Вы находитесь на странице: 1из 74

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

FILIPE JOSÉ GIANINO MONTEIRO


PAULO LUCAS PAES DUARTE

METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO PARA EXECUÇÃO DE


PROCESSOS LICITATÓRIOS RELACIONADOS À CONSTRUÇÃO
CIVIL

Belém/PA
2016
FILIPE JOSÉ GIANINO MONTEIRO
PAULO LUCAS PAES DUARTE

METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO PARA EXECUÇÃO DE


PROCESSOS LICITATÓRIOS RELACIONADOS À CONSTRUÇÃO
CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil, sob a orientação da Profª.
MSc. Wamdemyr Mata, submetido à banca
examinadora do Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia da Universidade da Amazônia.

Belém/PA
2016
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Congregação do Curso de Engenharia Civil
do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade da Amazônia, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil, sendo considerado satisfatório e
APROVADO em sua forma final pela banca examinadora existente.

APROVADO POR:

________________________________________________
PROFESSOR MSc. WAMDEMYR MATA DOS SANTOS FILHO
(ORIENTADOR)

________________________________________________
PROFESSOR MSc. CLEMENTINO JOSÉ DOS SANTOS FILHO
(EXAMINADOR INTERNO)

________________________________________________
ENGENHEIRO MSc. ALEXANDRE DE MORAES FERREIRA.
(EXAMINADOR EXTERNO)
Belém/ PA, 21 de junho de 2016.

Se falta de tempo realmente fosse uma


justificativa para não realizar seus projetos,
somente os desocupados teriam sucesso.
Flávio Augusto da Silva

AGRADECIMENTO I

Agradeço primeiramente, à Deus, o grande iluminador de minha vida.


A minha família, por sempre acreditar em mim e se fazer presente em todos
os momentos, bons e ruins. Obrigado por vocês sempre me darem o suporte
necessário para eu continuar minha caminhada!
Aos meus amigos, por trazerem felicidade em minha vida. Vocês são a base
que sustentam minha força para continuar.
Ao orientador deste trabalho, Wandemyr Mata Dos Santos Filho, que
disponibilizou seu tempo para nos ajudar com este trabalho, compartilhando seu
conhecimento.
Aos membros da banca examinadora, Alexandre de Moraes Ferreira e
Clementino José dos Santos Filho, por disponibilizarem seu tempo e conhecimento
para examinar e fazer críticas construtivas sobre o trabalho.
Ao meu parceiro de pesquisa e amigo na vida, Paulo Duarte, por toda a
parceria na realização deste trabalho. O caminho foi longo mais conseguimos
concluir mais esta etapa!

Filipe José Gianino Monteiro


AGRADECIMENTO II

Dedico este trabalho, primeiramente, à Deus, a quem devo minha existência


e fé, esta última tão necessária para a conclusão desta caminhada.
Aos meus pais, Denise dos Santos Paes Duarte e Paulo Sérgio Resque
Duarte, por serem meus faróis durante a vida, aconselhando, acreditando e
investindo em mim. Seus cuidados e dedicações são o motivo principal do êxito
neste trabalho, sendo assim, a vocês, devo tudo.
Mãe, obrigado por acreditar em mim e por sempre estar presente nos
momentos mais difíceis. Sem a sua ajuda eu não conseguiria chegar onde cheguei,
você foi essencial para que eu pudesse enxergar meus valores e potenciais. Pai,
seus conselhos foram fundamentais para que eu trilhasse o caminho certo, muito
obrigado!
Ao meu irmão, Giovanni Paes Duarte, agradeço pelo seu carinho,
compreensão e apoio. Ter você como irmão faz com que as pausas de produção
entre um parágrafo e outro melhore tudo o que eu tenha produzido na vida.
Ao meu orientador, Wandemyr Mata Dos Santos Filho, que incentivou e deu
todo o suporte necessário para o desenvolvimento do estudo abordado,
possibilitando a expansão do meu conhecimento no setor de licitações públicas,
área de fundamental importância para a carreira que eu quero seguir.
Aos meus amigos, por se fazerem sempre presente em minha vida,
compartilhando e dando forças em momentos de alegria e tristeza.
Aos membros da banca examinadora, Alexandre de Moraes Ferreira e
Clementino José dos Santos Filho, por aceitar este convite e nos acrescentarem
com sugestões e críticas construtivas
Às empresas Forte Incorporadora e Freire Mello, agradeço a oportunidade
de estágio, esta fundamental para o meu crescimento profissional, me tornando mais
capacitado para planejar, executar, liderar equipes e lidar com as eventuais
adversidades que possam ocorrer dentro de minhas obras.
Ao meu amigo e colega de trabalho, Filipe Gianino, por toda dedicação
aplicada a este trabalho. Não foi fácil, mas conseguimos!

Paulo Lucas Paes Duarte


RESUMO

Atualmente, o cenário econômico brasileiro presencia uma grande crise. Com a


redução de investimentos tanto por parte do governo quanto pela iniciativa privada,
diversos setores da economia entraram em declínio, incluindo a construção civil, que
sofreu com a redução de incentivos monetários e fiscais, e com a elevação de
impostos e taxas de juros cobrados por bancos e governo. Diante desta situação
delicada, para se manter economicamente estável, é preciso encontrar áreas que
ainda movimentem uma fatia de mercado importante na indústria da engenharia. Um
desses campos é o das obras públicas, contratadas por meio de licitações, que
embora esteja operando de maneira reduzida, não pode ser ignorada, pois é um
setor que ainda movimenta um relevante volume de capital na construção civil.
Entretanto, ao participar de um mercado que possui diversos concorrentes e uma
demanda reduzida para a contratação de novos trabalhos, para se destacar da
concorrência, é preciso planejar e oferecer serviços competitivos. Em contraste a
este cenário, as diversas exigências que envolvem o processo licitatório e a falta de
experiência dos profissionais, resulta, em grande parte dos engenheiros, um
sentimento de receio em trabalhar para o governo. Para minimizar este impasse
existente entre o que poderia se tornar um grande cliente da construção civil, neste
caso, o estado, e os profissionais relacionados a este setor, esta pesquisa busca
esclarecer o processo licitatório, mostrando como proceder em suas diversas
etapas, tornando-se assim, uma importante fonte de informação para profissionais
da área que estão com dificuldades em obter informações gerais a respeito de
licitações, e uma ferramenta útil para que engenheiros e empreendedores entrem
neste mercado de maneira segura, planejada e competitiva. Para este fim, através
de uma pesquisa qualitativa envolvendo, a título de exemplo, a análise de um edital
de uma licitação ligada a construção civil, elaboramos e explicamos a metodologia
de cálculo necessária para o desenvolvimento de propostas orçamentárias, obtendo
a conclusão final de que podemos planejar a redução de custos e prazos para
execução de uma obra e, ainda assim, garantir uma margem de lucro segura que
nos assegure a implementação da mesma sem prejuízos.

Palavras-chave: Licitação, Crise, Planejamento, Engenharia Civil, Obras Públicas.


ABSTRACT

Currently, the Brazilian economic scenario witnesses a major crisis. With the
reduction of investment by both the government and the private sector, several
industries have declined, including construction, which suffered from the reduction of
monetary and fiscal incentives, and with the elevation of taxes and interest rates
charged by banks and government. Given this delicate situation, to remain
economically stable, we need to find areas that still move a slice of important market
in the engineering industry. One of these fields is the public works, contracted
through bidding, which although operating on a limited basis, cannot be ignored
because it is a sector that still moves a significant amount of capital in construction.
However, to participate in a market that has several competitors and a reduced
demand for the hiring of new jobs, to stand out from the competition, it is necessary
to plan and provide competitive services. In contrast to this scenario, the various
requirements involving the bidding process and the lack of professional experience,
results, in large part of engineers, a sense of fear to work for the government. To
minimize this deadlock between what could become the major customer of the
construction, in this case, the state, and professionals related to this industry, this
research seeks to clarify the bidding process, showing how to proceed in its various
stages, making thus, an important source of information for professionals who are
struggling in finding general information regarding bidding, and a useful tool for
engineers and entrepreneurs that want to enter in this market in a safely, planned
and competitive way. To this end, through a qualitative research involving, as an
example, the analysis of a public bidding linked to construction, we elaborated and
explained the calculation methodology required for the development of budget
proposals, achieving the final conclusion that we can plan to reduce costs and
deadlines for the execution of a work and still guarantee safe profit margin to ensure
the implementation of the same without losses.

Keywords: Auction, Crisis, Planning, Civil Engineering, Public Works.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Ilustração para legalidade 18

FIGURA 2 – Ilustração da isonomia 19

FIGURA 3 – Chalé da Praça Milton Trindade 35

FIGURA 4 – Localização da Praça do Horto Municipal 35

FIGURA 5 – Exemplo isolado de item no TCPO 39

FIGURA 6 – Rendimento em m³/h dos componentes do serviço de


demolição 40

FIGURA 7 – Mão de obra solicitada para a execução do serviço de


demolição 46

FIGURA 8 – Unidade relativa ao consumo da categoria profissional do


serviço de demolição 46

FIGURA 9 – Consumo característico de cada funcionário para a produção


do serviço de demolição 47

FIGURA 10 – Descrição dos equipamentos, materiais e outros


componentes necessários para a execução do serviço 51

FIGURA 11 – Unidade relativa a unidade dos insumos necessários para


execução do serviço de concretagem 51

FIGURA 12 – Refere-se ao consumo característico de cada Equipamento 52


LISTA DE TABELAS

TABELA 01 – Documentos exigidos em uma modalidade de uma licitação..............27

TABELA 02 – Documentos exigidos para regularidade fiscal de uma licitação.........28

TABELA 03 – Documentos exigidos para qualificação econômica de uma licitação.31

TABELA 04 – Quadro de Produtividade da Mão-de-obra (Hora) ..............................40

TABELA 05 – Tabela de Valores e Vida Útil..............................................................43

TABELA 06 – Composição do Preço Unitário – Mão-De-Obra..................................47

TABELA 07 – Encargos do Grupo A..........................................................................48

TABELA 08 – Encargos do Grupo B..........................................................................48

TABELA 09 – Direitos Direitos dedicados aos


funcionários................................................................................................................49

TABELA 10 – Encargos do Grupo C..........................................................................50

TABELA 11 – Encargos do Grupo D..........................................................................50

TABELA 12 – Custos Indiretos...................................................................................53

TABELA 13 – Produtividade diária para execução de


serviços......................................................................................................................55

TABELA 14 – Quadro de Tributos..............................................................................57

TABELA 15 – Análise de Proposta Orçamentaria......................................................59

TABELA 16 – Análise de Prazo de Execução............................................................60


LISTA DE ABREVIAÇÕES

TCPO Tabela de Composição de Preço Para Orçamentos

SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

SICAF Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio Às Micro e Pequenas Empresas

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

EPI Equipamento de Proteção Individual

SEURB Secretaria Municipal de Urbanismo

NR Normas Regulamentadoras

CF Constituição Federal

CNH Carteira Nacional de Habilitação

CPF Cadastro de Pessoas Físicas

CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

SRF Secretaria da Receita Federal

ISS Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza

ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

CRF Certificado de Regularidade do FGTS.

ILC Índice mínimo de Liquidez Corrente

INSS Instituto Nacional do Seguro Social


SESI Serviço Social da Indústria

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

SECONCI Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário

Inmet Instituto Nacional de Meteorologia

BDI Bonificação de Despesas Indiretas

CPU Composição de Preço Unitário

CONFIS Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social

PIS Programa de Integração Social

TCU Tribunal de Contas da União


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14
2 OBJETIVOS 15
2.1 OBJETIVO GERAL 15
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 15
3 REFERÊNCIAL TEÓRICO 16
3.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE LICITAÇÕES PÚBLICAS 16
3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS REGULAMENTADORES DE UMA LICITAÇÃO
PÚBLICA 17
3.3 ESPECIFICAÇÕES NORMATIVAS DE ACORDO COM CADA
MODALIDADE LICITATÓRIA 21
3.4 TIPOS DE CRITÉRIOS PARA JULGAMENTO DE PROCESSOS
LICITATÓRIOS 23
3.5 O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA LICITAÇÃO 24
3.6 DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS DE
LICITAÇÕES PÚBLICAS 25
3.6.1 Documentos necessários para participar em licitações 26
3.7 ANÁLISE DE NORMAS E VIABILIDADES DA LICITAÇÃO 33
4. METODOLOGIA 35
5. ESTUDO DE CASO 37
5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS DO CÁLCULO 37
5.2 VERIFICAÇÃO DE VIABILIDADE DE PRAZO E FINANCEIRA PARA A
EXECUÇÃO TOTAL DA LICITAÇÃO 38
5.2.1 Primeira etapa: Construção do Quadro de Produtividade dos
Serviços 39
5.2.2 Segunda Etapa: Desenvolvimento do Quadro de Composição de
Preço Unitário da Mão de Obra 41
5.2.3 Terceira Etapa: Desenvolvimento do Quadro de Composição de
Preço Unitário dos Serviços 46
5.2.4 Quarta Etapa: Desenvolvimento do Quadro de Quantidades e
Preços 54
5.2.5 Quinta Etapa: Desenvolvimento do Quadro de Equipes 54
5.2.6 Sexta Etapa: Cálculo da mão de obra 56
5.2.7 Sétima Etapa: Cronograma Físico-financeiro 56
5.2.8 Oitava Etapa: Cálculo de tributos 57
5.3 ANÁLISE DE RESULTADOS 57
5.4 ATOS DESCLASSIFICATÓRIOS NO PROCESSO DE LICITAÇÃO 60
6. CONCLUSÃO 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
ANEXOS
15

1 INTRODUÇÃO

Embora o Brasil passe por um período de crise, as obras públicas ainda


constituem uma importante fatia do mercado que gira em torno da construção civil,
sendo, portanto, fundamental que profissionais relacionados a área de engenharia
se atentem as oportunidades de geração de renda que este mercado bilionário
oferece. (VALLE, 2016).
Neste contexto, o tema deste trabalho é voltado ao estudo das licitações
públicas. O processo licitatório é o instrumento legal que os órgãos públicos utilizam
para contratar prestadoras de serviços com a finalidade de realizar trabalhos ao país
nos mais diferentes campos profissionais, sendo uma dessas áreas, a engenharia
civil, que atua no mercado de licitações, principalmente por meio da execução de
obras públicas (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, 2014).
Considerando que os regulamentos licitatórios são complexos nas esferas
jurídicas e de planejamento orçamentário, fica evidente que as empresas e
profissionais que se interessem em participar de mercados regulados por este
instrumento, ficam sujeitas as diversas problemáticas que este processo demanda
(REZENDE, 2010).
Visto que as obras públicas são regidas pelas licitações, é de fundamental
importância que os engenheiros civis possuam o conhecimento necessário que os
guie durante este processo, garantindo a prevenção de riscos e um planejamento
que possibilite boas margens de lucro e eficácia na execução de seus serviços.
Por isso, este trabalho tem como objetivo explicar todas as etapas
pertinentes as exigências licitatórias, abrangendo os procedimentos de participação,
planejamento, contratação e desclassificação, tópicos de fundamental compreensão
para empresas que queiram se inserir neste mercado.
Para melhor abordar o assunto, será apresentado um caso prático, referente
a um certame licitatório de uma obra pública ocorrida na região metropolitana de
Belém – PA.
Através deste exemplo, serão demonstrados os procedimentos pertinentes
aos regulamentos licitatórios, bem como planilhas para estabelecer o planejamento
do serviço a ser prestado, tornando, assim, possível se fazer uma análise da
viabilidade técnica e financeira da licitação.
16

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver a elaboração de uma proposta orçamentária e cronograma


financeiro de um processo licitatório, de maneira que se apresente uma metodologia
de cálculo que sirva como base para se elaborar propostas em outras licitações
públicas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Tendo em mente que dentro de um processo licitatório existem diversas


etapas a serem estudadas, esta pesquisa adota como objetivos específicos:
a) Explicar os fundamentos teóricos básicos de uma licitação;
b) Criar uma metodologia de cálculo que permita ao leitor desenvolver
sua obra de maneira planejada, através da construção de cronogramas
físicos e financeiros, bem como quadros de composições de preços;
c) Analisar os resultados obtidos a partir do planejamento da obra, em
relação a dois elementos fundamentais que os órgãos públicos
verificam em propostas licitatórias: prazo de execução total da obra e
proposta orçamentária;
d) Realizar um estudo de atos desclassificatórios dentro do processo de
licitação.

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO
17

3.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE LICITAÇÕES PÚBLICAS

O Brasil é composto de 26 uniões federativas (estados), 01 distrito federal e


5.565 municípios, divididos em: Governos Federais, Governos Estaduais, Governos
Municipais, sociedades de economia mista, fundações, autarquias, empresas
estatais e demais entidades do governo, sendo o quinto maior país do mundo em
área territorial (CUNHA, 2015).
Em consequência de ser detentor desta enorme extensão de terra, o país
demanda, em iguais proporções, por obras que contribuam para o desenvolvimento
tecnológico de sua estrutura.
Para suprir esta necessidade com eficiência, a legislação brasileira criou, em
21 de junho de 1993, a lei 8.666, exigindo que as entidades públicas, incluindo a
União, os estados, os municípios e o distrito federal, licitassem seus contratos.
A licitação consiste em um procedimento formal efetuado pela administração
pública, para contratação de serviços ou aquisição produtos, visando assegurar
igualdade de condições a todos que queiram realizar um contrato com o Poder
Público, tendo como finalidade, atuar como um fator de eficiência e moralidade nos
negócios administrativos do Estado (LOPES, 2007).
Neste sentido, a lei 8.666 (1993), tem como objetivo, estabelecer normas
gerais pertinentes a licitação, bem como critérios que sirvam como base durante o
processo de seleção das propostas de contratação, visando escolher aquela que
apresente mais vantagens para o interesse público.
As condições, normas e exigências consignadas pela Administração são
publicadas por meio de editais, documento que devem descrever claramente o
objeto a ser licitado, bem como a experiência e os requerimentos necessários para
prestar o serviço ou produto a ser fornecido, objetivando tornar o processo mais
transparente e legitimo possível (TCU, 2003).
Sendo assim, podemos concluir que a exigência de realização de processos
licitatórios, imposta pela lei 8.666 (1993), para a contratação de serviços para a
administração pública, se faz extremamente necessária, já que protege o estado
18

contra fraudes e corrupção, considerando que é um elemento regulamentador das


escolhas de contratações públicas.

3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS REGULAMENTADORES DE UMA LICITAÇÃO PÚBLICA

A licitação é um meio administrativo pelo qual o poder público busca eleger


propostas para prestações de seus serviços. Sobre o processo licitatório e a escolha
de proposta, Braz (2007) elucida: É um conjunto de atividades instrumentais que dá
segurança à administração, vinculando o contrato que dela possa advir, abrindo a
todos os cidadãos a oportunidade de, em pressuposta igualdade de condições,
participarem da própria Administração através da oferta de bens e serviços ao Poder
Público.
Desta forma, fica evidente que a licitação tem como principal finalidade obter
o contrato que seja mais vantajoso para a Administração que está promovendo o
certame. Para que este objetivo seja alcançado e a escolha da proposta mais
benéfica seja protegida contra fraudes, o procedimento licitatório é regulado por
princípios básicos que estão presentes no artigo 3 o da lei Federal 8.666/93, e que
garante, assim, a segurança de que a proposta seja escolhida livre de motivos que
não sejam atender os interesses da população (DIAS, 2011).
Em relação a estes princípios, destacamos:

1. Princípio da Legalidade: O princípio da legalidade estabelece que as


exigências presentes na licitação não se sobreponham aos limites previstos
em lei, garantindo assim, aos licitantes, que a administração pública não
inclua como requisito para habilitação qualquer requisição que não tenha
previsão legal e não esteja incluída na lei 8.666/93. Segundo Moraes
(2002): O Administrador público somente poderá fazer o que estiver
expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas,
inexistindo, pois, incidência de sua vontade subjetiva, pois na
administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. (Figura 1)
19

2. Princípio da Impessoalidade: O principio tem como função limitar as ações


do administrador público a selecionar a proposta mais vantajosa para o
Estado, através de critérios previamente estabelecidos. Desta forma, o
administrador é impedido de favorecer determinadas pessoas sem que
estas sejam merecedoras de vencer a concorrência, protegendo o caráter
competitivo desta. Hely Lopes Meirelles (2003) conceitua o princípio da
impessoalidade da seguinte forma: O princípio da impessoalidade, referido
na Constituição de 1988 (art., 37, caput), nada mais é que o clássico
princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só
pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a
norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de
forma impessoal. [...] Esse princípio também deve ser entendido para
excluir a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre
suas realizações administrativas. (CF, art. 37, §1º).

3. Principio da Moralidade: Este principio tem a função de estabelecer que as


condutas dos agentes públicos devam ser, além de lícitas, compatíveis com
a moral, ética, boa-fé e bons costumes. Isso protege o licitante do
formalismo exagerado, que possa ter sido considerado apenas para
beneficiar outro concorrente. Por exemplo: o licitante assina sua proposta
de preço no local errado, fazendo sua proposta ser desclassificada. Isto
fere o princípio da moralidade, pois a devida empresa não descumpriu
nenhum item do edital, só assinou no local errado.

“A moralidade administrativa se desenvolveu ligada à idéia de desvio de


poder, pois se entendia que em ambas as hipóteses a Administração
Pública se utilizava de meios lícitos para atingir finalidades metajurídicas
irregulares. ” (PIETRO,2011)

4. Princípio da Isonomia (Figura 2): Este princípio assegura que haja


igualdade de direito entre todos os interessados em contratar com a
administração pública, proibindo a concessão de preferencias e privilégios
a determinados licitantes. Entretanto, é de suma importância que não se
20

confunda a concessão de privilégios com a exigência de requisitos


mínimos, esta última fundamental para algumas licitações.

“[...] não configura inobservância à isonomia o estabelecimento de


requisitos mínimos para a participação do interessado no certame, desde
que estritamente necessários e observadas a razoabilidade e a
proporcionalidade.” (MOREIRA, 2014).

5. Princípio da Publicidade: É um princípio que estabelece que os atos da


Administração Pública devem ser públicos, ou seja, acessíveis para todos
os interessados, salvo apenas as exceções dos casos que envolvem
privacidade e segurança estatal. Tal princípio assegura a todos os
interessados a possibilidade de fiscalizar a legalidade dos atos, conforme
observa Mello (2011): O princípio da publicidade impõe que os atos e
termos da licitação – no que se inclui a motivação das decisões – sejam
efetivamente expostos ao conhecimento de quaisquer interessados. É um
dever de transparência, em prol não apenas dos disputantes, mas de
qualquer cidadão.

6. Princípio da Probidade Administrativa: A probidade administrativa decorre


do princípio da moralidade, determinando que a administração pública
realize seus atos dotados da moral, bom senso e justiça.

“O artigo 3o da Lei Federal 8.666(1993) faz referência à moralidade e à


probidade, provavelmente porque a primeira, embora prevista na
Constituição, ainda constitui um conceito vago, indeterminado, que
abrange uma esfera de comportamentos ainda não absorvidos pelo
Direito, enquanto a probidade ou, melhor dizendo, a improbidade
administrativa já tem contornos bem mais definidos no direito positivo [...]”
(DI PIETRO, 2001, p.305).

7. Princípio da vinculação ao instrumento convocatório: O instrumento


convocatório é o documento que o Poder Público utiliza para apresentar
aos potenciais interessados o objeto a ser licitado, o procedimento a ser
adotado e as condições e a forma de realização da licitação. Desta forma,
21

este princípio determina que a administração pública e os licitantes


cumpram com todas as normas, exigências e condições estabelecidas no
instrumento convocatório, tendo como termo inicial de validade e eficácia, a
data de sua publicação.

“[...] a vinculação ao edital é princípio básico de toda licitação. Nem se


compreenderia que a Administração fixasse no edital a forma e o modo
de participação dos licitantes e no decorrer do procedimento ou na
realização do julgamento se afastasse do estabelecido, ou admitisse
documentação e propostas em desacordo com o solicitado. O edital é a
lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tanto os
licitantes como a Administração que o expediu (art. 41).” (MEIRELLES,
2003, p.239).

8. Princípio do Julgamento Objetivo: Este princípio fundamenta que o


administrador deverá observar os critérios objetivos formulados no
instrumento convocatório para o julgamento da proposta, impedindo que o
mesmo se utilize de critérios subjetivos ou não previstos no instrumento
para selecionar proposta vencedora, mesmo que em benefício da própria
administração. Segundo Meirelles (2003): Julgamento objetivo é o que se
baseia no critério indicado no edital e nos termos específicos das
propostas. É princípio de toda licitação que seu julgamento se apoie em
fatores concretos pedidos pela Administração, em confronto com o ofertado
pelos proponentes dentro do permitido no edital ou convite. Visa afastar o
discricionarismo na escolha das propostas, obrigando os julgadores a
aterem-se ao critério prefixado pela Administração, com o quê se reduz e
se delimita a margem de valoração subjetiva, sempre presente em
qualquer julgamento.

3.3 ESPECIFICAÇÕES NORMATIVAS DE ACORDO COM CADA MODALIDADE


LICITATÓRIA

Segundo Cerri (2014), a modalidade licitatória indica o procedimento que irá


reger a licitação, isto é, define sob quais condutas e procedimentos determinada
22

licitação será regulada. Atualmente, a lei federal nº 8.666/1993 preve seis


modalidades de licitação, sendo elas:
1. Pregão: É a principal forma de contratação do governo federal para bens e
serviços comuns, não se aplicando, portanto, a obras e serviços de
engenharia. Diferente de outras modalidades licitatórias, a análise da
documentação dos licitantes é realizada somente após a avaliação de
propostas e lances, e a escolha do contratado se dá exclusivamente pelo
critério do tipo menor preço (neste caso, o governo escolhe a proposta de
menor valor, conforme será melhor explicado em capítulos posteriores).
Tendo em vista esta característica peculiar, a decisão sobre contratação na
modalidade pregão é, em geral, mais veloz do que em outras modalidades,
e pode ser feita através de duas formas: por pregão presencial, onde é
marcada uma data para que os licitantes apresentem suas propostas e em
seguida deem seus lances verbais, e por pregão eletrônico, que é realizado
através do site www.comprasnet.gov.br. É valido lembrar que para
participar deste tipo de modalidade o participante deve esta com a
habilitação atualizada no SICAF (Sistema de Cadastramento Unificado de
Fornecedores). (FARINELI, 2010).

2. Carta Convite: É o processo mais simples de licitação, tendo como


característica principal, o valor máximo estipulado para a realização da
contratação, que não pode ultrapassar R$ 150.000,00 (cento e cinquenta
mil reais) para serviços de engenharia. Nesse caso, a unidade
administrativa escolhe e convida a quantidade mínima de 3 (três)
fornecedores do serviço para participar do processo licitatório por meio de
uma carta-convite, que substitui o edital. Entretanto, apesar de ser
realizado por meio de carta-convite, é obrigatório que o órgão público
divulgue cópia do instrumento convocatório em local apropriado e que o
convite se estenda a outras empresas que possuam interesse e estejam
cadastradas no SICAF, desde que estas manifestem seu interesse em
participar do processo em até 24horas antes da data de apresentação da
proposta. (CERRI 2014)
23

3. Tomada De Preço: Esta modalidade é utilizada para contratação de


serviços de engenharia no valor entre R$ 150.000,00 (cento e cinquenta
mil) e R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil). Para participar de
uma licitação enquadrada na modalidade tomada de preço, o contratado
deverá estar previamente cadastrado. Este cadastro refere-se a uma
análise feita sobre a empresa que, além de precisar possuir sua habilitação
parcial atualizada no SICAF, deverá, por meio de sua habilitação jurídica,
confirmar situação regularizada de sua regularidade fiscal, qualificação
econômico-financeira, e qualificação técnica. Concluída a análise e
confirmado que o fornecedor possui todas as condições exigidas no edital,
este poderá fornecer sua proposta de preço e participar da concorrência.
(CHENISK, 2008)

4. Concorrência: Esta modalidade destina-se para contratações de obras e


serviços de engenharia em que o valor estimado esteja acima de R$
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e aquisição de materiais e
outros serviços em que o valor estimado esteja acima de R$ 650.000,00
(seiscentos e cinquenta mil reais), valendo ressaltar, entretanto, que a
concorrência pode ser realizada sem requisitos de valores mínimos,
especificamente para a compra ou alienação de bens imóveis para a
concessão de direito real de uso, de serviços ou de obras públicas,
contratações de parcerias público-privadas, para licitações internacionais,
para os registros de preço e para as contratações em que seja adotado o
regime de empreitada global, desde que o objeto a ser licitado seja
complexo e necessite de uma análise mais criteriosa do administrador.
Portanto, é a modalidade mais ampla de licitação, por permitir que qualquer
licitante ou interessado execute a obra ou aquisição de produto, sem
necessidade de cadastro prévio, e por ser utilizada para diversos objetos
de contratação (FARINELI, 2010).

5. Leilão: Esta modalidade consiste basicamente na venda de bens,


predominantemente móveis inservíveis ou bens semoventes, por
intermédio de lances dados pelos participantes, sendo permitido que
24

qualquer interessado participe. O processo acontece com a presença dos


interessados no local e hora determinados no edital para apresentar seus
lances, que não podem ser inferiores aos valores mínimos solicitados pelos
administradores (CERRI, 2014).

6. Concurso: É uma modalidade utilizada para eleger prestadores de serviços


de trabalhos técnicos, científicos, projetos arquitetônicos ou artísticos,
sendo permitido que qualquer interessado participe, sem necessidade de
cadastro prévio, desde que estes atendam às exigências do edital. Os dois
fatores diferenciais do concurso são: (1) a execução do trabalho ocorre
antes do processo de seleção, e, sendo assim, caso o concorrente não
ganhe a concorrência, corre o risco de realizar um trabalho que não será
remunerado e (2) seu prêmio não possuir caráter de pagamento de serviço,
mas de incentivo. (TORRES, 2010).

3.4 TIPOS DE CRITÉRIOS PARA JULGAMENTO DE PROCESSOS LICITATÓRIOS

Entende-se por “tipo de licitação” o critério de julgamento adotado pela


administração para definir quais fatores a administração levará em consideração ao
escolher o contratado (CHENISK 2008), que podem ser baseados em três critérios
diferentes, conforme especificado abaixo:

A) Menor Preço: É um critério utilizado para compras e serviços de maneira


geral, e para aquisição de bens e serviços de informática, quando
realizada na modalidade convite. Neste caso, a administração escolhe o
contratado pela proposta que possuir menor preço (TORRES, 2010).

B) Melhor Técnica: O critério de julgamento utilizado para a escolha de


prestadoras de serviços neste tipo de licitação é disposto no art. 46, § 1o.,
incs. I a IV da Lei n°. 8.666/93, e é baseado em fatores de ordem técnica.
Este tipo de licitação é usado exclusivamente para serviços de cunho
intelectual, principalmente na elaboração de projetos, cálculos,
25

fiscalização, supervisão e gerenciamento de engenharia consultiva em


geral, e, em particular, para a elaboração de projetos básicos e executivos,
e para a elaboração de estudos técnicos preliminares.

C) Técnica e Preço: Neste caso a proposta mais vantajosa é definida por uma
média tirada a partir de orçamentos e qualificações técnicas dos
interessados. Este tipo de critério é obrigatório nas modalidades de
Tomada de Preço e Concorrência.

3.5 O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA LICITAÇÃO

Um processo de licitação tem início quando há uma necessidade da


Administração para a execução de projetos ou na contratação de bens ou serviços
em beneficio em prol do interesse público. Este processo deve seguir uma
sequência para que haja um acordo entre a administração e o prestador do serviço
solicitado. O processo tem início com a necessidade de implementação do projeto,
indo até o fechamento do contrato. Sendo assim, é dividido em duas etapas básicas:

1. Interna ou Preparatória: Esta fase acontece antes que a licitação se


torne de conhecimento público, e nela será analisado e corrigido eventuais falhas
que poderão ter sido cometidas durante sua elaboração, evitando assim, que haja a
necessidade de anular atos praticados caso a mesma estivesse em processo de
concorrência ou execução. Em relação a estas correções, temos como exemplo o
estabelecimento de condições restritivas, a implementação de informações que
sejam detectadas como incompletas ou ausentes, a inobservância de dispositivos
legais, entre outras. É esta fase que desenvolve as condições do ato de convocação
antes de trazer a licitação para o conhecimento público.

2. Externa ou Executória: Esta etapa tem início com a publicação do edital


ou com a entrega do convite aos fornecedores e interessados, e é finalizada quando
a administração escolhe a prestadora de serviço que irá executar o contrato em
26

questão. Diferente da fase interna, caso haja alguma falha no regulamento da


licitação, se irreparável, levará a anulação do processo.

3.6 DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS DE


LICITAÇÕES PÚBLICAS

Todo edital licitatório contém as informações essenciais para a elaboração da


proposta por parte da prestadora de serviço. De maneira geral, podemos elucidar
que estes requerimentos são obtidos a partir de dois segmentos principais: (1)
documentação jurídica e (2) documentação de proposta comercial.
Para que não se cometa nenhum ato que determine a desclassificação do
fornecedor do produto ou serviço a ser prestado, a padronização no ato de entrega
desses dois elementos é recomendada. Por isso, reunimos algumas informações a
serem obedecidas no desenvolvimento desses documentos, conforme descrito
abaixo:
1. Quanto a entrega da proposta comercial:
1.1. Ser impressas em papel timbrado da empresa licitante.
1.2. Ser datado no dia da entrega dos envelopes.
1.3. Ser transcrito o objeto da licitação de forma clara e precisa.
1.4. Conter a marca do produto ofertado.
2. Quanto ao preço do produto ou serviço:
2.1. Ser impresso em algarismo e por extenso.
2.2. Para serviços, conter a planilha de formação de preço.
3. Conter as seguintes informações adicionais:
3.1. Validade da Proposta;
3.2. Prazo de Garantia.
3.3. Dados Bancários.
3.4. Declarações solicitadas no edital.
3.5. Procedência do Produto.
Considerando as recomendações acima, abordaremos nos tópicos
seguintes, a explicação do processo de regularização jurídica da prestadora de
27

serviço, bem como uma metodologia de cálculo para o desenvolvimento de sua


proposta orçamentária e estimativa de prazo para execução total do serviço.

3.6.1 Documentos necessários para participar em licitações

Todo processo licitatório possui a fase de habilitação, que objetiva exigir das
empresas participantes documentos que comprovem que as mesmas estão
habilitadas a prestar serviço no ramo do objeto solicitado. Caso haja ausência de
alguma dessas documentações, a empresa não será convocada para a execução
do serviço mesmo que a sua proposta seja a vencedora, conforme descrito na lei
8.666/93. Estas exigências estão presentes no edital de cada licitação, e se fazem
através das seguintes competências: (PORTAL DE LICITAÇÕES DO
EMPREENDEDOR, 2005)
a) Habilitação Jurídica: A habilitação jurídica objetiva comprovar
que a empresa participante possua existência legal, aptidão para
assumir obrigações com a Administração, e legitimidade de sua
representação. O Art. 28 da lei 8.666/93 descreve os
documentos necessários para a habilitação jurídica, conforme
exposto na Tabela 01.

Tabela 01: Documentos exigidos em uma modalidade de uma licitação.

DOCUMENTOS RECOMENDAÇÕES

I - Cédula de identidade; Exigência quando for viável a participação de pessoa


física na licitação (essa participação deve estar
expressa no instrumento convocatório). Poderão ser
apresentados documentos equivalentes (CNH),
mesmo se não previstos no ato convocatório.

II - Registro comercial, no A empresa individual é a pessoa física


caso de empresa desempenhando atividade empresarial de cunho
Individual; econômico.
Então, no caso de empresa individual, quem estará
participando da licitação é a pessoa Física, que
deverá ter inscrição no Registro de Comércio (Juntas
Comerciais). O efeito desta inscrição, segundo
Marçal Justen Filho, é atribuir-lhe regularidade de
28

atuação em face do Direito. A Administração não


pode contratar sujeito que exercite a atividade
profissional de modo irregular.

III - Ato constitutivo, A Lei neste inciso, se refere ao documento que


estatuto ou contrato social instituiu a sociedade e que contem as regras que a
em vigor, devidamente disciplinam. Para evitar problemas na fase de
registrado, em se tratando habilitação (inclusive uma inabilitação), o contrato
de sociedades comerciais, social (ou equivalente) deverá ser apresentado
e, no caso de sociedades contendo todas suas modificações, ou ainda, a última
por ações, acompanhado alteração consolidada e as retificações posteriores
de documentos de eleição ainda não consolidadas.
de seus administradores;

IV - Inscrição do ato De acordo com o novo Código Civil de 2002, a


constitutivo, no caso de inscrição do ato constitutivo de sociedades civis
sociedades civis, (simples) com fins lucrativos, deve ser cadastrada na
acompanhada de prova de junta comercial.
diretoria em exercício

V - Decreto de Este inciso é direcionado apenas para Licitações


autorização, em se internacionais ou, para empresas estrangeiras,
tratando de empresas ou quando participarem de licitações nacionais. (vide
sociedade estrangeira em arts. 1123 e 1134 do Código Civil de 2002).
funcionamento no País, e
ato de registro ou
autorização para
funcionamento expedido
pelo órgão competente,
quando a atividade assim
o exigir.
FONTE: Portal de Licitações do Empreendedor (2005).

b) Regularidade Fiscal: É a competência que dá comprovação de


que o licitante se encontra regularizado perante suas obrigações
com a legislação tributária federal, estadual, municipal,
seguridade social e o fundo de garantia por tempo de serviço.
Faz se nota de que estar regularizado com a legislação tributária
difere-se de estar com o débito em dia (quitado), já que
regularidade se diz respeito apenas a comprovação de que a
empresa atende todas as exigências do fisco. Os seguintes
documentos são exigidos pelo art.29 da lei 8.666/93, conforme a
Tabela 02:
29

Tabela 02: Documentos exigidos para regularidade fiscal de uma licitação.


DOCUMENTOS RECOMENDAÇÕES
I - Prova de inscrição no O CPF será exigido para a participação de pessoa
Cadastro de Pessoas Físicas física na licitação e, o CNPJ, para pessoa jurídica. No
30
(CPF) ou no Cadastro Nacional caso do CNPJ, a Instrução Normativa SRF nº 200, de
de Pessoa Jurídica (CNPJ); 13 de Setembro de 2002, dispõe que a comprovação
será feita a partir do documento "Comprovante de
Inscrição e Situação Cadastral", obtida pelo
site http://www.receita.fazenda.gov.br .
II - Prova de inscrição no Dependendo do objeto da licitação, será solicitada a
cadastro de contribuintes prova de inscrição no cadastro de contribuintes
estadual ou municipal, se somente ESTADUAL, ou somente MUNICIPAL, ou
houver, relativo ao domicílio ou ainda, nos dois âmbitos se necessário e se HOUVER
sede do licitante, pertinente ao (é comum algumas empresas não possuírem a
seu ramo de atividade e inscrição estadual, pois estão ISENTAS de inscrição
compatível com o objeto neste âmbito, como é o caso das sociedades civis
contratual; prestadoras de serviços. Assim, estas somente
apresentarão a prova de inscrição municipal). Por
isso, fique atento às exigências do Instrumento
convocatório (inscrição ISS, ICMS etc).
III - Prova de regularidade para De acordo com a doutrina brasileira, a Administração
com a Fazenda Federal, pode exigir a Regularidade Fiscal para com as três
Estadual e Municipal do esferas: Federal, Estadual e Municipal (Regularidade
domicílio ou sede do licitante, ou Fazendária), ou, somente para com a esfera
outra equivalente, na forma da necessária para o objeto licitado (Regularidade
lei; Fiscal). De notar que a prova de regularidade para
com a Fazenda Federal, compreende: a Certidão
Negativa de Débitos de Tributos e Contribuições
Federais expedida Pela Secretaria da Receita Federal
(e também obtida facilmente através do
sitehttp://www.receita.fazenda.gov.br/, com validade
de seis meses) e a Certidão quanto à Divida Ativa da
União [...].

IV - Prova de regularidade Temos aqui duas certidões: 1) Certidão Negativa de


relativa à Seguridade Social e Débito, fornecida pelas Agências da Previdência
ao Fundo de Garantia por Social, e obtida no
Tempo de Serviço (FGTS), sitehttp://www.previdenciasocial.gov.br/ , com validade
demonstrando situação regular de 90 dias. 2) Certificado de Regularidade do FGTS -
no cumprimento dos encargos CRF, fornecida pelas Agências da Caixa Econômica
sociais instituídos por lei. Federal e obtida pelo sitehttp://www.caixa.gov.br/ ,
com validade de 30 dias. Estas certidões somente são
válidas se forem NEGATIVA ou POSITIVA COM
EFEITO DE NEGATIVA. No caso de certidão
POSITIVA, somente será aceita se o licitante estiver
31

FONTE: Portal de Licitações do Empreendedor (2005).

c) Qualificação técnica: São as documentações que comprovam


que o licitante possui qualificação profissional necessária para
executar o objeto da licitação. Desta forma, podemos elucidar os
seguintes requisitos para que uma empresa esteja apta a se
qualificar tecnicamente:
I. Registro ou inscrição (Emitida na entidade profissional
competente);
II. Atestados de Capacidade (Comprovação de aptidão para o
cumprimento do objeto licitado através de atestados dos
órgãos públicos, ou privados onde o licitante já forneceu
antes);
III. Comprovação de que tomou conhecimento das condições
para o cumprimento do objeto licitado, se for o caso
(Fornecida pelo órgão licitante); e
IV. Prova de Atendimento de requisitos previstos em lei especial.
Depende do segmento. Quando se exige segurança, tais
como produtos tóxicos).
V. Qualificação Econômico-financeira: Esta qualificação tem
como função comprovar ao órgão licitante que os produtos
ou serviços serão fornecidos, já que através destes
documentos o vencedor da licitação comprova capacidade
financeira para cumprir com os itens do contrato. O artigo 31
da lei 8.666/93 descreve como os seguintes documentos a
serem apresentados, conforme mostra a Tabela 03:

Tabela 03: Documentos exigidos para qualificação econômica de uma licitação.

DOCUMENTOS RECOMENDAÇÕES
I - Balanço patrimonial e demonstrações A exigência de documentos contábeis nas
contábeis do último exercício social, já Licitações, tem como objetivo o exame da
exigíveis e apresentados na forma da lei, que situação econômico-financeira da proponente.
comprovem a boa situação financeira da Importante lembrar que aqui, imperam as
empresa, vedada a sua substituição por práticas usuais e reiteradas da Ciência da
32

balancetes ou balanços provisórios, podendo Contabilidade. Portanto, ao elaborar estes


ser atualizados por índices oficiais quando documentos, recorra sempre ao seu contador de
encerrado há mais de 3 (três) meses da data confiança.
de apresentação da proposta; No caso de empresas constituídas no curso do
próprio exercício (empresas novas), devem
apresentar o "Balanço de Abertura". Caso a
Administração tenha dúvidas com relação à
confiabilidade das informações contábeis
fornecidas, deverá produzir diligência para
ratificação dos dados.
II - Certidão negativa de falência ou concordata A certidão negativa de falência ou concordata é
expedida pelo distribuidor da sede da pessoa exigência para pessoas jurídicas e, a certidão
jurídica, ou de execução patrimonial, expedida negativa de execução patrimonial é exigência
no domicílio da pessoa física; para pessoas físicas.

ATENÇÃO:

1) Certidões Positivas de Falência,


Concordata ou Execução Patrimonial: Quando
o pedido de falência tiver sido formulado por
terceiro, enquanto o poder judiciário não decidir a
questão, não se pode presumir inidoneidade ou
insolvência. No caso de execução patrimonial, o
Código Tributário dispõe que produzem idênticos
efeitos a certidão negativa e positiva de
execução, desde que acompanhada de penhora.

2) Certidões Negativas relativas ao foro em


que o interessado tem domicílio: o interessado
tem dever de apresentar as certidões negativas
do foro de seu domicílio, mas se existirem
processos em outros foros, o interessado deverá
comprovar que isso não afeta sua idoneidade. Se
não fizer isto e, se ocultar a existência de tais
processos a Administração poderá inabilitar o
licitante (inclusive se outros licitantes provocarem
tal inabilitação).
III - Garantia, nas mesmas modalidades e Será exigida na habilitação para assegurar o
critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 cumprimento da proposta. Assim, caso o licitante
desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do vencedor da licitação negue-se a assinar o
valor estimado do objeto da contratação. contrato (seja, por exemplo, porque calculou
errado seu preço e não terá lucros para realizar o
contrato, devido a este erro de cálculo) a
Administração poderá descontar desta garantia,
o valor referente à multa que o licitante irá sofrer
por não assinar o contrato.
ATENÇÃO: Esta garantia não se confunde com a
garantia do contrato (Art. 56 da lei 8.666).
IV - Prova de atendimento de requisitos Como sustenta Marçal Justen Filho, o exercício
previstos em lei especial, quando for o caso. de determinadas atividades ou o fornecimento de
certos bens se encontram disciplinados em
33

legislação específica. Assim, há regras acerca da


fabricação e comercialização alimentos, bebidas,
remédios, entre outros. Assim, quando o objeto
licitado envolver bens ou atividades disciplinados
por legislação específica, o instrumento
convocatório deverá reportar-se expressamente
às regras correspondentes.

§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à 1) Importante ressaltar a necessidade da fixação,


demonstração da capacidade financeira do no instrumento convocatório, do critério objetivo
licitante com vistas aos compromissos que terá de julgamento dos índices contábeis que
que assumir caso lhe seja adjudicado o nortearão o julgamento da comissão. Caso não
contrato, vedada a exigência de valores exista tal critério, o edital será passível de
mínimos de faturamento anterior, índices de impugnação.
rentabilidade ou lucratividade.
§ 5o A comprovação de boa situação financeira 2) De notar também, que tais critérios são
da empresa será feita de forma objetiva, fornecidos pela Ciência da Contabilidade, e que a
através do cálculo de índices contábeis definição desses índices dependem da situação
previstos no edital e devidamente justificados momentânea do segmento objeto da licitação.
no processo administrativo da licitação que Queremos dizer, como exemplo, que um índice
tenha dado início ao certame licitatório, vedada mínimo de Liquidez Corrente (ILC) 1.0, pode
a exigência de índices e valores não significar boa situação econômico-financeira para
usualmente adotados para correta avaliação o setor automobilístico e uma má situação para o
de situação financeira suficiente ao setor têxtil, no momento.
cumprimento das obrigações decorrentes da
licitação. 3) Todo fornecedor deve, ao deparar com esses
índices mínimos nos editais, analisar se a
exigência é razoável (para isto poderá pedir
auxílio ao SERASA). Caso contrário, deverá
exigir providências junto à entidade promotora da
licitação, e mesmo, impugnar o edital.
§ 2o A Administração, nas compras para Capital social, como bem define Marçal Justen
entrega futura e na execução
Filho, éde
o montante
obras e de recursos, economicamente avaliáveis, transferidos
serviços, poderá estabelecer,
pelos sócios
no instrumento
para a sociedade visando à composição de seu patrimônio,
convocatório da licitação,
sejaa no
exigência
momento de de sua constituição, seja no curso da vida social. O
capital mínimo ou de patrimônio
patrimôniolíquido
líquido por sua vez, corresponde à soma do capital social, das
mínimo, ou ainda as garantias
reservasprevistas
e dos prejuízos
no § ou lucros acumulados.
1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de ATENÇÃO: Quando for feita esta exigência no
comprovação da qualificação econômico- instrumento convocatório, a empresa proponente
financeira dos licitantes e para efeito de deve prestar muita atenção à forma como deverá
garantia ao adimplemento do contrato a ser atender esta solicitação, ou seja, quais os
ulteriormente celebrado. documentos que deverá anexar. Em caso de
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio dúvida, solicite estes esclarecimentos junto à
líquido a que se refere o parágrafo anterior não Comissão.
poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor
estimado da contratação, devendo a
comprovação ser feita relativamente à data da
apresentação da proposta, na forma da lei,
admitida a atualização para esta data através
de índices oficiais.

FONTE: Portal de Licitações do Empreendedor (2005).


34

d) Documentação complementar: Os certames licitatórios, através


do inciso V do artigo 27 da lei 8.666/93, possuem como requisito
a apresentação de duas declarações complementares, sendo
elas:
I. Declaração de superveniência de Fatos Impeditivos;

II. Declaração de emprego de menores;

Como pode-se observar, as exigências documentais presentes em um edital


de um processo licitatório são de complexo entendimento e podem variar de acordo
com o objeto do serviço a ser executado. Por isso, é de fundamental importância
que se tenha entendimento da legislação vigente, para que a prestadora de serviço
conheça seus direitos e deveres, e assim, regularize sua situação para que a própria
aja de acordo com a lei e, simultaneamente, tenha base teórica para se proteger de
eventuais situações que a administração possa impor e que constitua ato ilegal.

3.7 ANÁLISE DE NORMAS E VIABILIDADES DA LICITAÇÃO

A análise da viabilidade de uma determinada licitação é feita a partir do


estudo das normas presentes em seu edital. Através deste, obtemos informações
como: critério que o órgão utilizará para escolha de empreitada, documentos que
deverão ser apresentados, preço global máximo estipulado, especificações técnicas,
forma que o órgão público irá pagar os serviços, orçamento com indicação dos
preços de cada item (com seus respectivos valores unitários e totais), prazo limite
para execução dos serviços, especificação de atos que possam levar o fornecedor a
uma desclassificação e o prazo mínimo de validade da proposta.

Um outro fator que se deve levar em consideração é que frequentemente os


editais exigem um capital mínimo como um dos requisitos básicos para se estar apto
a participar da licitação. O valor deste capital não pode exceder o percentual de 10%
do valor estimado da contratação, conforme assegura a Lei Federal 8.666, artigo 31
parágrafos 2º e 3º.
35

A partir da coleta desses dados, a empresa deverá verificar se possui


documentação e qualificação técnica-financeira necessária para execução dos
serviços propostos.
Por fim, cada concorrente deve apresentar sua proposta orçamentária, com a
descrição dos serviços que serão fornecidos e o tempo para a execução dos
mesmos. Sendo estes dois elementos fundamentais para a participação em
licitações, os capítulos posteriores explicarão as etapas necessárias para que as
empresas concorrentes saibam estimar seus preços e prazos para a execução dos
serviços que englobam o objeto da obra.

4 METODOLOGIA

A pesquisa será desenvolvida a partir de uma abordagem qualitativa. Para a


sua realização, tivemos como objeto base de estudo, a análise do edital de uma
licitação do tipo carta convite.

FIGURA 3- Chalé da praça Milton Trindade

Fonte: Odilson, 2008.


36

A proposta foi emitida pelo edital no 076/2014 SEURB – Secretaria Municipal


de Urbanismo de Belém, e referia-se ao serviço de Reconstrução de uma Laje no
Chalé da Praça Milton Trindade, conhecida como Praça do Horto Municipal, situada
em Belém – PA, na Rua dos Mundurucus, bairro Batista Campos, CEP 66035-360.
(FIGURA 4)

FIGURA 4- Localização da Praça do Horto Municipal

Fonte: Google Mapas, 2016.


A partir da análise do edital desta licitação, foi possível coletar dados
referentes a execução dos serviços, tais como: preços unitários e globais máximos
estipulados para a implementação da obra, descrição completa dos serviços a
serem realizados, exigências qualitativas do trabalho, requerimentos legislativos e
documentais obrigatórios que os fornecedores concorrentes devem apresentar,
dentre outras especificações fundamentais para o desenvolvimento da obra.
Por fim, a realização deste trabalho envolveu, inicialmente, a coleta destes
dados (mencionados no parágrafo acima), obtendo-se uma conclusão final a partir
do cumprimento de quatro etapas de estudo, desenvolvidas conforme descrição
abaixo:
Etapa 1: Teoria básica sobre os processos licitatórios, dando importância aos
seguintes temas: o que é uma licitação, como participar do processo, quais são suas
modalidades e princípios básicos.
Etapa 2: Análise de direitos e deveres legislativos existentes para as
licitações, dando ênfase fundamentalmente aos documentos exigidos para estar
apto a licitar.
37

Etapa 3: Metodologia de cálculo para elaboração do cronograma físico e


financeiro da proposta, elaborada no programa Microsoft Excel 2016 (O uso do
programa, apesar de recomendado, não é obrigatório, já que todos os cálculos
realizados neste trabalho podem ser feitos manualmente ou por meio de programas
similares).
Etapa 4: Análise de rentabilidade e prazo de execução, com base no edital
proposto e nos resultados obtidos;

5 ESTUDO DE CASO

5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS DE CÁLCULO

Os capítulos a seguir apresentarão as metodologias de cálculo utilizadas para


a elaboração de uma proposta orçamentária referente a execução da Reconstrução
de uma Laje no Chalé da Praça Milton Trindade, conhecida como Praça do Horto
Municipal, situada em Belém – PA, na Rua dos Mundurucus, s/n, bairro Batista
Campos, CEP 66035-360.
Para o desenvolvimento do cálculo, foi utilizado o programa Microsoft Excel
2016. Apesar de recomendarmos a utilização do mesmo, seu uso não é obrigatório e
todos os cálculos apresentados neste trabalho poderão ser realizados manualmente
ou em programas similares.
38

Embora os cálculos tenham sido especificamente elaborados para esta obra,


sua metodologia é universal e poderá ser aplicada na maioria dos outros processos
licitatórios, ressaltando que é sempre necessário analisar o edital e suas
particularidades antes de elaborar qualquer proposta orçamentária para licitações.
Sendo assim, a começar pela análise do edital elaborado pelo órgão público
licitante, neste caso, SEURB, Secretaria Municipal de Urbanismo de Belém, foi
possível extrair os dados relativos aos requisitos mínimos exigidos para a realização
dos serviços propostos. São eles:
1. O preço global para a execução dos serviços máximo para execução
dos serviços foi estipulado no valor de R$21.600,18 (Vinte e um mil,
seiscentos reais, e dezoito centavos.). Caso a fornecedora
ultrapassasse esse valor, de acordo com as regras do edital, a
mesma estaria desclassificada.
2. O tempo máximo para a execução da obra era de 60 (sessenta) dias.
3. Todos os serviços descritos no edital deveriam ser plenamente
executados, conforme ANEXO A.

A partir destas informações é possível desenvolver a elaboração de nossa


proposta orçamentária e, por fim, verificar se há viabilidade técnica e compensação
financeira suficiente para a realização dos serviços propostos.

Com o cálculo, a pessoa física ou jurídica terá em mãos fatores fundamentais


que auxiliarão a mesma a escolher participar, ou não, da concorrência. Dentre estes
fatores, podemos destacar os mais importantes:
1. Uma estimativa de preços, unitários e totais, para a execução do
serviço, incluindo, ou não, lucros e despesas da empresa que realizará a obra.
2. Uma previsão de prazo para as execuções parciais e totais da
construção.
3. O cronograma financeiro do trabalho, estimando o volume semanal de
gastos que será necessário para a conclusão dos serviços.
4. O cálculo da mão de obra, prevendo a quantidade diária necessária de
funcionários para a execução total da obra no prazo previsto;
5. A estimativa de lucro resultante do trabalho executado;
39

Sendo estas informações essenciais para que empresas e profissionais


estabeleçam critérios de julgamento eficazes em relação a decisão de participar, ou
não, de determinados processos licitatórios, os capítulos seguintes irão explicar a
metodologia de cálculo presente na elaboração destas estimativas.

5.2 VERIFICAÇÃO DE VIABILIDADE DE PRAZO E FINANCEIRA PARA A


EXECUÇÃO TOTAL DA LICITAÇÃO

É possível prever a viabilidade de execução de prazo e financeira de uma


licitação pública, analisando, no edital do processo licitatório, os dados dos serviços
a serem executados. Os fatores essenciais a serem coletados são:
1. Quantitativos.
2. Preços Unitários.
3. Preços Totais.
4. Prazo para a execução do serviço
Com base nestes 04 (quatro) valores, são realizadas diversas etapas de
cálculo para a obtenção final do planejamento da obra. Nos tópicos a seguir,
estaremos descrevendo como realizar cada fase do desenvolvimento desses
cálculos.

5.2.1 Primeira Etapa: Construção do Quadro de Produtividade dos


Serviços.

A primeira etapa é a construção do quadro de produtividade dos serviços.


Este quadro conterá as seguintes informações:
1. Descrição do serviço.
2. Unidade do serviço.
3. Consumo característico do Auxiliar para a produção do serviço;
4. Consumo característico do Oficial para a produção do serviço;
40

5. Código do TCPO1 (Esta coluna é opcional, porém recomendamos o seu


uso, já que ela possibilita uma rápida conferência de dados no TCPO 1, útil em caso
de alguma suspeita de falha de coleta de informações.)
Não há cálculos envolvidos no desenvolvimento do Quadro de Produtividade
de Mão de obra. Os valores adotados na tabela são extraídos do livro TCPO1. Este
livro contém informações a respeito do consumo de produção de cada componente
necessário para a realização de serviços relacionados a construção civil, conforme
mostra a FIGURA 5.

FIGURA 5 - Exemplo isolado de item no TCPO

Fonte: TCPO, 2014.

1 - Tabela de Composição de Preços para Orçamentos.

Analisando a coluna “Componentes” do TCPO (FIGURA 5), é possível


identificar que, para o serviço de demolição de 1m 3 de concreto simples, são
necessários dois operários, sendo um pedreiro e um servente.

Observando as colunas “Unidade” e “Consumo” (FIGURA 6), chegamos ao


seguinte entendimento:
1. Trabalhando em conjunto, um pedreiro e um servente possuem
como consumo característico para o serviço de demolição de um
metro cúbico de concreto simples, 1,30 e 13 horas, respectivamente.
41

FIGURA 6- Rendimento em m³/h dos componentes do serviço de demolição

Fonte: TCPO, 2014.

Com estes dados em mãos, é possível finalizar a construção do quadro de


produtividade da mão-de-obra para o serviço de demolição de concreto simples,
transcrevendo as informações do consumo dos operários e unidade do serviço para
a demolição manual de concreto simples, conforme mostra a Tabela 04

Tabela 04- Quadro de Produtividade da Mão-de-obra (Hora)

Quadro de Produtividade da Mão-de-obra (Hora)


Código
MATERIAL / SERVIÇO
Und Auxiliar Oficial TCPO
Demolição de Manual de Concreto simples m³ 13,0 1,3 2220.8.4.2
: Fonte: Autores, 2016.

Por fim, aplicamos a mesma lógica a todos os serviços que devem ser
executados, concluindo a elaboração do Quadro de Produtividade de Mão de Obra,
conforme mostra ANEXO B.

5.2.2 Segunda Etapa: Desenvolvimento do Quadro de Composição de


Preço Unitário da Mão de Obra

Após a criação do Quadro de produtividade, o passo número dois é construir


o Quadro de Composição de Preço Unitário da Mão-de-Obra. Este quadro
conterá informações referentes aos gastos de cada funcionário contratado para a
execução do serviço.
42

As despesas referentes aos funcionários são variáveis e podem ser incluídas,


ou excluídas, de acordo com a necessidade de cada empresa, sendo obrigatório
obedecer aos requisitos mínimos das seguintes normas:
1. CLT – Consolidação das Leis de Trabalho.
2. NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da
construção.
3. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual.
4. NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Educacional.
Sobre estas normas, destacamos alguns itens importantes:
A. Pagamento de Salários: O empregador deverá pagar as remunerações
devidas ao empregado, até o 5o dia útil, subsequente ao mês
trabalhado, conforme dispõe o art. 459, § único da CLT.
B. Valor da Hora Extra: O valor da hora extra é calculado através do
acréscimo de 50% do valor da hora normal paga ao trabalhador,
conforme dispõe o art. 59, § 1o da CLT.
C. Adicional Noturno: O valor da hora paga para trabalhos realizados em
períodos noturnos é calculado a partir do acréscimo de 20% do valor
da hora normal, conforme prevê o artigo 73 da CLT;
D. Exames Médicos: É obrigação do empregador a realização de exames
médicos de admissão e demissão, conforme dispõe a Norma
Regulamentadora NR 7;
E. Proteção: É obrigação do empregador fornecer os equipamentos de
proteção individuais ou coletivos necessários para a realização do
trabalho, conforme dispõe o art. 157 da CLT;
F. Pagamento de Vale-transporte: É assegurado ao trabalhador, pela Lei
n° 7.418/85, o direito a vale transporte, desde que este necessite do
mesmo para chegar ao trabalho. Válido salientar que não há distância
mínima prevista em lei para que seja obrigatório o fornecimento do vale
transporte.
G. Alimentação: A alimentação, diferentemente do vale-transporte, não é
uma obrigação legal imposta ao empregador imposta pela CLT, mas é
um direito obrigatório imposto pela cláusula 12 o da convenção coletiva
estabelecida entre o SINDUSCON-PA e o Sticmba.
43

H. Vida Útil do EPI (Equipamento de Proteção Individual): Cabe ao


empregador substituir os equipamentos de proteção individual sempre
que estes forem danificados ou extraviados
Com base nas disposições destacadas e através de médias obtidas a partir
de pesquisas realizadas em obras, adotamos, para esta proposta, os seguintes itens
como custos de responsabilidade do empregador para com o seu empregado:
1. Uma refeição, referente ao café da manhã do trabalhador (não-
obrigatório pela CLT, mas obrigatório pela convenção coletiva citada
acima);
2. Uma refeição, referente ao almoço do trabalhador (não-obrigatório pela
CLT, mas obrigatório pela convenção coletiva citada acima);
3. Dois Vales Transportes diários, para o deslocamento de ida e volta do
trabalhador (obrigatório);
4. Duas Fardas (Camisa e calça) a cada seis meses (fornecimento
obrigatório, porém sem obrigatoriedade de definição de vida útil que,
neste caso, foi calculada a partir de uma estimativa média de duração
destes EPI’s);
5. Uma bota a cada seis meses (fornecimento obrigatório, porém sem
obrigatoriedade de definição de vida útil que, neste caso, foi calculada
a partir de uma estimativa média de duração deste EPI);
6. EPI’s variados, fornecidos pelo empregador de acordo com a
necessidade de utilização existente para o serviço prestado e em
consonância com a média de sua vida útil (estipulada na Tabela 05,
com base em uma estimativa média de duração destes EPI’s).
Os valores gastos com os itens descritos acima estão estipulados na Tabela
05, juntamente com o tempo de sua vida útil, em meses (se aplicável):

Tabela 05- Tabela de valores e vida útil

REFERÊNCIAS Valor Vida Útil (Mês)


Número de Dias (Mês) 22 Não aplicável
Luva pigmentada R$1,50 2
Capacete de Segurança R$11,16 12
Oculos de Proteção (r.j. fume) R$2,42 4
Respirador (pff1) R$0,80 1
44

Protetor solar (fps 30 120g) R$15,00 2


Protetor auricular (tp.plug) R$0,45 6
Cinto de segurança R$36,50 12
Uniforme (Calça + Camisa) R$39,50 6
Bota R$32,00 6
Café da manhã R$2,50 Não aplicável
Almoço R$8,00 Não aplicável
Jantar R$0,00 Não aplicável
Vale Transporte R$2,40 Não aplicável
Participação no lucro da empresa R$0,00 Não aplicável
Exame clínico, periódico e
R$105,00 12
demissional
Plano de saúde R$0,00 12
Seguro de vida em grupo R$0,00 12
Hospedagem R$0,00 1
Fonte: Autores, 2016

Por fim, com base nas estimativas de gastos estipuladas acima e no salário
mínimo de cada trabalhador, é possível construir o nosso quadro de composição de
preço unitário de mão de obra para cada profissional necessário para a execução de
serviços, conforme mostram os ANEXO C e ANEXO D.
Os valores inseridos na coluna “Valor R$ (Mês) ” das Tabelas que estão
presentes nos ANEXOS C E D são estimados da seguinte maneira:
Itens de despesa diária são calculados multiplicando-se o número de dias
trabalhados no mês (22 dias úteis), pelo custo de cada item e sua quantidade diária
consumida.
No caso das tabelas que estão nos ANEXOS C E D temos como itens
característicos de despesa diária:
1. Café da Manhã.
2. Almoço.
3. Vale Transporte

A título de exemplo, teríamos o seguinte cálculo para as despesas mensais


referentes ao almoço:
[Valor R$ (Mês)] = [Número de dias trabalhados no mês] x [Custo do Item] x
[Quantidade diária consumida]
Considerando os seguintes dados,
1. Número de dias trabalhados no mês = 22 dias úteis.
45

2. Custo do Item = R$8,00. (Oito reais)


3. Quantidade Diária Consumida = 1 Unidade.
Chegamos ao seguinte cálculo:
[Valor R$ (Mês) ] = R$22,00 x R$8,00 x R$1,00 = R$176,00. (Cento e setenta e seis
reais)
Portanto, podemos concluir que haverá uma despesa de 176 reais por mês
com almoço para cada operário empregado.
Os itens que são consumidos em períodos variáveis (botas, epi’s, etc.) são
calculados a partir da multiplicação do valor unitário do seu item pela sua quantidade
fornecida e dividido pela sua vida útil em mês.
Em nossa tabela, possuímos os seguintes itens enquadrados como consumo
de recorrência variável:
1. EPI´s em geral.
2. Fardas.
3. Botas.
4. Exames Médicos.
Com base nesta lógica, podemos desenvolver, a título de exemplo, o cálculo
dos exames médicos, com base na seguinte fórmula:
[Valor R$ (Mês) ] = ([Custo do Item] x [Quantidade Consumida]) / [Recorrência
de Consumo (em meses) ]
Considerando os seguintes dados:
1. Custo do Item = R$105,00. (Cento e cinco reais).
2. Quantidade Consumida = 1 Unidade.
3. Recorrência de consumo (em meses) = 12 meses (1 ano).
Podemos formular o seguinte cálculo:
[Valor R$ (Mês) ] = (R$105,00 x R$1,00) / 12 meses = R$8,75 (Oito reais e
setenta e cinco centavos).

Portanto, chegamos ao resultado final de que teremos um gasto mensal de


R$8,75 (Oito reais e setenta e cinco centavos) com exames médicos para cada
operário empregado.
Por fim, para se calcular o valor final da hora do operário, somamos todos os
custos mensais de cada item fornecido para o trabalhador, dividindo o resultado final
46

pelo número de horas trabalhadas por mês (por padrão, adota-se o valor de
220horas), conforme fórmula abaixo:
[Custo Homem (hora) ] = ∑ [Valor R$ (Mês) ] / [Número de horas trabalhadas (mês) ]
Á título de exemplo, veja como se dá o desenvolvimento do custo homem
(hora) para Oficiais:
Considerando os seguintes dados:
1. Número de horas trabalhadas por mês = 220h (duzentos e vinte horas).
2. Salário Mensal do Oficial (em 2014(data da obra em questão)):
R$1071,47
3. Despesa Mensais:
3.1. Café da Manhã: R$55,00.
3.2. Almoço: R$176,00.
3.3. Vale Transporte: R$105, 60.
3.4. Fardas: R$13,75.
3.5. Botas: R$5,33.
3.6. Exames Clínicos: R$8,75
3.7. EPI´s: R$20,16

Podemos formular o seguinte cálculo:

[Custo Homem (hora) ] = (R$1071,47 + R$55,00 + R$176,00 + R$105, 60 +


R$13,75 + R$5,33 + R$8,75 + R$20,16) / 220 horas
[Custo Homem (hora) ] = R$6,62 (Seis reais e sessenta e dois centavos)
Portanto, chegamos ao resultado final de que cada Oficial irá ter um custo,
por hora, de R$6,62 (seis reais e sessenta e dois centavos) para o seu empregador.

5.2.3 Terceira Etapa: Desenvolvimento do Quadro de Composição de


Preço Unitário dos Serviços.

A terceira etapa objetiva desenvolver o Quadro do Custo de Composição


Unitária dos Serviços. Este quadro possui como função estimar o preço total
47

unitário para execução de cada serviço necessário para a realização da obra, e é


construído a partir do desenvolvimento das tabelas e instruções a seguir:
1. Quadro de Mão de obra, que conterá as seguintes colunas:
1.1. Categoria profissional: Descreve a qualificação profissional que será
necessária para a realização do serviço, e é um valor extraído do livro TCPO,
conforme exemplo ilustrado na FIGURA 7:

FIGURA 7- Mão de obra solicitada para a execução do serviço de demolição

Fonte: TCPO, 2014


1.2. Unidade: Unidade relativa ao consumo da categoria profissional, extraída do
livro TCPO, conforme exemplo ilustrado na FIGURA 8, ressaltando que não
se deve confundir a unidade de consumo da categoria profissional com a da
produção do serviço.

FIGURA 8- Unidade referente ao consumo da categoria profissional do serviço de demolição

Fonte: TCPO, 2014.


1.3. Quantidade: Refere-se ao consumo característico de cada funcionário para a
produção do serviço. É um valor extraído do livro TCPO, conforme ilustra a
FIGURA 9:

FIGURA 9- consumo característico de cada funcionário para a produção do serviço de


demolição

Fonte: TCPO, 2014


48

1.4. Preço do Insumo: É o valor da mão de obra, calculado previamente na CPU


da mão de obra, que deve estar em consonância com o valor da unidade de
consumo da categoria profissional (normalmente em horas), conforme
destaca a Tabela 06:

Tabela 06- Composição do Preço Unitário – Mão-De-Obra

Fonte: Autores, 2016.

1.5. Incidência dos Encargos Sociais - Horistas: Refere-se ao valor da incidência


de encargos sociais para trabalhadores cujo pagamento é computado em
horas trabalhadas. O cálculo deste item é feito multiplicando-se o valor, em
porcentagem, da incidência social, pela soma dos totais Parciais relativos ao
quadro de mão de obra;
1.5.1. Para se calcular o valor da porcentagem total da incidência social,
teremos que calcular os impostos incidentes sobre 4 grupos de encargos:
1.5.1.1. Grupo A: Encargos decorrentes das leis trabalhistas nacionais,
que possuem valores constantes para todo o país, com exceção do
SECONCI, que é incluído apenas em alguns estados, conforme mostra a
Tabela 07:

Tabela 07- Encargos do Grupo A


GRUPO A % SALÁRIO

A.1 - Previdência Social (INSS) 20,00


49

A.2 - FGTS 8,00


A.3 - Serviço Social da Indústria (SESI) 1,50
A.4 - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00
A.5 - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) 0,20
A.6 - Salário Educação 2,50
A.7 - Seguro contra acidentes de trabalho (INSS) 3,00
A.8 - Serviço de Apio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE) 0,60
A.9 - Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário 0,00

SUB-TOTAL "A" 36,80


Fonte: SINAPI – Composição de Encargos Sociais, 2016.

1.5.1.2. Grupo B: É formado pelos encargos trabalhistas, conforme a


Tabela 09.

Tabela 09- Direitos dedicados aos funcionários.


GRUPO B (base de cálculo) % SALÁRIO
B.1 - Repouso Semanal Remunerado (I13 x I3/I20) 18,16%
B.2 - Feriados (I15XI3/I20) 4,16%
B.3 - Auxílio-enfermidade (I24/I20) 0,93%
B.4 - Licença-paternidade (0,85/1988,42) 0,09%
B.5 - Licença-maternidade[0,0212/ (0,8459 x 0,0765)]*[(120*7,33)/1990,26]*[(220+220+220/3)/1990,26)]*100 0,03%
B.6 - Acidentes de Trabalho [(3,10/I20)*100] 0,13%
B.7 - Férias Gozadas [(I14xI3)/I20]*1,33*[(I7/19,26)]*100 12,55%
B.5 - Faltas Justificadas (2*I3/I20) 0,75%
B.6 - Décimo Terceiro Salário (I4*I3/I20) 11,21%
B.7 - Dias de Chuva ((I34*0,3*0,3)*J30)/I20 2,87%
B.8 - Greves ((2*I3)/I20) 0,74%

SUB-TOTAL "B" 50,88%


Fonte: SINAPI – Composição de Encargos Sociais, 2016.

1.5.1.3 Grupo C: Os encargos enquadrados no Grupo C são de cunho


indenizatório, e podem ser calculados pelos valores encontrados
na Tabela 10.
50

Tabela 10- Encargos do Grupo C


GRUPO C
C.1 - Depósito por recisão sem Justa Causa 5,41%
C.2 - Férias indenizadas 1,87%
C.3 - Aviso Prévio Indenizado 8,32%
C.4 - Aviso Prévio Trabalhado 0,20%
C.4 - Indenização Adicional 0,7-%

SUB-TOTAL "C" 16,50%


Fonte: SINAPI – Composição de Encargos Sociais, 2016.

1.5.1.4 Grupo D: São encargos calculados pelas reincidências


cumulativas, conforme mostra a Tabela 11.

Tabela 11- Encargos do Grupo D


GRUPO D
D.1 - Reincidências do Grupo A no Grupo B e do grupo A em C.2 18,72%
D.2 - Reincidências do Grupo A em C.4 e de A2 (FGTS) em C.3 (Aviso Prévio Indenizado) 0,74%

SUB-TOTAL "D" 19%


Fonte: SINAPI – Composição de Encargos Sociais, 2016.

Por fim, somamos os encargos totais dos 4 grupos citados, chegando ao valor
total da incidência social. Sendo assim, teremos o seguinte cálculo:
%Total da Incidência Social (Horistas) = A+B+C+D
%Total da Incidência Social (Horistas) = 36,80%+ 50,88% + 16,50% + 19%
%Total da Incidência Social (Horistas) = 123,64%
1.5.1.5 Total Parcial: É calculado a partir da multiplicação dos valores
informados nas colunas quantidade e preço de insumo.
2 Quadros de Equipamentos, Materiais e Outros, que conterá as seguintes
colunas:
1.1 Descriminação: Descrição dos equipamentos, materiais e outros
componentes necessários para a execução do serviço. Os valores
referentes a estes itens são extraídos do TCPO, conforme
destacado na FIGURA 10.

FIGURA 10- Descrição dos equipamentos, materiais e outros componentes necessários para a
execução do serviço
51

Fonte: TCPO, 2014

1.2 Unidade: Unidade relativa ao consumo do item descrito na coluna


de descriminação. Este valor deve ser extraído do livro TCPO,
ressaltando que não se deve confundir a unidade de consumo
deste item com a da produção do serviço. (FIGURA 11)

FIGURA 11- Unidade relativa a unidade dos insumos necessários para execução do serviço
de concretagem

Fonte: TCPO, 2014.

1.3 Quantidade: Refere-se ao consumo característico de cada


Equipamento, Material e/ou Outros elementos necessários para a
produção do serviço. Esta informação também está presente no
livro TCPO, conforme ilustra FIGURA 12.

FIGURA 12- Refere-se ao consumo característico de cada Equipamento.

Fonte: TCPO, 2014


52

1.4 Preço do Serviço: É o valor dos itens descritos, de acordo com


estimativas informadas no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos
e Índices da Construção Civil, SINAPI. Esta pesquisa estabelece o
preço de cada insumo consumido em serviços realizados em
setores da construção civil (exemplificado no ANEXO E), e deve ser
utilizada na elaboração de orçamentos para processos licitatórios.

2. BDI – Bonificação de Despesas Indiretas: É um valor percentual a ser


acrescentado sobre os custos diretos do serviço, visando financiar os custos
que não possuem relação direta com a realização da obra. Como exemplo de
despesas inclusas no BDI, podemos citar os custos de manutenção de
escritório e o próprio lucro do negócio.
2.1 O cálculo do BDI é desenvolvido a partir de uma estimativa
percentual de gastos e tributos envolvidos indiretamente na obra,
acrescido da porcentagem de lucro que a empresa visa obter,
sendo importante salientar que o percentual aplicado não pode
ultrapassar o limite máximo permitido pelo Tribunal de Contas da
União (TCU), que é estabelecido de acordo com o tipo de obra.
Visto que esta obra pode ser considerada como um reforço de
edificação, o TCU impõe como limite máximo de taxa de BDI o valor
de 23%, e pode ser calculado pela seguinte fórmula:
%BDI = [(1 + AC) x (1 + DF) x (1 + R) x (1 + L)/ (1 - T)]-1

Sendo,
I. AC | Administração Central - Percentual incluído no contrato para
suprir gastos gerais que a empresa efetua com a sua administração,
tais como: aluguel da sede, salários dos funcionários da sede, material
de expediente, entre outros.
II. DF | Despesas Financeiras - Despesas financeiras são gastos
relacionados à perda monetária decorrente da defasagem entre a data
do efetivo desembolso e a data da receita correspondente.
III. R | Garantias, Riscos, Seguros e Imprevistos - Percentual incluído no
contrato para suprir gastos com imprevistos, riscos etc.
53

IV. L | Lucro - Percentual incluído no contrato referente ao lucro


pretendido.
V. T | Tributos - Somatório do COFINS, PIS e ISS.
Construímos um quadro para a composição do BDI, estimando um valor
percentual final de 23%, conforme Tabela 12.

Tabela 12- Custos Indiretos

CUSTOS INDIRETOS

PORCENTAGEM
SIGLA ITEM APLICADA
VALOR ESTIMADO

AC Administração Central 5% R$ 564,90


DF Despesas Financeiras 1% R$ 68,16
R Garantia / Risco / Seguro 1% R$ 137,47
L Lucro 5% R$ 611,18
COFINS 3% R$ 346,56
ISS 5% R$ 577,61
PIS 1% R$ 75,09
T Tributos (soma) 9% R$ 999,26
TT Total do BDI 23% R$ 4.066,34
Fonte: Autor,2016.
%Total do BDI = [(1 + 5%) x (1 + 1%) x (1 + 1%) x (1 +23%)/ (1 –
9%)]-1
%Total do BDI = 23%
A partir das informações explicadas, podemos desenvolver a composição
unitária do serviço de Montagem de armadura para estrutura em geral (CA-50),
conforme mostra os ANEXOS F, e utilizar a mesma lógica para calcular os preços
unitários dos outros serviços da obra (Anexo K – Folha: CPU Serviços).

5.2.4 Quarta Etapa: Desenvolvimento do Quadro de Quantidades e


Preços

Com o valor da composição unitária de cada serviço concluído, devemos


desenvolver nosso Quadro de Quantidades e Preços, que apresentará os custos de
cada item presente na obra, incluindo gastos indiretos e encargos sociais. Esta
54

tabela tem como função nos fornecer o valor final da nossa proposta, englobando os
seguintes itens:
1. Os custos diretos da obra, estes referentes as despesas com mão de
obra e materiais,
2. Os custos indiretos, que são os gastos com encargo social, escritório,
inclusão de lucro pretendido, dentre outros que não possuem relação
direta com a execução dos serviços.
O Quadro de Quantidades e Preços pode ser desenvolvido a partir da coleta
das seguintes informações.
I. Preço unitário: Valor unitário de cada serviço a ser executado,
calculado no Quadro de Composição de Preço Unitário dos Serviços
II. Quantidade: Quantidade de cada serviço a se executar, fornecido pelo
edital da licitação, conforme representado na Tabela do ANEXO A.
Tendo como base estes elementos, podemos calcular o preço total de cada
serviço a ser executado, através da multiplicação da quantidade de cada item a se
executar pelo seu preço unitário. Por fim, somamos os preços totais para a
execução de cada item, encontrando o custo final para a realização da obra,
conforme mostra a Tabela do ANEXO G.

5.2.5 Quinta Etapa: Desenvolvimento do Quadro de Equipes.

A quinta etapa do planejamento refere-se ao cálculo do Quadro de Equipes


(ANEXO H), este tem como objetivo informar o tempo que cada serviço levará para
ser concluído.
Este quadro deve ser desenvolvido a partir da criação de quatro colunas, cuja
elaboração está explicada nos itens abaixo:
1. Serviço: Nesta coluna deverá conter a descrição de cada serviço que
será realizado durante a obra.
2. Jornada Diária: A jornada diária é calculada dividindo-se a jornada
semanal trabalhada em horas (44horas), pelo número de dias da semana
55

trabalhado (cinco), chegando-se em um resultado de (44horas/5 dias)


8,8horas.
3. CPU: A CPU é uma informação extraída da tabela do quadro de
produtividade, e refere-se ao valor do consumo do funcionário mais qualificado
que estará trabalhando para a produção do serviço em questão, conforme
ilustra a Tabela 13:

Tabela 13- Produtividade diária para execução de serviços.

Fonte: Autores, 2016.


4. Produtividade (dia): A produtividade refere-se a estimativa de quantidade
de produção que os operários realizarão do serviço, por dia. É calculada
dividindo-se a jornada diária, pela CPU.
Quantitativo: O quantitativo do serviço é fornecido pelo edital da licitação, e informa
qual a quantidade existente de serviço a ser prestado, conforme exposto em ANEXO
A.
5. Coluna com número de equipes (1,2,3,4,5, ...): Esta coluna informará o
tempo gasto para a prestação de cada serviço, proporcionalmente ao
número de equipes contratadas. O cálculo para a primeira equipe é
realizado dividindo-se o quantitativo pela produtividade. Caso a
fornecedora deseje aumentar o número de equipes e,
consequentemente, diminuir o tempo para a execução do serviço, basta
dividir a previsão de tempo de execução cada serviço utilizando-se
apenas uma equipe, pelo número de equipes desejadas.
Com base nas instruções anteriores, desenvolvemos o nosso quadro de
equipes, conforme ANEXO H:

V.2.6 Sexta Etapa: Cálculo da mão de obra.


56

Com as tabelas anteriores desenvolvidas, temos estimativas referentes ao


prazo de execução da construção (calculado no quadro de equipes) e os valores
unitários e totais para a prestação de cada serviço existente da obra (calculado
através do quadro de quantidades e preços). A partir destas informações, podemos
estimar a quantidade de operários necessários, por dia e por mês, para a realização
de cada um dos serviços solicitados, construindo um cronograma de mão de obra,
bastando seguir o exemplo da imagem do cronograma incluída no ANEXO I.
A respeito do desenvolvimento deste cronograma, é válido salientar:
1. É preciso respeitar a ordem de execução de cada serviço, conforme
normas, mesmo que estes serviços estejam descritos em ordens
inversas.
2. Os valores inseridos nas colunas de dias referem-se ao número de
operários contratados para a realização do serviço em questão, e devem
ser extraídos das informações obtidas no Quadro de Equipes.

V.2.7 Sétima Etapa: Cronograma Físico-financeiro.

A sétima etapa da elaboração de nossa proposta será a construção do nosso


cronograma físico-financeiro da obra. Através deste cronograma, obteremos as
seguintes informações:
1. Prazo para execução de cada serviço.
2. Gastos com a execução de cada serviço
3. Custos mensais da obra.

Conforme mostra o nosso cronograma finalizado (ANEXO J), para que seja
desenvolvido o cronograma físico-financeiro da obra, devemos transpor do Quadro
de Equipes e Quadro de Quantidades e Preços, os dados referentes ao tempo e
custo para realização de cada serviço, criando-se uma linha do tempo de execução
da obra, que deve respeitar as ordens de andamento de cada serviço, e as normas
vigentes da construção civil, que regulamentam fatores como o tempo mínimo
necessário para a cura do concreto.
57

V.2.8 Oitava Etapa: Cálculo de tributos.

Com o cronograma físico-financeiro calculado, teremos as informações


referentes aos gastos mensais de nossa obra, bem como o tempo de duração da
mesma. Desta forma, podemos calcular os impostos incidentes sobre a nossa
rentabilidade, conforme mostra a Tabela 14:

Tabela 14- Quadro de Tributos

QUADRO DE TRIBUTOS
REGIME DE TRIBUTAÇÃO ESCOLHIDO: LUCRO PRESUMIDO
%
ALIQUOTA Receita Valor (Aliquota x
IMPOSTOS Bruta %Receita Bruta)
PIS 0,65% 100% R$ 97,61
COFINS 3,00% 100% R$ 450,53
IRPJ 15,00% 8% R$ 180,21
CSLL 9,00% 12% R$ 162,19
ISS 5,00% 5% R$ 37,54
TOTAL: R$ 928,09
Fonte: Autores, 2016.

5.2 ANÁLISE DE RESULTADOS

Finalmente, após concluído o desenvolvimento da proposta, teremos todos os


elementos necessários para obter uma avaliação do serviço a ser prestado. Neste
sentido, existem dois pontos que são de fundamental análise:
a) Viabilidade e Força da Proposta; e
b) Lucro Estimado.
Para se obter uma conclusão a respeito da viabilidade e força da proposta,
devemos comparar os dois elementos mais importantes que os órgãos públicos
utilizam como critério de julgamento para escolha de propostas, sendo eles:
I. Prazo de execução; e
58

II. Valor da proposta orçamentária.


Em relação ao valor da proposta orçamentária, fazemos a seguinte análise:
1 – Comparamos o valor que propomos para a execução dos serviços com o
valor máximo ofertado pelo edital da licitação, encontrando o percentual relativo a
redução dos custos que vamos propor. Para isto, basta utilizarmos a fórmula abaixo:
Redução (%) = [1 – (Valor da Nossa Proposta / Valor Máximo permitido Pela
Licitante)]*100
Considerando que a nossa proposta teve um valor final de R$14.792,93
(quinze mil, dezessete reais e sessenta e três centavos) e o edital ofertava o valor
máximo de R$21.600,18 (vinte e um mil, seiscentos reais e dezoito centavos),
teremos o seguinte cálculo:
Redução (%) = [1 –(14792.93/21600.18)]*100 = 32%
Deste modo, podemos concluir que conseguimos reduzir a execução da obra
em 32% com relação ao seu valor de contratação máximo. Isso nos traz a
informação de que seria necessário que empresas concorrentes executassem a
obra com uma proposta de redução de mais de 30% do valor máximo estipulado
pelo edital, para que as mesmas apresentassem uma proposta melhor que a nossa
no que tange o critério de preço, um fator de avaliação muito utilizado pelos órgãos
públicos na escolha das propostas.
Devemos fazer também a estimativa de lucro da nossa empresa. Para isto,
pegamos a taxa de lucro inclusa no BDI e multiplicamos pelo custo direto da obra,
conforme fórmula abaixo:
Lucro = L(%) x C
Sendo:
L: Porcentagem de lucro inclusa no BDI
C: Custo Direto da Obra.
Para calcularmos o custo direto da obra, utilizamos a seguinte fórmula:
Custo direto da obra: Custo total da obra – {[custo total da obra/
(BDI+100%)]*BDI}

Sendo assim, teremos o seguinte cálculo:


Lucro = 5% x R$11552,11
Lucro = R$602,72(Seiscentos e sessenta e dois reais, e setenta e dois
centavos).
59

A partir dos resultados obtidos acima, construímos um quadro de análise de


proposta orçamentária, conforme mostra Tabela 15.

Tabela 15- Análise de Proposta Orçamentária


Análise de Proposta Orçamentária
Valor Máximo Permitido Pela
Valor da Proposta Prefeitura
R$ 14.792,93 R$ 21.600,18
Redução de gastos propostos para o Licitante Lucro %
32% R$ 602,72 5%
Fonte: Autores, 2016.
Por último, devemos comparar o prazo de execução máximo informado pelo
edital da licitação, com o prazo de execução que estimamos para a realização da
obra.
O edital da licitação nos informa que o prazo máximo para a execução total
dos serviços é de 60 (sessenta dias), e, através do nosso cronograma financeiro
(ANEXO J), extraímos a informação de que levaremos 40 (quarenta) dias corridos,
contando os dias não trabalhados (sábado e domingo), para executar a obra.
A partir destes dados, fazemos o comparativo de prazos propostos e
requeridos, através da seguinte fórmula:
Redução de prazo proposto para o licitante (%) = [1 – (Prazo de execução
Proposto/Prazo Máximo permitido pelo licitante)] *100

Então,
Redução (%) = [1-(40/60)]*100
Redução (%) = 33%
Desta forma, concluímos que reduziremos 33% do prazo em relação ao
máximo estipulado pelo licitante para a execução dos serviços, conforme mostra
Tabela 16.

Tabela 16- Análise de Prazo de Execução


Análise de Prazo de Execução
Prazo de Execução Proposto Prazo Máximo Permitido pelo Licitante
60

40 Dias 60 dias
Redução de prazo proposto para o Licitante
33%
Fonte: Autores, 2016.
Isto nos faz concluir que nossos concorrentes precisarão reduzir em mais de
33% a execução total dos serviços, para que consigam uma melhor eficácia, no
critério tempo de execução de obra, em relação a nossa proposta.

V.3 ATOS DESCLASSIFICATÓRIOS NO PROCESSO DE LICITAÇÃO

Durante o certame licitatório, pode ocorrer a desclassificação ou a


desqualificação de um ou mais licitantes, tornando-os inabilitados a participar do
processo licitatório. A desclassificação ocorre quando a proposta do fornecedor está
em desconforme com as exigências do regulamento da licitação, e a desqualificação
acontece quando um ou mais requisitos obrigatórios do edital não são apresentados
pela prestadora de serviço.
Caso todos os licitantes sejam inabilitados para o certame, a Administração
Pública poderá fixar o prazo de 08 (oito) dias úteis para que as empresas
concorrentes inabilitadas apresentem novas documentações ou propostas, conforme
disposto no artigo 48, § 3° da Lei de Licitações:

§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas


forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo
de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no
caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

6 CONCLUSÃO

Como resultado do trabalho desenvolvido, foi possível constatar que os


processos licitatórios exigem um complexo grau de entendimento em diversas
61

esferas técnicas, sendo as principais: contabilidade, direito, administração e


engenharia. Considerando que essas capacidades intelectuais são de nível
acadêmico superior, fica evidente que, atualmente, as dificuldades existentes para a
inserção de empresas em serviços regulamentados por este tipo de contratação é,
por parte da administração pública, em decorrência de suas complexas exigências
legislativas e orçamentárias, e, por parte dos profissionais, consequência de suas
faltas de capacidades técnicas.
O governo, ao criar um instrumento legal tão complexo para a contratação de
seus serviços, indiretamente exclui boa parte dos profissionais que querem se inserir
neste mercado. Portanto, os legisladores deveriam se atentar sobre as dificuldades
existentes em relação as exigências impostas pelo processo licitatório, de modo que
tentem simplificar esses procedimentos, para que o número de prestadoras de
serviço interessadas em contratar com o governo aumente, e, consequentemente,
os preços e qualidade dos serviços se tornem mais competitivos.
Por outro lado, as exigências de planejamento orçamentário impostas pelos
regulamentos licitatórios deixam claro o fato de que os profissionais relacionados a
engenharia possuem um grande déficit nas áreas de planejamento tecnológico das
construções. Sendo uma parte fundamental da engenharia, as instituições
educacionais deveriam observar esta deficiência técnica, exigindo conhecimentos
mais sólidos nesta área durante a formação do aluno. Simultaneamente, os
profissionais formados deveriam se conscientizar mais sobre a importância da
elaboração de um planejamento antes de executar seus serviços. Afinal, este tipo de
organização amplia lucros, reduz o tempo de execução da obra e, principalmente,
evita acidentes de trabalho, conforme foi verificado através de nossas planilhas
(ANEXO K) e de nossa análise de resultados finais, que constatou uma redução de
30% nos custos totais e 33% no tempo total de execução dos serviços.

7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

AMADO, A. A. (2008). Alguns Aspectos do Planejamento no Setor Público.


ABOP (Associação Brasileira de Orçamento Público).
62

BRAZ, Petrônio. (2007). Processo de licitação, contrato administrativo e


sanções penais. 2. Ed. Leme: Mizuno.

CERRI, M.J (2014). Comentários à lei de licitações e contratos administrativos.


11 ed. São Paulo, Dialética.

CHENISK, D.A. (2008). Migalhas. Distinção entre modalidade e tipo de licitação.


Disponível em < www.migalhas.com.br> Acesso em: 05 de maio de 2016.

CUNHA, D (2015). Jusbrasil. Administração Pública: uma visão ampla da


administração pública direta e indireta. Disponível em
<www.douglascr.jusbrasil.com.br> Acesso em: 04 de Maio de 2016.

DIAS, M. A. P. (1993). Administração de Materiais. Uma abordagem logística. Ed.


Atlas, 4ª Edição.

DI PIETRO, M. S. Z. (2011). Direito Administrativo. 24ª edição – São Paulo. p.


366.

FARINELI, J.R. (2010). Infoescola. Licitação. Disponível em


<www.infoescola.com.br> Acesso em: 19 de Maio de 2016.

GOOGLE MAPAS (2016). Disponível em < www.googlemaps.com.br> Acesso em:


17 de abril de 2016.

LEI Nº 8.666, de 21 de Junho de 1993. Disponível em <www.planalto.gov.br> Acesso


em: 22 de Abril de 2016.

LOPES, H. M. (2007). Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros.

MEIRELLES, H. L. (2003). Direito Administrativo Brasileiro. 28° Edição. Ed.


Malheiros.
63

MELLO, C. A. B. (2011). Curso de Direito Administrativo. 28ª edição – São


Paulo: Malheiros.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO (2014). Planejamento, Desenvolvimento e


Gestão. Disponível em < www.planejamento.gov.br> Acesso em: 05 de maio de
2016.

MORAES, Alexandre de. (2002) Direito Constitucional. 12. Ed. São Paulo: Atlas.

MOREIRA, N. (2014). Moralidade Administrativa: do Conceito à Efetivação.


Revista de Direito Administrativo. Rio de Janeiro.

OBSERVATORIO SOCIAL DO BRASIL. Síntese Sobre os Crimes de Licitação.


Disponível em < www.osbrasil.org.br> Acesso em: 05 de maio de 2016.

ODILSON, S. (2008). Panoramio. Disponível em < www.panoramio.com.br> Acesso


em: 23 de maio de 2016.

PIETRO, M. S. Z. (2011). Direito Administrativo. 17 Edição, São Paulo: Ed. Atlas.

PORTAL DE LICITAÇÕES DO EMPREENDEDOR (2005). Seja Um Fornecedor do


Setor Público! Disponível em <www.conlicitacao.com.br> Acesso em: 22 de
Abril de 2016.

REZENDE, F. (2010). Finanças Públicas. 2 ed. São Paulo, Atlas.

SINAPI (2016). Composição de Encargos Sociais. Disponível em


<www.caixa.gov.br/Downloads/sinapi-encargos-sociais-sem-desoneracao> Acesso
em: 08 de Marco de 2016.

VALLE, A (2016). Empreendedores Web. Crise Econômica de 2016. Disponível em


<www.empreendedoresweb.com.br> Acesso em: 10 de Marco de 2016.
64

TCPO. (2014). Tabela De Composição de Preços para Orçamentos. Disponível


em < www.tcpopdf.com.br> Acesso em: 05 de maio de 2016.

TCU, (2003). Secretaria de Controle Interno. Licitação e Contratos: Orientações


Básicas/ Tribunal de Contas da União. Brasília.

TORRES, R. C. (2010). Leis de Licitações Públicas Comentadas. 3. ed. Salvador:


JusPodivm.
65

ANEXOS

ANEXO A – Quadro de quantidades e preços fornecidos pela prefeitura.

ANEXO B – Quadro de Produtividade da Mão-de-obra (hora).

ANEXO C – Composição de preço unitário referente a mão-de-obra do servente


(hora).
66

ANEXO D – Composição de preço unitário referente a mão-de-obra do oficial (hora).

ANEXO E – Sistema Nacional De Pesquisas de Custos

ANEXO F – Composição de preço unitário referente ao serviço de montagem de


armadura para estruturas em geral (CA-50)

ANEXO G – Quadro de Quantidades e preços elaborada pela prestadora de serviço

ANEXO H – Quadro de Equipes

ANEXO I – Cronograma de cálculo de mão-de-obra

ANEXO J – Cronograma físico-financeiro

ANEXO K – CD com planilhas e cronogramas

ANEXO A: Quadro de quantidades e preços fornecidos pela prefeitura.


67

ANEXO B: Quadro de Produtividade da Mão-de-obra (hora).


68

ANEXO C: Composição de preço unitário referente a mão-de-obra do servente


(hora).
69

ANEXO D: Composição de preço unitário referente a mão-de-obra do oficial (hora).


70

ANEXO E – Sistema Nacional De Pesquisas de Custos


71

ANEXO F – Composição de preço unitário referente ao serviço de montagem de


armadura para estruturas em geral (CA-50)
72

ANEXO G: Quadro de Quantidades e preços elaborada pela prestadora de serviço.


73

ANEXO H: Quadro de Equipes.


74

Вам также может понравиться