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CASO PETROBRAS LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA BRASIL IMPEACHMENT DILMA ROUSSEFF PARTIDO D
MARINA ROSSI
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10/11/2019 Lula sobre Guedes: “Duvido que o demolidor de sonhos durma com a consciência tranquila” | Brasil | EL PAÍS Brasil
"Eu estou de volta", lançou Luiz Inácio Lula da Silva um dia depois de sair do cárcere,
fazendo explodir neste sábado uma multidão de militantes e admiradores em frente ao
Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, seu berço político na Grande São
Paulo. Por quase uma hora, em cima de um caminhão e com transmissão pelas TVs
fechadas e pela Internet, o ex-presidente brasileiro fez um discurso duro e formatado a
animar seu eleitores fiéis com ataques a Jair Bolsonaro e em especial sua política
econômica, a Sergio Moro, e à TV Globo. Em seu retorno às ruas após 580 dias preso em
Curitiba, sua aposta foi escalar a polarização política, embarcando em uma precoce corrida
presidencial. Inelegível por causa da Lei da Ficha Lima, foi explícito: "Se a gente tiver juízo e
souber trabalhar, em 2022 a chamada esquerda de que o Bolsonaro tem tanto medo vai
derrotar a ultradireita".
Mais magro, ao lado da namorada nova, com quem anunciou que vai se casar, e
notadamente mais bronzeado do que nas imagens disponíveis de quando estava preso, Lula
alternou declarações em que negava querer vingança com acusações diretas. "Eu quero
construir este país com a mesma alegria de quando governamos", disse o líder petista.
Acusou Bolsonaro diretamente de governar "para a milícia", numa referência aos grupos
paramilitares formados por ex-policiais que controlam o território e o crime em grandes
áreas do Rio de Janeiro. "Sobre o procurador-chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol, que pediu sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, disse que
era o "líder de uma quadrilha que roubou a Petrobras." Chamou Sérgio Moro de "canalha".
"Canalha", aliás, foi também a palavra usada por Bolsonaro para qualificar o petista. Horas
antes de que Lula falasse aos seus seguidores neste sábado, o ultradireitista quebrou o
silêncio que mantinha desde a sexta-feira sobre o adversário e usou as redes sociais para
dizer que o ex-presidente estava "momentaneamente livre", "mas carregado de culpa". Nas
ruas, movimentos de direita também protestaram em São Paulo. Em poucas horas de
liberdade, Lula já havia atiçado o tabuleiro político.
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adversários com seu tom. Como Bolsonaro, Lula também atacou a TV libertação de
Lula
Globo, mas criticou Record e SBT por estarem próximas do atual Governo.
Esquerda se
liberta nas redes
num grande
#sextou de Lula
livre
não apenas se defender”, como nas manifestações chilenas. "Não tem ninguém que
conserte este país se vocês não quiserem que conserte. Não adianta ficar com medo com as
ameaças que eles fazem na televisão de que vai ter miliciano, que vai ter AI-5", disse, em
referência à criticada frase de Eduardo Bolsonaro de que seria necessário um decreto como
o da ditadura se a esquerda protestasse como no Chile.
O petista pediu solidariedade aos venezuelanos e fez, talvez pela primeira vez de forma mais
clara, uma ressalva diante do Governo Maduro. "É normal que cada um de nós aqui possa
ter crítica a qualquer Governo do mundo. Agora, quem decide o problema do país é o povo
do seu país". Também quando criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
aliado por Bolsonaro: "Que o Trump resolva o problema dos americanos e nao encha o saco
dos latino-americanos".
No palco apinhado, o petista fez questão de manter ao lado e citar Fernando Haddad, ex-
prefeito de São Paulo e substituto de última hora de Lula nas eleições passadas, enquanto
acenava para os também esquerdistas PSOL e PCdoB (No entanto, Manuela D'Ávila, vice de
Haddad na campanha, não estava). Com o olho nas corrida eleitoral, embora siga
legalmente inelegível, Lula disse que a pressão agora é por anular suas condenações, um
caso que também está nas mãos do Supremo brasileiro.
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