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SEQUÊNCIA 2 – Teste escrito A (Nível 1)

Português 10.o ano


Nome N.° Turma

Classificação O(A) Professor(a) Data:

Grupo I
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
(100 pontos)

Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o Glossário.

Per que guisa estava a cidade corregida pera se defender,


quando el-Rei de Castela pôs cerco sobr'ela.

Nem uu˜falamento1 deve mais vizinho seer deste capitulo que havees ouvido2, que poermos3
logo aqui brevemente de que guisa estava a cidade, jazendo el-Rei de Castela sobr'ela; e per que modo
poinha em si guarda o Meestre, e as gentes que dentro eram, por nom4 receber dano de seus
e˜migos5; e o esforço e fouteza6 que contra eles mostravom, em quanto assi esteve cercada.
5 Onde sabee que como o Meestre e os da cidade souberom a viinda del-Rei de Castela, e
esperarom seu grande e poderoso cerco, logo foi ordenado de recolherem pera a cidade os mais
mantiimentos que haver podessem, assi de pam e carnes, come quaes quer outras cousas. […]
Os muros todos da cidade nom haviam mingua7 de boom repairamento8; e em seteenta e sete
torres que ela teem a redor de si, forom feitos fortes caramanchões9 de madeira, os quaes eram bem
10 fornecidos d'escudos e lanças e dardos e beestas de torno, e doutras maneiras com grande
avondança10 de muitos viratões11. […]
E nom embargando todo isto12, o Meestre que sobre toodos tinha especial cuidado da guarda e
governança da cidade, dando seu corpo a mui breve sono, requeria13 per muitas vezes de noite os
muros e torres com tochas acesas ante si, bem acompanhado de muitos que sempre consigo levava.
15 Nom havia i neuu˜s revees dos que haviam de velar, nem tal a que esquecesse cousa do que lhe fosse
encomendado; mas todos muito prestes a fazer o que lhe mandavom, de guisa que, a todo boom
regimento que o Meestre ordenava, nom minguava avondança de trigosos14 executores. […]
As outras cousas que perteenciam ao regimento da cidade, todas eram postas em boa e igual
ordenança; i nom havia ne˜uu˜ que com outro levantasse arroido nem lhe empecesse15 per talentosos
20 excessos16mas todos usavom d’amigavel concordia, acompanhada de proveito comuu˜.
Ó que fremosa cousa era de veer! Uu˜ tam alto e poderoso senhor como el-Rei de Castela, com
tanta multidom de gentes assi per mar come per terra, postas em tam grande e boa ordenança, teer
cercada tam nobre cidade! E ela assi guarnecida contra ele de gentes e d’armas com taes avi-
samentos17 por sua guarda e defensom! Em tanto que diziam os que o virom, que tam fremoso 18 cerco
25 de cidade nom era em memoria d’homee˜ s que fosse visto de mui longos anos atá aquel tempo.

Fernão Lopes. Crónica de D. João I, cap. 115. In Fernão Lopes. Crónica de D. João I de Fernão Lopes.
Lisboa: Comunicação, 1992 (apresentação, seleção e notas de Teresa Amado).
GLOSSÁRIO
1 falamento: fala, discurso; 2 ouvido: referência ao capítulo anterior, onde descreve a preparação do cerco de Lisboa pelo rei de Castela (no dia

29 de maio de 1384), com o acampamento militar a ser instalado desde Santos, por Alcântara e Campolide; 3 poermos: pormos; 4 por nom: para
não; 5 e˜ migos: inimigos; 6 fouteza: ousadia, coragem; 7 míngua: falta; 8 repairamento: reparação; 9 caramanchões: construção coberta de
verdura; 10 avondança: abundância; 11 viratões: setas curtas, fortes e grossas; 12 e nem embargando tudo isto: apesar disto tudo; 13 requeria:
inspecionava; 14 trigosos: rápidos; 15 empecesse: impedisse; 16 excessos: nem lhe causasse danos por atos intencionalmente desordeiros; 17
avisamentos: precauções; 18 fremoso: robusto.

Responde, de forma bem estruturada, às perguntas que se seguem.

1. No excerto apresentado, o povo lisboeta prepara-se para um longo cerco, imposto pelo rei de
Castela.
1.1 Baseando-te nos dois primeiros parágrafos, explica em que medida a utilização da metáfora e da
adjetivação contribuem para a valorização das hostes castelhanas.
2. Aponta duas caraterísticas do Mestre, tendo em conta as suas atitudes e o modo como se
relaciona com «toodos».
3. Neste excerto da Crónica de D. João I, predomina um «sentimento» individual ou coletivo?
Justifica a tua resposta.
4. O estilo de Fernão Lopes carateriza-se pela atenção conferida ao pormenor. Mostra como este
aspeto está presente no excerto apresentado.

Grupo II
LEITURA E GRAMÁTICA
(50 pontos)

Lê o texto seguinte.

A cidade ao longo dos séculos

A cidade assume, desde sempre, um caráter religioso, uma função sagrada. A esta função
sagrada, vieram porém, juntar-se outras, algumas das quais permaneceram até aos nossos dias,
outras foram-se modificando ao longo dos tempos, outras ainda, substituídas.
Cercada por muralhas, ela é desde o início um local de proteção, valor a que ainda hoje está
5 associada, sobretudo quando lhe é atribuído o sentido metafórico de «mãe», significado presente na
designação moderna de metrópole, metro (mãe) + polis. Esta função resulta também de constituir
um espaço ordenado, um cosmos, opondo-se, portanto, à Natureza, o caos, o Mundo, povoado de
forças tenebrosas, incontroláveis.
A cidade tornou-se «ponto de encontro permanente», originando aquilo a que Mumford
10 chama de «ampla hibridação biológica» e uma «mistura cultural»1, ultrapassando assim a
«autossuficiência e o sonhador narcisismo da cultura de aldeia».
Ao longo dos séculos, e porque não dos milénios?!, a cidade tem funcionado, e funciona, como
um armazém, onde se vêm reunindo e acumulando os diversos elementos que constituem a cultura,
transmitidos de geração a geração, os quais vão sendo transformados, aumentando ou produzindo
15 novas culturas.
Funcionando como um «recipiente»2, e contrariamente à Natureza, onde as coisas estão
dispersas e fatalmente se perdem, a cidade reúne, guarda e ordena tudo, pessoas e bens, costumes e
tradições, preservando e modificando para o futuro.
A cidade é, portanto, um lugar privilegiado de cultura e também de criatividade e é graças a ela
20 que o ritmo do desenvolvimento humano se acelerou.

La Salete Loureiro. A Cidade em Autores do Primeiro Modernismo: Pessoa, Almada e Sá-Carneiro.


Lisboa: Estampa, 1996 (texto com supressões e adaptações).

1 Lewis Munford. A Cidade na História. São Paulo, pág. 110; 2 Ibidem, op. cit., pág. 112.

1.Indica a opção correta, de acordo com o texto de La Salete Loureiro.


1.1 La Salete Loureiro considera que a função mais antiga e permanente da cidade é
A) a proteção.
B) o encontro de culturas.
C) a criatividade.
D) a religiosa.

1.2 Segundo a autora, a cidade


A) contrasta com a natureza.
B) completa a natureza.
C) assemelha-se à natureza.
D) é originada pela natureza.

1.3 A cidade desempenha, simbolicamente, uma função maternal porque


A) tem uma função sagrada.
B) é moderna.
C) protege e é um lugar ordenado.
D) se associa à natureza e a forças incontroláveis.

1.4 Através do segmento «e porque não dos milénios?!» (l. 12), a autora
A) refuta uma ideia expressa anteriormente.
B) apresenta uma consequência da afirmação anterior.
C) formula uma possibilidade.
D) localiza a ação num tempo concreto.

1.5 O termo «hibridação» (l. 10) significa


A) separação.
B) cruzamento.
C) viabilização.
D) contextualização.

1.6 As aspas, utilizadas para destacar a palavra «recipiente» (l. 16), além de assinalarem uma
citação,
A) evidenciam o uso irónico do termo.
B) evidenciam a presença de um arcaísmo.
C) evidenciam a presença de um eufemismo.
D) evidenciam o uso metafórico do termo.

1.7 Qual dos seguintes elementos não se refere a «cidade»?


A) «ela» (l. 4).
B) «lhe» (l. 5).
C) «Esta» (l. 6).
D) «ela» (l. 19).

2. Responde às perguntas.
2.1 A palavra «mãe» (l. 5) provém do étimo latino MATRE-.
2.1.1 Indica outro vocábulo com origem no mesmo étimo.
2.1.2 Que designação se dá a estas palavras, com formas diferentes mas com origem no
mesmo étimo?

2.2 Identifica o processo fonológico envolvido na evolução de HODIE > hoje.

2.3 Em «valor a que ainda hoje está associada» (ll. 4-5), classifica a oração destacada.

Grupo III
ESCRITA
(50 pontos)

Redige uma síntese do texto a seguir apresentado, utilizando 90 a 115 palavras.

A noção de bairro surge muito cedo na história individual de cada um de nós. A sua definição
começa com as primeiras experiências de exploração do espaço exterior na proximidade da casa onde
se vive. Vão-se conhecendo as ruas e os lugares mais próximos, na companhia de alguém mais velho,
nas pequenas deslocações para compras, idas ao café ou ao jardim. Assim se vai construindo o «lugar
5 mental» no centro do qual está a casa onde se vive e a partir da qual se vai construindo o mundo da
infância. O bairro é, evidentemente, uma dessas etapas de construção e aprendizagem do espaço que
se vai descobrindo.
Esta construção espacial, sendo realizada na infância, acompanha os indivíduos ao longo da vida
e mistura-se naturalmente com a imagem de um passado pueril de felicidade, de satisfação e de bem-
10 estar. Ou seja, a nostalgia da felicidade de um lugar que já não existe pois as pessoas desse lugar já
não são as mesmas, ou porque os espaços físicos mudaram entretanto, ou porque passados alguns
anos se vê e se interpreta esse espaço de uma forma naturalmente diferente.
O termo «bairro» tem vindo a ganhar importância no imaginário coletivo nos últimos anos. A
promoção imobiliária e várias marcas de estabelecimentos comerciais têm recuperado e promovido
15 essa imagem. «Bairro» no sentido de lugar onde se pode viver e conviver, onde existe um pouco de
tudo ao nível da oferta comercial e de serviços, onde se anda a pé e onde podemos encontrar outras
pessoas como nós.
Em Lisboa é possível encontrar aproximadamente mais de cem lugares que genericamente se
designam por «bairro». Em muitos desses lugares, a designação de bairro e de lugar, no sentido estrito
20 de topónimo, confunde-se e sobrepõe-se. Assinala-se ainda a existência de aproximadamente
quarenta lugares em que «bairro» faz parte integrante do nome (Bairro Alto, Bairro do Alvito, Bairro
do Calhau, Bairro do Condado, etc.).
Nuno Pires Soares. Tipologia de Bairros em Lisboa. Estudo Prévio: revista do Centro de Estudos de Arquitetura, Cidade e
Território da Universidade Autónoma de Lisboa (texto com supressões e adaptações).
Disponível em: http://estudoprevio.net.

Observações
• Na elaboração do teu texto, deves ter em conta a distinção entre o essencial e o acessório, a
utilização de mecanismos de supressão e de condensação e o destaque das intenções do autor.
• Atenta, também, na coesão e coerência, na correção linguística e no uso dos parágrafos.

COTAÇÕES

Grupo I
1.1 ................................................................................................................ 25 pontos
Conteúdo ............................................................................... (15 pontos)
Estruturação do discurso e correção linguística .................... (10 pontos)
2 ................................................................................................................... 25 pontos
Conteúdo ............................................................................... (15 pontos)
Estruturação do discurso e correção linguística .................... (10 pontos)
3 ................................................................................................................. 25 pontos
Conteúdo .............................................................................. (15 pontos)
Estruturação do discurso e correção linguística ................... (10 pontos)
4 .................................................................................................................. 25 pontos
Conteúdo .............................................................................. (15 pontos)
Estruturação do discurso e correção linguística ................... (10 pontos)

100 pontos

Grupo II
1.1 ........................................................................................... 2 pontos
1.2 ............................................................................................ 2 pontos
1.3 ............................................................................................ 2 pontos
1.4 ............................................................................................. 2 pontos
1.5 ............................................................................................ 2 pontos
1.6 ............................................................................................. 2 pontos
1.7 ............................................................................................ 2 pontos
2.1.1 ......................................................................................... 3 pontos
2.1.2 .......................................................................................... 3 pontos
2.2 ............................................................................................. 3 pontos
2.3 ............................................................................................. 3 pontos

50 pontos
Grupo III
Estruturação discursiva/conteúdo................................................... 30 pontos
Correção linguística ....................................................................... 20 pontos

50 pontos

TOTAL ........................................................ 200 pontos

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