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i\S°ffRIO DO EXiRc,
""'" '"o
SECRETARIA GERAL DO EXÉRCITO
~ .--
FRANCISCO MARQUES DOS SANTOS
A GUERRA DO PARAGUAY
NA
MEDALHISTICA BRASILEIRA
These
approvada unanimemente na 5." sessão plenaria do
PRIMEIRO CONGRESSO DE NUMISMA TICA BRASILEIRA
(24 de Março - 2 de Abril de 1936)
Edição do Autor
SÃO PAULO
TYP. SIQUEIRA - Rua Libero Bndar6, 557
1937
A
GUERRA DO PARAGUAY
NA
MEDALHISTICA BRASILEIRA
-~ í· . . i. !
. ''
PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
Medalha
de
Official Superior
(1) - O Presidio e Fórte de Nova-Coimbra foi fundado em 1775 pelo C apitão Mathias Ri-
beiro da Costa, governando a Capitania de l'vlatto Grosso o C ap itão-General Dom Luiz
de Albuquerque de .l\'lello Pereira e C aceres.
Dois annos depois, um incendio destruía os ranchos e quarteis, salvando-se apenas o
paiol da polvora. Em começo do anno de 1791, os indios Guaycurús atacam Coimbra,
victimando grande parte da guarnição .
Em 1797, ao tempo em que Matto Grosso era governada pelo C apitão-General Cae-
tano Pinto de Miranda Montenegro, ha reconstrucção, pelo engenheiro militar, Tte-
CeL Ricardo Franco de Almeida Serra .
Em 1801 o Fórte foi acommettido por uma esquadrilha hespanhola, sob o commando
de Dom Lazaro Ribera, Governador do Paraguay. Commandava-o o Tte-CeL Ri.c ardo
Franco de Almeida Serra, que ultimava as obras . Ribera enviou ao commandante afre-
20 FRANCISCO MARQUE ' DOS AN.TOS
Medalha do
Forte de CoimLra,
conferida aos C a[litães e
Suba 1ternos, e respectiva
miniatura , feitas pelo
joalheiro Victor Resse.
,-
(1) - Jarbas Muniz Barreto - Secretario da Missão Especial do lmperio junto ás Repub licas
do Prata, amigo particular .de Mr. Thornton, cunhado do Ministro Francisco Octaviano.
Barreto casou com clistincta senhora argentina, ainda viva, com 90 e poucos annos. Dei-
xou filhos que, argentinos de nascimento, conservam acendrado amor á terra de seu Pae
e aos p a rentes que t~m no Brasil. Não podemos deixar de citar, entre elles, a Antonio
Muniz Barreto, nosso estimado Amigo, que, quando vem ao Rio, vae a Itaborahy -visi-
tar o antigo solar dos Duque Estrada s, dos Furtados de Mendonça . Vae a Columbandê,
vêr, na capeUa setecentista da Fazenda, os tu=ulos dos parentes Ribeiro de Magalbães,
faUecidos no seculo passa do . '
A GUERRA DO PAH.AGUAY NA JYIEDALH ISTICA BRASILEIRA 27
ao acampamento imperial, onde fôra armada uma barraca, com velas e bandei-
ras dos navios da esquadra.
Serviu de introductor o ajudante de campo, General Cabral.
Dom Pedro II collocára-se ao fundo da tenda, trajando grande uniforme,
com a grã-cruz do Cruzeiro : placa ao lado esquerdo do peito, largo fitão a ti-
racollo da direita para a esquerda, pendente a insignia da Ordem. Ao lado os
principes Conde d'Eu e Duque de Saxe, a~ompanhados da comitiva imperial,
e os commandantes de todos os corpos do Exercito e Ma rinha, cada um ves-
tindo o melhor possivel e ostentando condecorações.
Introduzido com as formalidades protocollares, depois de tres reverencias
de estylo, pronunciou Sir Edward Thornton um discurso em francez, entre-
gando em seguida ao Imperador a Carta da Rainha Victoria.
Félram palavras do embaixador da Inglaterra: "O Governo de S. M. a
Rainha Victoria negava de maneira a mais solemne toda a intenção de offender
a dignidade do Imperió do Brasil, e a mesma Rainha acceitava completamente
e sem reservas a decisão de S . M . o Rei dos Belgas, Leopoldo I, e se sentiria
feliz em designar um Ministro para o Brasil logo que Dom Pedro II estivesse
prompto a renovar as relações diplomaticas".
Dom Pedro II, com gravidade, em resposta, disse : "Vejo com satisfação
renovadas as relações diplomaticas entre o Governo do Brasil e o da Grã-Bre-
tanha" . E accrescentou : "A circumstancia de tão feliz acontecimento reali-
zar-se onde o Brasil e seus leaes e valentes Alliados acabam de mostrar que
sabem unir a moderação á defesa do direito, augmenta o meu prazer, e prova
que a politica do Brasil continuará a ser inspirada pelo espirita de harmonia
justa e digna com todas as outras nações".
Depois de ter falado ó Imperador, ao findar a grande ceremonia de que foi
theatro a Villa de Uruguayana, todos se perfilaram 1 Ouvio-se o God J'ave lhe Queen,
executado pela banda da "Nictheroy", que Tamandaré passára para o "Onze
de Junho" .
Em seguida, outras bandas tocaram o nosso glorioso hymno nacional,
cujos accordes evocam grandes victorias do passado.
Assim findava a questão Christie, relativa ás violencias praticadas pelos
navios da estação ingleza no Rio de Janeiro, em Janeiro de 1863, (1) motivo da
ruptura de relações diplomaticas entre o Brasil e a Grã Bretanha.
(1) - No dia 5 de J a neiro de 1863, depois de se verifica r a noticia de que os cruzadores de guerra
jnglezes "Stromboli" e " Curlew" haviam apresado navios de propriedade brasileira,
q Imperador, dirigindo-se, pelas seis hora s da tarde, ao Paço da Cidade, onde se reunia
o Conselho de Ministros, viu-se cercado por uma multidão que o a cclamava. Commo-
v ido, fallou ao ajuntamento : Era, - disse, - primeiro que tudo, brasileiro, e mais
28 FRANCIS CO MARQUES DOS SAN 'l'OS
DECRETO
Decreta
Artículo 1. - La distribucion se hará sobre la base de las listas
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~ ()~ 'J'vtJ~r:_., ~o..M ww-
J.1~
Diploma de ..;oncessão da medalha de Uruguayana, a um official do Exercito Argentino
32 F RANCISC O M ARQUES DOS S ANTO!?
\
34
"Nas ·s uas atrevidas evoluções, dictadas pelo bravo chefe B a:rroso, e bri-
lhantemente executad as p elo pra tico argentino Bernardino Gustavi:o'o,, (1)' o
"Amazona.r" decid e o pleito destruindo, protegendo, tomando ·parte em toda
as peripecia s do combate. N ã o tira com isso a nenhum outro n a vio o quinhão
· de gloria que effectivamente lhes co'ube, naquelle dia de honra p ara o paiz, ~
de renome para a Marinha N acio~al". ,.
A Revista Maritiuia Franceza, de Setembro de 1865, dedicou a o á.ssumpto
notaveis paginas~ d.a ndo singular realce á Armada do Brasil.
Riachuelo foi a maior batalha naval, em todos os tempos, na AmePica do
Sul 1 Commemorada annualmente, é ainda hoje no Rio de Janeiro uma festa,
sem o appa rato e a inconveniencia de dia feriado. Em razão de velho habito,
assistimos á parada desse dia, procurando, sem a la rido, .revigorar o amor Patrio
em tempos de utilitarismo e descrença . Assistindo ao desfile da maruja evo-
camos as scenas de verdadeiro heroismo que se desenrolaram durante aquelle
Domingo da Santíssima Trindade de Onze de Junho de 1865. Este nosso en-
_thusiasmo vem da meninice, pelo effeito que nos causou a leitura das " ll1emo-
ria.r'' de Teffé. Nessa data, para maior satisfação intima, trazemos no bolso
nossa medalha de ouro, q~e bem quizeramos ter possuído no tempo da sua dis-
tribuição. Perdôe-nos o leitor estas minucias despretenciosas, antes ingenuas.
/ O Decreto creando a medalha do Combate Naval de Riachuelo tem o
/ numero 3.529, e data de 18 de Novembro de 1865. O Imperador, no t exto do
Decreto, esclarece que a concede aos officiaes e praças da Armada Nacional
como prov a de consideração, pelo valôr e denodo revelados naquelle memora vel
feito.
Referendou o Decreto o Ministro e Secretario de Estado dos Negocios ·da
Marinha, Francísco de Paula da Silveira Lobo. .
As instrucções constavam dos tres artigos seguintes :
. l.º - Todas as praças da Armada e classes annexas que fizeram parte d?
esquadra em operações no Combate de Riachuelo, nas aguas do Rio Paraná
contra a Republica do Paraguay, usarão da medalha, conforme os desenhos
juntos,. sendo á. fita branca com duas listas verdes lateraes da lar.gura de seis
millimetros, ficando a orla igualmente branca, com dois millimetros de)argura.
2. 0 - Os officiaes generaes trarão pendente ao pescoço a medalha, que
será de ouro, e de trinta e sete millimetros de modulo, e os officiaes supe-
'( l) - Hav ia 10 annos que servia . á esqua dra . Os pra ticas dos nossos navios eram
ex h an ge ir os e a grande maioria p ortou-se digna mente. Fora m contra cta dos para a
m a rinha em Buenos Ai res. E ram mes tres de gole tas, enca rregados do transporte de
la ranj as e h erv a m a He elo Pa ragu a'y e os unicos v a quea nos d o Rio P a raná .
A GUERRA no PARAGt1AY NA MEnALHISTICA BRASILEI1U 35
MEDALHA DE MATTO-GROSSO
holocausto dos heróes 1 F aça o Estado fundir quanto antes o nunca inaugurado
monumento aos Heróes da Laguna 1
Nosso passado m ilitar não fulge só nos grandes monumentos citadinos, re-
brilha no metal de nossas medalhas, Os heróes nacionaes acham-se perpe-
tuados no bronze e na legenda da medalhística brasileira.
::::: ·-
l
l
M edalhas de M a tto-Grosso,
da C asa d a Moed a, de
Victor Resse e
respectiva minia tu ra.
M edalha de Humayf:á,
conferida á Marinha,
unicamente
liga de zinco e anlimonio. Felizmente, não foram feitas de tal liga 1 Má foi
a idéa da ctinha gem de medalhas nessa liga precarissima, que não resiste á acção
do tempo.
No artigo 3. 0 , ha a imposição seguinte: "Os individues a quem o uso desta
medalha f&r concedido, são obrigados a trazel-a sempre que estiverem fardados,
e da categoria a que pertenciam ao recebel-a".
O artigo 4 .0 consignava que "não se poderia trazer a fita sem a meda-
lha". Naturalmente, para haver maior imposição no uso da medalha, muito
embora no tempo do Imperio não f&sse commum O c uso das fi fas sem as conde-
corações.
A medalha de Humaytá foi feita f6ra da Casa_ da Moeda, segundo infor-
mações de um ourive.s contemporaneo, o Snr. Vianna~ da Casa Luiz de Rezende.
Attribuia ao gravador Roberto Depaux . . No emtau.to, si foi este grayadon
44 FRANCISCO MARQUES DOS SANTOS
que a fez, não está assignada, como succede com a medalha "Ao.r Mai.r
Bravo./'.
O cunho desta medalha, ha 10 annos passados, era de propriedade de
funccionario aposentado do Arsenal de Marinha, morador em Paula Mattos, no
Morro de Santa Thereza. Este homem, durante muitos annos, cunhava a me-
dalha de Humaytá em estanho e punha-a á venda num "ferro velho" da Rua
do Lavradio. Replica que está muito espalhada entre os colleccionadores.
Comprávamos inutilidades nesse ferro velho, até conseguirmos obter do dono
da casa o endereço do homem, que, "havia muito, não levava mais medalhas
para serem vendidas". Obtido o endereço em Paula Mattos, passámos uma
tarde inteira em indagações, ladeiras abaixo e acima, no Morro, mas foi em
vão! Não houve venda ou quitanda, lavadeira ou menino de collegio que pu-
desse dizer onde morava o tal homem do Arsenal!
Anverso : no campo, vista do Rio Paraguay com os encouraçados brasi-
leiros sob o canhoneio da fortaleza de Humaytá, que se - vê á direita.
No exergo: XIX de Fevereiro de l!1DCCCLXVIII. Reverso: no campo :
Ao.r / da/ Pa.r.ragem / de/ Humaytá, dentro de uma corôa de louro. Dia-
metro : 34,5 mms.
A medalha tem na parte superior um rectangulo com pequenos orificios,
onde é cosido o laço de fita, de tres listas, azul a do centro e escarlates as
lateraes. Sobre o rectangulo, está soldada urna corôa Imperial, fixa.
Nunca vimos um exemplar em ouro. Igualmente, os exemplares em pra-
ta são raríssimos, e muito raros os de cobr~.
Referindo-nos aos agraciados com a bella medalha de Humaytá, aos heróes -
dessa immortai batalha, vem a pêllo lembrar que não fôrarn condecorados só-
mente os nossos homens do mar! Condecorados tambern foram seus navios!
Com effeito, o Decreto 4.117, de 14 de Março de 1868, determinou que, da-
quella data em diante, a bórdo do vapôr "Amawna.r", capitanea da força na-
val vencedora em Riachuelo, e nos encouraçados "Barro.ro", "Tamandaré" e
"Bahia", nos monitores "Alagôa./', "Pará" e "Rio Grande", navios que effe-
ctuaram a Passagem de Humaytá, se içasse no mastro de prôa a fita azul celeste
da Ordem do Cruzeiro. Nunca seria arriada, ainda quando no mesmo mastro
se tivesse de hastear qualquer bandeira ou distinctivo de chefe. O Decreto
determinava ainda que na roda do leme fosse affixada a placa ou venera de
official da referida Ordem.
No antigo Museu de Marinha, transferido para o Museu Historico Nacio-
nal, está guardada a roda do leme da fragata Amazona.r. As rodas dos demais
navios condecorados não foram, infelizmente, guardadas com o mesmo ca·
rinho, mas nem tudo se perdeu ...
A GUERRA no P ARAGUAY NA l\ifunALHISTICA. BRASILEffiA 45
MEDALHA DE MERITO
Por Decreto n.º 4131 de 28 de Março de 1868, foi creada uma Medalha de
Merito para os que se distinguiram por bravura em qualquer acção de guerra.
O Imperador queria dar uma publica demonstração de quanto apreciava o
valôr das praças das forças em operações contra o Governo do Paraguay.
Era commandante em chefe do Exer'cito em operações o Marechal Marquez
de Caxias, que, no Imperial Nome, fazia concessão da Medalha aos que se
mostrassem dignos pela bravura em qualquer acção de guerra.
Em vista da retirada de Caxias, por Decreto de 16 de Março de 1869
o Imperador autorisou o Marechal de Campo Guilherme Xavier de Souza,
commandante em chefe interino das forças em operações cont~a o Governo
do Paraguay, a conceder a Medalha de Merito, em seu Imperial nome.
Em seguida, com a escolha do Conde d'Eu para dirigir a Guerra, por
Decreto de 24 de ·Março de 1869 o Imperador o autorisou a proseguir na
côncessão.
Esses Generaes regulamentavam-se na distribuição da medalha de
accordo com as instrucções baixadas com o Decreto acima citado :
"Art. l.º - A medalha será conforme o desenho junto, de brorize, e pen-
dente do peito esquerdo por uma fita de dous dedos de largura e de tres listas
iguaes, escarlate a do centro, e verde as extremas.
Diploma da Medalha de Merito,' conferida pelo Conde d'Eu ao Coronel Luis M ~~i a
Campos, brilhante figura do Exercito Argentino.
48 FRANCISCO MARQUES DOS SANTOS
Barão de .!l1uritiba.
a paz a seu povo heroico e destroçado. Não perdera a vida num combate glo-
rioso ; antes, perseguido e a fugir como -qm criminoso commum l ·
Alijado de Assumpção para Luque, para a Villa de Peribebuy, elevada á
categoria de Capital da Republica, para Caraguatahy, e finalmente, nas raias
de Matto Grosso, sem rumo, a fugir, quando foi morto.
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crimes, não teve Solano opportu nidade de commetter a quelle que iria realisar
n<;> dia de sua morte : a execução d e sua mãe, dona Joanna Paula C a rrilho de
Lopez, conforme patheticamente descreve Manuel Galvez em Jornada.r de
Agonia.
Morto Lopez, terminou a guerra; e o povo do Paragriay viu que a Triplice
Alliança, e sobretudo o Brasil, o mais sacrificado, não lhe tom a ria vindictas .
Antes, o Brasil procurou erguer a Nação que, como a phenix da fabula, renasceria
das proprias cinzas, dos proprios recursos, e, sellando uma a miza de que n enhum
obsta:culo "jámais offuscará, deu ao mundo, com a restituição da independencia
paraguaya~ ilma prova de altruismo e fraternidad e .
, 'Conforme diziam cl.ocurh~ntos coevos, sustentamos guerra contra o Gover-
n o ' de:> Earaguay, representado por''Lopez. Nunca com fins hostis á existencia
da·' nacicinalidacÍ.e paraguaya. Tanto que considera.;.el numero de p a raguayo's
A GUERRA DO PARAGUAY NA MEDALHISTICA BRASILE IRA 51
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MEDALHA CERAL DA CAMPANHA DO PARACUAY l~
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CREADA POR DECRETO N, 4560 DE 6 DE AGOSTO DE 1870 u
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Exemplar do Diploma que acompanhou as medalhas concedidas aos Exercitas Alliados pelo
Brasil, em virtude do Protocollo de 13 de Maio de 1888.
A GUERRA DO PARAGUAY NA MEDALHISTICA BRASILEIRA 57
tal de.rideratum. "E' a unica casa commercial que as vende", dizia. Deixámos
as fitas em paz . .. e reflectimos que os veteranos do Paraguay eram mais dignos
de tel-as aos pedaços que nós ás peças.
Das fitas de medalhas militares adquiridas ao commendador Rosas fize-
mos larga distribuição 'a os Invalidos da Patria, no Asylo da Ilha do Bom Jesus,
em visitas domingueiras que faziamos, em solteiro, áquelle estabelecimento.
Os nossos heróes sempre nos inspiraram a maior veneração e um culto respei-
tosissimo l
A muitos veteranos demos medalhas. Nas vicissitqdes por que haviam
passado, haviam-nas p.e rdido ou extraviado . Experimentavamos immenso
prazer com esse gesto, porque dest'arte proporcionavamos alegria a bravos,
mas humildes, servidores da Patria. J ámais encontrámos veterano que não
se referisse com enthusiasmo aos nossos generaes e ás grandes figuras da Mo-
narchia l
A proposito da concessão da mepalha da Campanha Geral foram exp,e-
didos os Avisos que abaixo resumimos :
Aviso de 27 de Abril de 1872 (Ordem do Dia 852). Solveram~se duvidas
sobre o modo de se passarem os diplomas da Medalha Geral da Guerra do Para-
guay, e sobre a inscripção que deviam ter os passadores e contagem do tempo
de serviço em campanha.
Aviso de 10 de Junho de 1872. Foi nomeada uma commissão para se en-
carregar de passar os diplomas da Medalha, ao mesmo tempo que eram mar-
cados os vencimentos dos seus membros.
Aviso de 9 de Junho de 1872 (Ordem do Dia 863). Os officiaes e praças
do Exercito que assistiram unicamente á Rendição de Uruguayana não tinham
direito á Medalha. Quanto aos de MaHo Grosso, só tinham direito a ella os
que alli . estiveram em operações activas de guerra.
Aviso de 17 de Junho de 1872 (Ordem do Dia 900). Os commandantes
dos transportes que se achavam ao serviço do Ministro da Guerra durante a
Campanha do Paraguay . não tinham direito á Medalha.
Aviso de 16 de Agosto de 1872 (Ordem do Dia 872). Os officiaes ou: em-
pregados ~ommissionados em Montevidéo não teriam direito á Medalha da
Campanha Geral.
Aviso de 16 de Agosto de 1872 (Ordem do Dia 873). Os empregados civis
que, fazendo parte da Pagadoria, tiveram de acompanhar as forças de Matto
Grosso, ou outros que tiveram funcções junto a ellas, faziam jús á Medalha.
Projectcs não approvados, da Medalha Geral da Campanha do Paraguay, feitos pela Casa da Moeda
- . (Archivo Nacional). ,
A GUERRA DO PARAGUAY NA MEDALHISTICA BRASILEIRA 59
\
A cruz .rel"a ~ trrmze j'CFNZ To~s ronel,· CJO ~e.rcoc:-o ~or u1n~ fii'«
os ay,acwdos, d$e.l'rm:lu .somen-/e de á'~n.:l'"c<-na ;~ara os offiàae:rye.
11m ter a coro'",/um.o e co/o', dé acuo n.erae! e a lu·aco(lo />Or un2a fii'a
/J~ra os olf' c1 ~f j'ene,.au . .de j'l"Oia de j'ran- eru:? ,1Jara o comrnandan-
f"ctra. os oj'iêt.'c,J..e.r doftte a(/el'eS ctle' coro· le em cÁ7 ele /"od'"".r as farpai' en? º/'€·
n~t, " de mesmo n'letei.I 1~-e.1rct ai f'ra- ra.""oêi .
~J df'~~t. /~rcl sofre o.sra- //,P-'f« lera' ct:..ico ·4$-t'ra> (.yuae.f ·
n101 aS' .reyuti•tes 1nH·1·t/•çÕtH .• na/re11 l'om. a.r e-tires d"a ~/4.a,-zc;a, ot0-,1-10.s-
1- 'CAMPANHA lJO PARÃ6l/,,t; Y "fd'tS'i /as na f'/J'u.:n.t'e oráCJhl. .· verde_ IÍ/rz'/l ·
a 1&70 ° o no uerso " O 8 R/IZ/L.. A. ec.· azul, tranco . e anzaret'lo.
CRAO.é'C/DO'' 40S BRA //OS NO A eruz . .fera' /e<'l'a -co172 o .Ira,,.
PARA<it/AY-" ze ®s can/.õe.r, lõrnadcn ao ª"'~"
Sem pendenlé "º peelá es-~uer /º _ durante~ _PreJ'enle ecun/Ja·
áa f'<J/' uma /da a'e ,/-'Ollej'ad" dQ 71h~.
l~y-ura pal"c;z ou p r gçrU de prd.~ ______._ .O•-------
~ara cs- q;Yic1aef cte/de ufQref a/8 ~() Asrvny:i;do. Ro c4J/fye1·eu·-o a{; /c:f?o
Por
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ficar as qualidades militares por elle demonstradas, a sua actividade sem igual,
a sua bravura e a sua intelligencia excepcional.
"Na parte por elle apresentada, e que ora é publicada:, vem apontados todos
os incidentes dessa notavel expedição que foi buscar o tyranno nas faldas da
serra de Maracajú, quasi na raia do territorio paraguayo.
"Semelhante result~do, que foi tanto além de todas as esperanças e que
corôa as aspirações da Nação Brasileira, é devido unicamente, posso dizel-o,
ao general que o conseguiu e que viu os seus calculas perfeitamente executados
pelos que operavam debaixo de suas ordens, á testa dos quaes figuram os dis-
. tinctos coroneis Antonio da Silva Paranhos, Frederico Augusto de Mesquita,
João Nunes da Silva Tavares e Bento Martins de Menezes.
"A todos, pois, louvo pelos seus bem succedidos esforços, e nisso nada mais
faço do que antecipar os applausos com que a opinião do Imperio, sem duvida,
acolherá o feito mais importante desta guerra de cinco annos.
"Se, porém, fosse licito repartir com outros a gloria que pertence aos trium-
phadores de Cerro Corá, a maior parte deveria, depois delles, tocar ao Exmo.
Sr. Marechal de Campo Vitorino José Carneiro Monteiro, commandante dàs'
forças ao norte do Rio Manduvirá, a cujo zelo pelo serviço e incansavel previ-
dencia se deve terem aquellas forças podido desempenhar a custosa tarefa,
sem que, por momentos, lhes faltassem o sustento e os meios imprescindíveis
da mobilidade.
"Merece tambem aqui menção o coronel Antonio Augusto de Barros e Vas-
concellos, o qual, na qualidade de commandante interino das forças estacio-
nadas na Villa da Conceição, muito contribuiu para o bom provimento de ca-
valhadas, mulas e viveres.
"Terminando, direi que, quando eu não tivesse colhido outro resultado de
meus trabalhos, dar-me-hia por satisfeito em ter feito brilhar e evidenciarem-
se pela pratica os nota veis talentos do brigadeiro José Antonio Corrêa da Ca-
mara, em que o Brasil tem, hoje em dia, um general, ainda .no vigôr dos annos,
capaz de levar ao cabo os mais arduos commettimentos e de honrar a sua Pa-
tria perante o mundo civilizado.
Gll.J'lão de Or!eanJ',
Commandante em Chefe.
SEGUNDA PARTE
eia pela margem esquerda do Rio Uruguay, posto que esta columna, que então,
quando se deu a batalha de Yatay, ainda marchava desembaraçada, podia ter
sido anniquilada em São Borj a, se na província do Rio Grande houvesse meios
de fazer o que fez o general Don Venancio Fl8res em Yatay". .
Renhidíssimo foi o combate de Yatay e se desenrolou em territorio Argen-
tino da Provincia de Corrientes.. O Tenente Cel. Antonio Estigarribia fraccio -
nara seu grande exercito, entregando ao Major Duarte 3 .200 homens. Esti-
garribia, depois de invadir São Borja, decidiu esperar sobre o Uruguay, mas
acabou encurralado na ViHa de Uruguayana. O Major Duarte, proseguindo
pela costa Argentina, chegou a Passo de los Libres ou Villa da Restauração,
onde acampou a 12 de Agosto.
Desde 18 de Julho marchava do Sul o General Don Venancio F18res, á
testa do Exercito de Vanguarda, composto de 2440 orientaes, com 8 canhões ;
a 12.ª Brigada Brasileira, com 1.450 homens e o Regimento de Cavallaria Ar-
66 FRANCISC O M ARQUES DOS SANTOS
gentina San lflartin com 300 homens. Era inverno rigoroso, as chuvas alaga-
vam a região, transbordando os arroios, o que difficultava a marcha. A 13 de
Agosto fez juncção com o Exercito de Fl8res o Primeiro Corpo de Exercito da
Republica Argentina, composto de 4 .500 homens, sob o commando do Briga-
deiro Don Wenceslau Paunero. A juncção realizou-se no arroio Sant' Anna,
a 43 kilometros ao sul da Villa da Restauração.
A 15 de Agosto o Major Duarte teve conhecimento da aproximação do
Exercito Alliado, e, por uma carn?ia, mandou communicar e pedir auxilio a Esti-
garribia. Objectou este que poderia enviar um valente commandante para
pôr-se á frente de sua divisão, porque, para resistir á vanguarda dos Alliados,
ella só precisaria de commandante corajoso
No Rio Uruguay o vaporzinho "Uruguay" e dois lanchões, o "São João"
e o "Gariba!di", metralhavam canôas e chalanas paraguayas, impedindo a jun-
cção das columnas de Estigarribia ás de Duarte, separadas pelo rio.
"No dia 16 marchou o E xercito Alliado em direcção de Passo de Los Li-
bres, formando o Exercito Oriental e a Brigada Brasileira a cabeça da columna,
e cebrindo a frente e flancos as cavallarias dos Ge_n eraes Goyo Soares e l\1ada-
riaga. O Exercito commandado pelo General Paunero vinha um pouco dis-
tante; assim adeantaram-se até ao arroio Capiquisé.
Alli o General Fl8res recebeu aviso do General da Divisão correntina, Don
João Madariaga, de que o inimigo vinha ao nosso encontro.
Immediatamente participou ao General Paunero que o m1migo avançava
e que accelerasse a marcha, pois estava resolvido a dar batalha alli mesmo,
isto é, além do Capiquisé.
Pouco dep'ois, porém, soube que o inimigo se retirava para o Passo de los
Libres .
Toda noite estiveram de· promptidão, para qualquer golpe que · o inimigo
desesperadamente quizesse tentar.
No dia 17, ás 7 horas e meia da manhã, marchou o Exercito Alliado com
direcção ao Passo, a duas leguas de Capiquisé, em columnas parallelas, e com
distancias para desenvolver em linha. As cavallarias dos generaes Goyo Soares
e Madariaga iam na frente. Já se havia marchado uma legua, quando a van-
guarda communicou que o inimigo estava no Ombucito, a meia legua· ao norte
do povoado.
O General Flôres fez então obliquar a marcha um pouco~á esquerda e na
mesma ordem avançou cerca de 20 quadras (2 kilometros e meio, aproximada-
mente).
A GUERRA DO PARAGUAY NA MEDALHIS'rICA BRASILE IRA 67
Sabendo então que o m~igo, firme em pos1çao que escolhera, e com val-
las em suas frentes, esperava, continuou a ilvançar, tendo porém ordenado que
·as êavallarias que cobriam à frente formassem ao flanco esquerdo.
O inimigo havia estendido suas linhas no fundo da baixada do Ombuzito,
tendo a frente coberta P<?r arvoredos e valias com duas varas de largura e duas
de fundo, e disposto séus atiradores nos vallos e cercados.
O General D. Venancio Flôres deu então ordem ao General Paunero para
tomar o cororoando da Divisão Argentina e conjunctamente com a Brigada Bra-
sileira preparar-se a apoiar o ataque que ia levar ao· inimigo com os Batalhões
·Orientaes "Florida", "21 de Abril", "Libertad", e o 16. 0 de Voluntarios, Brasi-
leiro, commandado pelo Coronel Fidelis Paes da Silva.
Para isso dispersou em guerrilhas as companhias de caçadores destes bata-
lhões, e a passo de carga avançou sobre a linha inimiga.
O inimigo, fazendo vigoroso fogo, foi inclinando a sua linha para noss.a
direita, obrigando assim os contrarios a adeantarem-se para a esquerda. O
esquadrão de artiU:iaria oriental do General Borges avanço\!. então, mas, retido
pelos fossos, demorava-se a entrar na linha de fogo . Paunero immediatamente '
mandou seguir para a direita o ·esquadrão de artiU:iaria do Major Macdom, que,
avançando a todo galope, veiu augrnentar a desordem nas linhas paraguayas,
e adeantando-se a bateria Nelson, tornou-se então completa. Avançando
então as infantarias argentinas e a 12.ª Brigada Brasileira em columna de ata-
que, com fortes linhas de atiradores, foram os paraguayos rechassados de seus
fóssos, não obstante tenaz resistencia, cercados e postos em completa confusão.
A 2.ª Divisão Argentina tomou o flanco direito do ininugo, cortando-lhe
cerca de 500 combatentes e fazendo-os prisioneiros, sendo um delles o Major
Pedro Duarte, que entregou sua espada ao C a pitão Uri~uru.
O inimigo, .c ompletamente cercado pela nossa infantaria, no angulo de
confluencia do Yatay com o Rio Uruguay, defendia-se em grupos esparsos, com
grande vigôr e desespero, mas sempre recuando. Nesse momento a escolta do
General Flôres e o 1. 0 Regimento de Cavallaria Argentina deram brilhantes
· cargas, completando a derrota do inimigo. Este obliquou para a esquerda,
procurando passar o Yatay pelo unico passo praticavel; mas ahi foi com gran-
des perdas envolvido e rechassado pelas cavallarias çlos Generaes Madariaga e
Goyo Soares; e . atravessando os banhados teve de .ficar apertado na maior
desordem., no rincão formado pela confluencia do Yatay com o Uruguay.
A cavallaria liquidou ou aprisionou os dispersos, e é 'fóra de duvida que
do Exercito Paraguayo o que não foi morto foi feito prisioneiro."
Tal o episodio mais sangrento do inicio da Guerra 1 Os soldados para-
guayos nã9 desmentiram indomita bravura, preferindo a morte á rendição.
PRANCISCO MARQUES DOS SANTOS
El Gobernador Delegado :
Acuerda y Decreta :
1. 0 Batalhão de Artilharia,
12.° Corpo d~ Voluntarias da Patria,
9. 0 Batalhão de Infantaria (Brigada João Guilherme Bruce),
14. 0 Batalhão Provisorio de Infantaria,
22. 0 Batalhão Provisorio de Infantaria,
44.° Corpo de Vols. da Patria (recebeu 400 m~dalhas).
/
Paz
Julian· /l1artinez.
· dos membros do Exercito, da Armada e das classes que, por terem ºservido na
Guerra do Paraguay, · tivessem direito f.t medalha, em virtude do presente ajuste.
2. 0 - Estabelecia que, tendo o Uruguay tomado parte activa na Guerra,
como alliado, teria a faculdade de adherir á idéa, si lhe conviesse, e quando o
seu Governo se declarasse habilitado a · cumpril-a.
Deste Protocollo foram lavrados e firmados dois exemplares, um em portu-
tuguez e outro em hespanhol.
Por Decreto n.º 10.341, de 6 de Setembro de 18891 assignado pelo Imperador
e referendado pelo então Ministro dos Negocios Estrangeiros, José Francisc::o
Diana, foi ordenada a execução do ajuste feito com o Governo Argent,ino, por
meio do ProtocoHo acima referido, para mutua concessão das medalhas mili-
tares commemorativas da guerra contra o Dictador do Paraguay.
O Co~gresso Argentino, por lei n.º 2.490 de 9 de Agosto de 1889, approvou
o Protocollo firmado no Rio de Janeiro sobre as medalhas da Guerra. A m~~ma
lei, em seu artigo 2. 0 , descrevia a medalha, que teria, no anverso : ao centro
as armas da Republica, na orla, a inscripção : Republica Argentina, al Ejercito
Aliado en OperacioneJ' contra el Gobierno del Pq,raguay. Reverso : no . centro
o Sol e na orla : l!L valor y a La ConJ'iancia, La iVacion Agradecida.
(1) Nesse anno as tropas uruguayas se reco1heram ao territorio pa trio. Aliás, por força do
tratado da Triplice Alliança, a campanha estava finda, pois não existia o governo de
Lopez. "O seu ultimo acto conhecido de soberania - diz Alberto Rangel - fôra a cir-
cular do Vice-Presidente Sanchez, expedida de Curuguatá em fim de Agosto de 1869,
e que ninguem acatára" . O Governg. Provisional do Paragu ay. por Decreto de 17 de
Agosto de 1869, collocou Sola no Lopes f6ra da lei, "como assassino da Patria e inimigo
do genero humano."
TERCEIRA PARTE
..
DISTINCTIVO DE VOLUNTARIOS DA PATRIA
Rara e preciosa medalha, antes monumento a Dom Pedro II, não foi
distribuída na época porque não agradaram ao grande Chefe de Estado as
(1) - Em 26 de Mnrço de 1870 Christia n Lüster foi incurr.bido de grnvar em puncção o retrato
do Conde d'Eu, concluinco em 5 d~ Julho de 1870. Em 16 de Agosto gravou os cunhas
e os concluiu em 12 de Abril de 1871.
A medalha ele ouro destinada ao Conde d'EL1 ficou prompta em 27 de Abril de 1871,
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rio dia seguinte foi entregue ao Snr. Conselheiro Dr. Provedor da Casa da Moeda. O pri-
meiro exemplar em cobre foi entregue ao Provedor em 23 .de Maio.
Grande espaço medeia entre a gravura do puncção e a terminação dos cunhos. Nesse
fapso de tempo Lüster gravou outros cunhas, do que se deve deduzir que não houve
pressa na execução dessa medalha, se)l ultimo trabalho. Ao fallecer, em 17 de Maio de
1871, deixou em meio a gravura do cunho da medalha commemorativa da Exposição
Nacional de 1866.
A GUERRA DO p .ARAGU.AY
. N.A MEll.ALI-IISTICA BRASILEIRA
. 93
BIBLIOGRAPHIA