O objetivo do documento é registrar o ganho de conhecimento com cada leitura das
obras abaixo citadas, nas determinadas condições indicadas:
Sobre o Suicídio. (08/2019 - Sem notas do editor)
Um dos aspectos mais importantes da perspectiva marxista é a ampliação do
conceito de violência. Não somente englobando a violência física como uma agressão, mas também o sistema econômico, o comportamento social e o panorama político como um todo como uma possível forma de violência. Ao tratar assim a desigualdade social e a opressão em todas as suas formas, confere-se um caráter mais real aos que não são objeto desses, aproximando tais relações de suas realidades e facilitando a demonstração de como os males das relações sociais majoritariamente se não unanimemente decorrem da relação d’O Capital.. Quando a sociedade se depara com o evento do suicídio geralmente são tomadas três posições: culpabilizar a vítima, culpabilizar seu ambiente imediato, culpabilizar as condições psicológicas da vítima. Respectivamente as três podem ser lidas como posições que foram sendo tomadas majoritariamente ao longo do desenvolvimento da sociedade burguesa, sendo a última delas extremamente recorrente nos últimos anos. Numa leitura mais crítica da realidade, geralmente realizada por pessoas que não possuem envolvimento emocional com o caso e conseguem manter uma postura em meio a um evento tão dramático, percebe-se que a única posição que de fato está errada sempre é a primeira. Obviamente a vítima do suicídio sempre poderia ter aguentado mais, porém a possibilidade não implica em qualquer tipo de conforto mínimo pressuposto para a vida humana enquanto ser humano e não enquanto escravo da própria condição de existência. Ouso dizer que em determinados casos a opção de retirar a própria vida concedeu à vítima em morte a dignidade humana que ela não possuiria em seu destino em vida. E a humanidade, mais do que qualquer vida, lucro ou condição humana, deve ser o guia primeiro da vida de qualquer ser humano. Numa leitura crítica e bem orientada pela teoria, percebe-se também o elemento comum de grande parte dos casos de suicídio: uma saúde debilitada. Não tão somente a saúde do corpo, como a saúde mental e a saúde financeira que acabam por debilitar a mente humana assim que há a possibilidade mera de que sua dignidade valha menos do que a preservação de um código “ético” (Como por exemplo: o trabalhador que é obrigado a perder noites de sono por um mero decreto que estipula a propriedade de sua moradia a um terceiro, e o coloca em posição de réu de um crime que não cometeu, senão em respeito do lucro de outrem. Na visão da sociedade civil burguesa, a preservação da lei há de se dar de modo padronizado, afetando até o mais desesperado dos homens assim como afetaria o mais ganancioso dos capitalistas, mas na realidade acaba afetando somente os que encontram-se sem outra opção senão o crime). A banalização da violência como estrutura sócio-econômica e de manutenção do poder da classe dominante é uma das principais ferramentas da burguesia na luta de classes. E assim torna-se central a necessidade de evidenciar tal banalização, ampliar e clarificar a visão da classe trabalhadora sobre a violência.