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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS:

O MANUAL DOS ADVOGADOS


03  Introdução

05   Afinal, o que é mediação de conflitos?

13   Como a mediação surge na história?

20   Quais são os princípios da mediação?

30   Quais as vantagens de um advogado ser mediador?

37   Como escolher o curso ideal?

44  Conclusão

47   Sobre a Ambra College


Introdução
INTRODUÇÃO

A sociedade de hoje convive com uma série de


problemas relacionados ao processo judicial.
A demora e a ineficiência da prestação do Estado-
juiz causam grande insatisfação na população da
maioria dos países do ocidente, especialmente
nos profissionais do Direito.

Diante disso, ao lado da jurisdição, o meio jurídico


passou a incentivar outros caminhos para solução
dos conflitos de interesse, como a mediação, a
conciliação, a negociação e a arbitragem. É o que
modernamente se denomina justiça coexistencial.

Pois bem, o objetivo deste e-book é ser um manual


de introdução para os advogados sobre um desses
importantes métodos: a mediação de conflitos.
Continue lendo e entenda o que é mediação, seu
surgimento, princípios, vantagens e critérios para
uma boa formação!

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Afinal, o que é
mediação de conflitos?
AFINAL, O QUE É MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

Mediação é uma técnica social de solução de conflitos de interesse, a qual se caracteriza pela atuação de
um terceiro imparcial com a finalidade de facilitar a comunicação entre os envolvidos.

O mediador cria condições para que as partes possam dialogar minimamente, o que permite que elas
alcancem, por si mesmas, um entendimento sobre as questões em disputa.

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AFINAL, O QUE É MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

Isso é possível porque muitos ruídos (palavras mal colocadas, linguagem agressiva, sentimentos negativos,
dificuldade de ouvir, etc.) atrapalham a comunicação entre as partes.

Estratégias como estipular ordens de fala, identificar pontos de interesse comum, resumir relatos
das partes com o uso de uma linguagem positiva e afins tornam o terreno mais fértil para formação
de um entendimento.

Por outro lado, vale ressaltar que o profissional especializado auxilia um trabalho que tem como protagonistas
os integrantes da situação litigiosa. Mediar não é chamar para si o poder de decisão, mas empoderar as
partes na solução do problema.

Ocorre que, para um entendimento mais aprofundado da mediação, precisamos compreender alguns
conceitos que estão no seu entorno. O primeiro deles é o de conflito de interesses. Prossiga!

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AFINAL, O QUE É MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

CONFLITOS DE INTERESSE

Sempre que um indivíduo possui uma atitude


normativa em relação a certo comportamento,
ou seja, entende que a conduta de outra pessoa é
obrigatória, surge uma pretensão. A pretensão pode
ser o conserto de um veículo, a restituição de uma
quantia, a realização de um pagamento, etc.

Ocorre que, a pessoa que está do outro lado da


relação pode entender de maneira diversa e,
portanto, resistir à satisfação daquela pretensão. Isto
é, negar o conserto, a restituição, o pagamento, etc.

Assim, diante do interesse de uma parte (ver a


pretensão satisfeita) e da negativa da outra (resistir
à pretensão), instala-se o chamado conflito de
interesses, porque as duas condutas não podem
ser simultaneamente realizadas.

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AFINAL, O QUE É MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Como notamos no dia a dia, os conflitos de interesse perturbam a vida social, de modo que toda sociedade
precisa estabelecer técnicas para resolvê-los.

Sucede que, ao longo dos séculos, três são as vias pelas quais os indivíduos perseguem esse objetivo:

•• autotutela: na qual uma parte usando de inteligência ou força submete a outra a sua vontade;

•• autocomposição: na qual as partes decidem pela resolução do conflito por meio de concessões ou esclarecendo
posições equivocadas;

•• heterocomposição: na qual um terceiro imparcial é investido do poder de decidir.

Nesse sentido, a mediação de conflitos integra o gênero das técnicas autocompositivas. Isso porque o
método não leva à submissão da vontade de nenhum dos participantes, tampouco o mediador toma para
si o poder de decisão.

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AFINAL, O QUE É MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

DIFERENÇA ENTRE MEDIAÇÃO E OUTROS MÉTODOS

Muitas vezes, a mediação de conflitos é confundida com outros métodos, principalmente com as técnicas
de resolução consensual.

Contudo, sempre existe, ao menos, uma característica marcante que diferencia os diversos procedimentos.
Veja a seguir:

MEDIAÇÃO X JURISDIÇÃO

A jurisdição decorre do poder supremo do Estado (soberania) e está agrupada em um gênero distinto da
mediação. Ela é heterocompositiva, uma vez que o Juiz substitui as partes e decide qual delas verá sua
pretensão satisfeita.

MEDIAÇÃO X ARBITRAGEM

A arbitragem também é heterocompositiva, contudo possui fundamento diverso da jurisdição. Sua base
jurídica é a liberdade das partes de dispor ou abrir mão de certos direitos, transferindo a decisão sobre eles
para um terceiro imparcial.

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AFINAL, O QUE É MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

Vale ressaltar que atualmente existe a chamada med-arb, variante em que, caso as partes não obtenham
sucesso na mediação, o procedimento é convertido em uma arbitragem.

MEDIAÇÃO X NEGOCIAÇÃO

A negociação é uma técnica de solução de conflitos sem auxílio de um terceiro imparcial, ou seja, as partes
dialogam diretamente. O negociador, quando está presente, atua do lado de um dos envolvidos (é parcial).

MEDIAÇÃO X CONCILIAÇÃO

Aqui reside a maior confusão, porque mediação e conciliação partilham o gênero de técnicas autocompositivas.
Contudo, o papel dos profissionais especializados é distinto em cada modelo.

O conciliador argumenta e propõe em favor do acordo. Seu papel é demonstrar que, ainda que as partes
não desejem manter um diálogo, as concessões recíprocas são a solução menos custosa.

Já o mediador estabelece e desenvolve condições para que exista uma comunicação entre as partes. O acordo
não é a finalidade primária da mediação, mas uma das possíveis consequências de seus procedimentos.

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AFINAL, O QUE É MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

MEDIAÇÃO E ADVOCACIA

A advocacia é uma atividade que visa a defesa de direitos. O advogado promove a satisfação dos interesses
jurídicos dos seus clientes, seja esclarecendo as consequências das decisões tomadas, propondo ações ou
elaborando defesas.

De fato, não existe nenhuma regra que obrigue a busca do conflito e da litigância. O processo judicial é um
remédio amargo que pode ou não ser necessário, a depender da situação concreta.

Por sua vez, a mediação é uma das alternativas a esse caminho, útil para todas as situações em que a via
consensual for a mais indicada. É um novo recurso de promoção de direitos e acesso à justiça.

Com efeito, a necessidade de especialização nessa área bate à porta dos advogados. Afinal, mediação
e advocacia são atividades que partilham o mesmo objetivo e que, portanto, podem se complementar
muito bem.

Trata-se de uma adaptação natural ao novo contexto de busca por alternativas consensuais, céleres e efetivas
de realização dos direitos. Situação alcançada após um longo desenvolvimento histórico. Continue e entenda!

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Como a mediação
surge na história?
COMO A MEDIAÇÃO SURGE NA HISTÓRIA?

É praticamente impossível definir com exatidão o


momento em que a mediação surge na história.

Afinal, se existe sociedade ou, até mesmo,


organizações humanas mais simples, então
existe a necessidade de solucionar conflitos de
seus membros e de desenvolver técnicas sociais
voltadas para tal fim.

Vale ressaltar, ainda, que essa não é uma


prática exclusivamente voltada para solução de
conflitos sobre direitos. Ora, facilmente podemos
imaginar a mediação de obrigações de cunho
moral, da celebração de negócios e, até mesmo,
de armistícios, tréguas e paz em guerras.

De fato, a mediação de conflitos de interesse que


conhecemos hoje, passou a se desenhar a partir
da segunda metade do século XX.

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COMO A MEDIAÇÃO SURGE NA HISTÓRIA?

Isso ocorreu quando importantes teorias sobre o acesso à justiça foram desenvolvidas, principalmente com
a análise crítica do processo judicial.

Os ritos solenes e burocráticos, a demora na prestação jurisdicional, a ineficácia das medidas de execução
e o formalismo dos atos prejudicavam a realização do direito.

Era, em suma, uma fase de grande insatisfação, inclusive com problemas que permanecem até os dias atuais.

Acontece que, desde então, em todo o mundo, os países buscam alternativas capazes de viabilizar o direito,
tendo em vista tanto a melhoria dos procedimentos judiciais como a criação de novas vias de resolução
de disputas.

Com efeito, a mediação de conflitos, junto com outros métodos, foi abraçada por Juristas, especialmente
pelos cultores da Ciência do Processo Civil.

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COMO A MEDIAÇÃO SURGE NA HISTÓRIA?

MEDIAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO

O Brasil, especialmente após a Constituição Federal


de 1988, segue as tendências internacionais e, aos
poucos, busca adequar sua legislação processual às
novas práticas de solução de conflitos.

Esse diploma fundamental é sucedido por uma série


de novas normas, como a lei dos juizados especiais,
a lei de arbitragem, além da instituição da comissão
de conciliação prévia trabalhista.

Contudo, a primeira grande regulamentação da


mediação no Brasil ocorreu apenas em 2010, com a
resolução nº 125 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A norma do órgão de fiscalização externa instituiu o


tratamento adequado do conflito de interesses como
uma política pública do Poder Judiciário.

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COMO A MEDIAÇÃO SURGE NA HISTÓRIA?

Com efeito, os tribunais foram obrigados a implementar centros de mediação de conflitos e expandir (ou
iniciar) o treinamento e recrutamento de mediadores.

Outrossim, houve a ampliação do espaço dedicado aos métodos autocompositivos no meio


jurídico, pavimentando o terreno para criação de câmaras privadas de mediação e para atuação de
advogados mediadores.

A seguir, em 2015 — embora o primeiro projeto date de 1998 (PL4827/98) —, a mediação ganha sua lei
própria (lei nº 13.140/2015).

Esse marco regulatório da mediação dispõe sobre os diversos aspectos do procedimento, desde seus princípios
informativos até os requisitos para formação e treinamento de mediadores no Brasil.

Vale ressaltar que, concomitantemente, o Novo Código de Processo Civil (lei nº 13.105/2015) também
disciplinou a atuação dos mediadores enquanto auxiliares da justiça (artigo 165 e seguintes).

Assim, as duas leis recentes se complementam na disciplina da técnica de autocomposição de litígios.

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COMO A MEDIAÇÃO SURGE NA HISTÓRIA?

IMPORTÂNCIA ATUAL DA MEDIAÇÃO

Atualmente, cada vez mais, a mediação é


vista como uma excelente alternativa à
litigância judicial. Isso porque o processo
não se apresenta como o mecanismo mais
adequado para solução de todas as disputas.

Ta l fa t o f i c a e v i d e n t e n a s re l a ç õ e s
continuadas. Sempre que existe uma
convivência posterior à dissolução do
conflito de interesses, a sentença judicial
não soluciona o verdadeiro problema.

Afinal, as relações de direito de família, de


direito societário e decorrentes de contratos
sucessivos exigem o cumprimento
constante de deveres que estão muito além
da decisão judicial.

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COMO A MEDIAÇÃO SURGE NA HISTÓRIA?

Por outro lado, a mediação ganha relevo como mecanismo célere de solução de problemas,
contrastando com a lentidão e morosidade da jurisdição.

Na Itália, por exemplo, o código de processo civil obriga a participação na primeira sessão de mediação
nos conflitos de família e faculta nos conflitos societários. Em ambos os casos, possibilita a desistência do
procedimento a qualquer tempo, em respeito à liberdade das partes.

Já nos EUA, existe, em alguns casos, a possibilidade de encaminhamento judicial. Contudo, nesse país, a
mediação está muito bem enraizada, de modo que ela acontece frequentemente de forma extrajudicial.

No Brasil, o cenário atual é igualmente de grande relevância da mediação. A legislação do nosso país deu
um passo fundamental ao reconhecer esse método autocompositivo em diplomas importantes, como o
código de processo civil e a lei de mediação. Além disso, há um crescimento do número de mediadores,
especialmente de advogados.

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Quais são os princípios
da mediação?
QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO?

A lei de mediação dispõe sobre o conjunto de diretrizes III — oralidade;


básicas que orientam a conduta dos mediadores,
partes e advogados em mediação. IV — informalidade;

Segundo essa: V — autonomia da vontade das partes;

A mediação será orientada pelos seguintes princípios: VI — busca do consenso;

I — imparcialidade do mediador; VII — confidencialidade;

II — isonomia entre as partes; VIII — boa-fé.

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QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO?

IMPARCIALIDADE DO MEDIADOR

O mediador intervém na relação entre as partes sem nenhum interesse pessoal, jurídico ou econômico na
solução do litígio.

Ou seja, ele não possui relação de prejuízo ou benefício patrimonial caso a solução favoreça uma parte,
tampouco deve ser próximo a um dos litigantes. Do contrário, deve declarar-se impossibilitado de atuar
na questão.

Por outro lado, durante a condução do procedimento, o profissional deve cuidar para não tomar
partido nas questões e discussões, sempre privilegiando o tratamento igualitário entre os envolvidos.

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QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO?

ISONOMIA ENTRE AS PARTES

A isonomia é a exigência de tratamento igualitário diante de situações essencialmente iguais. Assim, o


mediador não pode conceder privilégios a uma parte em detrimento da outra.

Essa norma é complementada ou orientada pelo princípio da equidade. A equidade é a correção da


lei no caso particular sempre que seu caráter geral e abstrato ocasionar uma injustiça.

Por exemplo, quando ambas as partes possuem iguais condições físicas, a isonomia nos proíbe de conceder
um acesso diferenciado a uma delas, ao passo que manter essa proibição diante de um deficiente físico
acarretaria uma injustiça no caso concreto.

Sendo assim, a isonomia, em alguns casos, precisa ser corrigida para produzir justiça na situação concreta.

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QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO?

ORALIDADE

A mediação não pode ser invalidada pela ausência de documentação dos atos praticados. Esse procedimento
privilegia o diálogo entre as partes e não visa a produção de provas. Logo, os depoimentos, orientações,
pedidos e afins adotam a forma oral.

Isso traz maior celeridade e contribui para redução da burocracia do procedimento. Contudo, não é uma
regra absoluta. Durante uma sessão, os mediadores e as partes podem e devem tomar notas visando a
memorização de pontos relevantes para o procedimento.

Por sua vez, é recomendável que os acordos sejam estipulados por escrito, inclusive homologados
judicialmente, embora não exista nenhum impedimento legal para que as pessoas confiem tão somente
na palavra empenhada.

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QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO?

INFORMALIDADE

A prática de atos na mediação, além


de em sua grande maioria orientada
pela oralidade, privilegia a liberdade
das formas.

Isto é, as ações das partes e


mediadores não precisam seguir
padrões fixos e obrigatórios para
serem consideradas válidas.

Em mediação, as comunicações
e agendamento de sessões não
precisam ser escritos, existe a
flexibilidade de horários e a dispensa
de burocracia nos pedidos realizados,
por exemplo. Ou seja, tudo acontece
privilegiando a informalidade.

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QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO?

AUTONOMIA DA VONTADE DAS PARTES

A mediação está fundamentada na liberdade


de escolha das partes. O mediador não deve
atuar de modo a impor uma decisão ou
forçar a anuência com propostas de acordo.

Por sua vez, os envolvidos não estão


obrigados a expor fatos ou fazer concessões
q u a n d o n ã o j u l g a re m c o n ve n i e n t e ,
tampouco a continuarem no procedimento.

Nesse sentido, ao lado da autonomia


da vontade, a voluntariedade também
pode ser colocada como um princípio do
procedimento. Isto é, a mediação existe em
virtude da liberdade das partes sobre seus
direitos e desenvolve-se porque essas assim
o decidiram.

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QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO?

BUSCA DO CONSENSO

Os mediadores devem buscar a pacificação das questões litigiosas por meio do uso de técnicas e estratégias
que criem condições para que as partes solucionem o conflito.

Tal princípio norteia a linguagem, postura e as decisões dos profissionais, orientando para adoção de
um comportamento que evite o acirramento dos ânimos e o espírito de disputa, elementos estes muito
presentes no processo judicial.

Nesse sentido, o procedimento deve privilegiar a colaboração entre os envolvidos. A mediação exige
a atuação conjunta dos litigantes na busca por um entendimento. É o chamado espírito colaborador.

27
QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO?

CONFIDENCIALIDADE

A mediação é sigilosa. Os atos praticados durante o procedimento não constituem prova, e o mediador não
pode ser chamado para testemunhar em favor de nenhum dos litigantes.

Esse compromisso se estende às partes e aos advogados, conforme o artigo 30 e seguintes da Lei de Mediação.
Por exemplo, caso um litigante grave a sessão de mediação, tal documento será considerado prova ilícita.
Logo, não será admitido, nos termos do artigo 5º, LVI da Constituição Federal.

Contudo, as informações referentes a crimes de ação pública não estão protegidas pela cláusula de sigilo.
Nessa lista, entram todos os delitos em que o Ministério Público é quem tem autoridade legal para provocar
um processo criminal, independentemente da manifestação de vontade de terceiros.

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QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO?

BOA-FÉ

O princípio da boa-fé exige (objetivamente) o comportamento segundo padrões éticos de conduta e


(subjetivamente) a ausência de dolo ou intuito de lesar o próximo.

Nesse sentido, a espécie objetiva traz consigo regras do tipo:

•• não violar a confiança legítima (a expectativa, fundamentada e razoável, de que se agirá de certa forma);

•• expor os fatos conforme a verdade;

•• não abusar das posições jurídicas conquistadas (por exemplo, o exercício lesivo inútil, ou seja, aquele que
prejudica terceiro, porém não gera nenhum benefício).

Por outro lado, o mediador deve esclarecer as partes sobre a necessidade de desenvolver uma mentalidade
cooperativa para o sucesso do procedimento. Afinal, os aspectos relacionados à boa-fé são de difícil controle,
especialmente em relação à sua espécie subjetiva.

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Quais as vantagens
de um advogado
ser mediador?
QUAIS AS VANTAGENS DE UM ADVOGADO SER MEDIADOR?

A diversidade e a complexidade dos conflitos de interesse exigem o domínio de técnicas específicas para
solução. O profissional de hoje precisa conhecer diferentes alternativas, a fim de aplicar o recurso mais
adequado à situação do cliente.

Sendo assim, a formação de mediador está entre as melhores extensões para advogados, tanto para melhorar
a qualidade dos serviços prestados como para inserção em um novo mercado. Veja algumas vantagens de
ser advogado mediador:

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QUAIS AS VANTAGENS DE UM ADVOGADO SER MEDIADOR?

POSSIBILIDADE DE EMPREENDER

A força de um escritório de advocacia, ao menos de um ponto de vista mercadológico, pode ser medida pelo
relacionamento com o cliente. Afinal, os conflitos de interesse surgem naturalmente, e o xis da questão é:
quem será procurado e contratado para lidar com o problema?

Acontece que o processo judicial não é o cerne do negócio, mas uma das soluções oferecidas pela advocacia.
Por exemplo, muitos advogados negociam com devedores, dão consultoria, fazem trabalho preventivo,
dentre outros serviços.

Sendo assim, ao se tornar mediador, o profissional tem uma nova área a ser explorada, podendo
complementar os serviços já prestados ou focar sua atuação na prática autocompositiva.

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QUAIS AS VANTAGENS DE UM ADVOGADO SER MEDIADOR?

DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

O artigo 334 do código de processo civil estabelece a audiência de mediação como parte do procedimento
comum brasileiro, ainda que nos dispositivos seguintes permita que a parte opte por não participar.

Sendo assim, ter conhecimentos mínimos a respeito dessa técnica autocompositiva se tornou uma exigência
do currículo de processo civil.

Logo, enquanto os estudantes universitários devem obrigatoriamente adquirir essas noções durante a
faculdade, os advogados precisam da atualização equivalente.

Com efeito, uma formação completa supre uma necessidade prática e atual dos profissionais, além de
desenvolver uma série de competências.

Durante a formação, o advogado aprimorará sua escuta, habilidade de negociação, compreensão sobre os
conflitos de interesse, capacidade de diálogo, etc.

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QUAIS AS VANTAGENS DE UM ADVOGADO SER MEDIADOR?

REDUÇÃO DO TEMPO COM PROCESSOS

A mediação é uma maneira célere de alcançar a solução do litígio, especialmente em virtude de sua
informalidade. O procedimento exige a prática de um menor número de atos para alcançar seus objetivos,
de modo que, não raras as vezes, as partes solucionam o problema logo no primeiro encontro com
os mediadores.

Outro ponto que agiliza a resolução das questões é o caráter colaborativo. Em mediação, as partes
perseguem a ideia comum de solucionar o litígio, ainda que tenham divergências, o que diminui a
possibilidade de atuação no sentido de atrasar o andamento do processo.

Assim, mesmo em mediações mais longas (questões de família, por exemplo), o término do processo ocorre
em, no máximo, cinco ou seis encontros e dificilmente ultrapassa a barreira de alguns poucos meses.

Por isso, os advogados podem se beneficiar com maior tempo livre para investir em casos mais complexos
ou em novas demandas, além de ser uma opção de remuneração no curto prazo.

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QUAIS AS VANTAGENS DE UM ADVOGADO SER MEDIADOR?

RESTABELECIMENTO DA COMUNICAÇÃO ENTRE


AS PARTES

A mediação também melhora a qualidade dos serviços


prestados, tornando-os mais adequados às necessidades
reais de cada caso.

Muitas vezes, o litígio dificulta uma relação continuada entre


sócios, familiares, contratantes, de modo que a decisão judicial
não elimina o problema.

A sentença impõe ou exclui obrigações jurídicas, todavia não


restabelece a comunicação e a confiança entre as pessoas.
Logo, diversas vezes, o ato do Juiz é apenas paliativo, o famoso
enxugar gelo.

Sendo assim, ao optar pela mediação, o advogado pode


oferecer um tratamento mais aprofundado das questões,
inclusive prevenindo a ocorrência de novas demandas judiciais.

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QUAIS AS VANTAGENS DE UM ADVOGADO SER MEDIADOR?

MAIOR SATISFAÇÃO DO CLIENTE

Essas vantagens mencionadas convergem para uma maior satisfação do cliente, o que dá início a um
processo de fidelização.

O contratante terá uma maior disposição de buscar os serviços do advogado à medida que vê os problemas
solucionados de forma adequada, célere e sem desgastes desnecessários.

Logo, seu retorno é extremamente provável diante de novos problemas. Isso permite, ao profissional
do direito, realizar o encaminhamento mais apropriado paras as novas demandas, seja o início de
um processo judicial, seja a busca por uma solução consensual.

Contudo, para obter tantas vantagens, o advogado precisa de uma formação especializada na área. Não
basta predisposição para mediar o conflito, o treinamento é vital. Continue e veja algumas dicas para
escolher um bom curso.

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Como escolher
o curso ideal?
COMO ESCOLHER O CURSO IDEAL?

Quando um advogado procura a formação de mediador, ele precisa ficar atento às características de cada
curso, sempre buscando a qualificação ideal.

Nesse sentido, alguns critérios podem ajudar bastante na escolha da instituição e da capacitação
mais apropriada:

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COMO ESCOLHER O CURSO IDEAL?

COMBINAÇÃO DE TEORIA E PRÁTICA

Os conhecimentos relacionados à mediação têm uma finalidade essencialmente prática, ou seja, visam
capacitar o profissional para exercer a função de mediador. É como aprender um novo instrumento. Ora,
não basta o acúmulo de informações sobre como tocar determinadas notas musicais, é preciso desenvolver
essa habilidade.

Por isso, na hora de escolher um curso de mediação, verifique o programa de ensino e descubra se
o curso possui módulos práticos voltados para o desenvolvimento das competências de mediador.

Por exemplo, a presença de visitas in loco, a atuação supervisionada por um especialista, contato com
mediadores experientes, etc.

39
COMO ESCOLHER O CURSO IDEAL?

CARÁTER MULTIDISCIPLINAR

A procura de qualquer curso passa pela busca


por um conteúdo de qualidade. Acontece
que, além disso, a formação de mediador
exige a presença de alguns temas específicos.

O primeiro deles é o aprendizado das técnicas


de mediação propriamente ditas, com as
quais o advogado poderá, de fato, auxiliar
as partes a restabelecerem o diálogo.

Outra é a combinação de conhecimentos de


disciplinas diversas. O curso deve abordar
t e m a s c o mo a ges tã o em m edia ç ã o,
ética, os aspectos legais, programação
neurolinguística (PNL), psicologia do conflito
e outros assuntos relevantes para uma
formação completa.

40
COMO ESCOLHER O CURSO IDEAL?

CONTEÚDO ATUALIZADO

A mediação está em constante evolução. Todos os dias inúmeros mediadores testam, aprimoram e criam
técnicas de facilitação do diálogo.

Sendo assim, o material do curso deve acompanhar essa evolução, principalmente considerando o que
acontece em outros países.

Os EUA, por exemplo, é um dos principais produtores de conhecimentos sobre a mediação, quase sempre
as novidades da área decorrem do que é praticado nesse país.

Dessa forma, conhecer as experiências da mediação lá fora pode ser um diferencial na sua formação.

41
COMO ESCOLHER O CURSO IDEAL?

NETWORKING

A possibilidade de compartilhar informações


e experiências é vital para incorporar as
competências e características de mediador.

Ao dialogar com mediadores formados e


estudantes, podemos conhecer como cada teoria
é testada e adaptada aos diferentes contextos.

Nesse sentido, quanto mais abrangente o


networking, maiores serão as experiências
de aprendizado. Um mediador estrangeiro,
por exemplo, pode alimentar e oxigenar o
procedimento realizado no Brasil com ideais e
conceitos novos.

Em suma, aprender mediação é uma


tarefa colaborativa.

42
COMO ESCOLHER O CURSO IDEAL?

CARGA HORÁRIA E FLEXIBILIDADE

Os cursos de mediação precisam de uma carga horária compatível com a quantidade de conhecimento
que será transmitida para o aluno.

Consequentemente, o ideal é buscar uma formação que supere as 80 horas de capacitação. Do contrário,
os assuntos serão abordados de forma corrida, ignorando certos tópicos essenciais para formação de
um mediador.

Por outro lado, a combinação de horas presenciais e a distância pode ser uma ótima opção. Afinal, a
flexibilidade permite a revisão de tópicos importantes até que eles sejam definitivamente absorvidos.

PROFESSORES QUALIFICADOS

Por fim, vale uma menção à necessidade de um corpo docente qualificado, capaz de aliar o conhecimento
do tema à didática.

Um professor experiente traduzirá os conceitos e ideias abstratas para realidade do aluno, possibilitando
o aprendizado. Logo, a competência desses profissionais é peça-chave para o sucesso do curso.

43
Conclusão
CONCLUSÃO

A mediação de conflitos, aos poucos, se consolida como uma alternativa viável para todos aqueles que
desejam fugir da morosidade e ineficiência do processo, especialmente nas relações continuadas.

Com efeito, o advogado de hoje pode colher frutos valiosos ao dominar essa técnica de autocomposição
de litígios. Trata-se de uma diversificação necessária dos serviços, dando a cada conflito o medicamento
adequado e, sempre que possível, mitigando os efeitos colaterais.

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CONCLUSÃO

O resultado são clientes mais satisfeitos, redução do tempo gasto com cada processo, novas
oportunidades de mercado, dentre outros benefícios.

Por outro lado, também surge a necessidade de buscar uma formação ideal, aquela que alie conhecimentos
teóricos e práticos, ensinados sob a perspectiva de colaboração mútua e intercâmbio de informações.

Sendo assim, esperamos que este e-book tenha despertado seu interesse por esse importante método de
solução de conflitos.

Aprofunde-se no tema e colha os benefícios dessa excelente área de atuação!

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Formada por uma equipe de professores altamente
qualificados, a Ambra College oferece cursos de graduação e
pós-graduação presenciais, blended ou on-line em 2 idiomas:
português ou inglês.

Com sede em Orlando, Flórida e credenciada pelo


Departamento de Educação da Flórida, a Ambra College conta
com turmas pequenas, oferecendo formação de qualidade
de maneira personalizada, o que garante mais eficácia no
aprendizado e alto grau de absorção dos conteúdos.

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