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Raquel Santana.

UNICAP

DINAMARCO, Cândido Rangel; Instituições de Direito Processual Civil, vol. 1.


São Paulo: Malheiros, 2001

MORAES, Alexandre de; Direito constitucional. 13 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

DINAMARCO, Cândido Rangel; Relativizar a coisa julgada material in Revista


da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, n. 55/56.

CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO,


Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 22 ed. rev. e atual. São Paulo:
Malheiros, 2006.

De acordo com o que preceitua o art. 467 do CPC, denomina-se coisa


julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não
mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.

A doutrina distingue a coisa julgada formal da material. A primeira


configura-se quando a sentença de determinado processo não pode mais ser
reexaminada. Resulta da preclusão das impugnações e dos recursos. O art 268
diz que salvo o disposto no art. 267, V, CPC (perempção, litispendência ou
coisa julgada) a extinção do processo não impede a propositura de nova
demanda, pois a decisão torna-se imutável somente no processo em que foi
proferida. Parte da doutrina não distingue a coisa julgada formal da
preclusão.

Já a coisa julgada material torna imutáveis os efeitos produzidos pela


sentença dentro e fora do processo em que foi proferida. Esta se restringe às
sentenças de mérito (CPC, arts. 467, 468) e goza de proteção especial por
parte da Constituição, que a põe a salvo até mesmo da eficácia retroativa de
lei superveniente (art. 5º, XXXVI).

Enquanto a coisa julgada formal limita a sua eficácia ao processo em que


foi proferida, a coisa julgada material projeta sua eficácia para fora do
processo, tornando-a imutável não só naquele mas também em qualquer outro
processo que venha a ser proposto ou de lei que venha regular diferentemente
aquela relação jurídica. Essa imunização do exercício da jurisdição contra
novos questionamentos constitui-se como garantia constitucional em beneficio
da segurança das relações jurídicas. No entanto, em alguns casos
excepcionalíssimos essa garantia pode ser relativizada.

Os direitos e garantias fundamentais consagrados pela Constituição


Federal não são ilimitados. Eles têm limite nos demais direitos também
consagrados pela Constituição. Desta forma, quando houver conflito entre
dois ou mais direitos ou garantias fundamentais, devem eles ser interpretados
de forma harmoniosa, reduzindo-se proporcionalmente o alcance de um
princípio em busca do verdadeiro significado da norma e da harmonia do texto
constitucional.

A relativização da coisa julgada é uma tese que gera muita polêmica,


não sendo bem aceita por parte da doutrina que vê nela uma consagração ao
desrespeito ao Estado de Direito. No entanto, para a parte da doutrina que
defende a relativização, da qual Cândido Dinamarco faz parte, “os princípios
existem para servir à justiça e ao homem, não para serem servidos como
fetiches da ordem processual”.

Para essa corrente, sentenças que sejam contrárias a valores, princípios,


garantias ou normas superiores não podem jamais ficar cobertas pela garantia
constitucional da coisa julgada pois não há como imunizar sentenças
contrárias à ordem jurídico-constitucional. Sendo assim, a relatividade da
coisa tem a função de harmonizar situações excepcionais de conflito com
outros valores de igual ou maior grandeza.
Se uma sentença fere a Constituição, lei maior, a coisa julgada não tem
a força de apagar sua ilegalidade. Nenhuma garantia, nem mesmo a da coisa
julgada, é absoluta. Principalmente se o respeito a ela resulte na negação de
outras garantias.
A relativização da coisa julgada não tem como consequência necessária a
instabilidade e a insegurança jurídica. Somente em situações extraordinárias
em que há patente desrespeito a ordem jurídico-constitucional é que se faz
necessário flexibilizar essa garantia a fim de que se corrijam absurdos,
injustiças graves e transgressões constitucionais. Cabe ao judiciário equilibrar
o princípio da segurança jurídica com a necessidade de justiça e legitimidade
das decisões.

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