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Os Aparelhos Ideológicos de Estado[editar | editar código-fonte]

O Estado[editar | editar código-fonte]


A tradição marxista concebe o estado como um aparelho repressivo, uma máquina de
repressão que permite às classes dominantes assegurar a sua dominação sobre a
classe operária, extorquindo desta última a mais-valia. O Estado é, antes de qualquer
coisa, o Aparelho de Estado, termo que compreende não somente o aparelho
especializado, mas também o exército (que intervém como força repressiva de apoio
em última instância), o Chefe de Estado, o Governo e a Administração, definindo o
Estado como força de execução e de intervenção repressiva a serviço da "classe
dominante".
O essencial da teoria marxista do Estado[editar | editar código-fonte]
O Estado (e sua existência em seu aparelho) só tem sentido em função do poder de
Estado (manutenção ou tomada do poder de Estado), muito embora eles sejam duas
coisas distintas entre si. O Aparelho de Estado pode permanecer de pé sob
acontecimentos políticos que afetem a posse do poder de Estado.
Para os clássicos do marxismo:

 O Estado é o Aparelho repressivo


 Deve-se distinguir o poder de "Estado" do "Aparelho de Estado";
 O objetivo da luta de classes diz respeito ao poder de Estado e,
conseqüentemente, à utilização do Aparelho de Estado pelas classes;
 O proletariado deve tomar o poder do Estado para destruir o aparelho burguês
existente, substituí-lo em uma primeira etapa por um aparelho de Estado
completamente diferente (proletário) e elaborar nas etapas posteriores um
processo radical, o da destruição do Estado (fim do poder de Estado e de todo
Aparelho de Estado).
Os Aparelhos Ideológicos de Estado (AIE)[editar | editar código-fonte]
Os clássicos do marxismo, em sua prática política, trataram do Estado como uma
realidade mais complexa do que a definição da teoria marxista do Estado; porém, não
a exprimiram numa teoria correspondente.
Gramsci também o fez: para ele, o Estado não se resumia ao Aparelho (repressivo) de
Estado, compreendendo também um certo número de instituições da sociedade civil.
Entretanto, Gramsci não sistematizou suas intuições, que permaneceram no estado de
anotações.
Na teoria marxista, o Aparelho (repressivo) de Estado compreende o governo, a
administração, o exército, a polícia, os tribunais, a prisões, etc. Repressivo porque o
Aparelho de Estado em questão funciona através da violência (física ou não, como a
violência administrativa), pelo menos em situações limite.
Os Aparelhos Ideológicos de Estado designam realidades que se apresentam na
forma de instituições distintas e especializadas. São eles:

 AIE religiosos (o sistema das diferentes Igrejas);


 AIE escolar (o sistema das diferentes escolas públicas e privadas);
 AIE familiar;
 AIE jurídico;
 AIE político (o sistema político, os diferentes Partidos);
 AIE sindical;
 AIE cultural (Letras, Belas Artes, esportes, cinema, teatro, etc.);
 AIE de informação (a imprensa, o rádio, a televisão, etc.).
Os Aparelhos Ideológicos de Estado não se confundem com o Aparelho (repressivo)
de Estado, consistindo nos seguintes pontos essa diferença:

 Existe um único Aparelho (repressivo) de Estado, enquanto que existe uma


pluralidade de Aparelhos Ideológicos de Estado.
 Enquanto que o Aparelho (repressivo) de Estado pertence inteiramente ao domínio
público, a maior parte dos Aparelhos Ideológicos de Estado remete ao domínio
privado. Tais instituições privadas podem ser consideradas Aparelhos Ideológicos
de Estado, pois a distinção entre o público e o privado é intrínseca ao Direito
burguês e o domínio do Estado lhe escapa, estando além do Direito. O Estado (da
classe dominante) não é nem público e nem privado, sendo a condição de
distinção entre estes dois últimos. Não importa se as instituições que compõem os
Aparelhos Ideológicos de Estado são públicas ou privadas, o que importa é o seu
funcionamento e instituições privadas podem funcionar perfeitamente como
Aparelhos Ideológicos de Estado. Gramsci também chegou a essa conclusão.
 O Aparelho Repressivo de Estado funciona predominantemente através da
violência e secundariamente através da ideologia, enquanto que os Aparelhos
Ideológicos de Estado funcionam predominantemente através da ideologia e
secundariamente através da violência, seja ela atenuada, dissimulada ou
simbólica. Os Aparelhos Ideológicos de Estado moldam por métodos próprios de
sanções, exclusões e seleções não apenas seus funcionários, como também as
suas ovelhas.
Embora diferente, constantemente combinam suas forças. Apesar de sua aparência
dispersa, os Aparelhos Ideológicos de Estado funcionam todos predominantemente
através da ideologia, que é unificada sob a ideologia da classe dominante. Então, além
de deter o poder do Estado e, conseqüentemente, dispor do Aparelho (repressivo) de
Estado, a classe dominante também é ativa nos Aparelhos Ideológicos de Estado.
De fato, nenhuma classe pode, de forma duradoura, deter o poder do Estado sem
exercer sua hegemonia sobre e nos Aparelhos Ideológicos de Estado
simultaneamente. Comprovando sua afirmação, Althusser alerta para a preocupação
de Lênin em revolucionar, entre outros, o Aparelho Ideológico de Estado escolar, de
modo a permitir ao proletariado soviético que se apropriara do poder garantir o próprio
futuro da ditadura do proletariado e a passagem para o socialismo.
A partir dessa afirmação, pode-se concluir que os Aparelhos Ideológicos de Estado
são meios e também lugar da luta de classes, pois neles a classe no poder não dita
tão facilmente a lei quanto no Aparelho (repressivo) de Estado e também porque a
resistência das classes exploradas pode neles encontrar formas de se expressar.
Assim, de forma bastante resumida, distingue-se o poder de Estado do Aparelho de
Estado, o qual compreende dois corpos: o corpo das instituições que constituem o
Aparelho Repressivo do Estado e o corpo das instituições que representam a unidade
dos Aparelhos Ideológicos de Estado. Atualmente, todo Aparelho Ideológico de Estado
concorre – cada um da maneira que lhe é própria – para um mesmo fim, que é a
reprodução das relações de produção, isto é, das relações de exploração capitalista.
Althusser e a Educação - O Aparelho Ideológico de Estado escolar[editar | editar
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No passado, o número dos Aparelhos Ideológicos de Estado era maior, sendo a Igreja
o dominante, reunindo funções religiosas, escolares, de informação e de cultura. A
Revolução Francesa resultou não apenas na transferência do poder do Estado para a
burguesia capitalista comercial, resultando também no ataque ao Aparelho Ideológico
de Estado número um - a Igreja -, substituída em seu papel dominante pelo Aparelho
Ideológico de Estado escolar. Na verdade, enquanto o Aparelho Ideológico de Estado
político ocupava o primeiro plano no palco, na coxia o Aparelho Ideológico de Estado
escolar foi estabelecido como dominante pela burguesia.
A escola se encarrega das crianças de todas as classes sociais desde a mais tenra
idade, inculcando nelas os saberes contidos da ideologia dominante (a língua materna,
a literatura, a matemática, a ciência, a história) ou simplesmente a ideologia dominante
em estágio puro (moral, educação cívica, filosofia). E nenhum outro Aparelho
Ideológico de Estado dispõe de uma audiência obrigatória por tanto tempo (6h/5dias
por semana) e durante tantos anos - precisamente no período em que o indivíduo é
mais vulnerável, estando espremido entre o Aparelho Ideológico de Estado familiar e o
Aparelho Ideológico de Estado escolar.
Segundo Althusser, raros são os professores que se posicionam contra a ideologia,
contra o sistema e contra as práticas que os aprisionam. A maioria nem sequer
suspeita do trabalho que o sistema os obriga a fazer ou, o que é ainda pior, põem todo
o seu empenho e engenhosidade em fazê-lo de acordo com a última orientação (os
métodos novos). Eles questionam tão pouco que pelo próprio devotamento contribuem
para manter e alimentar essa representação ideológica da escola, que hoje faz da
Escola algo tão natural e indispensável quanto era a Igreja no passado.
Althusser tradicionalmente se afirmava como marxista, mas seu modo de pensar a
educação também pode ser enquadrado na perspectiva funcionalista-durkheimiana, já
que em Althusser a educação tem uma papel tão fundamental quanto em Durkheim.
Mas enquanto este último analisa a conservação do "equilíbrio social", Althusser busca
a ruptura, a revolução. Para Althusser, o papel da educação e suas operações são
determinados fora dela, na base econômica da sociedade – perspectiva um tanto
próxima a da de Bourdieu embora este último tenha incluído a especificidade da
reprodução do capital simbólico

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