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AULA
Filo Arthropoda –
Chelicerata II
objetivos
Pré-requisitos
Aulas 1 a 18, especialmente a última.
Disciplina Introdução à Zoologia.
Noções básicas sobre Citologia e Histologia.
Diversidade Biológica dos Protostomados | Filo Arthropoda – Chelicerata II
INTRODUÇÃO Na Aula 18, você estudou as características gerais dos artrópodes queliceriformes
e aprendeu que esse subfilo inclui três classes: Pycnogonida, Merostomata e
Arachnida. Você também aprendeu que os queliceriformes apresentam um corpo
tipicamente dividido em dois tagmas: o prossoma ou cefalotórax e o opistossoma
ou abdome (exceto Pycnogonida). Esses artrópodes não apresentam antenas,
mas possuem seis pares de apêndices segmentados e unirremes no prossoma:
• um par de quelíceras;
• um par de pedipalpos;
• quatro pares de pernas locomotoras.
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A segunda região do corpo é um tronco que apresenta dois pares de
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processos laterais dos quais nascem os segundo e terceiro pares de pernas.
O quarto e último par de pernas se localiza na pequena região posterior
do corpo, na qual existe um pequeno tubérculo dorsal, provavelmente
representando o opistossoma ou abdome vestigial (Figura 19.1).
As características mais marcantes da morfologia desse grupo com
relação aos demais artrópodes são: (1) a presença de gonóporos múltiplos
em algumas ou em todas as pernas e (2 ) a existência de espécies com mais de
quatro pares de pernas (cinco ou seis), fenômeno único entre os artrópodes.
Probóscide
Palpo
Quelíforo
Perna ovígera
Perna
Massa de ovos
Tronco Olhos
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Subclasse Eurypterida
a b
Prossoma
Mesossoma
Metassoma
Subclasse Xiphosura
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Os cincos pares restantes são brânquias-em-livro. As quelíceras,
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os pedipalpos e as pernas são todos quelados. Na coxa do quarto par de
pernas há delicados processos, denominados flabelos, que servem para
limpar as brânquias. Nesse mesmo par de pernas há também um par de
apêndices reduzidos, chamados quilárias, de função desconhecida.
Carapaça
Prossoma
Opistossoma Quelícera
Abdome
Pedipalpo
Gnatobase
Telso
Pernas
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Ordem Scorpiones
Pedipalpo
Quelícera
Prossoma Olhos
Pente
Mesossoma
Opistossoma
Metassoma
Aguilhão
Pulmão-em-livro
(abertura)
Figura 19.4: Ordem Scorpiones, vista dorsal (a) e vista ventral (b).
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No primeiro segmento do mesossoma se abre o gonóporo, coberto por
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um opérculo genital, e no segundo existe um par de apêndices com função
tátil, chamados pentes. Do terceiro até o sexto segmento do mesossoma
há um par de pulmões foliáceos em cada um. O metassoma não possui
apêndices e o telso possui um aguilhão ou acúleo na extremidade.
Internamente há uma glândula secretora de veneno que se comunica
com o poro que se abre na ponta do acúleo.
Os escorpiões se alimentam principalmente de insetos, mas há espécies
que são predadoras de cobras e lagartos. A maioria, portanto, tem veneno
capaz de matar animais de pequeno porte, mas aqueles considerados mais
perigosos podem matar grandes animais, incluindo o homem. As espécies
de escorpiões do gênero Tityus são as mais perigosas na América do Sul.
Quando um escorpião localiza sua vítima, ele a ataca e a segura com seus
fortes pedipalpos, dobra o opistossoma sobre o prossoma e ferroa a presa com
o acúleo. Contrações de músculos que rodeiam a glândula forçam o veneno
a sair pelo poro do acúleo, paralisando e matando a presa rapidamente.
O acasalamento dos escorpiões é precedido por uma dança de cortejo,
e a fêmea, em vez de pôr ovos, faz a postura de jovens escorpiões (ou seja,
é vivípara), os quais permanecem sobre o dorso da mãe por alguns dias.
Ordem Uropygi
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b
Pedipalpos 1o par de pernas
Propeltídeo
(carapaça)
Telso
o
1 par
de pernas
Carapaça do
prossoma
Mesossoma
Telso
c d
1o par de pernas
Pedipalpo
1o par de pernas
Metassoma
Quelícera
Propeltídeo
Carapaça dos
e segmentos
posteriores
Pedipalpo Carapaça
Pedicelo
Opistossoma
Quelícera
Pedicelo
Telso
Olhos
Carapaça
g
Pedipalpo
h
f Quelícera Pedipalpo
Pedipalpo
1a perna
2o par de
pernas Carapaça
Quelícera
Carapaça
Figura 19.5: Diversas ordens de Arachnida: Uropygi (a), Schizomida (b), Amblypygi (c), Palpigradi (d), Pseudoscorpiones (e),
Ricinulei (f), Solpugida (g) e Opiliones (h).
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Ordem Schizomida
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Esse é um pequeno grupo de aracnídeos, com cerca de 80 espécies
conhecidas, todas menores que 1cm (Figura 19.5). Eram incluídos entre
os Uropygi, mas atualmente os pesquisadores preferem tratá-los como uma
ordem à parte. Diferem dos uropigos por possuírem o prossoma dividido;
os primeiros quatro segmentos formam uma região única, coberta por
uma carapaça e chamada propeltídeo, seguida por dois segmentos livres,
chamados mesopeltídeo e metapeltídeo, respectivamente. O opistossoma
é segmentado e dividido, porém o mesossoma possui apenas um par de
pulmões-em-livro e o telso é curto. Como nos uropigos, apresentam
também o primeiro par de pernas sensitivas e glândulas repugnantes.
Ordem Amblypygi
Ordem Palpigradi
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Ordem Araneae
a b c
Quelícera
Pedipalpo Maxila
Olhos
Quelícera Dente (presa)
Pedipalpo
Prossoma
Esterno
4 pares de pernas
Olhos
Pedicelo Pulmão-
em-livro
(abertura)
Pedicelo
Opistossoma
Espiráculo
Fiandeiras
d e f
Figura 19.6: Ordem Araneae. Vistas dorsal (a), lateral (b) e ventral (c); quelíceras ortognata (d) e labidognata (e); detalhe
do pedipalpo copulador dos machos (f).
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A segunda subordem compreende dois grandes grupos, Mygalomorphae
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(tarântulas, caranguejeiras) e Araneomorphae (aranhas típicas). A maioria
das espécies de ambos os grupos possui abdome sem segmentação com
as fiandeiras na parte posterior, mas podem ser diferenciadas pelo tipo de
articulação das quelíceras. As quelíceras das migalomorfas são estruturas
que se movimentam paralelamente ao eixo do corpo e são ditas quelíceras
ortognatas, enquanto as araneomorfas têm quelíceras que se movimentam
transversalmente ao eixo do corpo, chamadas labidognatas (Figura 19.6).
A seda produzida pelas aranhas é uma proteína fibrosa complexa
secretada por vários grupos de glândulas especiais, localizadas no opistossoma,
que sai através de pequeníssimos dutos das fiandeiras e que se solidifica em um
fio ao entrar em contato com o ar. Existem seis diferentes tipos de glândulas, cada
um produzindo um tipo diferente de seda. A seda serve para muitas finalidades,
e tipos diferentes de fios e de teias são produzidos pelas aranhas. Armadilhas,
esconderijos, ninho para acasalamento, casulo para os ovos etc. são exemplos
dos variados fins que as teias podem ter. A maioria das aranhas tem três pares
de fiandeiras, mas algumas apresentam apenas uma ou duas (Figura 19.6).
A fecundação das aranhas é interna e direta, mas bastante curiosa.
O macho das aranhas tece uma pequena teia, na qual deposita uma gota
de esperma e a transfere para o interior de seus pedipalpos. Ele, então,
procura uma fêmea, realizando ou não um ritual nupcial, dependendo
da espécie, e insere seus pedipalpos na abertura genital feminina para
transferir os espermatozóides. Logo, nos machos não há um “pênis”, o
pedipalpo é que funciona como órgão de cópula e inseminação da fêmea.
Após a cópula, a fêmea come ou não o macho, e tece um casulo para
depositar os ovos, chamado ovisaco. Em algumas espécies, as fêmeas
prendem o ovisaco na teia ou próximo a ela e outras o carregam.
Ordem Ricinulei
Ordem Pseudoscorpiones
Ordem Solpugida
Ordem Opiliones
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Ordem Acari
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Nesse grupo estão reunidos os ácaros e os carrapatos e constitui a
ordem mais numerosa de aracnídeos (Figura 19.7). A maioria dos ácaros
é terrestre, muitos são parasitas e alguns invadiram o ambiente aquático.
Esses animais apresentam o corpo reduzido, em geral globoso, com o
prossoma e o opistossoma não-divididos, não-segmentados, cobertos
por carapaça e largamente unidos um ao outro. Em geral, a fusão do
prossoma com o opistossoma é pouco distinta, formando um corpo
compacto. As quelíceras e pedipalpos são variáveis e os olhos podem
estar presentes ou não. As trocas gasosas são realizadas por traquéias
ou pela superfície do corpo.
a
Pedipalpo
Capítulo
Carapaça
Figura 19.7: Ordem Acari: (a) carrapato (Parasitiformes) e (b) o ácaro da pele,
Demodex (Acariformes).
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RESUMO
AULA
Nesta aula, nós estudamos a diversidade dos Cheliceriformes e aprendemos as
características morfológicas que distinguem os Pycnogonida, os Merostomata e
os Arachnida.
EXERCÍCIOS
3. Como você distinguiria uma aranha caranguejeira de uma aranha comum com
base nas quelíceras?
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AUTO-AVALIAÇÃO
Você estará pronto para a próxima aula se tiver compreendido os seguintes aspectos
abordados aqui: (1) características básicas do subfilo Cheliceriformes, bem como
dos grupos nele incluídos, os Pycnogonida, os Merostomata e os Arachnida;
(2) características básicas da arquitetura corporal e de alguns aspectos fisiológicos
dos subgrupos de Merostomata e Arachnida; (3) diferenças básicas entre algumas das
principais ordens de Arachnida, especialmente Acari, Scorpiones e Araneae. Se você
compreendeu bem esses tópicos e respondeu corretamente às questões propostas
nos exercícios, você certamente está preparado para avançar para a Aula 21.
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