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Semestral.
A partir do vol. 3, n. 1 (jul. 2002), o subtítulo foi modificado para
Revista de Engenharia, Energia e Desenvolvimento Sustentável.
ISSN 1518-5540
CDU 5/6(05)
Artigos
3 Identificação estocástica de sistemas aplicada a uma viga de aço
Letícia Fleck Fadel Miguel, Leandro Fleck Fadel Miguel e Carlos Alberto Kern
Thomas
Corpo editorial
RESUMO
A busca por um melhor entendimento do comportamento dinâmico de sistemas, assim
como o crescente interesse em áreas como monitoramento da integridade estrutural e projeto
de dispositivos de controle de vibração, tem mostrado a importância da utilização de métodos
robustos e confiáveis que sejam capazes de determinar as propriedades dinâmicas de sistemas
a partir do conhecimento de unicamente medições de resposta. Neste contexto, a fim de apre-
sentar e aplicar um método eficaz na determinação de características dinâmicas de sistemas, o
presente trabalho inicia descrevendo as bases teóricas do método e, em seguida, é apresentado
um exemplo de aplicação. O sistema estudado é uma viga de aço em balanço, a qual foi
instrumentada e medida nas dependências do Grupo de Mecânica Aplicada (GMAp) da UFRGS.
Através de testes em vibrações livres, aplicando-se impactos na viga, sua resposta é adquirida,
e, utilizando o Método de Identificação Estocástica de Subespaço (SSI), inicialmente apresen-
tado por Van Overschee e De Moor (1993) para aplicações em Engenharia Elétrica, as propri-
edades dinâmicas do sistema são determinadas. Posteriormente esta viga é analisada por ele-
mentos finitos e também através da teoria de vibrações de sistemas contínuos. Com isso, os
resultados obtidos através do método de identificação de sistemas são comparados com os
resultados numéricos e teóricos, mostrando que as propriedades dinâmicas obtidas via proce-
dimentos de identificação de sistemas são confiáveis.
Palavras-chave: Identificação de sistemas. Aquisição e processamento de dados. Aná-
lise dinâmica. Análise experimental. Análise numérica.
ABSTRACT
The wish for a better understanding of dynamic behavior of systems, as well as the
crescent interest in areas as structural health monitoring and design of vibration control devices,
it has been showing the importance of the use of robust and reliable methods to determine
dynamic properties of systems from the knowledge of output-only measurements. The present
paper begins describing the theoretical bases of an efficient method for dynamics characteristics
Letícia Fleck Fadel Miguel é profa. Dra., Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: letffm@ufrgs.br
Leandro Fleck Fadel Miguel é prof. Dr., Departamento de Engenharia de Estruturas, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. E-mail: leandroffm@gmail.com
Carlos Alberto Kern Thomas é prof. M.Sc., Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: carlos.thomas@ufrgs.br
1 INTRODUÇÃO
A crescente demanda em áreas como monitoramento da integridade sistemas e
projeto de dispositivos de controle de vibrações, áreas nas quais é necessário o conhe-
cimento das características dinâmicas dos sistemas em estudo, tem evidenciado a rele-
vância da utilização de métodos robustos e confiáveis que sejam capazes de determi-
nar da melhor forma possível as propriedades dinâmicas de tais sistemas, especial-
mente a partir do conhecimento de unicamente valores de resposta do mesmo.
Uma abordagem numérica, geralmente em elementos finitos, representa uma al-
ternativa para a obtenção da resposta de sistemas quando estes são submetidos a um
carregamento dinâmico qualquer. Entretanto, alguns conceitos teóricos envolvidos nos
cálculos incorporam determinadas simplificações, como no caso do amortecimento,
por exemplo, que podem não refletir o comportamento real do sistema. Desta forma,
procedimentos experimentais possuem um papel fundamental, pois avaliam a exten-
são com a qual as previsões teóricas são coincidentes com estes resultados. Alguns
aspectos do comportamento do sistema não podem ser previstos na totalidade e so-
mente ficam claros através da realização de ensaios dinâmicos. Com isso, percebe-se
que os procedimentos teórico-numéricos e experimentais são complementares para a
descrição e o entendimento do comportamento dinâmico de um sistema, não podendo
um ser substituído pelo outro. Dessa forma, a identificação de sistemas está inserida
nesse contexto, pois tem como objetivo a solução do problema inverso, isto é, a deter-
minação de um sistema que descreva a relação entre uma entrada e saída (Figura 1) ou
somente uma saída conhecida. Em outras palavras, a identificação de sistemas pode
ser definida como o processo no qual se determina um modelo matemático de um
sistema dinâmico a partir de dados experimentais.
(1)
(2)
em que E[] é o valor esperado, δpq o delta de Kronecker e p, q são dois instantes
arbitrários de tempo.
Desta forma, na representação estocástica, a excitação é modelada implicita-
mente considerando-se a hipótese de ruído branco estacionário com média zero. Uma
propriedade fundamental destes sistemas diz que as covariâncias das saídas podem ser
consideradas como os parâmetros de Markov do caso determinístico, constituindo a
solução do problema de identificação estocástico: a seqüência de covariâncias das
respostas estimada a partir de dados de medição pode ser decomposta nas matrizes em
espaço de estado do sistema.
A principal característica dos métodos de Identificação Estocástica de Subespaços
(SSI) é que evitam este prévio cálculo das covariâncias entre respostas. A idéia é cal-
(3)
(4)
(5)
(7)
(8)
a) Utilizando os estados:
A partir da matriz Hankel, uma outra projeção pode ser definida na Equação (9):
(9)
(11)
(12)
(13)
(14)
Dessa forma, os parâmetros modais ωq, ξq e Φq são obtidos a partir das matrizes
do sistema identificadas, A e C.
Existem algumas variantes desse método, diferindo na multiplicação de uma
função de peso na matriz de projeção , antes da decomposição em valores singula-
res, determinando a base no espaço de estado na qual o modelo será identificado,
como mostra a Equação (16):
(16)
Foram realizados 15 testes em vibrações livres com esta viga. Em alguns deles
foi aplicado apenas um impacto, escolhendo-se diferentes pontos de aplicação em
TABELA 3 – Valores médios das cinco primeiras freqüências naturais e razões de amortecimento
identificadas com o SSI e seus respectivos coeficientes de variação.
TABELA 4 – Valores das cinco primeiras freqüências naturais obtidas com o programa Ansys.
(17)
(18)
(19)
(20)
(21)
(22)
rotação
momento fletor
esforço cortante
(23)
4 CONCLUSÕES
O presente trabalho apresentou a utilização do Método de Identificação Estocástica
de Subespaço (SSI) para a determinação dos parâmetros dinâmicos de uma viga de
aço em balanço, a partir do conhecimento de somente dados de resposta do sistema
obtidos experimentalmente através de impactos aplicados à viga.
Os resultados obtidos via SSI foram comparados a resultados obtidos numerica-
mente utilizando o software de elementos finitos Ansys – versão 10 e também a resul-
tados analíticos obtidos utilizando a teoria de vibrações de sistemas contínuos.
Como puderam ser observadas, as cinco primeiras freqüências naturais obtidas
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o apoio financeiro do CNPq e da CAPES, Brasil.
REFERÊNCIAS
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Roberto Naime
Lisiane Lerner
RESUMO
O setor da construção civil, envolvendo a construção de obras, representa a atividade com
maiores impactos quantitativos e qualitativos sobre o meio-ambiente. A partir de observações e
estudos efetuados em canteiros de obras e no restante da cadeia da construção civil, foi proposto
e implantado um plano para a Construtora Melnick de Porto Alegre, com uma abordagem inte-
grada, aplicando o gerenciamento ambiental integrado (GAI). Este método engloba três atribu-
tos genéricos fundamentados em três grupos. No primeiro grupo, denominado categoria de ini-
ciação e análise, são identificados os aspectos legais e os recursos necessários, sendo definido o
plano de ação e as campanhas de conscientização. No segundo grupo, chamado categoria de
operação, são reunidos os recursos financeiros, técnicos e humanos para que o plano de ação
proposto seja eficiente e operacional. No terceiro grupo, denominado de categoria de resultan-
tes, são referidas aplicações de processos durante toda a operação, sendo definidos indicadores e
procedimentos operacionais padrão (POPs). Os resultados obtidos foram a elaboração de pro-
cessos uniformes, treinamento de pessoal e relatórios finais padronizados das operações.
Palavras-chave: Construção civil. Programa de gestão. Resíduos sólidos.
ABSTRACT
The sector of the civil construction, involving the construction of workmanships, represents
the activity with bigger quantitative and qualitative impacts on the environment. From comments
and studies accomplished in seedbeds of workmanships of Melnick Constructor (Porto Alegre,
RS, Brazil) and in the remain of the chain of the civil construction, an action plan with an
integrated boarding was proposed and implanted, applying the integrated environment
management (GAI). This method includes three generic attributes based on 3 groups: in the first
group, called Category of Initiation and Analysis, the legal aspects and the necessary resources
are identified, being defined the action plan and the campaigns of awareness. In the second
group, called Operation Category, the financial, technician and human being resources are
congregated in order to the proposed action plan be efficient and operational. In the third group,
called of Category of Resultants, applications of processes during all operation are related, being
defined indicators and Standard Operational Procedures (POPs). The waited results are the
elaboration of uniform processes, training of staff and standardized final reports of the operations.
Key words: Civil construction. Management program. Solid waste.
Roberto Naime é prof. Dr., Programa Mestrado em Qualidade Ambiental da FEEVALE. Coordenador do curso
de Engenharia Ambiental da UNIVAG. E-mail: rnaime@feevale.br
Lisiane Lerner é eng. civil, TGD Engenharia.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
O método empregado na realização deste trabalho está inspirada no programa de
produção mais limpa para micro e pequenas empresas do segmento de construção
civil, juntamente com a técnica dos 3R, que é universalmente utilizada e o
Gerenciamento Ambiental Integrado (GAI). O programa de produção mais limpa é um
conjunto de normas sistematizado para implantação de gestão ambiental nas pequenas
e micro empresas da construção civil. Neste programa de Produção Mais Limpa, de-
nominado PML, foi realizado um projeto piloto em cada uma das sete construtoras
participantes do treinamento, em Porto Alegre, durante o ano de 2004.
Esse projeto piloto foi chamado de estudo de caso, onde cada uma das sete cons-
trutoras citaram um ou mais problemas, que já eram de domínio público e consenso. A
empresa Melnick escolheu o estudo de caso sobre a Otimização do Processo Produti-
vo de Piso Cerâmico, visando a minimização dos resíduos gerados, levando em consi-
deração a quantidade de cimento cola e rejunte utilizado por m2. Dentro da Construto-
ra Melnick, foi utilizada a obra do edifício Chateau Breton.
Além de todo o material fornecido pelo programa de produção mais limpa, fo-
ram realizadas pesquisas teóricas e de trabalhos já publicados sobre o assunto, sendo
também avaliadas as práticas nos canteiros de obras, para viabilizar a implantação do
processo. Estes dados subsidiaram o desenvolvimento de um trabalho sistematizado.
A rotina implantada pelo programa de Produção Mais Limpa se divide em três
fases:
1. Programa de sensibilização, conscientização e treinamento, dentro e fora dos
canteiros de obras;
4 RESPONSÁVEIS OPERACIONAIS
O sistema de gestão dos resíduos sólidos, inspirado no programa de produção
mais limpa e nos 3R, é composto por um coordenador geral que deverá nomear res-
ponsáveis por cada canteiro de obras, chamado de “padrinho”. Ao “padrinho” cabe
definir as ações, responsabilidades e mecanismos de controle em cada canteiro de
obras.
O “padrinho” é o encarregado responsável pelo projeto dentro do canteiro de
obras. Foi definido pela coordenação geral a partir do desempenho, interesse e lide-
rança demonstrado pelos colaboradores. Este é o mesmo critério que será utilizado nas
FIGURA 2 – Tonéis de segregação de resíduos implantados em obra da Construtora Melnick para operacio-
nalização do programa de produção mais limpa com o padrinho da obra.
FIGURA 3 – Baia de segregação de resíduos sólidos em maiores quantidades, conforme a fase da obra.
FIGURA 4 – Procedimento operacional padrão (POP) usado como referência para instalação de refeitório
nas obras. O exemplo mostra o ordenamento e as aberturas do refeitório.
FIGURA 5 – Médias mensais de não conformidades com a check list fundamentada na NR 18, acrescida de
itens gerais de gestão ambiental e particularmente de gestão de resíduos sólidos, com os dados de 2004 e
2005 comparados. Em 2005 aumenta o índice de eficiência, com a obtenção de percentuais muito mais
altos de conformidades.
7 CONCLUSÕES
O programa de gestão de resíduos sólidos é uma ferramenta de sistematização de
procedimentos sobre os resíduos gerados nas 3 fases de obra adotadas pela Construto-
ra Melnick. Esta institucionalização de procedimentos traz um grande avanço na visão
social e ambiental da empresa. Mas a sua plena execução num trabalho diário e autô-
nomo, que será registrado em planilhas e monitorado através da mesma “check list”
utilizada para os itens de qualidade, é a única garantia de eficácia e eficiência do pro-
grama.
Todo o processo deve ser integrador e todos os colaboradores da empresa devem
estar mobilizados, desde o pessoal administrativo, até os participantes dos canteiros de
AGRADECIMENTOS
À Construtora Melnick, pelo apoio recebido.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NR 18 Norma
Regulamentadora de Meio ambiente e das Condições de Trabalho na Construção
Civil. http://www.mte.gov.br/Empregador/segsau/ComissoesTri/ctpp/oquee/conteudo/
nr18/, acessado em 17 de março de 2006.
BLUMENSCHEIN, R. N.; SPOSTO, R. M. PCOM Programa de gestão de materiais.
Projeto de Gereciamento de resíduos sólidos em canteiros de obras,
http:wwuniversidadedebrasilia/CBIB/SINDUSCON-GO. Acesso em 17 de julho de
2005.
BRASIL. Lei 9.605/98 (DOU 12/02/1998, Lei de Crimes Ambientais). Dispõe sobre
as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências.
Roberto Naime
Paulo Roberto de Aguiar Von Mengden
RESUMO
Neste trabalho, a disposição institucional e as práticas operacionais sobre os resíduos
sólidos domiciliares e comerciais do Município de Taquara, RS, foram estudadas, levantando-
se as informações pertinentes no setor público, descritivas do processo, além daquelas que
demonstram a atuação de outros atores sociais envolvidos na problemática, de modo especial
os catadores. Com base nos registros e informações disponíveis na Prefeitura Municipal de
Taquara, referentes aos anos de 2004 e 2005, foram estabelecidas as quantidades de resíduos
domiciliares e comerciais gerados, coletados e encaminhados ao destino final, calculando-se o
potencial econômico dos materiais recicláveis contidos no resíduo total, com base nos preços
praticados no comércio local em março de 2006. O resultado da pesquisa indicou uma geração
média mensal de 550 t de resíduos, das quais 100 t são de materiais potencialmente recicláveis.
O valor econômico deste material, aos preços praticados no município em março de 2006,
atinge R$ 14.000,00 mensais. Da interpretação destes dados, sob a ótica gerencial, econômica
e ambiental, a venda dos resíduos é proposta visando à otimização da reciclagem, melhores
condições de trabalho e da renda dos catadores, além do ajustamento entre as práticas públicas
e a respectiva legislação, com economia de custos para a administração pública.
Palavras-chave: Resíduos sólidos. Valor econômico. Otimização.
ABSTRACT
In the present work the institutional disposition and the operational practices on
commercial and household solid waste from the city of Taquara, RS are studied by gathering
pertinent information about public sector, that describe the process, and about performance of
Roberto Naime é prof. Dr., Programa Mestrado em Qualidade Ambiental – ICET –FEEVALE. Coordenador da
Engenharia Ambiental – UNIVAG.
Paulo Roberto de Aguiar Von Mengden é Mestre em Qualidade Ambiental e economista.
1 INTRODUÇÃO
A vida é um processo natural que necessita permanentemente satisfazer necessi-
dades diversas, alimentares ou de bem-estar. Todos os seres vivos consomem nutrien-
tes, sejam materiais inorgânicos ou matéria orgânica já processada. Sempre que ocorre
esta ação, a de consumir nutrientes, simultaneamente ocorre geração de resíduos, pois
nunca a taxa de absorção é absoluta. Logo, pode-se afirmar que a produção de resídu-
os é fato inerente ao consumo, tanto vegetal como animal.
Na organização dos seres vivos, a geração de resíduos oriunda de um determina-
do processo de vida, contribui para a manutenção de outros escalões naturais, sendo
alimento precioso e necessário. Numa escala adequada, portanto, a geração de resídu-
os é absorvida no processo natural e não causa nenhum efeito danoso à natureza. Ao
contrário, contribui para a diversidade das espécies, dentre elas, a espécie humana.
Porém, quando a humanidade iniciou sua escalada evolutiva, como sociedade
organizada, abandonando o nomadismo e fixando-se em aglomerações urbanas, o pro-
cesso de geração de resíduos sólidos passa a ser danoso, tanto em quantidade como em
qualidade do volume produzido. Inicialmente formados pelo simples acúmulo de res-
tos alimentares, estes resíduos, por efeito das quantidades sempre crescentes, passam
a dificultar o processo de decomposição natural. Logo após, aumentam os impactos
ambientais, ao serem acrescentados ao descarte os restos dos objetos e instrumentos
sem serventia ou danificados. Estes mesmos objetos e instrumentos, apesar de muitas
vezes terem composição orgânica e, por isto mesmo serem passíveis de decomposição
natural, quando acumulados em quantidades crescentes nos locais de despejos, pas-
sam a interromper este processo de absorção natural dos rejeitos.
O impacto ambiental dos resíduos torna-se mais agressivo quando o engenho
humano, na busca incessante de conforto e facilidades, passa a combinar elementos
naturais, introduzindo no meio ambiente outras combinações orgânicas e inorgânicas,
sem decomposição natural imediata. Esta mudança foi marcada pelo início da metalur-
gia e o lançamento dos primeiros poluentes.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa executada neste trabalho é de natureza básica ou fundamental, alme-
jando, no dizer de Jung (2004, p.149), “a aquisição sistemática de conhecimentos
sobre a natureza social, biológica ou tecnológica, com o propósito de melhoria da
qualidade de vida”.
O propósito final é a oferta de alternativas de concepção, desenho e práticas
gerenciais, que possam aliar, neste particular sistema de gestão de resíduos sólidos,
economicidade e melhoria da qualidade ambiental.
Em relação aos objetivos, a pesquisa caracteriza-se como descritivo-exploratória.
De acordo com Jung (2004, p.152):
5 APRESENTAÇÃO DA PESQUISA
Na pesquisa, foram identificados 17 indivíduos envolvidos nesta atividade de co-
leta de recicláveis, atuando na cidade. Entre os meses de outubro de 2005 e março de
2006, 16 deles responderam a um questionário aberto, fornecendo informações sobre
seu trabalho, motivação, renda e origem. Nesta ocasião foi abandonada outra tentativa
de contato. Assim admite-se que os informantes representam a totalidade do universo
pesquisado.
Registradas as respostas correspondentes, procurou-se também conhecer a opi-
nião destes indivíduos sobre possíveis medidas, pública ou privadas, que poderiam
melhorar seu trabalho ou o rendimento dele. O resultado das entrevistas, extremamen-
te rico em informações de caráter social e econômico, forneceu os dados descritos na
seqüência.
Com exceção de um, que declarou morar na zona rural, todos os demais entre-
vistados residem na periferia de Taquara, a maioria no entorno do “lixão da Empresa”.
Esta constatação além de consagrar as origens do processo de catação na cidade, pode
fornecer subsídios para políticas públicas efetivas voltadas a este grupamento huma-
no. A concentração espacial de suas moradias favorece a aplicação de medidas gerais.
Quanto à idade dos entrevistados, dois deles são menores de idade e declara-
ram realizar este serviço para “ajudar em casa”. Este fato confirma as diversas afir-
mações, adiante explicitadas, de transitoriedade do trabalho de catação. Confirmam
ainda parte da realidade social onde os desempregados, à medida que avançam na
idade, encontram dificuldades crescentes de emprego formal. Na Figura 2, a idade
dos catadores.
Apenas quatro dos entrevistados são naturais de Taquara, sendo a maioria, onze
deles, oriundos de outros pontos do estado. Todos estes são da Região Norte do Rio
Grande do Sul, do eixo Santa Rosa – Palmeira das Missões – Erechim, não por acaso,
a zona emissora de migrantes para a região calçadista nas décadas de 70 e 80. Um
entrevistado é oriundo do estado do Paraná. A Figura 4 informa a origem do universo
dos catadores entrevistados em Taquara.
FIGURA 7 – Tempo de trabalho em anos com resíduos sólidos dos catadores de Taquara, RS.
Quanto ao meio de transporte utilizado, chama a atenção o catador que faz seu
trabalho a pé. É o que há mais tempo atua na atividade, percorrendo a cidade, especi-
almente à noite, com uma grande sacola de ráfia. Disse que não consegue, “por culpa
da bebida”, juntar dinheiro para comprar um carrinho ou carroça. Os demais ou
tracionam carrinho, feito de ferro e rodados de bicicleta, caso de cinco deles, ou peda-
lam bicicletas acopladas a carrinhos, enquanto outros quatro possuem carroças e cava-
los. Os carrinhos sempre são de construção artesanal, pesados e precários quanto à
segurança e comodidade de uso. Relataram os catadores que possuem bicicletas
acopladas a carrinhos que, após iniciarem com o uso deste equipamento, sua produti-
vidade aumentou sensivelmente, diminuindo o cansaço decorrente do trabalho. A Fi-
gura 9 exibe os diferentes meios de transporte utilizados pelos catadores.
7 CONCLUSÕES
O arcabouço administrativo-legal norteador do sistema de gerenciamento dos
resíduos sólidos domésticos e comerciais vigorante na Prefeitura Municipal de Taquara,
RS, exige alterações. Estas alterações passam por uma profunda reforma na legislação
municipal que define a estrutura administrativa e as atribuições de alguns órgãos e
setores, eliminando a superposição de deveres e proporcionando maior fluência entre
o processo de tomada de decisão e a efetivação das medidas. É necessário ainda o
fortalecimento institucional do órgão de meio ambiente, de modo especial no que se
refere à sua capacidade de fiscalização.
Considerando-se a seqüência de ineficiências que afloram num exame sistemáti-
co das práticas de operação dos serviços de coleta e destino final dos resíduos sólidos
domésticos e domiciliares em Taquara, RS, é indispensável um “repensar” deste pro-
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos ao Centro Universitário FEEVALE pelas excelentes condições
de trabalho do Mestrado em Qualidade Ambiental.
REFERÊNCIAS
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LEFF, E. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2001, 204p.
MACHADO, N. L.; MORAES, L. R. S. RSSS: revisitando as soluções adotadas no
RESUMO
O chumbo é um elemento químico, que pode cristalizar como um sólido natural com
estrutura cristalina estável, e que apresenta uma distribuição geoquímica de 13 mg/kg na cros-
ta terrestre. Por isso, ocupa o 23° lugar, em abundância, entre os elementos traço, sendo com-
ponente do Grupo 14 da Tabela de Atomicidade dos Elementos Químicos. Entre os elementos
traço, somente o flúor, o estrôncio, o enxofre, o carbono, o zircônio, o vanádio, o cloro, o
crômio, o rubídio, o níquel, o zinco, o césio, o cobre, o ítrio, o lantânio, o neodímio, o cobalto,
o escândio, o nióbio, o lítio, o nitrogênio e o gálio, apresentam distribuição geoquímica maior.
Embora apresente baixa reatividade química, sua representatividade é relativamente alta na
constituição dos minerais. Os principais minerais-fonte de chumbo, para a indústria, são a
galena, cerussita, piromorfita, vanadinita, boulangerita, bournonita, jamesonita, anglesita,
crocoíta e a wulfenita. Neste trabalho é apresentada uma sinopse dos minerais em que o chum-
bo está presente (399 substâncias descritas até o ano de 2007), consistindo em uma contribui-
ção à divulgação do conhecimento destes compostos.
Palavras-chave: Chumbo. Minerais de chumbo. Abundância natural do chumbo.
ABSTRACT
Lead is a chemical element that crystallized as natural solid with crystalline stable
structure and exhibits a crustal abundance of 13 mg/kg. It takes the 23rd place in abundance
among the trace elements. The lead belongs to Group 14 of the Atomicity Table of Chemical
Elements. Among the trace elements only fluorine, strontium, sulfur, carbon, zirconium,
vanadium, chlorine, chromium, rubidium, nickel, zinc, cesium, copper, yttrium, lanthanium,
neodymium, cobalt, scandium, niobium, lithium, nitrogen and gallium present higher
geochemical distribution. In spite of its lower chemical reactivity, the metal is presents in the
chemical composition of expressive quantities of the mineral species. The principal lead-bearing
minerals for industrial uses are galena, cerussite, pyromorphyte, vanadinite, boulangerite,
bournonite, jamesonite, anglesite, crocoite, and wulfenite. This paper is a review of minerals
content lead (399 substances described until 2007) as a contribution to the scientific knowledge
of these substances.
Key words: Lead. Lead-bearing minerals. Lead abundance.
Paulo César Pereira das Neves é prof. Dr. Curso de Química. Lab. de Geologia e Mineralogia, ULBRA Cano-
as. E-mail: nevespc@yahoo.com.br
Flávia Schenato é profa. Dra. Curso de Engenharia Ambiental. Curso de Pós-Graduação em Engenharia:
Energia, Ambiente e Materiais.
2.1 Sistemática
a) I – ELEMENTOS (Metais e Ligas Intermetálicas)
1. Amálgama de chumbo HgPb2 – Sistema Tetragonal (67,38% Pb).
2. Anyuiíta Au(Pb,Sb)2 – Sistema Tetragonal (54,66% Pb).
3. Bogdanovita (Au,TePb)3(CuFe) – Sistema Cúbico (34,96% Pb).
4. Chumbo nativo Pb – Sistema Cúbico (100% Pb).
5. Hunchunita Au2Pb – Sistema Cúbico (37,23% Pb).
6. Plumbopaladinita Pd3Pb2 – Sistema Hexagonal (56,48% Pb).
7. Zvyagintsevita (Pd,Pt,Au)3(Pb,Sn) – Sistema cúbico (29,26% Pb).
b) II – SULFETOS, SULFOSSAIS
b1) Sulfetos
1. Altaíta PbTe – Sistema Cúbico (61,89% Pb).
2. Betekhtinita Cu10(Fe,Pb)S6 – Sistema Ortorrômbico (6,73% Pb).
3. Bezsmertnovita Au4Cu(Te,Pb) – Sistema Ortorrômbico (6,20% Pb).
4. Bilibinskita Au5Cu3(Te,Pb)5 – Sistema Cúbico (17,55% Pb).
5. Borishanskiíta Pd1-x(As,Pb)2 (x = 0-0,2) – Sistema Ortorrômbico (31,11% Pb).
6. Buckhornita AuPb2BiTe2S3 – Sistema Ortorrômbico (35,37% Pb).
7. Clausthalita PbSe – Sistema Cúbico (72,41%).
8. Furutobeíta (Cu,Ag)6PbS4 – Sistema Monoclínico (27,23% Pb).
b2) Sulfossais
1. Aikinita PbCuBiS3 – Sistema Ortorrômbico (35,98% Pb).
2. Aleksita PbBi2Te2S2 – Sistema Hexagonal (21,94% Pb).
3. Andorita PbAgSb3S6 – Sistema Ortorrômbico (23,74% Pb).
4. Ardaíta Pb19Sb13S35Cl7 – Sistema Monoclínico (57,14% Pb).
5. Aschamalmita Pb6Bi2S9 – Sistema Monoclínico (63,76% Pb).
c) III – HALOGENETOS
1. Artroeíta PbAlF3(OH)2 – Sistema Triclínico (63,72% Pb).
2. Asisita Pb7SiO8Cl2 – Sistema Tetragonal (87.78% Pb).
3. Bideauxita Pb2AgCl3F(OH) – Sistema Cúbico (62,26% Pb).
4. Boléíta KPb26Ag9Cu24Cl62(OH)48 – Sistema Cúbico (49,26% Pb).
5. Cálcio-aravaipaíta PbCa2Al(F,OH)9 – Sistema Monoclínico (42,87% Pb).
6. Challacolloíta KPb2Cl5 – Sistema Monoclínico (65,70% Pb)
7. Cloroxifita Pb3Cu2+Cl2(OH)2O2 – Sistema Monoclínico (75,61% Pb).
8. Cotunnita PbCl2 – Sistema Ortorrômbico (74,50% Pb).
9. Cumengeíta Pb21Cu2+20Cl42(OH)40 – Sistema Tetragonal (64,11% Pb).
10. Damaraíta Pb3O2(OH)Cl – Sistema Ortorrômbico (88,04% Pb).
11. Diaboléíta Pb2Cu2+Cl2(OH)4 – Sistema Tetragonal (67,18% Pb).
12. Ecdemita Pb6As2O7Cl4 (?) – Sistema Tetragonal (?) (75,49% Pb).
13. Fiedlerita Pb3Cl4F(OH).H2O – Sistemas Triclínico/Monoclínico (76,14% Pb).
14. Filolitita Pb12O6Mn(Mg,Mn)2(Mn,Mg)4(SO4)(CO3)4Cl4(OH)12 – Sistema
Tetragonal – (69,30% Pb).
15. Hematofanita Pb4Fe3+3O8(OH,Cl) – Sistema Tetragonal – (72,32% Pb).
16. Heliofilita Pb6As3+2O7Cl4 (?) – Sistema Ortorrômbico (?) – (75,49% Pb).
17. Laurelita Pb7F12Cl2 – Sistema Hexagonal – (82,91% Pb).
18. Laurionita PbCl(OH) – Sistema Ortorrômbico – (79,80% Pb).
19. Matlockita PbFCl – Sistema Tetragonal – (79,19% Pb).
20. Mendipita Pb3Cl2O2 – Sistema Ortorrômbico – (85,80% Pb).
21. Mereheadita Pb2O(OH)Cl – Sistema Monoclínico – (85,82% Pb).
22. Nadorita PbSb3+O2Cl – Sistema Ortorrômbico – (52,27% Pb).
23. Paralaurionita PbCl(OH) – Sistema Monoclínico – (79,80% Pb).
24. Parkinsonita (Pb,Mo,)8O8Cl2 – Sistema Tetragonal – (85,45% Pb).
25. Penfieldita Pb2Cl3(OH) – Sistema Hexagonal – (77,06% Pb).
26. Perita PbBiO2Cl – Sistema Ortorrômbico – (42,84% Pb).
27. Pinalita Pb3W6+O5Cl2 – Sistema Ortorrômbico – (65,00% Pb).
28. Pseudoboleíta Pb31Cu2+24Cl62(OH)48 – Sistema Tetragonal (58,59% Pb).
29. Pseudocotunnita K2PbCl4 (?) – Sistema Ortorrômbico (?) (48,50% Pb).
30. Symesita Pb10(SO4)O7Cl4.H2O – Sistema Triclínico (84,92% Pb).
d) IV – ÓXIDOS
1. Alocalcoselita Cu1+Cu2+5PbO2(SeO3)2Cl5 – Sistema Monoclínico (22,34% PbO).
2. Bartelkeíta PbFe2+Ge3O8 – Sistema Monoclínico (34,03% Pb).
3. Bindheimita Pb2Sb2O6(O,OH) – Sistema Cúbico (53,81% Pb).
4. Cálcio-uranoíta (Ca,Ba,Pb)U2O7.5H2O – Amorfo (3,10% Pb).
5. Cesàrolita PbH2Mn4+O8 – Sistema Hexagonal (41,27% Pb).
6. Cesplumtantita (Cs,Na)2-x(Pb,Sb3+,Sn)3Ta8O24 – Sistema Tetragonal (18,38% Pb).
7. Changbaiíta PbNb2O6 – Sistema Trigonal (42,37% Pb).
8. Cheremnykhita Pb3Zn3Te6+O6(VO4)2 – Sistema Ortorrômbico (48,90% Pb).
9. Choloalita Cu2+Pb(Te4+O3)2 – Sistema Cúbico (32,38% Pb).
10. Clarkeíta (Na,K,Ca,Pb)(UO2)O(OH).0-1H2O – Sistema Trigonal (6,50% Pb).
11. Coronadita Pb(Mn4+,Mn2+)8O16 – Sistema Monoclínico (24,41% Pb).
12. Curita Pb2U6+5O17.4H2O – Sistema Ortorrômbico (24,12% Pb).
13. Demesmaekerita Pb2Cu2+5(UO2)2(Se4+O3)6(OH)6.2H2O – Sistema Triclínico
(48,61% Pb).
14. Dessauíta-(Y) (Sr,Pb)(Y,U)(Ti,Fe3+)20O38 – Sistema Trigonal (2,79% Pb).
15. Dugganita Pb3Zn3Te6+O6(AsO4)2 – Sistema Trigonal (47,73% Pb).
16. Eztlita Pb2Fe3+6(Te4+O 3)3(Te6+O 6)(OH)10.8H 2 O – Sistema Monoclínico
(22,84% Pb).
17. Fairbankite PbTe4+O3 – Sistema Triclínico (54,13% Pb).
18. Freedita Pb8Cu1+(As3+O3)2O3Cl5 – Sistema Monoclínico (75,61% Pb).
19. Gebhardita Pb8(As3+2O5)2OCl6 – Sistema Monoclínico (70,66% Pb).
20. Girdita Pb3H2(Te4+O3)3(Te6+O6) – Sistema Monoclínico (60,77% Pb).
21. Gramaccioliíta-(Y) (Pb,Sr)(Y,Mn)(Ti,Fe3+)18Fe3+2O38 – Sistema Trigonal
(6,94% Pb).
22. Jixianita Pb(W,Fe3+)2(O,OH)7 – Sistema Cúbico (44,13% Pb).
23. Khinita Cu3PbTeO6(OH)2 – Sistema Ortorrômbico (31,61% Pb).
24. Kuksita Pb3Zn3TeO6(PO4)2 – Sistema Ortorrômbico (50,48% Pb).
25. Kuranakhita PbMn4+Te6+O6 – Sistema Ortorrômbico (42,66% Pb).
26. Lindqvistita Pb2(Mn2+,Mg)Fe3+16O27 – Sistema Hexagonal (23,49% Pb).
27. Litargita PbO – Sistema Tetragonal (92,83% Pb).
28. Ludlockita Pb2+Fe3+4As3+10O22 – Sistema Triclínico (3,35% Pb).
29. Macedonita PbTiO3 – Sistema Tetragonal (68,37% Pb).
e) V – CARBONATOS
1. Barstowita 3PbCll2.PbCO3.H2O – Sistema Monoclínico (74,03% Pb).
2. Beyerita (Ca,Pb)Bi2(CO3)2O2 – Sistema Tetragonal (7,95% Pb).
3. Cerussita PbCO3 – Sistema Ortorrômbico (77,54% Pb).
4. Dundasita PbAl2(CO3)2(OH)4.H2O – Sistema Ortorrômbico (44,35% Pb).
5. Fosgenita Pb2(CO3)Cl2 – Sistema Tetragonal (75,99% Pb).
6. Hidrocerussita Pb3(CO3)2(OH)2 – Sistema Trigonal – (80,14% Pb).
7. Gysinita-(Nd) Pb(Nd,La)(CO 3) 2 (OH).H 2O – Sistema Ortorrômbico –
(41,02% Pb).
8. Petterdita PbCr2(CO3)2(OH)4.H2O – Sistema Ortorrômbico – (40,63% Pb).
9. Schuilinguita-(Nd) PbCu(Nd,Gd,Sm,Y)(CO 3 ) 3 (OH).H 2 O – Sistema
Ortorrômbico – (29,76% Pb).
10. Shannonita Pb2OC03 – Sistema Ortorrômbico (84,50% Pb).
11. Widenmannita Pb2(UO2)(CO3)3 – Sistema Ortorrômbico (47,94% Pb).
f2) Molibdatos
1. Molibdofornacita Pb2CuAsO4MoO4(OH) – Sistema Monoclínico (52,45% Pb).
2. Wulfenita PbMoO4 – Sistema tetragonal (56,44% Pb).
g2) Fosfatos
1. Brendelita (Bi3+,Pb)2(Fe3+,Fe2+)O2(OH)PO4 – Sistema Monoclínico (24,54% Pb).
2. Bushmakinita Pb2Al(PO4)(VO4)(OH) – Sistema Monoclínico (62,67% Pb).
3. Corkita PbFe3[(P,S)O4]2(OH,H2O)6 – Sistema Trigonal (31,03% Pb).
4. Dewindtita Pb[H(UO2)3O2(PO4)2]2.12H2O – Sistema Ortorrômbico (21,41% Pb).
5. Drugmanita Pb2(Fe3+,Al)(PO4)2(OH)2 – Sistema Monoclínico (60,23% Pb).
6. Fosfogartrellita PbCuFe3+(PO4)2(OH,H2O)2 – Sistema Triclínico (37,57% Pb).
7. Hinsdalita PbAl3[(P,S)O4]2(OH,H2O)6 – Sistema Trigonal (28,19% Pb).
8. Kamitugaíta PbAl(UO2)5[(P,As)O 4]2(OH) 9.9,5H2O – Sistema Triclínico
(9,87% Pb).
9. Kintoreíta PbFe3+3(PO4)2(OH,H2O)6 – Sistema Trigonal (31,01% Pb).
10. Orfeíta H6Pb10Al20(PO4)12(SO4)5(OH)40.11H2O – Sistema Trigonal (35,68% Pb).
11. Parsonsita Pb2UO2(PO4)2 – Sistema Triclínico (45,52% Pb).
12. Piromorfita Pb5(PO4)3Cl – Sistema Hexagonal (76,38% Pb).
13. Plumbogummita PbAl3(PO4)2(OH,H2O)6 – Sistema Trigonal (35,65% Pb).
14. Przhevalskita Pb(UO2)2(PO4)2.4H2O – Sistema Ortorrômbico (20,53% Pb).
15. Rosieresita (Pb,Cu,Al)(PO4)x.nH2O – Amorfo (35,61% Pb).
16. Sahlinite Pb14(AsO4)2O9Cl4 – Sistema Monoclínico (83,73% Pb).
17. Tsumebita Pb2Cu(PO4)(SO4)(OH) – Sistema Monoclínico (60,41% Pb).
g3) Vanadatos
1. Brackebuschita Pb2Mn3+(VO4)2(OH) – Sistema Monoclínico (55,24% Pb).
2. Calderonita Pb2Fe3+(VO4)2(OH) – Sistema Monoclínico (58,22% Pb).
3. Cechita Pb(Fe2+,Mn)(VO4)(OH) – Sistema Ortorrômbico (52,52% Pb).
4. Chervetita Pb2V5+2O7 – Sistema Monoclínico (65,96% Pb).
5. Curienita Pb(UO2)2V2O8.5H2O – Sistema Ortorrômbico (19,42% Pb).
6. Descloizita PbZnVO4(OH) – Sistema Ortorrômbico (51,22% Pb).
7. Heyíta Pb5Fe2+2(VO4)2O4 – Sistema Monoclínico (71,87% Pb).
8. Leningradita PbCu2+3(VO4)2Cl2 – Sistema Ortorrômbico (71,87% Pb).
VIII. SILICATOS
a) Ciclossilicatos
1. Ashburtonita HPb4Cu4Si4O12(HCO3)4(OH)4Cl – Sistema Tetragonal (47,75% Pb).
2. Margarosanita Pb(Ca,Mn2+)2Si3O9 – Sistema Triclínico (39,61% Pb).
3. Mathewrogersite Pb7(Fe,Cu)GeAl3Si12O36(OH,H2O,)6 – Sistema Trigonal
(54,14% Pb).
4. Roeblinguita Pb2Ca6Mn2+(Si6O18)(SO4)2(OH)2.4H2O – Sistema Monoclínico
(29,40% Pb).
b) Filossilicatos
1. Burckhardtita Pb2(Fe3+,Mn3+)Te4+(AlSi3)O12(OH)2 – Sistema Monoclínico
(44,33% Pb).
2. Ferrisurita (Pb,Ca)2-3(CO3)1,5-2(OH,F)0,5-1[(Fe3+,Al)3+)2Si4O10(OH)2].nH2O –
Sistema Monoclínico (38,50% Pb).
3. Hyttsjöíta Pb18Ba2Ca5Mn2+2Fe3+2Si30O90Cl.6H2O – Sistema Trigonal (54,43% Pb).
4. Jagoíta (Pb,Na)3(Fe,Mg)Si3O10(Cl,OH) – Sistema Hexagonal (59,61% Pb).
5. Kegelita Pb8Al4Si8(SO4)2(CO3)4(OH)8O20 – Sistema Monoclínico (57,59% Pb).
6. Maricopaíta (Pb7Ca2)[Al12Si36(O,OH)100].n(H2O,OH) – Sistema Ortorrômbico
(29,32% Pb).
7. Surita Pb(Pb,Ca)(Al,Fe3+,Mg)2(Si,Al)4]O10(OH)2CO3)2 – Sistema Monoclínico
(39,80% Pb).
8. Wickenburguita Pb3CaAl2Si10O27(H2O)3 – Sistema Trigonal (41,43% Pb).
c) Inossilicatos
1. Alamosita PbSiO3 – Sistema Monoclínico (73,14% Pb).
2. Joesmithita PbCa 2Mg 3Fe 3+ 2[Be 2Si 6 O 3](OH) 2 – Sistema Monoclínico
(19,86% Pb).
e) Sorossilicatos
1. Barissilita Pb8MnSi2O7 – Sistema Trigonal (74,77% Pb).
2. Ganomalita Pb9Ca5Mn2+Si9O33 – Sistema Hexagonal (64,28% Pb).
3. Hancockita (Pb,Ca,Sr) 2(Al,Fe 3+) 3Si 3O 12 (OH) – Sistema Monoclínico
(17,76% Pb).
4. Kentrolita Pb2Mn3+2Si2O9 – Sistema Ortorrômbico (57,09% Pb).
5. Melanotekita Pb2Fe3+2Si2O9 – Sistema Ortorrômbico (57,06% Pb).
6. Molibdofilita Pb3Mg3Si3O8(OH)8 – Sistema Hexagonal (59,61% Pb).
7. Nasonita Pb6Ca4Si6O21Cl – Sistema Hexagonal (62,67% Pb).
8. Queitita Pb4Zn2(SO4)(SiO4)(Si2O7) – Sistema Monoclínico (62,98% Pb).
f) Silicatos não-classificados
1. Creaseyíta Pb2Cu2+2Fe3+2Si5O17.6H2O – Sistema Ortorrômbico (35,53% Pb).
2. Luddenita Pb2Cu2+2Si5O14.14H2O – Sistema Monoclínico (35,78% Pb).
3. Plumbotsumite Pb5Si4O8(OH)10 – Sistema Ortorrômbico (71,63% Pb).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existem cerca de 400 espécies minerais em que o chumbo está presente, com
significância, na composição química. Em sua grande maioria são espécies do grupo
dos sulfossais e sulfetos (150 espécies), que reflete seus ambientes geológicos de
REFERÊNCIAS
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RESUMO
Este estudo apresenta uma metodologia para identificação de sítios hidroenergéticos em
microbacias hidrográficas utilizando a cartografia, explorando os cursos de água, as declividades
e as áreas de contribuição para os pontos de interesse. Este método é realizado apenas em
gabinete, minimizando os custos de reconhecimento em campo. As proximidades das curvas
sobre o curso de água definem os pontos de interesse e a relação extensão por declividade
fornece a altura. A área de contribuição oferece o elemento para cálculo da vazão, utilizando
as equações das curvas de permanência para vazões regionalizadas. No caso em estudo, na
microbacia do Arroio Solitário, foram identificados, através da carta, cinco pontos com poten-
cial superior a 0,5 kW. Na identificação dos pontos em campo, foram confirmados estes cinco
pontos avaliados na carta e localizados outros dois, visualizados apenas em campo. É discuti-
da a metodologia, sua confiabilidade e são apresentadas sugestões para trabalhos semelhantes.
Palavras-chave: Microbacias hidrográficas. Sítios de potencial hidroenergético. Va-
zões regionalizadas.
1 INTRODUÇÃO
O rápido desenvolvimento tecnológico e científico da humanidade se faz sentir a
partir da invenção da máquina a vapor, no século XIX com o uso intensivo da energia
principalmente dos combustíveis fósseis.
A utilização de combustíveis fósseis de baixo custo, inicialmente carvão e numa
segunda etapa petróleo e gás natural, provocou o surgimento de uma sociedade pro-
gressivamente dependente destes recursos não renováveis, enquanto que a aparente
inesgotabilidade dos mesmos gerou um crescimento da demanda cuja vertiginosidade
aponta para o esgotamento das reservas em um horizonte temporal de poucas décadas.
O baixo custo do petróleo e do gás natural, que tornava anti-econômica a utiliza-
ção de outras fontes, fez com que o descaso com relação as energias renováveis, redu-
zisse seu desenvolvimento tecnológico e sua utilização a alguns casos isolados.
Após a crise do petróleo e a conscientização ecológica, a partir dos anos oitenta,
a humanidade passou a investir mais nas energias renováveis, entre elas, a hidrelétrica.
Atendendo a necessidade voraz de aumento de geração para satisfazer o cresci-
mento econômico e o consumidor aumento de qualidade de vida, juntou-se também a
pressão das demandas sociais, como a falta de energia elétrica para o meio rural, a qual
justificou grande parte do êxodo rural, que se buscou uma das soluções no aproveita-
mento das fontes locais renováveis de energia tais como: mini centrais hidrelétricas,
biomassa, fotovoltaicas e eólica.
Dentre estas fontes de energia renováveis, o aproveitamento da hidroeletricidade
revela-se bastante viável, devido ao estado da tecnologia de geração presente no mer-
cado. Para o aproveitamento desta fonte energética, basta identificar um local geográ-
fico que apresenta uma queda de água com um volume de água presente. Este local
passa a ser identificada como sítio hidroenergético.
Para uso comercial, os sítios de geração hidroenergéticos passam a ser atrativos
economicamente quando estão próximos da rede elétrica e quando tiverem maiores
quedas de água associadas com grandes vazões.
Para fins sociais, as características de bons sítios de geração hidroenergéticas
são aqueles em que apresentam pequena altura de queda, pequenas vazões e próximas
às residências rurais mais isoladas da rede elétrica convencional. A aproximação das
residências se faz necessário para diminuir o custo com o transporte de energia. A
eletricidade destina-se basicamente a: iluminação, com uso de lâmpadas PL de alto
rendimento, tv, rádio e refrigeração, sendo o uso para banho descartável, devido o alto
consumo do mesmo.
2 METODOLOGIA
Com as cartas do Exército, escala 1:50.000, é definido o divisor de água da
microbacia hidrográfica em estudo. São mapeados os cursos de água presentes na bacia
hidrográfica, classificados e medidos em sua extensão. São digitalizadas as curvas de
nível presentes na área da bacia hidrográfica. Cada atividade forma um plano de infor-
mação independente, que é armazenado de forma georeferenciada. Ao serem sobrepos-
tos os diferentes planos de informações, obtêm-se novas informações através do cruza-
mento dos planos. A Figura 1 mostra a seqüência de planos obtidos no processo.
Pl = g.Q.h (1)
Q50 = 0,01294.A0,979
(2)
Onde:
Q50 = vazão encontrável no leito do rio em 50% das vezes (vazão média), dada
em m3.s-1
A = área da bacia de contribuição para o ponto, dada em km2
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A microbacia hidrográfica do Arroio Solitário está inserida na Bacia Hidrográfica
do Rio Paranhana. Localiza-se no Mapa da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército
(DSG) escala 1:50000, na carta MI – 2971/1 de Taquara. Sua área pertence ao município
de Igrejinha e apresenta os limites extremos nas coordenadas geográficas 50º 48' 32” até
50º 53' 10” de longitude oeste e 29º 31' 21” até 29º 35' 29” de latitude sul.
As principais características da bacia hidrográfica do Arroio Solitário são:
Área: 26,13 km2
Densidade de drenagem: 0,79 km/km2
Cota da nascente: 795 m
Cota da foz: 16 m
Perímetro: 23 km
Comprimento longitudinal da bacia, L: 8,5 km
L2: 72,25 km2
Pelos critérios definidos para o presente trabalho, foram identificados, em carta, cin-
co sítios de potencial hidroenergéticos. A Figura 2 apresenta a localização destes pontos.
Na Figura 3 verifica-se que as quedas identificadas por carta, de P1 até P5, sobre-
viveram, porém, como mostra a Tabela 2, com menor altura. Em campo também foram
identificadas três novas quedas. P6 é uma queda cuja altura, na metodologia cartográfica,
ficou inserida na altura da queda P3 da Tabela 1. A queda P7 que se localiza entre P4 e
4 CONCLUSÕES
A técnica de sondagem das cartas aerofotogramétricas do Exército, escala 1:50000,
para localizar pontos de potencial, revelou-se uma ferramenta poderosa para auxiliar
na identificação de sítios de potencial hidroenergéticos. A comparação entre o somatório
do potencial medido pelo método com o potencial medido em campo, apresentando
valores muito próximos, confirmam a confiabilidade do método.
Scartazzini (1995), utilizando o Sistema Geográfico de Informações – SGI para
identificar sítios hidroenergéticos com este programa, encontrou uma maximização
dos potenciais calculados pelo programa em relação ao potencial identificado em campo,
justificando que o tamanho do pixel (44 metros) utilizado pelo programa considera
como queda o desnível encontrado entre o início e o final desta extensão. Como em
campo foi considerado como queda apenas o desnível vertical, o programa maximizou
o número de quedas.
No presente trabalho, utilizando-se uma extensão de 100 metros, também se
aglutina todo o desnível. Porém, a busca visual de duas ou mais curvas que se agrupam
numa extensão de 100 metros é uma ocorrência menos freqüente e fornece maior
certeza do desnível.
O presente método, do uso apenas das cartas, neste trabalho, revelou-se mais
preciso que o método descrito utilizando o SGI, sendo um método mais simples e mais
econômico.
Contudo, mesmo o bom resultado obtido, não dispensa a identificação em cam-
po, porque este método é limitado pelo grande distanciamento entre as curvas
altimétricas, plotadas de 20 em 20 metros, fazendo com que uma queda com altura
inferior a 20 metros, estando isolada, passe despercebida na carta, como ocorreu com
o ponto P8.
REFERÊNCIAS
BRANCO, S. M. et al. PORTO, R. L. L. (Org.). Hidrologia Ambiental. São Paulo:
USP, 1991.
RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados de um estudo do manejo da vegetação para reduzir
o perigo aviário junto ao Aeroporto Internacional Salgado Filho na cidade de Porto Alegre. O
trabalho foi dividido em duas fases. A primeira fase constou no levantamento inicial da avifauna
no sítio aeroportuário, em pontos selecionados a partir das características do ambiente e da
vegetação natural e da concentração de aves na área do aeroporto. Esta fase compreendeu oito
meses de ações seqüenciadas, desenvolvidas em oito unidades amostrais. A segunda fase foi
desenvolvida em três áreas de estudo, selecionadas entre os oito pontos anteriores, segundo
critérios de similaridade determinados pela análise de Cluster, para testar o efeito do cresci-
mento da vegetação para o controle da avifauna. Esta fase empregou três meses de levanta-
mento seqüenciado para a verificação da interferência da altura da vegetação na ocorrência
quantitativa da avifauna. Os resultados obtidos mostram uma redução significativa da presen-
ça de pássaros nas áreas de estudo onde foi mantida vegetação alta, o que contribuiu para a
uma melhor segurança operacional das aeronaves durante os procedimentos de pouso e deco-
lagem. Os resultados obtidos apontaram uma solução compatível com as necessidades de con-
trole de avifauna para o aeroporto Salgado Filho.
Palavras-chave: Perigo aviário em aeroportos. Manejo da vegetação.
ABSTRACT
This work presents the results of the study regarding the use of vegetation to reduce the
bird strike related incidents at Salgado Filho International Airport, in the City of Porto
Alegre. The work was divided in two phases. The first one consisted of the initial survey of the
avifauna presents in the surrounding airport, which was carried out at areas that were chosen
taking into account natural vegetation and environmental characteristics, as well as population
of birds. This phase included eight months of sequenced actions, developed in eight sampling
units. The second phase was developed in three survey areas, chosen out of the existing units
1 INTRODUÇÃO
Dados disponíveis sobre colisões com pássaros mostram que, desde 1912, no
mundo inteiro, cerca de 223 pessoas foram mortas em pelo menos 37 acidentes aero-
náuticos relevantes com aeronaves civis; desde 1950, outras 165 fatalidades ocorre-
ram em 353 acidentes aeronáuticos com aeronaves militares. Nos Estados Unidos as
colisões custaram mais de U$ 390 milhões ao ano entre os anos de 1990 a 1999 (ICAO,
2002; CENIPA, 2006).
Nos últimos anos, o agravamento dessa situação de risco aumentou muito, prin-
cipalmente, em função do desequilíbrio ecológico causado pelas áreas, em regiões
próximas aos aeroportos, destinadas à deposição e/ou tratamento dos resíduos sólidos
urbanos, pelos matadouros, entrepostos de pesca e curtumes.
Os aeroportos, em muitos casos, têm se tornado um local propício para a ocor-
rência de aves devido a presença de áreas residenciais próximas a eles, com precária
ou nenhuma infra-estrutura de saneamento básico. Aeroportos atraem um largo núme-
ro de pássaros e outros animais porque eles oferecem uma imensa região para procura
de alimentos e lugares para aninhar-se livres da ameaça de predadores. As áreas de
campo, que geralmente são grandes extensões em aeroportos, funcionam como atrati-
vo para a avifauna. Assim, o manejo adequado dessas áreas poderá contribuir para a
redução de algumas espécies presentes nos aeroportos.
O aumento da frota aérea, os avanços da engenharia tornando as aeronaves mais
velozes e silenciosas, elevaram o número de colisões entre aves e aeronaves, indican-
do, claramente, a necessidade da tomada de medidas de manejo para a redução da
presença da avifauna em aeroportos.
Este estudo apresenta uma proposta de solução que visa controlar ou reduzir os
fatores de atração de aves e mitigar o problema do perigo aviário no Aeroporto Inter-
nacional Salgado Filho (AISF), principalmente, nos procedimentos de aproximação,
pouso e decolagem de aeronaves. A solução proposta relaciona-se com o uso de vege-
tação alta em áreas internas ao aeroporto dificultando a visualização de alimentação e
de presas por parte de certas espécies de aves. A altura da vegetação foi estabelecida
em torno de 80 cm para não prejudicar os procedimentos de pouso e decolagem e
manter uma visão agradável da paisagem.
Entenda-se que as medidas de manejo estudadas referem-se às ações de curto
FIGURA 1 – Aeroporto Internacional Salgado Filho, delta do rio Jacuí e foz do rio Gravataí.
2 METODOLOGIA
O presente trabalho foi dividido em duas fases:
A primeira fase, realizada de outubro de 2004 a junho de 2005 constou no levan-
tamento da avifauna no sítio aeroportuário. As áreas escolhidas para a realização deste
levantamento foram selecionadas a partir das características do ambiente e da vegeta-
ção natural anteriormente relacionada, bem como da concentração de aves observadas
durante as visitas na área do aeroporto. Foram estabelecidos 8 pontos de estudos situ-
ados nas laterais da pista do AISF.
Durante a segunda fase, realizada de janeiro a março de 2006, foram escolhidas
3 áreas entre os 8 pontos citados anteriormente, para testar o efeito do crescimento da
vegetação no controle da avifauna.
Estas áreas foram subdivididas em duas partes para realização do estudo comparati-
vo. Uma parte recebeu as siglas PO I, PO II e PO III, onde a pastagem foi mantida com uma
altura de até 80 cm, e a outra parte recebeu as siglas PC I, PC II e PC III, onde a grama
continuou sofrendo corte regular. Cada uma das áreas foi demarcada com 100 m x 100 m.
3 RESULTADOS
No período compreendido entre 16 de outubro de 2004 e 16 de junho de 2005
foram registradas 60 espécies de aves. Esse dado representa 10% da avifauna total
citada para o Rio Grande do Sul que, segundo BENCKE (2001) é de 624 espécies.
O inventário da avifauna no Aeroporto Internacional Salgado Filho apresentou
uma média de 1.057,8 indivíduos na amostragem por pontos. As principais espécies
listadas no inventário ocorreram de maneira homogênea ao longo das estações do ano
(Figura 3). Não foi verificada diferença significativa na riqueza de espécies entre os
pontos, ao longo das estações do ano, bem como, entre estações.
3.1 Relatório 1
O monitoramento compreendeu o período de 2 a 31 de janeiro de 2006. Foi obser-
vado que as áreas com vegetação mais alta sofreram uma redução na diversidade e abun-
dância de aves, quando comparadas às áreas com vegetação mais baixa (Figura 1).
Conforme os dados obtidos na primeira fase, os monitoramentos locais mostra-
ram a ocorrência, principalmente, de quero-quero (Vanellus chilensis) e garça-vaqueira
(Bubulcus ibis), os quais são predominantes nas áreas de controle, ou seja, onde a
grama está sendo cortada regulamente. Foram registrados em ambas as 3 (três) áreas,
exemplares de maria-faceira (Syrigma sibilatrix). Esta espécie, no geral, vive aos pa-
res, não é gregária, como nos casos do quero-quero e da garça-vaqueira. Segundo
Bencke (2001), as espécies gregárias oferecem maiores riscos de colisões com aerona-
ves do que as demais.
FIGURA 1 – Abundância média de aves para áreas com vegetação alta e vegetação baixa.
A análise dos dados através do teste student “t” apresentou P = 0,0447 < 0,05(95
%) e t = 1,04 < t crítico 1,69, confirmando a existência de uma diferença significativa
da abundância no estudo realizado entre a grama alta e grama baixa.
3.2 Relatório 2
O monitoramento do presente relatório correspondeu ao período de 1° a 28 de
fevereiro de 2006. Durante este segundo mês do monitoramento, as mesmas espécies
do relatório 1 continuaram dominantes. As áreas com vegetação mais alta mantiveram
a redução na abundância de aves (Figura 2).
3.3 Relatório 3
O monitoramento compreendeu o período de 1° a 31 de março de 2006. Verifi-
cou-se que as mesmas espécies dos relatórios 1 e 2 continuaram dominantes. Quanto à
ocorrência da avifauna, foi observado que as áreas com vegetação mais alta mantive-
ram a redução na diversidade de aves, quando comparadas às áreas com vegetação
mais baixa (Figura 3).
A composição da comunidade das aves não apresentou alteração. A presença de
andorinha-pequena-das-casas (Notiochelidon cyanoleuca) não foi registrada nas áreas
com grama alta, conforme registrado no relatório 2. Não foi observada a presença
significativa de outras aves no local. Alguns exemplares de maria-faceira (Syrigma
sibilatrix) apareceram em 2 ocasiões e de forma isolada.
Ainda, os monitoramentos locais continuaram registrando, principalmente, que-
ro-quero (Vanellus chilensis) e garça-vaqueira (Bubulcus ibis), conforme descrito nos
relatórios anteriores.
A análise dos dados através do teste student “t” mostrou os seguintes valores:
P = 0,0406 < 0,05(95 %) e t = 0,82 < t crítico 1,97.
4 CONCLUSÕES
O presente trabalho demonstrou que uso da grama alta permitiu uma redução
expressiva da afivauna no Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre.
As análises estatísticas permitiram estabelecer um meio comparativo quanto aos
aspectos de abundância e riqueza das aves presentes nas áreas de estudo, tanto na 1ª
fase como na 2ª fase. O método mais adequado para demonstrar os resultados do estu-
do apresentado foi a análise de Cluster, a qual, tendo sido elaborada através das distân-
cias euclidianas e disposta em linhas segundo os níveis de similaridade, pode mostrar
o agrupamento e a relação de proximidade dos pontos, durante o monitoramento das
áreas de estudo da primeira fase.
O método de student “t” permitiu verificar a assertividade dos dados observados
durante a segunda fase nas áreas de estudo, considerando um nível de confiabilidade
de 95%.
Comparado com outros estudos realizados (CARTER, 2000), o estudo mostrou
um aspecto positivo no que tange a adequabilidade, praticabilidade e aceitabilidade da
solução adotada.
REFERÊNCIAS
BELTON, W. Aves do Rio Grande do Sul: Distribuição e Biologia. Ed. UNISINOS,
1994. 88p.
BELTON, W. Aves Silvestres do Rio Grande do Sul. 4.ed. 2004. 174p.
BENCKE, G. A. Lista de Referência das Aves do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: Ed.
TECHNOLOGÍA
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tivas sobre participações em eventos científicos e tecnológicos em português, espa-
nhol ou inglês, em todos os casos os resumos devem ser escritos em inglês e portugu-
ês ou espanhol.
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seguir as seguintes ordens para cada tipo de publicação. Obs.: colocar somente as
referências citadas no texto.
Livro
GERMAN, R.M. Powder Metallurgy Science, MPIF, Princeton, NJ, 1984. 279p.
Conferência
SILVA, M.P., WHITEMAN, J.A., JONES, H. and Sellars, C.M. Proceedings of
PM’90 World Cong., The Institute of Metals, London, UK, July 1990, vol. 2, p.311-
314.
Artigo de livro
WANG, J., LAI, Z. and WANG, P. In: Advances in Powder Metallurgy &
Particulate Materials, eds., M. Phillips and J. Porter, MPIF, Princeton, NJ, 1995, vol.1,
part 1, p.241-250.
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vol. 1, n. 1 (1998), p.16-23.
Conference
SILVA, M.P., WHITEMAN, J.A., JONES, H. and Sellars, C.M. Proceedings of
PM’90 World Cong., The Institute of Metals, London, UK, July 1990, vol. 2, p.311-
314.