III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação Recife - PE, 27-30 de Julho de 2010

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GEOPROCESSAMENTO COMO SUPORTE AO REORDENAMENTO E

REVITALIZAÇÃO DO PORTO DO CAPIM JOÃO PESSOA/PB

ALYSSON PEREIRA DE LUCENA

ERMANO CAVALCANTE FALCÃO
THYAGO DE ALMEIDA SILVEIRA

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba

Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento
[alysson-lucena@hotmail.com; ermano@ifpb.edu.br; thyago.silveira@gmail.com]

RESUMO - O reordenamento urbano não leva em consideração apenas critérios funcionais, mas também
sociais, culturais e ambientais. Neste contexto, o geoprocessamento surge como ferramenta facilitadora e
de suporte nesta atividade multidisciplinar. Dentro dessa óptica foi desenvolvido este trabalho, tendo por
objetivos a aquisição e o tratamento de dados cartográficos, dando apoio às atividades de reordenamento
e revitalização do Porto do Capim, localizado no bairro do Varadouro em João Pessoa. Essa atividade está
inserida nas ações da revitalização do centro histórico de João Pessoa, com intuito de promover a
desapropriação de duas áreas pertencentes à União. Para tanto, foram adotados os seguintes
procedimentos metodológicos: delimitação da área de intervenção, desenvolvimento do cadastro urbano,
identificação de um local para o reassentamento, execução de trabalhos topográficos no local de
reassentamento e simulação da atualização da base de dados da cidade de João Pessoa. Como resultados
finais foram obtidos dados cadastrais e mapas georreferenciados, que são exigidos pela Gerência
Regional do Patrimônio da União e necessários para elaboração e implantação do novo assentamento e
para a atualização da base de dados da cidade.

ABSTRACT - An urban reordering does not take into account only functional criteria, but social, cultural
and environmental. In this context the Geoprocessing appear as a tool facilitator and support in this
multidisciplinary activity. Into this optic was developed this work, having as objective the acquisition and
processing of cartographic data, providing support for activities of reordering and revitalization of Capim
Port, located in Varadouro district in João Pessoa. This activity is inserted in the actions of revitalization
of the historical center of John Person, with the intend of promote the dispossession of two areas that are
of Union. For this, were adopted the following procedures: delimitation of intervention area, development
of the urban cadastre, identification of a resettlement place, executation of topographical works at the
resettlement place and of updating simulation of João Pessoa city’s database. As final results were
obtained cadastral datas and georeferenced maps, which are required by Gerência Regional of Patrimônio
of União and necessary for the implementation of the new settlement and for the updating of João Pessoa
city’s database.

1 INTRODUÇÃO Na Paraíba uma das áreas afetadas por este

As ocupações irrregulares são um dos principais
problemas urbanísticos das grandes cidades brasileiras.
Elas reunem diversos problemas decorrentes de fatores
ligados a falta de infra-estrutura básica e ao crescimento
desordenado, resultantes principalmente do êxodo rural,
do desemprego, e da má distribuição de renda.
A concentração demográfica e a falta de acesso à
propriedade afetam principalmente as camadas mais
pobres da população que, sendo marginalizadas, passam a
habitar regiões impróprias, de forma precária e irregular,
com ocupações insalubres e em áreas de risco,
degradando o meio ambiente e colocando em risco suas
próprias vidas.
A. P. Lucena; E.C.Falcão; T.A.Silveira
fenômeno foi o Porto do Varadouro. Conhecido
popularmente como Porto do Capim, foi sofrendo
paulatinamente com a expansão da cidade em direção ao
mar, e com o aumento do êxodo rural, ocasionando em
sua região ocupações desordenadas por famílias de baixa
renda e em risco social, atraídas pela proximidade do
comércio varejista e pela boa infra-estrutura de
transportes públicos.
Essa ocupação desordenada tem sido responsável
por uma transfiguração ambiental e por mudanças na
paisagem daquela região, haja visto que não só o meio
ambiente tem sido agredido, mas também o patrimônio
histórico, arquitetônico, artistico e cultural da Cidade de
João Pessoa.
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Para solucionar tal problema, bem como garantir
melhores condições de vida, qualidade ambiental e
conforto urbano para a população residente na área, faz-se
necessário a relocação das comunidades ali encontradas,
viabilizando posteriormente a implantação de projetos de
revitalização ambiental, histórico e cultural, de forma a
inserir novamente o Porto do Capim nas rotas turísticas
do estado.
Sob esta perspectiva as técnicas de
geoprocessamento, destacam-se como suporte tecnológico
do trabalho permitindo orientar o uso e a ocupação da
terra, em função da capacidade de suporte do meio
ambiente, permitindo assim redefinir as potencialidades e
a recuperação da área, propiciando uma delimitação
precisa do território, o levantamento da infra-estrutura,
para o planejamento de ações estratégicas de urbanização.
Nesse sentido, este trabalho apresenta uma
aplicação prática da utilização das geotecnologias, usadas
na aquisição de dados (cadastrais, topográficos e
espaciais), no processamento e elaboração de produtos em
ambientes computacionais, como mapas e informações
alfanuméricas, que podem dar suporte às atividades de
reordenamento urbano, bem como, planejamento e gestão
ambiental de áreas reordenadas.
2 REVISÃO CONCEITUAL
2.1 Planejamento Urbano
Para Nunes (2007), o planejamento urbano é o
processo de criação e desenvolvimento contínuos, que
atráves de ações concretas, garante o desenvolvimento
econômico e social do município, proporcionando a seus
habitantes o favorecimento da inclusão social e uma
melhor qualidade de vida. Nesse sentido, ao levar em
consideração o planejamento de espaços de uma cidade,
deve-se imaginar não só ações que possam propiciar um
bem estar urbano, mas também ações que possam criar
conforto e sustentabilidade social à população moradora.
Devido a necessidade é notável a existencia de um
esforço institucional, vindo das prefeituras e dos seus
orgãos de planejamento, no sentido de entender o
município, e suas reais necessidades (NUNES, 2007).
Assim, o simples registro de transformações
espaciais não é suficiente para caracterizar a estruturação
ou a reestruturação de um espaço urbano. É necessário
identificar as transformações físicas que ocorrem nos
principais pontos da cidade, para então denominá-las de
reestruturação do espaço urbano (OJIMA, 2006). Além
disso, verificar mudanças estruturais na vida social que
justifiquem uma mudança na lógica de ocupação, e ou de
um novo espaço.
2.2 Geoprocessamento e Ordenamento Territorial
Rocha (2007) define Geoprocessamento como uma
tecnologia transdisciplinar, que, através da axiomática da
localização e do processamento de dados geográficos,
integra várias disciplinas, equipamentos, programas,
processos, entidades, dados, metodologias e pessoas para
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coleta (topografia, sensoriamento remoto, e GPS -
Sistema de Posicionamento Global), tratamento
(CAD,SIG), análise e apresentação de informações
associados a mapas, plantas, e gráficos digitais
georreferenciados.
Os instrumentos propostos, com a utilização do
Geoprocessamento, visam otimizar as análises e as
intervenções urbanas, levando em consideração complexa
gama de variáveis espaciais, tais instrumentos tem como
principal enfoque a melhoria no gerenciamento de dados e
a utilização dos recursos para facilitar o diálogo entre
técnicos, administradores e comunidade (MOURA, 2003).
O emprego de geoprocessamento proporciona uma
delimitação precisa do território, o levantamento da infra-
estrutura que o município dispõe, além de possibilitar a
realização de análises espaciais e simulações sobre uma
série de temas que compõem o quadro do
desenvolvimento urbano do município, com isso permite
identificar problemas de ordem prioritária, aplicar
corretamente os recursos e avaliar os resultados.
Tal ferramenta tem como objeto principal definir
cartograficamente os setores de um território que
apresentam peculiaridades de qualidade ambiental com
vistas, dependendo da situação encontrada, propor o
melhor uso, sua preservação ou mesmo a recuperação ou
reabilitação das áreas que se encontram degradadas por
atividades que sejam incompatíveis com sua vocação de
uso (MASSON et al. 1990).
Para Souza, 2002, essa técnica também permite
delimitar as áreas potenciais ao crescimento urbano e
industrial, minimizando assim futuras ações corretivas
frente à ocupação de sítios inadequados.
É importante ressaltar que o geoprocessamento não
é propriamente um instrumento de planejamento, mas sim
o suporte tecnológico do trabalho de planejamento e
gestão (TREVISAN E MATIAS, 2008).
3 O PORTO DO CAPIM
O Porto do Capim está localizado na parte mais
baixa do bairro do Varadouro, entre o rio Sanhauá e a
linha férrea da RFFSA - Rede Ferroviária Federal S.A.
Trata-se de uma área ribeirinha, ocupando uma faixa de
terra pertencente à União, situada à margem direita do Rio
Sanhauá, afluente do Rio Paraíba. A região é envolta por
manguezais, vegetação característica dos estuários, está
sujeita a enchentes, provocadas pelo fluxo das marés e se
torna mais intenso no período chuvoso.
Atualmente, a área do antigo cais encontra-se
ocupada por um aglomerado subnormal, composto por
uma população carente que vive em condições precárias.
Essa comunidade, que há vários anos ocupa
irregularmente essa área, terá que ser remanejada, uma
vez que a mesma está degradando o rio Sanhauá, e a área
de mangue ao seu redor.
A relocação dessa comunidade é financiada pelo
governo federal com recursos do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento), com apoio da Prefeitura
Municipal de João Pessoa. As atividades do PAC em João
Pessoa prevêem a revitalização das bacias dos rios
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Jaguaribe e Sanhauá, com a relocação das comunidades
ribeirinhas e obras correlatas que objetivam a
revitalização destes rios. Neste âmbito a comunidade
Porto do Capim será beneficiada, pois está localizada as
margens do rio Sanhauá.
A revitalização daquela região também vem sendo
beneficiada pelo convênio com a Agência Espanhola de
Cooperação Internacional (AECI), que mantém desde a
década de 80, o Programa de Preservação do Patrimônio
Cultural na Ibero América. Iniciado em João Pessoa em
1987, o projeto de revitalização do centro histórico de
João Pessoa tem na revitalização do Antigo Porto do
Capim uma das principais ações previstas nesse projeto,
prevendo ações que resultem na reversão do quadro de
degradação em que a área se encontra e na requalificação
urbana.
4 METODOLOGIA
4.1 Delimitação da Área de Intervenção
Percorreu-se toda a área de estudo (in locus) com o
auxílio de uma imagem do satélite Quickbird e de um
mapa da área impressos com objetivo de identificar as
aglomerações subnormais existentes. Posteriormente, as
áreas de intervenção foram delimitadas na base
cartográfica da cidade.
4.2 Desenvolvimento do Cadastro Urbano
Com objetivo de coletar informações capazes de
esclarecer as condições físico-espaciais preexistentes da
comunidade e de levantar características relevantes tanto
nas residências quanto no espaço urbano-ambiental,
foram realizadas visitas e entrevistas, através da aplicação
de um questionário e do preenchimento de formulários
contendo dados pessoais, socio-econômicos e dos
imóveis.
A partir do cadastramento dos dados foram
extraídas informações como infra-estrutura existente,
comércios, quantidade de idosos, quantidade de
deficientes, grau de escolaridade, dentre outras
informações que serviram para elaborar o perfil sócio-
econômico da comunidade, servindo como base para a
montagem dos projetos sociais e arquitetônicos das suas
novas moradias.
4.3 Identificação de um local para o renanejamento
Nesta etapa, foram identificados na imagem de
satélite dois terrenos vazios existentes nas proximidades
da comunidade. Com auxílio do SIG, foram realizadas
várias consultas espaciais, com o intuito de identificar se
os terrenos teriam o tamanho e localização que suprissem
as necessidades do projeto.
Por estar bem próximo ao rio Sanhauá e por a
região ter sofrido um significativo aterramento, havia a
possibilidade de aquela área estar dentro da faixa
pertencente à União. Após consulta a GRPU (Gerência
Regional do Patrimônio da União), constatou-se que tanto
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a área de intervenção, quanto os terrenos que deveriam ser
destinados ao novo assentamento são de propriedade da
União.
Após confirmação da área destinada ao
reassentamento das famílias do Porto do Capim, foi
necessário fazer um estudo de solo nos terrenos, para se
certificar que os mesmos eram propícios para construção,
tendo em vista que grande parte daquela região era
constituída como área de mangue e pela mesma ter
sofrido um substancial aterramento.
4.4 Execução de Trabalhos Topográficos no Local de
Reassentamento
Para elaboração do material cartográfico, foi
realizado um levantamento topográfico nos terrenos que
serão objetos de seção, cujo resultado servirá como
alicerce para a elaboração do projeto de implantação dos
dois novos assentamentos que serão construídos, com 297
unidades habitacionais, para onde serão relocadas as
famílias do antigo Porto.
A execução do levantamento topográfico foi
realizada seguindo as normas da NBR 13.133/94, e
compreendeu o levantamento altimétrico, com a aferição
das cotas, e levantamento planimétrico, para a
determinação das dimensões lineares, angulares e das
coordenadas UTM dos terrenos em questão.
O levantamento altimétrico, foi realizado pelo
método de nivelamento geométrico, utilizando um nível
analógico e uma mira, com o intuito de obter as cotas de
toda área.
Já em ambiente SIG ArcGIS, a partir das cotas
coletadas em campo foi feita uma interpolação espacial
usando os interpolador Função de Base Radial (Complety
Regularized Spline) e em seguida foram geradas s curvas
de nível.
Para o levantamento planimétrico foram utilizados
dois aparelhos GPS (Sistema de Posicionamento Global)
geodésicos, GeoExplorer XT da Trimble e o software
GPS pathfinder office 2.90 para descarregar os dados
coletados.
Este levantamento foi executado pelo método
estático rápido com uma taxa de ocupação de 10 minutos
e uma taxa de sincronismo de 5 segundos. Os dados
foram obtidos pelo código C/A e os dois aparelhos foram
utilizados como receptores móveis.
Após o levantamento, foi utilizado o software
Pathfinder Office 2.90 para descarregar os dados. Obteve-
se da empresa Santiago e Cintra, que disponibiliza na
internet, o arquivo com os dados da base de Recife, então,
com os dados dos receptores móveis e da base com
coordenadas conhecidas, foi possível fazer a correção
diferencial.
4.5 Simulação da atualização da base de dados da
cidade de João Pessoa
As feições espaciais dos projetos do novo
assentamento e do centro turístico, que será construído na
área do antigo Porto do Varadouro, e os dados
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socioeconômicos adquiridos e gerados nas etapas
anteriores foram adicionados ao SIG ArcGIS onde foram
relacionados, gerando uma nova base de dados daquela
área.
Em seguida a base de dados da cidade em formato
shapefile foi sobreposta pela base de dados da área de
intervenção, gerada anteriormente, simulando assim como
a base da cidade de João Pessoa possivelmente será ao
termino projeto, e após a mesma ser atualizada.
5 RESULTADOS
5.1 Delimitação da Área de Intervenção
O trabalho de delimitação das áreas de intervenção
resultou na idetificação de cinco comunidades ali
existentes e que serão beneficiadas com o projeto. As
comunidades indentificadas são o Porto do Capim, Praça
XV de Novembro, Vila Nassau, Trapiche e Frei Vital.
Após se identificar e delimitar as comunidades no
ambiente do AutoCAD, a base cartográfica foi atualizada
e foi gerado um mapa temático mostrando a localização
espacial de cada uma (Figura 1).
Figura 1 - Mapa de Localização das comunidades do
Porto do Capim.
5.2 Desenvolvimento do Cadastro Urbano
A população de toda a área de intervenção é
composta por 297 famílias, distribuídas em 206 unidades
residenciais. O número de famílias é maior, devido ao
fato de que na região existem residências onde moram
mais de uma família, nestes casos, foram cadastradas
todas as famílias, com o intuito de melhorar sua qualidade
de vida, de modo a diminuir o déficit habitacional da área.
Com os dados dos cadastros realizados, foi
possível elaborar um perfil sócio-econômico e fazer um
levantamento sócio-demográfico para cada comunidade.
No Gráfico 1 pode-se visualizar o Gráfico da Renda
Familiar, identificando as condições econômicas das
cinco comunidades identificadas no estudo.
A. P. Lucena; E.C.Falcão; T.A.Silveira
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Gráfico 1 - Renda Familiar das comunidades do Porto
do Capim.
Foram cadastrados 25 pequenos pontos comerciais
existentes na área de intervenção. Esses comerciantes
também foram beneficiados com a construção de pontos
de apoio econômico que serão implantados no centro
turístico.
Constatou-se também que o no entorno do novo
assentamento, ficam os bairros do Roger, Centro e
Varadouro, que já são providos de diversos equipamentos
comunitários, além de comércios bem estabelecidos, rede
de transporte regular, coleta de lixo e infra-estrutura.
5.3 Identificação de um local para o reassentamento
As propriedades que eram da União sob jurisdição
da GRPU, e que foram identificadas na imagem de
satélite (Figura 2), se tornaram objeto de pedido de seção
junto a este orgão. Posteriormente, o estudo do solo
(sondagem no terreno) mostrou que os terrenos eram
propícios à construção do assentamento.
Figura 2 - Imagem Quickbird com destaque nos terrenos
para reassentamento.
FONTE: PMJP, 2005.
Os terrenos se encontram em área contígua ao
Porto do Capim (Figura 3), de modo que as famílias serão
relocadas para uma distância não superior a 1 km de sua
atual localização, em uma atividade caracterizada como
remanejamento, na qual a população retirada será
reassentada em área vizinha, de modo a se preservar os
laços culturais e de vizinhança.
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Figura 4 - Planta do levantamento topográfico.

Figura 3 – Áreas à serem desapropriadas para relocação
5.5 Simulação da atualização da base de dados da
das famílias do Porto do Capim
cidade de João Pessoa
5.4 Execução de Trabalhos Topográficos no Local de
Como principal objetivo desta etapa da
Reassentamento
metodologia foi à simulação da atualização da base de
dados da cidade de João Pessoa, enfatizando a região do
Foi levantada toda área, passível de construção,
Porto do Capim. Foram atualizadas a base cartográfica da
delimitando-se a poligonal de cada um dos terrenos, bem
cidade,e a base de dados da área de intervenção gerada a
como as faixas de exclusão, tendo em vista que um deles
partir da ligação dos dados cadastrais coletados c as
se confronta com a linha férrea da RFFSA (Rede
delimitações dos novos lotes simulados sobre a área
Ferroviária Federal S.A), com uma faixa de domínio de
escolhida e cedida à PMJM. Como resultados destes
15 metros para cada lado, e um tubo emissário de esgoto,
processos, temos identificados no ambiente SIG a base de
que tem jurisdição da CAGEPA (Companhia de Água e
João Pessoa, na tonalidade de roxo, sobreposta pela
Esgotos da Paraíba), com uma faixa de domínio de 5
camada da área revitalizada do Porto do Capim na cor
metros para cada lado, com o qual, ambos os terrenos se
laranja (Figura 5).
limitam.
No total, foram coletados, com a utilização dos
GPS, 33 pontos. Com estes, pôde se obter as poligonais
dos terrenos, os traçados da linha férrea, do tubo
emissário de esgoto e de um riacho que corta um dos
terrenos. Já para o levantamento altimétrico, usando o
nível foram obtidas as cotas dos terrenos. A partir delas
em ambiente SIG foram traçadas as curvas de nível.
Os dados gerados pelos procedimentos de campo
foram lançados no software AutoCAD para visualização
das poligonais, das curvas de nível e das coordenadas da
área em estudo, permitindo a definição também, das áreas
de domínio da RFFSA e da CAGEPA, bem como o
traçado do riacho citado anteriormente. As informações
das poligonais, dos detalhes e dos limites definidos,foram
inseridas na base cartográfica.
Após o refinamento dos dados, obteve-se uma área Figura 5 - Simulação da atualização da base de dados da
passível de construção medindo: 30.862,36 m², tendo a cidade de João Pessoa.
quadra 01: 26.378,00m² e a quadra 02: 4.484,36m²
(Figura 4). 5 CONCLUSÕES

No decorrer deste trabalho, foi evidenciado, que as

tecnologias de Geoprocessamento foram suporte
importante na fase de coleta e processamento dos dados,
no desenvolvimento de ações, e na geração de produtos
socioeconmicos e cartográficos que supriram as
necessidades do Projeto.
Os dados adquiridos e produzidos podem servir
como parâmetros fundamentais para auxiliar na gestão e
na tomada de decisão para aquela região, sendo capazes
de ser inseridos em qualquer projeto de beneficiamento.

A. P. Lucena; E.C.Falcão; T.A.Silveira

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Os produtos gerados também serão importantes

para a atualização da base de dados que deverá ser
concretizada após o final do todo o processo de relocação
da Comunidade do Porto do Capim.
A metodologia utilizada na simulação da
atualização deste trabalho poderá ser adotada
posteriormente pelos órgãos competentes da PMJP, com
objetivo de finalizar o processo de revitalização e
reordenamento do Porto do Capim, bem como auxiliar na
relocação de outras comunidades situadas em áreas de
ocupações irrregulares.
Por fim, a revitalização de um espaço de valor
histórico e ambiental é um bem incalculável, tanto para
patrimônio histórico nacional, quanto para a comunidade
beneficiada que desfruta do novo espaço, aqui
exemplificada como o Porto do Capim, berço da
ocupação da Paraíba.

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http://www.cartografia.org.br/xxi_cbc/177-SG42.pdf>.
Acesso em 27 de dezembro de 2008. xxi_cbc/177-SG42.

NUNES, Jordana Coimbra. Sistema de Informações

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para análises comparativas. III Encontro da ANPPAS,
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ROCHA, Cesar Henrique Barra. Geoprocessamento:
Tecnologia Transdisciplinar. Juiz de Fora, MG. 3ª Ed.
Editora do Autor, 2007.

SOUZA, M.L., 2002. Mudar a cidade; uma introdução

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TREVISAN, Fernanda L; MATIAS, Lindon F. O Mapa

da Modernização: Uso do Geoprocessamento na
Gestão e Planejamento urbanos. COBRAC 2008,
Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico
Multifinalitário, UFSC Florianópolis, 19 a 23 de Outubro
2008.

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