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Enquadramento Geológico

1.2 – ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

Os afloramentos estudados repartem-se por dois sectores do Norte de Portugal,


distintos não só do ponto de vista geográfico, como também do ponto de vista geológico
(Fig. 1).

Fig. 1 – Enquadramento dos sectores estudados nas unidades morfostruturais da Península Ibérica e nas
zonas definidas no Maciço Hespérico (adaptado de Julivert et al., 1974; Ribeiro et al.,1979; Farias et al.,
1987). (1) – Sector NW; (2) – sector NE de Portugal.

A parte ocidental da Península Ibérica é constituída por unidades geológicas do


Maciço Hespérico, o segmento Ibérico da cadeia hercínica (Julivert et al., 1974). As zonas
geotectónicas do Maciço Hespérico inicialmente definidas por Lotze (1945) foram,
posteriormente, modificadas por Julivert et al. (1974) e Ribeiro (1974) que,
essencialmente, reconheceram a Zona Centro Ibérica e a Sub-zona Galiza Média-Trás-os-
Montes e alteraram a posição dos limites das zonas. Mais recentemente, Ribeiro et al.
(1987) consideram existir 4 terrenos distintos no Maciço Hespérico:
Terreno Ibérico – constituído por unidades essencialmente autóctones, integrando
elementos internos imbricados parautóctones.

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Enquadramento Geológico

Terreno Ofiolítico Setentrional – constituído por terrenos oceânicos, exóticos em


relação ao Terreno Ibérico, presentes na base dos mantos alóctones do NW da Zona Centro
Ibérica e no sector do Pulo do Lobo.
Terreno Alóctone Continental – representado pelo topo dos mantos alóctones nos
complexos do NW da Zona Centro Ibérica.
Terreno Sul Português – Terreno continental suspeito, separado do Terreno Ibérico
pela unidade oceânica do Pulo do Lobo (Ribeiro et al., 1987; Ribeiro et al., 1990;
Marques, 1994).

1.2.1 – Região do Minho


A região do Minho, no NW de Portugal, insere-se no Terreno Ibérico do Maciço
Hespérico e em termos litológicos é, predominantemente, constituído por granitóides
hercínicos e metasedimentos paleozóicos (Ribeiro et al., 1979). Sobre estas litologias
ocorrem, na área emersa, as unidades cenozóicas continentais, alvo do presente estudo,
geradas na dependência de sistemas fluviais, e outras relacionadas com ambientes litorais,
representadas por depósitos de terraços marinhos e depósitos eólicos.
Os depósitos cenozóicos da região minhota situam-se, essencialmente, nas bacias de
drenagem dos principais rios (Minho, Lima e Cávado) e respectivos afluentes (Fig. 2). Tem
sido admitida a relação destes depósitos com o encaixe dos rios minhotos, não só durante o
Quaternário mas, também, durante o Terciário (Alves & Pereira, 2000).
Os depósitos fluviais do rio Minho assentam, na região de S. Pedro da Torre, sobre
diversas unidades. Em termos gerais, podem observar-se dois tipos distintos de rochas
granitóides, nomeadamente o ortognaisse da Gandra, possivelmente pré-orogénico, de
idade câmbrica e os granitóides sinorogénicos de duas micas Sin-F3 (Ferreira et al., 1987).
Os depósitos do rio Cávado, maioritariamente localizados na margem direita,
preenchem uma bacia com estrutura em graben, localizada na região de Prado (Sta. Maria)
- Vila Verde, encaixada em metassedimentos do Paleozóico e granitos hercínicos (Ferreira
et al., 2000).

1.2.2 – Região de Trás-os-Montes Oriental


A geologia do nordeste transmontano é complexa, tendo como aspecto mais saliente
o cavalgamento do domínio Transmontano ou Alóctone do NW Ibérico sobre o domínio do
Douro Inferior ou Autóctone, colocando em sobreposição os terrenos da Sub-zona Galiza
Média – Trás-os-Montes sobre as Zonas Centro Ibérica e Galiza Oriental (Ribeiro, 1974;
Ribeiro et al., 1990) (Fig. 3).

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Enquadramento Geológico

Fig. 2 – Geologia simplificada do sector NW


de Portugal (adaptado da Carta Geológica de
Portugal na escala 1: 500.000, Oliveira et al.,
1992). Localização dos afloramentos
estudados:
1 – S. Pedro da Torre;
2 – Prado.

Fig. 3 - Geologia simplificada


do sector NE de Portugal. Os
afloramentos cenozóicos estão
representados sobre as grandes
unidades estruturais do
substrato hercínico (adaptado
de Pereira, 2000). Indicam-se
os perfis amostrados nesta
região:
1 – Perfil de Vale Álvaro;
2 – Perfil do Modelo de
Bragança;
3 – Perfil de Sendim;
4 – Perfil de Salselas;
5 – Perfil de Mirandela.

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Enquadramento Geológico

As bases da sequência do autóctone foram inicialmente definidas por Ribeiro


(1974) e posteriormente modificadas e revistas por Meireles et al. (1995), Meireles (1997),
Ribeiro & Pereira (1997), sendo possível definir a seguinte sucessão característica:
- Complexo gneíssico de Miranda do Douro que compreende os paragneisses
geralmente ocelados Olho de Sapo que se sobrepõem aos ortogneisses pré-câmbricos.
- Grupo do Douro (Câmbrico), muito espesso e monótono.
- Ordovícico, constituído por bancadas quartzíticas, com alternância de xistos para
o topo e níveis de ferro intercalados, às quais se segue uma sequência monótona de xistos
carbonosos.
- Silúrico, constituído por uma sequência meta-sedimentar complexa, com
manifestações vulcânicas e predomínio de xistos.
- Devónico de fácies flyschóide de argilitos na base e grauvaques para o topo.
O Alóctone é constituído por um empilhamento de quatro mantos principais
(Iglésias et al., 1983; Ribeiro, 1974; Ribeiro et al., 1990; Marques, 1994; Meireles, 2000):
- Terreno Alóctone Continental (TAC), ou complexo alóctone superior, constituído
por rochas com alto grau de metamorfismo, de idade pré-câmbrica, carreadas no topo do
ofiolito;
- Complexo Alóctone Intermédio ou Ofiolítico que, juntamente com o TAC,
corresponde aos Maciços de Bragança e de Morais (Ribeiro, 1974);
- Complexo Alóctone Inferior, caracterizado pela abundância de manifestações
vulcânicas e pela presença de fácies especiais (xistos cor de vinho) (Ribeiro, 1974);
- Complexo Parautóctone, que inclui, principalmente, metassedimentos (filitos,
quartzitos, grauvaques, cherts) com afinidades paleogeográficas com o Autóctone.
Na região em estudo ocorrem, também, granitóides, que constituem uma das fontes
alimentadoras de uma parte dos depósitos cenozóicos que preenchem depressões tectónicas
ou se dispõem, na forma de mantos, sobre o substrato, constituído pelas formações
paleozóicas e pré-câmbricas e pelos granitóides hercínicos.

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