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Ao iniciar a leitura da décima oitava edição do livro, logo no começo do livro o leitor
é apresentado às palavras de Jacques Chonchol, agrônomo chileno. Neste prefácio
chamado de “Prefácio à Edição Chilena” somos introduzidos a contextualização do
livro e temos a oportunidade de sermos apresentado à obra de Paulo Freire nas
palavras de Chonchol, um verdadeiro “extensionista”. O prefácio é algo de extremo
valor dentro do livro, através dele é possível nortear-se antes de dar início a leitura
das palavras do autor. Tal prefácio é o melhor exemplo de como deveria ser a
introdução de livros do gênero. No decorrer das palavras de Jacques Chonchol é
possível se guiar e se assegurar de que nas próximas páginas o leitor não irá ficar
desorientado.
Através de suas palavras Paulo Freire consegue deixar claro para o leitor no
primeiro capítulo o que ele quer dizer com o uso do termo “extensionista”, de forma
clara e objetiva ela informa que o extensionista no contexto de sua obra procura
estender os seus conhecimentos e o seu conjunto de métodos para procedimentos
nos mostrando a sua visão de que os extensionistas aplicam suas técnicas com o
principal intuito de transformarem o mundo em que estão em um mundo melhor.
É interessante ver como o autor acredita que os extensionistas possuem a vocação
de persuadir os camponeses que o cercam, o que o autor critica fortemente uma
vez que acredita que o método da persuasão afasta as pessoas da educação, que o
mesmo considera como uma forma libertadora de aprendizado. Mas mesmo assim o
agrônomo possui a virtude de ser um educador, “um especialista que atua com
outros homens sobre a realidade que os mediatiza”. A educação oferecida pelo
agrônomo para com as outras pessoas ao seu redor foge de ser considerada
“domesticação” e se qualifica como “comunicação”.
O que deixa a leitura confusa neste primeiro capítulo é a forma como o autor da
obra descreve o conjunto das habilidades do extensionista enquanto influenciador
como algo infeliz. A maneira como Paulo Freire descreve as qualidades do
extensionista pode apresentar um tom pejorativo e desta forma levar o leitor a crer
que seja algo ruim. E logo já leva o leitor a uma confusão: afinal, o agrônomo é ou
não é um extensionista?
Em “Extensão ou Comunicação” o autor nos leva a crer que o agrônomo educa,
mas também o chama de extensionista, e várias vezes expressa a ideia de que
“extensão” leva as pessoas a substituírem um conhecimento por outro, o que ele
mesmo chama de “domesticação”, que se opõe a ideia do agrônomo como um
educador. Apesar de deixar bastante claro que o agrônomo leva o conhecimento até
os outros, e isso é claramente bom, há uma controvérsia quando diz que a extensão
principalmente pretende substituir uma forma de conhecimento, de acordo com o
mesmo, em uma afirmação posterior, ele diz que: “a extensão em si mesma é um
ato de transferência”.