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Introdução 2
I – Notas sobre o ensino da História 3
T 1. Notas à solta 4
T Finalmente… 26
1. Sugestões bibliográficas 28
2. Filmes 32
3. Documentários 32
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I
Notas sobre o ensino
da História
T I – Notas sobre o ensino da História
1. Notas à solta
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I – Notas sobre o ensino da História T
Educar é…
Comecemos por uma definição simples: educar é capacitar. Julgo ser minimamente
aceitável que se entenda a educação como um processo que pretende tornar as crianças, os
jovens e os cidadãos em geral mais capazes de enfrentar os problemas do presente e, ao
mesmo tempo, o que se perspetiva serem os problemas do futuro. E como é que eles se
tornam mais capazes? Através da aquisição de conhecimentos, do desenvolvimento de
competências, da interiorização de valores e de condutas.
Estamos a falar de capacidades que potenciam a ação dos indivíduos. Um indivíduo mais
bem educado é, em princípio, um indivíduo mais bem preparado para prosseguir um fim
socialmente reconhecido. A questão que se pode colocar é a de saber que conhecimentos,
que competências, que valores e que condutas lhe conferem essa melhor preparação. […]
Por isso surge sempre a pergunta: educar para quê?
A adequação dos desempenhos, as finalidades socialmente reconhecidas como relevantes
e indispensáveis ao desenvolvimento de uma sociedade é a medida mais ajustada dessa ideia
de melhor educação. Para isso é necessário definir claramente aonde se pretende chegar, o
que se pretende construir, com que recursos e em quanto tempo. […] Definir e consensualizar
um modelo de sociedade que se pretende estruturar e uma estratégia que o possa viabilizar
e concretizar. […]
Justino, David (2010). Difícil é Educá-los. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos.
antos.
Cumprir o Programa?
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I – Notas sobre o ensino da História P
Para que possa planificar com sucesso aulas diferenciadas baseadas nos níveis de
preparação dos alunos, ajuda possuir um guia abrangente sobre planificação e monitorização
da eficácia de um currículo diferenciado. Uma forma de obter orientação específica sobre o
que fazem os professores quando planeiam aulas diferenciadas é estudar essas aulas para
descobrir o que faz delas diferenciadas […]
Planificar aulas diferenciadas assemelha-se a usar os botões de um equalizador de uma
aparelhagem ou leitor de CD. Podem manipular-se os botões para conseguir a melhor
combinação de sons para cada peça musical. No caso de uma turma diferenciada, ajustar os
“botões” de acordo com as diferentes necessidades dos alunos equilibra as suas possibilidades
de serem desafiados de modo adequado por materiais, atividades e produtos, como a seguir
se apresenta:
– Do básico ao mais complicado. – De um pequeno a um grande salto.
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T I – Notas sobre o ensino da História
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I – Notas sobre o ensino da História T
Modelo Transmissão/receção
Modelo Transmissão/receção
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Modelo construtivista
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NVIVH8DP © Porto Editora
Tempo: 90 minutos Sumário: ✔ A grande crise do capitalismo: o crash da bolsa de valores de Nova Iorque.
Visionamento do documentário: “1929 – a Grande depressão”.
Questões Orientadoras: ✔ Como se caracterizam os anos de prosperidade, do após-1.ª Guerra Mundial, nos EUA?
✔ Quais os sinais da crise económica de 1929?
✔ O que foi o crash da bolsa de valores de Nova Iorque?
✔ Quais as consequências económico-financeiras e sociais da Grande Depressão de 1929?
Motivação: Imagens (fotografias, cartazes) e textos alusivos à prosperidade económica dos anos 20, à Depressão de 1929 e à atual
crise económico-financeira; música da época.
Metas Curriculares
Estratégias de aprendizagem/ Recursos Avaliação
Conteúdos/Conceitos Objetivos Gerais/Descritores
➡ Da prosperidade à crise de 1. Conhecer e compreender a 1. Motivação: Conjunto de imagens (fotografias, cartazes) e Observação direta
1929 Grande Depressão dos anos 30 de excertos de textos relativos à época de prosperidade eco- focada na participação
• Prosperidade nos EUA: e o seu impacto social nómica dos anos 20, à Depressão de 1929, bem como à crise oral, no interesse e no
2. Identificar os fatores que económica atual, afixados na sala de aula. Os alunos são empenho dos alunos
– crescimento da produção
estiveram na génese da “Crise convidados a identificarem o assunto de cada uma das ima- nas atividades
industrial e agrícola;
de 1929” nos EUA. gens e dos textos e a situá-los no tempo e no espaço. Com desenvolvidas em sala
– melhoria na qualidade de esta tarefa pretende-se consolidar as aprendizagens relati- de aula.
vida; 3. Reconhecer na “Crise de
vas às mudanças económicas e sociais no após-1.ª Guerra
1929” características das
– expansão na publicidade. Mundial e levantar ideias tácitas dos alunos sobre a Grande
crises cíclicas do capitalismo
• 1924-1925- Primeiros Depressão de 1929 e a crise económico-financeira atual
liberal.
sinais de crise económica. identificando, eventualmente, algumas semelhanças. No
I – Notas sobre o ensino da História
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P
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P
Metas Curriculares
Estratégias de aprendizagem/ Recursos Avaliação
Conteúdos/Conceitos Objetivos Gerais/Descritores
➡ O crash da Bolsa de valores 4. Descrever as consequências 3. Exposição do(a) professor(a), intercalado pelo diálogo
de Nova Iorque do crash da bolsa de Nova orientado, para fazer o feedback das aprendizagens sobre
• A “Quinta-Feira Negra”. Iorque em 24 de outubro a prosperidade dos anos 20, nos EUA, e para que os
de 1929. alunos avancem com alguns fatores que estiveram na
➡ Efeitos do crash
génese da Crise de 1929.
• falência de bancos e 5. Explicar o processo de
mundialização da crise, 4. Visionamento do documentário “1929 – a Grande
empresas;
salientando a exceção da Depressão”. Segue-se a discussão em plenário das ideias
• depressão económica; retidas pelos alunos sobre o conteúdo do documentário, tendo
URSS.
• deflação; em vista a recolha de contributos para responder, sob a forma
6. Analisar as consequências
• desemprego; oral, à questão-problema. Segue-se a resolução, pelos
sociais da Grande Depressão,
alunos, de uma ficha de exploração do documentário.
• fome; salientando a
Pretende-se que os alunos: Avaliação da ficha de
• mendicidade; generalização dos seus efeitos
I – Notas sobre o ensino da História
No entanto, não devemos ter a pretensão de considerar cada aluno como um historiador,
mas antes, de acordo com Margarida Louro Felgueiras, encarar a aquisição de competências
específicas, inerentes ao método histórico, de grande utilidade na formação cívica do jovem.
A aquisição de instrumentos intelectuais, que possam ser aplicados à compreensão do
presente, é vista como parte importante da função formativa da História, garantindo-lhe
desse modo lugar de relevo no currículo de qualquer escolaridade de base. […]
NVIVH8DP © Porto Editora
Felgueiras, Margarida Louro (1994), Repensar a História, repensar o seu ensino. Porto: Porto Editora.
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T I – Notas sobre o ensino da História
Diretas
Crtério posicional
Indiretas
Voluntárias
Critério intencional
Não voluntárias
Materiais, arqueológicas
Narrativas
Escritas
Verbais Não narrativas
Critério qualitativo
Culturais Orais
Semiológicas
Não verbais
Audiovisuais
Seriadas (seriáveis)
Critério formal-quantitativo
Não seriadas (não seriáveis)
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I – Notas sobre o ensino da História T
4.1. A fotografia
O que dizem os historiadores?
[A fotografia] da mesma forma que outras formas de evidência, [as] fotografias podem
ser consideradas ambas as coisas: evidência da história e história. Elas são especialmente
valiosas, por exemplo, como evidência da cultura material do passado. […]
Uma vantagem particular do testemunho de imagens é a de que elas comunicam rápida e
claramente os detalhes de um processo complexo, como o da impressão, por exemplo, o que
um texto leva muito mais tempo para descrever de forma mais vaga. […]
Burke, Peter (2004). Testemunha ocular. História e Imagem. S. Paulo: EDUCSC (tradução portuguesa)
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T I – Notas sobre o ensino da História
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I – Notas sobre o ensino da História P
Uso de fotografias em sala de aula
Orientados pelas questões 1. O que se está a passar/acontecer? 2. O que vês que te leva a
afirmar isso? 3. O que mais podemos observar? Consideramos que o envolvimento dos
alunos foi excelente, pois participaram ativamente, apresentaram as suas opiniões sobre os
acontecimentos em estudo, exteriorizaram os sentimentos que as fotografias lhes iam
suscitando e conseguiram, com facilidade, estabelecer relações com a atualidade social
vivida em Portugal. […] Apesar da diversidade de fotografias disponíveis sobre a Grande
Depressão, optamos por selecionar imagens de apenas um fotógrafo, privilegiando a visão de
um só autor, por uma questão de coerência. Por outro lado, a apresentação de um conjunto
de fotografias oferece um testemunho mais fiável e a oportunidade de um trabalho
pedagógico multiperspetivado do que pretender contar uma história a partir de uma só
fotografia.
[…] A fotografia é um recurso com valor histórico, uma fonte com pertinência heurística
e um meio viável e fecundo para aprofundar a compreensão histórica contextualizada em
meio escolar.
Dias, Ana Isabel Sousa (2012). A Fotografia no Ensino da História. Dissertação de Mestrado – 2.º Ciclo de
Estudos em Ensino de História e de Geografia no 3.º Ciclo e Ensino Secundário. FLUP.
[…] Cremos que a riqueza deste trabalho reside nos testemunhos e nos pensamentos
provindos dos alunos que descreveram e narraram as fotografias, mesmo aquele aluno que
no início do ano não sabia o que era um documento iconográfico. […] Entre muitas outras
noções, comprovamos: a praticabilidade da iconologia com a fotografia; as múltiplas formas
de olhar do observador sobre um objeto, antes e depois de o conhecer; e finalmente, a
perceção de que o nosso olhar, nada tem de parecença com o dos nossos alunos, pois eles
viram emoções e elementos que, para nós, não saltariam à vista. Para aqueles que seguirem
neste tipo de estudo, temos alguns conselhos: conheçam o mais profundamente que
conseguirem a fotografia que estão prestes a mostrar e a interpretar e deixem espaço e
liberdade para o aluno retirar dela aquilo que mais lhe parece conveniente. Se o fizerem,
ficarão espantados com aquilo que eles conseguem ver. Conscientemente, busquem a mais
variada panóplia de estudos, peneirando-os em seguida, de forma a conseguirem um
alargado complô de conhecimentos; atentem os alunos para a “verdade” escondida nas
fotografias, falando-lhes das composições e manipulações que foram sendo feitas; e ainda,
providenciem todas as ferramentas necessárias para que eles interpretem e trabalhem com
a fotografia.
Silva, Tiago Fernandes da (2013). A fotografia no ensino da História e da Geografia. Dissertação de
Mestrado em Ensino de História e Geografia no 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário. FLUP.
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T I – Notas sobre o ensino da História
4.2. O cartaz
O cartaz é, por definição, um objeto afixável, isto é, concebido para ser colocado ou aposto
por qualquer outra forma a uma superfície vertical, a partir da qual seja capaz de atrair o
olhar distraído de um transeunte. […]
No inicio do século XIX, a composição do cartaz seguia ainda a forma do edital […].
O cartaz moderno, ou tal como o entendemos hoje, só nasceu depois do advento da litografia
(inventada em 1798, mas aperfeiçoada ao longo da primeira metade do século XIX), que
permitiu aumentar as tiragens, economizando custos, e da cromolitografia (inventada em
1827 e igualmente sujeita a aperfeiçoamentos ao longo do século), que introduziu a cor
naquele tipo de impressão. O cartaz moderno é, assim, afixável, colorido, de grandes
dimensões e reproduzido em larga escala.
[…] Se os cartazes políticos se destinam a cidadãos, os cartazes publicitários destinam-se
a consumidores. Os diferentes destinatários são interpelados de acordo com o seu género,
estatuto social e poder de compra. […]
O cartaz publicitário português é indissociável de Raul de Caldevilla, pioneiro da
publicidade moderna no país. […] em agosto de 1914, registou a sua primeira empresa do
ramo, a ETP – Escritório Técnico de Publicidade (que daria origem, em 1923, à célebre
Empresa do Bolhão, uma referência central na história do cartaz português). […]
Feitos para existir no espaço público, os cartazes políticos [na Primeira República]
mobilizavam todos os afetos e todas as emoções. […]
Samara, Maria Alice; Batista, Tiago (2010). Os cartazes na Primeira República. Lisboa: Comissão
Nacional para as Comemorações do Centenário da República.
• O Mito Palingenético
• O Novo Nacionalismo
• O Mito do Imperialismo
• O Mito da Ruralidade
• O Mito da Pobreza Honrada
• O Mito da Ordem Corporativa
• O Mito do Catolicismo
Feio, Leandro (2008). “Um cartaz na aula de História: ‘A Lição de Salazar’”. In Melo, Maria do Céu. Imagens na aula
de História. Diálogos e Silêncios. Mangualde: Edições Pedago.
Feio, Leandro (2008). “Um cartaz na aula de História: ‘A Lição de Salazar’”. In Melo, Maria do Céu (Org.)
Imagens na aula de História. Diálogos e Silêncios. Mangualde: Edições Pedago.
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T I – Notas sobre o ensino da História
4.3. A caricatura
A arte do humor gráfico é uma das estruturas mais complexas da criatividade humana, já que concilia em
si uma série de jogos de pensamento estético e filosófico. É uma mescla de criação e comunicação, de
irreverência filosófica e pura objetividade, de pensamento libertário e diálogo democrático, de jornalismo e
documento histórico, de desenho e palavra. […]
Uma importante cúmplice desta revolução do pensamento ocidental foi a imprensa, uma tecnologia
desenvolvida a partir do século XV […]. A circulação dos jornais (a partir do século XVIII) não só democratizou
o conhecimento, como aproximou a notícia dos acontecimentos, quebrou barreiras geográficas e propagou
ideias e imagens com muito mais facilidade, abrangendo uma população leitora alargada. Nesta revolução
de propaganda de imagem, aparece a caricatura gráfica como arma potentíssima. […]
Por princípio, a caricatura deve estabelecer igual relação com o poder e com as oposições. Rafael Bordalo
Pinheiro, no seu jornal O António Maria, dá testemunho desse ideário da caricatura […]
A caricatura deve também ser fraterna porque o verdadeiro humorismo não se ri dos outros, mas com os
outros. Deve ser suficientemente inteligente para que a acidez da crítica não ofenda o indivíduo. Deve ter a
capacidade de deixar a vítima rir-se de si própria, aceitando a crítica com respeito.
[…] A data oficial do nascimento da caricatura de imprensa em Portugal é o dia 12 de agosto de 1847, com
o aparecimento do Suplemento Burlesco de O Patriota. Porquê? Porque a partir desta data, e com este
hebdomadário, as caricaturas passaram a ser impressas no próprio jornal, e não em folhas volantes
encartadas […] porque passaram a ter periodicidade semanal, […] porque passaram a ser sempre assinadas.
[…]
Muitos historiadores referem Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) como o pai da caricatura de imprensa
em Portugal, mas […] esse lugar é disputado por outros artistas anteriores. […]
Sousa, Macedo de Sousa (2010). As caricaturas da Primeira República. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações
do Centenário da República.
Apesar de ter oficialmente surgido no período renascentista, pode-se buscar suas origens [da caricatura]
na antiguidade, onde burla e sátira deram lugar a representações gráficas cujos testemunhos chegaram aos
nossos dias. Na pré-história os homens rabiscavam nos ossos figuras humanas com cabeças de gazelas. Na
antiguidade, tem-se conhecimento de várias representações de homens como animais. O facto de atribuírem
ao homem certa irracionalidade através das representações de animais, assim como as deformações usadas
em muitas figuras simbólicas, são objetos de estudo em relação à origem da caricatura. No Egito, foram
encontradas nas paredes dos hipogeus (túmulos escavados nas rochas) imagens retratando personagens da
realeza e mesmo deuses com cabeças de animais. […] Na Grécia, o humor tornou-se mais regular do que em
outros lugares, pois a sátira e a comédia eram gêneros muito cultivados entre eles, sendo que conhecemos
grandes comediógrafos cujas obras permanecem até aos dias de hoje. Isto é apenas uma ilustração do poder
da caricatura, uma arte sagaz e ferina, que, ao longo dos tempos, fez dos mais renomados nomes suas
vítimas. Utilizada como uma arma, podemos dizer terrorista muitas vezes, a caricatura tem sido ao longo da
história uma voz que machuca sem piedade, que satiriza, ironiza, sendo sarcástica, e que mesmo diante da
censura, através das metáforas, denuncia e reivindica os problemas sociais e políticos.
Cardoso, Daniela da Silva (2009). “J. Carlos e a caricatura no Ensino de História”. In Revista Brasileira de História & Ciências
Sociais Ano I – Número I – julho de 2009 (www.rbhcs.com. Consultado em 30.11.14)
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I – Notas sobre o ensino da História P
O uso da caricatura no ensino da História
[…] A leitura e interpretação de caricaturas, objeto desta experiência, pressupõem o conhecimento da sua
natureza, ou seja, as técnicas gráficas que o criador utiliza na definição das suas ideias e sentimentos. Eis
algumas dessas técnicas persuasivas que devem ser contempladas nos procedimentos didáticos dos
professores:
Simbolismo: Os autores gráficos utilizam objetos comuns ou símbolos como representações de ideias ou
conceitos que uma matriz cultural comum permite serem reconhecidos pelos leitores. […]
Exagero: […] os artistas exageram certas características das pessoas e dos objetos de modo a defender
uma certa ideia ou sentimento. […]
Legenda: Os artistas legendam frequentemente pessoas e ou objetos para esclarecer mais exatamente o
que querem dizer. […]
Analogia: Os artistas estabelecem relações ou características semelhantes em pessoas/objetos de natureza
diferente, ou fazendo associações entre temas ou situações complexas com outras mais familiares. […]
Ironia: É uma figura de retórica pela qual se diz o contrário do que se quer dizer, e que é usada para
ressaltar e/ou criar certos efeitos humorísticos. […]
Melo, Maria do Céu; Pinto, Paula; Ferreira, Saturnina (2008). “Ler caricaturas na aula de História: o 25 de Abril”, in Ob. cit.
As principais dificuldades sentidas pelos alunos devem-se, fundamentalmente, à forma como o professor
encara o uso de caricaturas na sala de aula: um momento lúdico e não como fonte histórica de uma riqueza
informativa semelhante a qualquer outra fonte historiográfica. O uso da caricatura como fonte histórica é
apenas feita em situações muito pontuais e muitas das vezes com uma função meramente ilustrativa. […]
Apesar da riqueza nacional do património caricatural, reconhece-se, no entanto, a insuficiência de experiências
que funcionem como sustentação teórica e orientação metodológica para os professores. […]
[…] Uma prática pouco frequente de desenvolvimento de raciocínios críticos autonomamente construídos;
a dificuldade em articular conhecimentos teóricos em situações de aplicação; uma pouca familiaridade com
discursos simbólicos, nomeadamente os icónicos; e de um modo geral, a presença de limitações no domínio
da língua escrita. Quanto à História, constatou-se a fragilidade do conhecimento declarativo e de conceitos
substantivos (que foram erroneamente usados) […] O mesmo foi reconhecido quanto à organização
cronológica de certos acontecimentos e à sua localização espacial. […]
Melo, Maria do Céu; Pinto, Paula; Ferreira, Saturnina (2008). “Ler caricaturas na aula de História: o 25 de Abril”, in Ob. cit.
Depois das festas… A cobiça inglesa e a alemã das colónias portuguesas Bernardino Machado dança o vira
a conta! (A Paródia, 1902) enquanto a oposição não o vira abaixo
(A Paródia, 1905) do poder (jornal O Zé, 1914)
21
T I – Notas sobre o ensino da História
22
I – Notas sobre o ensino da História T
Ideias históricas
Categorias Teoria da BD Ideias de segunda ordem
Ideias substantivas
ligados à narrativa histórica
Significância e inferência
Personagens Empatia e cartoon Nomes próprios
históricas
Empatia e Conceitos históricos e Significância, evidência,
Situações
conclusão genéricos inferência históricas
Empatia e Conceitos históricos, Significância, evidência,
Valores
conclusões genéricos e nomes próprios inferência históricas
Empatia, cartoon, Significância, inferência e
Conceitos históricos e
Temporalidade conclusão, mapa evidência históricas e as
categorias históricas
temporal e timing relações de temporalidade
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T I – Notas sobre o ensino da História
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I – Notas sobre o ensino da História T
Processos de construção e desenvolvimento profissional
Construção e
desenvolvimento profissional
• consciência das
é necessidades
é é • autoformação
• mudança de
posicionamento
socioconstrutivista
analítico-reflexivo
atua em tem
uma cultura do
praticismo
Alarcão, Isabel; Roldão, Maria do Céu (2009). Supervisão. Um contexto de desenvolvimento profissional dos professores.
Mangualde, Edições Pedago.
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T I – Notas sobre o ensino da História
Finalmente…
Pois qualidade que não seja meio para a felicidade é como uma panela importada que
faz angu encaroçado. É melhor parar de importar panelas. É preciso desenvolver, antes, a
capacidade de sentir prazer. Mas, para isso, as escolas teriam de ser diferentes, as cabeças
dos pais teriam de ser diferentes, menos saber e mais sabor, como nos aconselharam
Barthes e Borges no final das suas vidas. Mas, como Hegel observou, as pessoas ficam
sábias sempre que já é tarde de mais…
Alves, Rúben (2003). Conversas com quem gosta de ensinar. Porto: Edições Asa.
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II
Outras fontes para o
ensino da História
II – Outras fontes para o ensino da História
1. Sugestões bibliográficas
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Oeiras: Celta Editora.
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II – Outras fontes para o ensino da História
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II – Outras fontes para o ensino da História
2. Filmes:
3. Documentários:
Primeira Guerra Mundial – Documentário BBC | História
(http://historiaonline.com.br/primeira-guerra-mundial-documentario-bbc/. Consultado em 30.11.14)
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