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Turma Sábado
Módulo II
Seminário II
QUESTÕES
Resposta: Lançamento tributário é o ato jurídico administrativo por meio do qual se cria a
norma individual concreta, materializando-se, desta forma, a obrigação tributária. Através do
lançamento, aquele que praticou o ato descrito na norma abstrata (antecedente) passa a ser
obrigado a prestar a obrigação ali descrita (consequente). Sendo assim, o lançamento tributário
é o ato administrativo que irá individualizar o sujeito passivo da relação tributária, além de
precisar o valor devido. Nesse sentido veja-se a doutrina de Paulo de Barros Carvalho:
Resposta: Segundo apreciação legislativa (artigo 142 do CTN) o ato de lançamento divide-se
em lançamento de ofício, por declaração e por homologação.
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Quando ao lançamento por declaração, parte da doutrina sustenta que quando o crédito
tributário é constituído por declaração do sujeito passivo, não há lançamento, ou
autolançamento, e sim, uma confissão de dívida, mesmo na hipótese dos tributos sujeitos a
lançamento por homologação, em que o administrado antecipa o pagamento. Por outro lado, da
análise do artigo 147 do CTN, depreende-se que ocorre uma ação conjunta entre Fisco e
contribuinte (contribuinte presta informações por meio de declaração para que o Fisco então
efetue o lançamento com base nas prestações).
Desta forma, conclui-se que o chamado “lançamento por homologação”, bem como o
“lançamento por declaração” são, na realidade, meros procedimentos e não lançamento
tributário propriamente.
Resposta: Conforme preceitua o Ilmo. Professor Paulo de Barros Carvalho, o tempo no fato,
referente a uma data cronologicamente anterior, representa o momento da “ocorrência concreta
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de um evento”, como por exemplo: “no dia 1º de janeiro de 1996, realizou-se o fato de alguém
ser proprietário de bem imóvel” (CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário:
fundamentos jurídicos da incidência. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p.150). Em outras
palavras, entende-se que o tempo no fato é a ocorrência simples de um evento, sem que haja
qualquer tipo de intervenção administrativa do Fisco e/ou positivação deste fato, como por
exemplo, o lançamento.
Noutro diapasão, o tempo do fato configurar-se-á, com relação ao exemplo citado, quando
ocorrer o respectivo “lançamento tributário, celebrado por agente competente da Fazenda
Pública e devidamente notificado o sujeito passivo”. Ou seja, aqui, tratando-se de tempo do
fato, existe o tempo no fato sendo positivado, através de um lançamento tributário, uma
execução fiscal, dentre outros.
Destarte, percebe-se que, consoante aos ensinamentos de Paulo de Barros Carvalho, constata-
se, primeiramente sobre a conceituação de tempo do fato, a existência de uma relação com o
ordenamento jurídico, enquanto que tratando-se de tempo no fato essa relação é abstrata.
Resposta: Paulo de Barros Carvalho reflete sobre estes diferentes tipos de erros, adotando
como um dos critérios a sua relação com a norma. De acordo com ele, o erro de fato é um
problema intranormativo, enquanto que o erro de direito decorre de enunciados de normas
jurídicas diferentes, sendo resultado de um descompasso internomativo (CARVALHO, Paulo
de Barros, Curso de Direito Tributário, p. 453-454) .
Nesse sentido, entende-se que o erro de fato ocorre quando a autoridade administrativa apura
fatos não conhecidos ou não provados por ocasião do lançamento tributário, seja por ignorância
do fisco, seja por ocultação do contribuinte. Tomando ciência destes fatos em tempo hábil, o
fisco tem o dever de efetuar o lançamento (AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 13
ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 350).
Diferentemente do erro de fato, o erro de direito ocorre quando o lançamento é realizado com
a presença de vícios, os quais surgiram em virtude de ignorância ou errada interpretação da lei.
Por fim, a mudança de critério jurídico ocorre quando a autoridade jurídica simplesmente muda
a interpretação da legislação tributária, substituindo por outra, não declarando que uma delas
esteja incorreta (MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 31 ed. São Paulo:
Malheiros, 2010, p. 185).
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Ocorrido o erro de direito, como classificado por Hugo de Brito Machado, pelo lançamento
ilegal de um tributo, tal lançamento não poderá ser modificado, pois é nulo e sua nulidade
deverá ser declarada pelo fisco. Por fim, diante da inserção de novos critérios de interpretação,
estes somente poderão ser aplicados a fatos geradores futuros em respeito ao princípio da
legalidade.
Noutro ponto, quanto à mudança de critério jurídico, esta revelaria uma fragilidade do ente
tributante na sua atividade interpretativa da norma, guardando certa sintonia com o erro de
direito. Paulo de Barros de Carvalho expõe com clareza a sua posição sobre a matéria:
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Por conseguinte, ao se falar de ato administrativo de imposição de multa, entende-se que trata-
se de exercício do poder de polícia pela autoridade administrativa fiscal, momento em que a
Administração Tributária verifica a infringência de dispositivo da legislação tributária, tanto
em relação às obrigações principais quanto às acessórias.
A obrigação tributária nasce, de acordo com o artigo 113, § 1º, do CTN, com a ocorrência do
fato gerador – fato suficiente e necessário, previsto em lei, que tem o condão de gerar relação
obrigacional.
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Seria a constituição definitiva do crédito tributário o momento em que o suposto crédito não
seria mais passível de revisão pela Administração Tributária, seja em sede de procedimento
administrativo para apurar inexatidão de alguma declaração prestada pelo contribuinte, ou seja
pelo lançamento de ofício por parte da autoridade.
Consoante assinala o Professor Paulo de Barros, ocorre a constituição definitiva do crédito com
a notificação válida do lançamento ao sujeito passivo. Ainda, segundo Hugo de Brito Machado,
nos procedimentos administrativos para apuração de inexatidão de declarações, a constituição
definitiva do crédito tributário ocorre com o trânsito em julgado administrativo do ato de
lançamento.
Resposta: Conforme nos ensina Paulo de Barros Carvalho “o cumprimento dos deveres
instrumentais ou formais, cometidos ao sujeito passivo das imposições tributárias, forma um
tecido de linguagem que, na sua integridade, relata o acontecimento de eventos e a instalação
de relações jurídicas obrigacionais”.
Neste sentido, ainda que a declaração do contribuinte não possa ser entendida como
lançamento, não há que se negar que esta é uma maneira de constituir obrigação tributária,
sendo este, inclusive, o entendimento consolidado e sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça
- STJ (Súmula STJ n.º 436 - “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito
fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do
fisco”). A formalização da obrigação, entretanto, estará condicionada ao atendimento do
contribuinte à legislação cabível no momento da declaração, sendo devido o uso de documento
específico, linguagem pré-definida, dentre outros. Ademais, a norma individual e concreta
somente será incluída no ordenamento jurídico, quando houver a devida transmissão das
informações ali prestadas ao fisco competente.
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Sendo assim, não há qualquer irregularidade na inscrição em dívida ativa de débito de IPI
declarado e não pago, ainda que não tenha ocorrido o lançamento, uma vez que, conforme
acima exposto, a declaração do contribuinte tem o condão de constituir o crédito tributário.
Por outro lado, caso o Fisco discorde de alguma das informações prestadas pelo contribuinte,
deverá proceder ao lançamento, de modo que, em se tratando de juros e penalidades, não poderá
haver inscrição em dívida ativa sem que seja realizado o lançamento, entendendo-se, portanto,
equivocada a atitude do Fisco evidenciada no enunciado.
Ocorre a homologação tanto do pagamento quanto da norma posta pelo contribuinte, tendo em
vista que o Fisco deve fazer o cotejo entre a norma posta, os critérios da regra-matriz de
incidência e a importância recolhida a título de pagamento da exação. Exemplo: Caso típico de
importação onde o contribuinte presta informações com base na NCM de determinado produto,
que delimita quais as alíquotas para os tributos de importação, e ainda, determina qual seria o
valor a ser recolhido para cada uma das exações.
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Resposta: Pode o Juiz do Trabalho constituir o crédito tributário, ao passo de estipular, definir
e quantificar as contribuições previdenciárias.
Em stricto sensu, não há lançamento, embora surtam os mesmos efeitos (vide artigo 6º da
Portaria n.º 516/03 do MPAS: “A sentença homologatória de cálculo de contribuição
previdenciária devida supre a inexistência de lançamento administrativo”).
a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de revisão
do lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do lançamento fundado em erro
de direito? E em erro de fato? Qualquer erro de fato é suficiente para fundamentar a
alteração do lançamento? (Vide anexos VII, VIII e IX).
Resposta: Não há diferença para ambas as terminologias, pois a mudança de critério jurídico
seria hipótese de erro de direito, o que para fins de revisão de lançamento é vedada pelo
ordenamento jurídico. O Direito Brasileiro impossibilita a revisão do lançamento em casos de
erros de direito, como bem assevera Estevão Horvath ao lecionar que “Não se admite a
alteração do lançamento que tenha sido motivada pela modificação de critério jurídico
anteriormente adotado para sua prática. Noutros termos, exclui-se a possibilidade de revisão
do lançamento por erro de direito. Presumindo-se que a autoridade administrativa competente
para lançar conhece o Direito e deve aplicá-lo corretamente, não se tolera a revisibilidade do
lançamento como decorrência de eventual mudança nos critérios jurídicos adotadas para sua
realização”. Na sequência, ensina-nos o Professor Paulo de Barros Carvalho que “a autoridade
administrativa não está autorizada a majorar pretensão tributária, com base em mudança de
critério jurídico. Pode fazê-lo, sim, provando haver erro de fato. Mas como o direito se
presume conhecido por todos, a Fazenda não poderá alegar desconhecê-lo, formulando uma
exigência segundo determinado critério e, posteriormente, rever a orientação, para efeito de
modificá-la”.
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Não há, portanto, possibilidade de revisão de erro de direito. Já quanto ao erro de fato, segundo
os incisos do artigo 149 do CTN, possibilitar-se-á sua revisão, o que se deriva de culpa, erro ou
dolo do contribuinte ou de terceiro. Mizael Abreu Machado Derzi leciona no sentido de
possibilitar a revisão de erro de fato, ao apregoar que “as hipóteses elencadas no art. 149 de
revisão referem-se, antes, a erro da Administração, provocado por culpa, omissão, dolo ou
fraude do próprio contribuinte ou de terceiro”.
No que toca ao erro de fato, é possível a revisão do lançamento nos casos de restar comprovada
falsidade, erro ou omissão nas declarações do contribuinte, segundo se depreende do artigo 149
do CTN.
A alteração da Base de Cálculo depende de expressa alteração legislativa, a qual não pode ser
implementada no mesmo momento e no lançamento latente. Tais erros são considerados como
vícios aptos a acarretar a nulidade total do lançamento. O Fisco deve se ater aos preceitos da
legislação para verificar os lançamentos de forma correta.
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