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Brasília-DF
Novembro/2019
Sumário
1 Introdução
2 Método
3 Procedimentos
4 Resultados
5 Discussão
6 Referências
Introdução
Podemos compreender um pouco mais dessa questão a partir da visão de Piaget, segundo
autor, o desenvolvimento cognitivo faz-se por estádios de desenvolvimento, ou seja, a
natureza e a forma das aprendizagens mudam ao longo do tempo, mostrando que cada
nova aprendizagem advém da maturação de uma estrutura anterior e do entendimento de
uma nova estrutura.
Diversos autores citam que Bandura, desenvolveu várias experiências que fundamentam a
importância da aprendizagem social ou por modelação. Ambos autores Sprinthall, A. N. e
Sprinthall, C. R. definem a aprendizagem social, como tudo aquilo que o indivíduo aprende
através da imitação social, no decorrer das relações interpessoais. O indivíduo pode
aprender ou modificar o comportamento, em virtude, da resposta dos outros indivíduos. De
acordo com Bandura, cit. pelos autores acima mencionados, o comportamento, as
estruturas cognitivas e o meio, interagem de tal forma que são inseparáveis umas das
outras.
Os indivíduos são o resultado do meio, contudo, eles podem escolher ou modificar o meio,
ou seja, há uma inter-relação e uma interdependência entre os sujeitos e o meio.
No entanto, num contexto social, os comportamentos podem ser aprendidos por observação
e imitação. Tais comportamentos podem estar relacionados com o contexto social, com a
aprendizagem, com as experiências anteriores de cada indivíduo.
Contudo, Monteiro, M. e Santos, R. M. citando Bandura, reforça que grande parte, dos
nossos comportamentos são aprendidos no processo de socialização, através de
observação e imitação de um modelo, designado por processo de modelação.
É possível instruir uma criança que está aprendendo a andar de bicicleta sobre posições,
onde colocar os pés, as mãos, etc., antes dela conduzir a bicicleta. Porém, para essa
criança conseguir realizá-la com perfeição, é necessário que ela pratique, ou seja, que seu
comportamento passe ao controle por contingências e não apenas verbal.
O comportamento modelado por regras é sempre uma relação de longo prazo, e faz com
que as regras sejam ou não seguidas, são seus reforços e punições. Agimos sobre o
mundo em função das consequências destas ações, (Vaughan, 1987).
Baum (2006) entende que isso acontece porque o comportamento operante é modelado
através de reforço e punição – independente de ser governado por regras ou modelado por
contingências.
É importante lembrar que ao estudar o comportamento controlado por regras deve-se levar
em conta uma análise do contexto social do falante (aquele que emite a regra), e do
ouvinte, que poderá ou não seguir a regra.
Segundo a visão de Skinner (1974/1982), é mais satisfatório aprender por meio de regras
do que por modelação. No entanto, o comportamento de quem segue uma regra é diferente
do comportamento de quem está exposto às contingências. Ou seja, o comportamento
governado por regras é emitido de forma mais mecânica, estereotipada e rígida, enquanto
que o modelado pelas contingências é mais variável, flexível, natural, coordenado e sutil
(Castanheira, 2001)
Skinner (1953/1965) descreveu diferentes tipos de regra, no entanto, vamos falar sobre as
regras especificadas como a instrução ou orientação. Ao instruir o ouvinte, o falante pode
alterar a probabilidade de uma resposta verbal ou não verbal do interlocutor. Aqui, conforme
já discutido anteriormente, vale registrar mais uma vez a possibilidade de uma regra afetar o
comportamento do ouvinte, mas não a obrigatoriedade de tal efeito. Skinner (1966/1969)
reforça que a modelação é uma espécie de instrução ou de orientação: “Quando mostramos
a alguém como fazer alguma coisa, compomos um modelo imitativo. Isso é um tipo de
instrução ou orientação” (p. 163).
Skinner (1974/1976) detalhou esse tipo de regra. Para ele, além de especificar a resposta a
ser emitida pelo ouvinte e implicar uma consequência positiva (não administrada pelo
falante), uma instrução ou uma orientação acrescenta à descrição o “ambiente controlador”
(p. 133) da resposta a ser emitida pelo ouvinte. Como esclareceu o autor, uma instrução é
elaborada para tornar desnecessária uma orientação posterior. Tais estímulos verbais não
transmitem conhecimento, tampouco comunicam informação. Ainda assim, permitem uma
aprendizagem mais rápida e segura por parte do ouvinte, ao colocá-lo sob controle de
contingências específicas, responsáveis pela modelagem e manutenção de seu
comportamento
Nas palavras de Skinner (1963/1969), “um indivíduo raramente descreve fielmente o modo
como de fato foi reforçado. Mesmo quando foi treinado a identificar algumas contingências
simples, ele pode não descrever uma nova contingência, particularmente quando esta é
complexa” (p. 115). Ainda assim, sublinhou Skinner (1966/1969), uma regra elaborada pelo
falante pode facilitar o estabelecimento, a manutenção e a “recordação” (p. 138) de uma
discriminação por parte do ouvinte.
No entanto, de acordo com Skinner (1963/1969), uma explicação adequada sobre como
uma regra controla o comportamento do ouvinte também exige identificar o reforço
responsável pela modelagem do comportamento em questão bem como pelo
estabelecimento do controle de estímulos sobre ele. Nas palavras de Skinner (1966/1969),
“como um estímulo discriminativo, uma regra é efetiva como parte de um conjunto de
contingências de reforçamento.
Método
Objetivo
Participantes
Local
O experimento foi conduzido em uma sala de aula de instituição privada de ensino superior
de Brasília – DF. A sala possuía 80 m2 e contava com iluminação artificial, sistema de ar
condicionado, uma lousa branca e controle acústico. Além disso, a sala continha 50
carteiras escolares, uma mesa para professor.
Material/Instrumentos
Para a coleta de dados os pesquisadores utilizaram o jogo Torre de Hanói que consiste em
um jogo de raciocínio que é classificado como um quebra-cabeça. Foi utilizada uma ficha de
registro de acompanhamento impresso, para obter a contagem de movimentos realizados
por cada participante e o tempo utilizado, um cronômetro para marcar o tempo que os
participantes levaram para realizar a atividade, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
para participação voluntária e por fim, canetas esferográficas e lápis para anotações.
Procedimentos
O jogo Torre de Hanói é composto por uma base contendo três pinos (A, B e C), em um dos
quais são dispostos seis discos uns sobre os outros, em ordem crescente de diâmetro, de
cima para baixo. O objetivo é passar todos os discos do pino A para outro (B ou C), usando
um dos pinos como auxiliar. Além disso, o jogo possui apenas duas regras a serem
seguidas:
a- Mover apenas um disco de cada vez, o qual deve estar no topo de uma
das hastes.
Resultados
Ao final dos experimentos foi possível observar que o grupo G teve o melhor desempenho
com três participantes que completaram a torre, enquanto no grupo G1 dois conseguiram e
ninguém no grupo G2 completou o desafio. Este resultado está de acordo com o descrito na
literatura, aqueles expostos às regras e modelo mostraram menor sensibilidade às
contingências (Matos, 2002), como mostram os gráficos a seguir:
Observa-se que o grupo G usou o menor número de movimentos dentre os grupos, 30%
menos movimentos que o grupo G1 e 50% dos movimentos utilizados pelos participantes do
grupo G2. A média de tempo mostra uma disparidade ainda maior entre os grupos, uma
média 354,5 segundos para o grupo G, para o grupo G1 uma média de 642,5 segundos
enquanto todos os participantes de G2 utilizaram os 15 minutos e não conseguiram
completar a tarefa.
O número de erros cometidos variou entre todos os grupos, mas como demonstrado na
figura acima a diferença entre os grupos foi pequena.
Podemos notar que com a exclusão desses dados a média geral de ambos os grupos sobe,
mas não o suficiente para que altere o resultado do grupo.
Discussão
O presente estudo, como mencionado, teve como objetivo comparar a aprendizagem por
contingência, modelo e regra. Como evidenciado nas figuras acima os grupos expostos ao
modelo e as regras apresentaram um desempenho inferior ao grupo das contingências.
Segundo Skinner (2014) a aprendizagem por regras demanda menos tempo para ser
adquirida do que pelas contingências, mas existe o risco de o comportamento ser pouco
flexível quando o sujeito foca em seguir as regras piamente. Como os participantes não
tiveram contato com o jogo anteriormente, é possível que os integrantes do grupo G1 e G2
tenham se apoiado demais ao modelo e as regras ficando pouco sensíveis às
contingências.
As regras são estímulos discriminativos que descrevem as contingências de uma dada
situação (Skinner, 2014) e o modelo é um estímulo operante que demonstra determinada
situação a ser vivida. O modelo apresentado ao grupo G1 resolveu o problema da mesma
maneira que as regras descreveram a resolução do problema.
Como proposto por Castanheira (2001) o comportamento governado por regras é mais
rígido e mecânico se comparado ao comportamento adquirido por contingências, podemos
extrapolar com base nos resultados obtidos que o comportamento aprendido a partir da
modelagem também é mais fluido e flexível do que o governado por regras.
Essa extrapolação não está longe do que está descrito na literatura, segundo Bandura a
aprendizagem é um processo de imitação de um modelo, que não necessita de reforço. E é
apartir dessa imitação de modelos que o sujeito aprende as regras de convívio social
(Sprinthall, A. N. & Sprinthall, C.R.) e como interagir com outros pessoas.
Vale a pena ressaltar que, segundo Skinner (1966/1969) as instruções são efetivas quando
fazem parte de um conjunto de reforçamento. Como durante o experimento não ocorreram
reforços ou punições e os participantes não encararam os experimentadores como figuras
de autoridade, é possível que as regras tenham sido um obstáculo ao invés de auxílio para
a resolução da tarefa.
O presente trabalho, portanto, evidencia que o contato rápido com as regras e uma tarefa
desconhecida pelo sujeito, leva o mesmo a se referenciar apenas as regras se tornando
pouco sensível às contingências. Portanto evidencia a rigidez comportamental em
decorrência do seguimento de regras(Matos, 2001).
Portanto os resultados obtidos são congruentes com a literatura, e serve como exemplo de
como as regras e modelos podem ser um obstáculo no processo de aprendizagem. Vale a
pena ressaltar que a exposição dos participantes as regras e modelos foram curtas, e,
portanto, é possível que o tempo tenha sido curto demais.
Referências bibliográfica
Henry Gleitman e Alan J. Fridlund e Daniel Reisberg, Fundação Calouste Golbenkian, 2007,
7º Edição;