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RESUMO
INTRODUÇÃO
experiência de trabalho com super-heróis, onde princípios da Física são utilizados para corroborar
situações apresentadas em histórias em quadrinhos. O projeto “a super-Física dos super-heróis” tem
uma dimensão diferente acerca desse tópico, uma vez que o aluno é o agente ativo no processo de
aprendizagem, pois ele mesmo fará a pesquisa, procurando as respostas para as suas indagações. O
professor é o facilitador nesse processo de ensino-aprendizagem. Os objetivos, a metodologia e os
resultados desse trabalho são aqui apresentados.
OBJETIVOS
Super-heróis sempre foi um tema que “circulou” na mente dos adolescentes. Possivelmente
todos nós temos o nosso “super-herói preferido”. Com o aumento de filmes envolvendo super-
heróis exibidos nos cinemas nos últimos anos, esse tema se tornou ainda mais presente na vida dos
adolescentes. Dessa forma, sabendo que o aluno constrói o conhecimento com propriedade quando
a sua aprendizagem é significativa [12], o projeto intitulado “A super-Física dos super-heróis”
visou relacionar a disciplina de Física com os super-heróis, tendo como objetivo principal permitir a
construção de conhecimentos de Física por parte dos estudantes através da análise dos super-
poderes dos heróis e sua associação com conceitos, princípios e leis da Física, bem como propiciar
atitudes de investigação, pesquisa e socialização de saberes.
METODOLOGIA
O projeto foi desenvolvido com alunos do 2o ano do ensino médio do Colégio Monteiro
Lobato- Porto Alegre, RS, tendo duração aproximada de um mês. Inicialmente, foi proposto o
trabalho, discutindo-se seus objetivos, bem como o planejamento e organização das ações a serem
realizadas. Posteriormente, os alunos formaram grupos onde cada grupo definiu um ou mais super-
herói(s) e/ou vilão(ões) para a posterior investigação dos super-poderes destes sob uma visão da
Física.
Após a formação dos grupos e escolha dos personagens os alunos realizaram uma pesquisa
acerca da origem, da história e curiosidades de cada herói, bem como investigaram como ele
adquiriu os super-poderes. Uma lista detalhada dos super-poderes também foi confeccionada, nessa
etapa do projeto. Periodicamente, cada grupo socializava os resultados obtidos nas suas
investigações, de forma que cada aluno tinha conhecimento do andamento do trabalho dos colegas,
bem como se incentivava a troca de informações, de fontes de pesquisa e referências.
A etapa seguinte consistiu em associar os poderes dos super-hérois com conceitos de Física,
verificando onde eles violam (ou não) leis e princípios físicos.
Para a realização dessa pesquisa foi disponibilizada a biblioteca, onde revistas e livros
puderam ser consultados. O laboratório de informática da escola também foi utilizado, permitindo
uma busca via internet de sites que apresentassem informações pertinentes.
Em todas as etapas o professor da disciplina de Física encontrava-se à disposição para
indicar literatura pertinente à pesquisa, dar suporte para a realização do projeto, para discutir os
fenômenos físicos envolvidos em determinadas situações, enfim, para orientar o trabalho, sendo o
professor um facilitador no processo de ensino-aprendizagem.
Numa data pré-determinada cada grupo apresentou os resultados de sua pesquisa para os
demais colegas, permitindo assim a socialização do conhecimento, quando os alunos puderam
aprender com os seus colegas. A apresentação do projeto poderia se dar por cartazes, porém todos
os grupos optaram por realizar uma exposição oral utilizando como recurso de apoio um projetor
multimídia (datashow) disponível na escola. Cada grupo teve de 10 a 20 minutos para a
apresentação e discussão de sua investigação. É válido salientar que muitos tópicos da Física
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envolvidos na apresentação dos alunos ainda não haviam sido “oficialmente” discutidos em aula e,
mesmo assim, os alunos conseguiram compreender os fenômenos envolvidos, corroborando a idéia
de que o aluno pode aprender por si só e com seus colegas, sendo o professor um facilitador desse
aprendizado, um “maestro”, que irá “reger” o aluno mostrando o caminho que este deve seguir para
construir o seu conhecimento com propriedade.
Ao final, cada aluno relatou por escrito as suas dificuldades, aprendizagens, superações,
enfim sua vivência nesse projeto.
RESULTADOS
CONCLUSÃO E SUGESTÕES
Pode-se concluir que, quando tópicos de Física estão associados a temas de interesse dos
alunos, esses mostram uma maior pré-disposição para o aprendizado. O uso de projetos pode ser
uma maneira de conciliar conceitos de Física com o dia-a-dia do estudante, fazendo com que este
construa o seu conhecimento com propriedade. Verifica-se que o aluno pode aprender com o colega
e/ou através da pesquisa, bem como que o professor pode ser um facilitador nesse processo de
ensino-aprendizagem. Como sugestão, esse projeto pode ter um caráter interdisciplinar, quando, por
exemplo, as disciplinas de química, biologia e filosofia poderiam explorar também os super-poderes
sob outros aspectos, a disciplina de língua portuguesa contribuir na confecção dos textos do
trabalho, a de língua estrangeira no auxílio na leitura de fontes de pesquisa em outros idiomas.
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AGRADECIMENTOS
O autor agradece aos professores Paulo Machado Mors e Eliane Angela Veit, pelas
sugestões e pela leitura crítica desse trabalho.
REFERÊNCIAS
[1] HERNANDES, C.L., CLEMENT, L., TERRAZZAN, E.A. Uma atividade experimental
investigativa de roteiro aberto partindo de situações do cotidiano. In: Vianna, D. M.;
Peduzzi, L. O. Q.; Borges, O. N.; Nardi, R. (Orgs.). Atas do VIII Encontro de Pesquisa em
Ensino de Física. São Paulo: SBF, 2002. (CD-Rom).
[2] MENEZES, P.H.D., VAZ, A. M.. Tradição e inovação no ensino de Física: a influência da
formação e profissionalização docente. In: Vianna, D. M.; Peduzzi, L. O. Q.; Borges, O. N.;
Nardi, R. (Orgs.). Atas do VIII Encontro de Pesquisa em Ensino de Física. São Paulo: SBF,
2002. (CD-Rom).
[3] OLIVEIRA, L.D., GALLI, C., SCOLARI, L.M. Atividades interativas de Física no museu de
ciências como parte do currículo escolar. In: Vianna, D. M.; Peduzzi, L. O. Q.; Borges, O.
N.; Nardi, R. (Orgs.). Atas do VIII Encontro de Pesquisa em Ensino de Física. São Paulo:
SBF, 2002. (CD-Rom).
[4] BARCO, R., et al. A Física dos brinquedos. In: Anais da 51ª Reunião Anual da SBPC, 1999,
Porto Alegre.
[6] LEVADA, C.L., FERRARI, P.R. Colisões entre veículos – opção técnica para ensino de
mecânica. In: Anais da 52ª Reunião Anual da SBPC, 2000, Brasília.
[8] OLIVEIRA, L. D. de. Aprendendo Física com o Homem-aranha: utilizando cenas do filme para
discutir conceitos de Física no Ensino Médio. (A ser submetido à Revista Brasileira de
Ensino de Física).
[10] HERNÁNDEZ, F. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
[11] FEDER, T. Teaching physics with superheroes. Physics Today, Melville, v.55, n.11, p.29-30,
November 2002.
[12,] MOREIRA, M.A. Teorias de Aprendizagem. Ed. Pedagógica e Universitária, São Paulo, 1999.