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Matheus Carvalho Pacheco

Turma Sábado
Módulo II
Seminário II

QUESTÕES

1. Considerando os conceitos de norma, incidência e crédito tributário, responda:

a) Que é lançamento? Definir o conceito especificando: quem pode lançar, se é ato ou


procedimento e qual a sua finalidade;

Resposta: Lançamento tributário é o ato jurídico administrativo por meio do qual se cria a
norma individual concreta, materializando-se, desta forma, a obrigação tributária. Através do
lançamento, aquele que praticou o ato descrito na norma abstrata (antecedente) passa a ser
obrigado a prestar a obrigação ali descrita (consequente). Sendo assim, o lançamento tributário
é o ato administrativo que irá individualizar o sujeito passivo da relação tributária, além de
precisar o valor devido. Nesse sentido veja-se a doutrina de Paulo de Barros Carvalho:

“Lançamento, como tenho assumido, é o ato administrativo, da categoria dos simples,


modificativos ou assecuratórios e vinculados, mediante o qual se declara o acontecimento
do fato jurídico tributário, identifica o sujeito passivo da obrigação correspondente,
determina a base de cálculo e a alíquota aplicável, formalizando o crédito e estipulando
os termos de sua exigibilidade.
Entre suas características, transparece a manifestação de vontade do Estado, expressa de
maneira individual, concreta, pessoal, para a consecução de seu fim, de criação de
utilidade pública, de modo direto e imediato, para produzir efeitos de direito e, como ato
administrativo que é, devem ter analisados os elementos de sua intimidade orgânica, quais
sejam, o conteúdo e a forma.”
(CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. III.
São Paulo: Noeses, 2016, Tema XXXII (O procedimento administrativo tributário e o ato
jurídico do lançamento), p. 233).

b) É correto afirmar que o lançamento tributário se apresenta em três espécies? Se


positiva a resposta, qual o critério que orienta tal classificação, ou seja, o que diferencia
uma espécie da outra?

Resposta: Segundo apreciação legislativa (artigo 142 do CTN) o ato de lançamento divide-se
em lançamento de ofício, por declaração e por homologação.

Todavia, destaca-se de antemão que a doutrina majoritária consente em não levar em


consideração a modalidade de homologação como forma de lançamento, eis que o lançamento
é ato jurídico administrativo praticado tão somente pela Administração Tributária, e não pelo
particular, o que faria com que existissem somente duas modalidades (declaração e ofício).

Consoante já exposto, segundo a lei, a modalidade de homologação seria hipótese legal de


lançamento. Entretanto, segundo parte da doutrina e diante do que assinala o professor Paulo
de Barros Carvalho, o chamado “lançamento por homologação” é um ato de introdução de
norma jurídica, individual e concreta produzida pelo administrado em decorrência de
autorização legal que dá competência ao contribuinte para constituição do crédito tributário.

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Quando ao lançamento por declaração, parte da doutrina sustenta que quando o crédito
tributário é constituído por declaração do sujeito passivo, não há lançamento, ou
autolançamento, e sim, uma confissão de dívida, mesmo na hipótese dos tributos sujeitos a
lançamento por homologação, em que o administrado antecipa o pagamento. Por outro lado, da
análise do artigo 147 do CTN, depreende-se que ocorre uma ação conjunta entre Fisco e
contribuinte (contribuinte presta informações por meio de declaração para que o Fisco então
efetue o lançamento com base nas prestações).

c) O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o lançamento


por declaração?

Resposta: Entendendo-se o chamado lançamento tributário como ato jurídico administrativo e


não como procedimento, percebe-se que as previsões do mencionado artigo 142 devem ser
afastadas. Isto porque, como dito, o CTN apresenta três espécies de procedimento, o qual é
imprescindível para o lançamento.

Desta forma, conclui-se que o chamado “lançamento por homologação”, bem como o
“lançamento por declaração” são, na realidade, meros procedimentos e não lançamento
tributário propriamente.

d) O lançamento tem eficácia declaratória e/ou constitutiva? O que é declarado e/ou


constituído? Quando isso ocorre?

Resposta: Entende-se defensável, assim como preceitua o respeitável doutrinador Paulo de


Barros Carvalho, que o lançamento tributário possui dupla finalidade, (i) a de declarar a
obrigação tributária ao contribuinte, bem como (ii) constituir o crédito tributário. Veja-se os
dizeres do professor Paulo:

“Lançamento, como tenho assumido, é o ato administrativo, da categoria dos simples,


modificativos ou assecuratórios e vinculados, mediante o qual se declara o acontecimento
do fato jurídico tributário, identifica o sujeito passivo da obrigação correspondente,
determina a base de cálculo e a alíquota aplicável, formalizando o crédito e estipulando
os termos de sua exigibilidade.
Entre suas características, transparece a manifestação de vontade do Estado, expressa de
maneira individual, concreta, pessoal, para a consecução de seu fim, de criação de
utilidade pública, de modo direto e imediato, para produzir efeitos de direito e, como ato
administrativo que é, devem ter analisados os elementos de sua intimidade orgânica, quais
sejam, o conteúdo e a forma.” (destaque nosso).
(CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. III.
São Paulo: Noeses, 2016, Tema XXXII (O procedimento administrativo tributário e o ato
jurídico do lançamento), p. 233).

e) Confrontar as noções de tempo no fato e tempo do fato.

Resposta: Conforme preceitua o Ilmo. Professor Paulo de Barros Carvalho, o tempo no fato,
referente a uma data cronologicamente anterior, representa o momento da “ocorrência concreta

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de um evento”, como por exemplo: “no dia 1º de janeiro de 1996, realizou-se o fato de alguém
ser proprietário de bem imóvel” (CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário:
fundamentos jurídicos da incidência. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p.150). Em outras
palavras, entende-se que o tempo no fato é a ocorrência simples de um evento, sem que haja
qualquer tipo de intervenção administrativa do Fisco e/ou positivação deste fato, como por
exemplo, o lançamento.

Noutro diapasão, o tempo do fato configurar-se-á, com relação ao exemplo citado, quando
ocorrer o respectivo “lançamento tributário, celebrado por agente competente da Fazenda
Pública e devidamente notificado o sujeito passivo”. Ou seja, aqui, tratando-se de tempo do
fato, existe o tempo no fato sendo positivado, através de um lançamento tributário, uma
execução fiscal, dentre outros.

Destarte, percebe-se que, consoante aos ensinamentos de Paulo de Barros Carvalho, constata-
se, primeiramente sobre a conceituação de tempo do fato, a existência de uma relação com o
ordenamento jurídico, enquanto que tratando-se de tempo no fato essa relação é abstrata.

f) O que é erro de fato e erro de direito? E mudança de critério jurídico?

Resposta: Paulo de Barros Carvalho reflete sobre estes diferentes tipos de erros, adotando
como um dos critérios a sua relação com a norma. De acordo com ele, o erro de fato é um
problema intranormativo, enquanto que o erro de direito decorre de enunciados de normas
jurídicas diferentes, sendo resultado de um descompasso internomativo (CARVALHO, Paulo
de Barros, Curso de Direito Tributário, p. 453-454) .

Nesse sentido, entende-se que o erro de fato ocorre quando a autoridade administrativa apura
fatos não conhecidos ou não provados por ocasião do lançamento tributário, seja por ignorância
do fisco, seja por ocultação do contribuinte. Tomando ciência destes fatos em tempo hábil, o
fisco tem o dever de efetuar o lançamento (AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 13
ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 350).

Diferentemente do erro de fato, o erro de direito ocorre quando o lançamento é realizado com
a presença de vícios, os quais surgiram em virtude de ignorância ou errada interpretação da lei.
Por fim, a mudança de critério jurídico ocorre quando a autoridade jurídica simplesmente muda
a interpretação da legislação tributária, substituindo por outra, não declarando que uma delas
esteja incorreta (MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 31 ed. São Paulo:
Malheiros, 2010, p. 185).

Importante destacar que o respeitável doutrinador Hugo de Brito Machado diverge do


entendimento apresentado quando distingue o erro de direito da inserção de novos critérios de
interpretação. Para autores como Luciano Amaro, a inserção de novos critérios de interpretação

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existiria justamente em reconhecimento ao erro de direito. Segundo o último, em virtude da


aplicação errada do direito reiteradamente, muda-se o critério de interpretação. Porém, tal
mudança não permite a alteração do lançamento tributário, visto que adotada após a ocorrência
do fato gerador (AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 13 ed. São Paulo: Saraiva,
2007, p. 351).

Ocorrido o erro de direito, como classificado por Hugo de Brito Machado, pelo lançamento
ilegal de um tributo, tal lançamento não poderá ser modificado, pois é nulo e sua nulidade
deverá ser declarada pelo fisco. Por fim, diante da inserção de novos critérios de interpretação,
estes somente poderão ser aplicados a fatos geradores futuros em respeito ao princípio da
legalidade.

Noutro ponto, quanto à mudança de critério jurídico, esta revelaria uma fragilidade do ente
tributante na sua atividade interpretativa da norma, guardando certa sintonia com o erro de
direito. Paulo de Barros de Carvalho expõe com clareza a sua posição sobre a matéria:

O agente público, ao verificar o valor da operação, base de cálculo do imposto,


toma-o a menor, promovendo a determinação da dívida em quantia inferior à que
efetivamente é. Tempos depois, antes, naturalmente, que flua o prazo decadencial,
procede a expedição de ofício, comunicando ao sujeito passivo a alteração havida
no lançamento originário. Houve erro de fato e, portanto, é regular a iniciativa
modificadora da Fazenda Pública. Noutro quadro, funcionário competente
promove o cálculo do tributo devido, mediante aplicação de certa alíquota,
digamos, 17%, em virtude da classificação que entende correta, para determinado
produto industrializado, na tabela do IPI. Posteriormente, sem apontar qualquer
aspecto material novo do bem que analisar, muda de opinião, passando a
classificá-lo numa posição mais gravosa da tabela, em que a alíquota é de 23%,
alegando que este é percentual juridicamente mais adequado àquele produto
industrializado. A alteração não pode prevalecer, fundada que está em mudança
de critério jurídico. O agente não poderia, segundo o direito, desconhecer a
diretriz jurídica apropriada à escolha da alíquota. Houve erro de direito e o citado
art. 146 só permite aplicar o novel critério para fatos jurídicos tributários
subsequentes àquele que ensejou a tributação.
(CARVALHO, Paulo de Barros, Curso de Direito Tributário, p. 462)

2. Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se:

a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo auto de


infração;

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Resposta: O Auto de Infração fictício (Anexo I) compreende duas normas individuais e


concretas, quais sejam (i) o lançamento do tributo (ICMS), e b) a aplicação da penalidade pelo
não pagamento deste imposto (multa de 50%).

b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato administrativo de


imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e (iv) ato de notificação;

Resposta: Primeiramente, destaca-se que auto de infração é o documento descritor de suposta


penalidade praticada pelo sujeito passivo e/ou o instrumento de lançamento de determinado
tributo devido. Veicula normas individuais e concretas referentes às penalidades e ao
lançamento.

Por conseguinte, ao se falar de ato administrativo de imposição de multa, entende-se que trata-
se de exercício do poder de polícia pela autoridade administrativa fiscal, momento em que a
Administração Tributária verifica a infringência de dispositivo da legislação tributária, tanto
em relação às obrigações principais quanto às acessórias.

No tocante ao ato administrativo de lançamento, significa a verificação da ocorrência do fato


gerador pela Administração Tributária.

Já a notificação, nada mais é do que a cientificação do sujeito infrator acerca da infringência.


É o produto final do procedimento de imposição de multa. É o ato administrativo que colocará
no mundo positivado a norma individual e concreta relacionada ao pagamento da multa ou da
penalidade, tendo em vista a conduta ilícita praticada.

c) Em sua opinião, em que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito tributário?


E, a multa tributária? Que significa “constituição definitiva do crédito”?

Resposta: Conforme já debatido anteriormente, segundo a sistemática da teoria declaratória, o


lançamento declara a existência do crédito tributário, enquanto para a teoria constitutiva, o
lançamento constitui o crédito tributário.

A obrigação tributária nasce, de acordo com o artigo 113, § 1º, do CTN, com a ocorrência do
fato gerador – fato suficiente e necessário, previsto em lei, que tem o condão de gerar relação
obrigacional.

O ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria constitutiva, na medida em que vinculou a


constituição do crédito tributário ao lançamento. Antes do lançamento, o crédito não existe,
mesmo que haja obrigação, que, inobstante, fica inexigível. A obrigação existe antes do crédito,
e é por essa razão que o contribuinte fica em mora desde a ocorrência do fato gerador.

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Seria a constituição definitiva do crédito tributário o momento em que o suposto crédito não
seria mais passível de revisão pela Administração Tributária, seja em sede de procedimento
administrativo para apurar inexatidão de alguma declaração prestada pelo contribuinte, ou seja
pelo lançamento de ofício por parte da autoridade.

Consoante assinala o Professor Paulo de Barros, ocorre a constituição definitiva do crédito com
a notificação válida do lançamento ao sujeito passivo. Ainda, segundo Hugo de Brito Machado,
nos procedimentos administrativos para apuração de inexatidão de declarações, a constituição
definitiva do crédito tributário ocorre com o trânsito em julgado administrativo do ato de
lançamento.

3. Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e débitos,


compensa tais valores (não-cumulatividade) e, de acordo com a lei, realiza o pagamento
do saldo devedor conforme discriminado abaixo:
Posteriormente, o Fisco Federal glosa os créditos de IPI utilizados pela empresa devedora,
sem, contudo, efetuar o lançamento de qualquer valor a título de tributo. Em seguida,
encaminha para inscrição na dívida ativa os valores não pagos em razão do
aproveitamento indevido dos créditos (R$ 200.000,00), pois entende não ser necessário o
lançamento de ofício. Esses valores, por sua vez, são acrescidos das penalidades que o
Fisco entende cabíveis, além dos juros de mora. Na sua opinião, está correto o proceder
da Fazenda? Ainda, o aproveitamento de créditos da não-cumulatividade pode ser
equiparado a pagamento antecipado? A glosa, por sua vez, resultaria em não pagamento?
Justifique sua resposta (Vide anexo II e III).

Resposta: Conforme nos ensina Paulo de Barros Carvalho “o cumprimento dos deveres
instrumentais ou formais, cometidos ao sujeito passivo das imposições tributárias, forma um
tecido de linguagem que, na sua integridade, relata o acontecimento de eventos e a instalação
de relações jurídicas obrigacionais”.

Neste sentido, ainda que a declaração do contribuinte não possa ser entendida como
lançamento, não há que se negar que esta é uma maneira de constituir obrigação tributária,
sendo este, inclusive, o entendimento consolidado e sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça
- STJ (Súmula STJ n.º 436 - “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito
fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do
fisco”). A formalização da obrigação, entretanto, estará condicionada ao atendimento do
contribuinte à legislação cabível no momento da declaração, sendo devido o uso de documento
específico, linguagem pré-definida, dentre outros. Ademais, a norma individual e concreta
somente será incluída no ordenamento jurídico, quando houver a devida transmissão das
informações ali prestadas ao fisco competente.

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Desta forma, caberá ao sujeito ativo a atividade de fiscalizar as declarações do contribuinte, e,


em não concordando com as informações prestadas, realizar o lançamento tributário.

Sendo assim, não há qualquer irregularidade na inscrição em dívida ativa de débito de IPI
declarado e não pago, ainda que não tenha ocorrido o lançamento, uma vez que, conforme
acima exposto, a declaração do contribuinte tem o condão de constituir o crédito tributário.

Por outro lado, caso o Fisco discorde de alguma das informações prestadas pelo contribuinte,
deverá proceder ao lançamento, de modo que, em se tratando de juros e penalidades, não poderá
haver inscrição em dívida ativa sem que seja realizado o lançamento, entendendo-se, portanto,
equivocada a atitude do Fisco evidenciada no enunciado.

4. Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se:

a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado antecipadamente;


(ii) a norma individual e concreta posta pelo contribuinte; ou (iii) ambos? Justifique sua
resposta.

Resposta: Conforme já abordado anteriormente, a homologação será uma atividade


fiscalizatória do Fisco, sendo assim, o objeto da homologação será o pagamento do tributo,
pois, como dito, a declaração do contribuinte não pode ser entendida como lançamento. Em
outros termos, é quando o fisco aceita o teor informativo das prestações dadas pelo sujeito
passivo, tanto em relação ao pagamento quanto critérios jurídicos.

Ocorre a homologação tanto do pagamento quanto da norma posta pelo contribuinte, tendo em
vista que o Fisco deve fazer o cotejo entre a norma posta, os critérios da regra-matriz de
incidência e a importância recolhida a título de pagamento da exação. Exemplo: Caso típico de
importação onde o contribuinte presta informações com base na NCM de determinado produto,
que delimita quais as alíquotas para os tributos de importação, e ainda, determina qual seria o
valor a ser recolhido para cada uma das exações.

b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato administrativo? Ainda, é


possível revisar-se o ato homologatório expresso? Há no direito positivo a possibilidade
de pagamento de tributos sem lançamento?

Resposta: Verifica-se a homologação expressa quando o Fisco, no prazo decadencial a que


trata o artigo 150, § 4º do CTN (cinco anos), manifesta-se inequivocamente e de forma expressa
no sentido de aceitar as informações prestadas pelo contribuinte. Trata-se de ato administrativo,
porquanto a legitimidade é conferida à Administração Tributária competente (Municipal,
Estadual, Distrital, ou Federal).

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5. A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da reclamação


trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão proferida pelos
Juízes e Tribunais, resultantes de condenação ou homologação do acordo. Pergunta-se: a
decisão judicial, cognitiva ou homologatória, constitui o crédito tributário? E, eventuais
acordos posteriores entre os litigantes? Há necessidade de lançamento? Como ficam os
princípios do contraditório e da ampla defesa? (Vide anexos IV, V e IV).

Resposta: Pode o Juiz do Trabalho constituir o crédito tributário, ao passo de estipular, definir
e quantificar as contribuições previdenciárias.

Em stricto sensu, não há lançamento, embora surtam os mesmos efeitos (vide artigo 6º da
Portaria n.º 516/03 do MPAS: “A sentença homologatória de cálculo de contribuição
previdenciária devida supre a inexistência de lançamento administrativo”).

São respeitados os princípios do contraditório e ampla defesa, na medida em que se permite a


interposição de recurso (tanto pelo contribuinte como pelo INSS) da decisão judicial.

6. Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda:

a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de revisão
do lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do lançamento fundado em erro
de direito? E em erro de fato? Qualquer erro de fato é suficiente para fundamentar a
alteração do lançamento? (Vide anexos VII, VIII e IX).

Resposta: Não há diferença para ambas as terminologias, pois a mudança de critério jurídico
seria hipótese de erro de direito, o que para fins de revisão de lançamento é vedada pelo
ordenamento jurídico. O Direito Brasileiro impossibilita a revisão do lançamento em casos de
erros de direito, como bem assevera Estevão Horvath ao lecionar que “Não se admite a
alteração do lançamento que tenha sido motivada pela modificação de critério jurídico
anteriormente adotado para sua prática. Noutros termos, exclui-se a possibilidade de revisão
do lançamento por erro de direito. Presumindo-se que a autoridade administrativa competente
para lançar conhece o Direito e deve aplicá-lo corretamente, não se tolera a revisibilidade do
lançamento como decorrência de eventual mudança nos critérios jurídicos adotadas para sua
realização”. Na sequência, ensina-nos o Professor Paulo de Barros Carvalho que “a autoridade
administrativa não está autorizada a majorar pretensão tributária, com base em mudança de
critério jurídico. Pode fazê-lo, sim, provando haver erro de fato. Mas como o direito se
presume conhecido por todos, a Fazenda não poderá alegar desconhecê-lo, formulando uma
exigência segundo determinado critério e, posteriormente, rever a orientação, para efeito de
modificá-la”.

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Não há, portanto, possibilidade de revisão de erro de direito. Já quanto ao erro de fato, segundo
os incisos do artigo 149 do CTN, possibilitar-se-á sua revisão, o que se deriva de culpa, erro ou
dolo do contribuinte ou de terceiro. Mizael Abreu Machado Derzi leciona no sentido de
possibilitar a revisão de erro de fato, ao apregoar que “as hipóteses elencadas no art. 149 de
revisão referem-se, antes, a erro da Administração, provocado por culpa, omissão, dolo ou
fraude do próprio contribuinte ou de terceiro”.

No que toca ao erro de fato, é possível a revisão do lançamento nos casos de restar comprovada
falsidade, erro ou omissão nas declarações do contribuinte, segundo se depreende do artigo 149
do CTN.

b) A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode ser feita


mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base de cálculo, ou da
sistemática de apuração configura-se como erro de fato, erro de direito ou mudança do
critério jurídico? Tem o condão de acarretar anulação do lançamento? (Vide anexos X,
XI e XII)

Resposta: A alteração da Base de Cálculo ou da Sistemática de apuração do tributo não pode


ser feita mediante retificação do lançamento, ou seja, deve ser respeitado o devido processo
legal, bem como os prefeitos legislativos para a nova exação fiscal.

A alteração da Base de Cálculo depende de expressa alteração legislativa, a qual não pode ser
implementada no mesmo momento e no lançamento latente. Tais erros são considerados como
vícios aptos a acarretar a nulidade total do lançamento. O Fisco deve se ater aos preceitos da
legislação para verificar os lançamentos de forma correta.

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