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mediaXXI [Sumário]
ADMINISTRADOR EXECUTIVO
PAULO FERREIRA
DIRECTOR
PAULO FAUSTINO
37 58 61
EDITOR
MÁRIO GUERREIRO | @ editor@mediaxxi.com
REDACÇÃO
GUILHERME PIRES | @ redaccao@mediaxxi.com
COLABORADORES
CÁTIA CANDEIAS
DULCE MOURATO
HERLANDER ELIAS
FERNANDO COSTA
INÊS BLU RODRIGUES
REPORTAGEM DE EDUCOMUNICAÇÃO ENTREVISTA SECTORIAL
PAULA DOS SANTOS CORDEIRO COMUNICAÇÃO III Seminário de Nuno von Amman de
VERA LANÇA Jornais económicos Marketing Infantil Campos, presidente
OPINIÃO apostam na qualidade da ACMedia
ALEXANDRE NILO FONSECA
CARLA MARTINS
FRANCISCO RUI CÁDIMA
4 EDITORIAL 48 DINÂMICAS DA COMUNICAÇÃO
FRANCISCO A. VAN ZELLER
JAVIER RIVERO-DIAZ 6 SOCIEDADE BIT 50 ENTREVISTA/ ROBERT PICARD
JUAN PABLO ARTERO MUÑOZ Diz-me o que escreves…
KJELD JAKOBSEN
REGINALDO RODRIGUES DE ALMEIDA
53 AULA ABERTA/ CARLA MARTINS
8 CANAL DA MANCHA Mulheres, Beleza e Consumo
DESIGN
RTP, Ano 50
NUNO MURJAL | @ design@mediaxxi.com 54 REPORTAGEM DE COMUNICAÇÃO
MARKETING E PUBLICIDADE
10 DOSSIER As crianças e as novas tecnologias
Oportunidades para os media
AMÉLIA SOUSA | @ publicidade@mediaxxi.com
MARIANA GREGÓRIO
65 IBERMEDIA
20 ENCONTRO NACIONAL DE RÁDIOS DA ARIC
ASSINATURAS 66 CENTROS DE CONHECIMENTO
@ publicidade@mediaxxi.com 21 ACTUALIDADE DE TECNOLOGIA
IMPRESSÃO
67 INSTITUIÇÕES DA COMUNICAÇÃO
HESKA PORTUGUESA – INDÚSTRIAS TIPOGRÁFICAS, S.A. – CAMPO RASO 22 ACTUALIDADE DE PUBLICIDADE E MARKETING
2720-139 SINTRA – TEL.: 21 923 89 00 68 CIBERCULTURA
DISTRIBUIÇÃO
23 ACTUALIDADE DE RÁDIO 24 – A série de culto da Fox
VASP/ CTT – CORREIOS DE PORTUGAL
24 ACTUALIDADE DE IMPRENSA 70 OPINIÃO INTERNACIONAL/JAVIER RIVERO-DIAZ
SOCIEDADE GESTORA DA REVISTA Vídeo Games and Health Care I
FORMALPRESS – PUBLICAÇÕES E MARKETING, LDA. 26 ACTUALIDADE DE SI
73 LEITURAS
*
ESCRITÓRIOS
27 INTERNACIONAL/ CHRISTIAN MARRA
2
RUA PROFESSOR ALFREDO DE SOUSA, Nº 8, LOJA A 1600-188 LISBOA
21 757 34 59 | 21 757 63 16 | @ geral@mediaxxi.com
*
Integração Forçada 74 NUESTRA OPINIÓN/ JUAN PABLO ARTERO MUÑOZ
2
PRAÇA MARQUÊS DE POMBAL, Nº 70, 4000-390 PORTO As incógnitas do negócio da televisão
| 22 502 91 37 30 FORMAÇÃO EM EDIÇÃO E PRODUÇÃO DE REVISTAS
76 EUROMEDIA
REVISTA FUNDADA POR NUNO ROCHA, EM 1996
DEPÓSITO LEGAL Nº 995 16/96; REGISTO Nº 120427
32 ACTUALIDADE DE TELEVISÃO
TIRAGEM: 7000 EXEMPLARES 79 CASA PLAYSTATION
34 ENTREVISTA/ MARIA ASSUNÇÃO ESTEVES
ED. 91 MAR/MAI 2007 80 LÁ FORA/ KJELD JAKOBSEN
36 OPINIÃO/ FRANCISCO A. VAN ZELLER Os meios de comunicação têm candidato
A vez das empresas (2007-2009)
84 ALDEIA GLOBAL
40 EMPRESAS XXI
85 AGENDA
42 ENTREVISTA CENTRAL/ ANTÓNIO PEDRO
VASCONCELOS 86 ÚLTIMO OLHAR
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[Editorial]
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[Sociedade Bit]
uma tentação. Digitamos uma palavra, es- fessor a quem se entregou o trabalho até aos
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[Canal da Mancha]
RTP, ANO 50
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OS MEDIA EM EQUAÇÃO
Opiniões e estudos sobre que media vamos ter no futuro
Que futuro para os media, quando a web passou a ser uma face obrigatória
de qualquer meio que se pretenda competitivo e as gerações mais jovens
exigem outras ofertas
POR MÁRIO GUERREIRO
consenso existe apenas num ponto; trata- damente a qualidade dos produtos noticiosos
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CASA DA IMAGEM
O impacto da digitalização
A KPMG empresa interna-
cional de consultoria, lançou
recentemente um relatório
intitulado “The Impacto f
Digitalization”, onde analisa
os desafios emergentes para
as companhias de media tra-
dicionais, devido aos hábitos
da chamada Geração Y. O re-
latório foi elaborado a pen-
sar nos responsáveis de em-
presas de media ainda não
totalmente não familiariza-
dos com as características da
Web 2.0 e conta também
com as opiniões de vários
especialistas na área dos no-
vos media, como David
Weinberger ou Paul Saffo.
Weinberger aconselha as
empresas de media a prepa-
rarem-se para trasformações ainda mais profun-
das, trazidas pelo advento da Web 2.0, que num OBERCOM DIZ QUE O SECTOR NÃO ESTÁ TÃO MAL
futuro próximo irá entregar mais poder aos
seus utilizadores. “A superabundância de infor- O Observatório da Comunicação (Obercom)
mação irá transferir poder dos detentores de refere, num seu recente estudo sobre a
conhecimento para os utilizadores, sejam eles evolução da situação financeira dos princi-
clientes, estudantes, leitores, cidadãos ou tra- pais grupos de comunicação social em Por-
balhadores”, refere. Também Chris Anderson, tugal, entre 2001 e 2004, que o sector se tem
autor do livro “The Long Tail”, sobre os novos conseguido adaptar ao ciclo económico, e
media, alerta para o declínio dos media tradi- que voltou a ter rendibilidade positiva.
De acordo com o estudo do Obercom, as re-
cionais, entre os mais jovens, e indica um
ceitas de exploração dos grupos de media
exemplo concreto: “Enquanto a chamada gera- nacionais cresceram a uma média anual de
ção Y passa mais tempo no YouTube, irá passar 3,6 %, uma evolução 0,2 % acima do cresci-
dispender menos do seu tempo a ver televisão”.
DOSSIER
mento económico do país. O estudo do Ober-
Também um estudo datado do final de 2006 e com indica que, no início da década, quando
elaborado pelo Deutsche Bank aborda o con- se aperceberam do ambiente económico difí-
texto actual como o mais conturbado, desde cil, os grupos de media adaptaram-se e
Gutenberg. O relatório da instituição alemã re- emagreceram e cortaram custos, tendo
força a importância que a tecnologia tem ac- desinvestido nos sectores que não tinham
tualmente nos media que se querem competiti- resultados positivos.
vos, e indica que a aposta na internet e uma
maior aproximação aos interesses dos novos pú-
blicos são essenciais.
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ich Gordon é professor e director de tecnolo- desktop do Windows; ou sites como o Google, o
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Módulo 2: Mercado e
Estudos sobre a
Comunicação
CASA DA IMAGEM
O que podem ou devem os
jornais fazer, de forma a
assegurarem o seu futuro?
Desde logo, precisam de parar
de se encararem como jornais
e agirem como empresas de
informação. Têm de deixar de
publicarem uma ou um núme-
ro reduzido de edições diárias,
e tornarem-se em fontes cons-
tantes de informação para o
seu público, 24 horas por dia.
Precisam de desenvolver bases
de dados compostas por infor-
mação local – desde listagens
de eventos a dados relaciona-
dos com a criminalidade – on-
de as pessoas possam regressar
repetidamente. Esta é uma
abordagem à informação dife-
rente da habitual entre os ele-
mentos de um jornal, que pen-
sam edição a edição em vez de
a uma escala global. Os jornais
precisam também de aderir ao
“clickstream” da web, ou seja,
necessitam de “linkar” a outras
fontes frequentemente, e de
cultivarem links “inbound”.
Por último, e mais importante,
precisam de perceber como tornar o modelo de Também precisam de estabelecer uma comunica-
negócio de conteúdos “web” rentável. Correndo o ção com o seu público através de blogues, comen-
risco de simplificar demasiado, os jornais necessi- tários em artigos, fóruns de discussão e sites de
tam de aumentar a sua capacidade de gerar receitas “networking” social. Muitos jornalistas tradicionais
através da “web” e encontrar formas de criarem sentem-se desconfortáveis com esta ideia, mas é
conteúdos “web” a custos mais baixos. uma grande
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ONLINE É A MÁXIMA
Steve Wildman acredita que os media devem apostar nos conteúdos na rede
D.R.
são na internet de produtos vindos dos media tradi-
cionais: jornais online e edições online de suplemen-
tos de revistas são exemplos vindos do domínio dos
formatos impressos. Os sites que permitem aos me-
dia extenderem o alcance da sua programação e tor-
narem-na disponível para novos públicos são exem-
plos com que todos estamos familiarizados devido aos
media tradicionais. Incluo aqui os serviços de televi-
DOSSIER
são por satélite e cabo. O desafio é perceber como
maximizar os ganhos da expansão rápida de um con-
junto de canais de distribuição. Se a audiência ganha
num canal online reflecte em parte a perdida nos ca-
nais tradicionais, é importante que as receitas dos no-
vos canais possam cobrir as que se perderam nestes.
Contudo, ainda se está numa fase de experiências re-
lativamente aos modelos de negócio para os novos ca-
nais de distribuição. Receitas de assinaturas e outras
formas de lucro têm sido desapontantes devido so-
APOSTA NA TECNOLOGIA IRÁ SER FUNDAMENTAL
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na internet, e a selecção de anúncios através de dida que os mercados de conteúdos se forem tornan-
pesquisas são outras duas formas de responder a do mais competitivos, aqueles que não conseguirem
este desafio. A longo prazo, à medida que a inter- explorar todas as
net se for integrando com os media tradicionais, oportunidades de “Os modelos de negócio
estas potencialidades irão também tornar-se carac- receitas disponíveis baseados na convergência
terísticas dos media tradicionais, em particular as irão ficar para trás. serão muito importantes”
potencialidades electrónicas. É discutível pensar-
se que iremos chegar a um ponto de convergência em
De que forma podem as companhias de torno de uma plataforma tecnológica comum para to-
media apelar às novas gerações? dos os media, até porque a imprensa, por exemplo,
Devem ter uma presença online visível e acessível em irá existir ainda durante muito tempo.
todos os aparelhos que utilizam a internet, incluindo
os telemóveis cada vez mais sofisticados. A longo pra- E o que pode então a imprensa fazer para
zo, penso que os serviços baseados em RSS irão tor- assegurar uma posição relevante no futuro?
nar-se cada vez mais importantes. Os media devem Quando existem conteúdos similares de diversas fon-
desenvolver uma estratégia de forma a tornarem os tes disponíveis online, torna-se difícil para qualquer
seus conteúdos disponíveis através destes serviços, ou uma das fontes ter lucro. Os jornais necessitam de ter
até criarem um ou mais destes serviços. algum tipo de vantagem, através da criação de conteú-
dos que não podem ser facilmente duplicados pela
E que papel desempenhará a convergência competição. Essa vantagem pode ser a cobertura de
de meios num futuro próximo? eventos locais, cachas sobre temas específicos como a
Os modelos de negócio baseados na convergência se- política, ou reportagens. Se os jornais conseguirem
rão muito importantes. E com isto quero dizer estra- chamar pessoas ao seu site para lerem estes conteúdos,
tégias que exploram o valor dos conteúdos difundidos estas irão também ler outros conteú-
através de vários canais, novos e velhos.A rentabilida- dos. O formato impresso dos
de aumenta através da difusão de conteúdos em ca- media irá inevitavelmente
nais múltiplos.As empresa de media que con- diminuir para uma fracção
do total, mas não há qual-
quer razão para o seu des-
D.R.
aparecimento completo. Os
media impressos têm vantagens
para a maioria dos consumidores, que
tão depressa não irão encontrar rival nas
alternativas online. A resposta é menos ób-
via para os canais de televisão. A diferenciação
DOSSIER
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SIMPLIFICAR OS NEGÓCIOS
Sistema da Hi-Media agiliza assinaturas e classificados de jornais
CASA DA IMAGEM
Hi-Media desenvolveu um sistema, que entre-
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O COMÉRCIO ELECTRÓNICO
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Em política não basta existir, é necessário fazer-se tacou ainda o facto de cada vez mais ser necessário,
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[Actualidade Tecnologia]
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Uma meta empresarial baseada em serviços
IBM Portugal obteve no último ano receitas na activo das universidades e dos institutos politécnicos
D.R.
mico e desenvolvê-las no meio empresarial, com a
ajuda de equipas multidisciplinares que integram ges-
tores, sociólogos, comunicólogos, médicos, enge-
nheiros, entre outros profissionais, numa cadeia de
oportunidades de mercados emergentes e globais.
De acordo com Luís Barata, “estamos perante a chave
da inovação e do empreendorismo, que pode surgir
como disciplina académica, proposta de área de in-
vestigação, mas é concretamente um dos factores
chave do século XXI, conjuntamente com globaliza-
ção e a acessibilidade”. A Ciência de Serviços implica
uma abordagem transversal e a união entre a estraté-
gia empresarial, o Direito, as vertentes sociais e cog-
nitivas, a tecnologia, a sociedade, a cultura, os negó-
cios e as finanças. O impacto dos serviços no
crescimento da Economia depende assim do papel
SEDE DA IBM PORTUGAL
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A mais recente campanha dos Correios de Portugal pretende renovar o interesse dos
portugueses pelos selos, convidando-os a desenhar novos selos para o ano de 2008
POR MÁRIO GUERREIRO
campanha dos CTT intitula-se “Aqui Há Se- serão depois transformados em emissões filatéli-
[Actualidade Rádio]
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[Actualidade Imprensa]
lo Sousa Costa. A Best Health. Metade dos conteúdos são inteiramente pro-
Life não vem compe- duzidos em Portugal, os restantes são adaptações de
tir directamente com artigos publicados nas edições estrangeiras à realidade
outras revistas mascu- portuguesa. “Há um conceito do artigo estrangeiro
linas no mercado, como mas a informação foi adaptada ao mercado português,
é o caso da Men’s Health caso contrário o leitor sentir-se-ia defraudado, por is-
do mesmo grupo, porque so costumo dizer que a revista é 100% portuguesa”,
os targets não são os mes- diz Paulo Sousa Costa.
mos. O lema da Best Li- Se a reacção do mercado for positiva, a Motor-
fe é “Para Homens Que press planeia editar a revista mensalmente. “Este
Querem Mais” e isso ano será claramente trimestral e depois em 2008
implica, segundo o faremos as contas e aí saberemos se o mercado já
seu director, que a está preparado para uma publicação mensal ou
informação ofereci- não”, conclui o director da Best Life.
PAULO SOUSA COSTA, DIRECTOR DA BEST LIFE
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[Actualidade SI]
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INTEGRAÇÃO FORÇADA
Problemas da convergência digital
integração das redações é uma questão que conforme pôde ser lido numa mensagem interna
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VERA LANÇA
Os profissionais do
jornal necessitam de
tempo para apurar e
editar as matérias
mais relevantes à co-
munidade que com-
põe a sua audiência.
Por que dispersar-se
ao envolver-se com
uma mídia de alcance
global, como a inter-
net? Que sentido há
em apressar-se em pu-
blicar uma notícia de
âmbito local na web,
quando esta poderia
ser bem melhor ela-
borada para a edição
do veículo impresso,
que será destinada es-
pecificamente ao seu
público? Para piorar, nem sempre esse aumento uma central comum de conteúdos informativos.
de tarefas é traduzido em maior remuneração sa- Integrar os conteúdos, não as tarefas dos jornalis-
larial. O grau de descontentamento nas redações tas. O que é importante é que cada equipe se
acaba aumentando.Para enfrentar esses proble- concentre em fazer bem o trabalho que lhe com-
mas, alguns jornais estão encontrando saídas in- pete: apurar e editar as informações, do modo
teressantes. O editor do diário norte-americano melhor e mais ético possível em seu próprio veí-
Roanoke Times (Virginia, EUA), Michael Riley, culo, dominando as técnicas que lhe são próprias.
explica que estabeleceu uma equipe de profissio- Assim cada profissional poderá exercer com
nais na redação do jornal para “pensar de modo competência o seu ofício, livre de dispersões e de
on-line” 3. São jornalistas encarregados de fazer a ocupações que não servem para mais que preju-
ligação entre as duas mídias, analisando e suge- dicar a qualidade de seu serviço.
rindo como os conteúdos do jornal podem ser
aproveitados na web, e vice-versa. Jornalistas * Christian Marra, Doutor em Comunicação pela Universi-
com maior familiaridade com as duas mídias (im- dade de Navarra (Espanha), é coordenador do programa
pressa e on-line) podem atuar nos portais de no- Master em Jornalismo em São Paulo (Brasil) –
tícias e identificar como tais conteúdos podem cmarra@ceu.org.br
ser aproveitados adequadamente pelo jornal. O
enorme potencial de interação com o público
que a internet oferece também poderia colaborar 1Cfr.http://www.bizcommunity.com/Article/196/15/
para um incremento dos conteúdos informativos 12072.html
que o jornal diariamente publica. 2Cfr.www.editorsweblog.org/news/2006/11/japan_dig
Essa parece ser a solução mais razoável a uma ital_media_and_publishing_dont.php
empresa informativa. Estabelecer redações com 3Cfr.http://www.bizcommunity.com/Article/196/15/
atuação independente, porém com livre acesso a 12072.html
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epois de Lisboa e Porto, no mês de Janeiro, é a Outra das opiniões expressas abordou o cada vez
AMÉLIA SOUSA
destes títulos.
A Universidade Autónoma, em Lisboa, foi a primei-
ra a receber a acção de formação da Formalpress,
com a presença de Luís Landerset, professor no Ins-
tituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Luís
Penha e Costa, director do grupo Entusiasmo Me-
dia, Paulo Faustino, docente universitário e investi-
gador, e ainda de Teresa Marta, docente universitária
e consultora de comunicação.
A Media XXI apresenta algumas das principais ideias
e conclusões abordadas nas sessões de formação.
Abordando o futuro do segmento das revistas, os in-
tervenientes indicaram que este é o século da Ásia-
Pacífico, com especial relevo para as oportunidades
de mercado na China e Índia, e ainda a possibilidade
de algum potencial crescimento nos EUA e Europa.
Entre as conclusões, referiu-se a importância da in-
ternet no mercado das revistas, que deve ser utiliza-
da como ferramenta de crescimento, e a opção pela
construção das marcas, em detrimento de uma es-
tratégia virada apenas para a venda de publicidade.
Entre as receitas deixadas para as revistas continua-
rem a singrar, lançou-se o repto para que haja uma
maior concentração na circulação rentável, bem co-
mo o respeito perene pela integridade do título.
LUÍS PENHA E COSTA, DIRECTOR DO GRUPO ENTUSIASMO MEDIA
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[Actualidade Televisão]
A NOVA 2
Canal volta a chamar-se RTP 2 e apresenta novidades
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11 ANOS A COMUNICAR
Comuniqu
Assine a mediaXXI
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C. POSTAL: LOCALIDADE
TELEFONE: E-MAIL:
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MODO DE PAGAMENTO
CHEQUE À ORDEM DE FORMALPRESS - PUBLICAÇÕES E MARKETING, LDA
TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA PARA O NIB: 0033 0000 45241698512 05*
*DEVE ENVIAR O COMPROVATIVO DA TRANSFERÊNCIA
OS MEDIA E A EUROPA
Centro Cultural de Belém debateu o futuro dos media europeus
radora na conferência “Os Media na Cons- que o centro político busca agora uma legitima-
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D.R.
DA ESQUERDA PARA A DIREITA: JOACHIM BROUDRÉ-GRÖGER, MARIA ASSUNÇÃO ESTEVES, MICHAEL DÄUMER E MARQUES MENDES
Que aspectos estão actualmente errados O que é preciso fazer para que os
no que toca ao debate europeu nos media? cidadãos se envolvam mais na cons-
Desde logo, um claro predomínio do debate da trução da Europa?
política nacional sobre a política europeia. Pas- Torná-la mais política, aprovar uma Consti-
se a expressão, a perspectiva "paroquial" da po- tuição, mobilizar os cidadãos com uma men-
lítica ainda domina os media. Compare a trans- sagem clara e atraente para o programa fun-
missão das temáticas do Parlamento Europeu e damental das instituições europeias. Saber
a transmissão das temáticas do Parlamento na- explicar que a justiça só é possível num mun-
cional, por exemplo. Pode mesmo compará-las? do para todos.
Por outro lado, os jornalistas que fazem a co- Ora, aqui, chamar os media, comprometê-
bertura das instituições europeias surgem, às los com a democracia e os direitos huma-
vezes, demasiado instalados nelas. Deveria ha- nos, não é pedir nada à sua isenção.
ver mais renovação. Deveria haver mais o senti- Penso também que a multiplicação de pro-
do do exterior. Só assim pode haver ligação, em cessos eleitorais na União Europeia (se-
sentido verdadeiro e próprio. Eu diria mesmo, g u n d a c â m a r a , e l e i ç ã o d o p re s i d e n t e d a
os media e os políticos precisam de renovação Comissão pelo Parlamento Europeu) atrai-
nos espaços em que intervêm. ria mais os europeus.
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s primeiros dois anos de actuação deste Havendo ainda vários pendentes, como a ques-
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MÁRIO GUERREIRO
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[Empresas XXI]
SISTEMAS DE GEORREFERENCIAÇÃO
Toda a terra na palma da mão com o Ndrive
o final do ano falou-se muito da InfoPortu- O NdriveGo é um dispositivo de navegação GPS ime-
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Curso De
Técnicas Base De Televisão
apoio: cia na edição vídeo da sua 3.Ler textos de “pivot”, com teleponto
reportagem. Formadores: Jorge Nuno Oliveira, João
Ferreira, Francisco Prates, Pedro Pinto
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ctualmente a preparar um novo filme, de que nacionalmente, do Manoel de Oliveira, por ter a
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Que medidas concretas seriam necessárias do lugar, devia retirar esse dinheiro do ICAM, que não
em termos imediatos? O Fundo de Cinema é era deveria ter essa tarefa de gestão das verbas. O
uma opção correcta? ICAM tinha muitas outras coisas para fazer, no plano da
Quando o Marcelo Caetano faz a lei que faz, a economia formação, da projecção do cinema, dos apoios ao inte-
do cinema dependia fundamentalmente das salas. A te- rior, às salas, da promoção do talento, do financiamen-
levisão em Portugal tinha surgido há pouco tempo, as to das curtas-metragens, dos protocolos a celebrar com
receitas das televisões não tinham significado… E entre- as televisões, etc. Esse apoio do Estado deveria ser su-
tanto surge, a partir dos anos 70, na economia do cine- pletivo e não tota-
ma, a importância das televisões, do audiovisual, das te- litário, como se “Ouvimos o Pinto Balsemão a
lecomunicações, a televisão por cabo, o pay-per-view… faz em Portugal. falar como se a televisão fosse
e aparece o vídeo, que é uma fonte de receitas brutal Não se faz um fil- dele. Mas não é”
para o cinema. Hoje em dia a sala continua a ser a gran- me, sem ser finan-
de vitrina e o grande motor do sucesso dos filmes, mas ciado a 100 % pelo ICAM, em alguns casos. Em segun-
só se fazem cerca de 20 % das receitas nas salas. Mais de do lugar, o Governo de Cavaco Silva também deveria
50 % das receitas vêm do vídeo ou DVD e cerca de 30 ter retirado ao Estado a carga de decisor cultural. O Es-
% da televisão. Alterou-se radicalmente a economia do tado deveria apenas ter um papel legislador e regula-
cinema e a sua forma de financiamento e ninguém em dor.Vamos supor que a Lusomundo, pelo seu volume
Portugal teve a percepção disso. O que aconteceu foi de negócios, tinha de meter todos os anos um determi-
que a partir de determinada altura, os ditribuidores e nado valor no cinema. O Estado fiscalizava se esse di-
exibidores começaram a fazer uma pressão legítima pa- nheiro era aplicado, mas era a própria Lusomundo que
ra que, essa taxa que os estava a asfixiar, fosse extinta. decidia onde queria aplicar esse dinheiro. O Estado de-
Como o cinema português fomentou um divórcio com pois teria eventualmente de dar um suplemento de fi-
o público, foi criado um grande inimigo para os distri- nanciamento, porque mesmo com estas obrigações o
buidores e exibidores. É impensável ter-se um produto mercado seria insuficiente para produzir todo o cinema
em que o principal inimigo é quem tem a missão de o português. Mas o financiamento público era supletivo.
comprar. Isso é fatal. Quando o Cavaco Silva é convenci- Ou seja, um realizador chegava ao ICAM com um fil-
do a acabar com a taxa, porque simultaneamente passou me que tinha uma garantia de ter dinheiro do distribui-
licenças às televisões privadas, foi mal aconselhado e a dor, do exibidor, do vídeo, de uma televisão em aberto
meu ver cometeu dois erros brutais, difíceis de reparar. ou do cabo, etc. O Estado analisava depois esse dossier
Cavaco Silva deveria ter dividido essa taxa pelas três fon- em função da credibilidade do financiamento e não em
tes de rendi- função dos méritos do realizador, que são totalmente
mento, ou seja, subjectivos. Esta recente lei vai no sentido de abrir uma
tinha posto 5 % porta para esta nova política, mas foi tímida, ficou a
para as salas, meio. Criou um fundo de cinema que é uma fórmula
outros 5 % para pouco satisfatória. O que sempre defendi era que se
o vídeo e mais 5 devia multiplicar as fontes de financiamento e diversifi-
% para a televi- car os centros de decisão, e assim afunda-se tudo neste
são. Com isto Fundo.Agora vamos ver a prática, e se os ministros são
multiplicava as ou não pressionáveis por essa clique que continua a
fontes de rendi- mandar no cinema em Portugal.
mento e conse-
guia fazer co- Que papel deverá desempenhar a televisão
rrespondê-las à no apoio ao cinema?
realidade eco- O grande problema da cultura em Portugal é a educa-
nómica do cine- ção, nós temos um défice de espectadores. Não temos
ma. Em segun- um défice de pintores, escritores, etc. E esta política
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cultural não se pode dissociar da televisão. Os vários deve ser o papel fiscalizador e regulador do Estado.
Governos têm cometido diversos erros. Nomeada- Hoje em dia, se não houver a capacidade de estabele-
mente, os Governos do professor Cavaco Silva come- cer protocolos e obrigações com as televisões privadas
teram erros grosseiros, como a forma como permiti- e públicas, também não há cinema em Portugal. Uma
ram o surgimento da televisão privada, de uma forma das razões é que a economia do cinema não se baseia
completamente desregulada, sem cadernos de encar- exclusivamente nas salas. O dinheiro vem das televisõ-
gos, sem acautelar que o serviço público se mantinha es e do vídeo também.A outra razão é que, ainda para
forte e com a sua identidade. A retirada da taxa dos mais num país como Portugal, a profissão tem de estar
emissores foi uma tragédia, a forma como apareceu o integrada. É impossível haver actores ou argumentistas
cabo foi outra. que vivem só de trabalhar no cinema, também têm de
“Somos o país mais atrasado Hoje em dia, trabalhar na televisão. Mesmo que multipliquemos por
e mais pobre da Europa, em quem tiver res- dois os filmes não vamos ter isso. E como também não
termos de prime-time e ponsabilidades se assegurou a qualidade da televisão, nós somos o país
ficção televisiva” no plano da mais atrasado e mais pobre da Europa, em termos de
educação e cul- prime-time e ficção televisiva. Somos um país de ter-
tura tem que ter uma voz activa sobre a televisão. Per- ceiro mundo, sem ter a qualidade por exemplo da in-
deu-se uma oportunidade excelente na renovação das dústria brasileira de telenovelas. Que o prato forte do
licenças para se fazer aquilo que não se fez há 20 anos. imaginário popular seja a telenovela que diz muito so-
Ouvimos o Pinto Balsemão a falar como se a televisão bre nós. Depois espantam-se que o Salazar ganhe con-
fosse dele. Mas não é. É uma licença que é concedida cursos. A responsabilidade dos sucessivos Governos
pelo Estado a troco de qualquer coisa. É esse troco neste estado de coisas é enorme, principalmente de-
que nunca foi assegurado, nem com as entidades regu- pois do início das televisões privadas. E mais uma vez,
ladoras, que têm sido uma farsa. Esta ERC continua a ninguém está a pensar na Televisão Digital Terrestre,
ser relativamente desprovida de meios e poderes e, so- nos futuros meios de produção e difusão de ima-
bretudo, não há legislação que enquadre aquilo que gem…estamos ainda com 50 anos de atraso.
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Hoje em dia é mais difícil fazer cinema em com outros meios. O Spielberg, o Scorsese e outros co-
Portugal, do que no final da década de 60 meçaram a fazer filmes marginais, mas no fundo a aspi-
quando ajudou a fundar o CPC? ração de todo eles é ganhar um Óscar. Não há nenhum
Nessa altura, nós tínhamos mais ilusões. Eu pelo menos cineasta, se for sério, que não queira falar ao máximo de
tinha a ambição de fazer um cinema que acabasse por público possível. Se realmente acredita no que está a fa-
ser popular e que dissesse alguma coisa às pessoas. Não zer, quer é que a sua voz seja ouvida, e que marque a so-
tenho medo do termo popular, porque a minha paixão ciedade em que vive. Foi isso, por exemplo, que aconte-
pelo cinema começou com o Hitchcock e o Capra, e ceu com o Almodóvar, que começou a fazer filmes em
depois com o Truffaut e o Fellini.A popularidade do ci- Super-8 e que hoje é o grande embaixador do cinema
nema não era pejorativa. Para mim, era normal que os espanhol e intérprete daquilo que é a Espanha moderna,
realizadores, actores, directores de fotografia que tives- com uma verdadeira projecção internacional. É isso que
sem êxito podiam ter à sua frente uma carreira. E em nos falta; um Almodóvar. E o sistema não permite que
Portugal isso nunca aconteceu. Eu falo de mim, mas po- surja um Almodóvar, porque a popularidade é mal vista.
E teremos espectadores?
Eu acho que sim, se forem boas. O que é caro na televi-
são é a ficção. E a única ficção barata são as telenovelas.
Uma telenovela custa 10 vezes menos que um telefilme
e 50 a 100 vezes menos do que um filme. Portanto, é
deria falar de outros. Eu não consigo filmar com regula- natural que se optem pelas telenovelas, mas esta é a for-
ridade. E não quero que seja o Estado a assegurar-me is- ma mais fútil e mais pobre de ficção audiovisual.A todos
so. É evidente que quanto mais o cinema se afundar, e os níveis, até porque qualquer pessoa representa numa
maior se tornar o fosso com o público, mais necessária é telenovela. E uma telenovela praticamente não tem rea-
a acção do Estado. Se neste momento o Estado se reti- lizador, faz-se quase por si.
rasse das suas responsabilidades, deixava de haver cine-
ma português. Já não será para mim, mas para que as Está neste momento a trabalhar em algum
novas gerações tenham a possibilidade de ver o seu mé- novo projecto?
rito reconhecido. Estou a preparar um filme que será uma espécie de ver-
são moderna de O Anjo Azul, a história de um autarca
Falando nessas gerações, a aposta no digi- alentejano que se “A única ficção barata são as
tal e em canais de distribuição alternativos deixa corromper telenovelas”
pode ser uma forma de fugir ao escrutínio por uma mulher fa-
da clique que já mencionou? tal. Será uma história que se passa nos dias de hoje, com
Eu acho que é uma maneira de escapar a essa clique, argumento a partir de uma ideia minha e escrita a cargo
mas não é a solução. São opções importantes e pode-se de um jovem em que aposto muito, o Tiago R. Santos.
descobrir amanhã um tipo que é um génio a fazer filmes O filme vai-se chamar Call-Girl, e devemos começar a
no telemóvel. Mas amanhã irá querer fazer um filme gravar a 28 de Maio. Espero tê-lo pronto no Natal.
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[Dinâmicas da Comunicação]
Arquivo da Web
portuguesa ainda é protótipo
Dá pelo nome de Tomba e pretende ser um arquivo
da web nacional, criado por investigadores
portugueses da Faculdade de Ciências de Lisboa: o
docente Mário Silva, o aluno de doutoramento
Daniel Gomes e o aluno de mestrado Sérgio Freitas.
Em http://tumba.tomba.pt é possível pesquisar
“cerca de 57 milhões de documentos, equivalentes
aproximadamente a 1.5 Tb”, refere Mário Silva. A
informação é pesquisável através do motor de busca
Tumba (Temos Um Motor de Busca Alternativo),
criado em 2002. Já na altura um dos principais
objectivos do projecto Tumba era o “estudo do
desenho e requisitos de um sistema de arquivo da
web”. Com a evolução do projecto, os
investigadores nunca apagaram as recolhas da web A revista mensal Pais e Filhos, título do
Pais e Filhos inaugura site
portuguesa efectuadas, e quando esgotaram o grupo Motorpress já tem um site onde
espaço de armazenamento, no início de 2006, apresenta os conteúdos até agora apenas
decidiram disponibilizar o acesso às recolhas. disponíveis em papel. O site, disponível em
Por isso, defendem agora que o projecto possa www.paisefilhos.pt, apresenta os habituais
tornar-se um verdadeiro arquivo online da web por- temas da revista, com artigos e conselhos
tuguesa, para “que esta informação não se perca para os pais e famílias, que abordam os
irremediavelmente e esteja acessível às gerações períodos da gravidez e infância e ainda
futuras”, diz Mário Silva. “Temos procurado ao sugestões para actividades familiares ao ar
longo dos últimos anos sensibilizar as entidades livre, ou espectáculos. O site da revista
competentes para a necessidade e urgência da permite também a consulta de artigos de
criação de arquivo da web portuguesa e temos rece- pedopsiquiatras como Pedro Strecht, e o
bido opiniões favoráveis e interesse da parte dessas acesso aos fóruns e blog da Pais e Filhos.
entidades”, refere o investigador. Para já, e apesar da
sua qualidade, o Tomba continua ainda a ser um pro-
tótipo. Ainda assim, Mário Silva acredita que se está Emprego & Negócios chega em Maio
actualmente mais perto de uma iniciativa oficial de
arquivo da web portuguesa. Já teve data prevista de lançamento para Abril de
2006, mas parece que será Maio de 2007 o mês em
que o título da Tele7 irá chegar às bancas. Em decla-
rações à Meios & Publicidade, o director e
proprietário do projecto, Paulo Lavadinho, refere
que em 2006 o “produto ainda não estava
devidamente afinado”. Os principais temas deste
novo título serão “o empreendedorismo, a inovação
e o emprego”, revela ainda.
O título irá ter uma tiragem de 25 mil exemplares, e
um preço de capa de 1,95 euros. O investimento em
torno deste novo projecto ronda os 100 mil euros.
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[Dinâmicas da Comunicação]
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a deslocação a Portugal para encerrar a come- relação entre os dois tipos de media tem de ser
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NUNO MURJAL
A falta de leitores e de
receitas estão a colocar em
risco a sobrevivência da
imprensa tradicional?
Penso que não, mas têm de ser en-
contradas soluções, que no caso da
imprensa podem passar pelo papel
electrónico. Depende da forma
como se conceptualiza o jornal: se
o pensarmos apenas como tinta
impressa em papel, então é possí-
vel que venha a desaparecer; mas
se o conceptualizarmos como ins-
trumento de recolha, produção
e distribuição de informação,
esse risco não existe.
Haverá sempre a necessidade
de ter uma imprensa que trabalhe com as au- to, concluímos que, quando compramos um jornal,
diências e os anunciantes, de forma a aproximá- apenas estamos a pagar a sua distribuição. A ideia de
los. A imprensa escrita nunca irá desaparecer. um jornal gratuito não é assim tão diferente dos for-
matos que temos neste momento. Se há qualidade no
A imprensa étnica é um sector de grande conteúdo, então sim, os novos gratuitos podem ter
sucesso nos EUA e Reino Unido. Serão estes futuro. Mas os modelos são muito variados.
meios uma oportunidade futura para os mer- Actualmente, existem jornais tradicionais que são
cados mais pequenos, como o português? distribuídos gratuitamente no centro das cidades e
São uma possibilidade. Vejo como exemplo a Ho- continuam a ser pagos fora dessa área. Tudo de-
landa, onde existe espaço para os media dedicados pende dos modelos adoptados.
aos imigrantes
“A ideia de um jornal gratui- da zona dos Estes projectos representam uma ameaça
to não é assim tão diferente balcãs, o que para a imprensa tradicional? Ou são uma
dos formatos que temos também sucede oportunidade?
neste momento” na Suécia em A curto prazo, penso não são ameaça alguma. O
relação aos fin- problema é se as pessoas que lêem os novos gratui-
landeses. Nestes países, a imprensa étnica é um su- tos, como o Metro ou Destak, deixam de ler os
cesso relativo. No mercado português poderá jornais de referência. Nesse caso, os media que
existir esta oportunidade, mas depende muito dos publicam os conteúdos de referência perdem
movimentos populacionais motivados pelos movi- anunciantes, capacidade financeira e deixam de
mentos laborais, de refugiados e de imigração. poder funcionar. Mas as empresas têm hoje muita
abertura para novos projectos.
Em Portugal, os jornais gratuitos estão a A tendência é que os grupos criem jornais gra-
expandir-se para as cidades mais peque- tuitos, paralelos aos títulos já existentes, mas
nas, após ganharem uma parte conside- com uma diferente abordagem editorial, para
rável do mercado em Lisboa e Porto. Será que não percam leitores. Vêm aí grandes mudan-
este um modelo de negócio com futuro? ças na forma como as empresas jornalísticas
Os jornais têm sido quase gratuitos durante grande pensam a indústria – estamos ainda na fase de
parte da sua existência. Se pensarmos bem no assun- colocar questões e levantar dúvidas.
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NUNO MURJAL
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[Aula Aberta]
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ara os especialistas é claro – o domínio que meios que os outros”. A investigadora considera
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CASA DA IMAGEM
afirma a pedopsiquiatra. Segundo Cristina Ponte, ternet, é necessário que haja desde logo diálogo e
a televisão e a internet têm perigos diferentes, educá-los para o consumo positivo. Diz Ana Vas-
pois são tecnologias distintas. “Os perigos da in- concelos que “são aparelhos que têm de entrar no
ternet são muito mais os perigos da vida real do contexto dos mecanismos de educação dos filhos
que os da televisão – os perigos de sofrer pressõ- e em vez de reprimir, é melhor haver um entendi-
es, ameaças e outras situações desconfortáveis e mento pela palavra. Essa educação deve começar a
não saber como lidar com elas”, diz. O consumo partir do momento em que a criança começa a ter
excessivo de Novas Tecnologias poderá indicar linguagem”. É importante se estabeleçam regras e
uma dependência das crianças e dos adolescentes limites “desde que as crianças tenham acesso a es-
e muitos procuram em comunidades virtuais algo ses meios, e os pais o permitam. É importante
que não encontram no seu dia-a-dia. “Muitos jo- que acompanhem de perto o que os filhos fazem e
vens afirmam que nesses meios são capazes de di- como os usam”, explica Cristina Ponte.
zer coisas que não diriam face a face. Mas ainda é
necessário perceber melhor esse fenómeno”, Preocupação na Europa
explica Cristina Ponte. Uma das grandes batalhas assumidas pela Comis-
Para evitar que os seus filhos fiquem presos a dis- são Europeia (CE) é promover o uso correcto das
positivos como videojogos ou corram riscos na in- Novas Tecnologias, em particular da internet que
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CASA DA IMAGEM
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CASA DA IMAGEM
A outra perspectiva
O site Fixeland.com é um exemplo de serviços
destinados aos mais jovens. “Foi um projecto pio-
neiro no mercado nacional e de língua portugue-
sa”, explica Tânia de Sá da rede Fixe.com.Trata-se
de uma página online, cujo target são as crianças e
jovens entre os 10 e os 22 anos, onde se pode en-
contrar jogos ou falar com outros visitantes do si-
te. No entanto, existem serviços, como o chat,
que apenas são disponibilizados mediante inscri-
ção. A grande atracção do Fixeland.com são os Fi-
xes, animais virtuais.Tânia de Sá explica o concei-
to: “Procuramos que se estabeleça uma relação de
afectividade entre o utilizador e o seu animal vir-
tual e se desperte um sentimento pertença a uma
comunidade subaquática (o mundo dos Fixes)”.
O site alcançou uma base de visitantes na ordem
6000 e cerca de 200 novos utilizadores por dia,
contabilizando 125 mil inscrições. Criado em
2004, o site lançou-se recentemente no mercado
brasileiro com algum sucesso. Aqui a média de
idades dos utilizadores são os 14 anos, menos
quatro do que a dos portugueses. Para o Fixe-
land.com a se-
gurança dos idade do utilizador, nomeadamento no acesso ao
seus utilizado- chat. Em relação à necessidade de consentimento
res é importan- dos pais, não existe nenhuma regra explicita, mas
te, como expli- antes um conjunto de cuidados que visam preser-
ca Tânia de Sá: var a privacidade da criança e filtrar a sua capaci-
“O acesso ao si- dade para navegar no site”. Apesar de considerar a
te não está blo- internet como um mercado vasto e acelerado que
queado a nen- pode trazer alguns perigos para os mais novos,Tâ-
hum escalão nia de Sá acredita que este é um serviço de extre-
etário, mas há ma utilidade às crianças e jovens, “remetendo para
uma estratifica- um mundo imaginário com desafios reais como as
ção de conteú- noções de responsabilidade e interacção. E isso é
dos mediante a bastante gratificante”, conclui Tânia de Sá.
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[Educomunicação]
Numa era em que cada vez mais cedo as crianças têm contacto com a
internet, o marketing vira as atenções para um mercado massivo com-
posto por jovens consumidores
POR CÁTIA CANDEIAS*
MESTRANDA EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO
ivemos num período de “webolution”, como fas de que fazem parte a “linguagem digital, a comu-
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[Educomunicação]
CÁTIAS CANDEIAS
1) Produto – deverá ser “mass” customizado, com densidade digital e desenhado à medida do consumidor
2) Lugar – em qualquer lugar, a qualquer hora; 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano; aces-
so à marca em tempo real e via wireless
3) Preço – baseado num valor dinâmico, segundo a lei da oferta e da procura
4) Posicionamento – necessidade de apostar na individualização da mensagem (os anúncios e a promoção
em massa estão a ficar obsoletos)
5) Personalização – apostar na satisfação do consumidor; desenvolvimento de uma relação íntima com o
cliente; fazer com que o consumidor se sinta um indivíduo e não fazendo parte das massas
6) Profundidade – posicionar o cliente como centro do universo (especialmente quando se tratam de cri-
anças); proporcionar ao cliente online uma experiência de confiança da marca.
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eeleito para a presidência da Federação Ibérica vir, à semelhança do que a AC Media já faz em Por-
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[Ibermedia]
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[Centros de Conhecimento]
Desde 2003 que a Restart proporciona aos seus alunos uma formação
profissional vocacionada para a comunicação criativa e procura estar
sempre dentro das mais recentes novas tecnologias
TEXTO E FOTO POR VERA LANÇA
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[Instituições da Comunicação]
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[Cibercultura]
Série usou a sua inovação para se tornar numa marca global, com pre-
sença no mercado dos videojogos e banda-desenhada, entre outros
POR HERLANDER ELIAS
INVESTIGADOR E DOCENTE UNIVERSITÁRIO
2
4 é o nome da série de culto produzida pelo ca- Inovação
nal Fox em 2001 por Joel Surnow e Robert Em termos de inovação 24 é a primeira série de TV
Cochran. Nesta série de TV o que mais a distin- inspirada nos novos media e no multimédia, na edi-
gue das demais séries é o facto de primar por uma edi- ção não-linear de imagem, e que consegue ser cati-
ção de imagem inovadora, nada vulgar em televisão, vante sem ser complexa. Baseia-se num ritmo acuti-
uma lógica de levar o espectador a sentir cada minuto lante e numa narrativa também ela escrita de modo
e segundo que passa ao longo de cada hora (na prática não-linear, sugerindo a edição de imagem em qua-
45 minutos) de um episódio.Ao todo, cada temporada dradinhos, com múltiplas perspectivas. Na prática
corresponde a 24 episódios, que por sua vez represen- 24 é a primeira série de TV global, um frenético
ta todas as horas de um só dia crítico em que se desen- drama de acção, também é um thriller, que tem tec-
rola a história. Graças aos vários pontos de vista, às vá- nicamente inspiração na obra de Dziga Vertov e de
rias cenas presentes num só ecrã, 24 permite que Alfred Hitchcock. Por outro lado, também consegue
vejamos várias situações ao mesmo tempo proposita- ser a série de TV mais cativante desde os X-Files da
damente, em tempo-real. Além disso, a vincar todo o década de 90, de Chris Carter. Nota-se por demais a
suspense está um relógio digital a contabilizar cada se- influência dos videojogos de acção e dos romances
gundo que passa no centro do ecrã, sempre que algo de espionagem e política de Tom Clancy (Rainbow
mais complicado ocorre em simultâneo. Six, Splinter Cell,The Sum of All Fears); e também
D.R.
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[Cibercultura]
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1. Health Care.
Understanding, preventing and improv-
ing dealing with diseases
United States has invested millions and mi-
llions of dollars in the prevention of illnesses Immune Attack
and health problems that are having a big im- The Federation of American Scientists has been
pact in the cost of the treatments.We are refe- worked in a project called Immune Attack,
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where the gamers understand how works the One of the ways by which people achieve a
immunologic system. Then, they learn how sense of accomplishment and self-develop-
the body works and what actions create situ- ment is by not doing things alone but with a
ations in which the body is under risk. group of people. In the case of such disease it
They build their own immune system, and is all the more important to the patients and
they realize of the efforts and the processes for the healing of the disease.When they are
that the body does to overcome problems. able of communicate with peers in similar
The game challenge students to build power- situations, they become supporters of one
ful defense system. Demonstrate that simula- another. In other words, this video game has
tions and the challenges of games can make built a healing chain.
learning more engaging. (Glinert, 2006) The video game helps patients to better
This game promotes healthy habits in chil- understand the disease and, in fact, to
dren that help them in having a healthier life combat as a part of the solution. When
and also saving millions of dollars in treating they become a part of the solution, an
diseases that can be prevented. active part, they are promoting their own
healing and self-esteem.
The researchers of HopeLab demonstrated
that video games can create positive behavior
changes in real life. They found other advan-
tages, too, such as the low cost. But, is it real-
ly low cost to develop a whole video game?
If we consider the cost of the treatments of
the cancer disease with the improvements “This game pro-
that this game can do in the patient’s health, motes healthy
definitely it is low cost and worthy. Another habits in chil-
advantage is that it is very easily distributable dren that help
since it is downloadable and able to be them in having a
ordered through the mail. (Cole, 2006) healthier life”
Re-Mission Dance Dance Revolution
Re-Mission is a video game created by the Why do people play DDR? What are the
HopeLab with the objective of helping effects of physical activity? What are the
patients with cancer. This game creates a effects of dancing?
social network that brings people together. Some of the effects that have been demon-
Cancers patients many times feel alone and strated in several studies (Lieberman,
don't know other people who share their 2006) are the development of thinking
problem. They have difficulties socializing skills, creativity, attention, academic per-
and sharing the problems related to their formance, physical coordination,
disease. This video game provides a net- improved reading skills (receptive coding)
work of people with the same disease, can- for poor readers with ASHD in grade 6 and
cer. This aspect of the game has created a increases heart rate.
new world for them. But why is it so Is it not amazing that thousands of people
important simply knowing other people? are finally taking care of their weight by
Is it really possible for a mere video game moving their bodies in Dance Dance
to help cancer patients? Revolution (DDR)?
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[Leituras]
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AS INCÓGNITAS DO NEGÓCIO
DA TELEVISÃO
s últimas movimentações no sector te- são em directo através do telemóvel está a
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MÁRIO GUERREIRO
de televisão, apontou que estes podem ser são para a difusão das suas mensagens. Deve-
aliados e não concorrentes. De modo grá- se esperar, por seu lado, que a capacidade de
fico, sentenciou a discussão com uma frase captar investimento das grandes campanhas
lapidar: “Somos informáticos, e não conta- se faça de forma cada vez mais dura, entre
dores de histórias”. os principais operadores. “A Televisão
E como podem reagir os clientes perante Nos próximos anos, a indústria da televisão Digital Terrestre
um número crescente de operadores e tec- irá viver um período de transição para um não é a única
nologias de recepção? Para se poder esboçar novo modelo mais competitivo, com mais novidade tec-
algumas implicações do cenário futuro da opções de recepção e com audiências e nológica no hori-
procura agregada, há que diferenciar entre a anunciantes progressivamente mais exigen- zonte”
audiências e os anunciantes. Por um lado, o tes. Apesar disso e da relativa perda de con-
aumento da oferta é sempre teoricamente fiança dos mercados de valores neste sec-
positivo para os espectadores. Por outro la- tor, as previsões de crescimento para os
do, sem dúvida que a audiência se fragmenta próximos anos são encorajadoras. Segundo
com maior profundidade e os utilizadores de a PricewaterhouseCoopers, a televisão pa-
ofertas de televisão paga se estão a repartir ga será um dos segmentos da indústria de
entre as diferentes opções. A televisão em comunicação que mais irá crescer até 2010,
aberto pode ter dificuldades como meio pu- e televisão em sinal aberto manterá aumen-
blicitário se a sua audiência for cada vez mais tos superiores ao crescimento das econo-
envelhecida e as crianças e jovens preferirem mias. As incógnitas sobre concorrentes,
outras opções de entretenimento. Ainda as- tecnologias e clientes serão sempre menos
sim, os grandes anunciantes continuam a se o volume de negócios da indústria ofere-
precisar de um meio massivo como a televi- ce perspectivas tão boas.
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A EUROPA EM DISCUSSÃO
Conferências da presidência alemã para a Cultura, Educação e Media
Para o cidadão europeu aprender mais alguma coisa nas áreas das novas tecnologias
de informação, cultura e educação, foram preparadas muitas conferências ao abrigo da
presidência da União Europeia neste primeiro semestre de 2007. Espreite as principais
POR INÊS BLU RODRIGUES, EM BRUXELAS
CASA DA IMAGEM
ste mês decidi compilar as princi-
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MEDIA XXI N.º 79 1/17/70 11:37 PM Page 39
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CASA PLAYSTATION3-PLAYHOUS3
O agente 007 já pode vir visitar Lisboa
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OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
TÊM CANDIDATO
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Durante praticamente três meses consta- Entre as figuras dos quatro candidatos -
tamos o seguinte: Lula, Alckmin, Heloísa Helena, Cristo-
vam Buarque e a figura de Lula presiden-
te - quem teve a cobertura mais positiva
As figuras de Lula candidato e Lula foi o candidato Alckmin, seguido por He-
presidente receberam a maior exposi- loisa Helena e Cristovam. Lula candidato
ção na mídia. e Lula presidente tiveram o menor per-
centual de notícias positivas.
QUADRO 2- PARTICIPAÇÃO POSITIVA SOBRE O TOTAL DE CADA QUADRO 4- REPORTAGENS NEGATIVAS À CANDIDATURA LULA NOS
CANDIDATO NOS CINCO JORNAIS: SEMANA A SEMANA EM % JORNAIS O GLOBO E O ESTADO DE S. PAULO EM %
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A partir destes dados podemos tirar uma que fiou evidente nas pesquisas feitas pelo
série de conclusões. Em primeiro lugar, Observatório Brasileiro de Mídia tanto no
considerando os percentuais de exposiçõ- primeiro como no segundo turno da eleição
es negativas. Já seria ruim para qualquer presidencial. O único órgão de imprensa
candidato ser o mais exposto negativa- pesquisado e que anunciou sua posição
mente nos jornais e revistas, porém para abertamente foi a revista Carta Capital ao
Lula esta situação se agravou durante a apoiar a reeleição de Lula. Pode ser que esta
campanha do primeiro turno porque ele posição leve a perda de alguns de seus leito-
também foi o mais exposto negativamente res, por terem outras preferências eleito-
na sua função de presidente do país (Qua- rais, mas a revista foi transparente e honesta
dro 2). Como as suas figuras de candidato com eles. Os demais, ou não queriam co-
e presidente tiveram maior exposição rrer o risco de perder leitores ou não que-
quantitativa em geral nestes órgãos de im- riam admitir sua parcialidade.
prensa (Quadro 1), o dano para sua ima- Além da maneira desequilibrada como os
gem cresceu de forma exponencial. O “es- candidatos foram tratados, os jornais O Es-
tranho” é que as duas curvas de exposição tado de São Paulo e O Globo foram os que
negativa coincidem. Quando aumenta a mais cobriram a candidatura Lula e o des-
cobertura negativa do candidato, aumenta empenho do presidente Lula de forma ne-
também a do mandato presidencial. gativa. O Estado, em particular, fez o que
Em segundo lugar, entre todos os candida- pode para criar o clima de segundo turno
tos, o que era tratado mais positivamente, quando isto ainda era uma possibilidade dis-
era Geraldo Alckmin com aproximadamen- tante, sempre anunciando que a distância
te 40% das matérias, embora Heloisa Hele- entre a candidatura Lula e a dos demais es-
na e Cristovam Buarque também tivessem tava se reduzindo, chegando a publicar com
“Quando aumen- mais cobertura positiva do que negativa. Já alarde uma pesquisa no dia 16 de setembro,
ta a cobertura Lula candidato e Lula presidente tiveram aonde esta chegava a apenas 3%, totalmente
negativa do can- exposições positivas inversamente propor- incongruente com os resultados das demais
didato, aumenta cionais às negativas (Quadro 3). pesquisas, tanto é que poucos dias depois
também a do Diante de fatos positivos ou negativos não voltou a acompanhar as tendências dos de-
mandato presi- há como a imprensa não publicá-los mesmo mais institutos de pesquisa.
dencial” quando beneficiam ou prejudicam algum Por fim, notaremos que a exposição nega-
candidato. O problema é quando há des- tiva do candidato Lula alcançou índices
equilíbrio na cobertura e subjetivismo apli- médios de 60% nas duas semanas que pre-
cado de forma a prejudicar a um e a benefi- cederam o primeiro turno e continuou
ciar a outro, pois, particularmente, na sendo exposta negativamente ao longo de
cobertura dos casos dos “Sanguessugas” e do todo o segundo turno, pois a maioria das
“Dossiê Vedoin” houve envolvidos de dois matérias dos jornais tentou ligar a candi-
lados, mas é apenas um deles foi menciona- datura ao episódio, ainda não devidamente
do e com destaque. explicado em sua totalidade, do “Dossiê”.
Os gráficos demonstram claramente que É o que o professor de jornalismo da
houve desequilíbrio na cobertura das candi- UNB, Venicio de Lima, chama de produzir
daturas e que os cinco jornais e três das re- matérias a partir do princípio de presun-
vistas tiveram preferências na eleição presi- ção de culpa até que se prove a inocência e
dencial, sem que o declarem abertamente. não o contrário que é muito mais razoável
Queriam Alckmin e não queriam Lula. Fato numa sociedade democrática.
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[Último Olhar]
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