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SILVA, Rodrigo da. Guia politicamente incorreto da política brasileira.

[ilustrações de Leandro Dittz]. – Rio de Janeiro : LeYa, 2018. il.

O Estado brasileiro, tal como existe e opera, grande ou pequeno, é indefensável. (147)

para a economista portuguesa Rita Ramalho, diretora do Banco Mundial, o tempo


perdido com a burocracia no Brasil custa mais ao país que os próprios impostos. (233)

Segundo o Banco Mundial, nós estamos entre as quinze piores nações no quesito
facilidade de abrir um negócio (junto com o Zimbábue, o Haiti e a Venezuela). É mais
fácil encarar a burocracia para montar uma empresa na Faixa de Gaza do que no Brasil.
(235)

Segundo um levantamento do Fórum Econômico Mundial, nós estamos na posição 139


entre 140 países analisados no quesito “facilidade de cumprir requisitos
administrativos e regulatórios”. Além disso, a burocracia governamental é considerada
o terceiro pior fator entre os que mais atrapalham os negócios no país, atrás apenas de
acesso ao crédito e corrupção. (254)

O ambiente regulatório do país é tão mal construído que mesmo escritórios de


contabilidade e de advocacia, que representam a ajuda profissional fundamental às
empresas para encarar toda a complexidade tributária construída pelos nossos
legisladores, apresentam alta irregularidade: em 2017, 80,4% dos escritórios de
advocacia e 88,2% dos escritórios de contabilidade analisados tinham pendências em
relação a pelo menos um órgão do fisco. Nem os profissionais do ramo são capazes de
decifrar o nosso desarranjo tributário. E se manter uma empresa por aqui é difícil,
fechá-la é ainda pior. Uma análise de dados da Neoway, exposta pela Endeavor, mostra
que havia 20,5 milhões de CNPJs ativos no Brasil em 2017. Desses, 31,7% possuíam
um nível considerado alto de atividade, (266)

Tamanha burocracia também pune diretamente os mais pobres. Políticas que


aumentam o custo de empreender – como as que exigem volumosos gastos para
acompanhar todas as atualizações da máquina tributária (com advogados, contadores
etc.) – empurram os que não possuem recursos suficientes para encarar a legalidade
para a marginalidade institucional, tornando esses empreendedores mais suscetíveis à
insegurança nos negócios e à falência, protegendo da concorrência os já estabelecidos
(e mais ricos) no mercado. A burocracia faz o mesmo com os empregados. No Brasil há
34,2 milhões de trabalhadores informais e 33,1 milhões de registrados. Ou seja, há mais
brasileiros sem qualquer proteção no mercado de trabalho do que com carteira
assinada, um luxo acessível apenas para a parcela mais rica da população. Na média,
um trabalhador sem carteira ganha 44% menos que um empregado formal. (299)

Os nossos políticos não apenas produzem uma quantidade avassaladora de leis, eles
também desconhecem solenemente o arcabouço jurídico do país, inutilizando
incontáveis horas de trabalho legislativo. Parte substancial das leis produzidas no
Brasil não viram leis de verdade. E por um motivo muito simples: elas não são
constitucionais. (320)

O resultado inevitável da completa desregulação da atividade política é a regulação


excessiva da vida dos cidadãos. (601)

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