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Formação OCC

Aspetos práticos da contabilidade para


as pequenas entidades

SEG 0318

AVELINO AZEVEDO ANTÃO


ARMANDO TAVARES
JOÃO PAULO MARQUES
1.Introdução

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 2
1.Introdução

junho de 2013 - publicada a Diretiva 2013/34/UE, do Parlamento Europeu


e do Conselho, relativa às demonstrações financeiras anuais, às
demonstrações financeiras consolidadas e aos relatórios conexos de certas
formas de empresas, que altera a Diretiva 2006/43/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho e revoga as Diretivas 78/660/CEE e 83/349/CEE do
Conselho (4.ª e 7.ª Diretivas).

Junho de 2015 - A transposição para o ordenamento nacional da Diretiva


2013/34/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013,
foi concretizada com a publicação do Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de
junho.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 3
1.Introdução

O Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho veio introduzir no Sistema de


Normalização Contabilística (SNC) as alterações consideradas indispensáveis
para garantir a sua conformidade com a Diretiva n.º 2013/34, de 26 de
junho, dentro das opções aí permitidas aos Estados membros, sendo
consequentemente alteradas as portarias e os avisos relativos aos
instrumentos contabilísticos que compõem o SNC.

As alterações são aplicáveis aos períodos que se iniciem em ou após 1 de


janeiro de 2016.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 4
1.Introdução

• Neste âmbito foram publicados os seguintes instrumentos legais:

- Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, que transpõe para a ordem


jurídica interna a Diretiva n.º 2013/34/UE;

- Portaria n.º 218/2015, de 23 de julho, aprova o Código de Contas;

- Portaria n.º 220/2015, de 24 de julho, aprova os modelos de


demonstrações financeiras para as diferentes entidades que aplicam o
SNC;

- Aviso n.º 8254/2015, de 29 de julho, publica a Estrutura Conceptual;

- Aviso n.º 8255/2015, de 29 de julho, publica a Norma Contabilística


para Microentidades;

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 5
1.Introdução

• Neste âmbito foram publicados os seguintes instrumentos legais:

- Aviso n.º 8256/2015, de 29 de julho, publica as Normas


Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF);

- Aviso n.º 8257/2015, de 29 de julho, publica a Norma Contabilística


e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE);

- Aviso n.º 8258/2015, de 29 de julho, publica as Normas


Interpretativas;

- Aviso n.º 8259/2015, de 29 de julho, publica a Norma Contabilística


e de Relato Financeiro para Entidades do Setor não Lucrativo
(NCRF-ESNL).

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1.Introdução

• Em 21 de setembro de 2015, foram ainda publicados em Diário da


República os seguintes diplomas:

- Declaração de retificação n.º 41-A/2015, que corrige algumas


inexatidões da Portaria n.º 218/2015, de 23 de julho.

- Declaração de retificação n.º 41-B/2015, que corrige algumas


inexatidões da Portaria n.º 220/2015, de 24 de julho

Estas Declarações de retificação vieram corrigir essencialmente situações


relacionadas com algumas terminologias;

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 7
1.Introdução

• Em 19 de outubro de 2015, foram ainda publicados em Diário da


República os seguintes diplomas:

- Declaração de retificação n.º 914/2015, que corrige algumas inexatidões do


Aviso n.º 8255/2015, de 29 de julho (Microentidades).

- Declaração de retificação n.º 915/2015, que corrige algumas inexatidões do


Aviso n.º 8257/2015, de 29 de julho (NCRF-PE).

- Declaração de retificação n.º 916/2015, que corrige algumas inexatidões do


Aviso n.º 8259/2015, de 29 de julho (NCRF-ESNL).

- Declaração de retificação n.º 917/2015, que corrige algumas inexatidões do


Aviso n.º 8254/2015, de 29 de julho (Estrutura conceptual).

- Declaração de retificação n.º 918/2015, que corrige algumas inexatidões do


Aviso n.º 8256/2015, de 29 de julho (NCRF).

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 8
2. Diretiva n.º 2013/34/UE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de
26 de junho de 2013

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 9
2. Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013

A Diretiva n.º 2013/34/UE tem em consideração o programa "Legislar Melhor"


da Comissão, nomeadamente a Comunicação intitulada "Regulamentação
inteligente na União Europeia“

objetivo?

- conceber e assegurar uma regulamentação da mais elevada qualidade;

- respeitar simultaneamente os princípios da subsidiariedade e da


proporcionalidade; e

- assegurar que os encargos administrativos sejam proporcionais aos


benefícios que permitem obter.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 10
2. Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013

As demonstrações financeiras anuais têm objetivos diversos sendo que a


legislação contabilística da União precisa de encontrar um equilíbrio adequado
entre os interesses dos destinatários das demonstrações financeiras e o
interesse das empresas em não serem indevidamente sobrecarregadas com
requisitos de divulgação.

É igualmente necessário estabelecer requisitos legais mínimos equivalentes a


nível da União quanto ao âmbito das informações financeiras que deverão ser
divulgadas ao público por empresas que concorrem entre si. Neste sentido a
diretiva pretende assegurar que os requisitos aplicáveis às pequenas
empresas sejam em larga medida harmonizados em toda a União.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 11
2. Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013

Considera a diretiva que as microempresas dispõem de recursos escassos


para cumprirem requisitos regulamentares exigentes.

Os Estados-Membros deverão poder dispensar as microempresas de certas


obrigações aplicáveis às pequenas empresas que representariam encargos
administrativos excessivos para elas.

No entanto, as microempresas deverão permanecer sujeitas à obrigação


nacional de manter registos das suas operações comerciais que reflitam a sua
posição financeira.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 12
2. Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013

Os utilizadores das demonstrações financeiras elaboradas por médias e


grandes empresas têm normalmente necessidades mais exigentes, pelo que
deverão ser efetuadas divulgações adicionais em determinadas áreas.

Maior transparência dos pagamentos feitos a administrações públicas

as grandes empresas e as entidades de interesse público ativas na


indústria extrativa ou na exploração de floresta primária deverão
divulgar os pagamentos relevantes feitos a administrações públicas
dos países em que operam num relato separado, de cariz anual.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 13
2. Diretiva n.º 2013/34/UE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013

Neste âmbito a diretiva tem como principais objetivos:

- a redução de encargos administrativos das pequenas e médias


empresas e a simplificação de procedimentos de relato financeiro;

- a redução da informação nas notas anexas às demonstrações


financeiras, e

- a dispensa da preparação de demonstrações financeiras consolidadas


para grupos de pequenas empresas.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 14
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de
junho

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 15
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

Tendo em consideração os objetivos de simplificação presentes na diretiva, e


conforme referido nos considerandos do Decreto-Lei n.º 98/2015, procedeu-
se entre outros:

- a uma redução das divulgações exigidas pelas normas contabilísticas e


de relato financeiro, especialmente no que respeita às microentidades;

- são acolhidas algumas das definições constantes da diretiva; e

- à alteração dos limites que definem as diferentes categorias de


entidades.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 16
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

No âmbito do processo de transposição da diretiva, o Decreto–Lei n.º


98/2015 altera:

- O Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, alterado pela Lei n.º


20/2010, de 23 de agosto, pelo Decreto–Lei n.º 36-A/2011, de 9 de
março, e pelas Leis n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, e 83-C/2013, de
31 de dezembro;

- O Código das Sociedades Comerciais;

- O Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março, alterado pela Lei n.º 66-


B/2012, de 31 de dezembro, e pelo Decreto-Lei n.º 64/2013, de 13 de
maio.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 17
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

Principais Alterações ao Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho

(artigos 2.º e 3.º do DL 98/2015)

(Artigo 2.º do DL 158/2009)

Alterações nas definições existentes e introduzidas novas definições


constantes na Diretiva n.º 2013/34, de 26 de junho:

- Subsidiária;
- Empresas Coligadas;
- Empresa Associada;
- Grupo;
- Entidades de interesse público;
- Volume de negócios líquido.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 18
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 7.º do DL 158/2009)

Alteração dos limites para a dispensa de elaboração de contas


consolidadas, ficando agora associado ao conceito de Pequeno Grupo

Artigo 7.º (Anterior redação) Artigo 7.º (Nova redação)

Dispensa da elaboração de contas consolidadas Dispensa da elaboração de demonstrações financeiras


consolidadas
1 — Uma empresa mãe fica dispensada de elaborar as
demonstrações financeiras consolidadas quando, na data do 1 - Uma empresa-mãe de um pequeno grupo, tal como
seu balanço, o conjunto das entidades a consolidar, com definido no artigo 9.º-B, fica dispensada de elaborar as
base nas suas últimas contas anuais aprovadas, não demonstrações financeiras consolidadas.
ultrapasse dois dos três limites a seguir indicados:

a) Total do balanço: € 7 500 000;

b) Total das vendas líquidas e outros rendimentos: € 15 000


000;

c) Número de trabalhadores empregados em média durante


o exercício: 250.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 19
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 7.º do DL 158/2009)

Alteração dos limites para a dispensa de elaboração de contas


consolidadas, ficando agora associado ao conceito de Pequeno Grupo
A partir de 1
Dispensa de elaborar demonstrações financeiras consolidadas
Anterior Janeiro de
2016
(não ultrapassem dois dos três limites)

Conjunto
Total do balanço 7.500.000 € 6.000.000 €
entidades a
consolidar Volume negócios liquido 12.000.000 €
Total de vendas liquidas e outros rendimentos 15.000.000 €
N.º médio de empregados 250 50

Conjunto
Total do balanço 5.000.000 € 6.000.000 €
entidades a
consolidar - ESNL Volume negócios liquido 12.000.000 €
Total de vendas liquidas e outros rendimentos 10.000.000 €
N.º médio de empregados 250 50

Pequenos
Grupos

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 20
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 9.º n.º 1 do DL 158/2009)

Alterados os limites e categorização das Microentidades (Artigo 9.º n.º 1):

Categorização das entidades A partir de 1


Anterior
Janeiro de 2016

(Não ultrapassem dois dos três limites)

Microentidades
Total do balanço 500.000 € 350.000 €

Volume negócios liquido 500.000 € 700.000 €

N.º médio de empregados 5 10

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 21
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 9.º n.º 2 do DL 158/2009)

Aumento substancial dos limites e categorização das Pequenas Entidades

Categorização das entidades A partir de 1


Anterior
Janeiro de 2016

(Não ultrapassem dois dos três limites)

Pequenas entidades
Total de balanço 1.500.000 € 4.000.000 €

Total de vendas liquidas e outros rendimentos 3.000.000 €

Volume de negócios liquido 8.000.000 €

N.º médio de empregados 50 50

- Retirada a exceção que condicionava a consideração como Pequena Entidade


no caso de “por razões legais ou estatutárias tenham as suas demonstrações
financeiras sujeitas a certificação legal das contas”.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 22
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 9.º n.º 3 do DL 158/2009)

Introdução do conceito e limites de Médias Entidades

Categorização das entidades A partir de 1


Anterior
Janeiro de 2016

(Não ultrapassem dois dos três limites)

Médias Entidades
Total balanço 20.000.000 €

Volume negócios liquido 40.000.000 €

N.º médio de empregados 250

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 23
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 9.º n.º 4 do DL 158/2009)

Introdução do conceito e limites de Grandes Entidades

Categorização das entidades A partir de 1


Anterior Janeiro de
2016
(Não ultrapassem dois dos três limites)

Grandes Entidades
que
Total balanço ultrapassem
dois dos três
Volume negócios liquido limites das
médias
entidades
N.º médio de empregados

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 24
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 9.º n.º 5 do DL 158/2009)

Equiparação, para efeitos da aplicação do Decreto-Lei 158/2009 (com as


alterações introduzidas pelo DL 98/2015), das Entidades de Interesse Público
a Grandes entidades, independentemente do respetivo volume de negócios
líquido, do total do balanço ou do número médio de empregados do período.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 25
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 9.º - A do DL 158/2009) - Forma de apuramento das categorias de


entidades

Os limites previstos reportam-se ao período imediatamente anterior, devendo,


quando aplicável, observar-se as seguintes regras:

a) Sempre que em dois períodos consecutivos imediatamente anteriores


sejam ultrapassados dois dos três limites enunciados nos n.º 1 a 3 do artigo
anterior (9.º), as entidades deixam de poder ser consideradas na respetiva
categoria, a partir do terceiro período, inclusive, para efeitos do presente
decreto-lei;

b) As entidades podem novamente ser consideradas nessa categoria, para


efeitos do presente decreto-lei, caso deixem de ultrapassar dois dos três
limites enunciados para a respetiva categoria nos dois períodos consecutivos
imediatamente anteriores.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 26
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 9.º - B do DL 158/2009)

Introdução do conceito e limites de Pequenos Grupos.

Pequenos grupos são grupos constituídos pela empresa-mãe e pelas


empresas subsidiárias a incluir na consolidação e que, em base consolidada e
à data do balanço da empresa-mãe, não ultrapassem dois dos três limites
seguintes:

a) Total do balanço: (euro) 6 000 000;

b) Volume de negócios líquido: (euro) 12 000 000;

c) Número médio de empregados durante o período: 50

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 27
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 12.º n.º 2 DL 158/2009)

Redução substancial dos limites que dispensam a obrigatoriedade de


inventário permanente.
Artigo 12.º Artigo 12.º
Inventário permanente Inventário permanente
1 — As entidades a que seja aplicável o SNC ou as normas 1 — As entidades a que seja aplicável o SNC ou as normas
internacionais de contabilidade adoptadas pela UE ficam internacionais de contabilidade adoptadas pela UE ficam
obrigadas a adoptar o sistema de inventário permanente na obrigadas a adoptar o sistema de inventário permanente na
contabilização dos inventários, nos seguintes termos: contabilização dos inventários, nos seguintes termos:
(…); (…);

2 — A obrigação prevista no número anterior não se aplica às 2 - A obrigação prevista no número anterior não se aplica
entidades nele referidas que não ultrapassem, durante às entidades previstas no n.º 1 do artigo 9.º .
dois exercícios consecutivos, dois dos três limites
indicados no n.º 2 do artigo 262.º do Código das
Sociedades Comerciais, deixando essa dispensa de
produzir efeitos no exercício seguinte ao termo Microentidades
daquele período.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 28
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

(Artigo 14.º DL 158/2009)

Aumento das coimas previstas no artigo 14.º relacionadas com ilícitos de


mera ordenação social.

- Coima mínima passa para 1.500 €;

- Coima máxima passa para 30.000 €;

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 29
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

Alterações introduzidas no anexo ao Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho

(artigo 4.º do DL 98/2015)

Quanto às alterações ao anexo ao Decreto-Lei n.º 158/2009, que publica o


SNC, verifica-se de uma forma global a sua adaptação com a internalização
dos regimes aplicáveis às Microentidades e às Entidades do Setor Não
Lucrativo;

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 30
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

Alterações ao Código das Sociedade Comerciais

(artigo 5.º do DL 98/2015)

(artigo 66.º)

Ficam dispensadas da obrigação de elaborar o relatório de gestão as


microentidades, …, desde que procedam à divulgação, quando aplicável, no
final do balanço, das informações mencionadas na alínea d) do n.º 5 do
presente artigo.

“d) O número e o valor nominal ou, na falta de valor nominal, o valor contabilístico das
quotas ou ações próprias adquiridas ou alienadas durante o período, a fração do capital
subscrito que representam, os motivos desses atos e o respetivo preço, bem como o
número e valor nominal ou contabilístico de todas as quotas e ações próprias detidas no
fim do período;”

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 31
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

Alterações ao Código das Sociedade Comerciais

(artigo 5.º do DL 98/2015)

Artigo 32.º - Limite da distribuição de bens aos sócios

Artigo 295.º - Reserva legal

Artigo 451.º - Exame das contas nas sociedades com conselho fiscal e com
comissão de auditoria

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 32
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

Relato de pagamentos efetuados a Administrações Públicas


(artigos 6.º a 11.º do DL 98/2015)

Tendo como objetivo uma maior transparência nos pagamentos efetuados por
grandes empresas e entidades de interesse público ativas na indústria
extrativa ou na exploração de floresta primária a administrações públicas, o
decreto-lei 98/2015 cria, para estas entidades, a obrigação de divulgação dos
pagamentos relevantes feitos a administrações públicas, num relato separado
de cariz anual.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 33
3. Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho

Disposições finais e transitórias


(artigo 12.º do DL 98/2015)

Para efeitos do apuramento dos limites previstos no artigo 9.º do Decreto-Lei


n.º 158/2009, de 13 de julho, (…), com a redação dada pelo presente
decreto-lei, devem, quando aplicável, observar-se as seguintes regras:

a) Para as entidades constituídas em ano anterior à data de produção de efeitos do


presente decreto-lei, os limites reportam-se às demonstrações financeiras do
período anterior a esta data, produzindo efeitos a partir do período em que o
presente decreto-lei produz os seus efeitos;

b) Para as entidades que se constituam no ano de produção de efeitos do presente


decreto-lei e anos seguintes, os limites reportam-se às previsões para o ano da
constituição e produzem efeitos imediatos.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 34
4. Código de Contas (Portaria n.º
218/2015, de 23 de julho)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 35
4. Código de Contas (Portaria n.º 218/2015, de
23 de julho)

Na sequência da publicação do Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, os


Decretos-Leis n.º 158/2009, de 13 de julho, e 36-A/2011, de 9 de março,
foram objeto de alterações substanciais, tendo ainda sido integrados no
Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, os normativos aplicáveis às
entidades do setor não lucrativo e às microentidades.

Tais alterações implicaram a republicação do Código de Contas

em anexo ao Manual

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 36
4. Código de Contas (Portaria n.º 218/2015, de
23 de julho)

Este instrumento contabilístico (Código de Contas), embora inserido no


contexto do SNC e de aplicação obrigatória para as entidades a ele sujeitas,
poderá, também, ser utilizado pelas entidades que, nos termos do artigo 4.º
do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, apliquem as Normas
Internacionais de Contabilidade.

O Código de Contas é composto pelos seguintes componentes:

- Quadro Síntese de Contas;

- Código de Contas;

- Notas de enquadramento.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 37
4. Código de Contas (Portaria n.º 218/2015, de
23 de julho)

Decorrente da publicação da Portaria n.º 218/2015, destacam-se as seguintes


alterações:

O código de contas prevê uma tabela com três colunas, representado por:

- Primeira coluna (Base): Código de Contas para as empresas que


aplicam o “regime geral” do SNC e para as Pequenas Entidades;

- Segunda coluna: Ajustamentos ao Código de Contas para as


Entidades do Setor Não Lucrativo (ESNL);

- Terceira coluna: Ajustamentos ao Código de Contas para as


Microentidades (ME).

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 38
4. Código de Contas (Portaria n.º 218/2015, de
23 de julho)

Decorrente da publicação da Portaria n.º 218/2015, destacam-se as seguintes


alterações:

Foram acrescentadas as seguintes contas (visando o entendimento da


Comissão de Normalização Contabilística de fevereiro de 2010 emitido pela
FAQ 10):

- Conta 6863 – Diferenças de câmbio desfavoráveis (associadas à atividade de


investimento)

- Conta 6887 – Diferenças de câmbio desfavoráveis (associadas à atividade


operacional)

- Conta 7887 – Diferenças de câmbio favoráveis (associadas à atividade operacional)

- Conta 793 – Diferenças de câmbio favoráveis (associadas à atividade de


financiamento)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 39
4. Código de Contas (Portaria n.º 218/2015, de
23 de julho)

Decorrente da publicação da Portaria n.º 218/2015, destacam-se as seguintes


alterações:

A designação de algumas contas foi alterada, nomeadamente a Conta 51 –


“Capital” que passa a ter a designação “Capital subscrito”.

De destacar igualmente a alteração na apresentação no balanço das contas


261 – Acionistas c/subscrição e 262 – Quotas não liberadas

Para efeitos de elaboração do balanço, os saldos destas contas são


apresentados no ativo
(conforme nota de enquadramento)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 40
4. Código de Contas (Portaria n.º 218/2015, de
23 de julho)

Decorrente da publicação da Portaria n.º 218/2015, destacam-se as seguintes


alterações:

A conta 593 – subsídios foi desdobrada em:

5931 – Subsídios atribuídos;


5932 – Ajustamentos em subsídios.

Ao nível das notas de enquadramento verifica-se de um modo geral uma


preocupação na explicação da movimentação de diversas contas,
incorporando nomeadamente algumas interpretações patentes em FAQs da
Comissão de Normalização Contabilística.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 41
5. Demonstrações Financeiras (Portaria
n.º 220/2015, de 24 de julho)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 42
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Na sequência da publicação do Decreto-Lei n.º 98/2015foi efetuada uma


revisão dos modelos de demonstrações financeiras.

Os novos modelos de demonstrações financeiras foram publicados pela


Portaria n.º 220/2015, de 24 de julho, tendo sido revogadas a Portaria n.º
986/2009, de 7 de setembro, a Portaria n.º 104/2011, de 14 de março e a
Portaria n.º 105/2011, de 14 de março.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 43
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Decorrente da publicação da Portaria n.º 220/2015, destacam-se as seguintes


alterações:

- De uma forma global, foram introduzidos ajustamentos nas designações


de algumas rubricas:

Ex:

“Outras contas a receber”  “Outros créditos a receber”

“Outras contas a pagar”  “Outras dívidas a pagar”

“Capital realizado”  “Capital subscrito”

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 44
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Decorrente da publicação da Portaria n.º 220/2015, destacam-se as seguintes


alterações:

- As divulgações exigidas foram retiradas das NCRF e incluídas no Anexo;

- No balanço, é evidenciado no capital próprio o capital subscrito (em vez


de capital realizado), e apresentado no ativo o capital subscrito não realizado;

- As microentidades estão dispensadas de apresentar o Anexo.

- O modelo de balanço das microentidades passa a incorporar informação


adicional/complementar a apresentar por estas entidades.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 45
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Os modelos de demonstrações financeiras constituem um referencial que


contempla a informação a apresentar por aquelas entidades.

Podem ser adicionadas linhas de itens se tal for relevante para uma
melhor compreensão da sua posição e desempenho financeiros;

Devem ser removidas linhas de itens sempre que, em simultâneo para


todas as datas de relato, não existam quantias a apresentar.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 46
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Modelo Geral

- Balanço;

- Demonstração dos resultados por naturezas;

- Demonstração dos resultados por funções (facultativa);

- Demonstração das alterações no capital próprio;

- Demonstração dos fluxos de caixa;

- Anexo

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 47
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Pequenas Entidades – Modelo reduzido

- Balanço, modelo reduzido

- Demonstração dos resultados por naturezas, modelo reduzido

- Demonstração dos resultados por funções, modelo reduzido


(facultativa)

- Anexo, modelo reduzido

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 48
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Entidades do Sector Não Lucrativo – Modelo ESNL

- Balanço, modelo ESNL

- Demonstração dos resultados por naturezas, modelo ESNL

- Demonstração dos resultados por funções, modelo ESNL


(facultativa)

- Demonstração das alterações nos fundos patrimoniais (por opção


ou por exigência de entidades públicas financiadoras)

- Demonstração dos fluxos de caixa, modelo ESNL

- Anexo, modelo ESNL

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 49
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Entidades do Sector Não Lucrativo – Modelo Regime de Caixa

- Pagamentos e recebimentos

- Património fixo

- Direitos e compromissos futuros

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 50
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Microentidades – Modelo ME

- Balanço, Modelo ME

(acrescentado quadro com informação adicional/complementar)

- Demonstração dos resultados por naturezas, Modelo ME

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 51
5. Demonstrações Financeiras (Portaria n.º
220/2015, de 24 de julho)

Microentidades – Modelo ME
(Passa a fazer parte do balanço a seguinte informação)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 52
6. Estrutura Conceptual (Aviso n.º
8254/2015, de 29 de julho)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 53
6. Estrutura Conceptual (Aviso n.º 8254/2015,
de 29 de julho)

O Aviso n.º 8254/2015, de 29 de julho, que publica a Estrutura Conceptual


(EC) não contempla alterações substanciais à publicação anterior de 2009
(Aviso n.º 15652/2009, de 7 de setembro).

Importa lembrar que a EC não é uma NCRF e por isso não define normas para
qualquer mensuração particular ou tema de divulgação.

A CNC reconhece que em alguns casos pode haver um conflito entre a


Estrutura Conceptual e uma qualquer NCRF. Nos casos em que haja um
conflito, os requisitos da NCRF prevalecem em relação à Estrutura
Conceptual.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 54
6. Estrutura Conceptual (Aviso n.º 8254/2015,
de 29 de julho)

As demonstrações financeiras são preparadas de acordo com dois


pressupostos:

- regime do acréscimo;

- continuidade.

Sendo identificadas quatro principais características qualitativas:

- compreensibilidade;

- relevância;

- fiabilidade;

- comparabilidade.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 55
6. Estrutura Conceptual (Aviso n.º 8254/2015,
de 29 de julho)

Mensuração dos Elementos das DF (§ 97 a 99)

Bases de MENSURAÇÃO:

- Custo histórico

- Custo corrente

- Valor realizável (de liquidação)

- Valor presente

- Justo valor

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 56
6. Estrutura Conceptual (Aviso n.º 8254/2015,
de 29 de julho)

A base de mensuração geralmente adotada pelas entidades ao preparar as


suas demonstrações financeiras é o custo histórico.

Este é geralmente combinado com outras bases de mensuração.

Por exemplo, os inventários são geralmente escriturados pelo mais baixo


entre o custo e o valor realizável líquido, os títulos negociáveis podem ser
escriturados pelo seu valor de mercado e os passivos por pensões de reforma
são escriturados pelo seu valor presente.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 57
7. Norma Contabilística e de Relato
financeiro para Pequenas Entidades
(Aviso n.º 8257/2015, de 29 de julho)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 58
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

A Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades tem


como objetivo estabelecer os aspetos de reconhecimento e mensuração
extraídos das correspondentes NCRF, tidos como os requisitos mínimos
aplicáveis às Pequenas Entidades (PE), tal como são definidas pelo decreto-lei
que instituiu o SNC.

Esta Norma deve ser aplicada pelas entidades que cumpram os requisitos
para serem classificadas como PE, desde que não optem por aplicar o
conjunto completo das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF).

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 59
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

Conforme disposto no n.º 2 do artigo 9.º do DL n.º 158/2009, de 13 de julho,


com as alterações introduzidas pelo DL n.º 98/2005, de 2 de junho,
consideram-se pequenas entidades aquelas que, de entre as referidas no
artigo 3.º, excluindo as situações em que possam ser consideradas
microentidades, à data do balanço, não ultrapassem dois dos três limites
seguintes:

- Total de balanço: 4.000.000 €

- Volume de negócios líquido: 8.000.000 €

- Número médio de empregados durante o período: 50

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 60
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

Uma entidade deve aplicar a NCRF-PE publicada no Aviso n.º 8257/2015, de


29 de julho, para os períodos com início em ou após 1 de janeiro de 2016.

Na aplicação desta Norma no período iniciado em ou após 1 de janeiro de


2016, as entidades deverão proceder à sua aplicação prospetiva e divulgar no
Anexo as quantias que não sejam comparáveis.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 61
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

Principais alterações

- As divulgações exigidas foram retiradas na NCRF-PE e incluídas no Anexo.

- Capítulo 4 (Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras)


Excecionalmente podem ser apresentadas linhas adicionais no balanço e
na demonstração dos resultados, para melhor compreensão da posição
financeira e desempenho. Sempre que, em simultâneo para todas as datas
de relato, não existam quantias a apresentar, as correspondentes linhas
deverão ser removidas.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 62
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

Principais alterações

- Capítulo 7 (Ativos Fixos Tangíveis) - Foi incluído um parágrafo (7.5)


referindo que as propriedades de investimento (terrenos e edifícios) são
reconhecidas como ativos fixos tangíveis.

7.5 — As designadas propriedades de


investimento (terrenos e edifícios) são
reconhecidas como ativos fixos tangíveis.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 63
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

Principais alterações

- Capítulo 8 (Ativos Intangíveis) – Um ativo intangível com uma vida útil


indefinida passa a ser amortizado num período máximo de 10 anos
(parágrafo 8.20).

Ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas Ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas

8.20 — Um activo intangível com uma vida útil 8.20 — Um ativo intangível com uma vida útil
indefinida não deve ser amortizado. Revisão da indefinida deve ser amortizado num período
avaliação da vida útil. máximo de 10 anos, aplicando-se-lhe, com as
necessárias adaptações, o disposto nos parágrafos
8.18 e 8.19.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 64
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

Principais alterações

- Capítulo 10 (Custos de empréstimos obtidos) – Os custos de empréstimos


obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou
produção de um ativo que se qualifica são capitalizados como parte do
custo desse ativo (parágrafo 10.2)
Reconhecimento Reconhecimento

10.2 — Os custos de empréstimos obtidos devem 10.2 — Uma entidade deve capitalizar os custos
ser reconhecidos como um gasto no período em de empréstimos obtidos que sejam diretamente
que sejam incorridos, excepto nos casos em que atribuíveis à aquisição, construção ou produção
sejam capitalizados de acordo com o parágrafo de um ativo que se qualifica, como parte do
10.3. custo desse ativo, quando seja provável que
deles resultarão benefícios económicos futuros
para a entidade e tais custos possam ser
fiavelmente mensurados.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 65
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

Principais alterações

- Capítulo 17 (Instrumentos financeiros):

- Reconhecimento no capital próprio do capital subscrito e no ativo do capital


subscrito não realizado (17.4);

- O seu âmbito passa a incluir os investimentos em subsidiárias, associadas e


empreendimentos conjuntos, os quais podem ser mensurados pelo Método da
Equivalência Patrimonial, tal como previsto na NCRF 13 – Interesses em
Empreendimentos Conjuntos e investimentos em Associadas (parágrafo 17.7);

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 66
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

Principais alterações

- Capítulo 17 (Instrumentos financeiros):

- Incluído um parágrafo (17.15) identificando a forma de mensuração das


perdas por imparidade de ativos financeiros;

- Incluído parágrafo (17.17) que proíbe a reversão de perdas por imparidade


em instrumentos de capital próprio de uma outra entidade que não sejam
negociados publicamente.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 67
7. Norma Contabilística e de Relato financeiro
para Pequenas Entidades (Aviso n.º 8257/2015,
de 29 de julho)

Principais alterações

- Passaram a constar na NCRF-PE os seguintes novos capítulos:

19 - Acontecimentos após a data do balanço;

20 – Agricultura;

21 – Contratos de construção.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 68
8. Alguns aspetos específicos da NCRF-
PE

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 69
Políticas Contabilísticas

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 70
Políticas Contabilísticas

A NCRF-PE estabelece os critérios para a seleção e aplicação de políticas


contabilísticas:

– A que decorrer do capítulo que especificamente tratar da subjacente


transação, acontecimento ou condição;

– No caso de ausência de disposição, deve o órgão de gestão fazer juízos de


valor no desenvolvimento e aplicação de uma política contabilística que
resulte em informação que seja:

» - Relevante

» - Fiável

» - Completa

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 71
Políticas Contabilísticas

A norma refere ainda as situações em que uma entidade deve alterar as


suas políticas contabilísticas, se a alteração:

- Passar a ser exigida por uma Norma ou Interpretação, (alteração


involuntária); ou

- Resultar no facto de as demonstrações financeiras proporcionarem


informação fiável e mais relevante sobre os efeitos das transações,
outros acontecimentos ou condições, na posição financeira,
desempenho financeiro ou fluxos de caixa da entidade, alteração
voluntária.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 72
Alterações nas estimativas e erros

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 73
Alteração nas Estimativas e Erros

Nas alterações nas estimativas contabilísticas é estabelecido o princípio


geral da aplicação prospetiva incluindo qualquer diferencial nos resultados
do período de alteração, se a alteração afectar apenas esse período; ou
período de alteração e futuros períodos, se a alteração afetar ambas as
situações.

No caso dos erros, a correção de um erro material de um período anterior é


excluída dos resultados do período em que o erro é detetado, sendo
efetuada diretamente em resultados transitados

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 74
Alteração nas Estimativas e Erros

Caso Prático n.º 1

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 75
Alteração nas Estimativas e Erros

A empresa identificou no ano N, já após a divulgação das contas do


exercício anterior, que no pagamento de uma prestação de um empréstimo
bancário, havia sido contabilizado na conta de gastos financeiros a
amortização de capital no montante de 10.000 €.

Pedido: contabilização das operações no exercício N.

Natureza do problema: Alteração de políticas contabilísticas, estimativas


contabilísticas e erros

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 76
Alteração nas Estimativas e Erros

NCRF PE (capítulo aplicável): 6

Reconhecimento e Mensuração:

De acordo com o disposto no § 6.10 da NCRF–PE, a correção de um erro


material de um período anterior é excluída dos resultados do período em
que o erro é detetado, sendo efetuada diretamente em resultados
transitados.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 77
Alteração nas Estimativas e Erros

Resolução:

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2511 - Empréstimos 56 - Resultados


10.000 Correção do erro material
bancários transitados

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 78
Ativos fixos tangíveis

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 79
Ativos Fixos Tangíveis

No que toca aos ativos fixos tangíveis, estes encontram-se tratados no


capítulo 7 da NCRF-PE, considerando como princípio geral do reconhecimento:

- Bem controlado pela entidade;

- Se espera que fluam benefícios económicos futuros;

- Mensurado com fiabilidade.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 80
Ativos Fixos Tangíveis

Mensuração:

Como regra geral deve ser mensurado pelo seu custo, compreendendo um
conjunto de elementos:

Custos de compra;

Direitos e impostos não reembolsáveis;

Custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo na localização e


condição necessária para o mesmo ser capaz de funcionar de forma
pretendida.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 81
Ativos Fixos Tangíveis

Em alternativa pode ser utilizado o modelo da revalorização, caso existam


diferenças significativas entre a quantia escriturada, segundo o modelo do
custo, e o justo valor dos ativos.

As revalorizações devem ser aplicadas a uma classe inteira e serem


realizadas com suficiente regularidade que a quantia escriturada não difira
materialmente do seu justo valor.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 82
Ativos Fixos Tangíveis

Caso Prático n.º 2

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 83
Ativos Fixos Tangíveis

A empresa iniciou durante o ano N a construção de um armazém para fins


industriais e depósito de materiais, o qual, tendo sido terminado em
02/11/N+1.Os gastos incorridos e as respetivas quantias foram as seguintes:

N N+1

Matérias-primas 8.000 € 7.000 €

Mão-de-obra 12.000 € 9.000 €

Imputação de custos diversos 3.000 € 3.000 €

A empresa considerou uma vida útil para o armazém de 20 anos, depreciando


numa base constante e fracionada por duodécimos.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 84
Ativos Fixos Tangíveis

Pedido: Contabilização das operações relativas aos anos N e N+1

Natureza do problema: Ativos fixos tangíveis (reconhecimento e


mensuração)

NCRF PE (capítulo aplicável): 7

Reconhecimento e Mensuração:
De acordo com o parágrafo 3.3 da Norma os gastos aqui apresentados preenchem os
pressupostos do reconhecimento como um ativo, já que é provável que benefícios
económicos futuros fluam para a entidade e tem um valor que pode ser mensurado com
fiabilidade.

Em termos de mensuração os ativos fixos tangíveis são mensuradas pelo seu custo
menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 85
Ativos Fixos Tangíveis

Resolução:

Em N:

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

61 - Custo das matérias


8.000
Consumidas

62 - Fornecimentos e 12 D. Ordem / 221


3.000 Pelos gastos incorridos em N
Serviços Externos Fornecedores c/c (…)

63 - Custos com o
12.000
Pessoal

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

741 - Trabalhos para a


453 - Ativos fixos
própria entidade – Ativos 23.000 Pelo investimento em curso em N
tangíveis em curso
Fixos Tangíveis

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 86
Ativos Fixos Tangíveis

Resolução:

Em N + 1:

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

61 - Custo das matérias


7.000
Consumidas

62 - Fornecimentos e 12 D. Ordem / 221


3.000 Pelos gastos incorridos em N+1
Serviços Externos Fornecedores c/c (…)

63 - Custos com o
9.000
Pessoal

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

741 - Trabalhos para a


453 - Ativos fixos Pelo investimento em curso em
própria entidade – Ativos 19.000
tangíveis em curso N+1
Fixos Tangíveis

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 87
Ativos Fixos Tangíveis

Resolução:

Em N + 1:

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

432 - Ativos Fixos 453 - Ativos fixos


42.000 Pela conclusão do pavilhão
Tangíveis - Edifícios tangíveis em curso

42.000 € = 23.000 € + 19.000 €

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

642 Gastos de
438 Depreciações Pela depreciação do edifício de
depreciação e de 350
acumuladas N+1
amortização - AFT

350 € = (42.000 / 20) / 12 * 2

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 88
Ativos intangíveis

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 89
Ativos Intangíveis

Um ativo satisfaz o critério da identificabilidade na definição de um ativo


intangível quando:

For separável, i.e. capaz de ser separado ou dividido da entidade e


vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente
ou em conjunto com um contrato, ativo ou passivo relacionado; ou

Resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer esses


direitos sejam transferíveis quer sejam separáveis da entidade ou de
outros direitos e obrigações.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 90
Ativos Intangíveis

Os ativos intangíveis gerados internamente, não são reconhecidos, excetuam-


se, os gastos de desenvolvimento, apenas se, e apenas se, uma entidade
puder demonstrar todas as condições:

a viabilidade técnica de o concluir;

a sua intenção de o concluir;

a sua capacidade de o usar ou de o vender;

a forma como gerará prováveis benefícios económicos futuros;

a disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros;

a sua capacidade para mensurar fiavelmente o dispêndio.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 91
Ativos Intangíveis

Em termos de mensuração, um ativo intangível apenas pode ser contabilizado


pelo modelo do custo, não sendo permitida a adoção do modelo de
revalorização.

A vida útil de um ativo intangível pode ser:

- Finita

- Indefinida

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 92
Ativos Intangíveis

Caso Prático n.º 3

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 93
Ativos Intangíveis

A empresa adquiriu em 01/07/N-2, por 18.000 euros, uma patente de uma


forma de secagem de betão que permite otimizar a produção. Para além disso
incorreu ainda em 2.000 € de despesas com honorários de advogados e outras
despesas legais, relacionados com esta operação de aquisição e registo da
patente.

A patente encontra-se protegida por um período de 5 anos, findo o qual a


tecnologia fica livre no mercado, podendo ser usada por todos os operadores.

Em 3/10/N uma nova tecnologia foi lançada no mercado por uma universidade
que a divulgou a todos as entidades deixando a empresa de ser competitiva
com a utilização da sua patente.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 94
Ativos Intangíveis

Pedido: Contabilização das operações relativas aos anos N-2 a N

Natureza do problema: Ativos intangíveis (reconhecimento e mensuração)

NCRF PE (capítulo aplicável): 8

Reconhecimento e mensuração:

Os gastos aqui apresentados preenchem os pressupostos do reconhecimento como um


ativo intangível, já que, para além dos restantes aspetos de reconhecimento de um ativo
cumpre igualmente os critérios de identificabilidade.
Em termos de mensuração inicial os ativos fixos tangíveis são mensurados pelo seu custo,
podendo ter vidas úteis definidas ou indefinidas. No caso em apreço a sua mensuração
subsequente é determinada pelo seu custo menos qualquer amortização acumulada e
quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 95
Ativos Intangíveis

Pedido: Contabilização das operações relativas aos anos N-2 a N

Natureza do problema: Ativos intangíveis (reconhecimento e mensuração)

NCRF PE (capítulo aplicável): 8

Reconhecimento e mensuração:

Os gastos aqui apresentados preenchem os pressupostos do reconhecimento


como um ativo intangível, já que, para além dos restantes aspetos de
reconhecimento de um ativo cumpre igualmente os critérios de
identificabilidade.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 96
Ativos Intangíveis

Reconhecimento e mensuração:

Em termos de mensuração inicial os ativos fixos tangíveis são mensurados


pelo seu custo, podendo ter vidas úteis definidas ou indefinidas. No caso em
apreço a sua mensuração subsequente é determinada pelo seu custo menos
qualquer amortização acumulada e quaisquer perdas por imparidade
acumuladas.

Resolução:
- Aquisição da patente: 01/07/N-2;
- Período de vida útil: 5 anos

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 97
Ativos Intangíveis

Em N - 2:

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

44 - Ativos intangíveis – Pela aquisição da patente em


12 - Depósitos à ordem 20.000
Propriedade industrial 01/07/N - 2

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

643 - Gastos de
depreciação e de 448 - Amortizações Pela amortização da patente em N
2.000
amortização – Ativos acumuladas –2
Intangíveis

2.000 € = (20.000/5) /12*6

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 98
Ativos Intangíveis

Em N – 1:

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

643 - Gastos de
depreciação e de 448 - Amortizações Pela amortização da patente em N
4.000
amortização – Ativos acumuladas –1
Intangíveis

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 99
Ativos Intangíveis

Em N:

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

643 - Gastos de
depreciação e de 448 - Amortizações
3.000 Pela depreciação da patente em N
amortização – Ativos acumuladas
Intangíveis

3.000 € = (20.000 / 5) / 12 * 9

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

656 - Perdas por


449 - Perdas por
Imparidade – Ativos 11.000 € Pela depreciação da patente em N
imparidade acumuladas
Intangíveis

Quantia escriturada à data do teste de imparidade:11.000 € = 20.000 – 2.000 – 4.000 – 3.000

Quantia recuperável da patente: 0

Imparidade: 11.000 = 11.000 - 0

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Locações

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 101
Locações

A NCRF-PE, descreve as locações como:

- Financeiras

- Operacionais

A classificação do tipo de locação não depende da forma do contrato,


mas da substância da operação, conforme o locador transferir para o
locatário todas os riscos e vantagens inerentes à propriedade.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 102
Locações

O locatário de uma locação financeira considera os pagamentos repartindo o


seu valor

encargo financeiro

redução do passivo pendente

Uma locação financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo ao


ativo depreciável assim como a um gasto financeiro em cada período
contabilístico.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 103
Locações

Caso Prático n.º 4

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 104
Locações

A empresa celebrou durante o ano N o seguinte contrato de locação:

Data do início do contrato: 1 de Agosto de N

Período do contrato: 4 anos

Valor do bem (equipamento básico): 51.500 €

Rendas: 16 rendas trimestrais e iguais a 3.639,71 € (excluindo o IVA), pagas


antecipadamente e com juro postecipado.

Valor residual no final do contrato: 1.500 €

Período de vida útil do bem: 10 anos

Existe certeza razoável de que se exercera a opção de compra.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 105
Locações

Pedido: Contabilização das operações relativas aos anos N e N + 1

Natureza do problema: Locações (reconhecimento e mensuração)

NCRF PE (capítulo aplicável): 7 e 9

Reconhecimento e Mensuração:
Classificação das locações (§ 9.2 da NCRF-PE):

Financeira: transferência substancial de todos os riscos e vantagens inerentes a


posse de um ativo. O título de propriedade pode ou não ser eventualmente
transferido.

Operacional: locação que não seja locação financeira.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 106
Locações

No caso em análise, estamos perante uma locação financeira, pois existe


uma transferência de todos os riscos e vantagens associadas ao bem locado,
bem como a certeza razoável de que o locatário exercerá a opção de compra
no final do contrato.

Reconhecimento inicial da locação financeira:

- Reconhece como ativos e passivos por quantias iguais ao justo valor da


propriedade locada ou, se inferior, ao valor presente dos pagamentos
mínimos da locação, cada um determinado no inicio da locação, adicionando
quaisquer custos diretos iniciais do locatário (§ 9.5 da NCRF - PE).

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 107
Locações

Reconhecimento inicial do equipamento básico:

Cumpre com a definição de ativo (alínea a) do § 49 da EC).

Cumpre com a definição de ativo fixo tangível.

Cumpre com os critérios de reconhecimento de um ativo (§ 81 da EC).

Mensuração no reconhecimento inicial: custo de aquisição (§ 7.6 da NCRF -


PE).

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

433 – Ativos Fixos 2513 – Financiamentos


Reconhecimento inicial do
Tangíveis – Equipamento obtidos – Locações 51.500
contrato de leasing
Básico financeiras

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 108
Locações

Mensuração Subsequente:

De acordo com o § 9.6 da NCRF - PE, os pagamentos mínimos da locação


devem ser repartidos entre o encargo financeiro e a redução do passivo
pendente. O encargo financeiro deve ser imputado a cada período durante o
prazo da locação de forma a produzir uma taxa de juro periódica constante
sobre o saldo remanescente do passivo.

Tendo por base as condições do contrato de locação, é apresentado no


Manual da nossa formação o respetivo plano financeiro, o qual tem
subjacente uma taxa de juro nominal anual de 8%.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 109
Locações

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2513 – Financiamentos
obtidos – Locações 12 Depósitos à ordem 3.639,71 Pagamento da 1ª renda
financeiras

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2513 - Financiamentos
obtidos - Locações 2.682,51
financeiras
12 Depósitos à Ordem Pagamento da 2.ª renda
6911(3) - Juros de
financiamentos obtidos - 957,21
Locações Financeiras

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 110
Locações

Em 31/12/N, a empresa terá de reconhecer o juro da locação financeira


relativo ao período de 1/11/N a 31/12/N, o qual apenas será liquidado em
1/2/N+1, aquando do pagamento da 3.ª renda do leasing.

Juro a reconhecer = 903,56 € x 2/3 meses = 602,37 €

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

6911(3) – Juros de
2722 – Credores por Reconhecimento do acréscimo de
financiamentos obtidos – 602,37 €
acréscimos de gastos juro no ano N
locações financeiras

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 111
Locações

Ainda em 31/12/N, é necessário proceder ao registo da depreciação do


período do equipamento. Nos termos do § 9.7 da NCRF-PE, a quantia
depreciável de um ativo locado e imputada a cada período contabilístico
durante o período do uso esperado numa base sistemática consistente com
a política de depreciação que o locatário adote para ativos depreciáveis de
que seja proprietário.

Se houver certeza razoável de que o locatário obterá a propriedade no fim


do prazo da locação, o período de uso esperado é a vida útil do ativo; se tal
não for possível, o ativo é depreciado durante o prazo da locação ou da sua
vida útil, dos dois o mais curto.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 112
Locações

No caso concreto, como é esperado o exercício da opção de compra do bem


no final do contrato, o período de amortização será o da vida útil do bem,
ou seja, 10 anos.

Depreciação do período = 51.500 € / 10 anos x (5/12 meses) = 2.146 €

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

642 - Gastos de
depreciação e de 438 - Depreciações
2.146 Pela depreciação no exercício N
amortização – Ativos acumuladas
Fixos Tangíveis

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 113
Custos de empréstimos obtidos

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 114
Custos de Empréstimos Obtidos

Uma entidade deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que sejam


diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um
ativo que se qualifica, como parte do custo desse ativo, quando seja
provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para a entidade
e tais custos possam ser fiavelmente mensurados.

Considera-se que um ativo se qualifica quando leva necessariamente um


período substancial de tempo para ficar pronto para o seu uso pretendido ou
para venda.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 115
Custos de Empréstimos Obtidos

A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de


um ativo que se qualifica deve começar quando:

- Os dispêndios com o ativo estejam a ser incorridos;

- Os custos de empréstimos obtidos estejam a ser incorridos; e

- As atividades que sejam necessárias para preparar o ativo para o seu


uso pretendido ou venda estejam em curso.

e deve cessar quando substancialmente todas as atividades necessárias


para preparar o ativo elegível para o seu uso pretendido ou para a sua
venda estejam concluídas.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 116
Custos de Empréstimos Obtidos

Caso Prático n.º 5

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 117
Custos de Empréstimos Obtidos

Uma empresa encontra-se a construir um empreendimento imobiliário


composto por um bloco de apartamentos para comercialização quando
estiver concluído.

Durante o ano N, foram incorridos os seguintes custos:

Itens €
Matérias Primas (inclui terreno adquirido em Janeiro por 100.000 €) 150.000
Mão de Obra 40.000
Gastos gerais diretos (inclui 10.000 € de depreciações) 40.000
Gastos Administrativos 30.000
Total 260.000

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 118
Custos de Empréstimos Obtidos

Para financiar esta construção a empresa contraiu um empréstimo de


fomento à construção, à taxa nominal anual de 6%, que financia 80% dos
gastos incorridos na obra.

Pedido: Cálculo dos encargos financeiros no ano N e contabilização das


operações relativas ao ano N

Natureza do problema: Custos de empréstimos obtidos

NCRF PE (capítulo aplicável): 10 e 11

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 119
Custos de Empréstimos Obtidos

Reconhecimento e Mensuração:

Uma entidade deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que sejam


diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo
que se qualifica, como parte do custo desse ativo, quando seja provável
que deles resultarão benefícios económicos futuros para a entidade e tais
custos possam ser fiavelmente mensurados.

O conceito de ativo que se qualifica define-se como tal quando um ativo


leva necessariamente um período substancial de tempo para ficar pronto
para o seu uso pretendido ou para venda.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 120
Custos de Empréstimos Obtidos

Resolução:

- Início da construção: 02/01/N;

- Em 31/12/N a construção do edifício encontrava-se em curso devendo ser


terminado durante o ano N+1.

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

Reconhecimento dos custos da


36 - Produtos e 733 - Produtos e
260.000 construção ocorridos durante o ano
trabalhos em curso trabalhos em curso
N como inventários em curso

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 121
Custos de Empréstimos Obtidos

Cálculo dos custos dos empréstimos obtidos:

Conforme o descrito a empresa obteve um financiamento correspondente a


80% dos dispêndios obtidos, totalizando 8.700 euros de juros no final do
exercício.

No final do exercício a capitalização dos juros contabilizar-se-ia da seguinte forma:

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

36 - Produtos e 691 Juros de Capitalização dos custos de


8.700
trabalhos em curso financiamentos obtidos empréstimos obtidos

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 122
Inventários

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 123
Inventários

Os inventários encontram-se tratados no capítulo 11 da NCRF PE,


devendo ser mensurados pelo mais baixo dos seguintes valores:

Custo

Valor realizável líquido

O custo do inventário deve incluir todos os custos de compra, custos


de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários
no seu local e na sua condição atuais.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 124
Inventários

Nos custos de conversão a norma consagra a obrigatoriedade de a


imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de
conversão baseada na capacidade normal das instalações de
produção.

Sempre que os inventários resultem de bens ou projetos


característicos e que não sejam geralmente intermutáveis deve ser
utilizado o custo específico. Nos restantes casos é estabelecido a
fórmula “primeira entrada, primeira saída” (FIFO), ou a fórmula do
custo médio ponderado.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 125
Inventários

Caso Prático n.º 6

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 126
Inventários

A empresa apresenta nos seus inventários, no ano N, 3 apartamentos de


tipologia T2, com um custo unitário de 95.000 €, pelos quais publicita a
venda por um valor de 125.000 €, assumindo um custo de 5.000 € ao
mediador imobiliário por cada apartamento vendido.

Durante o ano N, em consequência da crise vivida no sector imobiliário os


preços de venda sofreram uma redução tendo sido vendidos em média por
105.000 € cada. Já no decorrer do ano N + 1, antes da divulgação das
contas, foram vendidos dois apartamentos por 95.000 € cada, não existindo
à data do encerramento das contas expectativa da probabilidade do terceiro
apartamento.

Não houve qualquer alteração nas condições estabelecidas com o mediador


imobiliário.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 127
Inventários

Pedido: Registo das eventuais regularizações nos inventários à data do Balanço


e sua contabilização.

Natureza do problema: Inventários

NCRF PE (capítulo aplicável): 11

Reconhecimento e Mensuração:

Tal como o definido no § 11.1 da NCRF – PE, os inventários devem ser


mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo.

O valor realizável líquido é definido como o preço de venda estimado no


decurso ordinário da atividade empresarial menos os custos estimados de
acabamento e os custos estimados necessários para efetuar a venda.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 128
Inventários

Resolução:

Custo de produção: 95.000 €

Custo de venda: 5.000 €

Valor de venda: 95.000 €

Valor realizável Líquido de cada apartamento: 90.000 € = 95.000 € (valor de


venda) – 5.000 € (custo estimados de venda)

Imparidade: 15.000 € = 3 * [95.000 € (custo de produção) – 90.000 € (valor


realizável líquido)]

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

349 - Produtos acabados


652 Perdas por Reconhecimento da imparidade
e intermédios - Perdas 15.000
imparidade - Inventários exercício N
por imparidade

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 129
Rédito

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 130
Rédito

O capítulo 12 da norma PE respeita ao tratamento contabilístico do rédito


proveniente das vendas de bens, prestação de serviços e uso por outros de
ativos da entidade que produzam juros, royalties e dividendos.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 131
Rédito

Condições:
a) a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens
significativos da propriedade dos bens;
b) a entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau
geralmente associado com a posse, nem o controlo efetivo dos bens
vendidos;
c) a quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
d) seja provável que os benefícios económicos associados com a transação
fluam para a entidade; e
e) os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transação possam
ser fiavelmente mensurados.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 132
Rédito

É considerado que o desfecho de uma transação pode ser fiavelmente

estimado quando todas as seguintes condições forem satisfeitas:

a) a quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;

b) seja provável que os benefícios económicos associados à transação fluam

para a entidade;

c) a fase de acabamento da transação à data do balanço possa ser

fiavelmente mensurada; e

d) os custos incorridos com a transação e os custos para concluir a transação

possam ser fiavelmente mensurados.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 133
Rédito

Caso Prático n.º 7

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 134
Rédito

A empresa contratou a realização de um serviço de remodelação da fachada

de uma moradia sujeito às seguintes condições:

- Valor negociado para a totalidade da remodelação: 10.000 €

- Período de execução de 6 meses: 1/10/N a 31/3/N+1

- Pagamento do serviço:

- 30% com a adjudicação do serviço;

- 70% um mês após a emissão da fatura, que ocorrerá na data

da conclusão do serviço.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 135
Rédito

No que se refere aos custos, sabe-se que:

- Custos estimados para executar o serviço: 7.000 €

- Custos incorridos até 31/12/N: 2.800 €

- Custos totais incorridos até à conclusão do serviço: 7.500 €

Pedido: Contabilização das operações relativas aos anos N e N+1

Natureza do problema: Prestação de serviços (reconhecimento e

mensuração)

NCRF PE (capítulo aplicável): 12

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 136
Rédito

Reconhecimento e mensuração do rédito na prestação de serviços:

O rédito deve ser reconhecido com referência à fase de acabamento da

transação à data do balanço (§ 12.7 da NCRF PE).

(Tendo em consideração os dados disponibilizados o método que melhor

representa a fase de acabamento – neste exemplo - é a “proporção entre os

custos incorridos até à data e os custos totais estimados”)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 137
Rédito

Resolução:

ANO N
- Valor do contrato da prestação de serviços: 10.000 €
- Período de execução: 1/10/N a 31/3/N+1
- Adjudicação (adiantamento): 30% * 10.000 € = 3.000 €
- Custos incorridos em N: 2.800 €
Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

276 - Adiantamentos por


conta de 1/10/N - Adiantamento com preço
12 - Depósitos à Ordem 3.000
vendas/prestação de fixado
serviços

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

12 D. Ordem / 221 Durante o ano N - reconhecimento


6x - Gastos diversos 2.800
Fornecedores c/c (…) dos gastos incorridos

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 138
Rédito

À data do balanço de N, é necessário reconhecer o rédito do período, com

referência à fase de acabamento, uma vez que o contrato da prestação de

serviços é fiavelmente estimado:

% de acabamento = custos incorridos / custos totais estimados

= 2.800 € / 7.000 € = 40%

Rédito a reconhecer em n = 10.000 € * 40% = 4.000 €

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

2721 - Devedores por


72 - Prestações de 31/12/N - Reconhecimento do
acréscimos de 4.000
serviços rédito de N
rendimentos

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 139
Rédito

ANO N + 1

Custos incorridos em N+1 = Custos totais incorridos – custos incorridos em N


= 7.500 € – 2.800 € = 4.700 €

Rédito a reconhecer em N+1 = Valor da prestação de serviços – Rédito de N


= 10.000 € - 4.000 € = 6.000 €

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

12 D. Ordem / 221 Até 31/3/N+1 - reconhecimento


6x - Gastos diversos 4.700
Fornecedores c/c (…) dos gastos incorridos

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 140
Rédito

Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

72 - Prestações de 31/3/N+1 - Emissão da fatura ao


211 - Clientes c/c 10.000
serviços cliente

276 - Adiantamentos por


conta de 31/3/N+1 - Regularização com
211 - Clientes c/c 3.000
vendas/prestação de preço fixado
serviços

2721 - Devedores por


72 - Prestações de 31/3/N+1 - Regularização do
acréscimos de 4.000
serviços acréscimo de rendimentos
rendimentos

Com o recebimento da dívida remanescente:


Conta a débito Conta a crédito Valor (€) Descrição

30/4/N+1 - Recebimento da dívida


12 - Depósitos à Ordem 211 - Clientes c/c 7.000
remanescente

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 141
Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 142
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

Para uma correta e eficaz compreensão do capítulo 13 da NCRF-PE


deveremos numa primeira fase considerar as definições relacionadas:

- provisões;

- passivos contingentes; e

- ativos contingentes.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 143
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

As provisões só devem ser reconhecidas quando cumulativamente:

- Uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva)


como resultado de um acontecimento passado;

- Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios


económicos será necessário para liquidar a obrigação; e

- Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 144
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

Os Ativos e Passivos contingentes não são reconhecidos.

Os Passivos contingentes apenas são divulgados, a menos que seja


remota a possibilidade de um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
económicos.

Os Ativos contingentes poderão ser divulgados quando for provável um


influxo de benefícios económicos.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 145
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 146
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

Caso Prático n.º 8

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 147
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

A empresa vendeu, no ano N, 100 máquinas ligadas à construção civil, pelo valor
unitário de 6.000 €, concedendo um período de garantia de 2 anos.

Com base no histórico dos últimos 3 anos, os custos totais de reparação, que se
espera que ocorram dentro do período da garantia, estão estimados em 14.000 €.

Sabe-se, ainda, que os custos das reparações efetuadas sobre aquelas


máquinas, no ano N+1, ascenderam a 6.000 € e que, da revisão das estimativas
efetuadas à data do Balanço de N+1, espera-se que os dispêndios ainda a
incorrer até ao final do período da garantia daquelas 100 máquinas se cifre em
10.000 €.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 148
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

Pedido: Contabilização dos gastos com o reconhecimento inicial da garantia a


clientes, das reparações realizadas em N e da alteração da estimativa do valor
das reparações a efetuar durante o restante período da garantia.

Natureza do problema: Reconhecimento inicial, uso e alterações de provisões


para garantias a clientes

NCRF PE (capítulo aplicável): 13

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 149
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

Reconhecimento e mensuração: Verificação das condições para o


reconhecimento de uma provisão.

Podemos concluir que estão cumpridos os critérios de reconhecimento desta


obrigação. Assim, o gasto da provisão deve ser reconhecido no ano da
alienação dos bens objeto de garantia, ou seja, no ano N.

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)

672 - Provisões do
292 - Provisões - 31/12/N - Reconhecimento da
período - Garantias a 14.000
Garantias a clientes provisão para garantias a clientes
clientes

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 150
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes

Durante o ano N+1 – Uso da provisão para garantias a clientes

Uma provisão só deve ser usada para os dispêndios relativos aos quais a
provisão foi originalmente reconhecida (§ 13.25 da NCRF-PE).
As subcontas da conta 29 – Provisões, devem ser utilizadas diretamente pelos
dispêndios para que foram reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja
lugar (nota de enquadramento à conta 29).

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)

12 - Depósitos à ordem
292 - Provisões - Durante N+1 - Uso parcial da
/ 221 Fornecedores 6.000
Garantias a clientes provisão para garantias a clientes
C/C

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 151
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes
Em 31 de Dezembro de N+1 – Alterações em provisões

As provisões devem ser revistas à data de cada balanço e ajustadas para


refletir a melhor estimativa corrente. Se deixar de ser provável que será
necessário um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos
futuros para liquidar a obrigação, a provisão deve ser revertida (§13.23 da
NCRF-PE).

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 152
Provisões, passivos contingentes e
ativos contingentes
Em 31 de Dezembro de N+1 – Alterações em provisões

Revisão da estimativa da provisão em 31/12/N+1:


- Montante da provisão por utilizar: 14.000 € - 6.000 € = 8.000 €
- Gastos estimados a incorrer em N+2 = 10.000 €
- Reforço da provisão: 10.000 € - 8.000 € = 2.000 €

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)

672 - Provisões do
292 - Provisões - 31/12/N+1 - Reforço da provisão
período - Garantias a 2.000
Garantias a clientes para garantias a clientes
clientes

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 153
Subsídios e outros apoios de entidades públicas

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 154
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

Os subsídios e outros apoios de entidades públicas, incluindo os subsídios não


monetários, devem ser apresentados no balanço como componente do capital
próprio, e imputados como rendimentos do exercício na proporção das
amortizações efetuadas em cada período, tal como referido no capítulo 14 da
NCRF-PE.

Os subsídios do Governo, incluindo subsídios não monetários, só devem ser


reconhecidos após existir segurança de que:
a) A entidade cumprirá as condições a eles associadas; e
b) Os subsídios serão recebidos.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 155
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

A maneira pela qual um subsídio é recebido não afeta o método contabilístico a


ser adotado com respeito ao subsídio, pelo que um subsídio é contabilizado da
mesma maneira quer ele seja recebido em dinheiro quer como redução de um
passivo para com a entidade pública.

Deverá a empresa divulgar qual o tipo de subsídio recebido e os critérios


contabilísticos utilizados no seu reconhecimento.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 156
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

Caso Prático n.º 9

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 157
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

A empresa apresentou um estudo económico para a construção de um edifício


fabril, com o intuito de obter um subsídio a fundo perdido que, segundo os
critérios de atribuição, se situa nos 25% do valor da construção. O projeto foi
aprovado em N-2. O custo total da construção do edifício fabril, apresentado e
aprovado para efeitos do projeto foi de 200.000 €.

Os dados relativos à construção são os seguintes


- Data de início da construção: 20 de Janeiro de N-1;
- Data do termo da construção: 30 de Junho de N;
- Data da entrada em funcionamento: 1 de Janeiro de N+1.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 158
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

Em Janeiro de N-1 foi recebido metade do subsídio e o restante no final da


construção.

O edifício fabril tem uma vida útil estimada de 20 anos.

Pedidos:
1) Lançamento no final da construção do imóvel.
2) Lançamentos contabilísticos relacionados com o subsídio até 31 de
Dezembro de N.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 159
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

Em Janeiro de N-1 foi recebido metade do subsídio e o restante no final da


construção.

O edifício fabril tem uma vida útil estimada de 20 anos.

Pedidos:
1) Lançamento no final da construção do imóvel.
2) Lançamentos contabilísticos relacionados com o subsídio até 31 de
Dezembro de N.

Natureza do problema: Problemática do reconhecimento inicial e mensuração


subsequente do subsídio não reembolsável relacionado com ativos
depreciáveis.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 160
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

Resolução:

1) Lançamento no final da construção do imóvel.

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)

432 - Ativos fixos 453 - Investimentos em


30/6/N - Final construção do
tangíveis - Edifícios e curso - Ativos fixos 200.000
edifício
outras construções tangíveis em curso

Embora a entrada em funcionamento do edifício tenha ocorrido em Janeiro de


N+1, em finais de Junho do ano anterior admite-se que o ativo já se encontrava
em condições para ser utilizado. Nos termos do ponto 7.18 da NCRF-PE, “A
depreciação de um ativo começa quando este esteja disponível para uso, i.e.
quando estiver na localização e condição necessárias para que seja capaz de
operar na forma pretendida.”

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 161
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

Assim em N a empresa deve reconhecer os gastos de depreciação do edifício


relativos ao segundo semestre deste ano. Contudo chamamos atenção para o
facto de, e tal como referido na parte final do mesmo ponto 7.18 da NCRF-PE
“segundo os métodos de uso da depreciação, o gasto de depreciação pode ser
zero enquanto não houver produção”.

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
642 - Gastos de 438 - Ativos fixos
depreciação e de tangíveis - 31/12/N - Depreciação do
5.000
amortização - Ativos Depreciações período
fixos tangíveis acumuladas

Depreciação de N = 200.000 € / 20 * 6/12 = 5.000 €

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 162
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

2) Lançamentos contabilísticos relacionados com o subsídio até 31 de


Dezembro de N

Em N-2 a empresa teve a comunicação da aprovação do subsídio, que


ascende a 50.000 € (25% * 200.000 €). Admitindo que nessa data aquela
decisão foi alvo de contratualização e que se verificam os critérios de
reconhecimento previsto no capítulo 14 da NCRF-PE, existe segurança
razoável de que a entidade cumprirá as condições associadas ao subsídio e o
subsídio será recebido deve-se efetuar o seguinte lançamento contabilístico em
N-2:
Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
278 - Outras contas a
593 - Outras variações
receber e a pagar - Dez./N-2 - Reconhecimento
no capital próprio - 50.000
Outros devedores e inicial do subsídio
subsídios
credores

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 163
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

Posteriormente, registar-se-á o recebimento do subsídio em duas tranches de


25.000 € cada:

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
278 - Outras contas a
receber e a pagar - Jan./N-1 - Recebimento primeira
12 - Depósitos à ordem 25.000
Outros devedores e tranche do subsídio
credores

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
278 - Outras contas a
receber e a pagar - Jun./N - Recebimento segunda
12 - Depósitos à ordem 25.000
Outros devedores e tranche do subsídio
credores

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 164
Subsídios e outros apoios de entidades
públicas

Nos termos do ponto 14.4 da NCRF-PE os subsídios atribuídos por entidades


públicas que sejam não reembolsáveis e relacionados com ativos fixos
tangíveis e intangíveis devem ser inicialmente reconhecidos nos Capitais
Próprios e subsequentemente imputados numa base sistemática como
rendimentos durante os períodos necessários para balanceá-los com os gastos
relacionados que se pretende que eles compensem.

No caso em concreto, como apenas em Julho de N se começou a registar os


gastos associados ao edifício, por via da depreciação, também só a partir desta
data deverá ser imputada a parte proporcional do subsídio a rendimentos.
Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
7883 - Outros
593 - Outras variações rendimentos e ganhos -
31.12.N - Imputação parcial do
no capital próprio - Outros - Imputação de 1.250
subsídio a rendimentos
subsídios subsídios para
investimento

50.000 € /20 * 6/12 = 1.250 €

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 165
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 166
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

Uma transação em moeda estrangeira é uma transação que seja denominada ou


exija liquidação numa moeda estrangeira, incluindo transações que resultem de:
- Quando uma entidade compra ou vende bens ou serviços cujo preço
seja denominado numa moeda estrangeira;
- Quando uma entidade pede emprestado ou empresta fundos quando
as quantias a pagar ou a receber sejam estabelecidas numa moeda
estrangeira; ou
- Quando uma entidade por qualquer forma adquire ou aliena ativos ou
incorre ou liquida passivos, denominados numa moeda estrangeira.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 167
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

A NCRF-PE determina que uma transação em moeda estrangeira deve ser


registada, no momento do reconhecimento inicial na moeda funcional, pela
aplicação à quantia de moeda estrangeira da taxa de câmbio entre a moeda
funcional e a moeda estrangeira à data da transação.

Posteriormente, à data de cada balanço:

- Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser transpostos pelo


uso da taxa de fecho;

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 168
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

Caso Prático n.º 10

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 169
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

A sociedade vendeu em 30 de Novembro de N, material para um cliente nos


Estados Unidos da América, tendo emitido uma fatura no montante 100.000
USD. A moeda funcional é o euro (€).

O câmbio do dólar nessa data era de $ 1 USD = 0,87 €. À data 31 de


Dezembro de N a fatura ainda não se encontrava paga, não havendo no
entanto risco de cobrança.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 170
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

Pedidos:

1) Registo da venda.

2) Tendo em consideração que em 31 de Dezembro de N ainda se encontrava


por pagar a referida fatura, e que o câmbio, nesta data era de $ 1 USD = 0,83
€, contabilize as operações que entenda adequadas.

3) Tendo em consideração a situação referida anteriormente, mas admitindo


que o câmbio, nesta data era de $ 1 USD = 0,93 €, contabilize as operações
que entenda adequadas.

4) O recebimento da dívida ocorreu em 31 de Janeiro de N+1, sendo o câmbio


nessa data de $ 1 USD = 0,90 €. Admita o câmbio em 31 de Dezembro de N de
$ 1 USD = 0,93 €.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 171
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

Natureza do problema: Apuramento de diferenças de câmbio.

NCRF PE (capítulo aplicável): 15

Reconhecimento e mensuração:
O capítulo 15 da NCRF-PE prescreve como se devem incluir transações em
moeda estrangeira nas demonstrações financeiras de uma entidade.

Uma transação em moeda estrangeira deve ser registada, no momento do


reconhecimento inicial na moeda funcional, pela aplicação à quantia de moeda
estrangeira da taxa de câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira
à data da transação.

À data de cada balanço os itens monetários em moeda estrangeira devem ser


transpostos pelo uso da taxa de fecho.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 172
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

Resolução:

1) Registo da venda

Na data da operação:

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
7123 - Vendas -
2111 - Clientes -
Produtos Acabados -
Clientes C/C . - 87.000 30/11/N - Registo da venda
Vendas para países
Clientes Gerais
terceiros

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 173
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

2) Tendo em consideração que em 31 de Dezembro de N ainda se


encontrava por pagar a referida fatura, e que o câmbio, nesta data era de $
1 USD = 0,83 €, contabilize as operações que entenda adequadas.

Câmbio na data da operação: 1 USD = 0,87 €


Câmbio em 31/12/N: 1 USD = 0,83 €
Diferença de câmbio = $ 100.000 USD * (0,87 € – 0,83 €) = 4.000 €

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
6887 - Outros Gastos e
2111 - Clientes -
Perdas - Outros -
Clientes C/C . - 4.000 31/12/N - Atualização do câmbio
Diferenças de câmbio
Clientes Gerais
desfavoráveis

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 174
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

3) Tendo em consideração a situação referida anteriormente, mas


admitindo que o câmbio, nesta data era de $ 1 USD = 0,93 €, contabilize as
operações que entenda adequadas.

Câmbio na data da operação: 1 USD = 0,87 €


Câmbio em 31/12/N: 1 USD = 0,93 €
Diferença de câmbio = $ 100.000 USD * (0,93 € – 0,87 €) = 6.000 €

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
7887 - Outros
2111 - Clientes -
rendimentos e ganhos -
Clientes C/C . - 6.000 31/12/N - Atualização do câmbio
Outros - Diferenças de
Clientes Gerais
câmbio favoráveis

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 175
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

4) O recebimento da dívida ocorreu em 31 de Janeiro de N+1, sendo o


câmbio nessa data de $ 1 USD = 0,90 €. Admita o câmbio em 31 de
Dezembro de N de $ 1 USD = 0,93 €.

Na data do recebimento:

- É necessário apurar a diferença entre o valor recebido, por aplicação da taxa


de câmbio da data do recebimento, e o valor escriturado.

Câmbio em 31/12/N: 1 USD = 0,93 €


Diferença de câmbio = $ 100.000 USD * (0,93 € – 0,90 €) = 3.000 €
Valor do recebimento: $ 100.000 USD * 0,90 € = 90.000 €

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 176
Efeitos de alterações em taxas de câmbio

4) O recebimento da dívida ocorreu em 31 de Janeiro de N+1, sendo o


câmbio nessa data de $ 1 USD = 0,90 €. Admita o câmbio em 31 de
Dezembro de N de $ 1 USD = 0,93 €.

Na data do recebimento:

Valor
Contas a débito Valor (€) Conta a crédito Descrição
(€)

12 - Depósitos à ordem 90.000


2111 - Clientes -
31/1/N+1 -
Clientes C/C . - 93.000
Recebimento
6887 - Outros Gastos e Clientes Gerais
Perdas - Outros -
3.000
Diferenças de câmbio
desfavoráveis

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 177
Impostos sobre o rendimento

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 178
Impostos sobre o Rendimento

Prescreve o capítulo 16 da NCRF-PE que o tratamento contabilístico dos


impostos sobre o rendimento é, salvo disposição específica, o método do imposto
a pagar e mensurados pela quantia que se espera que seja paga (recuperada de)
às autoridades fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais) aprovadas à data do
balanço.

Tal como já era previsto no anterior normativo contabilístico a contabilização dos


efeitos de impostos correntes de uma transação ou de outro acontecimento é
consistente com a contabilização da transação ou do próprio acontecimento.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 179
Impostos sobre o Rendimento

Relativamente aos aspetos relacionados com a compensação de saldos uma


entidade deve compensar ativos por impostos correntes e passivos por impostos
correntes nas suas demonstrações financeiras se, e somente se, a entidade:

- Tiver um direito legalmente executável para compensar quantias


reconhecidas; e

- Pretender liquidar numa base líquida, ou realizar o ativo e liquidar


simultaneamente o passivo.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 180
Instrumentos financeiros

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 181
Instrumentos Financeiros

O capítulo 17 da NCRF-PE aplica-se aos instrumentos financeiros com exceção


de:

- Direitos e obrigações no âmbito de um plano de benefícios a empregados;


- Direitos no âmbito de um contrato de seguro a não ser que o contrato de seguro
resulte numa perda para qualquer das partes em resultado dos termos
contratuais que se relacionem com:
- Alterações no risco segurado;
- Alterações na taxa de câmbio;
- Entrada em incumprimento de uma das partes;
- Locações, a não ser que a locação resulte numa perda para o locador ou
locatário como resultado dos termos do contrato que se relacionem com:
- Alterações no preço do bem locado;
- Alterações na taxa de câmbio;
- Entrada em incumprimento de uma das contrapartes.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 182
Instrumentos Financeiros

Uma entidade deve mensurar os seguintes instrumentos financeiros ao custo


menos perda por imparidade:

a) Instrumentos tais como clientes, fornecedores, contas a receber,


contas a pagar ou empréstimos bancários;
b) Contratos para conceder ou contrair empréstimos;
c) Instrumentos de capital próprio que não sejam negociados
publicamente.

Instrumentos financeiros negociados em mercado líquido e regulamentado –


Justo Valor (Variações reconhecidos em resultados do período)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 183
Instrumentos Financeiros

Imparidade

À data de cada período de relato financeiro, uma entidade deve avaliar todos os
ativos financeiros que não sejam mensurados ao justo valor.

Se existir uma evidência objetiva de imparidade, a entidade deve reconhecer uma


perda por imparidade na demonstração dos resultados.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 184
Instrumentos Financeiros

Caso Prático n.º 11

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 185
Instrumentos Financeiros

A sociedade detém uma carteira de ações diversificada registada na conta


1421 – Outros instrumentos financeiros – Ativos Financeiros. Dada a baixa
generalizada das cotações verificada nos últimos anos, o órgão de gestão da
sociedade tem uma grande expectativa que o mercado retomará brevemente a
tendência de subida.

Em 20 de Novembro de N, a conta 1421 – Outros instrumentos financeiros –


Ativos Financeiros apresentava a seguinte decomposição:

Conta Descrição Saldo (€)

14211 Ações da sociedade A (Quantidade 6.000) 25.800


14212 Ações da sociedade B (Quantidade 5.000) 15.000
14213 Ações da sociedade C (Quantidade 2.000) 10.000

Total 50.800

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 186
Instrumentos Financeiros

Outras informações:

1. Em 21 de Novembro de N, foram alienadas 50% das ações da sociedade A


detidas em carteira com as seguintes condições de venda:
- Valor unitário: 4,5 €;
- Despesas de transação: 10 €

2. A cotação das ações em carteira, em 31 de Dezembro de N, era a seguinte:


- Sociedade A: 4 €;
- Sociedade B: 3,5 €;
- Sociedade C: 5 €.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 187
Instrumentos Financeiros

Pedido: Registo das operações, realizadas em N, para que o Balanço de 31 de


Dezembro de N apresente de forma adequada a posição financeira da
empresa.

Natureza do problema:
Desreconhecimento de instrumentos financeiros
Alterações de justo valor numa carteira de ações

NCRF PE (capítulo aplicável): 17

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 188
Instrumentos Financeiros

Reconhecimento e mensuração dos instrumentos financeiros

O § 17.8 da NCRF-PE refere que “……os instrumentos de capital próprio de


uma outra entidade, negociados em mercado líquido e regulamentado, devem
ser mensurados ao justo valor, reconhecendo-se as alterações de justo valor
na demonstração de resultados”.

As notas de enquadramento do SNC referem que a conta “14 – Outros


Instrumentos financeiros” visa reconhecer os instrumentos financeiros que
sejam mensurados ao justo valor, designadamente os derivados……”.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 189
Instrumentos Financeiros

Resolução:

1) Alienação de 50% de ações da sociedade A

- Custo unitário de cada ação = 25.800 € / 6.000 ações = 4,3 € ação


- Custo das ações vendidas = 3.000 ações * 4,3 € = 12.900 €
- Valor bruto da venda das 3.000 ações = 3.000 ações * 4,5 € = 13.500 €
- Despesas de transação = 10 €
- Valor líquido da venda = 13.500 € - 10 € = 13.490 €
- Ganho na alienação das ações = 13.490 € - 12.900 € = 590 €

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 190
Instrumentos Financeiros

Resolução:

Valor
Conta a débito Valor (€) Contas a crédito Descrição
(€)
14211 – Outros
Instrumentos
financeiros -
Instrumentos
12.900
Financeiros detidos
para negociação -
Ativos financeiros - Registo da alienação
12 - Depósitos à ordem 13.490
Ações da sociedade A das ações

78 - Outros
rendimentos e ganhos -
Ganhos em outros 590
instrumentos
financeiros

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 191
Instrumentos Financeiros

Resolução:

2) Registo das alterações do justo valor das ações em carteira (31/12/N)

Ações da sociedade A
N.º ações em carteira = 3.000
Cotação escriturada = 12.900 € (3000 * 4,3)
Cotação em 31/12/N = 4 €
Perda por redução do justo valor = 3.000 ações * (4,3 € - 4 €) = 900 €.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 192
Instrumentos Financeiros

Resolução:

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
14211 - Outros
Instrumentos
661 - Perdas por financeiros -
redução de justo valor Instrumentos 31/12/N - Perdas por redução de
900
- Em instrumentos Financeiros detidos justo valor
financeiros para negociação -
Ativos financeiros -
Ações da sociedade A

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 193
Instrumentos Financeiros

Ações da sociedade B
N.º ações em carteira = 5.000
Justo valor em 31/12/N = 5.000 * 3,5 € = 17.500 €
Quantia escriturada = 15.000 €
Ganho por aumento de justo valor = 17.500 € - 15.000 € = 2.500 €

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
14212 - Outros
Instrumentos
771 – Ganhos por
financeiros -
aumentos de justo
Instrumentos 31/12/N - Ganhos por aumento
valor - Em 2.500
Financeiros detidos de justo valor
instrumentos
para negociação -
financeiros
Ativos financeiros -
Ações da sociedade B

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 194
Instrumentos Financeiros

Resolução:

Ações da sociedade C

N.º ações em carteira = 2.000


Justo valor em 31/12/N = 2.000 * 5 € = 10.000 €
Quantia escriturada = 10.000 €

Não há alterações de justo valor a registar

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 195
Benefícios dos empregados

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 196
Benefícios dos empregados

O capítulo 18 da norma PE aplica-se aos benefícios dos empregados. Neste


âmbito dispõe que uma entidade deve reconhecer:

- Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de


benefícios a pagar no futuro; e

- Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico


proveniente do serviço proporcionado por um empregado em troca desses
benefícios.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 197
Benefícios dos empregados

Os benefícios dos empregados aos quais este capítulo se aplica são os


seguintes:

- A benefícios de curto prazo, tais como salários, ordenados e


contribuições para a segurança social, licença anual paga e licença por doença
paga, participação nos lucros e gratificações (se pagáveis dentro de doze meses
a contar do final do período) e benefícios não monetários (tais como cuidados
médicos, alojamento, automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados)
relativos aos empregados correntes; e

- A benefícios de cessação de emprego.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 198
Benefícios dos empregados

A contabilização dos benefícios a curto prazo é geralmente linear porque não são
necessários pressupostos atuariais para mensurar a obrigação ou o custo e não
há possibilidade de qualquer ganho ou perda atuarial. As obrigações dos
benefícios a curto prazo são mensuradas numa base não descontada.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 199
Benefícios dos empregados

Quando um empregado tenha prestado serviço a uma entidade durante um


período contabilístico, a entidade deve reconhecer a quantia não descontada de
benefícios a curto prazo que espera ser paga em troca desse serviço:

- Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer


quantia já paga.

- Como um gasto, salvo se outro capítulo da presente Norma exigir ou


permitir a inclusão dos benefícios no custo de um ativo (ver, por exemplo, o
capítulo 11 - Inventários e o capítulo 7 - Ativos Fixos Tangíveis).

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 200
Benefícios dos empregados

Caso Prático n.º 12

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 201
Benefícios dos empregados

A empresa tem vindo há vários anos a garantir aos seus trabalhadores um


plano de participação nos lucros, como incentivo à manutenção do nível de
produtividade dos seus empregados. De acordo com aquele plano,
comprovado pelo histórico da empresa, o total dos pagamentos relativos à
participação nos lucros será de 10% do lucro líquido distribuível.

No período de N estima-se que o lucro líquido distribuível ascenderá a 30.000


€.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 202
Benefícios dos empregados

Pedido: Contabilize a participação dos trabalhadores nos lucros da empresa no


ano N

Natureza do problema: Reconhecimento e mensuração do gasto com o


pessoal

NCRF PE (capítulo aplicável): 18

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 203
Benefícios dos empregados

Reconhecimento e mensuração dos benefícios dos empregados

Nos termos do § 18.6 da NCRF-PE uma entidade deve reconhecer o custo


esperado dos pagamentos de participação nos lucros e gratificações quando, e
só quando:
- A entidade tenha uma obrigação presente legal ou construtiva de fazer tais
pagamentos em consequência de acontecimentos passados; e
- Possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.

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Benefícios dos empregados

Resolução:

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)
2722 - Outros
638x - Gastos com o devedores e credores -
pessoal - Outros gastos Devedores e credores Dez./N - Estimativa da
3.000
com o pessoal - por acréscimos - participação nos lucros de N
Participação nos lucros Credores por
acréscimos de gastos

Valor do gasto estimado = 30.000 € * 10% = 3.000

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Acontecimentos após a data do balanço

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 206
Acontecimentos após a data do balanço

Os acontecimentos após a data do balanço são aqueles acontecimentos,


favoráveis e desfavoráveis, que ocorram entre a data do balanço e a data em
que as demonstrações financeiras forem autorizadas para emissão, pelo
órgão de gestão.

Podem ser identificados dois tipos de acontecimentos:


a) Aqueles que proporcionem prova de condições que existiam à data do balanço
(acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos); e

b) Aqueles que sejam indicativos de condições que surgiram após a data do balanço
(acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajustamentos).

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 207
Acontecimentos após a data do balanço

Incluem-se aqui os acontecimentos que ocorram após o anúncio público de


resultados ou de outra informação financeira selecionada.

A data de autorização para emissão das demonstrações financeiras é a data a


partir da qual as demonstrações financeiras aprovadas pelo órgão de gestão
se disponibilizam para conhecimento de terceiros ou, se aplicável, dum
conselho de supervisão (constituído unicamente por não-executivos).

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 208
Acontecimentos após a data do balanço

Acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos

Uma entidade deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas demonstrações


financeiras para refletir os acontecimentos após a data do balanço que dão
lugar a ajustamentos.

Exemplos previstos na NCRF-PE:

a) A resolução, após a data do balanço, de um caso judicial que confirma que


a entidade tinha uma obrigação presente à data do balanço. A entidade ajusta
qualquer provisão anteriormente reconhecida relacionada com este caso
judicial de acordo com o capítulo 13 desta Norma ou reconhece uma nova
provisão. A entidade não pode divulgar meramente um passivo contingente
porque a resolução proporciona provas adicionais que seriam consideradas de
acordo com o capítulo 13 desta Norma;

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 209
Acontecimentos após a data do balanço

Acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos

Exemplos previstos na NCRF-PE:

b) A receção de informação após a data do balanço que indique que um ativo


estava em imparidade à data do balanço, ou que a quantia da perda por
imparidade anteriormente reconhecida para esse ativo necessita de ser
ajustada;

c) A determinação após a data do balanço do custo de ativos comprados, ou


os proventos de ativos vendidos, antes da data do balanço;

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 210
Acontecimentos após a data do balanço

Acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos

Exemplos previstos na NCRF-PE:

d) A determinação após a data do balanço da quantia de participação no lucro


ou de pagamentos de bónus, caso a entidade tivesse uma obrigação presente
legal ou construtiva à data do balanço de fazer tais pagamentos em
consequência de acontecimentos antes dessa data (ver supletivamente o
capítulo 18 – Benefícios dos empregados desta Norma);

e) A descoberta de fraudes ou erros que mostrem que as demonstrações


financeiras estão incorretas.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 211
Acontecimentos após a data do balanço

Acontecimentos após a data do balanço que NÃO dão lugar a ajustamentos

Uma entidade não deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas


demonstrações financeiras para refletir os acontecimentos após a data do
balanço que não dão lugar a ajustamentos.

Exemplo previsto na NCRF-PE:

• declínio no justo valor dos investimentos entre a data do balanço e a data


em que foi autorizada a emissão das demonstrações financeiras. O
declínio no justo valor não está normalmente ligado ao estado dos
investimentos, à data do balanço, mas reflete circunstâncias que surgiram
posteriormente.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 212
Acontecimentos após a data do balanço

Continuidade

Uma entidade não deve preparar as suas demonstrações financeiras numa


base de continuidade se o órgão de gestão determinar após a data do balanço
que pretende ou liquidar a entidade ou cessar de negociar, ou que não tenha
alternativa realista a não ser fazer isso.

A deterioração nos resultados operacionais e da posição financeira após a


data do balanço pode indicar a necessidade de considerar se ainda é ou não
apropriado o pressuposto da continuidade.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 213
Agricultura

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 214
Agricultura

Este capítulo deve ser aplicado na contabilização do que se segue quando se


relacione com a atividade agrícola:

a) Ativos biológicos;

b) Produto agrícola no ponto da colheita; e

c) Subsídios das entidades públicas incluídos nos parágrafos 20.12 e 20.13

Este capítulo é aplicado ao produto agrícola, que é o produto colhido dos


ativos biológicos da entidade, somente no momento da colheita.

Após isso, é aplicado a esse produto o capítulo 11 – Inventários desta Norma.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 215
Agricultura

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 216
Agricultura

Um ativo biológico deve ser mensurado, no reconhecimento inicial e em cada


data de balanço, pelo seu justo valor menos custos de alienação, exceto no
caso em que o justo valor não pode ser fiavelmente mensurado.

O produto agrícola colhido dos ativos biológicos de uma entidade deve ser
mensurado pelo seu justo valor menos custos de vender no momento da
colheita. Tal mensuração é o custo nessa data aquando da aplicação do
capítulo 11 – Inventários da NCRF-PE.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 217
Agricultura

Para efeitos do disposto neste capítulo 20 da NCRF-PE considera-se como


justo valor fiavelmente mensurável as cotações oficiais de mercado,
designadamente as disponibilizadas pelo Sistema de Informação de Mercados
Agrícolas (SIMA).

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 218
Agricultura

Ganhos e Perdas

Um ganho ou uma perda que surja no reconhecimento inicial de um ativo


biológico pelo justo valor menos os custos de alienação e de uma alteração de
justo valor menos os custos de alienação de um ativo biológico deve ser
incluído no resultado líquido do período em que surja.

Pode surgir uma perda no reconhecimento inicial de um ativo biológico ao


determinar a quantia do justo valor menos os custos de alienação. Pode
surgir um ganho no reconhecimento inicial de um ativo biológico, por
exemplo, quando nasce um bezerro.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 219
Agricultura

Incapacidade de mensurar fiavelmente o justo valor

Pressupõe-se que, para um ativo biológico ou para um produto agrícola no


ponto de colheita, o seu justo valor pode ser mensurado com fiabilidade.

Contudo, se esse pressuposto não se verificar, esse ativo biológico ou produto


agrícola deve ser mensurado pelo custo menos qualquer depreciação
acumulada e qualquer perda por imparidade acumulada.

Quando o justo valor desse ativo biológico ou produto agrícola se tornar


fiavelmente mensurável, uma entidade deve mensurá-lo pelo seu justo valor
menos os custos de alienação.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 220
Agricultura

Incapacidade de mensurar fiavelmente o justo valor

Ao determinar o custo, depreciação acumulada e perdas por imparidade


acumuladas, uma entidade toma em consideração os capítulos 7 e 11 desta
Norma, bem como, se for o caso, a NCRF 12 — Imparidade de Ativos.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 221
Agricultura

Subsídios atribuídos por entidades públicas

Um subsídio atribuído por entidades públicas que seja não condicional e que
se relacione com um ativo biológico deve ser reconhecido como rendimento
quando, e somente quando, o subsídio atribuído por entidades públicas se
torne recebível.

Se um subsídio atribuído por entidades públicas relacionado com um ativo


biológico for condicional, a entidade beneficiária deve reconhecer o subsídio
como rendimento quando, e somente quando, sejam satisfeitas as condições
ligadas à atribuição do subsídio.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 222
Agricultura

Caso Prático n.º 13

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 223
Agricultura

Uma determinada sociedade cuja atividade consiste na produção de vitelos


para abate, adquiriu em 3 de Junho de N, 100 vacas reprodutoras de raça
Arouquesa por 150.000 €. De acordo com a consulta das cotações no sistema
SIMA o valor mais frequente de cada vaca reprodutora, à data do balanço,
com a mesma idade e características, era de 1.500€.

Bovinos – Merc. Produção (Sem 31-05-N a 06-06-N)


MERCAD Mínim Máxim Freque
PRODUTO REGIAO
O o o nte
Vaca Reprodutora Arouquesa Entre Douro Ribadour 1 200 € 1 800 1 500 €
EUR/Unidade e Minho o €
Fonte: SIMA Ano N

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 224
Agricultura

Pedido: Assumindo que em 31 de Dezembro de N o justo valor das vacas


reprodutoras é 1.600 € / Unidade, quais os lançamentos contabilísticos
relacionados.

Natureza do problema: Reconhecimento e mensuração do justo valor das


vacas reprodutoras

NCRF PE (capítulo aplicável): 20

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 225
Agricultura

Resolução:

Registo da compra das 100 vacas reprodutoras

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)

3721 - Ativos biológicos 3/6/N - Aquisição 100 vacas


12 D. Ordem 150.000
de produção - animais reprodutoras raça Arouquesa

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 226
Agricultura

Resolução:

Ajustamento para o justo valor, em 31 de Dezembro, das vacas reprodutoras


(ativos biológicos de produção)

Valor
Conta a débito Conta a crédito Descrição
(€)

774 - Ganhos por


3721 - Ativos biológicos 31/12/N - Ajustamento para
aumento de justo valor 10.000
de produção – animais justo valor
- Em ativos biológicos

10.000 = (100 * 1.600) – (100 * 1.500)

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 227
Contratos de construção

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 228
Contratos de construção

Um contrato de construção é um contrato especificamente negociado para a


construção de um ativo ou de uma combinação de ativos que estejam
intimamente inter-relacionados ou interdependentes em termos da sua
conceção, tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final.

Os contratos de construção incluem os contratos para a prestação de serviços


que estejam diretamente relacionados com a construção do ativo e os
contratos para a destruição ou restauro de ativos e o restauro do ambiente
após a demolição dos ativos.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 229
Contratos de construção

O rédito do contrato e os gastos do contrato associados ao contrato de


construção, quando o seu desfecho puder ser fiavelmente estimado, devem
ser reconhecidos como rédito e gastos, respetivamente, segundo o método da
percentagem de acabamento à data do balanço.

Uma perda esperada no contrato de construção, quando for provável que os


gastos totais excedam o rédito total do contrato, deve ser reconhecida
imediatamente como um gasto.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 230
Contratos de construção

De acordo com o método da percentagem de acabamento, o rédito contratual


é balanceado com os gastos contratuais incorridos ao atingir a fase de
acabamento, resultando no relato de rédito, gastos e lucros que possam ser
atribuíveis à proporção do trabalho incluído.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 231
Contratos de construção

A fase de acabamento de um contrato pode ser determinada de várias


maneiras, pelo que, dependendo da natureza do contrato, os métodos podem
incluir:

a) A proporção em que os gastos do contrato incorridos no trabalho executado até


à data estejam para os gastos estimados totais do contrato;

b) Levantamento do trabalho executado; e

c) Conclusão de uma proporção física do trabalho contratado.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 232
Contratos de construção

Quando o desfecho de um contrato de construção não possa ser estimado


fiavelmente:

a) O rédito somente deve ser reconhecido até ao ponto em que seja provável que os
gastos do contrato incorridos sejam recuperáveis; e

b) Os gastos do contrato devem ser reconhecidos como um gasto do período em que


sejam incorridos.

Os gastos do contrato cuja recuperação não seja provável são reconhecidos


imediatamente como um gasto.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 233
Contratos de construção

Quando o desfecho de um contrato de construção não possa ser estimado


fiavelmente:

a) O rédito somente deve ser reconhecido até ao ponto em que seja provável que os
gastos do contrato incorridos sejam recuperáveis; e

b) Os gastos do contrato devem ser reconhecidos como um gasto do período em que


sejam incorridos.

Os gastos do contrato cuja recuperação não seja provável são reconhecidos


imediatamente como um gasto.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 234
Contratos de construção

Caso Prático n.º 14

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 235
Contratos de construção

Uma empresa celebrou um contrato para a construção de uma unidade fabril


pelo montante de 900.000 €. O custo da obra foi estimado inicialmente em
800.000 €, tendo sido revisto no final do segundo ano para 850.000 €.

O prazo de execução previsto é de três anos e a faturação será emitida


semestralmente, de forma linear ao longo do contrato.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 236
Contratos de construção

Dados do contrato, ao longo do período de execução:

Ano 1 Ano 2 Ano 3

Custos incorridos
200.000 565.000 85.000

Custos acumulados
200.000 765.000 850.000

Custos a incorrer estimados


600.000 85.000 0

Faturação
300.000 300.000 300.000

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 237
Contratos de construção

Pedido: Registos contabilísticos no final de cada período.

Natureza do problema: Reconhecimento e mensuração de contratos de


construção.

NCRF PE (capítulo aplicável): 21

Reconhecimento e mensuração

O rédito do contrato e os gastos do contrato associados ao contrato de


construção, quando o seu desfecho puder ser fiavelmente estimado, devem
ser reconhecidos como rédito e gastos, respetivamente, segundo o método da
percentagem de acabamento à data do balanço.

Aspetos práticos da contabilidade para pequenas entidades © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 238
Contratos de construção

Ano 1 Ano 2 Ano 3


Custos incorridos acumulados (1) 200.000 765.000 850.000
Custos totais estimados (2) 800.000 850.000 850.000
Percentagem de acabamento
25% 90% 100%
(3) = (1)/(2)

Rédito a reconhecer acumulado


225.000 810.000 900.000
(4) = (3) * 900.000

Rédito do período 225.000 585.000 90.000

Registos contabilísticos
72 – Prestação de serviços (faturação) 300.000 300.000 300.000
2721 – Acréscimos de rendimentos 210.000 -210.000
282 – Rendimentos a reconhecer -75.000 75.000
Rédito do período (72 – Prestação de serviços)
225.000 585.000 90.000

Rédito acumulado 225.000 810.000 900.000

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