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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

DEREK DE OLIVEIRA RIBEIRO


EMILLYN CAROLINE DA SILVA GOMES
GABRIELA TEODORAK DE SOUSA
JANAÍNA DE MACEDO SILVA
KÁTIA JANAÍNA BERGANTON
LORENA JARDIM TREVISANUTO
MAITÊ SANTANA DE QUEIROZ
PEDRO PAULO FRANCISCO DA SILVA
RENATA ALVES SOUZA

TEORIA DA PSICANÁLISE
ANÁLISE DE UM CASO CLÍNICO: FOBIA DE GALINHAS

São Paulo, SP
2019
DEREK DE OLIVEIRA RIBEIRORA: 818132425
EMILLYN CAROLINE DA SILVA GOMES RA:818138267

GABRIELA TEODORAK DE SOUSA RA: 818134624


JANAÍNA DE MACEDO SILVA RA: 818117904
KÁTIA JANAÍNA BERGANTON RA: 818148100

LORENA JARDIM TREVISANUTORA: 818113510


MAITÊ SANTANA DE QUEIROZ RA: 818132743
PEDRO PAULO FRANCISCO DA SILVA RA: 81818725
RENATA ALVES SOUZA RA: 81818627

TEORIA DA PSICANÁLISE
ANÁLISE DE UM CASO CLÍNICO: FOBIA DE GALINHAS

Análise de um caso clínico apresentado à


disciplina de Teoria da Psicanálisedo Curso
Superior de Psicologia da Universidade São Judas
Tadeu, como parte do curso de graduação em
Psicologia.

Profº Roberto Garcia

São Paulo, SP
2019
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SUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................................................... 4
2. Descrição do caso........................................................................................................................ 5
3. Itens da análise
3.1 Queixa principal .................................................................................................................... 6
3.2 Informações sociodemográficas............................................................................................ 6
3.3 Atos falhos ............................................................................................................................ 6
3.4 Sintomas................................................................................................................................ 6
3.5 Conteúdo emocional manifesto............................................................................................. 7
3.6 Conteúdo emocional latente.................................................................................................. 7
3.7 Comportamento reminiscente da fase oral ............................................................................ 7
3.8 Comportamento reminiscente da fase anal ........................................................................... 8
3.9 Estratégias de enfrentamento ................................................................................................ 8
4. Conclusão .................................................................................................................................. 10
5. Referências bibliográficas ......................................................................................................... 11

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1. INTRODUÇÃO

Para a perspectiva psicanalítica, inicialmente, observa-se que a fobia tem como


elementos principais o medo e a angústia, cuja ocorrência é dada por um recalcamento pela
formação de símbolos, os quais são escolhidos pelo paciente depois de um evento traumático,
pois, assim, ele pode retirar da consciência uma representação indesejável e transformá-la em
uma representação fraca, mudando o seu afeto para outros objetos (Gurfinkel, 2001).

Dentro do caso descrito por Helena Deustch os comportamentos do paciente se inscrevem na


teoria Freudiana onde interelacionam-se a angústia e o desejo. Veremos que as fobias provêm
do interior pulsional, e que pode se manifestar de diversas formas, e que o nosso inconsciente
sempre busca, com a ajuda do recalque, a manter esses traumas escondidos. No livro
“Obsessões e fobias” (1894), Freud diz que a fobia faz parte de uma neurose de angústia e sua
causa seria uma “acumulação de tensão sexual produzida pela abstinência ou pela excitação
sexual não consumada” (FREUD, 1894, p. 83)

Na psicanálise, é possível compreender o funcionamento do inconsciente humano e o


surgimento de uma fobia, trauma, a importância do desenvolvimento psicossexual infantil,
como também entender a visão da abordagem acerca da fobia, perpassando por diversos
conceitos básicos contidos na abordagem em questão, como por exemplo: angustia de
castração, Complexo de Édipo, traumas, sonhos e neste estudo de caso, especialmente, as
fases orais e anais.

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2. DESCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO

J.A.C, 21 anos, homem, natural da zona rural de Minas Gerais, procura análise por
imposiçaõ familiar para livrar-se de sua homossexualidade. Também fala de uma antigafobia
que lhe afligiu na infância e adolescência, hoje praticamente curada.

Conta que a fobia começou com seu irmão mais velho forçando-o a brincar de ser a
galinha enquanto o irmaõ era o galo. Seu irmão mais velho, montado em suas costas,
bravateava que era o galo e ele, a galinha, ao passo que este lhe gritou de volta “não vou ser
uma galinha”. Assim, ele adquiriu fobia a essa ave frente à angústia de servir de objeto de
gozo para o outro.

Havia muitas galinhas na fazenda onde cresceu. Mesmo antes da brincadeira com o
irmão, essa criança sentia enorme prazer em acompanhar as idas de sua maẽ ao galinheiro,
pois esta apalpava as aves para ver se havia ovos. Pedia, assim, que sua maẽ o apalpasse como
fazia com as galinhas. Por um perió do, ele também passou a “colocar ovos” de fezes no chaõ
de seu quarto, para alegrar a mãe, que se entusiasmava ao encontrar os ovos no galinheiro.
Mas isso era recebido por ela com repugnância, e ele era repreendido.

Quando se muda para a cidade,fugindo à pressão de seus pais quanto à sua


homossexualidade, apresenta grande melhora frente à fobia. Na cidade, para desvencilhar-se
desse sentimento de desamparo, estudava muito e engajava-se em todos os projetos
acadêmicos. Bastava regressar para casa, de férias, que seus sintomas voltavam

Conta, ainda, de um sonho: ele desliga as luzes para ir dormir, ao mesmo tempo sente
uma pressão no seu pescoço, um choque na sua garganta; algo pesado abraça seu corpo, tenta
esmagar seu peito; ele se defende, mordem-se na luta, caem no chão e continuam brigando.
Ele consegue alcançar o interruptor e liga a luz a tempo de ver uma figura feminina com um
pano preto sair e perceber que esse era seu adversário. Sente sua força esvair-se e sabe que vai
morrer. Reconhece no seu opositor um jovem namorado seu, a passo que ele diz "me suicidei"
e pensa "não mereço nada melhor". Ao mesmo tempo, sabe que o outro o assassinou e ainda
assim declara que se suicidou. Finalmente ele pensa: "Que nobre da minha parte colocar a
culpa em mim" e acorda.

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3. ITENS DA ANÁLISE

3.1 Queixa principal

Exigência familiar de tratamento analítico para tentar livrar-se da sua condição


homossexual,considerada pela família como perversão, embora o próprio paciente estivesse
bastante satisfeito com sua orientação sexual

3.2 Informações sociodemográficas


 Sexo: masculino
 Idade: 21 anos
 Orientação sexual: homossexual
 Naturalidade: zona rural de Minas Gerais, MG
 Possui um irmão homem

3.3 Atos falhos


 "Não vou ser uma galinha."

Significava, na verdade,repúdio pelo desejo homossexual passivo. Para Freud, “em certos
casos, os atos falhos parecem revelar sentido próprio”, não sendo mera “obra do acaso, mas
atos psíquicos sérios; possuem um sentido e nascem da conjunção – ou melhor, do confronto
de duas intenções diferentes.” Negar tal fato é ter a “ilusão de uma liberdade psíquica à qual
não desejamos renunciar.” Atos falhos são, na verdade, desejos inconscientes, e que, se nos
atentarmos para eles, encontraremos a solução para muitos problemas.

 Quando ele pedia à mãe que o apalpasse com os dedos para ver se ele ia botar um ovo.

Nesse ato a criança falava com sua mãe brincando, mas já existia o desejo recalcado do
toque nas zonas erógenas, em especial nas nádegas.

 Nas primeiras sessões da análise o paciente não se lembrava de ter tido fobia de galinhas,
e passou a lembrar somente após duas sessões de análise.

A origem desse esquecimento é devido à experiência traumática com o seu irmão, que
figurava o estereótipo tanto de sua neurose na puberdade como de sua perversão. Freud quer
mostrar em seu estudo que o ato falho tem natureza de um “ato psíquico pleno, munido de

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objetivo próprio, devendo, assim, ser compreendido como uma manifestação dotada de
conteúdo e significado”.

3.4 Sintomas

A própria fobia desenvolvida pelo paciente tornou-se um amontoado de sintomas


conversivos à medida que este internalizou a situação opressora que tivera com seu irmão.
Nesse sentido, ao invés de compreender o motivo da brincadeira ser a ele tão vexatória, este
passou a apresentar pânico pelas galinhas, numa forma derradeira de fugir do desconforto. Na
situação pelo paciente relatada acerca de brincar de galinha e galo, à contragosto, com seu
irmão, podemos compreender este conflito psíquico de forma metafórica, de uma
situaçãoanáloga de coito entre o galo e a galinha, na qual o paciente estava associado a uma
figura feminina. Em decorrência desta circunstância, o paciente se sentiu desorientado e
pressionado a manifestar seu repúdio ao desejo inconsciente de ser a mulher de seu irmão, ou
seja: ao dizer que não aceitava ser a galinha, estava automaticamente desfazendo do seu
desejo homossexual passivo, deslocando e projetando seu medo pelo irmãona imagem da
galinha como algo ameaçador, no que acabou resultando em uma neurose fóbica e de
angústia.Ao decorrer desta fobia, o paciente apresentou sinais severos de ansiedade, crise de
pânico, falta de ar, aumento da frequência cardíaca, teve seus movimentos restritos para o
perímetro de sua casa, a fim de evitar o contato com as galinhas no ambiente externo.

Ainda, em outros relatos, o paciente ressaltava a sua sensibilidade excessiva em partes do


corpo, associando a experiencia com o irmão como uma realização de seus desejos libidinais.
Essa significação contém uma sedução homossexual, retraídas de suas fantasias inconscientes.

3.5 Conteúdo emocional manifesto

O conteúdo manifesto é o relato descritivo do sonho feito pelo sonhador, e o conteúdo


latente é o que vai sendo relevado a partir da análise.

Num determinado momento, o paciente relata que em um sonho, ele desliga as luzes para
ir dormir, ao mesmo tempo sente uma pressão no seu pescoço, um choque na sua garganta;
algo pesado abraça seu corpo, tenta esmagar seu peito; ele se defende, mordem-se na luta,
caem no chão e continuam brigando. Ele consegue alcançar o interruptor e liga a luz a tempo
de ver uma figura feminina com um pano preto sair e perceber que esse era seu adversário.
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Sente sua força esvair-se e sabe que vai morrer. Reconhece no seu opositor um jovem
namorado seu, a passo que ele diz "me suicidei" e pensa "não mereço nada melhor". Ao
mesmo tempo, sabe que o outro o assassinou e ainda assim declara que se suicidou.
Finalmente ele pensa: "Que nobre da minha parte colocar a culpa em mim" e acorda.

Geralmente, o conteúdo manifesto de um sonho busca encobrir a verdade, que é o seu


conteúdo latente ou implícito, e que na maioria das vezes não temos acesso e que não
conseguimos lidar de forma consciente. O conteúdo manifesto do sonho de um indivíduo está
carregado de símbolos, assim como de elementos confusos que podem ser considerados
estranhos e muitas vezes absurdos.

3.6 Conteúdo emocional latente

O paciente percebeu a analogia e diagnosticou corretamente a figura feminina como sendo


ele próprio a causa de seus conflitos na análise. Ele associou “o jovem rapaz” a alguém com
quem ele saíra no dia anterior, que ele sabia ser um homossexual sádico que torturava e
explorava suas vítimas. O paciente desprezara-o completamente e evitara sua companhia. Ao
longo da conversa o “jovem rapaz” contara-lhe que as coisas não estavam indo bem para ele;
sofria de depressões e ansiedades. Dois pensamentos passaram pela cabeça do paciente:
primeiro, “você não merece nada melhor" e depois "assim como eu".

Ou seja, o conteúdo latente é aquilo que fica no id, condensado e recalcado e que se
desloca em forma de sonho.

3.7 Comportamento reminiscente da fase oral

"Os objetos de sua afeição eram sempre jovens elegantes que, de acordo com sua própria
descrição, pareciam com ele. (...) ao escolher um objeto narcísico, isto é, ao ter relações
amorosas com pessoas jovens como ele, pôde aproveitar a experiência passivamente,
identificando-se com os outros."Podemos verificar que o indivíduo possui resquícios da fase
oral primária, também conhecida como estágio narcísico-primário devido a impossibilidade
de diferenciação entre ele e o outro, acreditando que o outro é uma extensão de si, sendo
possível se afeiçoar apenas pelas características que o outro possui que são iguais as suas.

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3.8 Comportamento reminiscente da fase anal

O principal indício da fase anal neste caso é a homossexualidade, que está diretamente
ligada ao ato do paciente de eliminar as fezes pela casa, pois é pela passagem das fezes pela
parte final da cavidade anal e pela possível penetração de corpos estranhos a ele que derivam
as tendências femininas e também pela experiência traumática vivida com o irmão.

Como descrito no caso “[...] Sua mãe prestava especial atenção ao galinheiro e o menino
participava dessa atividade, ficava fascinado com cada ovo e particularmente interessado na
maneira como a mãe apalpava as galinhas para ver se estavam pondo os ovos
apropriadamente. Ele mesmo adorava ser apalpado pela mãe e frequentemente, quando ela lhe
dava banho etc., ele pedia brincando que ela o apalpasse com os dedos para ver se ele ia botar
um ovo. Primeiro esse prazer de ser tocado estava relacionado com o órgão genital, mas
gradualmente - talvez pela conexão com o apalpar das galinhas - essas sensações foram
deslocadas para trás. Ele enfiava o dedo no ânus, segurava suas fezes ou botava ovos fecais
bem redondos em cada canto do quarto e ficava surpreso pelo fato de sua mãe não receber
essa prova de amor com o mesmo prazer que ela recebia os ovos”. Dentro do que é descrito
por Freud na fase anal, as fezes passam a ser vivenciadas como conteúdos internos da criança
que precisam ser exteriorizados, já o controle dos esfíncteres anais dá a sensação de
satisfação, pois na característica anal retentiva a uma das alternativas da criança é reter os
“bolos fecais” e os oferecer como um presentes, para satisfazer os desejos dos outros (neste
caso os desejos da mãe), para agradá-los e também como uma demonstração de carinho. Já a
masturbação, permite a estruturação de receber sensações de ordem passivas, pois o ato da
masturbação serve de exploração, descobrimento e reconhecimento das propriedades desta
zona erógena, derivando-se as tendências femininas.

Deustch descreve que a experiência do seu irmão mais velho com J.A.C é decisiva no
desencadeamento da fobia: “À idade de oito anos, estando em posição de cócoras, o irmão se
joga sobre ele e o segura por trás, dizendo "Eu sou o galo, e tu a galinha." O pequeno sujeito
se recusa a aceitar essa imposição, mas deve ceder ante a força do irmão, exclamando, num
ataque de ódio "Não quero ser a galinha". A partir de então os movimentos do menino se
tornam limitados e passa a temer a aparição de galinhas no seu entorno, o que dificulta sua
vida, pois mora num sítio”. Dito isto, é notório perceber-se que foi a experiência com seu
irmão significou para o nosso paciente uma sedução homossexual, e a sua resistência frente

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esse caso representava sua repulsa da satisfação do seu próprio desejo, da sua
homossexualidade, que acabou manifestando-se na fobia de galinhas, pois neste caso, a
galinha é para ele uma espécie de espelho para as suas tendências femininas, e é tomado pelo
medo das suas tendências instintivas, foi também uma repulsa consciente do desejo
inconsciente do papel da homossexualidade passiva.

3.9 Estratégias de enfrentamento

 Sendo a queixa principal do paciente a incapacidade de seus pais em aceitar sua


orientação sexual, uma das estratégias que encontra para não ter de lidar com essa
insatisfação é sair de sua casa, zona rural de Minas Gerais, que foi palco de traumas ao
paciente, e vai à cidade para estudar.

 Depois, já na cidade, o paciente, para evitar os pensamentos acerca dos julgamentos,


envolve-se ao máximo nas atividades acadêmicas para ocupar seu tempo e compensar o
sentimento de desamparo.

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4. CONCLUSÃO
A fobia surge com a entrada do irmão em cena, quando a galinha passa de função imaginária a
significante. No momento da brincadeira com o irmaõ , o menino encontrava-se em um tempo lógico
da perversão polimorfa descrita por Freud, tendo lugar aí a fantasia de completude com o outro. A
verdade de sua posição feminina se revela na cena com o irmaõ ; a galinha, enquanto identificação com
o feminino, passa a representar a “mulher” do irmão, e a fobia de galinhas surge no ponto traumático
como defesa contra a angústia do desejo do irmão sobre ele.
Como se vê, o jogo com o irmaõ ganhou significação de sedução, o quefoi uma experiência
para a qual ele fora longamente preparado por suas fantasias inconscientes. Então, o horror à sua
homossexualidade passiva se manifestou na fobia de galinhas, em que, ao repudiá-las, repudiava em si
o desejo homossexual.
Em resumo, J.A.C desloca o perigo interior para o exterior, pois, sendo a galinha um espelho
das pulsões que ele rejeita, a fobia foi o ato que o inconsciente encontrou para proteger o paciente,
pois ele associou a galinha como um objeto exterior dos desejos pulsionais que apareceram para ele
como uma angustia. Foi condição para a fobia das galinhas o encontro com o poder do irmão mais
velho, onde este incide sobre a posição em que o menino desejava preencher com o objeto.

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5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KUSNETZOFF, JUAN CARLOS. INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA. IN: INTRODUÇÃO À
PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA. 1982.

VIDAL, E.; BECKER, P. UM CASO DE FOBIA DE GALINHAS. EM:REVISTA DA ESCOLA LETRA


FREUDIANA. HANS E A FOBIA. N. 24. RIO DE JANEIRO: CONTRACAPA, 1999.
FREUD, S. (1894). OBSESSÕES E FOBIAS. RIO DE JANEIRO:IMAGO,1986, 2.ED. (EDIÇÃO STANDARD
BRASILEIRA DAS OBRAS PSICOLÓGICAS COMPLETAS DE SIGMUND FREUD,V. III).
GURFINKEL, A.C. FOBIA. SÃO PAULO: CASA DO PSICÓLOGO, 2001

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