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Ocorrência de Ceratoconjuntivite em Caprinos

Leiteiros no Município de Pombos/ PE


Artur Cezar de Carvalho Fernandes1, Tamyres Izarelly Barbosa da Silva2, Willder Rafael Ximenes Cunha3, Daniel Dias
da Silva4, Renata Gomes Revorêdo5, Hélio Lauro Soares Vasco Neto6 e Lúcio Esmeraldo Honório de Melo7.

Introdução
exame sorológico, através da técnica ELISA (detecção
A ceratoconjuntivite infecciosa (CCI) é a doença de anticorpos).
ocular mais comum em ruminantes domésticos [1,2], O protocolo de tratamento para a ceratoconjuntivite
sendo conhecida também por “olho rosado e doença de
infecciosa envolve o isolamento em ambiente de pouca
New Forest”. Constitui-se em uma doença cosmopolita,
luz, repouso e alimentação adequada. O uso de
sazonal e acomete bovinos, caprinos e ovinos, sem
antitérmicos, antissépticos para limpeza ocular,
distinção de raça, idade e sexo, embora os animais mais
jovens e senis sejam mais susceptíveis. Os animais antibióticos locais em forma de colírios ou pomadas,
acometidos desenvolvem imunidade natural que vai injeções subconjuntivais ou parenterais, midriáticos,
diminuindo a partir de dois anos e podem se infectar substâncias anticolagenolíticas são úteis como
novamente [3,4]. tratamento medicamentoso [3,4,8].
É caracterizada por reação inflamatória aguda da
conjuntiva, seguida por hiperemia da esclera, Material e Métodos
lacrimejamento, fotofobia e secreção ocular purulenta Foi realizada uma visita técnica a uma propriedade
[5,6]. Outras alterações observadas na maioria dos de caprinocultura leiteira, com regime de criação semi-
animais afetados incluem conjuntivite folicular, intesivo, localizada no município de Pombos, Zona da
opacidade da córnea com vascularização, ulceração e Mata Pernambucana, contendo 50 caprinos da raça
irite, além de febre, anorexia, oftalmalgia, oftalmorréia, Saanen e mestiços, dos quais aproximadamente 70%
epífora e úlceras de córnea [7]. apresentavam quemose, congestão de vasos episclerais,
O principal agente infeccioso primário envolvido é lacrimejamento e descarga ocular mucopurulenta,
Moraxella ssp, um diplococo, aeróbio, Gram negativo, unilateral ou bilateral.
que aderem à córnea, produzindo necrose epitelial, e ao Na anamnese, constatou-se que o manejo dos
estroma, por meio de dermonecrolisinas e hemolisinas animais, quer em seu aspecto sanitário ou nutricional,
associadas com as colagenases inflamatórias [3,4,8]. era razoavelmente satisfatório. Contudo, o acúmulo de
Contudo, outros microorganismos podem estar fezes sob o aprisco, que era do tipo suspenso, e em área
associados e exacerbar a gravidade da doença [9]. muito próximo ao mesmo, propciava a presença
A doença tem maior incidência em locais onde há expressiva de moscas. Paralelamente, em meio à
grande quantidade de moscas, exacerbada poeira e pastagem de Brachiaria, constatou-se a presença de
pastagens longas, possivelmente contaminadas pelos uma vegetação invasora, conhecida como “capim
corrimentos oculares e nasais de animais infectados. A capeta” ou “capim lucca” (Sporobolus indicus).
mosca da face (Musca autumnalis) e a mosca asiática Em virtude da síndrome clínico-ocular observada em
da face (Musca bezzii), por causa de suas preferências vários animais, realizou-se a colheita da secreção
alimentares pela área ao redor dos olhos, são ocular de quatro deles, utilizando swabs, tubos
importantes vetores [9]. Sendo assim, a presença de esterilizados e luvas de procedimento.
lesões oculares de origem traumática é uma importante Encaminhou-se o material colhido ao Laboratório de
via de entrada aos microorganismos carreados pelas Bacteriologia do DMV/ UFRPE para exame
moscas e poeira. microbiológico, no intuito de isolar e identificar o
No que se refere à importância econômica, os agente etiológico.
animais com ceratoconjuntivite podem apresentar Realizou-se a semeadura em placa contendo ágar
redução da produção leiteira ou da condição corpórea, sangue e incubou-se o sistema a 37°C em estufa de
devido ao incômodo, a deficiência em se alimentar e a cultura, por um período de 24h. Após este período,
cegueira temporária [9]. realizou-se a confecção de lâminas e utilizou-se a
Para o diagnóstico da ceratoconjuntivite infecciosa, coloração de Gram.
além do exame clínico, pode-se utilizar o exame
microbiológico (isolamento do agente),
imunofluorescência direta (detecção do agente) e

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1. Primeiro Autor é Graduando de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
2. Segundo Autor é Graduando de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
3. Terceiro Autor é Graduando de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Resultados e Discussão Doenças dos Bovinos, Ovinos, Suínos, Caprinos e Eqüinos. 9º ed,
p.801. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro: 2002.
Após semeadura e incubação do material de secreção
ocular, observou-se em todas as placas a formação de
colônias entre 1-3 mm de diâmetro, beta-hemolíticas,
circulares, de coloração acinzentada, superfície lisa e
com pequena escavação no gel. Na visualização das
lâminas, observou-se a presença de cocos Gram
negativos curtos, roliços ou cocobacilos dispostos aos
pares, geralmente unidos pela extremidade (aspecto de
“gravata de borboleta”).
Assim, de acordo com os sintomas clínicos
observados no exame físico dos caprinos, associados às
características macro e microscópicas das colônias
obtidas por meio de cultura, pode-se afirmar que o
agente envolvido no quadro de ceratoconjuntivite dos
caprinos examinados é a bactéria Moraxella.
Considerando o fato de que o capim Sporobolus
indicus possui estrutura foliar ereta e, até mesmo,
perfurante, além da altura superior em comparação à
vegetação de Brachiaria, sugere-se que a patogênese
da infecção ocular apresentada pelos caprinos esteja
associada à presença deste capim na propriedade,
sobretudo no momento do pastejo, resultando em
lesões traumáticas dos globos oculares.
Nesse sentido, já instalada uma porta de entrada à
infecção (lesão ocular), as moscas poderiam estar
atuando como vetores mecânicos, transportando a
Moraxella do ambiente contaminado ao local
lesionado, o qual se multiplica no tecido ocular e
ocasiona a ceratoconjuntivite.

Agradecimentos
Agradecemos ao Prof. Dr. Lúcio Esmeraldo
Honório de Melo pela atenção e orientação na
pesquisa, ao Laboratório de Bacterioses do DMV/
UFRPE e aos colegas do Laboratório de Pesquisa em
Clínica de Grandes Animais do DMV/ UFRPE.

Referências
[1] DaMASSA, A. J.; WAKENELL, P. S.; BROOKS, D. L.
Mycoplasmas of goats and sheep. Journal of Veterinary
Diagnostic Investigation, v. 4, p. 101-103, 1992.
[2] MAYER, D.; DEGIORGIS, M. P.; MEIER, W.; et al. Lesions
associated with infectious keratoconjunctivitis inAlpine ibex.
Journal Wild Disease, v. 33, p.413- 419, 1997.
[3] CHAVES, N. S. T.; ACIPRESTE, C.S. Ceretoconjuntivite
infeciosa bovina. Ano III, n. 1, p. 1-4, janeiro, 1998. [Informativo].
[4] CHAVES, N. S. T.; ACIPRESTE, C. S. Peste do olho. Cultivar
Bovinos, Londrina, p. 30-31, jun. 2004.
[5] OSUAGWUH, A. I. A.; AKPOKODJE, J. U. Infectious
keratoconjunctivitis in goats and sheep in Nigeria. Veterinary
Record v.105, p.125-126, 1979.
[6] DAGNALL, G. R. J. Use of exfoliative cytology in the diagnosis
of ovine keratoconjunctivitis. Veterinary Record, v. 135, p. 127-
130, 1994a.
[7] RENDER, J. A.; CARLTON, W. W. Patologia do Olho e do
Ouvido. IN: CARLTON, W. W.; McGAVIN, M. D. Patologia
veterinária especial de Thomson. Porto Alegre: Artmed, 1998. p.
590-636.
[8] CHAVES, N. S.T. Olho rosado. In: TAVARES, E. Sanidade.
DBO, São Paulo, p. 132-133, out. 2004.
[9] RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.; e
HINCHCLIFF, K. W. Clínica Veterinária: Um Tratado de

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