Вы находитесь на странице: 1из 39

O “TEMPO BÍBLICO”

1. A Idade Bíblica do Mundo:


 - A Perspectiva temporal defendida pelo
arcebispo irlandês James Usher (1581-
1656) em sua obra Os Anais sobre o
Velho e o Novo Testamento (1654):
- O mundo começou na sexta-feira, 28 de
Outubro, do ano de 4004 antes de
Cristo!
O “TEMPO BÍBLICO”
 1. A Idade Bíblica do Mundo:
- O Calculo fora efetuado a
partir dos anos que
atravessam as genealogias
patriarcais anteriores ao
Diluvio.
- A referência: Gênesis 5.
O “TEMPO BÍBLICO”
 “Este é o livro da descendência de Adão. Quando Deus criou o
ser humano, fê-lo à semelhança de Deus. Criou-os homem e
mulher e abençoou-os. Chamou-lhes ser humano, no dia em que
os criou.
 Com cento e trinta anos, Adão gerou um filho à sua imagem e
semelhança, e pôs-lhe o nome de Set. Após o nascimento de Set,
Adão viveu oitocentos anos, e gerou filhos e filhas. Ao todo, a
vida de Adão foi de novecentos e trinta anos; depois morreu. Set,
com cento e cinco anos, gerou Enós...”.
O “TEMPO BÍBLICO”
1. A Idade Bíblica do Mundo:
- O Dr. John Lightfoot, em 1642, da
Universidade de Cambridge, na obra
“Pequenas e Novas Observações
sobre o livro do Gênesis” marca a
data da criação pela Trindade no dia
23 de Outubro de 4004 antes de
Cristo pelas nove horas da manha.
O “TEMPO BÍBLICO”
1.1. A consequência lógica para a compreensão temporal:
 - Este paradigma tornou-se, pois, o inimigo principal da Arqueologia Pre-
Histórica posto que com um tempo curtíssimo em que se conheciam todos
os momentos da evolução humana desde a sua criação divina ate ao
nascimento de Cristo, tal como o narrava o Antigo Testamento, nao podia
haver um passado pré-histórico.

4004 a.C. – Dias Atuais.


O “TEMPO BÍBLICO”
 - Assim, a questão principal aparecimento e desenvolvimento da
Arqueologia Pré-Histórica parece ter sido a da dimensão tempo,
que teve que ser “expandido” para dar lugar à Pré-História
humana. Este processo deu-se através do progresso cientifico
noutras ciências, principalmente na biologia, na paleontologia e
na geologia.

 X a.C. – Dias Atuais.


O “TEMPO” DO MUNDO
2. A Negação do Tempo Curto e do
Dogma Religioso:
 - A negação da cronologia curta e do dogma
teológico do arcebispo de Usher passou por
vários eventos e descobertas, dos quais o
momento decisivo foi o trabalho de Charles
Darwin com a publicação de Da Origem das
Espécies por Meio da Seleção Natural, em 1859,
e de Descent of num and selection in relation to
sex, em 1871.
O “TEMPO” DO MUNDO
2. A Negação do Tempo Curto e do
Dogma Religioso:
 - Darwin recolheu a informação que dava a
base cientifica a sua teoria da evolução das
espécies entre 1832 e 1835, na sua viagem no
Beadle pela América Latina, e preparou o seu
primeiro trabalho em 1844.
 - No entanto, somente em 1858 tornou publica
a sua teoria em Londres, com a subsequente
publicação em 1859.
O “TEMPO” DO MUNDO
2. A Negação do Tempo Curto e do
Dogma Religioso:
- A missão da viagem, que partiu da Inglaterra em 1831, era
mapear a costa da América do Sul para atualizar as cartas náuticas
britânicas e de quebra deixar na Patagônia três indígenas
argentinos que haviam sido catequizados. Darwin, então com 22
anos, foi convidado para o “passeio” apenas para fazer companhia
ao capitão, Robert Fitzroy.

 - Depois de uma passagem por Uruguai, o Beagle ancorou na


Argentina, onde libertou os indígenas que haviam sido capturados
anos antes. No país, Darwin coletou fósseis de preguiças e tatus
ancestrais e constatou que se tratava de animais gigantes, que
mudaram muito até virarem os descendentes de hoje.
O “TEMPO” DO MUNDO
2. A Negação do Tempo Curto e do
Dogma Religioso:
 - O navio continuou em direção ao sul,
chegando à Patagônia, onde Darwin
encontrou ainda outra pista da evolução das
espécies: existiam dois tipos de emas na região,
mas um exemplar era gigante (ao norte) e
outro era pequeno (ao sul). A semelhança entre
os bichos sugeria que uma espécie originou a
outra ou que ambas tinham um ancestral
comum.
O “TEMPO” DO MUNDO
2. A Negação do Tempo Curto e do
Dogma Religioso:
 - Nas Ilhas Galápagos, Darwin achou pássaros
com bicos diferentes: alguns para comer
sementes, outros para cactos. Anos depois, ele
entenderia que os pássaros tinham um
ancestral comum, mas evoluíram em ambientes
distintos: os que sofreram mutações vantajosas
para seu meio sobreviveram e passaram os
traços aos seus descendentes.
O “TEMPO” DO MUNDO
2. A Negação do Tempo Curto e do
Dogma Religioso:
 - A sua perspectiva sobre a evolução do homem
demorou mais uma dúzia de anos para ser
publicada. Esses dois interregnos deram-se, pelo
menos parcialmente, de forma propositada pois a
sociedade da primeira metade do século XIX não
estava ainda preparada para a exposição a uma
teoria tão radicalmente diferente daquilo que era a
perspectiva criacionista aceite de forma quase
unanime no mundo ocidental da época.
O “TEMPO” DO MUNDO
2. A Negação do Tempo Curto e do
Dogma Religioso:
 - Note-se a coincidência entre a data da publicação das
teorias de Darwin e a descoberta oficial dos primeiros
vestígios de Neandertais, no Vale de Dussel, por
Schaaffhausen em 1857, publicada em 1861. Esta
coincidência sugere que Darwin aguardou que a
sociedade aceitasse a diversidade fóssil, para poder
depois aceitar a sua teoria de evolução. Antes, contudo,
deu-se uma serie de acontecimentos que permitiram o
desenvolvimento das teorias cruciais de Darwin.
O “TEMPO” DO MUNDO
2.1. Os Precursores da Arqueologia Pré-Histórica:
- Um dos primeiros acontecimentos com repercussões na
arqueologia pré-histórica foi a questão da extinção das
espécies. Esta teoria afirmou-se com trabalhos de Nicholas
Steno (1638-1686), Georges Buffon (1707-1788), James
Hutton (1726-1797), Jean-Baptiste de Monet, conde de
Lamarck (1744-1829), William Smith (1769-1839), Georges
Cuvier (1769-1832) e Charles Lyell (1797-1875).
O “TEMPO” DO MUNDO
2.1. Os Precursores da Arqueologia Pré-
Histórica:
 - Em 1669, Steno, um anatomista de origem
dinamarquesa, percebe que os fosseis de varias espécies
malacologicas (ramo que estuda os moluscos) são mais
semelhantes a espécies vivas do que aos materiais
minerais onde são encontrados, isto e as rochas onde se
formaram. Steno acaba por provar que a origem desses
fosseis teria sido orgânica, sendo provenientes de espécies
vivas do passado. Stenio deu ainda outro contributo
muito importante - a enunciação da lei da sobreposição
geológica. Segundo esta (a base de toda a logica por trás
da teoria atual da formação geológica), numa serie
estratigráfica, o estrato mais encontra-se em baixo,
enquanto o estrato mais recente esta no topo.
O “TEMPO” DO MUNDO
2.1. Os Precursores da Arqueologia Pré-
Histórica:
 - Buffon formulou a ideia de que a Terra seria mais antiga do
que então se pensava, tendo passado por varias fases - desde
um período de altas temperaturas, semelhante a uma estrela,
ate ao momento atual. Esta ideia foi construída com base num
modelo experimental com uma composição semelhante a da
Terra, tendo Buffon medido depois a velocidade de
arrefecimento desse modelo. Tal experiência indicou-lhe que o
planeta teria cerca de 75 000 anos, e que tudo se formaria
segundo um sistema de transformações naturais, perspectiva
esta muito próxima da de Lavoisier, cuja máxima e “nada se
perde tudo se transforma”. Simultaneamente, Buffon estudou
também a questão da adaptação ao meio, afirmando que o
homem seria, com certeza, uma espécie recente.
O “TEMPO” DO MUNDO
2.1. Os Precursores da Arqueologia
Pré-Histórica:
 - Lamarck acreditava que existia uma ordem natural das
coisas que comandava o universo, de forma inalterável e
independente da matéria, e que por isso podia ser objeto
de observação. De facto, Lamarck definiu a natureza
como um conjunto de leis e forcas que governam o
movimento da matéria. Nesta perspectiva, no seu estudo
de flora e fauna, Lamarck rapidamente chegou a
conclusão de que haveria uma ligação genética entre as
varias espécies e que teria havido extinção de varias
espécies no passado, possibilitando o conceito de
evolução biológica.
O “TEMPO” DO MUNDO
2.1. Os Precursores da Arqueologia
Pré-Histórica:
 - James Hutton foi, indubitavelmente, uma peca
importante deste cenário de evolução de
conhecimentos. Seguindo a ideia da sobreposição
de Steno, Hutton acabou por demonstrar que o
fenômeno que dava lugar ao processo de
estratificação das camadas geológicas existentes era
o mesmo nos contextos fluviais, lacustres e marinhos
do presente. A sua conclusão foi, portanto, a de que
os processos de deposição e de estratificação eram
os mesmos no passado e no presente.
O “TEMPO” DO MUNDO
2.1. Os Precursores da Arqueologia
Pré-Histórica:
- William Smith seguiu os passos de Steno, concordando
com a lei geológica da sobreposição, alicerçando-a com a
ideia de que seria possível atribuir idades relativas a essas
camadas através dos fosseis que cada uma delas contem.
De facto, Smith acabou por definir o conceito de “fóssil
diretor” enunciar o principio da sucessão da fauna e da
flora. Este principio estipula que os fosseis mais antigos se
encontram localizados numa serie estratigráfica mais
abaixo do que os fosseis mais recentes.
O “TEMPO” DO MUNDO
2.1. Os Precursores da Arqueologia
Pré-Histórica:
- Charles Lyell foi, já no século xix, o elemento
que acabou por dar o golpe de misericórdia na
perspectiva diluvionista dos seguidores de Usher
e Cuvier. De facto, Lyell pegou na ideia de
uniformitarismo de Hutton e, de forma menos
flexivel, apresentou-a ao mundo nos seus tres
volumes de Principies of Geology (1830-33),
seguido de Elements of Geology (1938). A sua
obra mais importante,
O “TEMPO” DO MUNDO
2.1. Os Precursores da Arqueologia Pré-Histórica:
 - Em meados do século xix, a comunidade cientifica aceitara um
conjunto de teorias e princípios que constituíam um pilar
estruturante para a formulação da teoria de Darwin sobre a
evolução das espécies e, simultaneamente, criara um conjunto de
metodologias básicas para desenvolvimento da arqueologia pré-
histórica. Esse conjunto de princípios, que se desenvolveu em
cerca de dois séculos, a partir de meados do século XVII, pode ser
enumerado de forma cronológica da seguinte maneira:
O “TEMPO” DO MUNDO
 1) acetilação do conceito de fóssil e enunciação da lei de sobreposição
 2) existência de um tempo diferente e mais longo do que o da Bíblia
 3) enunciação do principio do uniformitarismo
 4) existência de uma cadeia genética que aceita a ideia de extinção de
 espécies
 5) conceito de fossil-director e enunciação da irei da sucessão da fauna e
 da flora
 6) aceitação do conceito de extinção de espécies
 7) o principio do uniformitarismo e aceite pela comunidade cientifica
 8) aceitação da existência da Idade do Gelo
O “TEMPO” DO MUNDO
- A partir deste conjunto de conceitos pode-se
inferir uma ideia, que se torna a base para um
tempo longo, não bíblico: houve uma idade dos
gelos, anterior a época atual, em que existia
uma serie de espécies animais e vegetais que
estão agora extintas, e que foram substituídas
por outras.
O “TEMPO” DO MUNDO
- Neste contexto histórico do
conhecimento cientifico, Charles
Darwin publica A Origem das Espécies.
De facto, Darwin pegou numa ideia já
existente, a de evolução genética ou
orgânica, mostrando como tal podia
ocorrer através do processo da seleção
natural. Foi também com base na
leitura do trabalho de Thomas Malthus
de 1798, Essa no lhe Príncipe of
Populário, que Darwin chegou a teoria
da “luta pela sobrevivência” e da
“sobrevivência do mais apto”.
O “TEMPO” DO MUNDO
 - Assim, Darwin apresenta uma teoria segundo a
qual existe um mecanismo biológico simples e
universal que produz alterações, permitindo a
evolução genética das espécies, e que apresenta
um sistema de competição dos seres vivos como
forma de seleção natural através da sobrevivência
do mais apto.
 - Como seria de esperar, tal teoria não foi aceite de
imediato e sofreu grandes criticas, quer do mundo
cientifico, quer do meio publico, não se coibindo a
classe politica de comentários, nomeadamente
Benjamin Disraele que em 1864 perguntou: “E o
homem um macaco ou um anjo?” , respondendo
ele próprio: “Eu estou do lado dos anjos.”
O “TEMPO” DO HOMEM
3. Os Homens e os Fosseis Animais:
 - Enquanto que a antiguidade do mundo dependia principalmente da
concepção de uma cronologia longa, independente do dogma da Igreja
Católica, a origem do homem estava dependente de um conjunto de ideias
e crenças, das quais se podem destacar o reconhecimento dos artefatos
líticos pré-históricos e da sua associação a restos humanos e a fosseis de
espécies animais já extintas.
 - A questão do reconhecimento dos artefatos líticos parece surgir aquando
da constatação de que os novos povos descobertos em África e na
América, como resultado dos Descobrimentos, tinham utensílios em pedra
semelhantes a objetos encontrados na Europa.
O “TEMPO” DO HOMEM
3. Os Homens e os Fosseis Animais:
 - Ulisse Aldrovandi (1522-1605), fisico e
naturalista de Bolonha, nos seus estudos da
natureza e da historia da Roma clássica
descreveu os utensílios de pedra talhada
como “resultado de uma mistura do trovão e
do raio com matéria metálica, provenientes
de nuvens escuras, que e depois coagulado
pela humidade circundante e aglutinado
numa massa, como a farinha e agua, e
subsequentemente endurecido pelo calor
como um tijolo”.
O “TEMPO” DO HOMEM
3. Os Homens e os Fosseis Animais:
 - Teria sido Mercati (1541-1593) um dos primeiros a
reconhecerem a origem humana dos objetos em
pedra talhada. Michei Mercati, encarregado pelo
Papa Pio V dos jardins botânicos do Vaticano, e
medico do Papa Clemente VII, escreveu a obra
MeiaUotheca, que permaneceu em manuscrito na
Biblioteca do Vaticano ate 1717, ano em que foi
publicada. Ai foram ilustrados utensílios líticos cm
pedra talhada e foi sugerido que esses objetos eram
anteriores ao uso do metal, mostrando que tais
objetos eram conhecidos e referidos na própria Bíblia
e em autores clássicos.
O “TEMPO” DO HOMEM
3. Os Homens e os Fosseis Animais:
 - O primeiro sinal claro de inversão nesta corrente de
pensamento e o de John Frere em 1797. Frere
descobrira um conjunto de bifasses e outros
utensílios em pedra lascadas associados a fosseis de
animais ja extintos na camada inferior de um corte
com cerca de quatro metros de espessura. As
camadas superiores tinham caracteristicas de
formacao marinha, pelo que Frere concluiu que
esses achados pertenceriam a um grupo humano de
um tempo remoto, anterior ao da época actual,
referindo-se ao tempo bíblico.
O “TEMPO” DO HOMEM
3. Os Homens e os Fosseis Animais:
 - O golpe de misericórdia teria sido dado
pelo trabalho de William Pengelly (1812-
1894) em Brixham Cave, no ano de 1858.
Pengelly foi incumbido pela Torquay Natural
History Society de recomeçar o trabalho em
Kent's Cavern. O resultado das escavações
de ambos os sítios confirmou o que o
trabalho de MacFnery já tinha mostrado - a
clara e inequívoca associação entre os
artefatos de pedra lascada e os ossos de
animais já extintos.
EIS... A PRÉ-HISTÓRIA
4. O Nascimento da Pré-História:
- O uso dos termos Pré-História e Pré-Histórico
pelos Arqueólogos (séc.XIX): todos os vestígios
que antecediam o domínio da escrita.
a) O uso pelo escocês Daniel Wilson:

- The Archaeology And


Prehistoric Annals Of
Scotland (1851).
EIS... A PRÉ-HISTÓRIA
b) O uso por John
Lubbock:
Prehistoric Times, as
Illustrated by Ancient
Remains, and the
Manners and Customs of
Modern Savages (1865).
EIS... A PRÉ-HISTÓRIA
4. O Nascimento da Pré-História:
 - Desde o século XVIII que diversos estudiosos
tentaram a construção de periodizações referentes
a Pré-história.
- A primeira organização credível de uma subdivisão
da pré-história foi levada a cabo na Dinamarca no
inicio do século xix, sendo conhecida como o
“Sistema das Tres Idades” de Christian Thomsen
(1788-1865):
Idade da Pedra
Idade do Bronze
Idade do Ferro
EIS... A PRÉ-HISTÓRIA
4. O Nascimento da Pré-História:
 - Thomsen construiu uma tipologia, que depois
subdividiu de acordo com as matérias-primas de
que eram feitos os artefatos, bem como os
padrões de decoração de alguns objetos. Deste
modo, e com base nos grupos de artefatos com
a mesma proveniência, Thomsen pode verificar
quais os tipos que apareciam juntos e organizar
a sua cronologia de artefatos essencialmente
com base em critérios estilísticos.
EIS... A PRÉ-HISTÓRIA
4. O Nascimento da Pré-História:
 - Um segundo aspecto fundamental na
historia da arqueologia foi o
desenvolvimento do estudo do Paleolítico.
 - Foi, contudo, John Lubbock em 1865, com
Prehistoric times, as illustrated by ancient
remains, and the manners and customs o f
modem zavares, que introduziu os termos
Paleolítico e Neolítico, definindo-os com base
nos artefatos em pedra: respectivamente
pedra lascada e pedra polida.

Вам также может понравиться