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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU

FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FACED


CURSO DE JORNALISMO
DISCIPLINA: Comunicação e Educação
Profª.: Diva Souza Silva
Aluno: Matheus Gomes Machado 11911JOR012

FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? 18ª Ed. Tradução Rosiska


Darcy de Oliveira. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017. (Título original:
¿Extención o Comunicación?,1969)

Na cidade de Recife, no estado de Pernambuco, no dia dezenove de setembro do


ano de 1921, nascia a prole de Joaquim Temístocles Freire e Edeltrudes Neves
Freire: Paulo Reglus Neves Freire. Freire perdeu o pai precocemente, com apenas
treze anos de idade teve de lidar com a triste realidade de sua perda e com a mãe
batalhando diariamente para cuidar dele e dos irmãos. Apesar de todas as
dificuldades conseguiu se formar no ensino médio e ingressar em uma faculdade.
Daí em diante o mesmo foi professor de português, professor de filosofia e diretor
do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria.
Porém, devido a preocupação de Paulo Freire para com o grande número de
analfabetos na área rural nordestina e o objetivo do mesmo em mudar isso, acabou
provocando a raiva dos fazendeiros da região ao alfabetizar cerca de 300
trabalhadores rurais, tendo o seu processo educativo chamado de: “praga
comunista”. No período do golpe militar do Brasil, Freire acabou sendo preso pelo
período de setenta dias, acusado de ser um agitador, mas após os setenta dias o
mesmo foi para um exílio no Chile, onde ele escreveu a obra estudada “Extensão ou
Comunicação”, no ano de mil novecentos e sessenta e oito.

Ao iniciar a leitura da décima oitava edição do livro, logo no começo do livro o leitor
é apresentado às palavras de Jacques Chonchol, agrônomo chileno. Neste prefácio
chamado de “Prefácio à Edição Chilena” somos introduzidos a contextualização do
livro e temos a oportunidade de sermos apresentado à obra de Paulo Freire nas
palavras de Chonchol, um verdadeiro “extensionista”. O prefácio é algo de extremo
valor dentro do livro, através dele é possível nortear-se antes de dar início a leitura
das palavras do autor. Tal prefácio é o melhor exemplo de como deveria ser a
introdução de livros do gênero. No decorrer das palavras de Jacques Chonchol é
possível se guiar e se assegurar de que nas próximas páginas o leitor não irá ficar
desorientado.
Através de suas palavras Paulo Freire consegue deixar claro para o leitor no
primeiro capítulo o que ele quer dizer com o uso do termo “extensionista”, de forma
clara e objetiva ela informa que o extensionista no contexto de sua obra procura
estender os seus conhecimentos e o seu conjunto de métodos para procedimentos
nos mostrando a sua visão de que os extensionistas aplicam suas técnicas com o
principal intuito de transformarem o mundo em que estão em um mundo melhor.
É interessante ver como o autor acredita que os extensionistas possuem a vocação
de persuadir os camponeses que o cercam, o que o autor critica fortemente uma
vez que acredita que o método da persuasão afasta as pessoas da educação, que o
mesmo considera como uma forma libertadora de aprendizado. Mas mesmo assim o
agrônomo possui a virtude de ser um educador, “um especialista que atua com
outros homens sobre a realidade que os mediatiza”. A educação oferecida pelo
agrônomo para com as outras pessoas ao seu redor foge de ser considerada
“domesticação” e se qualifica como “comunicação”.
O que deixa a leitura confusa neste primeiro capítulo é a forma como o autor da
obra descreve o conjunto das habilidades do extensionista enquanto influenciador
como algo infeliz. A maneira como Paulo Freire descreve as qualidades do
extensionista pode apresentar um tom pejorativo e desta forma levar o leitor a crer
que seja algo ruim. E logo já leva o leitor a uma confusão: afinal, o agrônomo é ou
não é um extensionista?
Em “Extensão ou Comunicação” o autor nos leva a crer que o agrônomo educa,
mas também o chama de extensionista, e várias vezes expressa a ideia de que
“extensão” leva as pessoas a substituírem um conhecimento por outro, o que ele
mesmo chama de “domesticação”, que se opõe a ideia do agrônomo como um
educador. Apesar de deixar bastante claro que o agrônomo leva o conhecimento até
os outros, e isso é claramente bom, há uma controvérsia quando diz que a extensão
principalmente pretende substituir uma forma de conhecimento, de acordo com o
mesmo, em uma afirmação posterior, ele diz que: “a extensão em si mesma é um
ato de transferência”.

Através das palavras do escritor enxerga-se que o efeito de extensão do


extensionista sobre os camponeses é algo inevitável, trazendo uma ideia de
submissão, como se houvesse uma hierarquia.
Freire a todo momento abre os olhos do leitor para que o mesmo consiga enxergar
o fato de que educação não deve ser jamais confundida com extensão, pois a
mesma tende a pendular para o lado da manipulação.
Com destaque na conexão do homem com o mundo ao seu redor e da magnitude
da comunicação para com o processo de educação, o segundo capítulo faz com
que o leitor contraponha mais uma vez a extensão, nos fazendo enxergar a mesma
com um olhar negativo. Grande parte disto se deve ao escritor levar-nos a crer que
a invasão cultural em si é um ato de conquista, em outras palavras, extencionismo.
O autor informa que não se deve generalizar, mas afirma que é impossível de
ignorar. Freire nos leva a crer que o relacionamento entre o agrônomo e o
camponês deva ser trabalhado em conjunto, sem que o camponês seja persuadido
a “esconder” seus conceitos, desta forma impedindo a força dialógica. Em suma, a
educação é o caminho para o êxito de um bem comum.
No terceiro e último capítulo chegamos a um tópico com o nome da obra e como o
esperado o autor procura através de suas palavras responder a pergunta que
estampa a capa. O autor finalmente esclarece a sua verdadeira opinião,
demonstrando que realmente extensão é algo negativo e comunicação é uma
melhor alternativa. Neste capítulo Paulo Freire faz com que o leitor chegue a
conclusão de todas as reflexões que ele vem fazendo desde o início do livro, a
mensagem de que extensão não é o melhor caminho, o caminho certo para a
educação é definitivamente a comunicação, é necessário a co-participação, e não
uma dominância. Em suma, a troca de conhecimentos, com método dialógico e com
uma verdadeira interação entre ambas as partes, reciprocidade, que é o que oferece
a comunicação, é mais eficiente do que a persuasão oferecida pela extensão.

“Extensão ou Comunicação?” é um livro que abre os olhos do leitor fazendo com


que este enxergue com mais atenção o mundo ao seu redor. Mesmo colocando os
holofotes nos agrônomos é possível obter uma interpretação profunda do que é
tratado na obra pela perspectivas de outras profissões. Abre um apetite para criticar
os métodos que nos são apresentados durante toda nossa vida e nos faz questionar
como iremos aplicar o que foi aprendido em nossas vidas: afinal, como Jornalista,
eu desejo ser um extensionista? Enxergando as pessoas como meras páginas em
branco onde eu poderei vomitar informações, verdadeiras ou não tão verdadeiras
assim, com a finalidade de manipular e alienar? Acredito que não.
Ao final do livro, nas últimas palavras percebi que definitivamente não desejo ser o
tipo de profissional extensionista, foco em utilizar a educação, a comunicação em
meu processo profissional. Nós, futuros exerçores do jornalismo, com o objetivo de
difundir a informação, precisamos ter ética, como comunicadores precisamos
exercer a “comunicação” do contexto de Paulo Freire, desta forma impedir que a
manipulação, a persuasão, a alienação opressora, se difunda em nossa sociedade
através dos meios de comunicação que são tão influentes sobre as pessoas e a
começar emitir a educação e a comunicação.
REFERÊNCIAS

FRAZÃO, Dilva. BIOGRAFIA DE PAULO FREIRE. EBiografia. Disponível em:


<https://www.ebiografia.com/paulo_freire/>. Acesso 9 abr. 2019

FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? 18ª Ed. Tradução Rosiska Darcy de


Oliveira. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017. (Título original: ¿Extención o
Comunicación?,1969)

PAULO FREIRE: UMA BIOBIBLIOGRAFIA. Centro de Referência Paulo Freire.


Disponível em:
<http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/3078/1/FPF_PTPF_12
_069.pdf>. Acesso 9 abr. 2019.

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