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CAPíTULO

Tomar refúgio, a pedra fundamental de todos os caminhos

Coroado com as Três Jóias do refúgio externo,


você atingiu a realização total das Três Raizes, o refúgio interno,
e tomou manifesto os Três Kãyas, o refúgio último.
Professor sem par, aos seus pés eu me prostro.

romar re fúugio,
'T' . 106 a pe dra fun d amenta I d e to d os os camm
. h os, 107,e
explicado sob três títulos: introdução à tomada de refúgio, como tomar
refúgio e os preceitos e benefícios de tomar refúgio.

I. Introdução à tomada de refúgio

1. Fé
Da mesma forma que a tomada de refúgio abre as portas para todos
os ensinamentos e práticas, é a fé que abre as portas para a tomada de
refúgio. Portanto, como primeiro passo para tomar refúgio, é importante
desenvolvermos uma fé duradoura e estável. A fé, propriamente dita,
pode ser de três tipos: fé nítida, fé ávida e fé confiante.

1.1 Fé nítida
Fé nítida é a fé que sentimos de modo natural em circunstâncias
tais como quando visitamos um templo que contenha muitas repre-
sentações do corpo, fala e mente dos budas, ou depois de um encontro
com um grande professor ou amigo espiritual que tenhamos acabado
de conhecer pessoalmente, ou de cujas qualidades ou história tenhamos
OUVIid o f a I ar. 108
1.2 Fé ávida
A fé ávida é a nossa avidez em nos livrarmos do sofrimento dos
reinos inferiores quando ouvimos a sua descrição; é a nossa avidez em
nos deleitarmos com a felicidade dos reinos superiores e da liberação
quando ouvimos falar deles; é a nossa avidez em nos engajarmos em
ações positivas quando ouvimos os benefícios que elas trazem, e é a
nossa avidez em evitar ações negativas quando compreendemos o mal
que elas causam.

1.3 Fé confiante
A fé confiante é a fé nas Três Jóias que surge do fundo do nosso
coração uma vez que tenhamos compreendido as suas qualidades extra-
ordinárias e o poder das suas bênçãos. É a confiança total nas Três Jóias
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que surge do reconhecimento de que elas são o único refúgio infalível, 9
sempre e em todas as circunstâncias, quer estejamos felizes, tristes, com
dor, doentes, vivos ou mortos: O Precioso Senhor de Oddiyãna diz:

A fé da confiança total permite que as bênçãos penetrem em você.


Quando a mente está livre da dúvida, tudo o que você deseja pode
ser atingido.

A fé, então, é como uma semente da qual tudo que é positivo pode
crescer. Se não houver fé, é como se a semente tivesse sido queimada.
Os sutras dizem:

Naqueles em quem não há fé


nada positivo crescerá,
da mesma forma que de uma semente queimada
nenhum broto verde jamais nascerá.

* Isso quer dizer que a nossa fé no refúgio nos permitirá lidar com as experiências
do estado intermediário [bar do] depois da morte.
Das sete riquezas supremas, a fé é a mais importante. É dito:

A preciosa roda da fé
gira dia e noite pela estrada da virtude.

A fé é a mais preciosa de todas as nossas riquezas. Ela traz um


suprimento inexaurível de virtudes, como um tesouro. Ela nos leva pelo
caminho da liberação como se fosse um par de pernas e reúne para nós
tudo o que é positivo como se fosse um par de mãos.

A fé é a melhor riqueza, o melhor tesouro e as melhores pernas;


com ela, como com as mãos, podemos reunir tudo que é positivo.

Embora a compaixão e as bênçãos das Três Jóias sejam de um poder


inconcebível, para penetrarem em nós dependem totalmente da nossa fé e
devoção. Se a nossa fé e devoção são imensas, a compaixão e as bênçãos
que recebemos de nosso professor e das Três Jóias serão igualmente
imensas. Se a nossa fé e devoção forem apenas moderadas, a compaixão
e as bênçãos que chegarão a nós também serão moderadas. Se tivermos
apenas um pouco de fé e um pouco de devoção, somente um pouco de
compaixão e de bênçãos chegarão a nós. Se não tivermos nenhuma fé
e devoção, não receberemos absolutamente nada. Sem fé é inútil até
mesmo encontrar o próprio Buda e ser aceito como seu discípulo, como
aconteceu com o monge Sunaksatra, cuja história foi contada no capítulo
anterior, e com Devadatta, primo de Buda.
Ainda hoje, sempre que é invocado com fé e devoção sinceras,
Buda concede bênçãos, porque para a compaixão dele não existe perto
ou longe.

Buda está diante de todos aqueles


que pensam nele com devoção,
concedendo-Ihes bênçãos e iniciações.
E o Grande Mestre de Oddiyãna diz:

Para todos os homens e mulheres que têm fé em mim, eu, Padma-


sambhava,
. o... 110
nunca parti; durmo Junto a sua porta.
Para mim não existe algo como a morte;
diante de cada ser com fé, há um Padmasambhava.

Quando temos fé confiante, a compaixão de Buda pode se manifestar


em qualquer coisa, como ilustra a história da mulher fiel que, em seu ca-
minho para o estado búdico, recebeu a ajuda do dente de um cachorro.
Havia, certa vez, uma mulher idosa cujo filho era um mercador que
ia freqüentemente à Índia a negócios. Um dia ela lhe disse:
- Bodh Gaya é na Índia, e é o lugar onde Buda atingiu a iluminação
perfeita. Traga-me alguma relíquia especial da Índia para que eu possa
fazer minhas prostrações para ela.
A mãe repetiu esse pedido muitas vezes, mas o filho sempre esque-
cia e nunca trazia o que lhe fora pedido.
Um dia, quando o filho estava se preparando para partir para a Índia,
a mãe disse mais uma vez:
- Desta vez, se você não me trouxer alguma coisa para as minhas
prostrações, eu me matarei na sua frente!
O filho viajou para a Índia, concluiu seus negócios como havia
planejado e rumou de volta para casa, tendo esquecido mais uma vez
do pedido da mãe. Apenas quando estava se aproximando de casa é que
lembrou das palavras da mãe.
"E agora, o que vou fazer?" pensou. "Não trouxe nada para as prostra-
ções da minha mãe. Se chegar em casa de mãos vazias, ela se matará!".
Olhando ao redor, viu no chão o crânio de um cachorro. Ele arran-
cou um dos dentes e o enrolou em seda. Chegando em casa, deu o dente
à mãe, dizendo:
- Aqui está um dos dentes caninos de Buda. Você pode usá-lo como
suporte para suas orações.
A mãe acreditou nele. Ela tinha grande fé no dente, como se re-
almente fosse de Buda. Fazia prostrações e oferendas o tempo todo, e
daquele dente de cachorro surgiram várias pérolas milagrosas. o Quando
ela morreu, havia um dos sei de luz de arco-íris ao seu redor, entre outros
sinais de realização.
Ora, um dente de cachorro não contém nenhuma bênção. Mas a fé
da mulher era tão forte que a fez ter certeza que aquele era realmente
um dente de Buda. Por sua fé, o dente foi imbuído com as bênçãos de
Buda, até que, por fim, não havia nenhuma diferença entre o dente do
cachorro e um verdadeiro dente de Buda.
Uma vez, na província de Kongpo, vivia um homem simplório, que
mais tarde se tomou conhecido como Jowo Ben. Ele fez uma viajem ao
Tibete central para ver Jowo Rinpoche."
Ao chegar pela primeira vez na frente da estátua não havia zela-
dor nem mais ninguém por perto. Vendo as oferendas de comida e as
lamparinas de manteiga na frente da imagem, ele imaginou que Jowo
Rinpoche devesse mergulhar as oferendas de massa na manteiga derre-
tida das lamparinas e comê-Ias. Ele supôs que os pavios das lamparinas
estavam acesos para manter a manteiga derretida.
- Acho melhor eu comer um pouco como Jowo Rinpoche come.
Mergulhando um pedaço de massa das tormas de oferenda na manteiga,
ele comeu. Olhou para cima, para a face sorridente do Jowo.
- Que lama bom que você é, disse. Até mesmo quando cães vêm
e roubam a comida que lhe foi oferecida, você sorri; quando a corrente
de ar faz as lamparinas crepitarem, você continua sorrindo. Olhe aqui,
vou deixar para você as minhas botas. Por favor, cuide delas enquanto
ando ao seu redor. o ••

• ring bsrel: objetos redondos semelhantes a pérolas minúsculas que emergem


das relíquias de praticantes realizados .
• 0 A famosa estátua de Buda, em Lhasa. Veja nota 295 .
•0. Comer as oferendas e colocar as botas em frente à estátua seria considerado
um escandaloso ato de sacrilégio.
Ele tirou as botas e as pôs na frente da estátua. Enquanto Ben estava
circum-ambulando pela vereda central que circunda o templo, o zelador
viu as botas. Ele estava prestes a jogá-Ias fora quando a estátua falou:
- Não jogue essas botas fora. Kongpo Ben as confiou a mim!
Ben finalmente voltou e pegou as botas.
- Você realmente é o que eles chamam de um bom lama, disse à
estátua. Por que você não vem nos visitar no ano que vem? Vou abater
e cozinhar um porco maturado e fermentar uma boa cerveja de cevada
madura para você.
- Eu irei, disse Jowo.
Ben voltou para casa e contou para a mulher:
- Convidei Jowo Rinpoche. Mas não sei exatamente quando virá,
então não se esqueça de ficar de olho.
Um ano se passou. Um dia, enquanto pegava água no rio, a mulher
de Ben viu claramente o reflexo de Jowo Rinpoche na água.
Ela imediatamente correu para casa e contou ao marido:
- Tem alguma coisa lá embaixo, no rio. Acho que pode ser a pessoa
que você convidou.
Ben correu para o rio e viu Jowo Rinpoche brilhando na água. Pensan-
do que ele devia ter caído no rio, Ben pulou para pegá-Io. Ao tentar agarrar
a imagem percebeu que realmente podia pegá-Ia e trazê-Ia consigo.
Quando estavam indo para a casa de Ben, chegaram a uma rocha
gigantesca ao lado da estrada. Jowo não quis ir mais adiante.
- Não entro na casa de pessoas leigas, disse, e desapareceu na
rocha.
Esse lugar, para o qual viram Jowo ir, é chamado Jowo Dole e o
rio no qual a imagem apareceu tem o nome de Rio Jowo. Dizem que
até os dias de hoje esse local ainda confere a mesma bênção do Jowo
em Lhasa, e todos fazem prostrações e oferendas lá. Foi pelo poder de
sua fé firme que Ben experienciou a compaixão de Buda. Embora tenha
comido manteiga das lamparinas e oferendas, e colocado as suas botas
em frente de Jowo - atos que normalmente são censuráveis - o poder
da fé tomou tudo positivo.
Além disso, a realização efetiva da verdade absoluta, o estado na-
tural, depende somente da fé. Um sutra diz:

Ó Sãriputra, a verdade absoluta só pode ser consumada pela fé.

Pelo poder de uma fé que seja além do comum é que as bênçãos


das Três Jóias e do seu professor penetrarão em você; e é por meio delas
que a verdadeira realização surgirá e você verá o estado natural como ele
realmente é. Quando isso acontecer, você terá uma fé e confiança ainda
mais extraordinárias e irreversíveis em seu professor e nas Três Jóias.
Dessa forma, fé e realização do estado natural fortalecem uma à outra.
Antes de partir Dagpo Rinpoche perguntou a Jetsun Mila qual seria
o momento em que ele deveria começar a ensinar.
- Um dia, Jetsun respondeu, você terá uma realização que lhe tra-
rá uma visão extraordinariamente clara da natureza de sua mente, bem
diferente da que você tem agora. Nesse momento, uma fé firme surgirá
em você, e você perceberá a mim, o seu velho pai, como um buda de
verdade. É a partir desse momento que você deve começar a ensinar.
Portanto, a nossa capacidade de receber a compaixão e as bênçãos
do professor e das Três Jóias depende inteiramente da devoção e-da fé.
Uma vez, um discípulo chamou o mestre Jowo Atísa:
- Jowo, dê-me sua bênção!
- Discípulo negligente, Atrsa respondeu, dê-me a sua devoção ...
Conseqüentemente, uma confiança absoluta, inabalável, que surge
de fé e devoção extraordinárias, é indispensável. É ela que abre a porta
para a tomada de refúgio.

2. Motivação
Com esse tipo de fé existem três níveis diferentes de motivação
para a tomada de refúgio.

2.10 refúgio dos seres com menor capacidade


Os seres com menor capacidade tomam refúgio com a motivação
de obter a felicidade dos deuses e dos homens porque têm medo do
sofrimento dos três reinos inferiores - o reino dos infernos, o reino dos
pretas e o reino dos animais.

2.2 O refúgio dos seres com capacidade mediana


Os seres com capacidade mediana tomam refúgio nas Três Jóias
com o único objetivo de atingir, para si mesmos, o nível do nirvana, pa-
cífico e livre de todos os sofrimentos do sarnsãra, porque sabem que não
há liberdade do sofrimento onde quer que se nasça nos reinos superiores
ou inferiores do samsãra.

2.3 O refúgio dos seres com maior capacidade


Os seres com maior capacidade tomam refúgio com a motivação de
estabelecer, no insuperável estado onisciente do estado búdico perfeito,
todos os seres que estão mergulhados no grande oceano dos sofrimentos
infinitos do sarnsãra e que passam por vários tormentos inimagináveis.

Desses três níveis de motivação, deveríamos escolher o dos seres


com maior capacidade: tomar refúgio pelo desejo de estabelecer a todos
e a cada um dos infinitos seres no estado búdico perfeito.
A felicidade dos deuses e homens pode parecer, à primeira vista,
ser a felicidade verdadeira. Entretanto, de fato, ela não está livre do
sofrimento; e tão logo os efeitos das boas ações que levaram os seres a
esses estados de felicidade se exaurem, eles caem de novo nos reinos
inferiores. Por que lutar para atingir a felicidade dos reinos superiores,
se ela dura apenas um momento? O nirvana dos srãvakas e pratyeka-
buddhas traz paz e felicidade, mas apenas para eles mesmos. Não seria
correto não tentar ajudar todos os seres, nossas mães e nossos pais desde
o princípio sem princípio quando eles afundam no oceano infinito de
sofrimentos do sarnsãra. Tomar refúgio nas Três Jóias com o desejo de
que todos os seres possam atingir o estado búdico é, assim, o caminho
dos seres elevados e a porta para méritos infinitos. Esse é o método que
nós, também, devemos adotar. É dito no Guirlanda de Jóias:
Assim como existem infinitos tipos de seres,
infinito também é o desejo de ajudá-Ios.

11.Como tomar refúgio


vr do m u
or p rf i o
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