Quando Iglesias coloca que a intenção de “republicanizar a
republica teve seu momento auge em 1930”, ele consegue
sintetizar bem o ideal que impulsiono o movimento que se concretizou em 1930, e foi uma das mais conturbadas sucessões. O movimento de 1930 é o resultado e um grande número de mudanças e crises sociais. No final de 1920 muitas da instituições políticas e sociais estavam sendo severamente criticadas, e assim, cada vez mais, alguns setores da sociedade se organizavam de forma a fortalecerem movimentos da classe operária e o tenentismo. No entanto, a liderança de militares saídos do tenentismo começou a pesar muito para a sociedade, tendo em vista que, a pressão popular, principalmente das classes mais baixas , pelas reformas sociais que clamavam a necessidade da industrialização, achou voz às suas reivindicações no tenentismo, ou seja, por meio do tenentismo os seus anseios ganhariam expressão (tornar-se-iam vontade política). O movimento tenentista que se opunha as idéias oligárquicas, principalmente no que tange o desenvolvimento interno do país, alegando que os oligarcas só investiam na agricultura para a exportação, buscavam, também, introduzir um caráter mais nacionalista ao Brasil, sendo caracterizados como nacionalista liberais ou liberais conservadores, e defendiam a moralização processo eleitoral, por meio da introdução do voto secreto e da justiça eleitoral, que segundo eles, manteria a integridade das eleições no Brasil. Suas propostas empolgaram a massa uma vez que expressavam os anseios das camadas médias urbanas, dando, assim, mais força ao movimento. Foi a urgência de introdução de reformas sociais pelas classes mais baixas que visavam um nível mais alto na vida, de forma mais intensa do que nas outras classes, no entanto, que foi decisiva para a convergência dos interesses dessa classe com o movimento tenentista. As reformas sociais eram o ponto de partida para industrialização, que por sua vez, necessitaria de uma estado forte industrializador para encabeçar o movimento. No campo político, no final da década, foi quando o movimento começou a se modificar. Na sucessão do presidente Washington Luís, eleito ainda pelo antigo esquema do café com leite, segundo o acordo, o próximo presidente deveria ser um presidente paulista. No entanto, o estado de Minas Gerais, governada por Antonio Carlos, optou por apoiar, juntamente com o Estado da Paraíba, um representante do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, candidato com uma visão mais conservadora da vida politica; enquanto São Paulo se manteve com o plano e apoiava u representante paulista, Júlio Prestes. Durante a eleição houve a formulação da Aliança Liberal, composta pelo candidato aliado a revolução, Vargas, e sua base de apoio, uma estranha junção de políticos antigos e tenentes, que por muitas vezes já bateram de frente, que se uniram por possuírem um momentâneo interesse politico em comum. A disputa foi acirrada, mas a vitória foi de Júlio Prestes,que acabou sendo eleito, com certa ajuda da máquina governamental. Com a vitória de Prestes, muitos dos políticos aliados a Aliança Liberal, saíram, no entanto os tenentes permaneceram, juntamente com os políticos menos cautelosos e começaram a se organizar como oposição, resolvendo tomar o poder à forca com a morte de João Pessoa, em Julho de 1930, por motivos nacionais, regionais e pessoais. E outubro do mesmo ano, no dia 23, a capital foi ocupada pelos rebeldes, juntamente com a marcha vitoriosa das forças ligada ao sul, cabeceada por Vargas, e depuseram Washington Luiz 22 dias antes do termino de seu mandato, colocando Getúlio Vargas como governador provisório e impedindo a posse do candidato do partido republicano, Prestes. Todo o restante do governo já havia se demitido, seguindo o conselho do exército e da marinha, de cardeais e de outros políticos, tendo em vista que a resistência seria inútil. O movimento visava introduzir uma política de consolidação da base do estado (integrando a massa urbana à cena política), provendo a centralização político administrativa, e impor o intervencionismo econômico social (colocando os estados a frente das classes), sendo que Vargas aliado aos tenentes, chefe de governo e posteriormente presidente da república, correspondeu fielmente ao ânimo intervencionista e industrialista da época.