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A frase acima resume o princípio fundamental da Magia: o mentalismo. O autor original dessa idéia é
desconhecido. Sua identidade se perdeu na região nebulosa do passado mais remoto da Humanidade.
Contudo o ensinamento do mentalismo foi transmitido com suficiente eficiência para gerar um escrito
cuja fonte, igualmente incerta, preservou para a contemporaneidade aquele e outros princípios em um
livro, prova documental da enorme e inexplicável sabedoria dos antigos. Este livro é o Caibalion
[Kybalion], publicado em dezembro de 1908, hoje em domínio público, assinado por um pseudônimo,
Os Três Iniciados e tradicionalmente atribuído a Hermes Trimegisto, de onde provém a expressão
Hermetismo, freqüentemente usada como sinônimo de Ciências Ocultas.
Hermes Trimegisto [Mercurius ter Maximus; Hermes, o Três Vezes Grande], sincretismo entre o deus
grego Hermes e o egípcio Toth, é um nome forjado no contexto do neoplatonismo para designar um
personagem mitológico [e muito possivelmente histórico] reconhecido em diversas culturas da
Antiguidade como Iniciador da Humanidade [ou de um povo] nos segredos da escrita e das Ciências
[magia, para os antigos]. Ele teria compilado textos sagrados reunindo todo o conhecimento de sua
época no Corpus Hermeticum, uma obra dividida em 42 livros dedicados a seis temas cuja versão mais
recente, localizada no Egito, data entre os séculos I e III d.C.. Isso pode dar uma idéia da idade do
Caibalion [vide wikipedia].
No Caibalion são apresentados os "Sete Princípios da Verdade". O Mentalismo é o primeiro destes
princípios. Seguem-se os princípios: 2. Da correspondência; 3. O princípio da vibração; 4. Princípio
da polaridade; 5. Princípio do ritmo; 6. Princípio da causa e efeito; 7. Princípio do gênero.
A "Verdade" a que se refere a temática do livro não se trata de nenhuma verdade do tipo religiosa no
sentido popular da palavra; nem é um corpo de idéias revestido de figuras alegóricas ou complexas
simbologias. No Caibalion a "Verdade" se refere à essência física [newtoniana] e metafísica [física
quântica] das forças que constituem a essência da realidade.
Quando o autor [ou autores] diz [em] que "tudo é mental" o significado é literal e de modo algum
metafórico. É uma afirmação direta de que a matéria, as substâncias, todas as coisas e seres são
constituídos de energia mental ou, em última instância, Pensamento; e o Pensamento original, o
"Pensador" que deu origem ao Universo é o "Espírito Incognoscível", ou seja, Aquele a quem se
costuma chamar de Deus: "Todo o mundo fenomenal tem sua existência na mente do Todo, em cuja
mente vivemos, nos movemos e temos toda a nossa existência".
Essa natureza criativa do pensamento, e criativa no sentido de dar origem a realidades físicas, é uma
qualidade que a Mente Universal estende a todos os seres pensantes o que implica dizer:
1. Pensar é criar, seja pensamento voluntário ou involuntário;
2. Em meio a todas as criaturas vivas mais ou menos autoconscientes da Terra, o Homem é a única que
possui a extraordinária capacidade de criar e modificar realidades usando a força [energia, substância]
do pensamento.
Ao longo de milênios, o Princípio do Mentalismo tem sido repetido por todos os mestres ocultistas do
mundo em diferentes linguagens: da figurativa à literal. Do Ocidente ao Oriente, magos, místicos, gurus
enfatizam a importância de dominar os próprios pensamentos a fim de que a matéria-energia criadora da
mente não fique entregue à atividade desordenada gerando realidades sem critério, movida pelos
impulsos, em geral pouco inteligentes, dos desejos do corpo e das paixões da alma.
Mesmo na esfera das religiões, que não deixam de ter o seu traço de "magia", a educação do
pensamento é uma prática incorporada em procedimentos de rotina e disciplina de oração e/ou
meditação. Tanto os terços e novenas dos cristão-católicos quanto a meditação [com ou sem o uso de
mantras] de budistas e hinduístas destinam-se a induzir um estado mental de purificação e/ou
concentração do pensamento. Ambas as práticas resultam em "esvaziar" [ou, quem sabe... estabilizar] o
campo [energético] da mente tranqüilizando o torvelinho de idéias inúteis, nocivas e residuais,
direcionando o pensamento, ou ao repouso purificador, relaxante, ou a um objetivo pré-fixado de
criação ou transformação da realidade. Existem mantras de saúde e prosperidade assim como existem as
correntes de oração pela cura, pela paz ou pelo emprego.
O Cristo Jesus disse a todos aqueles que curou: "Tua fé te salvou!". Ele não disse, "Eu te salvei" nem
mesmo "Deus te curou". É clara sua afirmação da fé como poder responsável pelos prodígios. Ora, a fé
é uma crença, “um acreditar em algo"; e acreditar em algo envolve necessariamente um pensamento
forte, intenso, constante, sem dúvida, acerca do poder de algo ou alguém realizar determinadas coisas.
Quando o que cura as pessoas, ontem e hoje, é a fé, significa que as curas foram "tornadas realidade"
pela força do pensamento; ou seja, o pensamento é uma energia capaz agir sobre a matéria
transformando a realidade de um tecido orgânico debilitado, paralisado, atrofiado ou semi-morto. Eis aí
a explicação para os milagres e também para o efeito placebo, aqueles "remédios de farinha" que
"curam". Por tudo isso, o princípio do mentalismo é considerado chave-mestra do grande segredo da
magia e dos mais intrigantes mistérios da fé. Meditemos...
No século XIX, Eliphas Levi [Alphonse Louis Constant, 1810-1875], ocultista francês, escreveu em
Dogma e Ritual da Alta Magia:
Toda forma é véu de um verbo, porque a idéia, mãe do verbo, é a única razão de ser das formas. ...A
forma é proporcional à idéia... A imaginação... Que os cabalistas chamam o diáfano, o translúcido... É
como o olho da alma e é nela que as formas se desenham e se conservam... É por ela [imaginação] que
curamos as doenças, Que influímos sobre as estações, que afastamos a morte dos vivos e ressuscitamos
os mortos, porque é ela que exalta a vontade e lhe dá o domínio sobre o agente universal [LEVI, 1993
p 77-78].
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Em Thought Forms [1901], escrito por Leadbeater em parceria com a também teósofa Annie Besant,
são apresentadas ilustrações representativas de formas-pensamento, "entidades" criadas por
pensamentos; pensamentos estimulados, desencadeados por diferentes tipos de estímulos: os
emocionados irracionais, os prazeres intelectuais e espirituais. Nas figuras acima, temos em 1. Forma-
pensamento emergente de pensamento de autorenúncia [caridade, compaixão] - 2. Forma pensamento
resultante de um prazer intelectual - 3. Forma-pensamento, uma quase "entidade" agregada pelos
pensamentos inspirados em uma inveja intensa, constante - 4. A forma-pensamento da solidariedade, da
disposição para acolher e ajudar.
Estas Formas emanam e gravitam em torno das pessoas. É um fenômeno que os ocultistas
compreendem como “emanação natural da substância energética Pensamento". Os sentidos físicos não
podem percebê-las, porém, alegam os cientistas do ocultismo que pessoas dotadas de faculdades extra-
senhoriais desenvolvidas, os clarividentes, podem observar perceber corriqueiramente estas
"formações", no dia-a-dia, nos ambientes comuns, ruas, escritórios, residências. O estudo comparativo
das formas observadas permitiu ao menos para Leadbeater e Besant, a compreensão do significado
dessas formas.
VEJA MAIS FORMAS-PENSAMENTO & SIGNIFICADOS EM Thought Forms by Annie Besant
and C W. Leadbeater.
O teósofo Charles Webster Leadbeater [1854-1934] escreveu muito sobre o mentalismo: em 1901,
publicou Thought Forms [Formas-Pensamento] em parceria com Annie Besant; em 1913, destacou o
tema em passagens do livro The Hidden Side Of Things [O Lado Oculto das Coisas]. Os textos
Leadbeater contribuem significativamente para esclarecer o princípio do mentalismo, popularizando
o conceito de formas-pensamento.
O pensamento é uma "força vibratória" que atua sobre matérias sutis e invisíveis aos sentidos físicos.
Leadbeater distingue dois tipos dessas matérias sutis sobre as quais o pensamento atua modelando
formas: a matéria mental, agregada por pensamentos nascidos do entendimento [seja o entendimento
correto ou equivocado]; a matéria astral, agregada pelos pensamentos gerados por sentimentos, sejam
sentimentos nobres ou ignóbeis.
No mundo astral [o homem] constrói ao redor de si um verdadeiro traje com os sentimentos que lhe são
comuns e no mundo mental [ou espiritual, para espiritualista/espíritas] um traje análogo aos
pensamentos que alimenta...
Os nossos sentimentos e pensamentos geram formas-pensamento definidas na sua respectiva matéria...
Tais formas SEGUEM os pensamentos e sentimentos que as geraram.
Todo homem constrói para si mesmo uma concha de forma-pensamento... Todos os pensamentos e
sentimentos reagem constantemente sobre o próprio homem. Ele os gerou; ele os tirou de si... [Esses
pensamentos e sentimentos] situam-se agora exteriormente... Pairando à sua volta [daquele pensa,
pensou, sente, sentiu]... Parecem vir de fora... [O homem] as considera [certas idéias] como tentações
procedentes de alguma fonte exterior quando o pensamento é um reflexo do seu próprio pensamento da
véspera ou da semana passada. "Como pensa o homem, assim ele é" [LEADBEATER, 2000 ].
A teoria das Formas-Pensamento pode explicar alguns fenômenos que são classificados como
sobrenaturais ou fruto de alguma operação mágica tais como: curas "milagrosas" de doenças do corpo e
da mente, clarividência, aparições de fantasmas, formação de campos de força protetores [escudos
conchas] ou mesmo de verdadeiras entidades metafísicas, sejam "encostos" [demônios, "espíritos"]
causadores de obsessões, seja o "Anjo da Guarda" que "acompanha" algumas pessoas.
Curas - O advento do "movimento da nova era", cujas raízes se encontram nas longínquas décadas de
1950 e 1960, caracterizou-se por uma busca cultural voltada para o resgate de valores místicos e
espirituais, talvez como forma de compensação ou freio para as tensões da chamada "vida moderna";
um estilo de vida vertiginoso repleto de compromissos e ameaças: a burocracia do trabalho nas
metrópoles com sua montanha de números e papéis, a lógica da produção e do consumo de massa com
sua esmagadora solicitação pelo novo, os avanços da ciência criando novas fronteiras de conhecimento
a desbravar, tudo isso misturado com os velhos hábitos dos conflitos políticos, econômicos e religiosos
que alimentam a miséria e a guerra apocalíptica, equipada com as armas do fim do mundo. Na década
de 1970, a juventude hippie comentava que o mundo jamais seria o mesmo depois de Hiroshima e
Nagasaki: é que pela primeira vez a Humanidade se dava conta de que é efetivamente capaz de destruir
a si mesma. Eram os herdeiros da Bomba!
Nesse contexto floresceu e ainda se mantém com fôlego a literatura de auto-ajuda fortemente
influenciada pelas doutrinas de autocontrole e autoconhecimento preservadas no Oriente. A Índia
especialmente exercia enorme fascínio sobre as pessoas, que viam seus ídolos do disco e da TV
cruzando o mundo para passar uma temporada com um guru. Gurus que se estabeleceram nos países
europeus e nos Estados Unidos. Logo, os ocidentais se apropriavam das tradições não só dos indianos,
mas também dos chineses, japoneses e egípcios.
Apesar desse orientalismo, um livro básico da auto-ajuda, datado da década e 1930, têm autoria
atribuída a uma misteriosa figura que brilhou nas cortes européias e que passou à posteridade com seu
nome Ocidental, embora conste de sua biografia [ou biografias!], de muitas vidas, que também
encarnou no Oriente: trata-se do Conde de Saint-Germain, suposto autor de A Presença Mágica Eu
Sou ou Livro de Ouro de Saint-Germain.
Doutrina do "Eu Sou" - O ensinamento central da doutrina do Eu Sou consiste na admissão da
divindade no Homem através do reconhecimento da realidade única e última de todas as coisas: de que
o "nome" incompreensível de Seus é como foi revelado à Moisés no Monte Sinai, "Eu sou". Deste
modo, todo Ser individualizado na autoconsciência, que se afirma existente dizendo "Eu sou”, é
manifestação de Deus dotada dos mesmos poderes criativos e transformadores que caracterizam o
Criador de Todas as Coisas. Considerando a tradição de todas as escrituras sagradas segundo as quais
Deus cria a partir do pensamento expressado no Verbo [Palavra], resulta que o Homem, sendo análogo a
Deus, também pode criar e transformar sua realidade usando pensamento e palavra.
"Eu Sou" é a atividade da vida. É inacreditável como os estudantes mais sinceros nem sempre chegam a
captar o verdadeiro significado destas duas palavras! Quando dizeis "Eu Sou”, sentindo profundamente,
contatais a Fonte da Vida Eterna... "Eu sou" é a plena atividade de Deus... Quero que compreendais
que a primeira expressão de todo ser individualizada, em qualquer lugar do Universo, seja em
pensamento, sentimento ou palavra, é “Eu Sou”, reconhecendo, assim, Sua própria vitoriosa
divindade. O estudante que busca, ao tentar compreender e aplicar estas poderosas leis tem que manter
estrita vigilância sobre seus pensamentos e atitudes. Porque, quando se pensa ou diz: “Não Sou”, “Não
Posso” ou “Não Tenho”, está sufocando a Magna Presença Interna.
Quando alguém faz uma declaração de “não ser”, “não ter” ou “não poder”, coloca em movimento a
energia ilimitada, que continua atuando, até que seja anulada e transmutada sua ação. Isto mostra o
enorme poder que tendes para qualificar, ordenar e determinar a forma em que desejais que atue a
Grande Energia de Deus.
Amado discípulo, quando dizeis: “eu estou enfermo”, deliberadamente inverteis a perfeição que contém
o processo vital. ...Suplico, em nome de Deus, que cada vez em que vós encontreis dizendo que estais
doente, pobre ou em situações adversas, instantaneamente invertais esta condição fatal, declarando
mentalmente, com toda a intensidade de vosso “Eu Sou”, que tens saúde, opulência, felicidade, paz e
perfeição. ...Quando qualquer condição imperfeita aparecer em vossa experiência, declarai
veementemente, que não é verdade; que aceitais, somente a Deus e à Perfeição, em tua vida. [LIVRO
DE OURO DE SAINT-GERMAIN]
O autor do Livro de Ouro faz questão de esclarecer que a doutrina do Eu Sou não é um mero
"orientalismo", um modismo exótico; ao contrário, "é o mais alto Princípio da Vida, usado e
expressado através de todas as civilizações" Como no antigo Egito, onde esse princípio foi preservado
como Mentalismo; e na Índia, com a concepção budista-bramânica da realidade Maya - mayávica,
ilusória, no sentido de que tudo no Universo é criação mental de um Pensador e seu Pensamento-
Matriz - Deus [Atmã]. Enquanto o Livro de Ouro assume a origem milenar de seu ensinamento,
estudos pós-modernos declaram o surgimento de uma nova ciência da mente, métodos, técnicas de
"reprogramação e controle do pensamento”. O princípio do mentalismo é reapresentado em novas
roupagens.
Conceitos de magia e mistérios religiosos são reinterpretados [e renomeados] à luz da psicologia,
psiquiatria, bioenergética [como energias emitidas e captadas pelos seres vivos], cibernética [lógica dos
sistemas] e física quântica [mundo subatômico, física de partículas]. Esse encontro da ciência do
objetivo com a ciência do subjetivo [ocultismo, religião] é chamado de ciência holística [de holos =
todo], porque considera, na análise de um fenômeno, o Todo da realidade, incluindo as "forças
ocultas"; e entre essas “forças ocultas" a mais poderosa de todas é o pensamento humano.
IMAGINAÇÃO
Uma vez que se admitida o pensamento como força produtora de seres metafísicos e agentes de
alterações orgânicas e mecânicas [como na telecinese, por exemplo,] resta saber como o pensamento
atua para:
1. Criar formas-pensamento, que são entidades feitas de matéria astral e/ou mental;
2. Como o pensamento pode transformar formas físicas [matéria densa] operando curas, que são
criação, ativação ou regeneração de tecidos, no caso de males do corpo, e descondicionando padrões de
comportamento ou de auto-percepção, nos males do espírito.
Os ocultistas ensinam que na criação de seres metafísicos, o pensamento “aglutina" matéria astral ou
mental que constituem entidades que podem ser um anjo da guarda, um "encosto" [uma
personificação do ódio, por exemplo,] um "diabo" ou uma Legião deles. Esta fantástica operação é feita
através da atividade mental chamada Imaginação. Sim, a Imaginação, esta faculdade que parece tão
inocente e sem importância prática [fora do âmbito da arte] é, na verdade, extremamente poderosa para
o bem e para o mal.
PAPUS: Outro mestre da Alta Magia Ocidental, Gerard Anacelet Vincent Encausse, o Papus,
[Espanha/França, 1865-1916] e, antes dele, Paracelso, identificaram o "inconsciente" com o corpo
astral, que vive e age por meio do fluido astral, "geralmente luminoso" [Papus, 1995]. Segundo Papus,
o corpo físico nasce/surge, configura-se, desenvolve-se, mantém-se e recupera-se [de eventuais danos] a
partir de sua matriz formativa de natureza astral; e a matéria astral é extremamente influenciável pelo
pensamento.
No organismo humano o corpo e o espírito são os extremos e o princípio intermediário [corpo astral,
mediador plástico] ...transforma o conjunto em um organismo equilibrado [PAPUS, 1995 - p 62].
[A luz astral é o intermediário universal da criação]. Cada organismo individualiza uma porção desta luz
astral a qual, condensada em seus centros nervosos [do organismo], torna-se o corpo astral desse
organismo e desenvolve as formas materiais do mesmo. ...Aqueles que estão ao corrente da Ciência
Oculta sabem que toda realização sobre o plano físico é o produto da ação do plano astral sobre a
matéria. ...A natureza é dupla: física e astral [“e, considerando o plano ‘espiritual’, triplo”]... Pelo
andar e pelo gesto, o homem age principalmente sobre a natureza física; pela palavra [pensamento] e
pelo olhar, sobre a natureza astral [PAPUS, 1995 - p 95, 108 110].
Falando de luz astral [que é matéria] e corpo astral, Papus, indiretamente, esclarece alguns aspectos do
Mentalismo. Fica claro que para as Ciências Ocultas à idéia precede a forma [um princípio ensinado
pelo grego Platão]; o "molde" de matéria astral precede e orienta o "surgimento" [manifestação] e a
evolução [sustento], a biografia mesma da "vida" do corpo físico.
A ação do homem sobre a Natureza, mas, também, sobre o cotidiano e, sobretudo sobre si mesmo, deve
considerar a realidade da "Natureza Astral" do mundo e em si mesmo. É necessário sempre lembrar que
essa natureza astral é essencialmente condicionável e condicionada. O homem pode agir,
eficientemente, usando o pensamento educado, sobre a dinâmica do seu dia a dia e sobre o seu
organismo AGINDO DIRETAMENTE sobre a matriz de todas essas coisas que parecem tão banais,
inevitáveis e fora de controle: AGINDO SOBRE a matriz que é a natureza astral.
A natureza astral é como um ser dentro do ser. Importa saber que este Ser é obediente suscetível às
sugestões do pensamento repetido em processo de meditação. O "astral" é moldado pela disciplina das
idéias e das práticas, atitudes simbólicas e também objetivas, construtivas, que favoreçam as metas que
se tem em vista. Isto, a simbologia dos gestos, e não os rituais teatrais, mas a simbologia das atitudes no
dia-a-dia, isto é segredo de magia... Vontade definida, firme, ativa e persistente.
RESSONÂNCIA MÓRFICA
A Teoria da Ressonância Mórfica fala da ação de campos energéticos MENTAIS geradores e
mantenedores dos padrões das formas físicas-bioquímicas dos seres e dos padrões de organização das
sociedades e comportamentos grupos de indivíduos. Esta teoria foi elaborada pelo biólogo britânico
Rupert Sheldrake [1942...], autor de A New Science of Life: the hypothesis of formative causation
[Uma Nova Ciência da Vida: A Hipótese da Causação Formativa] - 1981; The Presence of the Past:
morphic resonance and the habits of nature [A Presença do Passado: Ressonância Mórfica e Hábitos da
Natureza] - 1982 e o mais conhecido no Brasil Dogs that Know When Their Owners are Coming Home:
and other unexplained powers of animals [Cães Sabem Quando Seus Donos Estão Chegando] - 1999.
Estudando a "causa das formas" nos organismos, Sheldrake se viu na circunstância de ter de ampliar
suas fontes de pesquisa para responder à questão: Qual é causa das formas? Em busca de uma
explicação o cientista enveredou pelos caminhos da física [campos: de energia, eletromagnéticos, de
informação], psicologia ocidental e oriental, psiquiatria, neurologia.
A hipótese da causação formativa, que é base do meu próprio trabalho, surgiu de investigações sobre a
forma biológica, a forma dos seres vivos. Dentro da biologia, tem havido uma longa discussão sobre
como entender o modo de desenvolvimento embrionário. Como crescem as plantas a partir das
sementes?
Como se desenvolve um embrião a partir de um óvulo fertilizado? ...Ora, como pode a não-forma conter
a forma ou da não-forma emergir a forma? Onde estavam as estruturas antes de se manifestarem na
forma final de qualquer ser?
A questão do desenvolvimento biológico - da lógica do desenvolvimento dos seres vivos - a questão da
morfogênese é, atualmente, uma discussão aberta, tema de muito interesse. A alternativa para a teoria
mecanicista-reducionista começou a se delinear nos anos de 1920 com a idéia dos campos
morfogenéticos (modeladores da forma). De acordo com a teoria, o crescimento dos organismos é
modelado pela ação de "campos" onipresentes, que permeiam os seres vivos, campos que "contêm" a
forma do organismo. É uma idéia que se aproxima das tradições da antigüidade clássica, como o
pensamento aristotélico e outras.
Os platônicos dizem que as formas são manifestações de arquétipos (modelos ideais, em uma realidade
metafísica); se existe o carvalho é porque existe uma forma-arquetípica-carvalho... Os aristotélicos
acreditam que cada tipo de ser tem seu próprio tipo de alma e a alma determina a forma do corpo. O
corpo está dentro da alma e não a alma, dentro do corpo. A alma confere a forma do corpo e o envolve
imprimindo as diretrizes do desenvolvimento físico [SHELDRAKE, 1987-I].
Sobre ressonância mórfica e tradições socioculturais, escreve Sheldrake:
Em todo o mundo, os atos rituais obedecem a fórmulas: movimentos, gestos, palavras, músicas. Um
mesmo padrão, vigente em um país ou região, é conhecido e repetido por qualquer praticante
familiarizado com o ritual. A repetição institui, re-institui, preserva a fórmula que foi elaborada em um
passado distante... Se a ressonância mórfica atua como eu penso, o ritual repetido, conservador de
simbolismos e crenças, pode criar as condições propícias à excitação de um campo mórfico que
influencia todos os participantes do ritual e todos os que por qualquer experiência idiossincrática
adquiriu certa empatia com os significados das cerimônias. A sobrevivência destes rituais em todas as
culturas do mundo poderia ser interpretada como decorrência de um sistema de conexões estabelecidas
por ressonância. Os rituais "co-memorativos"6, que propõem uma re-ligação com ancestrais, poderiam,
então, de fato, produzir uma comunicação transcendental, uma conexão com o passado, em todos os
sentidos.
Sob a perspectiva da teoria da ressonância mórfica, vários aspectos religiosos podem apresentar novos
significados. Considere-se, por exemplo, o uso dos mantras nas tradições orientais. Os mantras são sons
vocalizados (fonemas) sagrados ou palavras que freqüentemente não possuem um significado objetivo.
O mais conhecido dos mantras é o indiano OM. Um mantra cristão e, de fato, também é um mantra
entre judeus e muçulmanos, é AMEN, que significa literalmente, "Assim seja", expressão que uma vez
adotada foi impregnada de um alto valor como mantra. A forma original, AMEN, é um mantra
extremamente poderoso. O "Amen" sobrevive; é um dito que finaliza hinos e orações cristãos, embora
muitas pessoas não se dêem conta da importância daquele “Amen" tantas vezes repetido
[SHELDRAKE, 1987-II].
O pesquisador acredita que todos os organismos são "sintonizados" e “sintonizáveis", como rádios e
aparelhos de televisão, com "campos de informação" que orientam as "evoluções", no sentido de
movimentos, o rumo que as coisas tomam na vida dos seres nas dimensões orgânica e comportamental
[psicológico-individual-social] da existência.
Os campos, que são de uma energia que Sheldrake, reconhece, e não sabe definir que tipo sejam estes
campos e neles, agindo através de "ressonância" ou vibração [emissão de ondas, freqüência e
comprimento de ondas], os Pensamentos, provocam e conduzem não somente o surgimento o
surgimento e a conservação das formas físicas dos seres, mas, também, propiciam a formação, a
transformação e o compartilhamento de padrões de comportamento.
Os campos mórficos de aspectos da realidade, formas e condutas, têm de ressonância [receptividade]
diferente. Formam-se e extinguem-se continuamente, podem atuar por milênios [como os padrões de
conduta e crenças pregados pelas grandes religiões] ou podem desaparecer, decair em pouco tempo,
como nas febres da moda que duram somente uma estação.
Sheldrake sugere uma espécie de "seleção natural" dos "campos eficientes" em dadas circunstâncias.
PRINCÍPIO DA VIBRAÇÃO:
A realidade é, portanto, matéria [energia] organizada [agregada] pela força vibratória de campos de
informação! Campos, redes onipresentes invisíveis, intangíveis, metafísicas e, evidentemente, mentais.
Campos, dimensões matriciais da realidade que nasce do Pensamento. Em última instância, Sheldrake
também repete o Mentalismo: a causa das formas e de todas as coisas é mental. Resta encontrar "o
Pensador" primordial e, neste ponto, não se pode deixar de encontrar esta figura tão inevitável cujo
nome adequado é perda de tempo especular... Deus. Sheldrake vai além do Primeiro Princípio da
verdade, o Mentalismo e avança para o Segundo Princípio: “quando supõe a causa formativa como
resultante de ressonância mórfica diz, em outras palavras, que a forma e também as condutas, são
definidos por vibração"; e este é o Segundo Princípio da Verdade Hermética:
Nada está parado; tudo se move; tudo vibra... Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas
manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde
O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração; quanto
mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala.
Na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações são tão
vagarosas que parecem estar paradas. Entre estes pólos existem milhões e milhões de graus diferentes
de vibração. Desde o corpúsculo e o elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos,
tudo está em movimento vibratório. Isto é verdade nos planos da energia e da força (que também variam
em graus de vibração); nos planos mentais (cujos estados dependem das vibrações), e também nos
planos espirituais.
O conhecimento deste Princípio, com as fórmulas apropriadas, permite ao estudante hermetista
conhecer as suas vibrações mentais, assim como também a dos outros. Só os Mestres podem aplicar
este Princípio para a conquista dos Fenômenos Naturais, por diversos meios. "Aquele que
compreende o Princípio de vibração alcançou o cetro do poder", diz um escritor antigo [CAIBALION].
Todo pensamento formulado, e tanto mais se reforçado pela sua tradução em palavra, produz uma
vibração que age sobre a matéria, interfere na realidade seja agregando ou dispersando "entidades
mentais", seja como informação que alcança outras mentes em estado de recepção favorável. Por isso, a
lógica de atração dos opostos, que serve muito bem nos fenômenos da eletricidade e das ligações
atômicas, na biologia física de Sheldrake, não funciona. No universo metafísico tal como nas
"operações mágicas", é o contrário que acontece: semelhante atrai semelhante ou, na linguagem dos
livros de auto-ajuda, "pensamento positivo atrai coisas positivas"...
Fontes:
HAY, Louise L.. Você Pode Curar Sua Vida. [Trad. Evelyn Kay Massaro]. São Paulo: Best Seller/Círculo do Livro, 1999.
LEADBEATER, C.W.. O Lado Oculto das Coisas. [Trad. Raymundo Mendes Sobral]. São Paulo: Pensamento, 2000.
LEVI, Eliphas. Dogma e Ritural da Alta Magia. [Trad. Rosabis Camayasar]. São Paulo: Pensamento, 1993.
O Livro de Ouro de Saint Germain. In Biblioteca Eu Sou Luz - acessado em 04/06/2008.
PAPUS, Gerard Anacelet Vincent Encause. Tratado Elementar de Magia Prática. [Trad. E. P.]. São Paulo: Pensamento, 1995.
PARACHEMICA, 1978 - Journal of Hermetic Arts and Sciences, Astrology, Alchemy, Qabalah. Paracelsus' Five Causes of
Disease. Australia, 1978.
Acessado em 22/06/2008
SHELDRAKE, Rupert. I.