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| Sumário |
6 Opinião/ Outsourcing
| Estatísticas | Barómetro mundial
8 Opinião/ Sociedade Bit
As edições online das revistas dão lucro e 10 Dossier/ Comunicação e Marketing Político
angariam novos leitores para a versão em papel.
Os resultados do barómetro desenvolvido pela 28 Portugal Digital / UMIC
FIPP. 30 Estatísticas da Comunicação
30 32 Actualidade Imprensa
34 Actualidade Rádio
| Reportagem | As TIC ao alcance de todos 35 Apresentação Pública/ RTTL
Acessibilidade e as TIC num trabalho voltado 36 Actualidade Televisão
para a população com deficiência em Portugal.
37 Reportagem Comunicação/ Fotojornalismo
Ofertas de aplicações informáticas, projectos
nacionais e iniciativas internacionais. 42 Actualidade Tecnologia
43 43 Reportagem Tecnologia e SI/ Acessibilidade
61 Aula Aberta
62 Leituras
68 Festival/ PUBLIFORDOC
| Editorial |
Decisões Capitais
Este ano o Verão não foi apenas des áreas metropolitanas em Portugal.
quente ao nível do clima e das in- Outro aspecto de capital importância foi a decisão da
compreensíveis vagas de incêndios. Autoridade da Concorrência (AdC) em autorizar a com-
No campo dos media, também se pra da Lusomundo Media por parte da Controlinveste.
observou um Verão quente, com a Ouviu-se muita demagogia sobre os impactos negativos
tomada de decisões de capital im- desta operação. Foram realizados vários estudos que pro-
portância para o futuro dos media varam que a operação fazia sentido e, pelo contrário, iria
em Portugal. Desde logo, a primeira contribuir para um maior equilíbrio de forças entre os
decisão capital e, passe a redundân- principais grupos de media. A AdC decidiu bem, embora
| Paulo Faustino * | cia, foi o encerramento dos jornais A tardiamente.
Capital e o Comércio do Porto, por É estranho que se tenham colocado tantos obstáculos so-
parte dos espanhóis da Prensa Ibérica. Contudo, para os bre a venda da Lusomundo Media, por contraponto com
mais atentos e conhecedores da actividade dos media, so- as facilidades iniciais que pareciam estar a ser concedidas
bretudo para quem tem um na operação de compra da
maior conhecimento em- O ERRO DOS ESPANHÓIS FOI O DE NÃO TEREM Media Capital. A decisão da
presarial deste sector, não CMVM de obrigar a uma
PERCEBIDO ISSO, PORQUE A OPORTUNIDADE DE
terá constituído grande OPA foi acertada não só por-
surpresa este desfecho. MERCADO CONTINUA A EXISTIR. NÃO HÁ JORNAIS
que, por um lado, demonstra
Aliás, é curioso que dos vá- que Portugal não é uma
rios artigos publicados na REGIONAIS RELEVANTES NAS GRANDES ÁREAS «República das Bananas» co-
imprensa sobre o assunto, mo, por outro, possibilita a
poucos tenham reflectido METROPOLITANAS EM PORTUGAL justiça básica de os pequenos
sobre o posicionamento accionistas poderem ter tam-
editorial e a viabilidade económica destes projectos. bém a sua parte nos ganhos. Em todo caso, a adivinha-se
Podem avançar-se muitos argumentos, mas tenho para uma luta interessante entre a Prisa e a RTL/Bertelsman.
mim que, muito dificilmente se irá conseguir viabilizar Ainda a propósito de decisões capitais e, noutra perspecti-
esses dois jornais sem proceder a reestruturações profun- va da comunicação, o marketing autárquico tem gerado
das, nomeadamente: i) adequar a estrutura do jornal ao interessantes fenómenos de comunicação política em
potencial do mercado; ii) assumir um posicionamento Portugal. A profissionalização da comunicação política é
editorial claro para o mercado; e iii) não concorrer di- uma tendência crescente. Os políticos precisam cada vez
rectamente com os jornais «nacionais» diários. Acredito mais dos media para fazer passar a sua ideia. O lado per-
na viabilidade destes dois jornais se estes se assumirem verso da questão é que se corre o risco dos políticos hoje
como publicações regionais e locais das respectivas áreas não serem suficientemente avaliados pela sua capacidade
metropolitanas e se tiverem a coragem de redimensionar de organizar e decidir, mas sobretudo pela capacidade de
a sua estrutura. Face à dinâmica do nosso mercado, cada comunicação e «utilização» dos media. Nesta edição
um destes jornais nunca terá possibilidade de empregar apresentamos, de entre outros assuntos de interesse e ac-
70 ou mais pessoas, como acontecia. É possível fazer um tualidade, um amplo dossier sobre a comunicação políti-
bom jornal regional diário com cerca de 40 pessoas, co- ca das próximas eleições autárquicas a algumas reflexões
mo de resto já acontece com outros diários regionais pu- sobre o tema. E, já agora, comunique com os políticos:
blicados no país. O erro dos espanhóis foi o de não terem vote!
percebido isso, porque a oportunidade de mercado conti-
nua a existir. Não há jornais regionais relevantes nas gran- * Director Interino
| Opinião |
Outsourcing de Sistemas de
Informação: Cuidado…
| Fernando Resina da Silva* | Vejamos, em termos muito sintéticos, quais os pontos que pela
empresa e pelo prestador não poderão deixar de ser considera-
O outsourcing de Sistemas de Informação (SI) está a generali- dos. A empresa deverá efectuar um levantamento dos SI de que
zar-se em todo o mundo, tendo inclusivamente chegado às dispõe, incluindo o histórico das métricas e níveis do seu de-
grandes empresas, como Bancos e Seguradoras. Com a evolu- sempenho, para posterior comparação com o que lhe é ofereci-
ção da tecnologia os SI têm-se tornado demasiado complexos, do pelo outsourcer, inventariar as suas necessidades, ponderar
implicando elevados custos para as empresas, não só de as vantagens e os riscos do recurso ao outsourcing e realizar o
aquisição, mas também, e principalmente, de manutenção estudo financeiro da alternativa outsourcing vs. manutenção do
e assistência técnica, contratação e formação de técnicos, status-quo. Esta tarefa pode ser assegurada por consultores espe-
actualização e gestão. cializados, ou, até mesmo, mas com cuidados adicionais, por
A solução encontrada pela generalidade um potencial outsourcer, ao abrigo, não ain-
das empresas, cuja actividade comercial ESTA CONTRATAÇÃO, VULGO da de um contrato de outsourcing, mas de
não é a de gestão de SI, foi a de contratar um contrato preliminar de prestação de ser-
OUTSOURCING, IMPLICA PARA
um prestador de serviços, especializado viços de consultoria. Após a realização deste
nessa gestão, a quem «entrega» toda a A EMPRESA CONFIAR A UM estudo inicial, e na posse das suas conclu-
componente de SI de suporte à sua acti- sões, a empresa estará em melhores condi-
vidade. Acontece, porém, que esta con- TERCEIRO UMA ACTIVIDADE ções para aferir das suas necessidades e apre-
tratação, vulgo outsourcing, implica para ciar as propostas de possíveis outsourcers.
a empresa confiar a um terceiro uma ac- QUE, SENDO CERTO QUE NÃO Na negociação do contrato deverão as partes
tividade que, sendo certo que não é a ac- prever e regular aspectos relativos à identifi-
tividade que constitui o seu objecto, é É A ACTIVIDADE QUE CONSTI- cação precisa dos serviços de outsourcing
em regra essencial para o sucesso desta. contratados e respectivos preços, transferên-
Daí ser extremamente delicado todo o TUI O SEU OBJECTO, É EM cia de activos (não só hardware e software
processo de outsourcing, desde o mo- mas igualmente de recursos humanos),
REGRA ESSENCIAL PARA O
mento da tomada de decisão quanto à transferência de contratos (onde se incluem
sua implementação, passando pela esco- SUCESSO DESTA os contratos de assistência e manutenção),
lha do oustsourcer, negociação e assina- transição dos serviços (período crucial que
tura do contrato, transferência dos equipamentos, dos serviços pode marcar toda a vivência do contrato), regime de prestação
e eventualmente de pessoal da empresa, prestação e recepção dos serviços (após o período de transição e incluindo os níveis
dos serviços e, no final do contrato, a retoma ou o reencami- de qualidade de prestação dos serviços e respectivas penalida-
nhamento dos serviços para outro prestador. des pelo seu incumprimento “SLA”), alterações (aumento
E esta situação é ainda mais delicada quando a empresa des- ou redução) e novos serviços, renovação e inovação tecno-
conhece os cuidados que deve ter em todo este processo. O lógica, propriedade intelectual sobre as obras e programas
problema reside no facto de que, na generalidade dos casos das criados, responsabilidade das partes, modelo de governo
PMEs, dotadas de estruturas técnicas de pequena dimensão, te- do contrato (incluindo os poderes de gestão e fiscalização),
mos nesta negociação de um lado uma empresa que, para método de resolução de litígios e, finalmente, a retoma pe-
além de prever que o outsourcing lhe vai originar uma re- la empresa ou reencaminhamento dos serviços para outro
dução de custos e que cada vez tem mais dificuldade na outsourcer no final do contrato, fase cuja importância é vi-
gestão do seu SI, pouco mais sabe, e do outro, um presta- tal para que a empresa não se coloque ad eternum na de-
dor cuja actividade é precisamente a gestão de SI e que, co- pendência do outsorcer.
mo tal, tem todo o know-how que o coloca numa posição
de vantagem na negociação do contrato. *Vieira de Almeida & Associados – Soc. de Advogados
| Sociedade Bit |
O Código da Publicidade
reinventado
Sucesso ou derrota são palavras sem muito sentido em arte pura. apreender o que faz mover as
Porém, adquirem outra configuração em publicidade, pois o ob- pessoas. A partir daí, relacio-
jectivo está subjacente ao acto de concepção dum projecto publi- nam-se esses aspectos com
citário, seja ele qual for. aquilo que queremos publicitar.
Um produto publicitário é uma espécie de espelho que nos envia E é assim que vemos publicida- | Reginaldo R. de Almeida* |
para uma realidade apetecível, que nos projecta para uma platafor- de a automóveis sem vermos
ma associada à melhoria de algo: da imagem, do conforto, da sa- um único carro e sem ser dita uma única palavra sobre carros. É
tisfação, da perfeição. assim que vemos publicidade a refrigerantes onde respiramos ale-
A publicidade é criadora de mitos, mesmo que perfeita- gria, entusiasmo, jovialidade e descontracção e onde a garrafa ou
mente delimitados no tempo, no que ao uso ou benefício lata do refrigerante parece mais um acessório do que o objec-
diga respeito. Há exemplos de publicidade que fazem his- to central. Nesta medida, registe-se também o número de
tória e não são poucos; são marcos teóricos enquanto esco- profissionais das mais diferentes áreas que colaboram nos
la de aprendizagem, para o público-alvo para o qual foram projectos publicitários: pretende-se que a qualidade do pró-
criados, na capacidade tecnológica A PUBLICIDADE É FOMENTADORA prio produto que está a ser concebi-
com que foram produzidos, pelas do seja elevada e que todos os aspec-
ideias e aspectos sócio-económicos DE ASSOCIAÇÕES DE CONCEITOS: tos subjacentes à possibilidade de
que representavam; mas também são compra e aquisição do objecto que
marcos na memória do público, que ADQUIRIR UM COMPUTADOR vai ser anunciado, estejam estudadas
os relembra quase como se de um e contempladas. Desta forma, técni-
acontecimento histórico se tratasse. TORNA-NOS MAIS COMPETITIVOS, cos de saúde, psicólogos e professo-
Um dos exemplos mais clássicos é o da res. São alguns dos profissionais que,
Kispo, uma marca de anoraques, cujo su- UMA CANETA AUMENTA-NOS O aparentemente de forma inusitada,
cesso foi de tal ordem que hoje em dia a participam na concepção dos mais
PROFISSIONALISMO, UM RELÓGIO
palavra designa anoraque ou qualquer ca- variados anúncios.
saco para a chuva e ninguém desconhece o TRAZ AVENTURA O fenómeno publicitário atravessou a
que seja. É comum ouvir-se dizer que se fronteira do concreto de forma dupla:
vai comprar um Kispo da marca X, como poderíamos dizer que por um lado avança por caminhos diferentes deixando de publici-
vamos comprar umas calças da marca Y.Teoricamente os mitos só tar apenas objectos palpáveis, como um livro ou garrafas de água,
perduram até se tornarem reais, até se transformarem em realida- passando a promover também conceitos como a necessidade de
de. Mas em publicidade adquirem outra dimensão, quase divina ler ou os benefícios de consumir água, sem fazer publicidade a
ou sagrada quando se misturam connosco, quando, em certa me- qualquer forma de leitura específica, nem a qualquer marca de
dida, fazem parte de nós. Ora, a publicidade tem esta particulari- água. É publicidade à qualidade de vida em geral e não a um pro-
dade, a de se apoderar de nós. duto ou objecto. Por outro lado, mais do que nunca, a publicidade
Se as preferências pelos champôs com cheiro a maçã nos lem- é fomentadora de associações de conceitos: adquirir um compu-
bram muito, muito subtilmente, o fruto proibido e se é por isso tador torna-nos mais competitivos, uma caneta aumenta-nos o
que têm tão grandes saídas comerciais, não sabemos. Uma coisa é profissionalismo, um relógio traz aventura...
certa, a palavra-chave do momento é Relacionar. A publicidade, mais do que eficiente, é nossa cúmplice e, sendo
Se bem que a publicidade seja a rainha da Sociedade do servida das mais variadas formas mas, utilizando as palavras de
Consumo, é a Sociedade do Relacionamento que detém a chave Andy Warhol, sempre mais do que o público pode suportar...
da transversalidade, pois tudo está em rede e tudo se relaciona, se
equaciona, se move pelo meio de qualquer coisa, se cruza, se en- * Doutorado em Ciências da Informação e Professor
treluza. Hoje, através do marketing lateral, procura-se buscar e Universitário - sociedadebit@sociedadebit.com
Estudos de Opinião
Estudos Sócio-Políticos
Estudos de Perfil do Consumidor
Estudos Publicitários
Estudos Qualitativos
Planeamento e Recolha de Informação
Digitalização e Tratamento de Informação
Telemarketing
Diagnóstico de Necessidades de Formação
Rua Cândido dos Reis, 253 - 2º | 4000 - 073 V. N. Gaia | Tlf: 22 370 94 30 Fax: 22 371 26 21 | e-mail: geral@ipom.pt www.ipom.pt
ED_82 8/29/05 6:46 PM Page 10
Comunicar a Política
As estratégias multiplicam-se, mas em Portugal o marketing político para a
conquista do voto é uma tendência recente | Por Cátia Candeias e Paula dos Santos Cordeiro |
A publicidade na comunicação política, as características de comunidade para política assume uma especial relevância
actividade que domina em períodos de comunidade. São aspectos que requerem na televisão, com uma linguagem política
campanhas eleitorais, consiste na criação um trabalho sistemático de pesquisa dos especializada. A campanha de 1952 de
de um mecanismo de adesão entre o valores e características simbólicas que Eisenhower é considerada como a primei-
produto e os destinatários desse mesmo constituem uma mais valia numa deter- ra a assumir a forma de comunicação polí-
produto. Assim, se do ponto de vista co- minada comunidade, num determinado tica associada à televisão e, a sua vitória nas
mercial, um indivíduo se identifica com momento. eleições, constituiu um factor de credibili-
o produto e o compra; do ponto de zação a este meio de comunicação.
vista político, a identificação é con- A CAMPANHA DE 1952 DE EISENHOWER É
sumada no voto, enquanto símbolo | A evolução |
de confiança em alguém. CONSIDERADA COMO A PRIMEIRA A ASSUMIR Desde o aparecimento da publici-
A carga simbólica é, posteriormen- dade política até aos nossos dias é
te, acrescida de características social- A FORMA DE COMUNICAÇÃO POLÍTICA ASSO- possível identificar tendências evo-
mente valorizadas. Características lutivas particularmente marcantes.
como a determinação, a juventude, CIADA À TELEVISÃO E, A SUA VITÓRIA NAS Por um lado, verificou-se um en-
a energia ou a autoridade não cons- curtamento e condensação das
tituem em si substância, mas apenas ELEIÇÕES, CONSTITUIU UM FACTOR DE CREDI- mensagens políticas. Os tempos de
conotação simbólica que valorizam antena obedecem a esta lógica,
BILIZAÇÃO A ESTE MEIO DE COMUNICAÇÃO
o candidato. Estas características são procedendo à colagem de mensa-
obviamente contingentes tanto no gens. O encurtamento constitui
próprio processo histórico da comuni- também um factor de inibição do racio-
dade (hoje, a juventude está também as- | As origens | cínio político, o que deixa transparecer
sociada à política, que estava confinada A génese da propaganda teve início no onde se situa a comunicação política.
aos mais velhos e maduros), como em século XIX, associada a meios de comu- Por outro lado, a concentração da men-
cada comunidade individual, variando nicação como o cartaz, os happenings ou sagem da publicidade política nos can-
as caravanas, que didatos remete para um deslocamento
constituíram a das questões políticas para a figura dos
oportunidade actores políticos, numa certa lógica de
das primeiras formatação geral da comunicação políti-
formas de publi- ca. Recordemos para tal, a teoria de
cidade política. Francis Fukuyama sobre o fim das ideo-
Estas técnicas ti- logias, para, em boa parte, justificar o
veram início nos afastamento dos eleitores da classe polí-
Estados Unidos, tica, em virtude da fusão do discurso,
atingindo aqui, num contexto em que os media integram
níveis de sofisti- os restantes campos sociais, como seus re-
cação superiores presentantes e produtores de um discurso
aos de outros pa- que reproduz a estrutura social.
íses do mundo. Marcus Figueiredo, professor e cientista
Nos nossos dias, político responsável pelo Doxa –
N. Silva
a publicidade Laboratório de Pesquisas em
| Marketing e Democracia |
Avaliar a percepção dos inquiridos sobre
os efeitos que o marketing tem provoca-
do quando aplicado à política, em de-
mocracia, foi outro dos objectivos desta
análise. Assim, quando a questão abor-
dada refere as relações entre a democra-
cia e a comunicação política através do
recurso ao marketing político, 61% democrática.
dos entrevistados responde que este
UM POR CENTO DEFENDE QUE O MARKETING
Um elemento cada vez mais pre-
tipo de marketing é uma evolução sente no jornalismo político tem
natural da política moderna, contra
POLÍTICO NÃO CONDICIONA A ESCOLHA DOS sido a sondagem de opinião, que,
19% que o consideram uma ameaça em alguns casos, é utilizada em
à democracia ou um obstáculo à sua
ELEITORES AO VOTAREM EM DETERMINADO cartazes promocionais durante a
consolidação. Pelo contrário, 18% campanha eleitoral. Sobre este as-
LÍDER PARTIDÁRIO, PARTIDO OU DEPUTADO
dos inquiridos defende que o mar- pecto, a esmagadora maioria dos
keting político pode estimular a inquiridos, 80%, considera que a
existência de uma sociedade mais publicação deste tipo de sonda-
gens nos meios de comunicação social
PARA O DESENVOLVIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DE UMA influencia o voto dos eleitores, contra
DEMOCRACIA, O MARKETING POLÍTICO PODE SER: 19% que pensa que os cidadãos não são
influenciados pelos estudos de opinião
publicados nos media.
Para a grande maioria dos inquiridos,
60%, os partidos deveria recorrer ao
marketing político de uma forma conti-
nuada e não apenas durante a pré-cam-
panha e a campanha eleitoral, ao passo
que 17% pensa que as acções de marke-
ting devem ser realizadas durante a cam-
panha, enquanto 13% considera que os
partidos devem recorrer ao marketing
também durante a pré-campanha.
| Marketing e Democracia |
Avaliar a percepção dos inquiridos sobre
os efeitos que o marketing tem provoca-
do quando aplicado à política, em de-
mocracia, foi outro dos objectivos desta
análise. Assim, quando a questão abor-
dada refere as relações entre a democra-
cia e a comunicação política através do
recurso ao marketing político, 61% democrática.
dos entrevistados responde que este
UM POR CENTO DEFENDE QUE O MARKETING
Um elemento cada vez mais pre-
tipo de marketing é uma evolução sente no jornalismo político tem
natural da política moderna, contra
POLÍTICO NÃO CONDICIONA A ESCOLHA DOS sido a sondagem de opinião, que,
19% que o consideram uma ameaça em alguns casos, é utilizada em
à democracia ou um obstáculo à sua
ELEITORES AO VOTAREM EM DETERMINADO cartazes promocionais durante a
consolidação. Pelo contrário, 18% campanha eleitoral. Sobre este as-
LÍDER PARTIDÁRIO, PARTIDO OU DEPUTADO
dos inquiridos defende que o mar- pecto, a esmagadora maioria dos
keting político pode estimular a inquiridos, 80%, considera que a
existência de uma sociedade mais publicação deste tipo de sonda-
gens nos meios de comunicação social
PARA O DESENVOLVIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DE UMA influencia o voto dos eleitores, contra
DEMOCRACIA, O MARKETING POLÍTICO PODE SER: 19% que pensa que os cidadãos não são
influenciados pelos estudos de opinião
publicados nos media.
Para a grande maioria dos inquiridos,
60%, os partidos deveria recorrer ao
marketing político de uma forma conti-
nuada e não apenas durante a pré-cam-
panha e a campanha eleitoral, ao passo
que 17% pensa que as acções de marke-
ting devem ser realizadas durante a cam-
panha, enquanto 13% considera que os
partidos devem recorrer ao marketing
também durante a pré-campanha.
dade pago para a vida política portugue- OS PARTIDOS POLÍTICOS DEVERIAM RECORRER AO
sa foi outro dos objectivos deste estudo. MARKETING POLÍTICO:
Em alguns países, como os Estados
Unidos da América, se um partido ou
político quer comunicar com a audiên-
cia tem de o fazer através de publicida-
de paga, nomeadamente na televisão.
Em Portugal, essa forma de comunicação
é realizada pelos partidos através do tem-
po de antena na comunicação social.
Quando questionados sobre se os tem-
pos de antena devem ser substituídos
por publicidade paga pelos partidos, as
opiniões dos inquiridos dividem-se.
Do total de entrevistados, 35% respon-
de que não concorda nada com esta
substituição, mas 34% defende a altera-
ção de tempos de antena para publici-
dade e, 24% afirma concordar pouco
com esta mudança para publicidade tados considerou que podem ser os | Novas tecnologias |
paga nos meios de comunicação social. contribuintes a financiar estas acções de Os blogs estão a dar os primeiros passos
Um assunto sempre sensível é a ques- marketing e comunicação. enquanto veículo de propaganda de um
tão do financiamento das cam- partido ou de um político. Ganharam vi-
panhas eleitorais. E neste caso, os sibilidade nas eleições legislativas de
inquiridos foram taxativos: a es- 34% DEFENDE A ALTERAÇÃO DE TEMPOS Fevereiro de 2005 durante as quais, cada
magadora maioria, ou seja, 89% líder partidário teve o seu blog onde po-
dos entrevistados defendeu que DE ANTENA PARA PUBLICIDADE E, 24% dia fazia campanha política. O estudo for-
devem ser os partidos a financiar nece algumas pistas sobre a entrada das
AFIRMA CONCORDAR POUCO COM ESTA
as suas próprias actividades de novas tecnologias da sociedade de infor-
marketing e comunicação contra MUDANÇA PARA PUBLICIDADE PAGA NOS mação nas campanhas eleitorais. Para a
apenas 6% que escolheu o tecido maioria dos inquiridos, 61%, o contribu-
empresarial como financiador do MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL to dos blogs, newsletters e sites tem sido
marketing realizado pelos parti- grande nas últimas campanhas. No entan-
dos. Por último, 4% dos entrevis- to, 33% considera que o peso das novas
tecnologias é ainda pequeno e 3% são da
| Ficha Técnica | opinião de que é nulo.
Sobre o futuro do marketing político em
O trabalho de campo deste estudo foi realizado através de um ques- Portugal, 87% do painel de entrevistados
tionário por telefone no dia 26 de Julho de 2005 e as chamadas fo- para a Media XXI pensa que os partidos e
ram controladas através do sistema CATI. A amostra englobou 100 os políticos irão utilizar cada vez mais este
inquiridos, de um universo constituído por gestores dos meios de tipo de comunicação política. Para 8% dos
comunicação social, da imprensa especializada, da imprensa nacio- inquiridos, a solicitação do marketing pa-
nal, da imprensa regional, das rádios locais e nacionais, da televisão ra fins políticos vai manter-se e 3% consi-
em sinal aberto, das empresas relacionadas com a comercialização e derou que vai diminuir. A percepção dos
distribuição de comunicação social, e por professores e alunos do inquiridos sobre a evolução do marketing
curso de Comunicação Social. A margem de erro é inferior a 5,2 político indica que este tem tendência para
pontos para um nível de confiança associado de 95,5%. crescer passando a fazer parte do normal
funcionamento da política portuguesa.
Definir o papel do
Marketing Político
1) Como caracteriza o marketing político realizado em Portugal em comparação
com aquele que é feito já há mais tempo nos Estados Unidos da América, por
exemplo?
3) O marketing político é, antes de ser que algum «spin doctor» da nossa meu»? (Mas por favor, não confundir
mais, um mecanismo muito eficaz para praça ainda acabe na prisão – se isso política com democracia).
ganhar eleições. Nesse sentido, é uma acontecer, já podemos dizer que ultra-
ferramenta de êxito para candidatos e passamos os EUA (então o Karl Rove não
partidos. Por outro lado, o marketing continua tranquilíssimo a assessorar?…)
político é especialmente útil para can-
didatos novos que não têm um passado 2) De todas as formas: é essa – e só es-
político nem uma imagem prévia que sa - a sua função. Mas também, mesmo
os condicione. Nestes casos, o marke- sem marketing político quase que tam-
ting político pode ser muito útil pois bém já não há conteúdo. Outra manei-
permite construir a imagem pública do ra de ver o problema é pensar que os
candidato de acordo com uma estraté- conteúdos por vezes são tão, tão maus,
gia de longo prazo. que venha de lá é uma boa imagem pa-
ra nos alegrar.
| Diogo Teixeira |
| João Pissarra Esteves | 3) Claro que isso depende dos políticos, Director Sitebysite, Comunicação e
Professor Comunicação Política UNL – FCSH dos partidos e das campanhas. Mas cada Multimédia
vez menos, isto é, o marketing é mesmo
1) O nosso procura imitar bem o dos o futuro da política – e talvez já também 1) O marketing político assumiu uma
EUA, por exemplo. Um pouco retarda- o seu presente. As diferenças só estão na importância determinante nos últimos
do, mas até já sabemos o que são carteira: tudo se reduz a uma questão de anos em Portugal. Exemplos como o
«spots negativos». E qualquer dia pode «quem tem um marketing maior que o do ex-primeiro ministro António
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Guterres que na campanha para as elei- os cidadãos não sentem melhoras na sua de profissionalização de todos os agen-
ções legislativas de 1999 utilizou as qualidade de vida? O marketing deve ser, tes envolvidos é muito grande, em
mesmas fotografias que utilizara na assim, visto como parte integrante da po- Portugal o sector ainda está longe de o
campanha de 1995, de forma a ocultar lítica. Imagem e conteúdo não são disso- ser, proliferam curiosos e quem confun-
o desgaste que os primeiros quatros ciáveis e ambas fundamentais para um da e restrinja comunicação e marketing
anos de governação lhe causaram, e, bom desempenho da actividade política. politico com assessoria de imprensa e
mais recentemente, toda a polémica outdoors. Escasseiam aqueles com for-
em torno da música de apresentação de 3) Uma campanha eleitoral não pode mação específica, escasseiam estudos,
Pedro Santana Lopes, nas eleições legis- ser bem desenvolvida sem acções de sondagens e suas técnicas de análise,
lativas deste ano, são a prova da impor- marketing. Nenhum partido poderá so- bem como a consciência da obrigatorie-
tância dos estrategas de marketing no breviver sem uma boa estratégia. O dade de comunicar permanentemente
planeamento das campanhas, sobre- mesmo não é dizer que um autarca não de forma estratégica e eficaz.
pondo em muitos casos, as suas con- pode ganhar uma eleição sem ter uma
vicções às ideias dos próprios candida- estratégia de comunicação, e que ao ter 2) A comunicação e marketing político
tos. Estes dois exemplos caracterizam a a vitória está garantida. O marketing é a baseiam-se em valores e princípios éti-
forma como o marketing domina as base de trabalho. Ajuda a definir um re- cos que respeitam os cidadãos e a polí-
campanhas, mas há muito que as ac- gisto, uma linha, a traçar metas. A acção tica. Existe um discurso de retórica que
ções dos marketeers deixaram de ser dos marketeers é assessorar os partidos e gosta de afirmar que o marketing esva-
apenas focadas no processo eleitoral. os políticos, fazendo com que estes co- zia a política, quando a falta de conteú-
Toda a actividade governativa tem hoje muniquem de forma correcta, eliminan- dos e causas dos políticos é que têm
em linha de conta o marketing. A cen- do o ruído e diminuindo a área de ac- vindo a depaupera-la. Aliás o marketing
tral de comunicação pensada pelo ante- ção dos opositores. Através de acções e político assenta na valorização de con-
rior Governo, não é mais do que uma estratégias de marketing, descobrem-se teúdos e na busca de elementos dife-
estrutura já utilizada na generalidade caminhos, driblam-se dificuldades e in- renciadores, potenciando-os pela for-
dos países europeus. O marketing con- ventam-se soluções para os problemas ma mais adequada de comunicação. Só
tribuiu para que quem governa comu- complexos que envolvem o dia a dia quem quer viver da falta de participa-
nique de forma eficaz. São poucas as dos partidos e dos políticos. ção da sociedade civil na política e nos
áreas onde essa eficácia é tão funda- Respondendo de forma directa à ques- actos eleitorais, é que recusa ver os va-
mental como na política. Acções ou tão, diria que marketing e política são liosos instrumentos do marketing para
equipas de marketing não transformam hoje duas actividades inseparáveis. Para lutar contra o abstencionismo.
por si só os actos de governação em o bem e para o mal!
propaganda. Naturalmente que há ex- 3) Não é grande a importância e bem
cessos. Ver George W. Bush no Iraque, a deveria ser. Na realidade, às técnicas,
celebrar o dia de Acção de Graças, jun- métodos e estudos quantitativos e qualita-
to do destacamento americano, com tivos da comunicação e marketing, sobre-
um peru nas mãos, que mais tarde se põem-se o super poder do faro e intuição
veio a saber ser de plástico, não contri- politica dos candidatos e seu staff, a par da
buiu para uma boa governação, nem pressão do “aparelho” do partido. Por ou-
para uma recepção da mensagem por tro lado, regra geral, os políticos portu-
parte dos “governados”. gueses ainda não compreenderam que na
política e governação a comunicação com
2) Governar exige uma forte compo- | João Quelhas | os cidadãos eleitores tem de ser perma-
nente de comunicação. Tomar as deci- Presidente da Associação Portuguesa de nente e não uma preocupação dos três
sões certas e não comunicá-las bem, Comunicação e Marketing Político (APCMP) meses que antecedem eleições. Na reali-
não é fazer um bom trabalho. O con- dade, muitos políticos e partidos receiam
trário também é, naturalmente, válido. 1) Comparativamente com o america- o marketing político e temem que ao
Uma comunicação eficiente, pouco va- no, caracterizo como de amador. A nos- bem utilizá-lo sejam acusados de candida-
lerá a um mau governante. Adianta i- sa comunicação politica está num está- tos “modelos” ou de “plástico”.
nundar uma cidade de publicidade, se dio semi-profissional. Nos EUA, o nível
| Dossier/ Opinião |
Portugal na Sociedade
de Informação
Quase três anos depois de iniciar a sua actividade, a UMIC – Agência
para a Sociedade do Conhecimento, apresentou o primeiro relatório
de actividades | Por Nídia Silva |
A UMIC foi criada pelo XV Governo da UMIC procurou dar consistência e co- Central (PIDDAC). Assim, a Sociedade de
Constitucional com o objectivo de defi- erência à participação externa de Portugal Informação e o Governo Electrónico
nir as linhas de orientação estratégica e em matéria de Sociedade Informação e do
Casa da Imagem
operacional para as políticas públicas na Conhecimento.
área da Sociedade da Informação para o
período de 2003-2006, assegurar a coor- | Financiamento |
denação transversal da implementação Em relação ao financiamento, a actuação
dessas política, e acompanhar e avaliar a da UMIC veio assegurar o enquadra-
respectiva execução. mento estratégico e o acompanhamento
técnico da aplicação do Programa, indis-
| Projectos e actividades | pensáveis à sua coerência e operacionali-
Com carácter transitório e extinção mar- dade. O apoio prestado pela UMIC pas-
cada para o final de 2006, a UMIC assu- sou, entre outras coisas, pela elaboração
miu um papel activo na concepção de de pareceres prévios relativos às candida-
um conjunto de projectos e iniciativas turas apresentadas no âmbito do Governo constituíram-se, pela primeira vez, co-
estruturantes para a prossecução da es- Electrónico e Cidades e Regiões. mo programas orçamentais do PIDDAC,
tratégia definida, como a Biblioteca do São também de referir as alterações in- reunindo todos os projectos desenvolvi-
Conhecimento b-On, Campus dos nestas áreas pelas mais diversas enti-
Virtuais e-U, Portal do Cidadão, A NÍVEL INTERNACIONAL, EM GRUPOS dades da Administração Pública central.
Compras Públicas Electrónicas, entre Dois anos depois da sua criação, na se-
outros aspectos. DE TRABALHO DA COMISSÃO quência dos resultados alcançados no
A nível nacional garantiu ainda a trabalho desenvolvido e com a coloca-
representação sectorial da EUROPEIA, DA OCDE OU NO CONTEXTO ção do tema da Sociedade de
Sociedade de Informação e do Informação na agenda política, econó-
Conhecimento, em programas es- IBERO-AMERICANO, A ACTIVIDADE DA mica e social quer a nível nacional, quer
truturantes como a Estratégia a nível europeu, a UMIC foi dotada de
UMIC PROCUROU DAR CONSISTÊNCIA E
Nacional de Desenvolvimento condições operacionais que lhe permi-
Sustentável, o Planos Nacional de COERÊNCIA À PARTICIPAÇÃO EXTERNA
tam dar resposta, de forma eficaz, aos no-
Planeamento e Ordenamento do vos desafios, num cenário de crescente
Território ou do Plano Nacional DE PORTUGAL EM MATÉRIA DE exigência e complexidade.
de Emprego, trabalhando em con- Com a tomada de posse do XVII
junto com as entidades coordena- SOCIEDADE INFORMAÇÃO E DO Governo Constitucional, a UMIC passou
doras e com demais parceiros para a ser tutelada pelo Ministério da
a concepção, implementação e CONHECIMENTO Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,
acompanhamento destes programas. que define as orientações estratégicas
A nível internacional, em grupos de tra- troduzidas na organização do Programa para a agência em articulação com o
balho da Comissão Europeia, da OCDE ou de Investimentos e Despesas para o Ministro de Estado da Administração
no contexto ibero-americano, a actividade Desenvolvimento da Administração Interna, o Ministro da Economia e da
| Estatísticas da Comunicação |
International Federation of the Periodical Press avalia revistas online
Revistas na web
A migração da imprensa para o digital levou ao desenvolvimento de um
barómetro à escala mundial que avalia sucesso online das revistas
| Por Paula dos Santos Cordeiro |
A maturidade dos media na web ainda radas como guias de orientação e não
está em fase de definição. Face ao pro- tanto como medidas da indústria dos
cesso de migração para o digital dos media. A taxa de sucesso destas publi-
principais títulos de imprensa, perante a cações é feita a partir do que cada edi-
criação de outros tantos em exclusivo ção considera mais relevante, com base Financiamento das revistas online
nesta plataforma e, face aos avanços tec- em critérios que vão da criação de uma Fonte: FIPP, «Routes to success for consumer
nológicos, oportunidades e barreiras nova marca ao desenvolvimento de no- magazine websites», 2005
ainda existentes neste suporte para a im- vas audiências.
prensa, a International Federation of the em mais de metade dos websites da
Periodical Press (FIPP) analisou as edi- | Objectivos online | amostra (55%), há um esforço adicional
ções electrónicas das revistas. para a manutenção e actualização do
Cerca de metade dos websites analisados
Depois de um primeiro estudo efectua- dependiam de uma estratégia empresa-website, com um aumento do número
do em 2003, o Routes to Success for rial e representavam um título de umde horas e de recursos humanos, em re-
Consumer Magazine Websites é um tra- lação ao ano anterior. A maioria, corres-
grupo editorial. Para 84% dos websites
balho que reúne as empresas do sector e pondente a 82%, considera ainda que o
em questão, os dois principais objecti-
avança algumas definições sobre o sucesso esforço para o online irá aumentar nos
vos assentam numa estratégia de cross
destas publicações no novo suporte. promotion: pela expansão das audiên-próximos doze meses, revelando um
A análise inclui a organização, estraté- optimismo em relação a este suporte,
cias para além da versão impressa, crian-
gia e objectivos das edições online superior ao do barómetro
das revistas, audiências e conteúdos, O ASPECTO MAIS INTERESSANTE DOS WEBSITES de 2003.
financiamento e obstáculos para ver-
são cibernética. A amostra de 2003 DAS REVISTAS É O FACTO DE ESTAREM A ATRAIR | Audiências |
era composta por 48 websites. O no- Muito embora as audiên-
vo barómetro analisa 71 websites e UM NÚMERO SIGNIFICANTE DE NOVOS LEITORES cias online estejam em cres-
estabelece comparações entre as duas cimento, o número de visi-
amostras, procurando definir algu- PARA A VERSÃO IMPRESSA tantes ao website das
mas tendências, razão pela qual a revistas não é o aspecto
FIPP considera que as percentagens in- do novas audiências no suporte online e mais relevante, pois a maior parte pro-
dicadas no estudo devem ser conside- pela utilização do website para atrair no- cura encontrar novos leitores para a edi-
vos leitores para a versão em papel. Estes ção em papel. O aspecto mais interes-
objectivos, para 67% das publicações, sante destes websites é o facto de
estão ligados a um terceiro, o de cons- estarem a atrair um número significati-
truir uma comunidade à volta do título, vo de novos leitores para a versão im-
encarado como uma marca. pressa, sendo que, em muitos casos as
Outro resultado em destaque diz respei- novas audiências correspondem a um
to ao investimento que é feito a longo aumento de 20% em relação à versão
prazo, pois para 76% dos websites, este tradicional da publicação. Muitas vezes,
aspecto é mais importante do que os lu- os novos leitores são oriundos de países
Lucro dos websites das revistas online
Fonte: FIPP, «Routes to success for consumer cros a curto prazo (40%). O estudo in- diferentes dos da revista em questão.
magazine websites», 2005 dica ainda outro dado interessante, pois
| Actualidade/ Imprensa |
Informação noticiosa porta-a-porta
Contabilidade nas
bancas
Os profissionais e estudantes da área de contabilidade
e gestão vão poder contar com uma publicação inédita
em Portugal dedicada apenas ao seu sector | Por Nídia Silva |
O primeiro número da revista muito grande, com pessoas ligadas ao
“Contabilidade e Gestão” foi apresentado mundo da Contabilidade e queremos
a 19 de Julho, em Lisboa, pela Câmara de que ele constitua um desafio aos estu-
Técnicos Oficiais de Contas – CTOC. diosos e investigadores das áreas”, su-
Uma revista que, segundo o comunica- blinha Domingues de Azevedo.
do do presidente da direcção de CTOC, Na apresentação esteve também presente
Domingues Azevedo, representa “um o Secretário de Estado dos Assuntos
momento histórico” para a instituição e Fiscais, João Amaral Tomaz, que salien-
para a Contabilidade em Portugal. “A tou o interesse da nova publicação, “iné- sujeitos a revisão, por reputados acadé-
Câmara não deverá ter apenas a preocu- dita em Portugal”, na contribuição do micos do país e do estrangeiro. Este pro-
D.R.
pação e o dever de regular a profissão, estudo da Contabilidade. jecto conta com a parceria da ADCES –
mas também apoiar iniciativas de orien- A revista “Contabilidade e Gestão” vai Associação de Docentes de Contabilidade
tação segura”, acrescenta. ter uma periodicidade semestral e publi- do Ensino Superior.
“Colocamos neste projecto um rigor car artigos originais, que serão depois
| Actualidade/ Rádio |
Associações contra quotas de música portuguesa na rádio
O tema da imposição de quotas de mú- consta a imposição às rádios de quotas terá qual-
sica portuguesa na rádio voltou a ser al- mínimas de música Portuguesa. quer efeito”,
vo de discussão na Assembleia da A APR - Associação Portuguesa de defendem.
República, com o objectivo de combater Radiodifusão, e a ARIC - Associação das Em comuni-
o excesso de música estrangeira nas Rádios de Inspiração Cristã , represen- cado, a ARIC
playlists das principais estações de rádio tantes das rádios locais, mostraram-se diz que “o
em Portugal. ocasionalmente de acordo contra esta Estado não
O projecto-lei final sobre a nova Lei da imposição invocando que estão a atri- deve regular
Rádio, que deverá entrar em vigor ainda buir unicamente as rádios a culpa pela aquilo que é essencialmente da esfera
este ano, está a ser preparada por um situação em que se encontra o mercado privada e regulada pela livre concorrên-
Grupo de Trabalho até 30 de cia”, salientando que esta questão
Novembro, altura em que a questão visa esencialmente alguns grupos
voltará ao parlamento. “É PENA QUE A UNANIMIDADE (DOS PARTI- (Renascença, RDP, Média Capital)
Todas as propostas apresentadas para esquecendo “as rádios verdadeira-
discussão pelos partidos são unâni- DOS) NÃO SEJA PARA VERDADEIRAMENTE mente locais onde se transmite
mes em estabelecer a quota mínima música portuguesa em quantidade
AJUDAR A MÚSICA PORTUGUESA A SAIR
às rádios. Esta fixação obrigatória, en- muitas vezes superior às quotas
tre os 20 e 40%, para a difusão da DA CRISE, MAS APENAS PARA FAZEREM propostas”.
música portuguesa e de produção re- A APR refere ainda que “o que se
cente, vocal ou instrumental, é uma DAS RÁDIOS OS «BODES EXPIATÓRIOS», pretende, com a imposição de quo-
das iniciativas que retoma o projecto tas não é outra coisa se não a im-
de lei nº290/IX do Partido Socialista, TRANSFORMANDO-AS EM AUTÊNTICOS posição de playlists, só que agora
aprovado na generalidade em 25 de determinadas pelo legislador”.
Setembro de 2003. A infracção da lei, «BOMBOS DA FESTA» ” Como solução, a APR defende que
depois de ser aprovada, será punível “é necessário que todo este pro-
com uma coima entre os três e os cesso seja reequacionado e passe a
cinquenta mil euros, sendo fiscalizada e discográfico português. “Uma proposta englobar todos os intervenientes neste
aplicada pela nova Entidade Reguladora destinada a apoiar a produção e a cultu- processo: editoras, produtoras, músi-
da Comunicação Social. ra portuguesa que aponta apenas as rá- cos, governo e restantes órgãos de co-
A ARIC e a APR manifestaram total de- dios como únicas responsáveis pela gra- municação social”.
sacordo em relação às propostas apre- ve crise em que se encontra a música Outra questão relevante para esta discus-
sentadas pelos partidos políticos, onde portuguesa é uma medida avulsa e não são é a da concreta definição do que é
música portuguesa. O conceito é mui-
to abrangente e, em nenhuma das pro-
postas avançadas, há ainda uma defini-
ção comummente aceite.
RTP inova
canal timorense
Com a cooperação do canal público português, a
RTTL tem agora uma imagem de modernidade
e inovação, concebida para cativar o público
timorense | Por Nídia Silva | Da esquerda para a direita: Mari Alkatiri, Augusto Santos
Silva e Almerindo Marques.
A RTP apresentou em Julho a nova ima- Para a entidade timorense, esta
gem concebida para a RTTL- Rádio e apresentação foi apenas o ponto de par- Timor-leste no domínio da linguagem
Televisão de Timor-Leste. A entidade tida para um conjunto de trabalhos que televisiva e audiovisual”, bem como pe-
portuguesa vai ser a responsável pelo se vão desenvolver em parceria com a la disponibilização de conteúdos da RTP
desenvolvimento da identidade da esta- estação pública portuguesa. Com base e apoio técnico. O ministro revelou tam-
ção pública timorense, bem como pela do novo logótipo, o projecto inclui a bém que a RTP vai ceder um satélite, no
nova programação, cenários, formação produção de um manual de normas grá- valor de 60 mil euros, permitindo que a
de técnicos e alargamento da rede. ficas destinado às áreas de programas e RTTL amplie o seu sistema de transmis-
“A RTTL tem um papel fundamental pa- informação da RTTL, com destaque para são de forma a chegar a uma parte
ra a democratização da sociedade timo- a concepção de cenários e outras aplica- maior do território. Com o mesmo ob-
rense”, referiu o primeiro-ministro de ções destinadas à antena e aos principais jectivo, anunciou ainda que o governo
Timor, Mari Alkatiri na apresentação. programas da estação. aceitou o novo desafio de cooperação
“Apesar de ainda existirem muitas fragi- Augusto Santos Silva, ministro dos lançado pela RTP que visa a ampliação
lidades, uma cooperação sistemática Assuntos Parlamentares, referiu que es- da extensão da cobertura nacional do
com a RTP só poderá ajudar a atingir os ses trabalhos a desenvolver vão passar canal timorense.
objectivos definidos”, acrescentou. também pela “formação de quadros em
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ED_82 8/29/05 9:26 PM Page 36
| Actualidade/ TV |
O futuro da televisão digital terrestre
Horizontes digitais
A Comissão Europeia prevê que as transmissões televisivas em sinal analógico
termine em 2012. Novo concurso abre as portas à migração para o digital
| Por Margarida Ponte |
| Reportagem Comunicação |
Imagem no jornalismo
Fotojornalistas acidentais
As primeiras imagens dos atentados de Londres foram registadas por
testemunhas no local. O fotojornalismo está a mudar e, com ele, emergem
novas questões de ordem ética
| Por Marisa Torres da Silva |
Os prémios e as distinções nesta área continuam reservados aos profissionais. A World Press Photo é, tal-
vez, a maior e a mais prestigiada competição. Este ano, a 48ª edição do galardão atribuiu o prémio má-
ximo ao fotógrafo indiano Arko Datta, da agência Reuters. O mesmo fotógrafo foi também nomeado pa-
ra o Prémio Pulitzer, na categoria de “Breaking News Photography”, mas a equipa da Associated Press
acabou por arrecadar a distinção.
Em Portugal, o Prémio Fotojornalismo Visão/BES é o galardão nacional mais importante nesta área e vai
na 5ª edição, tendo como vencedora principal Sandra Rocha, fotojornalista freelancer da agência
Kameraphoto. A exposição das imagens distinguidas pelo Prémio Fotojornalismo Visão/BES será feita em
conjunto com a da World Press Photo, à semelhança do que aconteceu nas edições anteriores; depois de
ter passado por Portimão e pela Angra do Heroísmo, estará patente em Lisboa, no Centro Cultural de
Belém (CCB), de 29 de Setembro a 23 de Outubro.
| Reportagem Comunicação |
Dada a crescente proliferação de telemóveis com câmara fotográfica, surgiu já o primeiro site que se
disponibiliza a adquirir fotografias amadoras que retratem acontecimentos de destaque – o Scoopt.com
(www.scoopt.com). Para tal, é apenas necessário um registo grátis no site e o envio das fotos. Quando
houver negócio, os lucros são divididos a meias entre o site e o “fotógrafo”. Os direitos de exploração
da(s) foto(s) pertencem ao Scoopt durante seis meses e, nesse período, o membro registado fica impe-
dido de publicar ou vender a foto por sua própria iniciativa.
| Reportagem Comunicação |
reano que chegou a estar na base da que encerrará, pode também ter o seu re- contêm, muitas vezes, cenas chocantes, o
eleição do actual presidente do país, verso da medalha. Há problemas éticos que pode suscitar uma discussão acerca
tem na intervenção dos “cidadãos-jor- que permanecem em aberto, como a pos- das normas de decência e de sobriedade
nalistas” a sua expressão máxima. sibilidade de manipulação das imagens, a requeridas, por exemplo, pela BBC, en-
A utilização de telemóveis com câmara violação da intimidade e privacidade dos quanto televisão estatal britânica. No en-
fotográfica integrada encaixa-se, de cidadãos, as eventuais cenas
N. Silva
certa forma, no conceito de jornalismo chocantes de algumas fotogra-
colaborativo, podendo alterar a forma fias ou o voyeurismo.
como os jornalistas se relacionam com De jornalista a paparazzo? De
os seus públicos. Há mesmo quem veja facto, um artigo de Mark Glaser
na colaboração entre jornalistas e cida- no Online Journalism Review
dãos o futuro do jornalismo – “hoje (12/07/2005) cita um blog-
em dia, a tecnologia existente propor- ger de Londres, identificado co-
ciona aos jornalistas uma ligação mais mo “Justin”, que sobreviveu
forte com as suas audiências. As organi- aos atentados, mas viu mais do
zações noticiosas estão, pouco a pouco, que queria: “enquanto saía [da
a perceber a importância desta colabo- estação do metro], pessoas
ração e a treinar as pessoas para serem com telemóveis tentavam tirar fotogra- tanto, na Internet, essas mesmas imagens
cidadãos jornalistas, ajudando-as a obter fias às piores vítimas. Em crise, algu- circulam sem constrangimentos...
noções básicas sobre o jornalismo”, sus- mas pessoas são cruéis.” Um outro problema consiste na even-
tenta Steve Outing. Xeni Jardin, jornalista freelancer, tam- tualidade de manipulação gráfica das
Mas será que a utilização de fotografias cap- bém citado no artigo, compara até o imagens: como saber se uma fotografia
tadas por telefones móveis implica uma é verdadeira ou não? Hoje em dia, pro-
anulação do trabalho dos fotojornalistas A FOTOGRAFIA MAIS CÉLEBRE gramas de edição de imagem estão ao
profissionais? As respostas foram unânimes: alcance de qualquer um, facilitando a
não. “Há muito mais no fotojornalismo do DO ATENTADO BOMBISTA DE criação e alteração de imagens.
que simplesmente tirar fotografias. As ima- Todas estas questões éticas fazem-nos
gens tiradas por amadores não têm qualida- OKLAHOMA FOI TIRADA POR pensar duas vezes acerca da utilização de
de nem resolução suficientes. Além disso, o telemóveis com máquina fotográfica.
fotojornalista deve ter a capacidade de reu- UM AMADOR, E NÃO POR UM “Não penso que o jornalismo dos cida-
nir e transmitir a informação correctamen- dãos vá ser fácil; os editores profissionais
FOTOJORNALISTA
te, o que requer conhecimentos específi- têm que usar os seus conhecimentos para
cos”, afirma Nancy Ford. “Ainda apanhar os ‘mentirosos’ e recusar fotogra-
precisa- comportamento de alguns cidadãos aos fias ou documentos que sejam inexactos
mos de paparazzi que perseguiram a princesa ou enganadores”, defende Steve Outing.
jornalistas Diana, sublinhando que as questões Por seu lado, Dunleavy sublinha que as
e repórte- éticas levantadas na altura devem ser consequências éticas e morais deste tipo
res foto- estendidas muito para além do âmbito de jornalismo ainda estão por definir. “A
gráficos dos fotógrafos profissionais. Também maior parte das pessoas não compreende
c re d e n - John Naughton, num texto do jornal conceitos abstractos como a objectivida-
ciados pa- The Observer, considerou macabro o de, o equilíbrio ou a responsabilidade so-
D.R. ra reunir, facto de a primeira coisa que algumas cial. Os jornalistas profissionais devem
verificar e pessoas fizeram, depois de terem esca- ajudar os cidadãos a compreender estes
clarificar informações complexas e confu- pado a um atentado com dezenas de conceitos. Estamos a entrar numa nova era
sas”, acrescenta Tompkins. mortos, foi tirarem fotografias ou fil- da informação, onde as novas tecnologias
mar a cena e posteriormente enviarem são acessíveis a todos. É preciso que nós,
| Cidadãos-paparazzi | os seus registos aos meios de comuni- professores e jornalistas, reconheçamos e
OD.R.
chamado “poder” do “cidadão-jornalis- cação tradicionais. aceitemos estas mudanças.”
ta”, apesar das potencialidades e virtudes As imagens captadas por testemunhas
| Actualidade/ Tecnologia |
Mais do que um corrector ortográfico
O Flip 5
“dá a volta ao texto”
Lançamento da nova versão do corrector ortográfico
português procura imortalizar a língua de Camões
| Por Dulce Mourato |
Computadores mais
acessíveis
A oferta de aplicações informáticas e ferramentas destinadas à população com
necessidades especiais tem conhecido grande desenvolvimento, a par com a
preocupação governamental ao nível da acessibilidade | Por João Ferreira* |
Em Portugal, os níveis de acessibilidade xos, registando uma incidência mais regista-se ao nível dos 0,7% em relação
aos instrumentos e novas tecnologias é baixa que a deficiência visual, com um à população total com deficiência (6%),
equivalente aos do resto da Europa, con- valor de cerca de 0,8%, em relação à po- com cerca de 0,8% na população mas-
tudo, o aspecto mais preocupante não se pulação total. Depois da deficiência vi- culina e 0,6 na população feminina. A
prende com o conceito de acessibilidade sual, é a deficiência motora que apre- paralisia cerebral é, no conjunto dos ín-
e sua aplicação, mas sim, com a disponi- senta maior proporção de incidência no dices analisados, a deficiência com me-
bilidade de meios para aceder e facilitar nosso país, sendo que cerca de 1,5% nor incidência na população recenseada
a utilização das Tecnologias de (0,1%) em Portugal, nos cen-
Informação e Comunicação (TIC) sos 2001.
pelos cidadãos com algum tipo de
deficiência. | Ferramentas e adaptações |
O conceito de necessidades espe- Embora a utilização de ferra-
ciais engloba um número alargado mentas multimédia na área
de cidadãos, que pode ir desde a do ensino nas deficiências se-
conhecida deficiência mental às di- ja uma realidade de há muitos
ficuldades de aprendizagem, pas- anos, tem conhecido recente-
sando pela paralisia cerebral, defi- População sem deficiência e com deficiência, Portugal 2001 mente grande desenvolvi-
ciência auditiva, deficiência visual, Fonte: INE, Censos 2001 mento através da utilização de
deficiências motoras, e um núme- adaptações, também chama-
ro alargado de outras patologias que en- dos recenseados com algum tipo de de- das ajudas técnicas, que permitem o
volvem diminuição de alguma capacida- ficiência se incluem nesta categoria. acesso a uma grande variedade de equi-
de ou competência do individuo. Para a questão da acessibilidade aplicada pamentos e informação que, de outra
Os dados mais recentes do Instituto à população com deficiência, interessa forma, não seria possível.
Nacional de Estatística (INE) A utilização deste tipo de
indicam-nos que os indiví- O WAI NOT CONCENTRA-SE NAS CRIANÇAS E JOVENS COM ferramentas tem vantagens
duos com algum tipo de mais importantes para
deficiência representam cer- DEFICIÊNCIA MENTAL, NAS ESCOLAS PARA CRIANÇAS COM além da capacidade de
ca de 6% da população por- acesso facilitado por ajudas
tuguesa (ver gráfico). No “NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS” E NA “FORMAÇÃO” técnicas. Um dos aspectos
que respeita à divisão da que se destacam é a nor-
DE ORGANIZAÇÕES E PESSOAS, BEM COMO ORGANIZAÇÕES
população por tipos de defi- malização, pela aproxima-
ciência em Portugal, a taxa ção das oportunidades dos
E EMPRESAS DE TIC
de incidência mais elevada é cidadãos com deficiência
referente à deficiência visual mental às do cidadão co-
que atinge 1,6% do total da população, também avaliar os valores da deficiência mum; a integração, no que concerne a
na mesma proporção entre homens e mental e paralisia cerebral no nosso pa- actividades sociais e de lazer; a estimula-
mulheres. Também a deficência auditiva ís. Assim, de acordo com os dados dis- ção por múltiplos sentidos, melhorando
apresenta valores equilibrados entre se- poníveis no INE, a deficiência mental significativamente as possibilidades da