
secos saturados
1 e tan
FP t lp (1)
2 K tan
em que – diâmetro da cavilha, e – espessura da pedra, lp – comprimento de
embutimento da cavilha, t – tensão de resistência à tracção da pedra e α–
ângulo de destacamento na rotura, medido no bordo da placa de pedra. O
valor de K corresponde ao factor de concentração de tensões, assumindo um
contacto rígido entre a cavilha e a placa, que pode ser explicitado a partir da
equação (1). A partir de 118 ensaios de arrancamento efectuados, foi possí-
vel aferir o valor deste coeficiente, medindo as dimensões das cunhas de
destacamento, de acordo com a Norma EN 13364, e determinando o valor
médio do ângulo de destacamento das cunhas, que se situou em 32º. Na
Figura 7 apresenta-se o valor do coeficiente de concentração de tensões, K,
encontrado para os provetes secos com face serrada.
O valor médio encontrado para todos os provetes é praticamente o mesmo,
sendo aproximadamente igual a 3. Para furos circulares, o valor teórico des-
te coeficiente, obtido pela teoria elástica de tensões, é exactamente igual a 3,
confirmando que os valores encontrados em laboratório se ajustam à expres-
são adoptada.
3,80
3,60
2,60
2,40
2,20
2,00
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27
3 Considerações Finais
As práticas tradicionais de corte e de transformação, sem fundamentação
técnica que justifique as espessuras e outras dimensões adoptadas para os
revestimentos em pedra natural, têm-se mostrado ineficientes e pouco econó-
micas. Por outro lado, a informação fornecida pelos fabricantes dos sistemas
de fixação mecânica tem-se limitado à resistência dos dispositivos, indepen-
dentemente das dimensões das pedras e das suas características. Os ensaios
realizados permitiram validar uma formulação com vista ao dimensionamento
da força de resistência ao arrancamento da cavilha, em particular, para os gra-
nitos com características semelhantes ao “Branco Aguiar”, de utilização cor-
rente, evidenciando a necessidade de se estabelecerem regras e modelos de
dimensionamento para o projecto e para a aplicação de pedra natural fixada
mecanicamente em fachadas de edifícios.
4 Bibliografia
[1] LAMBERTO, V. Contribuição para a Caracterização da Aptidão Físico-
Mecânica dos Mármores de Estremoz. Rochas & Equipamentos, 2000.
[2] CAMPOSINHOS, R. Dimension stone cladding design using dowel an-
chorage, Construction Materials, Journal, Thomas Telford, ICE, London,
2008.
[3] NP EN 1926. Determinação da Resistência à Compressão: Documentos
impressos. Instituto Português da Qualidade, 2000.
[4] NP EN 13161. Determinação da Resistência à Flexão sob Momento Cons-
tante: Documentos impressos. Instituto Português da Qualidade, 2006.
[5] EN 12372. Determination of Flexural Strength under Concentrated Load.
European Committee for Standardization, 1999.
[6] NP EN 13364. Determinação da Carga de Rotura ao nível do Orifício de
Ancoragem: Documentos impressos. Instituto Português da Qualidade,
2006.
[7] SILVA, M.F. Revestimento de fachadas de edifícios em pedra natural fixa-
da mecanicamente. Dissertação (Mestrado em Georrecursos) – Instituto
Superior Técnico, Lisboa, 2008.