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Transcrição nº 1
“Escrevendo sob o impacto do fracasso de seu partido [UDN] nas eleições de 1945, um
liberal* anota os seguintes ‘conselhos’ a quem pretenda êxito na política:
‘Evite por todos os meios obrigar o povo a refletir. A reflexão é um trabalho penoso
a que o povo não está habituado. Dê-lhe sempre razão. Prometa-lhe tudo que ele
pede e abrace-o quanto puder. [Pois as massas têm] uma irresistível tendência para o
pulha’”.
*(Plínio Barreto, em O Estado de São Paulo, 26 de janeiro de 1947, citado em
WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1978 , p. 24.).
Transcrição nº 2
“A perplexidade amarga dos liberais vinculados às classes médias tradicionais diante da
vitória de Getúlio Vargas em 1950 é muito elucidativa a respeito do caráter explosivo da
emergência política das massas:
‘No dia 3 de outubro, no Rio de Janeiro, era meio milhão de miseráveis, analfabetos,
mendigos famintos e andrajosos, espíritos recalcados e justamente ressentidos,
indivíduos tornados, pelo abandono, homens boçais, maus e vingativos, que
desceram os morros embalados pela cantiga da demagogia berrada de janelas e
automóveis, para votar na única esperança que lhes restava: naquele que se
proclamava pai dos pobres, o messias-charlatão (...)”.**
**(Do editorial da revista Anhembi, São Paulo, n. 1, vol. 1, dez. 1950, citado em
WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1978 , p. 21-22).