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Juiz de Fora
2014
Carlos Alberto da Silva Júnior
Monografia de Conclusão de
Curso apresentada ao curso de
Direito das Faculdades Integradas
Vianna Junior como requisito parcial
à obtenção do título de Bacharel em
Direito. Orientador: Prof. Leandro
Bissoli.
Juiz de Fora
2014
Carlos Alberto da Silva Júnior
Monografia de Conclusão de
Curso apresentada ao curso de
Direito das Faculdades Integradas
Vianna Junior como requisito parcial
à obtenção do título de Bacharel em
Direito. Orientador: Prof. Leandro
Bissoli
(banca avaliadora)
Juiz de Fora
2014
RESUMO
INTRODUÇÃO
HISTÓRICO
Por sua vez, no direito germânico, o que prevalecia era o decidido pelas
chamadas ‘‘assembleias populares’’, ali ocorriam os julgamentos e o que fosse
decidido, pelo o povo, estava resolvido em definitivo, para os litigantes e para
toda a comunidade. Após a implantação dos juízes leigos, o conceito de
imutabilidade continuou intacto, não tendo se quer recursos.
Conceito
O código de processo civil em seu artigo 467, nos traz que a decisão judicial só
passa a ser isenta de qualquer questionamento, apenas a partir do momento em que
não comporte qualquer tipo de recurso, interpretação que também pode ser retirada
do §3º do art. 6º da Lei de Introdução ao Código Civil
Barbosa MOREIRA (1998. Pg. 9) não identifica a coisa julgada nem com a
sentença transitada em julgado, nem com o atributo da imutabilidade que ela se
reveste, e sim com a situação jurídica em que passa a existir após o trânsito em
julgado. A decisão judicial transitada em julgado que confere um direito em
favor de um dos litigantes, consolida um estado jurídico que a torna imune a
discussões posteriores.
A coisa julgada possui dois aspectos que lhe dão sustentação: ela terá
configuração tão-somente em determinado processo ou, conforme o caso, em
outras relações processuais em que eventualmente se venha a discutir o que já
foi anteriormente decidido.
Neste cenário, pode-se dividir em termos gerais, a coisa julgada formal como
aquela decorrente do próprio trânsito em julgado de uma sentença, fazendo com que
o reexame seja impossível por parte do magistrado das questões decididas ao longo
da relação jurídica processual, caracterizando, para alguns doutrinadores, o fenômeno
da preclusão máxima.
Podemos concluir então que a coisa julgada formal pode ser entendida
como a preclusão máxima dentro de um processo, pois é a irrecorribilidade da
sentença, fazendo com que o direito de provocar ou emitir uma nova decisão no
processo seja excluído por completo.
Diante disto, tem-se que, o instituto da coisa julgada material foi concebido com
a clara finalidade de impossibilitar a fixação de demanda idêntica. Trazendo, assim,
uma eficácia processual marcante, que é a força vinculativa de eu caráter preclusivo
que se estende aos processos vindouros, fazendo com o que restou decidido
imperativo, criando a possiblidade de se aproveitar, em outra seara, o resultado obtido
no processo original, sendo válido citar os ensinamentos de José Arnaldo
VITAGLIANO (2008, pag.64-65), que diz que:
O instituto da coisa julgada apresenta alguns limites, eles podem ser divididos
em objetivos e limites subjetivos, veremos algumas peculiaridades sobre eles a seguir.
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA
Para não deixar dúvidas, o CPC elenca as partes da sentença que não
fazem coisa julgada:
Em miúdos, aquilo que não tiver integrado o objeto do processo, por não
ter sido objeto do pedido, não será abarcado pelo manto da coisa julgada. O
pedido, para ser válido e adequado, depende essencialmente da causa de pedir,
que é o que irá defini-lo e delimita-lo. Com isso, conclui-se que apenas aquilo
foi objeto de cognição judicial, será alcançado pelos poderes da coisa julgada.
Portanto, com o disposto no já citado art. 469, e no 470 ‘‘Faz, todavia,
coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e
325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto
necessário para o julgamento da lide.’’ Pode-se afirmar que, o relatório e a
fundamentação, por não conter qualquer elemento decisório, não transitam em
julgado.
Os limites subjetivos, por sua vez, definem quem será o destinatário final
da eficácia jurígena produzida decisão transitada em julgado.
Mais uma hipótese onde a coisa julgada terá seus efeitos recaindo sobre
terceiros, é a prevista no artigo 274 do CC:
‘‘Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não
atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que
se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve’’.
Por fim, temos a coisa julgada com eficácia erga omnes, que é aquela qual
seus efeitos se estendem à todos os jurisdicionados, independente de terem
participado no processo, é o que acontece, por exemplo, na ação de usucapião
de imóveis e aquelas oriundas das decisões do Supremo Tribunal Federal,
através das súmulas vinculantes, em sede de controle abstrato de
constitucionalidade.
A nossa atual Carta Magna, garante, em seu artigo 5º, XXXVI, que o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, não serão prejudicados pela
a lei. Referido dispositivo legal não veda a atividade retroativa da lei, quando
expressa, ou a atividade retrospectiva da mesma, que decorre da sua aplicação
imediata, desde que não prejudique o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada. Vejamos que este dispositivo constitucional, não diz respeito
diretamente à questão da coisa julgada inconstitucional, e ainda coloca em
pauta um aspecto importante para a sua análise, o qual seja, a segurança
jurídica.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE/PROPORCIONALIDADE
Referido princípio é bastante discutido no tocante ao seu fundamento, alguns
doutrinadores defendem a inserção dele no âmbito dos direitos fundamentais, outros
entendem como uma derivação do Estado de Direito, existindo aqueles que ainda
dizem ser ele uma qualidade da regra da razoabilidade, pelo qual o juiz, em uma
análise do caso concreto, levando em conta a situação fática e os precedentes
jurisprudências, faz uma avaliação do comportamento humano razoável.
É o que tem por objetivo a aferição da relação entre o fim e o meio com
o sentimento teleológico ou finalístico, reputando arbitrário ato que não
observar que os meios destinados a realizar um fim não por si mesmo
apropriados, ou quando a desproporção entre o fim e o fundamento for
manifesta. Aquele em que os meios e os fins devem ser equacionados,
para se avaliar se o meio utilizado é ou não proporcional em relação ao
fim. (BERALDO, 2005, p.172).
De tal forma, tem-se que, o texto constitucional, como um todo, não deve
sofrer embates no momento de sua aplicação, devendo sempre prevalecer o seu
caráter de efetividade.
AÇÃO RESCISÓRIA
POSIÇÕES DOUTRINÁRIAS
Como todo tema polêmico, e esse não foge à regra, a doutrina é
divergente ao trata-lo, colocando, vários juristas e doutrinadores em lados
diversos.
Contudo, não é possível esquecer a razão pela qual a jurisdição foi, por
muito tempo, caracterizada pela coisa julgada material. Quando se
afirma que a coisa julgada material não deve ser vista como
característica fundamental da jurisdição, alude-se a provimentos que,
embora não contenham carga declaratória capaz de fazer surgir coisa
julgada material, são fundamentais para a efetividade da tutela dos
direitos, como aquele que põe fim ao processo cautelar. Porém, note-se
bem: entender que a coisa julgada material não é característica da
jurisdição não é o mesmo do que dizer que a jurisdição não deva zelar
pela coisa julgada material peculiar ao processo de conhecimento. A
coisa julgada material é atributo indispensável ao Estado Democrático
de Direito e à efetividade do direito fundamental de acesso ao Poder
Judiciário.
O jurista e atual Ministro do STF Celso de Mello (2011, p. 1), faz sua crítica
quanto à teoria ora estudada, através de informativo constante no site do STF:
CONCLUSÃO
Como visto no desenvolvimento do trabalho, o instituto da coisa julgada,
é suma importância, não só para o sistema jurídico pátrio, mas para todo os
sistemas modernos.
Por sua vez, a doutrina que é contrária a referida teoria, alega que, permitir
o reexame de decisões, pautando-se, em um conceito totalmente indefinido,
seria algo totalmente temerário, e de desencontro com os princípios basilares
do direito.
DIDIER JR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Direito probatório, decisão
judicial, cumprimento e liquidação da sentença e coisa julgada. V. 2. Salvador:
Jus Podium, 2008.
MARINONI, Luiz Guilherme. Coisa Julgada Inconstitucional. A retroatividade da
decisão de (in)constitucionalidade do STF sobre a coisa julgada; A questão da
relativização. São Paulo: Revista dos tribunais, 2008.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Ainda e sempre a coisa julgada. Revista dos
Tribunais, n. 416, volume 11, junho de 1998.
MOURÃO, Luiz Eduardo Ribeiro. Coisa Julgada. Belo Horizonte: Fórum, 2008.