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IPN0004

INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS RADIOATIVOS
GESTÃO DE PÁRA RAIOS RADIOATIVOS

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
Arthur Seckler Neto 414 822
INTRODUÇÃO - O FENÔMENO RAIO

Uma descarga atmosférica pode ser comparada a uma troca rápida de


cargas elétricas entre a nuvem e o solo.
A maior parte das nuvens de tempestade tem a base saturada de
gotículas d'água carregadas negativamente e a parte superior constituída por
cristais de gelo carregados positivamente. Quando a diferença de potencial nessas
nuvens, conhecidas por 'cumulo-nimbus', atinge um valor suficiente para romper
o dielétrico do ar, ocorre a movimentação de elétrons em direção ao solo, o que
produz um fraco traço luminoso. Esta descarga, chamada precursora, líder ou
descarga piloto, percorre apenas algumas dezenas de metros. Após um intervalo
de tempo curtíssimo (da ordem de dezenas de microssegundos), uma segunda
descarga segue o caminho ionizado pela primeira, percorrendo outras dezenas de
metros e assim sucessivamente, até o solo ser alcançado.
Uma descarga principal ou de retorno é então formada, do solo para a
nuvem, seguindo o caminho da descarga piloto, mas em sentido inverso, e
produzindo uma forte luminosidade. Assim, ao contrário do que muitos pensam,
o sentido do raio principal é do solo para a nuvem

CARACTERIZAÇÃO - A ORIGEM DOS PÁRA-RAIOS

Em 1752, Benjamin Franklin instalou uma haste de ferro no topo de uma


guarita, situada em local elevado, ligada por um fio metálico a outra haste
semelhante cravada no solo. Estava, assim, proposto o para-raios, dispositivo
que tem como finalidade a captação de raios e a definição do ponto de contato
dos mesmos com a superfície da terra.
O objetivo principal da proteção contra os raios está fundamentado na
propriedade geométrica dos corpos metálicos pontiagudos, que podem
descarregar sem a produção de faíscas, e consiste no estabelecimento de meios
que dirijam a descarga elétrica para a terra, sem que efeitos danosos aos seres
vivos e ao meio ambiente ocorram neste processo.
A área de proteção da um para-raios foi definida pela primeira vez por
Gay Lussac, no século XIX, na Academia Francesa de Ciências, como sendo o
espaço circular de um cilindro cujo raio da base fosse igual à altura da ponta
da haste instalada.
Diversas outras zonas de proteção foram propostas, ao longo das
décadas, baseadas sempre em observações empíricas de quedas de raios,
sendo que, devido ao caráter aleatório das mesmas, ainda não foram
determinadas teoricamente.
Atualmente, normas de diversos países estabelecem como área de
proteção a base de um cone cuja relação altura/raio, H/R, varia de 1:1 a 1:2,
sendo o valor 1:1,73 adotado no Brasil.

O PÁRA-RAIOS "RADIOATIVO"

As primeiras experiências com para-raios "radioativos" datam de


1914. O físico húngaro Szillard (colaborador do casal Pierre e Marie Curie)
reportou, à Academia Francesa de Ciências, os ensaios realizados com um
terminal Franklin contendo sal de rádio. Pôde ser constatada que, quando esse
dispositivo era colocado em um campo elétrico, a corrente resultante era
consideravelmente maior que aquela medida se utilizando um terminal
convencional.
Este acréscimo de corrente foi atribuído à ionização do ar provocada
pelas partículas alfa e beta e pelos raios gama provenientes do decaimento
do Ra-226 e de seus descendentes radioativos.
As primeiras versões comerciais de captores iônicos surgiram na
década de 30, inspiradas na experiência de Szillard. Após a segunda guerra
mundial, o emprego do Ra-226 foi substituído pelo do emissor alfa Amerício-241,
radioisótopo mais disponível e econômico, aquela época.
O aumento da corrente que emana do para-raios para contatar a
descarga piloto, ou raio líder, implicaria na definição do ponto preferencial de
contato com maior antecedência e, em consequência, numa zona
probabilística de proteção maior.
A forma proposta para obter o aumento dessa corrente elétrica foi,
portanto, a incorporação aos para-raios de fontes radioativas emissoras de
partículas alfa altamente energéticas.
Na década de 70, algumas empresas brasileiras iniciaram processos
de registro e licenciamento junto à CNEN, para obtenção de autorizações para
importação de fontes radioativas para montagem e comercialização de para-
raios com estas afixadas aos terminais aéreos. A atividade, em mi, contida em
cada dispositivo variava em função da zona de proteção pretendida pelo
cliente.
O radionuclídeo amerício é o mais empregado, é classificado como sendo
um elemento de alta toxicidade, quando ingerido ou inalado. O Am 241, é um
metal artificial com número atômico 95, pertencente a série de actinídeos, com
meia vida de 432,2 anos e não possui isótopos estáveis. Foi descoberto por Glen
Seaborg, Leon Morgan, Ralph James e Albert Ghiorso, em 1944, e isolado por
Cunningham como Am-241 no Am(OH)3, em 1945, tendo recebido este nome
em homenagem ao continente americano (ATSDR, 2006b). O Amerício foi
obtido pela primeira vez por meio de bombardeamento por nêutrons do Pu-239,
em reatores de potência como produto de decaimento do Pu-241, o Am-241 se
forma durante o período de resfriamento do combustível.
A montagem de captores iônicos compreende a colocação das fitas de Am-
241, previamente cortadas, em porta-fontes, selagem destas com cola, rebitagem
dos porta- fontes nos pratos e fixação dos pratos na haste.
Figura 1 mostra os modelos de para-raios "radioativos" comercializados no Brasil.
Fonte: Miranda&Vicente

Figura 2: Esquema da fonte de amerício, pronta para ser fixada no captor


Fonte: Miranda&Vicente

Em 1989, no entanto, a Comissão Nacional de Energia Nuclear, CNEN,


por meio de uma resolução suspendeu a concessão de uso de material
radioativo em para-raios, por não ter sido tecnicamente comprovada a maior
eficácia desse tipo de captor em relação ao convencional.
Assim como no Brasil, a utilização de captores radioativos também foi
proibida em outros países que, dependendo da disponibilidade de recursos
financeiros, adotaram diferentes procedimentos de coleta e tratamento. Por
exemplo, na Espanha, os para-raios são retirados do edifício por técnicos da
Empresa Nacional de Resíduos Radiativos (ENRESA) e encaminhados para
desmantelamento. Neste processo, as fontes de amerício são removidas e
enviadas para o Reino Unido, para reciclagem. Em 1995, três anos após o início
dessa operação, a ENRESA já havia retirado mais de 18000 unidades
(ENRESA, 1997), demonstrando que, esse procedimento, é bastante eficaz,
principalmente, porque o serviço de remoção é gratuito, cabendo ao usuário
apenas a tarefa de solicitar a remoção do captor.
Desde então, o para-raios radioativo tem sido substituído por outros, do
tipo Franklin, e recolhido como rejeito radioativo. Entretanto, apenas 23 % do
total fabricado no país foram entregues à CNEN. Do total de captores radioativos
fabricados no Brasil, menos de 1% contém fontes de Ra-226. A maioria é
composta por fontes de Am-241. Segundo levantamento realizado pela CNEN,
estimava-se que foram instalados cerca de 75000 peças, com atividade média
da ordem de 1,5 mCi por unidade.
Dezessete anos após a publicação da Resolução da CNEN, 17259 para-
raios (dado de Fev/2006), ou seja, apenas 23% do que foi fabricado, foram
recolhidos e encaminhados para o Laboratório de Rejeitos Radioativos do
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), para o Instituto de
Engenharia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro, e para o Centro de
Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte.
As fontes de amerício empregadas nos para-raios, segundo os
fabricantes, eram estanques e, por este motivo, não ofereciam risco de
contaminação. No entanto, a prática de recebimento dos para-raios tem
demonstrado o contrário, pois são verificadas contaminações na estrutura
metálica de muitos captores.
Figura 3: Para Raios recebidos pelo Laboratório de Rejeitos Radioativos do IPEN.

Na imagem A podemos observar o processo de corrosão.

Na imagem B ainda não se iniciou a corrosão sobre a superfície da fita de Am.

O problema poderia parecer menos sério, se no Brasil só houvesse aterro


sanitário, ou seja, um método de disposição baseado em critérios de engenharia
que permite o confinamento seguro de resíduos sólidos, em termos de controle
de poluição ambiental e proteção à saúde pública.
O que ocorre, de fato, é o oposto, ou seja, boa parte do resíduo urbano é
disposto em lixões, irregularmente e sem controle das autoridades. Em suma, a
probabilidade dos para-raios não entregues aos órgãos competentes irem para
os lixões é muito grande. Este fato, aliado à possibilidade de perda das fontes, à
quantidade de para-raios não recolhidos e à falta de informação, põem em risco
o público em geral e o ambiente, devido a uma manipulação incorreta e uma
destinação indevida. Por isso a importância da correta destinação de um resíduo
radioativo.
Figura 3: Para Raios recebidos pelo Laboratório de Rejeitos Radioativos do IPEN.

Na imagem A podemos observar o processo de corrosão.

Na imagem B ainda não se iniciou a corrosão sobre a superfície da fita de Am.

O problema poderia parecer menos sério, se no Brasil só houvesse aterro


sanitário, ou seja, um método de disposição baseado em critérios de engenharia
que permite o confinamento seguro de resíduos sólidos, em termos de controle
de poluição ambiental e proteção à saúde pública.
O que ocorre, de fato, é o oposto, ou seja, boa parte do resíduo urbano é
disposto em lixões, irregularmente e sem controle das autoridades. Em suma, a
probabilidade dos para-raios não entregues aos órgãos competentes irem para
os lixões é muito grande. Este fato, aliado à possibilidade de perda das fontes, à
quantidade de para-raios não recolhidos e à falta de informação, põem em risco
o público em geral e o ambiente, devido a uma manipulação incorreta e uma
destinação indevida. Por isso a importância da correta destinação de um resíduo
radioativo.
2) REMOÇÃO DO PÁRA RAIOS E ACONDICIONAMENTO

a) Retirar o para raios da haste; Figura 2


b) Colocar o para-raios no saco plástico.
c) Descalçar a luva e colocá-la no saco plástico e lavar as mãos com
água e sabão; Figura 2

d) Fechar o saco com fita adesiva.

e) Colocar o saco na lata e encher os espaços vazios com o material de


enchimento. Cada lata pode conter somente um para-raios.

Figura 2: Remoção e acondicionamento no saco plástico


Figura 3: Acondicionamento e enchimento
com material de enchimento

f) Antes de fechar a tampa, colocar a etiqueta com o “SÍMBOLO DE


RADIAÇÃO” fornecida junto com estes documentos, de modo que
seja visível se a embalagem for aberta;

g) Colar a etiqueta de endereçamento, na tampa da lata;

Figura 4: Identificação do tambor


3) DOCUMENTOS PARA TRANSPORTE
a) No campo “ATIVIDADE”, indicar o número de para-raios que serão
transportados;

b) No campo “NÚMERO DE EMBALADOS”, colocar o número de para-


raios que serão transportados. Podem ser transportados vários para-
raios num mesmo veículo e com somente um conjunto de documentos;

c) Preencher os campos “NOME E ENDEREÇO” com as informações do


remetente e da pessoa que assina a declaração;

Atividade em Quantidade de
Bequerel Pára Raios
3 x 18.5 x 107. 3

Dados da pessoa Dados da pessoa física


física/jurídica que está Localidade responsável pelo envio
enviando os para-raios dos para-raios
d) Imprimir 4 (quatro) vias da declaração: 1 para o IPEN; 1 para o
remetente; 1 para o transportador; 1 para a CNEN;

e) Emitir uma Nota Fiscal de simples remessa, caso o expedidor seja


Pessoa Jurídica, ou uma Carta de Encaminhamento em duas vias,
caso o expedidor seja Pessoa Física, especificando o número de para-
raios e o endereço de onde foram retirados. Endereçar à:

COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR


Avenida Prof. Lineu Prestes, 2242 - CIDADE UNIVERSITÁRIA
CEP: 05508-000 – SÃO PAULO, SP
CNPJ: 00.402.552/0005-50
INSCR. ESTADUAL: 110.670.880.110

f) Montar um “ENVELOPE DE TRANSPORTE” colando as folhas do


“envelope 1” e “envelope 2” nas duas faces externas do envelope;

g) Colocar no “ENVELOPE DE TRANSPORTE” os seguintes documentos:

 Declaração do expedidor
 Ficha de emergência
 Certificado de aprovação especial para embalado.
 Nota fiscal ou carta de encaminhamento

h) Comunicar a data de entrega, com pelo menos um dia de


antecedência, pelos telefones (11) 3133 9000. Caso o transporte seja
feito por transportadora, informar o nome da transportadora, número do
conhecimento e a quantidade de para-raios;

i) Transportar os para-raios no compartimento de carga (veículo de


carga) ou no porta-malas (veículo de passeio). O envelope contendo a
documentação deve ser levado pelo motorista do veículo;
CONCLUSÕES

O presente trabalho teve como objetivo a apresentação de informações


relacionadas a para-raios "radioativos", em particular os motivos que levaram a
Comissão Nacional de Energia Nuclear a proibir a utilização de materiais
radioativos em para-raios.

Ficou evidenciado que o PERIGO de irradiação associado à presença de


Amerício-24l em para-raios, apesar de pequeno, não se justificando, uma vez que
a eficácia de PROTEÇÃO contra descargas elétricas é equivalente à oferecida
por para-raios convencionais.

Os para-raios "radioativos" devem ser manuseados e transportados em


conformidade com os procedimentos de radioproteção estabelecidos e, à medida
que forem desativados, devem ser entregues a CNEN para os adequados
armazenamento e deposição final.

BIBLIOGRAFIA:
1) Tese Doutorado – CNEN: Júlio Takehiro Marumo
2) Manual Procedimentos de Descarte de Material Radioativo IPEN
3) Artigo Técnico: Paulo Fernando Lavalle Heilbron Filho&Ana Maria Xavier -
CNEN

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