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LICENCIATURA EM MÚSICA

ETNOMUSICOLOGIA I

Recensão Crítica ao Artigo “John Blacking ou uma humanidade sonora e


saudavelmente organizada’” de Elizabeth Travassos

João Pedro Schwingel Carada


1 Síntese

O artigo “John Blacking ou uma humanidade sonora e saudavelmente


organizada” foi escrito por Elizabeth Travassos e publicado no ano de 2007, no
periódico Cadernos de Campo em São Paulo. O trabalho expõe brevemente um
histórico da vida de Blacking, seus principais estudos e conceitos.
Na introdução de seu artigo, há um contextualização pós segunda guerra
mundial, onde diversos teóricos, principalmente das linhas ligadas ao
pensamento de esquerda, abanonam a Europa e estabelecem-se nos Estados
Unidos, onde, em 1955, é fundada a Society for Ethnomusicology. Importante
salientar que Blacking, como demonstra Travassos, é um dos poucos que
permanece na Europeu, onde cria, na Queen’s University of Belfast, um centro
de formação em etnomusicologia referência no meio europeu.
Até os anos 40, o que se esperava de Blacking era um pianista profissional
e, apesar de sua formação posteriormente recair sobre a antropologia, está
questão torna-se fundamental para as discrições de estruturas musicais que o
antropólogo fará nos seus estudos. Elizabeth ainda comenta que ele tornou-se
pioneiro no meio britânico com sua dupla-formação.
Seu primeiro contato com uma cultura diferente da-se na sua expedição,
à serviço militar, à Malásia. Lá Blacking interessa-se pela língua e cultura dos
povos nativos, o que o leva de volta a Cambridge, em 1950, para estudar
antropologia social com Meyer Fortes. Posteriormente, o professor coloca-o em
contato com Hugh Tracey, diretor do International Library of African Music, uma
instituição que gravava canções de tribos nativas africanas. Com a ajuda de
Travey, John Blacking inicia sua pesquisa de campo na tribo dos Venda, que lhe
rendeu diversos trabalhos, entre eles o famoso Venda Children’s Song. Nesta
tese (com a qual obteu o seu doutoramento), com a ajuda da sua formação
musical, o antropólogo descreve algumas das estruturas musicais das canções
analisadas. O repertório infantil foi escolhido por Blacking, segundo Travassos,
por este se destacar estilisticamente dos outros. Uma das estruturas que ele
discerniu foi a escala heptafônica utilizada pelos venda: cada um dos sons desta
escala possui um som “acompanhante”, uma “5º” abaixo no nosso sistema
musical ocidental. Observando isto, Blacking conclue que há harmonia na
música venda e que o conceita de harmonia é uma construção social, pois,
segundo ele “os venda entendem que duas melodias são equivalentes se os
sons de uma delas mantêm com os da outra a relação de acompanhantes”
(TRAVASSOS, 2007, p.194-195). Observando a tribo, o autor também percebeu
que a distribuição da “musicalidade” (tópico que gerará discussão para outros de
seus traballhos) é diferente da cultura europeia. Nos venda, a musicalidade é
distribuida de acordo com o status social dos indivíduos e, quando já crianças,
estes são socializados a determinados tipos de repertório (não necessariamente
havendo um cirtério psicomotor ou de “facilidade”). E deste modo, ele procura
aprofundar os estudos nos fatores não-musicais que geram a música.
A experiência de 22 meses na tribo africana rendeu a Blacking uma
grande quantidade de artigos e, posterioremente a tese Venda Children Songs,
o autor começa a explorar as áreas cognição e corpo. Após definir os conceitos
de estrutura de superfície (música/fenômeno sonoro) e a estrutura profunda (sua
gramática e estrutura/a música que subjaz a música), ele começa a se perguntar
quais os processos cognitivos e sociais que geram as estrturas profundas da
música e quais as razões para estas habilidade musicais. Com estes
questionamentos ele chega a um conceito, segundo Travassos, original sobre
etnomusicologia: “o estudo do homem enquanto produtor de música”, que,
diferentemente do conceito de Alan Merriam (“estudo da música na cultura”),
engloba as “condições universais de produção da música” e não somente em
culturas especificas. Com isto, ele desenvolve a ideia de inteligência musical: o
homem é musical (naturalmente), porém, as condições para o florecimento
dessa musicalidade são sociais, agrendando os indivíduos em grupos,
cooredenando ações e integrando os hemisférias esquerdo e direito do cérebro.
Ao final do artigo, Travassos conclue que a partir dos estudos de Blacking,
percebe-se sua originalidade (como já colocado, não poderia-se incluir o
antropólogo em uma única linha teórica) na busca por uma antropologia da
música capaz de abranger todos os sons humanente organizados.
2 Análise Crítica

O artigo de Elizabeth Travassos possui uma linguagem fluída e é,


basicamente, informativo. A autora consegue englobar boa parte da vida de John
Blacking/ em poucas páginas, mas, apesar disso, sente-se a falta de foco
durante o percurso de seu racicíonio. Uma maior contextualização, ligação dos
conceitos de Blacking com outros autores e/ou argumentação em cima do seu
trabalho, poderia, talvez, enriquecer o trabalho de Travassos.
Sobre Blacking, é bem explicitado no artigo da autora a importância que
ele teve para o desenvolvimento da etnomusicologia, principalmente no que se
refere a Europa – pois foi um dos poucos teóricos deste área que desenvolveram
o segmento neste local no pós-guerra. Também, percebe-se a busca do
antropólogo por respostas em diversas áreas do conhecimento e seus trabalhos
levantam diversos quesitonamentos pontuais sobre a etnomusicologia. Blacking
nunca escreveu um livro geral sobre esta área, entretanto, sua pesquisa de
campo com os Venda – que tem seu mérito não só pela sua produção
bibliográfica mas, também, pela sua metodologia – gerou artigos e estudos até
os últimos momentos de sua vida.
3 Referências
TRAVASSOS, Elizabeth. John Blacking ou uma humanidade sonora e
saudavelmente organizada. Cadernos de Campo. São Paulo, n.16, p. 191-200,
2007.

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