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FACULDADE PITÁGORAS DE SÃO LUÍS

CURSO DE PSICOLOGIA

THAÍS LORENA SILVA ARAÚJO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECÍFICO II EM


TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

SÃO LUIS – MA
2018
2

THAÍS LORENA SILVA ARAÚJO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECÍFICO II

Relatório de Estágio Específico II apresentado ao


Curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras 10º
período – São Luís, como requisito para obtenção de
nota. O estágio foi realizado entre os meses de Agosto
à Novembro, com duração total de 180 horas.

Orientadora: Prof.ª Mestre Elba Celestina do


Nascimento Sá.

SÃO LUIS – MA
2018
3

IDENTIFICAÇÃO DA ESTAGIÁRIA

Thaís Lorena Silva Araújo, terapeuta estagiária, inscrita no código 730907,


acadêmica do curso de Psicologia do 10º período, matutino da turma 6799320141A,
no primeiro semestre de 2018, da Faculdade Pitágoras do Maranhão. A referida
acadêmica possui o seguinte e-mail: thaislorena.araujo@gmail.com e o respectivo
número telefônico para contato: (98) 98238-4090. Teve como campo de estágio a
instituição de Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral – SPA, sob
supervisão técnica e orientação da Prof.ª Ma. Elba Celestina do Nascimento Sá.
4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................07
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................08
3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO..............................................................13
3.1 Estrutura Física...................................................................................................13
3.2 Fluxo de Atendimento ........................................................................................13
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ESTÁGIÁRIA.......................................14
PACIENTE 1..........................................................................................................15
4.1 Relato Cognitivo do Caso ..................................................................................15
4.1.1 Histórico do Caso ............................................................................................15
4.1.1.1 Dados da Identificação ...................................................................................15
4.1.1.2 Queixa Principal..............................................................................................16
4.1.1.3 História da Doença Atual ................................................................................16
4.1.1.4 História Psiquiátrica ........................................................................................17
4.1.1.5 História Pessoal e Social ................................................................................17
4.1.1.6 História Médica ...............................................................................................18
4.1.1.7 Verificação do Estado Mental .........................................................................18
4.1.1.8 Diagnóstico do DSM V....................................................................................18
4.1.2 Formulação do Caso .......................................................................................18
4.1.2.1 Precipitantes ...................................................................................................18
4.1.2.2 Visão Transversal dos Cognições e dos Comportamentos Atuais ................18
4.1.2.3 Visão Longitudinal das Cognições e dos Comportamentos ..........................19
4.1.2.4 Hipótese de Trabalho (Resumo de Conceituação).........................................19
4.1.3 Plano de Tratamento .......................................................................................20
4.1.3.1 Lista de Problemas .........................................................................................20
4.1.3.2 Lista de Objetivos ...........................................................................................20
4.1.3.3 Plano de Tratamento ......................................................................................20
4.1.4 Curso do Tratamento ......................................................................................21
4.1.4.1 Relação Terapêutica .......................................................................................21
4.1.4.2 Intervenções/Procedimentos ..........................................................................22
4.1.4.3 Obstáculos ......................................................................................................22
4.1.4.4 Resultados ......................................................................................................22
4.1.5 Síntese dos Atendimentos .............................................................................23
5

4.1.6 Diagrama de Conceituação.............................................................................24


PACIENTE 2..........................................................................................................25
4.2 Relato Cognitivo do Caso ..................................................................................25
4.2.1 Histórico do Caso ............................................................................................25
4.2.1.1 Dados da Identificação ...................................................................................25
4.2.1.2 Queixa Principal..............................................................................................26
4.2.1.3 História da Doença Atual ................................................................................26
4.2.1.4 História Psiquiátrica ........................................................................................26
4.2.1.5 História Pessoal e Social ................................................................................26
4.2.1.6 História Médica ...............................................................................................27
4.2.1.7 Verificação do Estado Mental .........................................................................27
4.2.1.8 Diagnóstico do DSM V....................................................................................27
4.2.2 Formulação do Caso .......................................................................................27
4.2.2.1 Precipitantes ...................................................................................................27
4.2.2.2 Visão Transversal dos Cognições e dos Comportamentos Atuais ................28
4.2.2.3 Visão Longitudinal das Cognições e dos Comportamentos ..........................28
4.2.2.4 Hipótese de Trabalho (Resumo de Conceituação).........................................28
4.2.3 Plano de Tratamento .......................................................................................29
4.2.3.1 Lista de Problemas .........................................................................................29
4.2.3.2 Lista de Objetivos ...........................................................................................29
4.2.3.3 Plano de Tratamento ......................................................................................30
4.2.4 Curso do Tratamento ......................................................................................30
4.2.4.1 Relação Terapêutica .......................................................................................31
4.2.4.2 Intervenções/Procedimentos ..........................................................................31
4.2.4.3 Obstáculos ......................................................................................................31
4.2.4.4 Resultados ......................................................................................................31
4.2.5 Síntese dos Atendimentos .............................................................................32
4.2.6 Diagrama de Conceituação.............................................................................33
5 AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS...........................................34
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................35
REFERÊNCIAS.....................................................................................................36
ANEXOS................................................................................................................38
ANEXO A – CARTA DE APRESENTAÇÃO.........................................................39
ANEXO B – TERMO DE COMPROMISSO..........................................................40
6

ANEXO C – PLANO DE ATIVIDADE DE ESTÁGIO............................................42


ANEXO D – FREQUÊNCIA NO CAMPO DE ESTÁGIO......................................46
ANEXO E – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO ESTAGIÁRIO.......................49
ANEXO F – AVALIAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO ........................................51
7

1 INTRODUÇÃO

O presente relatório consiste nos registros das atividades desenvolvidas que


sucederam ao longo do período de estágio, na área de Psicologia Clínica, tendo
como processo, no decorrer dessa temporada, o estudo do desenvolvimento ao
trabalho oferecido pelo Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral - SPA,
do ofício prestado em atendimentos individuais e em supervisões semanais, visando
discussões de casos e encaminhamentos.
Ao tratar sobre as atribuições desse processo, faz necessário evidenciar que
produzir novos conhecimentos e apropriar-se de instrumentos e práticas que
enriquecem o nosso saber pessoal e profissional se tornou um dos principais
norteadores no processo de estágio, uma vez que a utilidade e importância deste,
dependem unicamente do conjunto de experiências e aprendizado adquiridos.
Nessa perspectiva, estão documentadas as contribuições do processo de
estágio a partir do desnudar de valores, da destituição e reconstrução de
preconceitos e de conhecimentos ora ditos como verdadeiros, sobretudo na maneira
de enxergar o outro, de apresentar como o primeiro contato do usuário na Clínica-
Escola, selecionar sua demanda a partir de um olhar crítico e de uma escuta
qualificada, embora ainda em desenvolvimento.
Os atendimentos, que percorreram com seguimentos da abordagem
Cognitivo-Comportamental, caracteriza-se por ser muito bem estruturada, orientada
no momento presente, direcionada à resolução de problemas atuais e à modificação
de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Busca remover ou modificar
sintomas existentes, corrigir padrões de comportamentos disfuncionais e promover o
desenvolvimento da personalidade (Falcone, 2001). Atualmente esta forma de
psicoterapia vem se impondo como o principal e mais eficaz tratamento psicológico
para os transtornos emocionais.
8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para uma melhor compreensão dos procedimentos utilizados nas sessões de


psicoterapia realizadas durante todo o estágio, é indispensável que antes, seja
apresentado a importância do desnudar da Psicologia Clínica que visa a
compreensão dos transtornos mentais e dedica-se também aos aspectos psíquicos
de doenças não mentais. Da mesma forma que é necessário destacar a importância
do acolhimento, da relação terapêutica, as habilidades terapêuticas e sobretudo, o
embasamento teórico na abordagem Terapia Cognitivo-Comportamental buscando
compreensão e desenvolver conhecimento referente ao desenvolvimento do
processo em estágio específico.
A psicologia clínica se distingue das demais áreas psicológicas muito mais por
uma maneira de pensar e atuar, do que pelos problemas que trata. O
comportamento, a personalidade, as normas de ação e seus desvios, as relações
interpessoais, os processos grupais, evolutivos e de aprendizagem, são objeto de
estudo não só de muitos campos da psicologia como também das ciências humanas
em geral" (MACEDO, 1984). Essa área inclui prevenção, promoção, psicoterapia,
aconselhamento, avaliação, diagnóstico, encaminhamentos, dentre outros.
A psicologia clínica deve considerar-se uma atividade prática e em
simultâneo, um conjunto de teorias e métodos. Pode ser definida como a
subdisciplina da psicologia que tem como objetivo o estudo, a avaliação, o
diagnóstico, a ajuda e o tratamento do sofrimento psíquico, qualquer que seja a
causa subjacente (BRITO, 2008).
As psicoterapias foram criadas para todos os indivíduos que sofrem de algum
distúrbio ou mal-estar que desejam corrigir, entretanto, estas também visam o
aprimoramento pessoal e autoconhecimento, ainda que não sofram de distúrbios
manifestos (RAMADAM,1987).
A prática clínica é descrita como uma psicoterapia, um tratamento psicológico
que engloba pelo menos três etapas: observar, analisar (avaliar, levantar hipóteses
diagnósticas) e intervir (aqui, assumindo o sentido de modificar o que está em curso,
visando a supressão dos sintomas identificados no paciente). Essa é uma
perspectiva predominante quando se remete à clínica. Mas não é a única (FIORINI,
1984).
9

De acordo com Marques (1994) a identidade do psicólogo clínico, define-se


pelo domínio de teorias, métodos compatíveis entre si, cujo objetivo é tentar atingir a
“verdade” psicológica do sujeito observado para se poder direta ou indiretamente
encetar um processo de intervenção. Nesse ponto, é necessário ter um bom
embasamento teórico-clínico que confira sentido ao que é observado, bem como um
conjunto de métodos estratégicos para bem conduzir o processo terapêutico e
ajudar na resolução dos problemas.
O encontro entre terapeuta e cliente é muito valorizado e o foco principal
passa a ser o acolhimento das pessoas e a elaboração das questões que
mobilizaram a busca de ajuda psicológica (ROCHA, 2011).
A proposta do acolhimento é uma diretriz defendida pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) através de Política Nacional de Humanização (PNH), esta defendida
através das Portarias 4.279/2010, 3.088/2011, 1.459/2011 e do Decreto 7.508/2011,
este, último regulamenta a Lei 8.080 que dispõe sobre a organização do SUS. Com
isso pretende-se ressaltar a importância e o percurso histórico do conceito do
acolhimento, que atualmente e cada vez mais é trazido para o ambiente privado e
institucional.
O processo de acolhimento é muito mais do que receber, ouvir a demanda e
fazer o melhor encaminhamento ao paciente, visto assim, parece algo mecânico,
que facilmente pode ser tornar um procedimento rotineiro. Longe dessa
compreensão mecanicista, o conceito de acolhimento visa, sobretudo, compreender
o paciente de forma singular, neste contexto o desafio do profissional que acolhe é
entender a necessidade do paciente e direcioná-lo para o tratamento que o
beneficiará de forma também singular.
Nessa perspectiva, Barreto e Barletta (2011) apresentaram em uma pesquisa,
que adquirir competência teórica, técnica e interpessoal, bem como a postura ética,
são elementos imprescindíveis para a formação de um bom psicoterapeuta.
A qualificação profissional é decorrente da interligação das três dimensões de
competências: conhecimento, habilidades e atitudes; as quais, no campo da Terapia
Cognitivo-Comportamental, manifestam-se na busca de solucionar os problemas e
promover repertórios comportamentais apropriados às metas do paciente
(BARLETTA; DELABRITA; FONSECA, 2011).
Acerca das habilidades terapêuticas, Bitondi e Setem (2007) apontam alguns
aspectos necessários ao repertorio do terapeuta, o que inclui uma formação teórica
10

sólida na abordagem terapêutica; conhecimento do código de ética do psicólogo;


habilidades técnicas; habilidades sociais; e comportamentos do terapeuta.
Para além desses aspectos, assinalam a uma terapia, o que pode contribuir
para o processo terapêutico. Assim como, a maturidade emocional do terapeuta
também é um fator essencial no desenvolvimento de habilidades terapêuticas
(BARRETO; BARLETTA, 2010).
Da mesma maneira, que se ressalta a importância de desenvolver
competências terapêuticas, é fundamental para o processo de triagem, estabelecer
uma boa relação terapêutica.
Entretanto, Del Prette e Del Prette (2001) acrescentam ao termo habilidades
sociais como um conjunto de classes e subclasses que o individuo apresenta para
atender as diversas demandas das situações interpessoais que podem ocorrer em
diversos contextos. Sendo assim, compreendem as habilidades sociais algumas
competências que facilitam a iniciação de relacionamentos sociais positivos, como
iniciar, manter e encerrar uma conversação; fazer e responder perguntas; manifestar
opinião; expressar apoio e solidariedade; falar em público; tomar decisões.
Frente a esse contexto, Beck e Alford (2000) esclarecem que a relação
terapêutica, também nomeada de aliança terapêutica, refere-se ao ambiente
interpessoal que existe dentro da sessão de terapia, no qual ocorre a aprendizagem
do paciente. O próprio termo “terapêutico” é utilizado partindo-se da suposição de
que a relação promoverá um impacto interpessoal positivo.
Para desenvolver a relação terapêutica com o paciente é necessário
demonstrar habilidades terapêuticas, compreensão acurada, compartilhar a
conceitualização e plano de tratamento, tomar decisões em colaboração com o
paciente, buscar feedback, variar o estilo quando necessário e auxiliar o paciente na
resolução dos seus problemas e no alívio da sua angustia (BECK, 2013).
Sendo assim, com o auxílio em supervisão e dos autores acima, foi possível
perceber que o crescimento do psicoterapeuta é um processo dinâmico e
incansável, que requer competências entre teoria e prática, demandando tempo e
dedicação.
Em virtude de a psicoterapia ser um campo multifacetado, caracterizado por
uma diversidade de teorias, métodos, técnicas e abordagens. No estágio específico
em Terapia Cognitivo-Comportamental, refere-se a uma psicoterapia reconhecida
como uma das principais teorias e métodos para o tratamento de transtornos
11

psiquiátricos, tendo em vista que uma serie de estudos controlados demonstram que
é um tratamento eficaz para quadros clínicos como a depressão e transtornos de
ansiedade, além de soma-se ao efeito dos psicofármacos no tratamento de
transtornos psiquiátricos graves, como a esquizofrenia e o transtornos bipolar
(WRIGHT, 2008).
Rangé (2001) contribui esclarecendo que a Psicoterapia Cognitivo-
Comportamental é uma prática de ajuda psicológica que se baseia em uma ciência e
uma filosofia do comportamento caracterizada por uma concepção naturalista e
determinista do comportamento humano, pela adesão a um empirismo e a uma
metodologia experimental como suporte do conhecimento e por uma atitude
pragmática quanto aos problemas psicológicos.
Em contribuição, Caballo (1996) destaca que desde seu surgimento, a Terapia
Cognitiva-Comportamental (TCC) evoluiu muito, e atualmente encontra-se como
uma das abordagens centrais em diversas áreas de atuação da Psicologia, tendo
conquistado sua aceitação e admiração pelas práticas e resultados que produz, e
pela singularidade de seu enfoque.
Conforme Beck et al. (1997a), nossos pensamentos agem diretamente na
forma como nos sentimos e agimos, sendo assim, uma das formas de melhorarmos
nosso estado de humor é controlarmos nossos pensamentos, no sentido de que
exerçam um efeito realista sobre a forma como nos sentimentos perante a nós
mesmos, ao mundo e a nosso futuro, denominada como tríade cognitiva.
Nesse sentido, evidencia que a forma como percebemos e avaliamos os
acontecimentos externos e internos a nós, ira determinar a forma como iremos sentir
e consequentemente agir perante esses acontecimentos. Observando e
descrevendo as emoções que sentimos, e fazendo uma conexão entre o que
sentimos, e o que previamente a esses sentimentos, pensamos, podemos buscar
fazer uma avaliação realística de nossos pensamentos, para que assim
confrontemos nossos pensamentos distorcidos e sentimentos desagradáveis
gratuitos, e os substituímos por pensamentos condizentes com a realidade.
Considerando a ampla aceitação da TCC no tratamento de diversos
transtornos mentais, Cordioli e Knapp (2008) apontam alguns fatores que
contribuíram para tal: uma visão mais abrangente das patologias mentais ao
considerar o valor dos pensamentos, das crenças disfuncionais e das aprendizagens
errôneas aos diversos modelos etiológicos, propondo, assim, abordagens de grande
12

valor heurístico; a facilidade em se testar empiricamente sua eficácia por meio de


intervenções psicoterápicas geralmente breves; a promoção e uma melhor relação
custo/benefício no tratamento de transtornos do Eixo I do DSM-V em relação aos
modelos tradicionais, especialmente pela brevidade do tratamento; o
desenvolvimento de protocolos e manuais que permitem a sua replicação por outros
pesquisadores, bem como a sua padronização; e a elaboração de escalas e
instrumentos de mensuração e a brevidade no tratamento, que possibilitam um
maior controle de variáveis intervenientes e melhor previsão de resultados.
13

3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral – SPA, traduz-se a


uma clínica escola, com abertura em março, do ano de 2014, localizada na Avenida
Daniel de La Touche, n 23, Olho d’água e possui natureza privada, tendo como
público alvo a comunidade.
A referida instituição tem como objetivo realizar atendimento psicoterápico,
orientação profissional e consultoria organizacional, fornecendo serviços
especializados à qualidade de vida daqueles que dispõe.

3.1 Estrutura física


A Clínica Escola Prof.ª João Cabral constitui-se em sua estrutura física
primeiramente a recepção onde monitores recebem aos pacientes da instituição,
onde encontra-se cadeiras e um sofá para escolha e maior conforto do público a ser
atendido durante a espera. Possui próximo a recepção, dois banheiros, sendo eles
masculino e feminino, atribuindo a escolha dos mesmos.
O ambiente dispõe de quatros consultórios para atendimento psicoterápico,
sendo dois para atendimento individual, um para atendimento em grupo ou familiar e
outro para atendimento para crianças. Contém ainda uma sala de coordenação que
mantem todos os materiais utilizados para o funcionamento da clínica, assim como
armários de cadastros para atendimentos, documentação de estagiários e da
mesma. Além de obter, uma outra sala menor com função de armazenamento de
documentos de pacientes em atendimento ou os que já tiveram seu atendimento
finalizado, guardados em dois armários fechados, com acesso restrito apenas para a
Supervisora Técnica e aos Terapeutas estagiários responsáveis pelo paciente em
atendimento.

3.2 Fluxo de atendimento


No que se refere a atividade de atendimento psicoterapêutico, a Clínica
Escola Prof. João Cabral realiza tanto atendimento individualizado, quanto em
grupo. Com base na escuta, no treino de habilidades de entrevistas, na intervenção
psicológica e na devolução do atendimento psicoterapêutico.
14

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTAGIÁRIO

A princípio, o desenvolver do processo de estágio, iniciou-se em supervisão,


com o estudo aprofundado em Terapia Cognitivo-Comportamental, sobre orientação
da Prof. Ma. Elba Celestina do Nascimento Sá. Com enfoque voltado ao
embasamento teórico, buscando melhor compreensão da teoria e das técnicas
utilizadas para os atendimentos realizados durante todo o estágio.
Em supervisão, houve contato fundamental com autores importantes da
abordagem, assim como, uma descrição minuciosa sobre a prática clínica no olhar
da Terapia Cognitivo-Comportamental. Da mesma maneira que ocorreram relatos
das vivências em campo do grupo das terapeutas estagiárias, além de vários
momentos de troca de opiniões e discussões a respeito das experiências vividas, em
consonância aos princípios teóricos que fundamentam permanentemente, todo o
serviço prestado.
Os atendimentos foram supervisionados em orientações semanais e em
grupo, de aproximadamente 4 (quatro) horas, onde estagiárias e orientadora
discutiam o andamento da terapia, e a mesma propunha leituras e formulava
encaminhamentos para cada caso específico.
Em seguida, após a bagagem adquirida com o embasamento teórico, deu-se
início ao processo de seleção de cadastros de pacientes, que estão armazenados
nos arquivos da Clínica Escola, onde é possível selecionar cadastros com intuito de
conseguir contatar o paciente para o processo de triagem, realizando o primeiro
contato telefônico com o interessado, obtendo êxito e adquirindo agendamento com
duas pacientes.
Foram atendidas duas (02) pacientes que procuraram atendimento junto ao
Serviço de Atendimento Psicológico (SPA) da Faculdade Pitágoras, tendo suas
fichas de cadastro avaliada e escolhida pela estagiária. As sínteses dos casos serão
descritas aqui, começando pelo primeiro atendimento feito pela terapeuta estagiária,
pois teve um número maior de sessões realizadas e, pode-se através dele, perceber
melhor como se deu o procedimento adotado pela mesma.
15

PACIENTE 1
4.1 Relato Cognitivo de Caso
4.1.1 Histórico do Caso

O primeiro caso descrito, “A”, iniciou o atendimento no dia 12 de abril de


2018, no semestre passado, dando continuidade após o período de férias, com a
mesma Terapeuta Estagiária. A primeira sessão de retorno, ocorreu na data de 25 de
setembro, às 18h. A paciente buscou atendimento por se sentir triste e culpada pelo
falecimento de sua mãe, fato este, que passou a interferir em vários âmbitos de sua
vida. Apresentava como queixas principais crises de ansiedade recorrentes em
diversas situações sociais, assim como mudanças constantes de humor, que serão
descritas ao desenrolar dos relatos.

4.1.1.1 Dados da Identificação


A.C.B.C., 28 anos, sexo feminino, negra, trata-se da caçula de um total de
sete filhos, como consta na figura 1, referente ao Genograma Familiar. Natural do
município de Pinheiro, interior do Maranhão. Atualmente mora com sua tia paterna.
Afirma ter bom relacionamento com apenas quatro de seus irmãos e se encontra
afastada de seu pai, devido, a brigas por herança.

Figura 1: Genograma Familiar do caso A

Recentemente trancou o Curso Técnico de Enfermagem, onde afirma não ter


afinidade com procedimentos que envolvem sangue e anda evitando estar em
16

ambiente hospitalar, seu desejo é retornar ao curso de Psicologia, o qual cursou até
o quinto período, porém, por sua atual situação, precisou trancar.

4.1.1.2 Queixa Principal

De acordo com os dados levantados no processo de triagem e no decorrer da


psicoterapia, a queixa inicial da paciente está relacionada a perda de sua mãe.
Diante disso, relatou insatisfação com a vida e sentimento de inutilidade, choro
constante, revolva e culpa, que a fez ter satisfação em seu isolamento.
Queixa-se de recorrentes sintomas físicos de ansiedade, extrema sensação
de sufocamento, batimentos cardíacos acelerados, calor excessivo, tremores, falta
de apetite e ausência de sono. Mencionou ter bastante medo em diversas situações,
como a falta de ar, de ficar sozinha, de dormir e apresentou medo de iniciar o uso de
medicação indicada por prescrição psiquiátrica, por receio das reações.
Apresentou constante insatisfação com o próprio corpo, acreditando que o
uso da medicação para o sono estava lhe causando aumento de peso, dessa forma,
utilizou-se de remédios para evacuação, horas sem se alimentar e começou a
provocar vômitos na busca de emagrecimento rápido.

4.1.1.3 História da Doença Atual

Após o falecimento de sua mãe, a paciente desenvolveu sintomas do luto


através de depressão leve, ansiedade e indícios de transtorno de personalidade
borderline.
 Sintomas emocionais: tristeza, raiva, ansiedade, culpa, ausência do prazer
e interesse nas relações, solidão, desânimo.
 Sintomas cognitivos: dificuldade de concentração, negativismo,
catastrofização, autocrítica.
 Sintomas comportamentais: afastamento social, esquiva de enfretamentos
desafiadores.
 Sintomas fisiológicos: choro recorrente, distúrbio do sono, perda de
energia, aceleração cardíaca, sensação de sufocamento, sudorese,
tremores, fadiga, incapacidade de relaxar, medo constante.
17

4.1.1.4 História Psiquiátrica

Sua primeira experiência com o acompanhamento psiquiátrico, ocorreu por


iniciativa própria, ao observar os prejuízos em sua vida. No primeiro atendimento, o
médico psiquiátrico prescreveu medicamento para o sono e instabilidade do humor,
como: Mirtazapina e Carbamazepina. Apresentou indicações do CID 10, porém, com
apenas uma certeza, e duas dúvidas diagnósticas de personalidade.
Sugeriu então: F33 – Transtorno Depressivo Recorrente, F60.9 – Transtorno
não especificado da personalidade e F60.3 – Transtorno de Personalidade com
Instabilidade Emocional.

4.1.1.5 História Pessoal e Social

Em sua infância, presenciou muitas brigas de seus pais, o pai apresentando


problemas com álcool, que por vezes usou da violência contra sua mãe, e a esta
mantinha outros relacionamentos fora do casamento.
Após a separação de seus pais, os avós paternos a criaram, dessa forma, a
paciente cresceu acreditando que sua mãe havia lhe abandonado. Completando
seus dozes anos, o seu avô, lhe contou a verdadeira história e a ajudou a encontrar
a sua mãe. Mesmo mantendo contato com a mãe, a paciente continuou morando
com seus avós paternos, o pai constituiu uma nova família e a mãe permaneceu na
capital do Maranhão trabalhando.
A paciente relata que em sua adolescência sofreu por diversas vezes
assédios de seu primo e do marido de sua tia, afirma ter sofrido calada, e a única
vez que contou a alguém, pediram que ela permanecesse em silêncio.
Seus dois irmãos moram em outro estado, mas mantém um relacionamento
próximo mesmo com a distância e suas outras irmãs são mais próximas dela, a
ajudam financeiramente e estão compreensíveis a seu sofrimento.
Atualmente, busca contato com poucos familiares, permanece afastada de
seu pai, sente-se mal pelo afastamento, mas o culpabiliza por toda a situação. Assim
como os familiares, a paciente também apresenta amizade com poucas pessoas e
afirma que poucos entendem sua atual situação. Considera somente seu namorado
como o que realmente a entende e a ajuda em todo seu processo de luto, apesar, de
que muitas das vezes, desconta tudo nele.
18

4.1.1.6 História Médica

A paciente precisou de atendimento médico no começo de setembro, devido


o uso irregular de laxante, com a intensão de emagrecimento rápido, sem prescrição
médica. Ficou internada por dois dias.

4.1.1.7 Verificação do Estado Mental

Apresentou-se sempre em estado de lucidez, bem orientada, porém, com


humor depressivo.

4.1.1.8 Diagnóstico do DSM V

 Eixo I - Transtorno Depressivo Recorrente e Transtorno de Ansiedade


Generalizada.
 Eixo II - Transtorno de Personalidade Borderline.
 Eixo III - Não apresenta.
 Eixo IV - Estressores psicossociais: perda da mãe, afastamento das relações,
dependência financeira.

4.1.2 Formulação de Caso


4.1.2.1 Precipitantes

Os sintomas depressivos da paciente foram precipitados pelo adoecimento e


em seguida o falecimento de sua mãe. Diante do afastamento de suas atividades
para ajudar a mãe, em sua perda, se viu desamparada e sem destino, vivenciando
com raiva, dor e culpa seu luto. A ansiedade, juntamente com seus sintomas físicos,
interferiu na concentração e suas relações sociais, sendo assim, “A” tornou-se
disfórica, agressiva e autocrítica. Contribuindo com seu afastamento de familiares e
amigos.

4.1.2.2 Visão Transversal das Cognições e dos Comportamentos Atuais


19

A problemática atual da paciente configura-se na sua dificuldade em


aceitação da perda da mãe. Ela apresenta muitos comportamentos disfuncionais
acerca de sua vida e ideias catastróficas sobre o futuro. Vivenciando pensamentos e
imagens que conduzem a sentimentos de tristeza e a valorização do isolamento. Em
todas as situações, ela evita possíveis relações e isola-se em seu quarto, pondo-se
a chorar.

4.1.2.3 Visão Longitudinal das Cognições e dos Comportamentos

A paciente sempre teve tendência a sentir-se abandonada, desde a mentira


sobre sua mãe ter ido embora na infância, apesar de ela ter descoberto a verdade e
ter se reaproximado, cultivando um bom sentimento pela mesma. O luto trouxe toda
à tona, o vazio sentido em sua infância, deixado por sua mãe. Suas estratégias
comportamentais compensatórias incluem isolar-se e evitar todo e qualquer evento
familiar e até mesmo, abstém-se de conhecer a família do namorado, pela tristeza
de não ter uma família como a dele. Depois que ficou deprimida, frequentemente
usa a esquiva. Na maior parte do tempo, suas crenças sobre o outro é de perigoso e
incredulidade. Desde a perda da mãe e a briga com o pai, ela acredita que o mundo
não é seguro e instável, recorrendo ao abrigo de seu quarto.

4.1.2.4 Hipótese de Trabalho (Resumo de Conceituação)

Ao longo de sua vida, a paciente percebeu-se desamparada. Em sua


infância, após a separação de seus pais, ela passou a mora com os avôs, lugar este,
em que todos da família; não é pequena, tinham livre acesso na casa,
impossibilitando de ter sua privacidade e sempre um ar dependência que a
incomodava. Posteriormente, “A” teve a ajuda de seu avô para encontrar a mãe, que
morava na capital e ela no interior, e devido a isso, a mesma, permaneceu morando
com os avôs. O que fez, com que a paciente fortificasse suas crenças de perigo
sobre o outro, pois, seu primo e marido da tia, tentaram por várias vezes assediá-la
dentro de casa e para única tia que ela confiou, foi sugerido segredo para sua
própria proteção.
Em seguida, sua mãe retornou ao interior, e elas puderam enfim, conviver
juntas. É possível observar, que historicamente, a paciente apresenta uma forte
20

dependência emocional daqueles com quem ela se relaciona, mesmo, retraindo-se


de eventos e de determinadas relações. Com o adoecimento de sua mãe, a paciente
desprendeu-se de alguns conceitos e até de sua própria vida, para viver em torno de
ajudar sua mãe. Fez muitos planos e acreditou em sua recuperação, mas não foi
possível, e toda a frustação e tristeza de seu luto, só vieram a acrescentar o seu
repertório de desamparo e desvalor.

4.1.3 Plano de Tratamento


4.1.3.1 Lista de Problemas

1. Falecimento da mãe.
2. Sensação de perseguição.
3. Excessivos sintomas físicos de ansiedade.
4. Afastamento de familiares e amigos.
5. Ausência do pai.
6. Falta de concentração.
7. Preocupação com o futuro.
8. Falta de assertividade.
9. Isolamento.
10. Problemas com o atual peso.
11. Dependência financeira

4.1.3.2 Lista de Objetivos

1. Reduzir crises de ansiedade


2. Encontrar formas saudáveis de emagrecimento
3. Desenvolver habilidades de assertividade
4. Ensinar ferramentas cognitivas básicas: registro de pensamento, modelo
cógnito, Psicoeducação.
5. Aceitação sobre o processo de luto.
6. Encontrar formas para uma vida social ativa.

4.1.3.3 Plano de Tratamento


21

Trata-se de reduzir os sintomas depressivos e da ansiedade da paciente,


auxiliando na identificação e na resposta de seus pensamentos disfuncionais,
especialmente aqueles que são ligados às crenças sobre o outro e ao seu processo
de luto. Incentivar formas saudáveis para o emagrecimento desejado, organizar
programações de atividades, com o objetivo de sair do isolamento. Desenvolver
habilidades de assertividade por meios de exercícios e modificação de crenças.
Por meio das primeiras sessões e de todo o processo terapêutico, foi
possível observar que a paciente apresentava indicativos ao diagnóstico de
depressão leve, baseado em seu atual processo de luto, colaborando com as
concepções de Beck, a paciente mostrava ter crenças de desvalor e pensamentos
automáticos negativos. Levantando a hipótese diagnostica de Transtorno de
Ansiedade Generalizada (TAG) e Transtorno Depressivo Recorrente.
Durante o processo de atendimento psicoterápico, a paciente foi avaliada por
meio de alguns critérios específicos da triagem clínica e mensuração semanal
através do Inventário de Beck de Depressão (BDI-II) e o Inventário de Ansiedade
(BAI), onde apresentou nível leve de depressão e níveis elevados de ansiedade
considerando 50 um índice grave. Alcançando o objetivo de verificar a intensidade
dos sintomas da paciente.
Conforme coloca Rangé (2001b), as técnicas cognitivas, amplamente
utilizadas pela estagiária nas sessões, consistem em identificar, testar na realidade,
e corrigir crenças e pensamentos automáticos negativos.
Nessa perspectiva, para o plano de tratamento ainda em processo de triagem,
foi necessário desenvolver estratégias de intervenções Cognitivo-Comportamental.
Como a Psicoeducação, que é um recurso importante no processo psicoterápico e
foi o pontapé inicial nesse processo. O que permitiu trabalhar a aprendizagem e
conscientização sobre a utilização do medicamento para sua qualidade de sono e
quanto aos sintomas da ansiedade. Assim como o Registro dos Pensamentos
Disfuncionais, que RANGÉ (2001b) defini que é uma proposta para que os pacientes
anotem todos os seus pensamentos disfuncionais associados com seus estados de
disforia para posterior análise ou para que o próprio paciente tente reestruturá-los.

4.1.4 Curso do Tratamento


4.1.4.1 Relação Terapêutica
22

A paciente aderiu facilmente ao tratamento, houve desde o início uma


identificação e vínculo estabelecido, que favoreceu todo o processo e contribuiu para
que pudesse fluir de forma harmoniosa o trabalho entre terapeuta e paciente.

4.1.4.2 Intervenções/Procedimentos

1. Fora repassado a paciente ferramentas cognitivas para identificar e


responder aos seus pensamentos disfuncionais;
2. Psicoeducação para promover conhecimento acerca de seus sintomas e
tratamento para depressão e ansiedade;
3. Uso de Técnicas de Respiração, para controle de sintomas fisiológicos;
4. Utilização de Inventário de Beck de Depressão (BDI-II) e o Inventário de
Ansiedade (BAI);
5. Programação sobre soluções de problemas acerca do futuro;
6. Exercícios de gratidão e cartinha para sua mãe;
7. Execução de role-plays para ensinar assertividade;
8. Desempenho no trabalho do aqui e agora;
9. Elaboração de cartão de enfretamento.

4.1.4.3 Obstáculos
Inicialmente tentava resistir, mas sempre aderia ao processo do tratamento.

4.1.4.4 Resultados

Frente às etapas do tratamento, observa-se que após o questionamento dos


pensamentos e crenças distorcidas, aplicação das escalas de Beck e demais
exercícios como reestruturação cognitiva, a paciente no final das sessões, já
apresentava humor menos deprimido, com maior esperança sobre seu futuro,
comportamento mais funcional, com maior aceitação com relação à morte de sua
mãe, assim como uma redução significativa aos sintomas físicos de ansiedade,
obteve modificação acerca da culpa e raiva e medo de dormir. A paciente atravessou
algumas recaídas e passou por estágios de tristeza diante de datas importantes, o
que é compreensível, pois as lembranças e o amor serão eternos.
23

4.1.5 – Síntese dos Atentimentos


1ª sessão
Objetivo: Avaliação inicial.
Conteúdo da sessão: Retorno das férias, estabelecimento de vinculo, escuta qualificada,
acolhimento de novas queixas, elaboração de metas e motivação para tratamento.

2ª sessão
Objetivo: Primeira sessão: discussão de hipótese diagnostica/crenças, Psicoeducação.
Conteúdo da sessão: Verificação de humor: depressão 14 e ansiedade 48; Psicoeducação
acerca dos sintomas depressivos e ansiosos, especialmente com a interpretação catastrófica
da falta de ar; Modelo cognitivo diante da atual situação financeira. Tarefa de casa:
Registro dos Pensamentos Disfuncionais e Respiração Diafragmática.
3ª sessão
Objetivo: Segunda sessão: Acolhimento frente a aproximação da data de finados
Conteúdo da sessão: Verificação de humor: depressão 18 e ansiedade 40; Identificação das
distorções cognitivas relacionadas ao luto; ajudar a paciente a reconhecer a perda. Tarefa
de casa: Respiração 1x por dia, RPD, Cartinha para mãe, Desafio da beleza.
4ª sessão
Objetivo: Resolução de problemas pendentes entre a paciente e as tarefas de casa.
Acolhimento frente a tristeza do dia de finados
Conteúdo da sessão: Verificação de humor: depressão 21 e ansiedade 39; realização de
todas as tarefas, Reforçamento acerca da aceitação de proposta de emprego; demonstrou
pela primeira vez preocupação e desejo de reconciliação com o pai. Tarefa de casa:
Caderno de gratidão e Projeto de vida.
5ª sessão
Objetivo: Investir em novos objetivos de vida e relações.
Conteúdo da sessão: Verificação de humor: depressão 18 e ansiedade 30; questionamento
frente ao novo trabalho, resolução de problemas, reorganização de atividades. Tarefas de
casa: Projeto de vida integral, diário do eu e Cartão de enfrentamento.
6ª sessão
Objetivo: Avaliar os atendimentos anteriores e preparar para alta.
Conteúdo da sessão: Verificação de Humor: depressão 14 e ansiedade 25; resolução de
problemas, projetos de vida, emprego novo, avaliação das escalas aplicadas. Tarefas de
casa: Cartão de enfrentamento, Modelo cognitivo.
4.1.6 Diagrama de Conceituação
NOME: Adriana de Cássia Brito Costa. DATA: 15 / novembro / 2018.
24

DADOS RELEVANTES DA INFÂNCIA/HISTÓRIA DE VIDA


Filha caçula de 6 filhos; Pais separados desde de os seus 3 anos de idade.
Passou a infância acreditando que sua mãe havia abandonado. Foi criada pelos avós paternos.
Apresentou depressão em 2016.
Adoecimento da mãe as aproximaram. Deixou seus estudos para ajudar no tratamento da mãe.
Falecimento da mãe.

CRENÇAS CENTRAIS

“A minha família é uma droga.”


“Sou inútil, não ajudei minha mãe.” (Desvalor)
“Tudo que tento fazer, dá errado.”

CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS

“E se não der conta de viver sozinha?”


“Deveria ser mais presente na vida do meu namorado.”

ESTRATÉGIAS COMPENSATÓRIAS
Evita as pessoas para não falar sobre sua perda.

SITUAÇÃO 1 SITUAÇÃO 2 SITUAÇÃO 3


Falecimento da Mãe Aniversário surpresa da Desaparecimento do pai por
cunhada. 24h.

PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS


E se eu não der conta de viver A família deles é tão linda e a Deveria estar lá para ajudar.
sozinha? minha é uma droga. Vou ser julgada.

SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A


Sou uma inútil. Sou inadequada Desvalor.

EMOÇÃO EMOÇÃO EMOÇÃO


Culpa, raiva, tristeza. Tristeza. Raiva, culpa, vergonha.

COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO


Se isola. Evita as pessoas. Evita conhecer a família do Chora e desconta na comida.
namorado.

PACIENTE 2
4.2 Relato Cognitivo de Caso
4.2.1 Histórico do Caso
25

O segundo caso descrito, “AG”, iniciou o atendimento no dia 19 (dezenove) de


outubro do ano corrente, às 16 (dezesseis) horas. A mãe da paciente buscou ajuda
psicoterápica, afirmando isolamento e falta de alimentação da mesma,
transparecendo preocupação com a atual situação da filha. A princípio, a paciente
não pretendia aderir ao tratamento, mas ao decorrer dos atendimentos, houve um
interesse significativo nas atividades e principalmente nos resultados, que serão
descritos no desenrolar dos relatos.

4.2.1.1 Dados da Identificação

A.G.S.T., 15 anos, sexo feminino, branca, trata-se da primeira filha de um total


de 2 filhas, como consta na figura 2, referente ao Genograma Familiar. Natural da
capital São Luís do Maranhão. Atualmente reside apenas com sua mãe, não chegou
a conhecer seu pai biológico, e sua irmã mora com a avó materna, que mora ao lado
de sua casa. Apresenta muitas queixas de brigas com a irmã caçula, insatisfação
com a dependência financeira da avó e superproteção de sua mãe. A única
referência masculina, foi o avô, que em sua infância, foi assassinado, causando
prejuízos até com sua ausência. A adolescente está no ensino médio. Interessa-se
pela leitura e escrita, participa do coral da igreja e tem poucos amigos.

Figura 2: Genograma Familiar do caso AG

4.2.1.2 Queixa Principal

A princípio, a paciente apresentou surpresa por estar no ambiente


psicoterápico, devido, sua mãe a levar em segredo, com medo de sua reação. A
queixa principal ocorreu por parte da mãe da paciente, que trouxe o forte isolamento
26

e falta de alimentação da filha, como sua maior preocupação, e solicitava a ajuda


profissional.

4.2.1.3 História da Doença Atual

 Sintomas emocionais: tristeza, solidão, vazio, ansiedade, culpa, desânimo,


perda do prazer e interesse nas relações.
 Sintomas cognitivos: pessimismo, dificuldade de concentração e tomada de
decisões, catastrofização leve, autocrítica.
 Sintomas comportamentais: afastamento social, esquiva de situação que
precisa falar em público (falar com o professor, com os colegas de sala,
apresentar trabalhos, fazer um solo sozinha na igreja).
 Sintomas fisiológicos: distúrbio do sono, perda de energia, choro frequente,
inquietude, diminuição de apetite, incapacidade de relaxar.

4.2.1.4 História Psiquiátrica

A paciente não possui história psiquiátrica.

4.2.1.5 História Pessoal e Social

A rede familiar da paciente, resume-se a mãe, irmã caçula e a avó materna.


Considera apenas a mãe como sua amiga, quem ela requer para tudo, apesar de
alegar superproteção. O avô materno era sua maior figura paterna, era a pessoa que
ela mais confiava, pois, ele que cuidava dela, enquanto a mãe trabalhava, perdê-lo
foi a situação mais difícil já enfrentada em sua vida. A relação com a irmã e a avó é
bastante conflituosa, devido a avó recriminá-la a maior parte do tempo, poucas
vezes se falam ou se procuram, gerando crenças na adolescente de desamor e
desvalor.
A paciente revela que no início, teve uma infância feliz com muitas
brincadeiras e vida leve de qualquer criança, até a perda de seu avô. A partir desse
momento, a adolescente passou por vários problemas de saúde, onde precisou de
muitas internações e afirma ter perdido o melhor da infância. Além das
27

hospitalizações, a paciente passou por 3 (três) psicoterapeutas diferentes até chegar


na clínica-escola.
É uma excelente aluna, com boas notas, entretanto, manifesta medo ao falar
em público, e muitas vezes, perde nota por abdicar realizar as apresentações de
trabalho na frente de todos, ou então, dorme nas aulas, evitando contato com os
demais da turma, acreditando que as pessoas possam rir dela.

4.2.1.6 História Médica

A paciente apresentou problemas respiratórios, logo após a perda de seu


avô, como Pneumonia e Asma, que a levaram passar meses internada, assim como,
a manifestação de Hanseníase. Causando excesso de cuidados por parte da mãe e
a busca por isolamento da adolescente.

4.2.1.7 Verificação do Estado Mental

Apresentou-se em estado de lucidez, bem orientada, porém, com humor


depressivo.

4.2.1.8 Diagnóstico de DSM V

 Eixo I – Transtorno Depressivo Maior


 Eixo II – Não identificado.
 Eixo III – Problemas respiratórios: Asma e Pneumonia.
 Eixo IV – Estressores psicossociais: dependência financeira da avó, perda do
avô, baixa autoestima, insatisfação com o próprio corpo.

4.2.2 Formulação de Caso


4.2.2.1 Precipitantes

Os sintomas depressivos da paciente foram precipitados pela perda de seu


avô, sua única figura paterna e por diversas desavenças com a avó. A fobia social
interferiu consideravelmente nas relações sociais, tornando-se autocrítica e disfórica.
28

À medida que foi se afastando das atividades escolares e de manter as relações, a


ausência de estímulos positivos só contribuíram para o seu humor deprimido.

4.2.2.2 Visão Transversal das Cognições e dos Comportamentos Atuais

A problemática atual da paciente configura-se na sua insatisfação com a


imagem corporal. Ela apresenta uma ideia de inadequação de si mesma muito
enraizada. Vivenciando pensamentos e imagens que a conduzem a sentimentos de
tristeza e a valorização do isolamento. Expressa pensamentos automáticos de “eu
sou um lixo”; “sou inadequada”; “não sou digna de ser amada”; “eu sou feia, gorda”,
apresentando humor deprimido, ansiosa e culpa-se pelo excesso de peso; que não
possui, demonstrando distorção de imagem. Em todas essas situações, ela evita
possíveis relações e isola-se em seu quarto, pondo-se a chorar.

4.2.2.3 Visão Longitudinal das Cognições e dos Comportamentos

De acordo com o histórico da paciente, observa-se que existe uma tendência


a sentir-se abandonada e insegura, devido, nunca ter conhecido seu pai biológico, a
perda de seu avô; sua única figura paterna, dependência forte por parte da mãe e
uma aparente rejeição da avó e sua irmã. Suas estratégias comportamentais
compensatórias incluem isolar-se e evitar todo e qualquer evento familiar e até
mesmo, esquiva-se de falar com sua avó e irmã. Depois que ficou deprimida,
frequentemente usa a esquiva. Na maior parte do tempo, suas crenças sobre o outro
é de perigoso, pois, acredita que as pessoas vão rir dela, muito embora, seja
inteligente e possui uma linda voz para o canto. Desde a perda do avô; seu maior
incentivador, ela acreditou que o mundo não é seguro e instável, recorrendo abrigo a
seu quarto.

4.2.2.4 Hipótese de Trabalho (Resumo da Conceituação)

Ao longo de sua história de vida, a paciente sentiu-se abandonada. Nunca


conheceu seu pai biológico e a mãe sempre precisou ser a provedora sozinha da
casa e de duas crianças, que, diante disso, passou muito tempo fora em sua
infância. A sua maior referência emocional foi o avô materno, quem cuidava e
29

brincava com ela, enquanto a mãe estava fora. Gerando, desconforto por parte da
avó, que desde de pequena sempre teve mais ligação com sua irmã caçula e deixou
sempre claro sua preferência.
A perda do avô, foi o seu maior golpe, a partir daí a paciente desconfigurou
todos os âmbitos de sua vida. Apresentando problemas de saúde, resultando em
várias internações hospitalares, devido, a tratamentos de Pneumonia, crises de
Asma e Hanseníase. Juntamente, com serviços psicoterápicos, com intuito de
amparar as demandas da adolescente e de sua mãe.
Nessa perspectiva, a insegurança e a desvalorização da autoimagem,
tornaram seu guia, estabelecendo conforto no isolamento e afastamento das
relações pessoais. Exercendo um papel ativo, a união fortalecida entre humor triste
grave e sintomas de ansiedade, que só vieram a acrescentar o seu repertório de
desamparo e desvalor.

4.2.3 Plano de Tratamento


4.2.3.1 Lista de Problemas

1. Isolamento;
2. Provocar vômitos;
3. Evitar se alimentar;
4. Retraimento social;
5. Passar muito tempo no quarto.

4.2.3.2 Lista de Objetivos

1. Diminuir autocrítica;
2. Ensinar ferramentas cognitivas, registro de pensamentos e modelo
cognitivo, etc.
3. Reduzir indução de vômitos;
4. Diminuir tempo no quarto;
5. Conscientização acerca de uma alimentação saudável.

4.2.3.3 Plano de Tratamento


30

O plano terapêutico fora conduzido a motivações para o tratamento, tais


como, avaliar as crenças de inutilidade e desamparo da paciente, seu isolamento
social, o humor depressivo, a indução de vômitos, insatisfação com o corpo, assim
como, estabelecer a aliança terapêutica e realizar a educação da paciente sobre o
transtorno e sobre o modelo da Teoria Cognitivo-Comportamental.
Por meio das primeiras sessões e de todo o processo terapêutico, foi
possível observar que a paciente apresentava indicativos ao diagnóstico de
depressão grave, baseado na sematologia e nos resultados do Inventário de
Depressão de Beck, a paciente manifestava crenças de desvalor e desamparo, com
pensamentos automáticos negativos. Levantando a hipótese diagnóstica de
Transtorno Depressivo Maior.
Durante o processo de atendimento psicoterápico, a paciente foi avaliada por
meio de alguns critérios específicos da triagem clínica e mensuração semanal
através do Inventário de Beck de Depressão (BDI-II) e o Inventário de Ansiedade
(BAI), onde apresentou níveis elevados considerando 40 um índice grave de
depressão e nível leve de ansiedade. Alcançando o objetivo de verificar a
intensidade dos sintomas da paciente.
Segundo Beck e Knapp (2008), para preparar um plano de tratamento, uma
conceitualização cognitiva individual é extremamente útil, uma vez que guia as
intervenções terapêuticas, e é considerado como um trabalho permanente no
decorrer do tratamento. À medida que novos dados clínicos importantes são trazidos
para a terapia, a conceitualização cognitiva será alterada e atualizada, conforme
necessário, enquanto o tratamento evolui.
A psicoeducação sobre o transtorno e sobre o modelo de tratamento foi
parte fundamental do processo, pois ajudou a paciente a reconhecer indícios e
sintomas do transtorno, tendo inicialmente um caráter informativo; contudo, ao longo
da terapia, a psicoeducação possuiu caráter formativo, pois as informações
recebidas inicialmente passaram a exercer papel mais consistente para o paciente.

4.2.4 Curso do Tratamento


4.2.4.1 Relação Terapêutica
31

A paciente aderiu facilmente ao tratamento, houve desde o início uma


identificação e vínculo estabelecido, que favoreceu todo o processo e contribuiu para
que pudesse fluir de forma harmoniosa o trabalho entre terapeuta e paciente.

4.2.4.2 Intervenções/Procedimentos

1. Fora repassado a paciente ferramentas cognitivas para identificar e


responder aos seus pensamentos disfuncionais;
2. Psicoeducação para promover conhecimento acerca da indução de vômitos
e quais os seus prejuízos a saúde;
3. Uso de Técnicas de Respiração, para controle de sintomas fisiológicos;
4. Utilização de Inventário de Beck de Depressão (BDI-II) e o Inventário de
Ansiedade (BAI);
5. Aplicação do Baralho das emoções;
6. Realização de role-play para ensinar assertividade.

4.2.4.3 Obstáculos

Inicialmente, a paciente não queria aderir ao tratamento, mas ao estabelecer


uma boa relação terapêutica e no decorrer das sessões, houve total interação por
parte da adolescente.

4.2.4.4 Resultados

Frente aos obstáculos encontrados ao longo das sessões, gradualmente


houve o devido estabelecimento de vínculo, visto que, a paciente tinha fortes
crenças sobre desconfiança sobre o outro. A paciente desarmou-se e passou a
aderir ao tratamento, mesmo que com pouco tempo de atendimentos restantes.
Concluindo apenas, o processo de triagem e chegando ao possível diagnóstico e ao
seu tratamento.

4.2.5 – Síntese dos Atendimentos


32

1ª sessão
Objetivos: Avaliação inicial.
Conteúdo da sessão: Estabelecimento de vínculo, anamnese, acolhimento de queixas.

2ª sessão
Objetivos: Continuação da avaliação inicial.
Conteúdo da sessão: Continuidade na anamnese, conversa com a mãe separadamente,
acolhimento de demandas da mãe, adquirir confiança da paciente, estabelecimento de
metas.
3ª sessão
Objetivos: Primeira sessão: levantamento de hipótese diagnosticas/crenças, Psicoeducação
acerca de provocar vômitos.
Conteúdo da sessão: Verificação de humor: depressão 40 e ansiedade 21; Pauta: atividade
do Baralho das Emoções; Aplicação de escalas de Beck; vinculo estabelecido.
4ª sessão
Objetivos: Psicoeducação sobre depressão.
Conteúdo da sessão: Tristeza acerca de situação na recepção, paciente chorou bastante, não
aderiu as atividades da sessão. Tarefas de casa: Técnica de Respiração e RPD.

4.2.6 Diagrama de Conceituação


NOME: Áurea Gabriele da Silva Teixeira. DATA: 15 / novembro / 2018.

DADOS RELEVANTES DA INFÂNCIA/HISTÓRIA DE VIDA


Filha mais velha; pouca atenção da família.
Nunca conheceu o pai biológico.
Morte de seu avô - Perda da sua referência paterna.
Muitas internações médicas na infância: problemas respiratórios.
Insatisfação com o corpo.
Rejeição da avó.
33

CRENÇAS CENTRAIS
“Eu sou um lixo.”
“Não sou digna de ser amada.”
“Sou inadequada.”
“Estou cansada de lutar.”
“No meu quarto estou segura.”

CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS

“Se me apresentar em público, as pessoas vão rir de mim.”


“Se eu evitar outras pessoas, ficarei bem.”
“Preciso do corpo perfeito, assim serei aceita.”

ESTRATÉGIAS COMPENSATÓRIAS
Esquiva-se e evita falar em público. Desconta tudo na comida.

SITUAÇÃO 1 SITUAÇÃO 2 SITUAÇÃO 3

Semana da poesia na escola. Mãe insistindo para comer. Corte de cabelo.

PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS


“Se eu ler no palco, as pessoas “Se eu comer, jamais terei o “Já sou feia, e agora estou
vão rir de mim.” corpo que preciso.” parecendo um menino.”

SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A SIGNIFICADO DO P.A


Sou vulnerável/fraca. Sou incapaz. Sou inadequada.

EMOÇÃO EMOÇÃO EMOÇÃO


Vergonha, tristeza. Culpa, tristeza. Raiva, tristeza, arrependimento.

COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO


Choro compulsivamente e Faz a vontade da mãe, mas Evita sair de casa. Se isola. Briga
desisto de me apresentar. provoca o vômito logo depois. com a mãe.

5 AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A vivência no campo de estágio foi de suma importância para a aquisição de


novos conhecimentos, buscando extrair o máximo das experiências vividas para a
formação em psicologia, destacando o papel do psicólogo como mediador e
promotor de saúde e de compreensão.
Percebe-se na prática a importância de desenvolver a relação terapêutica e
acolhimento adequado, os desafios, a ética; que por sua vez é primordial para o bom
34

desempenho profissional. Observações e considerações que só vieram a


acrescentar na formação acadêmica, ocasionando impacto positivo, sobretudo nas
construções subjetivas que se fez em relação ao sofrimento do outro.
O Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral – SPA, proporcionou
experiências surpreendentes, mostrando-se preparado a receber e amparar os
estagiários, assim como a orientação da Prof. Ma. Elba Celestina do Nascimento Sá
sempre disposta a sanar as dúvidas, com zelo e esforço em tudo que proporcionava,
como disponibilizar materiais teóricos e práticos, buscando ajudar no decorrer das
experiências em campo.
A metodologia embasada na abordagem Terapia Cognitivo-Comportamental,
permitiu a compreensão integrada do sofrimento das pessoas e instrumentalizou a
prática clínica desenvolvida pela estagiária.
As pessoas atendidas relatavam, em geral, uma leve melhora pelo simples
fato de terem sido ouvidas com atenção e respeito. Gerando reconhecimento e
habilidades terapêuticas que os estagiários precisam adquirir para obter um bom
desempenho profissional.
Ao confrontar idealizações pessoais com a realidade que se apresentava, foi
possível perceber o quanto nos sentimos vulneráveis frente ao sofrimento do outro,
e como esse sentimento desperta a necessidade de colaborar para sua redução,
principalmente quando acreditamos possuir os caminhos para fazê-lo.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência do estágio de Psicologia na prática clínica, com embasamento


teórico em Terapia Cognitivo-Comportamental, permitiu adquirir muitos
conhecimentos práticos que só vieram a acrescentar o repertório acadêmico ao
longo do curso de Psicologia. É relevante ressaltar a importância da extensão de
conhecimentos que nos foram ofertados, tanto na supervisão, quanto o aprendizado
35

majestoso vivenciado no Serviço de Psicologia Aplicada Professor João Cabral –


SPA.
Cada momento foi vivenciado de forma positiva e todo o processo foi de
grande importância, pois é justamente o espaço que vai capacitar o acadêmico a
possuir uma postura crítica e reflexiva, constituindo um momento único para a sua
formação profissional. Proporcionando ao acadêmico sua inserção na prática
profissional e possibilitando entrar em contato com uma realidade concreta e
contraditória.
A experiência em campo contribuiu para nos deparar com fenômenos
comportamentais, antes somente estudados nas teorias, o que, permitiu, dentre
muitas coisas, constatar a aplicabilidade da Terapia Cognitivo-Comportamental, tanto
no que se refere ao embasamento teórico, como na empregabilidade de técnicas
específicas, o que fez com que se averiguasse a eficácia das mesmas por diversas
vezes.
Finalmente, a experiência em Psicologia Clínica foi extremamente valiosa,
mostrando que psicólogos, enquanto cientistas do comportamento, devem eles
mesmos, colocar sempre à prova seus conhecimentos, suas crenças, pensamentos
e hipóteses a priori, no intuito de constantemente buscarem a atualização teórica e
prática, devendo ainda, sempre estar buscando meios de compreender de forma
mais clara e efetiva os fenômenos que ocorrem a sua volta; as relações entre os
indivíduos e o meio, visando, com isso, proporcionar um aumento da qualidade de
vida para aqueles que o procuram.

REFERÊNCIAS

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Barreto da. Conhecimento, habilidades e atitudes em TCC: percepção de
terapeutas iniciantes. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, Rio de Janeiro, v.
7, n.1, p.21-29, jun. 2011. Disponível em: <http:// pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1808-56872011000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:
02 junho 2018.
36

BARRETO, Mariana Cardoso; BARLETTA, Janaina Bianca. A supervisão de


estágio em psicologia clínica sob as óticas do supervisor e do
supervisionando. Cadernos de graduação: Ciências Biológicas e da Saúde, v.12, n.
12, p. 155-171. 2010.

BECK, Judith. TERAPIA Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. 2ª ed. Porto


Alegre: Artmed, 2013.

BECK, Aaron; ALFORD, Brad. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto


Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

BECK, Aaron T... [et al.]. Terapia Cognitiva da Depressão. Trad. Sandra Costa.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1997a.

BITONDI, Fernanda Rizzi, SETEM, Juliana. A Importância das habilidades


terapêuticas e da supervisão clínica: uma revisão de conceitos. Revista Uniara,
n. 20, p.203-212. 2007.

BRITO, Sandra. Psicologia Clínica – Procura de uma Identidade. Revista do


serviço de Psiquiatria do Hospital Fernando Fonseca, 2008.

CABALLO, Vicente E. Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do


Comportamento. São Paulo: Livraria Santos Editora Com. Imp. Ltda., 1996.

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ANEXOS

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