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O PLANO DA QUALIDADE DOS

EMPREENDIMENTOS E A ENGENHARIA
SIMULTÂNEA NA CONSTRUÇÃO DE
EDIFÍCIOS
Silvio Melhado
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Av. Prof. Almeida Prado, travessa 2, n° 271
CEP 05508-900 São Paulo (SP) Brasil
silviobm@pcc.usp.br
ABSTRACT

The civil construction and, more specifically, the building construction sector are nowadays going
through an important period of change related to its management concepts. The quality management
and the quality systems certification according to ISO 9000 standards are becoming increasingly
usual. However, the management systems evolution is now demanding a better treatment of the
interfaces among the building project actors.

This paper presents a reflection based on the concepts presented in the bibliography concerning to
the subject and some experience on surveying the trends of evolution observed in Brazil and France.
Some relations among the concepts of quality, concurrent engineering and quality plans are
discussed to propose an evolution path to the management of building construction projects.

It intends to show that the adoption of quality plans every project shall be crucial to the
convergence of the actions oriented to the quality, which are carried out today in the sector. More
than this, the quality plans would be allow to achieve the real satisfaction of the construction project
clients.

KEYWORDS: concurrent engineering; building design; quality management

RESUMO

A construção civil e, particularmente, a construção de edifícios, estão passando atualmente por um


momento importante de mudança de seus paradigmas de gestão. A gestão da qualidade e a
certificação de sistemas segundo as normas da serie ISO 9000 estão se tornando cada vez mais
freqüentes. No entanto, a evolução dos sistemas de gestão começa a exigir agora um melhor
tratamento das interfaces existentes entre os diversos agentes do empreendimento.
O artigo apresenta uma reflexão fundamentada na aplicação de conceitos da bibliografia pertinente
ao tema e na observação de tendências de evolução da construção civil no Brasil e na França. São
discutidas as ligações conceituais entre a gestão da qualidade, o projeto simultâneo de edifícios e a
implementação de Planos da Qualidade para propor caminhos de evolução da gestão dos
empreendimentos de construção de edifícios.

Pretende-se mostrar que a adoção de Planos da Qualidade poderá ser fundamental para a
convergência das ações voltadas à gestão da qualidade presentes no setor. Mais do que isso, ela
deverá permitir a sua conversão em resultados concretos, medidos em termos da satisfação dos
clientes do empreendimento.

PALAVRAS-CHAVES: engenharia simultânea; projeto de edifícios; gestão da qualidade

1 INTRODUÇÃO

A cada dia, o movimento da qualidade dentro do setor da construção civil ganha novo folego, com o
aumento da conscientização dos clientes e a conseqüente reação dos agentes da cadeia produtiva:
um número cada vez maior de fabricantes de materiais e componentes, de empresas construtoras e
de empresas de projeto se interessa pela implementação de sistemas de gestão da qualidade e sua
certificação segundo as normas da série ISO 9000.

Essa mutação da estratégia das empresas, embora na prática atinja ainda apenas a uma minoria dos
empreendimentos, tem hoje uma importância como referencial para todo o setor. O próprio
movimento entre os projetistas foi influenciado pelo das construtoras, que saíram na frente e
ajudaram a pressionar um novo posicionamento dos primeiros.

Em alguns casos, observa-se hoje uma tendência a ir mais além, ou seja, apos a preocupação com a
qualidade “individual”, voltada aos clientes mas ao mesmo tempo demandante de apoio dos
fornecedores, passa-se a enfrentar as questões que cercam a qualidade no desenvolvimento de
soluções para cada empreendimento. A construção de edifícios, particularmente, tem sofrido uma
mudança acelerada de paradigmas. Começa-se a discutir mais profundamente como garantir a
qualidade dos empreendimentos, entidades temporárias de produção que se formam a partir da
interação de vários participantes com atuação bastante especializada.
O Plano da Qualidade do Empreendimento - PQE, ainda não presente no universo da qualidade da
maior parte das empresas, tem sido discutido enquanto tendência reveladora dos próximos desafios
a vencer nesse setor.

A elaboração de um PQE deve formalizar a colaboração entre todos os agentes do empreendimento


para a obtenção dos objetivos formulados, estabelecendo responsabilidades, procedimentos e
controles específicos e provendo meios para a sua gestão, de forma a maximizar a qualidade das
soluções e seu resultado medido em termos da satisfação dos clientes. Sua introdução pode ainda
abrir caminho para a evolução das práticas de projeto e execução, através da aplicação de conceitos
como a engenharia simultânea.

Este artigo engloba a experiencia de trabalhos realizados no Brasil e na França acerca do tema,
como parte da pesquisa de pós-doutoramento atualmente em realização pelo autor, junto à
Université Pierre Mendès France, na cidade de Grenoble, França.

2 PROJETO SEGUNDO A VISÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE

A partir de uma visão fundamentada pela gestão da qualidade, o projeto de edifícios, enquanto
atividade de concepção de produto ou serviço, pode ser entendido como um processo que utiliza um
conjunto de dados de entrada e, ao final, deve garantir como dados de saída um grupo de soluções
que respondem às necessidades dos clientes a quem o edifício se destina.

Assim, as necessidades dos clientes devem ser traduzidas em parâmetros que serão parte integrante
dos dados de entrada e os dados de saída devem ser verificados face aos primeiros, para passarem
após pela sua validação junto aos clientes. As saídas, uma vez validadas, devem ser encaminhadas à
produção, podendo ser arquivadas conforme sua configuração inicial ou após modificações
solicitadas pelos clientes ou pela própria produção. As modificações, por sua vez, podem ser de dois
tipos: modificações do projeto ou modificações do programa do empreendimento, essas últimas
obrigatoriamente resultando de uma alteração dos dados de entrada anteriormente definidos, a qual
deve ser devidamente aprovada pelo empreendedor.

Essas relações são simplificadamente apresentadas na figura 1.

Evidentemente, o esquema mostrado na figura 1 não pretende sugerir que o projeto como um todo
deva ser finalizado e validado. Em princípio, em projetos de uma certa complexidade, como é o
caso do projeto de edifícios, ele se aplica às partes ou etapas que compõem o projeto.

Assim, o processo de projeto passa a ser entendido como uma sucessão de etapas de concepção,
verificação e validação encadeadas, onde, a grosso modo, os dados de saída de uma etapa se juntam
ao conjunto de dados de entrada da próxima.

Etapa de
dados de PROJETO dados de
(concepção e validação produção
entrada saída
representação de
soluções)

análise crítica
ARQUIVO
modificação

Figura 1 O processo de projeto segundo a ótica da gestão da qualidade.

A validação é um elemento essencial e indispensável de todo processo de concepção inserido num


sistema de gestão da qualidade. A validação, para ser eficiente, deve ser antecedida de uma análise
crítica, a qual tem por objetivo geral avaliar se as soluções propostas pelo projeto correspondem
verdadeiramente às necessidades do cliente e levam em conta as restrições que afetam ao projeto.

Uma análise crítica pode desencadear um processo de modificação anterior à validação


propriamente dita e, portanto, reduzir a possibilidade de que o cliente se decepcione com as
soluções apresentadas ou que, mesmo ele as aprovando naquele momento, possa mais tarde
identificar pontos de desacordo em relação à mesma.

Esse procedimento não deve ser confundido com o de controle de processo, o qual deve ter sido
feito ao final da produção dos dados de saída. A análise crítica não é uma simples verificação de
projeto, ela é essencialmente um questionamento da qualidade das soluções, segundo critérios
preestabelecidos (Melhado, 1994). Ela precisa ter um posicionamento independente, não devendo
ser conduzida pelos mesmos profissionais responsáveis pela solução a ser criticada.

As modificações, por sua vez, podem ser de dois tipos: modificações do projeto ou modificações do
programa do empreendimento, essas últimas obrigatoriamente resultando de uma alteração dos
dados de entrada anteriormente definidos, a qual deve ser devidamente aprovada pelo
empreendedor.
3 APLICAÇÃO DO CONCEITO DE ENGENHARIA SIMULTÂNEA
À CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS: O PROJETO SIMULTÂNEO
– COMPARAÇÕES ENTRE O BRASIL E A FRANÇA

Os empreendimentos de construção tradicionais têm como característica o caráter seqüencial das


intervenções para cada um dos seus participantes. No entanto, os problemas de qualidade surgidos
na fase de uso, o aumento das exigências dos clientes, as pressões de custo e a necessidade de
inovação, entre outros fatores, têm induzido a práticas diferenciadas de organização dos projetos.

Nesse contexto de mudanças, a colaboração entre os agentes principais que geram os


empreendimentos mostra-se como alternativa válida, inspirando-se em modelos adotados pela
indústria seriada, como o projeto simultâneo (concurrent engineering).

O conceito de projeto simultâneo inclui a consideração antecipada e global das repercussões das
decisões de projeto face à eficiência dos processos produtivos e à qualidade dos produtos gerados,
levando em conta aspectos como construtibilidade, habitabilidade, manutenibilidade e
sustentabilidade das edificações (Fabrício; Melhado, 1999).

Os principais focos de colaboração, segundo proposta de Jouini (1999), estão indicados na figura 2.
Com base neles, pode-se estabelecer algumas considerações que comparam a realidade do Brasil e
da França:

• foco 1: a colaboração na elaboração do programa do projeto, com métodos cada vez mais
profissionais e sistemáticos, tem se fortalecido entre os franceses, havendo ainda um grande
potencial a ser desenvolvido no Brasil;

• foco 2: chamado projeto multidisciplinar, dificultado a partir das posturas adotadas pelos
empreendedores no Brasil, ele também sofre resistências na França, tendo em vista as formas de
contratação tradicionais no país, que levam à remuneração dos demais projetistas como uma
fração da remuneração do arquiteto autor do projeto, o qual nem sempre se interessa por
solicitar mais intensamente a colaboração dos seus parceiros de outras especialidades;

• foco 3: integração Projeto-Produção que, no Brasil, tem sido atendida em alguns dos
empreendimentos pelo desenvolvimento dos chamados projetos para produção, como o projeto
das fôrmas, da alvenaria, da laje racionalizada, etc., enquanto na França, adota-se
preponderantemente a preparação do canteiro de obras, a qual permite estabelecer decisões
conjuntas entre as diversas equipes de execução e criar um melhor diálogo delas com os
projetistas.

programação 1 concepção 3 projeto para produção


(briefing) arquitetônica e técnica (concepção
do produto tecnológica)

1 – “foco” de colaboração simultânea entre o promotor e a equipe de projeto

2 – “foco” de colaboração simultânea transversal à equipe de projeto (projeto simultâneo)

3 – “foco” de colaboração entre a concepção do produto e a concepção tecnológica da produção

Figura 2 As três áreas ou “zonas” de aplicação da engenharia simultânea dentro do processo


de produção do empreendimento (adaptada de Jouini, 1999).

Em ambos os países, porém, o projeto de edifícios permanece ainda como uma atividade
fragmentada, apesar das iniciativas individualizadas que pretendem melhorar – ao menos
parcialmente – a qualidade desse processo.

Segundo uma pesquisa realizada sobre o quadro atual das profissões de projeto na França, a ruptura
entre as atividades de projeto e de execução das obras, bastante arraigada, é origem de uma perda
sistemática de conhecimento para as profissões de projeto, sejam elas de arquitetura ou de
engenharia. Esse trabalho, apresentado por Alluin (1998), mostra uma tendência generalizada de
diminuição do nível de conhecimento dos projetistas e o aumento da dificuldade de realizar a
síntese das características do projeto, equivalendo a uma ausência de visão transversal.

Alluin ainda defende que o desenvolvimento da capacidade de qualquer participante do


empreendimento de antecipar a cada etapa os parâmetros que deverão ser integrados à etapa
seguinte poderia ser extremamente auxiliado por uma maior experiência de execução da obra.

A introdução da cooperação simultânea pode ser uma alternativa para suprir essas deficiências
apontadas por Alluin, que parecem seguir rumos semelhantes no Brasil.
Nessa mesma pesquisa, ele identifica, por outro lado, alguns exemplos de formas de atuação em que
existe uma cooperação simultânea de maior nível de eficácia:

• o exemplo dos projetistas que são também construtores, sejam eles de médio ou grande porte
(tipo de atuação minoritária, na França);

• o caso de alguns incorporadores e construtores de produtos imobiliários padronizados (em geral,


apartamentos de médio padrão);

• a atuação de certos fabricantes, limitados aos sistemas que eles concebem, ou seja, abrangendo
apenas uma parte do edifício (exemplo: sistemas de divisórias leves).

Na opinião desse autor, o projeto tende a uma especialização, segundo nichos de mercado, tipos de
produto, materiais, componentes ou sistemas adotados. Assim, as equipes de projeto deveriam
reunir competências específicas necessárias para cada empreendimento, independentemente de um
rótulo profissional, e não a reunião de “arquitetos” e “engenheiros” projetistas, no sentido clássico
do termo.

4 O PLANO DA QUALIDADE: DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA

Apesar da França ter passado anteriormente um período de relativo isolamento face ao movimento,
que crescia no mundo todo, de certificação segundo a ISO 9001, atualmente, percebe-se um
interesse cada vez maior dos franceses por essa modalidade de certificação. As certificações
setoriais estão sendo um primeiro passo para aqueles que quiserem realmente implementar um
sistema de gestão da qualidade; assim, muitas das empresas de projeto que já têm um nível de
organização razoável, estão hoje passando por uma preparação intensa, visando obter um certificado
ISO 9001 ate o início do ano 2000. Muitos consultores franceses já trabalham diretamente com o
texto do projeto para o ano 2000 (a versão ainda em fase de discussão para posterior aprovação)
para orientarem aqueles que estão em fase de preparo para a certificação.

Para os projetistas franceses envolvidos com o movimento da qualidade, o certificado ISO 9001
significa um rótulo de modernidade – o qual se contrapõe à noção corrente da postura
tradicionalista da profissão e pode se constituir num diferencial. Alguns deles têm se destacado por
apresentar soluções inovadoras, práticas e eficazes para a elaboração dos procedimentos e para a
formalização de Manuais da Qualidade.
Um dos pontos de debate bastante acirrado entre as empresas de arquitetura que adotam sistemas de
gestão da qualidade tem sido as relações com os demais projetistas – no qual a tendência de maior
participação dos demais especialistas desde o início do projeto está ganhando bastante destaque.

Na época atual de entusiasmo pela gestão da qualidade, mais do que nunca, é preciso relembrar as
especificidades da construção civil. Cada novo empreendimento equivale, a grosso modo, a um
projeto de um novo produto da indústria seriada. As partes do edifício mantêm sua semelhança em
obras de mesma característica, mas mudam os participantes, ou muda o cliente, ou ainda muda o
parâmetro de qualidade ditado pelo mercado. O referencial de gestão da empresa torna-se, assim,
tênue diante da importância para a qualidade da configuração de uma equipe de gestão do
empreendimento.

Sobre o planejamento da qualidade, a norma ISO 9004 (ISO, 1999a), no item 5.5.2 da nova versão
para o ano 2000, recomenda que a análise de riscos seja incluída entre as considerações necessárias
a essa atividade de planejamento. De fato, nos empreendimentos de construção, dado o seu caráter
não-repetitivo, os riscos alteram-se a cada novo caso, e portanto não podem ser previamente
tratados pelo sistema da qualidade.

Analisando-se ainda o item 7.3 da também nova versão da ISO 9001 (ISO, 1999b), encontra-se a
seguinte afirmação: “as interfaces entre os diferentes grupos implicados no projeto (…) devem ser
gerenciadas para assegurar-se uma comunicação eficaz e a clareza de responsabilidades”.

Essa ultima exigência da ISO 9001, interpretada no caso dos empreendimentos de construção,
reforça claramente a importância da participação de todos os agentes e a formalização das ações e
responsabilidades de cada um deles.

A partir da leitura e análise da forma de aplicação dos textos da série ISO 9000, pode-se propor a
constituição de PQEs a partir do início da fase de projeto, envolvendo:

• a análise de riscos para a qualidade e a adoção de ações para prevenir a ocorrência de falhas
conseqüentes dos mesmos;

• o estabelecimento do conjunto de procedimentos de execução e controle a serem utilizados,


incluindo a elaboração dos específicos para a obra em questão;

• a definição dos pontos críticos para controle e validação;


• as formas de integração entre os diversos participantes da equipe do empreendimento,
envolvendo o empreendedor, os projetistas, a coordenação da obra e subcontratados, e
fornecedores de produtos ou serviços.

A figura 3 procura explicitar melhor essas relações que o Plano da Qualidade deve sistematizar,
para cada empreendimento.

Empresa de arquitetura Empreeendimento

Manual da Qualidade da Plano da Qualidade do


empresa de arquitetura empreendimento

procedimentos da empresa procedimentos específicos


de arquitetura do empreendimento

formulários da empresa de
documentos específicos
arquitetura

Sistema da Qualidade da Sistema da Qualidade do


empresa de arquitetura empreendimento

integração entre o sistema da


qualidade da empresa de arquitetura
e os sistemas dos demais
participantes do empreendimento

Figura 3 Esquema de relações entre os elementos do sistema da qualidade da empresa de


arquitetura e os elementos do sistema da qualidade do empreendimento.

A postura do empreendedor, enquanto definidor de uma metodologia, ou através da escolha de uma


equipe de projeto que esteja preparada para implementar esses princípios, é decisiva. A qualidade
dos empreendimentos deve nascer de uma visão bastante ampla do problema, a qual deve estar
presente desde a idealização inicial da operação de construir.
Nesse sentido, a presença cada vez mais marcante na França, de empreendedores certificados
segundo a ISO 9001 e a tradição francesa de gestão dos imóveis na fase de uso explicam um maior
interesse pelo assunto do que se encontra no Brasil, atualmente.

Não se pode esquecer, ainda, da importância da participação dos fabricantes de materiais,


componentes e sistemas para construção de edifícios, que podem contribuir para o rol de
competências necessárias para a concepção dos empreendimentos.

A adoção do PQE apresenta potencial para gerar resultados em termos da qualidade, medida
segundo a satisfação dos clientes do empreendimento, uma vez que:

• permite eliminar a adoção rígida de padrões genéricos, exigindo flexibilidade e adaptabilidade


para a composição do sistema da qualidade específico de cada empreendimento;

• fundamenta-se na concepção de métodos de trabalho que surgem da agregação de experiências e


competências profissionais de todos os participantes do empreendimento, aspecto destacado por
Ménard (1998), e não apenas uma metodologia individual que se impõe aos demais;

• possibilita a introdução de focos de cooperação simultânea que, por sua vez, potencializam a
integração com a execução da obra e a agregação de valor ao processo e ao produto final.

Por último, espera-se que haja uma continuidade na condução do Plano da Qualidade apos o início
das atividades de execução no canteiro de obras; essa relação será diferente nos casos de
empreendimentos públicos, em que geralmente a empresa construtora não estará envolvida desde o
inicio do processo, ou dos empreendimentos da iniciativa privada. Nesse último caso, a participação
da equipe da construtora (coordenação da obra e subcontratados) é desejável desde a fase de
anteprojeto, uma vez que não há impedimentos de natureza ética ou administrativa.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os caminhos da gestão da qualidade no setor da construção civil estão começando a traçar uma
história própria, produzindo conceitos e interpretações melhor adaptadas às características dos
produtos e serviços que resultam dessa atividade ao mesmo tempo industrial e artesanal.

A implementação de sistemas de gestão da qualidade nas empresas do setor, construtoras e


projetistas, e sua certificação segundo as normas da série ISO 9000 estão estimulando uma reflexão
sobre as relações entre os diversos agentes do empreendimento, levando à necessidade de
metodologias especificas para responder às exigências da qualidade, e reforçando o caráter coletivo
e multidisciplinar da produção de edifícios.

A prática de cooperações envolvendo o empreendedor, os projetistas e os construtores, de forma


coerente com o conceito de projeto simultâneo, pode ser associada à formulação de planos da
qualidade do empreendimento para potencializar a evolução da qualidade na construção civil.

Essas tendências começam a se tornar realidade e mostram-se extremamente coerentes e


complementares face à implementação dos sistemas da qualidade individuais dos agentes, que se
encontram definitivamente incorporados aos parâmetros de excelência dentro do setor.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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industries du bâtiment et ses rapports avec la maîtrise d’œuvre. Paris, Plan Urbanisme, Construction et
Architecture. 59p. (Programmer Concevoir – pratiques de projet et ingénieries - Recherche no 102)
FABRÍCIO, Márcio; MELHADO, Silvio (1999). Projeto simultâneo e a qualidade ao longo do ciclo de vida do
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MELHADO, Silvio (1994). Qualidade do projeto na construção de edifícios: aplicação ao caso das empresas de
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MÉNARD, Jean-Pierre (1998). Organisation et qualité dans les agences d’architecture: le management de
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