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Datas: 2018
Introdução ....................................................................................................................................... 4
Objectivos ....................................................................................................................................... 5
Conteúdos ....................................................................................................................................... 5
Propagação ................................................................................................................................... 34
Onda Terrestre .......................................................................................................................... 35
Onda espacial ........................................................................................................................... 36
Onda celeste ............................................................................................................................. 37
Propagação Ionosférica ........................................................................................................... 37
Camadas da Ionosfera ............................................................................................................. 38
Propagação VHF e UHF ........................................................................................................... 39
Propagação em linha de vista ................................................................................................. 39
Conclusão ..................................................................................................................................... 46
Hoje em dia estamos rodeados por sinais de telecomunicações, que como a própria
palavra indica, nos permitem comunicar à distância. Na sua forma genérica, para
que se estabeleça uma comunicação é necessário haver um emissor, um receptor
e um canal de comunicação.
Este manual debruça-se sobre o canal de comunicação e este capítulo introduz os
conceitos elementares que regem as telecomunicações.
4
Objectivos
Conteúdos
Conteúdos Tópicos
Conceitos fundamentais.
AM/DSB.
AM/SSB.
Circuitos moduladores e desmoduladores simples.
Receptor Super-heterodino.
Modulação de
Princípios de funcionamento.
Amplitude
Frequência Intermédia.
AGC.
Oscilador Local.
Frequência Imagem.
Dupla Conversão.
5
Circuito de Telecomunicações
Figura 1
6
Fundamentos de linhas de transmissão
Figura 2
A Fig. 1 mostra exemplos de uma linha simétrica (ou balanceada). Trata-se do cabo que
era largamente utilizado em TV há alguns anos atrás e que em gíria se designava por fita.
Esta linha é simétrica porque ambos os condutores são iguais e ambos transportam o sinal
de RF de tal modo que a corrente em cada fio está desfasada de 180º em relação ao outro.
A linha é balanceada porque nenhum dos dois condutores está directamente ligado à terra.
O isolamento entre condutores é normalmente feito com materiais do tipo plástico mas pode
ser também um isolamento a ar.
Pelo contrário, numa linha assimétrica ou não balanceada, os dois condutores são
desiguais e concêntricos. O condutor exterior (malha) está ao potencial da terra e serve de
blindagem, enquanto o condutor central (vivo) transporta a corrente de RF.
7
A Fig. 2 mostra a mais utilizada das linhas assimétricas: o cabo coaxial. Também aqui o
isolamento entre condutores (dieléctrico) é normalmente feito com materiais do tipo plástico
(polietileno) mas existem cabos coaxiais com isolamento a ar.
Figura 3
A fita e o cabo coaxial, utilizam-se para transportar sinais cujas frequências vão desde
frequências muito baixas (poucos Hz) até um máximo de cerca de 4GHz. Acima desta
frequência, e por razões que serão posteriormente explicadas, os sinais sofrem grandes
atenuações, mesmo para curtas distâncias e deixam de ter interesse prático.
Normalmente, para frequências acima de 4GHz, a linha de transmissão mais indicada é o
guia de ondas, (Fig. 2-3) e que se enquadra nas linhas assimétricas.
Figura 4
8
Figura 5
A grande vantagem da fibra óptica, para além da enorme quantidade de informação que
pode transmitir é sobretudo o facto de ser totalmente imune a interferências
electromagnéticas.
Ao iniciar o estudo das características das linhas de transmissão, convém fazer a distinção
entre linhas curtas e linhas longas:
Dá-se o nome de linha curta a uma linha cujo comprimento físico é inferior ao comprimento
de onda da corrente que a percorre; e dá-se o nome de linha longa a uma linha mais
comprida que esse comprimento de onda.
Suporemos, também, por princípio, que as linhas são uniformes quanto ao material,
dimensões, isolamento, etc., em toda a sua extensão.
As linhas de transmissão simétricas foram durante muitos anos, as linhas dominantes nas
telecomunicações, por serem as mais baratas e de menor atenuação mas actualmente a
sua utilização é cada vez mais restrita e praticamente já desaparecerem das aplicações
domésticas, tendo sido substituídas pelo cabo coaxial.
Como se disse anteriormente a impedância característica de uma linha (Z0) depende
exclusivamente da sua construção física.
Figura 6
Entidade Certificada por:
9
No caso concreto da linha simétrica (Fig. 2-11), Z0 é dada por:
A Fig. 2-12A mostra uma linha de transmissão do tipo coaxial, que actualmente é das mais
utilizadas. É uma linha não balanceada (assimétrica) porque tem uma blindagem que está
ao potencial da terra e por um condutor central. O condutor central transporta o sinal de RF
e a blindagem evita que a energia seja radiada para fora ou que as interferências exteriores
sejam induzidas no condutor central.
Assim, as perdas por radiação são minimizadas. Relembremos que na linha balanceada
(simétrica) a radiação também é mantida no mínimo porque os campos radiados por cada
condutor estão em oposição de fase e anulam-se.
Uma linha de transmissão coaxial tem uma impedância característica específica, tal como
tem uma linha balanceada.
Figura 7
10
A fórmula para cálculo dessa impedância é:
Ondas Progressivas
O circuito equivalente de uma linha balanceada, já foi indicado na Fig. 2-9. Existe indutância
porque sempre que flui corrente num condutor um campo magnético é produzido à volta.
Dado que existe uma diferença de potencial entre os dois condutores da linha de
transmissão devido ao desfasamento de 180º, existe também um campo eléctrico entre os
condutores.
Também estará presente um elemento resistivo em série devido à resistividade dos
condutores e haverá também uma resistência em paralelo devido às fugas no material
dieléctrico que separa os condutores.
Estas propriedades indutivas, capacitivas e resistivas da linha de transmissão, apresentam
uma impedância específica aos sinais sinusoidais de RF, que como já vimos se designa
por impedância característica e se representa por Z0.
Se um gerador de RF for ligado a uma linha infinitamente comprida, uma onda directa de
energia RF começa no gerador e viajará, ao longo da linha. A energia RF aplicada produz
uma quantidade específica de corrente na linha de transmissão e também produz uma
diferença de potencial que aparece entre os dois condutores.
A tensão
Entidade ea
Certificada corrente
por: estão sempre em fase e deslocam-se conjuntamente ao longo dos
11
condutores e se fosse possível visioná-las, tudo se passaria como se as ondas deslizassem
ao longo do eixo do condutor, da direita para a esquerda (ou da esquerda para a direita) tal
como indicado na Fig. 8.
Figura 8
Diz-se então que numa linha infinita, as ondas são progressivas (progridem ao longo da
linha). Estas características da linha infinita são melhor exemplificadas na Fig. 9A. Se
efectuássemos medidas do valor eficaz de corrente e tensão ao longo da linha com um
multímetro AC, verificaríamos que as amplitudes da tensão e da corrente são constantes
em todos os pontos de medida. O gráfico da tensão e corrente na linha de transmissão é
portanto o indicado na Fig. 9B.
Figura 9
Uma vez que a tensão (V) e a corrente (I) são constantes em todos os pontos, então, pela
Entidade Certificada por:
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lei de ohm, a impedância também será constante (Z=V/I). Consequentemente, uma linha
de comprimento infinito tem uma impedância constante, que é precisamente a impedância
característica Z0 já anteriormente estudada.
Ondas Estacionárias
Quando se aplica potência a uma linha de transmissão, aparece uma tensão e uma
Entidade Certificada por:
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corrente na linha e os seus valores dependem da impedância característica da linha (Z0) e
da potência aplicada. As ondas de corrente e de tensão viajam para a carga (Z0) e se Z0
= ZL a carga absorve toda a potência e nenhuma é reflectida. Neste caso, as únicas ondas
presentes na linha são as ondas progressivas de tensão e corrente que viajam do gerador
para a carga.
Contudo, se ZL é diferente de Z0 alguma potência é absorvida e a restante é reflectida.
Assim sendo, haverá uma onda de corrente (e de tensão) que está a viajar em direcção à
carga (onda incidente) e haverá outra onda de corrente (e de tensão) que está a viajar da
carga para o gerador (onda reflectida). Isto é mostrado na Fig. 2-10 onde se representa a
corrente incidente e a corrente reflectida numa linha em aberto (sem qualquer carga).
Figura 10
Repare que neste caso, a onda incidente e a onda reflectida de corrente, são iguais mas
em oposição de fase pois caminham em sentido inverso. Estas duas ondas, viajando em
sentidos diferentes irão somar-se ou subtrair-se alternadamente devido às suas diferenças
de fase relativas e formar assim o que se chama de onda estacionária, porque se fosse
possível observar a resultante das duas ondas essa resultante pareceria estar fixa.
A Fig. 2-17 mostra a forma das ondas estacionárias de corrente e de tensão para o mesmo
caso de uma linha em aberto.
Na figura pode ver-se que há máximos e mínimos estacionários de corrente e de tensão.
Compare estas formas de ondas com as da Fig. 2-15B (linha infinita ou correctamente
terminada).
Na linha infinita ou correctamente terminada não há ondas reflectidas que possam interferir
com as ondas incidentes, porque não há reflexão.
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Como é que se desenvolvem então estas ondas estacionárias?
Figura 11
A reflexão que ocorre no circuito aberto afecta tanto a tensão como a corrente. A tensão
reflectida começa então a viajar de regresso para o gerador, sem alteração de fase (porque
a tensão é a mesma e tem ao mesmo sinal) mas a corrente é reflectida com uma inversão
de fase de 180º (porque o sentido da corrente reflectida é o inverso da corrente incidente).
Consideremos então um ponto que se situa exactamente à distância de ¼ ℷ do fim da linha
em aberto.
Aí, a tensão é permanentemente zero como mostrado na Fig. 2-17 porque as ondas
incidente e reflectida estão desfasadas de 180º. Isto ocorre porque a onda reflectida tem
que viajar uma distância de ¼ ℷ + ¼ ℷ ou seja ½ ℷ a mais do que a onda incidente. Como
½ ℷ corresponde a uma alteração de fase de 180º, as duas ondas cancelam-se e neste
ponto a tensão é zero.
A onda de corrente também viaja um adicional de ½ ℷ, mas como sofreu uma inversão de
fase de 180º na reflexão, a inversão de fase total, será, neste caso, de 360º.
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Portanto, como a onda incidente de corrente e a onda reflectida estão em fase, os seus
valores reforçam-se e ocorre um máximo de corrente, justamente no ponto onde ocorre um
mínimo de tensão.
A Fig. 12 mostra ainda que a ½ ℷ da carga há um mínimo de corrente (zero neste caso) e
um máximo de tensão. Isto acontece porque as ondas incidentes e reflectida de tensão
estão agora em fase (a tensão viajou ½ ℷ+ ½ ℷ = ℷ ou seja 360º). Neste mesmo ponto, as
ondas incidente e reflectida de corrente cancelam-se porque há uma inversão de fase
adicional de 180º na onda reflectida.
Verifica-se assim que pontos de máximos e mínimos se repetem cada meio comprimento
de onda e se invertem a cada quarto de comprimento de onda. Note que esta condição é
permanente e que é condicionada apenas pelo valor da carga.
A Fig. 12 mostra as ondas estacionárias que se formam numa linha de transmissão mas
agora em curto-circuito. Aqui a corrente na carga é máxima e a tensão é obviamente zero
porque a carga é um curto-circuito.
Figura 12
Ondas electromagnéticas
Sempre que num condutor circula corrente, existe um campo magnético (Fig. 2a) e sempre
que há diferença de potencial, existe campo eléctrico (Fig.2b). Estes conceitos já são
familiares da electrotecnia e da electrónica, onde o campo magnético aparece normalmente
associado à bobine e o c a m p o eléctrico associado ao condensador.
Figura 13
Figura 14
As linhas de força (Fig. 3a) passam, por fora da antena (circuito oscilante), afastando-se
dela no espaço, e não podem portanto devolver a sua energia ao circuito de onde provêem
no momento em que a corrente ou a tensão se anula. São, pelo contrário, impelidas para
o exterior pelo novo campo que, entretanto, muda de polaridade. Como estes campos que
se afastam são portadores de energia, a antena está permanentemente a perdê-la e,
portanto, tem de a receber do circuito electrónico ao qual está ligada.
17
As Fig. 1-3b) e c) mostram graficamente a formação do campo eléctrico E e do campo
magnético H durante uma semi-oscilação. As linhas de força eléctrica têm origem nas
cargas positivas e terminam nas cargas negativas.
Figura 15
18
rádio) e os trabalhos de Marconi (inventor da antena e realizador prático). Mais tarde, a
contribuição de outros pesquisadores, conduziu ao enorme mundo das telecomunicações
de que hoje somos totalmente dependentes.
Figura 16
A Fig. 1-5, mostra um gerador ligado a uma antena que lança para o ar o campo eléctrico
E1, o qual gera o campo magnético H1 que por sua vez gera o campo eléctrico seguinte
(E2) e assim por diante.
A velocidade de propagação deste sinal no vazio e no ar, é igual à velocidade da luz, que é
c = 3 x 108 m/s.A unidade de intensidade do campo eléctrico é o V/m e a unidade de
intensidade do campo magnético é o A/m.A relação entre E (V/m) e H (A/m) tem o nome
de impedância do meio, Z = E / H, que no vácuo e no ar, tem o valor de Z=377 Ω.
19
Figura 17
A intensidade de sinal (ou melhor dito, a intensidade de campo) e, com ela, a energia
radiada, diminui à medida que nos afastamos da antena. Isto compreende-se com
facilidade, visto que a energia se vai "diluindo" à medida que a onda se vai propagando no
espaço. Assim, se a uma distância de por exemplo, de 20 km da antena, o valor eficaz da
intensidade de campo for de 100 mV/m, a 80 km será já de apenas 25 mV/m (a quarta
parte) e a 100 km reduzir-se-á a 20 mV/m (a quinta parte).
Comprimento de Onda
Na grande maioria dos circuitos electrónicos, (à excepção dos circuitos com frequências
muito altas), as distâncias percorridas pelo sinal dentro do próprio circuito são tão pequenas
que podem ser completamente ignoradas. Contudo, nas telecomunicações, as ondas
electromagnéticas vão percorrer grandes distâncias, e este factor, a distância percorrida,
tem que se ter em conta.
A velocidade da onda electromagnética é praticamente igual à velocidade da luz, e portanto,
após 1 segundo, a primeira onda emitida por um emissor estará à distância, de 3x108m, e
atrás dela estarão enfileiradas "f" outras ondas, onde "f" é a frequência da emissão ou seja,
o número de Hz ou ciclos por segundo (Fig. 1-6).
Figura 18
20
Define-se comprimento de onda (ℷ) como sendo a distância que a onda percorre num ciclo
(Fig. 1-7). Obtém-se dividindo a distância percorrida num segundo (d=3x108m/s porque no
ar, os sinais viajam à velocidade da luz) pelo número de ondas (f) produzidas durante esse
segundo.
Figura 19
Bandas de frequências
O som, o calor, os Raios X, as ondas de rádio, etc, embora tenham efeitos muito diferentes,
são ondas electromagnéticas, que se propagam no espaço e que se distinguem apenas
pela sua frequência e consequentemente, pelo seu comprimento de onda.
A Fig. 1-8, mostra as bandas de frequências relacionando-as com os respectivos
comprimentos de onda.
Foram atribuídos nomes às bandas mais utilizadas nas telecomunicações e que vão desde
a banda de LF (30-300KHZ) até à banda de EHF (30-300GHz). As mais utilizadas em rádio
e televisão são as de VHF (Very High Frequency) e UHF (Ultra High Frequency).
21
Figura 20
22
Medição de Onda Estacionaria
Figura 21
23
O medidor de SWR deve ser ligado em série, na linha de transmissão, entre o emissor e a
carga ou antena.
A vantagem dum equipamento que mede SWR, é que dá uma leitura directa e imediata do
valor da onda reflectida.
Contudo, quando não se dispões de um medidor de SWR, pode utilizar-se um wattímetro.
Com este equipamento mede-se primeiro a potência incidente e depois a potência
reflectida. Através de cálculo matemático, é então possível determinar o valor da relação
de onda estacionária.
Fibra Óptica
A Fibra Óptica é a linha de transmissão mais moderna e para a qual se augura um longo e promissor
futuro pois para além das aplicações em telecomunicações começa já a ter aplicação doméstica.
Enquanto nas outras linhas de transmissão, a transmissão é feita através de sinais eléctricos de
frequências relativamente baixas (máx. GHz), no cabo de fibra óptica a transmissão é feita através
de sinais de luz o que a torna imune a qualquer tipo de interferências electromagnéticas.
A fibra óptica, exteriormente, é semelhante ao cabo coaxial porque também tem um núcleo central
e um revestimento externo (Fig. 2-28). O núcleo tem a espessura inferior à de um cabelo e é feito
em vidro, ou de um tipo especial de plástico.
Figura 22
24
No núcleo é injectado um sinal de luz proveniente de um LED ou laser, modulado pelo sinal
transmitido, que percorre a fibra e se reflecte ao longo dela. Chegando ao destino, o sinal
luminoso é descodificado em sinais digitais por um segundo circuito chamado de fotodíodo.
O conjunto dos dois circuitos é chamado de CODEC (codificador/descodificador).
Existem dois tipos de cabos de fibra óptica, chamados de cabos monomodo e multimodo.
Enquanto o cabo monomodo transmite apenas um sinal de luz, os cabos multimodo podem
transportar vários sinais diferentes dentro do cabo.
Como se mostra na Fig. 23, nos cabos multimodo, o sinal viaja batendo continuamente nas
paredes do cabo, tornando-se mais lento e perdendo a intensidade mais rapidamente.
Figura 23
Já os cabos monomodo têm uma transmissão mais rápida do que os cabos multimodo, as
fibras podem ser multimodo ou monomodo as vantagens da fibra óptica são o isolamento
electromagnético perfeito, permite comprimentos muito longos de cabo e alta taxa de
transferência.
Tipos de Antenas
Entidade Certificada por:
25
Para que um sinal de rádio ou televisão seja transmitido para o espaço e posteriormente
recebido, é sempre necessária a existência de antenas.
Neste capítulo serão abordadas as características genéricas das antenas e os seus tipos
mais utilizados.
Depois de um emissor gerar o sinal de RF, tem que haver algum método de radiar esse
sinal para o espaço. Tem também que haver algum método de, no receptor, se interceptar
(captar) esse sinal. As antenas são os dispositivos que permitem estas duas operações.
Uma antena é geralmente feita em metal, (muitas vezes apenas um fio ou varetas de
alumínio) e converte a corrente de alta frequência em ondas electromagnéticas para a
emissão e faz exactamente o contrário na recepção.
As antenas de emissão e de recepção têm funções diferentes mas comportam-se
exactamente da mesma forma, pois o seu comportamento é absolutamente recíproco.
As primeiras antenas, foram construídas por Heinrich Hertz em 1888, com a finalidade de
pôr em prática as teorias electromagnéticas propostas por Maxwell.
Com esse dispositivo (Fig. 24), Hertz transmitiu e recebeu ondas electromagnéticas a cerca
de 5 metros de distância.
A antena de emissão era formada por duas placas de metal ligadas a dois bastões
metálicos, que por sua vez se ligavam a duas esferas, separadas entre si por uma distância
pré-determinada. Nas esferas eram adicionadas bobinas que geravam descargas de alta
tensão por faísca no espaço entre as esferas, produziam ondas electromagnéticas
oscilatórias nos bastões e que podiam ser captadas numa outra antena de recepção.
26
Figura 24
A antena de recepção era constituída por um laço de fio metálico com uma pequena
ranhura. A faísca produzida no emissor era detectada na recepção por uma pequena faísca
na ranhura demonstrando na prática tudo que Maxwell previra na teoria.
Desde estas primeiras antenas até a actualidade, os princípios físicos foram sendo
aprimorados e descobertas novas maneiras e tecnologias de transmitir e receber sinais
electromagnéticos e nas modernas telecomunicações, as antenas são em alguns casos,
estruturas de extrema complexidade mas sem elas seria totalmente impossível imaginar o
nosso mundo de telemóveis, GPS e Wi-Fi, para só citar alguns casos.
Tipos de Antenas
Figura 25
Entidade Certificada por:
27
Note que a linha de transmissão está ligada a cada elemento e que as correntes em cada
elemento estão em fase pois os comprimentos da linha de transmissão para cada elemento
são exactamente iguais.
O resultado é um diagrama de radiação mostrado na Fig. 26B.
A linha ponteada representa o diagrama de radiação que é obtido com um só dipolo. A linha
tracejada mostra a directividade acrescida obtida com dois dipolos. Finalmente, a linha
cheio mostra o diagrama de radiação para os 4 dipolos colineares.
Figura 26
Normalmente neste tipo colinear de array, os dipolos não ficam na horizontal como indicado
na Fig. 26 mas sim na vertical (Fig. 26). Isto dá cobertura omnidireccional no plano
horizontal mas no plano vertical dirige a energia para baixo em direcção à linha do horizonte
o que aumenta o raio de cobertura em VHF e UHF. É por isso a solução preferida pelas
emissoras de rádio, TV e telemóveis que usam preferencialmente este tipode array.
Outra forma muito divulgada de array alimentado é o array logaritmico-periódico (log-
periodic). Este nome deriva do facto de que os comprimentos dos elementos são diferentes
entre si mas estão relacionados logaritmicamente.
28
Figura 27
Cada elemento é sintonizado para uma frequência e serve como director para o elemento
seguinte e como reflector para o elemento antes dele.
Contudo, a sua maior vantagem, é uma grande largura de banda (cobre VHF e UHF).
Enquanto as antenas YAGI operam em bandas muito estreitas de frequência a antena log-
periodic pode operar em gamas muito vastas de frequências e sempre com o mesmo ganho
e directividade.
Um exemplo: para um SWR menor que 2:1, uma log periódica pode trabalhar de 100 a 900
MHz, enquanto que para o mesmo SWR, a Yagi só trabalharia entre 100 e 200 MHz.
Antenas Parabólicas
Para a frequência de 10GHz o comprimento de onda é de 3cm. O dipolo de ℷ/2 teria portanto
cerca de 1,5 cm. Uma antena Yagi ou uma antena log-periódica com elementos
tão pequenos é inviável porque eles têm a dimensão do próprio suporte onde ficariam.
29
Não é possível fabricar yagis para frequências tão altas.
A solução para emissão ou recepção de frequências acima dos 4 GHz são as antenas da
família das parabólicas. Mas porque não se usam parabólicas para frequências abaixo dos
4GHz?
Figura 28
Repare que para uma frequência de sinais de TV terrestre, da ordem dos 400MHZ, seria
preciso uma antena parabólica de 2,4 de diâmetro (preço da ordem de muitas centenas de
euros) para obter o mesmo ganho que uma antena YAGI (muito mais simples de instalar e
preços da ordem da dezena de euros).
As antenas parabólicas que vamos analisar, embora obedecendo ao mesmo princípio,
fazem parte de 3 tipos distintos (Fig. 3-20): antena de foco primário, antena offset e antena
cassegrain
Figura 29
30
Antena de Foco Primário
Quando falamos em antena parabólica fica a sensação de que a parábola é que é a antena.
Mas não é o caso. A antena que vai captar o sinal é uma antena do tipo Marconi de quarto
comprimento de onda tal como já descrito anteriormente.
O problema é que a antena Marconi tem ganho de 0dbi e portanto como os sinais de satélite
que chegam à terra são fraquíssimos, ela nada receberia.
Um sinal de satélite para poder ser utilizado precisa pelo menos de uma antena que tenha
cerca de 40dB de ganho. Como conseguir esse ganho?
Utilizando um reflector, pode-se concentrar muito mais energia num ponto só. É essa a
filosofia da antena parabólica: a antena marconi fica no foco da parábola e recebe todo o
sinal que é captado pelo reflector parabólico Fig. 30
Os satélites comerciais actuais trabalham com frequências na ordem de 10GHZ o que
corresponde a comprimentos de onda de 3cm e a uma antena Marconi de apenas 7,5mm.
Não seria viável colocar tão pequena antena no foco por isso o que se coloca é a antena
já dentro de uma bloco amplificador e conversor que normalmente se designa por LNB (low
noise Block)
Figura 30 Figura 31
A tabela da Fig. 32 indica os ganhos de uma antena parabólica em função do seu diâmetro
Entidade Certificada por:
31
e da frequência que está a captar.
Repare que para o mesmo tamanho quanto maior a frequência maior o ganho.
Da mesma forma repare que para a mesma frequência quanto maior o tamanho maior o
ganho.
Figura 32
Antenas Offset
A antena offset é uma parte de parábola que foi cortada de tal forma que o braço de suporte
para o LNB e o próprio LNB não irão fazer sombra sobre a área útil do reflector, tal como
acotece nas antenas de foco primário.
Isso pode ser melhor explicado recorrendo à Fig. 33.
Repare que a inclinação da antena faz com que todos os raios incidentes batam na
Entidade Certificada por:
32
superfície reflectora e não interfiram com o LNB ou o suporte.
Como os satélites actuais são de alta potência, a grande maioria das antenas que
actualmente se instalam são do tipo Offset.
Figura 33
Antenas Cassegrain
A antena Cassegrain é uma antena do tipo offset mas que tem dois relectores em vez de
só um (Fig. 34).
Figura 34
O efeito produzido é assim semelhante ao que aconteceria com a utilização de duas lentes.
Entidade Certificada por:
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Enquanto que numa antena offset o rendimento é de cerca de 65% (relação entre o sinal
que incidiu na parábola e a quele que realemnte foi aproveitado) na antena cassegrain esse
rendimento é da ordem dos 75%.
O principio de funcionamento está ilustrado na Fig. 29.
Só não se utiliza mais esta antena porque é muito mais cara que a offset simples.
Propagação
A energia radiada por uma antena de emissão viaja no espaço em muitas direcções e à
medida que a distância vai aumentado, essa energia espalha-se por uma área cada vez
maior e consequentemente, a intensidade de campo diminui.
Normalmente existem vários caminhos pelos quais o sinal emitido por uma antena emissora
pode atingir uma antena receptora. O melhor desses caminhos é sempre aquele que tem
uma menor atenuação do sinal e consequentemente o que produz uma maior intensidade
de campo na antena receptora.
A propagação directa é a que maior interesse oferece. Nela, a onda emitida pela antena
emissora atinge a antena receptora em linha recta sem sofrer nenhum desvio.
34
Figura 35
Na propagação por reflexão a onda é reflectida por um obstáculo. Este tipo de propagação
pode ser indesejável, visto que podem chegar à antena receptora dois ou mais sinais
desfasados (pois as suas trajectórias são de diferentes comprimentos, que, no caso da
recepção de imagens de TV, produzem as conhecidas e incómodas imagens com
fantasma.
Para evitar este efeito, deve-se utilizar antenas de grande directividade e correctamente
orientadas em relação ao emissor.
Na propagação por difracção a onda segue as encostas dos montes ou a linha do horizonte.
Na propagação por refracção a onda é refractada nas camadas da ionosfera.
Este fenómeno é devido ao estado de ionização dessa zona da atmosfera.
Convém dizer aqui que, com este tipo de propagação, desde que existam as devidas
condições, se pode captar emissões muito longínquas e impossíveis de receber em
propagação directa.
Onda Terrestre
Entidade Certificada por:
35
A onda terrestre (Fig. 35A) é uma onda de rádio que se propaga acompanhando a
superfície da terra. Nas bandas LF e MF é o modo de propagação predominante. Estas
ondas de solo têm grande comprimento de onda tendem a seguir a curvatura da terra e
viajam assim muito para além da linha do horizonte.
Contudo, à medida que a frequência aumenta, a onda de solo é mais absorvida pelas
irregularidades do terreno (colinas, montes, etc) que assumem dimensões significativas em
comparação com o comprimento de onda. Por exemplo, a 30KHz o comprimento de onda
é de 10km. Mesmo grandes montanhas são insignificantes quando comparadas com este
comprimento de onda e consequentemente, a atenuação da onda de solo é muito pequena
a estas frequências. Mas a 3MHz, o comprimento de onda é de 100m o que é
suficientemente pequeno para que colinas, árvores e grandes edifícios possam absorver a
onda de solo.
Uma forma de aumentar a distância alcançada pela da onda de solo é utilizar polarização
vertical. Na realidade, na polarização horizontal o campo eléctrico é paralelo à superfície
da terra e como tal a onda de solo é como que curto circuitada pela condutividade da terra.
Como esta onda só é utilizada nas bandas de LF, e MF, as antenas Marconi apresentam
problemas de tamanho. Por esta razão e outras, há poucos serviços em LF. A maioria dos
serviços é em MF onde as antenas são mais práticas.
Onda espacial
Quando a frequência do sinal emitido vai para além de 4 ou 5 MHz, a onda de solo só existe
durante alguns (poucos) quilómetros. Nestas frequências e superiores, particularmente em
VHF e UHF, é possível transmitir muito mais longe usando a onda espacial.
Quando as antenas de emissão e recepção estão em linha de vista, diz-se que se trata de
uma onda directa. A propagação directa está limitada à linha de vista ou seja à linha do
horizonte. Na prática ela vai cerca de 1/3 mais além devido ao efeito de curvatura da terra.
Para aumentar a distância da propagação directa há que aumentar a altura de ambas as
antenas de emissão e recepção ou como é mais fácil, da antena de emissão. É Por esta
razão que as antenas de rádio e TV estão no alto de torres ou de edifícios.
Outra forma de propagação por onda espacial é a comunicação por satélite ou as
comunicações de e para aviões.
36
A propagação por onda espacial é normalmente utilizada em VHF, UHF e SHF.
Onda celeste
Figura 36
Propagação Ionosférica
As ondas celestes que regressam à terra da ionosfera, vêm de diferentes alturas acima da
Entidade Certificada por:
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terra e dependem da frequência e do momento (hora) da refracção.
Este fenómeno mostra que existem várias camadas de ionização. Isto é devido a que
diferentes gases que constituem a atmosfera da terra, se ionizam a diferentes pressões e
são também afectados de forma diferente pela radiação ultravioleta e pelo
bombardeamento dos raios cósmicos.
Camadas da Ionosfera
O número de camadas presentes, a sua altura acima da terra, e a forma como elas
refractam mais ou menos as ondas electromagnéticas depende de muitos factores
interrelacionados mas como o factor de maior influência é a radiação solar.
Estes factores variam de hora a hora, dia a dia, mês a mês, estação a estação, ano a ano
e até década a década. O factor de maior influência é a radiação do sol.
Figura 37
A radiação solar aumenta a densidade das camadas da ionosfera e como varia com as
horas do dia , assim variam as camadas. Também outras perturbações solares ou
magnéticas influenciam as camadas. A Fig. 37 mostra as várias camadas da ionosfera.
A camada mais baixa, chamada a camada D, está a cerca de 50Km de altitude e existe
apenas durante o dia. Esta camada é a mais afastada do sol e portanto a sua ionização é
fraca. Por esta razão a camada D não afecta a direcção da propagação das ondas.
38
celeste no caminho ascendente e novamente no caminho descendente.
A camada D também absorve completamente os sinais de MF (30KHz-300KHz), pelo que
estes sinais ficam limitados a propagação por onda terrestre durante o dia. Quando a
camada D desaparece, à noite os sinais de MF podem então propagar-se muito mais longe
pela camada.
A camada E, estende-se desde aproximadamente os 80 Km até aos 120 Km acima da
superfície da terra. Ela tem um máximo de densidade durante a tarde mas é muito
fracamente ionizada à noite. Possibilita as comunicações em LF e MF (300Khz-3MHz)
durante a noite.
Esta camada é muito apreciada pelos radioamadores por em determinadas circunstâncias,
possibilitar comunicações em frequências acima de 50MHz a distâncias que podem
ultrapassar os 2000Km. Isso acontece quando existe uma "esporádica E".
A esporádica E, forma-se quando durante determinado tempo (especialmente no inicio do
verão) existem zonas fortemente ionizadas por condições anómalas de actividade solar,
possibilitando a reflexão de sinais de frequências muito elevadas. A altitude a que se situa
a nuvem ionizada e a densidade da ionização determinam a distância do salto para um
determinado ângulo de incidência. Uma das formas de verificar que estamos perante uma
esporádica "E", é o aparecimento de estações de rádio FM ou de TV que estão a emitir a
mais de 1500km de distância.
A última camada, (camada F) é muito variável. À noite é uma única camada e fica a cerca
de 200 Km da superfície. Contudo, durante o dia, quando a radiação solar é máxima, ela
separa-se em duas camadas chamadas F1 e F2. A camada F1 fica entre 140 Km e 200
Km. A camada F2, que é a mais próxima do sol, é ainda mais variável, e vai desde os 200
Km até aos 250 Km num dia de inverno e entre os 200 e os 350 Km num dia de verão.
O factor limitativo nas comunicações VHF e UHF é a curvatura da terra e o relevo do terreno
Entidade Certificada por:
39
local.
A Fig. 38 mostra um link típico de comunicação em linha de vista (ou ponto a ponto).
A distância entre as antenas H1 e H2 está limitada pela curvatura da terra.
Na prática, a linha de vista das comunicações é cerca de 1/3 mais do que a linha de vista
óptica (linha do horizonte) porque a terra exerce uma certa refracção sobre a onda.
Esta refracção deve-se ao decréscimo linear da densidade da atmosfera à medida que a
altitude aumenta.
Figura 38
O que acontece é que o topo da onda viaja ligeiramente mais depressa do que o fundo.
Como resultado a onda encurva ligeiramente para baixo para seguir a curvatura da terra
para além do horizonte óptico (Fig. 39).
Figura 39
40
Figura 40
A Fig. 40 mostra um link típico de comunicação por difusão troposférica. Aqui, um emissor
de UHF de alta potência usa uma antena direccional de alto ganho para transmitir energia
em direcção à linha do horizonte. Esta energia é então difundida em todas as direcções
mas para que uma pequena parte é ainda recebida no receptor.
As razões para este fenómeno não são ainda totalmente compreendidas, mas julga-se que
ele seja devido a reflexões por irregularidades na atmosfera (troposfera) ou a reflexões nas
camadas atmosféricas.
A verdade é quer o fenómeno existe e é fiável, como método de estender as comunicações
de UHF muito para alem da linha do horizonte.
As melhores frequências para este método são 900 MHz, 2 GHz, e 5 GHz.
A distância típica para um link troposférico é de 300 a 1000 Km. Comparado com o máximo
de 100 Km para uma onda em linha de vista, a difusão troposférica é muito apelativa.
O único problema é que são imprescindíveis emissores de alta potência, receptores de alta
sensibilidade e antenas extremamente directivas, normalmente arrays altamente
elaborados. Assim, o custo destes sistemas é muito alto comparado com os sistemas
convencionais de onda directa, o que por vezes torna preferível usar vários repetidores
entre dois pontos ou cabo coaxial para cobrir a mesma distância. Mesmo assim, a difusão
troposférica tem sido utilizada nas comunicações militares, nas comunicações com
plataformas petrolíferas muito afastadas da costa e também quando a zona a cobrir tem
muitas montanhas ou é de difícil acesso. Contudo, é um sistema que está em declínio pois
a comunicação por satélite permite muito maiores distâncias e com muito melhores
condições.
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Em condições normais, à medida que se sobe em altitude, o ar vai ficando cada vez mais
frio. Existem contudo algumas excepções como por exemplo no norte de África, Médio
Oriente e Austrália, onde em zonas costeiras e sobre o mar, há condições muito propícias
para o aparecimento de camadas de ar quente em altitude (troposfera).
Chama-se a este fenómeno inversão de temperatura.
Figura 41
Figura 42
O ar quente e a terra formam assim uma espécie de paredes de uma conduta que actua
de Certificada
Entidade forma parecida
por: com um guia de ondas. Os sinais nesta conduta podem seguir a
42
curvatura da terra durante centenas ou milhares de quilómetros com degradação mínima.
Este fenómeno explica a óptima recepção em Portugal de sinais de TV em UHF emitidos
nas Canárias.
Embora menos comuns, também se podem formar condutas troposféricas em altitude de
3Km ou mais. Nestes casos o sinal viaja dentro da conduta como mostra a Fig. 42. É um
tipo de propagação semelhante ao do guia de ondas e os sinais podem viajar milhares de
quilómetros.
Uma característica interessante desta forma de conduta é que tanto a antena de emissão
como a de recepção devem estar dentro da conduta para o sinal ser máximo, o que nem
sempre é fácil.
Como os sinais têm comprimento de onda, o tamanho da conduta é que determina quais
as frequências máxima e mínima que se podem propagar.
Por outras palavras: condutas estreitas só deixarão passar sinais de UHF, enquanto
condutas mais largas deixam passar VHF e UHF.
Sinais em condutas troposféricas podem viajar de 1500Km ou mais, mas o habitual é entre
800 e 1200Km. Estes sinais são habitualmente muito intensos e chegam a produzir
interferências com emissoras locais.
Também se podem formar condutas com base noutros fenómenos meteorológicos como
por exemplo durante o arrefecimento nocturno depois de um dia de muito calor. A terra
perde calor que sobe e acaba por constituir uma conduta que se mantém durante a noite e
desaparece de manhã com o aquecimento da terra.
43
Figura 43
Figura 44
44
Normalmente, excluindo as regiões polares, bastam 3 satélites equidistantes para fazer a
cobertura completa da terra.
Figura 45
Na prática são usados muitos mais, pois cada satélite tem um fim específico e destina-se
a uma área restrita. Um satélite que pretenda apenas cobrir a Europa, terá antenas
direccionais e a sua potência será mais orientada para a Europa, onde o nível de sinal na
recepção será maior. A Fig. 45 mostra um satélite apontado ao reino Unido e exemplifica o
que acabou de ser dito. Podem também ver-se quais os diâmetros de antena necessários
para captar o referido satélite.
O satélite consiste de uma antena direccional (usada na recepção e na emissão) e
emissores/receptores chamados de transponders. O receptor não desmodula o sinal do
uplink, de 14-15Ghz, apenas o converte para a gama dos 11-12 GHz, o amplifica e o aplica
à antena.
Os modernos satélites têm transponders de 110W ou mais o que é uma potência de
emissão muito razoável e que permite a captação na zona de cobertura com antenas de
pequenas dimensões.
A comunicação por satélite é na realidade a mais fiável e mais extensiva das que
actualmente se usam e agora mais difundida ainda com a massificação do GPS e da
recepção satélite de TVe rádio.
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Conclusão
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