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BBC Brasil

Atualizado em 27 de julho, 2009 - 17:35 (Brasília) 20:35 GMT

Aquecimento global 'beneficiou Império Inca', diz estudo


Um estudo de sedimentos encontrados na região de Cuzco, no Peru, sugere que o antigo Império Inca se
beneficiou de um período de aquecimento global que durou cerca de 500 anos - exatamente na época em que
aquela civilização conheceu seu maior apogeu.

O estudo, coordenado pelo pesquisador Alex Chepstow-Lusty, do Instituto Francês de Estudos Andinos em
Lima, capital peruana, analisou como a evolução social e econômica verificada durante os anos incas se
relacionam às mudanças climáticas nos Andes no mesmo período.

A conclusão é que séculos de temperaturas elevadas melhoraram as condições agrícolas e permitiram o


cultivo de alimentos para sustentar uma população crescente e um exército poderoso.

O estudo analisou uma seqüência de sedimentos do lago Marcacocha, localizado 12 km ao norte de


Ollantaytambo, um dos grandes assentamentos incas, contendo evidências das mudanças climáticas ao longo
de milênios.

A pesquisa foi publicada no número atual na revista científica Climates of the Past.

Evidências

Durante a maior parte do primeiro milênio depois da era cristã, os sedimentos indicaram pouca presença de
agricultura sustentada no lago, o que corresponderia a um período relativamente frio na região.

A partir do ano 880, entretanto, os sedimentos passam a indicar um período de seca, que teria ocasionado a
redução do volume do lago e eliminado duas culturas rivais andinas, os Wari e os Tiwanaku.

A elevação da temperatura nos Andes a partir de 1100 foi, na visão dos pesquisadores, literalmente o divisor
de águas na evolução da civilização inca.

O derretimento das geleiras coincide com o advento de técnicas de irrigação que permitiram aos incas elevar
sua produtividade agrícola e alcançar altitudes mais elevadas.

"Essa condição de aquecimento teria permitido aos Incas explorar as atitudes mais elevadas (após o ano
1150), construindo terraços agrícolas que empregavam irrigação alimentada por geleiras, em combinação
com técnicas agroflorestais deliberadas", escreveram os pesquisadores.

Os pesquisadores relataram diversas evidências de pastos para llamas ao redor do lago entre 1100 e 1400,
assim como de plantações de batatas nas áreas mais elevadas e de milho nos locais mais baixos.

Além disso, eles verificaram níveis altos de pólen da Alnus acuminata, uma árvore andina cuja ocorrência
está ligada ao reaproveitamento de solos agrícolas degradados.

Isto tendeu a desaparecer a partir do século 16, coincidindo com a chegada dos colonizadores espanhóis, em
1532.

"No contexto de doenças e de uma população decrescente, as comunidades foram forçadas a migrar ou a
trabalhar sob o sistema de encomienda (escravidão por dívidas)", afirmaram os pesquisadores.

"A paisagem anteriormente cultivada rapidamente cresceu de forma descontrolada e os canais de irrigação e
os terraços não mais foram mantidos, caindo em desuso."
Quando a ocupação agrícola da área voltou a ocorrer, após 1600, a ocupação se deu de forma bastante
diferente, com os europeus trazendo seus próprios animais e técnicas agrícolas para a zona.

Conclusões

Para os pesquisadores, as evidências permitem estabelecer uma relação entre o desenvolvimento da


civilização inca e as mudanças climáticas ocorridas nos Andes, sobretudo nos 400 anos mais significativos
do império.

"Embora este crescimento meteórico tenha sido em parte devido à adoção de estratégias sociais inovadoras,
apoiadas por uma grande força de trabalho e um exército poderoso, sustentamos que isto não teria sido
possível sem o aumento da produtividade das colheitas, que está ligada a condições climáticas mais
favoráveis", eles escreveram.

Eles chamaram atenção para o fato de que o aquecimento na região do lago Marcacocha é apoiado por
evidências semelhantes em outras regiões dos Andes.

É cada vez maior a atenção dada por pesquisadores a um período de temperaturas globais maiores entre os
séculos 9º e 14º da Idade Média em relação aos tempos modernos.

"A visão prevalente desse intervalo é a de que temperaturas elevadas foram experimentadas com certa
intermitência e que, em certas regiões, se caracterizou por anomalias climáticas como secas prolongadas,
aumento do nível de chuva e ventos de monções mais fortes", afirmaram.

Para eles, as evidências colhidas no lago Marcacocha não só reforçam os estudos sobre este fenômeno - que
ainda é objeto de discussões no meio acadêmico - como apontam para um efeito positivo dele.

Para os cientistas as conclusões de quase mil anos atrás podem ser úteis no mundo de hoje. "Pode haver
lições importantes para gerar desenvolvimento rural sustentado nos Andes à luz da futura incerteza
climática", eles disseram.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2009/07/090727_incas_clima_pu.shtml

© BBC 2009

BBC Brasil

Empresas europeias planejam megausina solar no Saara


Um consórcio de empresas de multinacionais – que reúne gigantes como Siemens, RWE, E.On e Deutsche
Bank, entre outros – assinou nesta terça-feira uma carta de intenções para criar o maior projeto de energia
solar do planeta: a Iniciativa Industrial Desertec.

O projeto prevê a construção de uma rede de usinas de produção de energia totalmente limpa no Deserto do
Saara, no norte da África, e de redes transmissão de energia, capaz de fornecer pelo menos 15% da
eletricidade consumida na Europa, além de dois terços da necessidade do norte africano e do Oriente Médio.

O Desertec foi orçado em US$ 577 bilhões e prevê a instalação de uma tecnologia solar de última geração,
que utiliza espelhos para concentrar a luz do sol sobre torres de energia que produzem vapor, que por sua
vez movimentam turbinas que produzem eletricidade.

O calor excedente produzido durante o dia pode ser armazenado em tanques especiais para manter a usina
em funcionamento durante a noite ou em dias nublados.
A ideia de se aproveitar o sol do Saara vinha amadurecendo há décadas, mas só agora o avanço das
tecnologias, tanto solar quanto de transmissão de eletricidade, teria viabilizado o investimento.

Mediterrâneo

A água necessária para criar o vapor que movimenta as turbinas sairia do Mar Mediterrâneo, que
dessalinizada – com sal derretido sendo usado nas baterias para estocar calor –, poderia ainda ser
reaproveitada em regiões desérticas.

Especialistas sugerem ainda que a sombra dos espelhos poderia ser usada para plantação de espécies que
normalmente não sobreviveriam ao intenso calor do deserto.

Essa tecnologia, chamada Concentrando Energia Solar (CSP, na sigla em inglês) já é usada em usinas
solares nos Estados Unidos e na Espanha.

A ideia, que surgiu na Alemanha, vem sendo defendida com vigor pelo próprio governo alemão e pela
Comissão Europeia, embora ainda existam dúvidas sobre como os problemas políticos de um projeto
verdadeiramente internacional como este seriam equacionados.

"O conceito de energia renovável está associado também ao de independência energética. Então, me
pergunto por que deveríamos depender novamente de outros para o nosso fornecimento", disse à BBC o
especialista alemão Wolfgang Palz, presidente europeu do Conselho Mundial de Energias Renováveis.

Outros acusam a iniciativa europeia de representar um suposto "colonialismo energético" – crítica


prontamente rebatida por um dos diretores da Desertec, Michael Straub.

"Da nossa rede de 60 cientistas e especialistas em energias renováveis, a metade é da África e do Oriente
Médio. A outra metade é de europeus", afirmou Straub, acrescentando que representantes dos países
envolvidos participaram do projeto desde o início.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2009/07/090714_desertecebc.shtml

© BBC 2009

BBC Brasil

Atualizado em 2 de agosto, 2009 - 18:51 (Brasília) 21:51 GMT

Cientistas identificam nova variante do HIV

Pesquisadores da Universidade de Rouen, na França, identificaram uma nova variante do vírus HIV,
causador da Aids, aparentemente transmitida aos humanos por gorilas.

A nova variante foi identificada em uma mulher de 62 anos de Camarões, no oeste da África. A paciente é
portadora do vírus mas, apesar de nunca ter sido tratada, não demonstra sinais de ter desenvolvido Aids,
afirmam os pesquisadores.

Segundo os cientistas, todas as outras três variantes do HIV conhecidas são originárias de chimpanzés, mas a
nova parece ter sido transmitida aos seres humanos por gorilas.
A paciente, no entanto, que mudou-se para Paris, afirma não ter tido contato com macacos de qualquer tipo e
nunca ter comido carne de animais selvagens.

Segundo os autores do estudo, que foi publicado na revista Nature Medicine, a paciente pode ter sido
infectada por outra pessoa que carregava a variante ligada aos gorilas.

Transmissão

O coordenador da equipe de cientistas, Jean-Christophe Plantier, disse que apesar de a razão mais provável
para o surgimento da nova variante seja a transmissão de gorilas para humanos, não está descartada a
possibilidade de que tenha surgido inicialmente em chimpanzés e posteriormente sido transmitida aos
gorilas.

Segundo Plantier, a descoberta ressalta "a contínua necessidade de se observar atentamente a emergência de
novas variantes do HIV, especialmente no centro e no oeste da África".

Acredita-se que foi nessa região que o HIV foi transmitido pela primeira vez de chimpanzés para humanos,
talvez há mais de um século.

De acordo com os cientistas, até agora a paciente de Camarões é o único caso conhecido da nova variante,
mas é provavel que se espalhe e novos casos sejam identificados.

Os pesquisadores afirmaram que o vírus se multiplica rapidamente no corpo humano, o que pode indicar que
já está adaptado.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2009/08/090802_hiv_variante_ac.shtml

© BBC 2009

BBC Brasil

Atualizado em 6 de agosto, 2009 - 18:07 (Brasília) 21:07 GMT

Cobra marinha finge ter duas cabeças para enganar predadores

Uma pesquisa dinamarquesa revelou que uma espécie de cobra marinha venenosa encontrada na Ásia usa
marcas na pele e faz movimentos para dar a impressão aos predadores de que o seu rabo é uma segunda
cabeça.

Os cientistas da Real Academia Dinamarquesa, em Copenhague, descobriram que a cobra da espécie


Laticauda colubrina torce o rabo de uma forma que dá a ilusão de que tem duas cabeças.

Os estudiosos acreditam que esse “disfarce” seja uma evolução que protege a cobra marinha de ataques
enquanto procura por suas presas.

Apesar de ser extremamente venenosas, estas cobras são vulneráveis a vários predadores, incluindo tubarões
e outros peixes.
"Isto (a estratégia de fingir ter duas cabeças) pode aumentar as chances (de as cobras) sobreviverem a
ataques de predadores, ao expor uma parte do corpo 'menos' vital", afirmou Arne Rasmussen, que liderou a
pesquisa.

"Mas, mais importante, pode impedir o ataque se (os predadores) acharem que o rabo é tão venenoso quanto
a cabeça da cobra", acrescentou.

Mergulho

Rasmussen e seus alunos estudaram as cobras marinhas ao mergulharem na costa da ilha Bunaken, na
Indonésia.

Eles seguiram espécimes da Laticauda colubrina enquanto elas nadavam entre corais e fendas submarinas,
procurando por alimento.

Rasmussen notou a ilusão das duas cabeças quando viu uma cobra com a cabeça aparentemente virada para
ele enquanto “examinava” os corais com o rabo.

A "segunda cabeça" da cobra então emergiu do meio dos corais e ele percebeu que a primeira cabeça que
tinha visto era, na verdade, um rabo.

Rasmussen e seus colegas examinaram quase cem destas cobras marinhas em três grandes coleções de
museus em Paris, Berlim e Copenhague, e monitoraram o comportamento de cobras selvagens durante uma
expedição às Ilhas Salomão.

A pesquisa confirmou que cada espécime de Laticauda colubrina tem variações de sua coloração
característica - uma marca amarela brilhante em formato de ferradura na ponta da cabeça e do rabo e padrões
semelhantes de marcas pretas.

A pesquisa foi publicada na revista especializada Marine Ecology.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090806_cobraduascabecasfn.shtml

© BBC 2009

BBC Brasil
Atualizado em 26 de julho, 2009 - 10:11 (Brasília) 13:11 GMT

Índia lança primeiro submarino nuclear construído no país


A Índia lançou neste domingo o seu primeiro submarino nuclear, o INS Arihand, tornando-se o sexto país do
mundo a integrar este seleto clube.

Pesando cerca de 6 mil toneladas e com capacidade de lançar mísseis contra alvos a uma distância de 700
quilômetros, o submarino foi apresentado pelo primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, em uma
cerimônia no porto de Visakhapatnam, no sudeste do país.

A embarcação foi construída inteiramente na Índia, mas com ajuda da Rússia, e passará por testes nos
próximos anos antes de ser utilizada em operações militares. Um segundo exemplar deve ser terminado em
breve.
Em seu discurso, Manmohan Singh disse que a Índia não alimenta ambições de agredir nenhum de seus
vizinhos, mas que há cada vez mais "ameaças" no mar da região.

"Temos a incumbência de tomar todas as medidas necessárias para garantir a segurança de nosso país e nos
mantermos atualizados com os avanços tecnológicos mundiais", afirmou.

O repórter da BBC em Nova Déli Sanjoy Majumder disse que o lançamento do Arihant é um sinal claro da
tentativa indiana de equilibrar a poderio militar da China, hoje potencia naval na região.

Para o repórter, o submarino agregará uma "terceira dimensão" à capacidade defensiva indiana. Até agora, o
país só era capaz de lançar mísseis balísticos no ar e na terra.

A embarcação indiana poderá levar cem marinheiros e permanecer subaquático por um longo período de
tempo, aumentando suas chances de permanecer sob sigilo.

Hoje, os submarinos indianos precisam voltar à superfície frequentemente para recarregar as baterias.

Com o anúncio, a Índia entra para o seleto clube dos países com capacidade de construir submarinos
nucleares, formado por Estados Unidos, Rússia, França, Grã-Bretanha e China.

No fim do ano passado, o Brasil assinou com a França um acordo que, entre outras cláusulas, prevê
cooperação militar com fim de assistir a Marinha brasileira a construir o seu próprio submarino nuclear.

Isto faria com que o Brasil se tornasse o primeiro país da América do Sul a possuir a tecnologia, fato que
analistas destacaram como uma grande vantagem militar em comparação com o resto do continente.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090726_india_submarino_pu.shtml

© BBC 2009

BBC Brasil

Atualizado em 6 de agosto, 2009 - 15:11 (Brasília) 18:11 GMT

Vacina contra gripe suína deve estar pronta em setembro, diz


OMS

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta quinta-feira, que os primeiros lotes de vacinas
contra a gripe suína devem estar licenciados e prontos para a imunização da população já no mês de
setembro.

Em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, a diretora de Pesquisa de Vacinas da OMS, Marie-Paul Kieny,
afirmou que alguns laboratórios já produziram lotes iniciais da vacina e que testes clínicos já estão sendo
realizados.

A informação já havia sido confirmada por Kieny em uma entrevista à BBC Brasil no último mês de julho.

Clique Leia também na BBC Brasil: Vacina contra gripe suína virá em setembro, diz OMS D

urante a entrevista desta quinta-feira, Marie-Paul Kieny também afirmou que as vacinas contra o vírus da
influenza A (H1N1) serão “seguras”, já que serão feitas a partir de uma “tecnologia antiga e testada”.
Segurança

Nos últimos meses, alguns especialistas levantaram dúvidas a respeito da segurança deste tipo de
imunização, já que, em 1976, após uma campanha de vacinação contra a gripe suína nos Estados Unidos,
alguns pacientes desenvolveram uma rara condição neurológica conhecida como Síndrome de Guillain-
Barré.

Na época, cerca de 500 pessoas foram afetadas pela síndrome – que causa uma paralisia temporária e pode
ser letal - depois de terem sido vacinadas.

De acordo com Kieny, no entanto, a “qualidade do controle de vacinas atualmente é muito maior que há 30
anos”.

Além disso, as agências regulatórias dos diversos países irão monitorar qualquer reação adversa, ressaltou.

Brasil

Embora os primeiros lotes já devam estar prontos em setembro, de acordo com o Ministério da Saúde, a
previsão é de que as primeiras vacinas só cheguem ao Brasil no final do ano.

Segundo o ministério, o governo comprará 1 milhão de doses de vacina contra a gripe suína que estarão
prontas para uso em dezembro.

Outras 17 milhões de doses serão produzidas pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e estarão disponíveis no
primeiro semestre de 2010, para imunizar a população contra uma possível segunda onda da doença.

Ainda não foram definidos quais serão os grupos populacionais que serão priorizados na vacinação.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090806_gripe_oms_vacina_cq.shtml

© BBC 2009

BBC Brasil
Atualizado em 23 de julho, 2009 - 07:24 (Brasília) 10:24 GMT

Linha do tempo: Entenda como ocorreu a ocupação da Amazônia


Borracha, madeira, soja, minério, pecuária - ou simplesmente o sonho de ter um pedaço de terra.
Foram muitos os motivos que, historicamente, levaram brasileiros de todas as regiões à Amazônia.

Há sinais desse movimento desde a época do descobrimento, mas foi no governo de Getúlio Vargas (1930-
1945) que a colonização da floresta passou a ser vista como estratégica para os interesses nacionais. Era a
época da Marcha para o Oeste.
Foram anos de incentivos governamentais à exploração da floresta. Estradas foram abertas para facilitar o
desenvolvimento da região. Durante a ditadura militar, a política para a Amazônia ficou conhecida pelo
lema "Integrar para não Entregar".

Junto com a ocupação e o desenvolvimento da região veio também a destruição do bioma. Estima-se que, na
década de 1970, as derrubadas tenham atingido 14 milhões de hectares, número que deve chegar a 70
milhões de hectares nos dias atuais.

Saiba quais foram os principais momentos dessa história:

• Clique Os primórdios: Os portugueses descobrem a Amazônia


• Clique Fim do século 19: Surge o ouro negro
• Clique Uma segunda chance à borracha brasileira
• Clique Anos 1960: "Integrar para não Entregar"
• Clique Anos 1970: O perigo do desmatamento
• Clique Anos 1980: O ambientalismo de Chico Mendes
• Clique Anos 1990: O impacto da soja
• Clique Anos 2000

Os primórdios: Os portugueses descobrem a Amazônia


Durante muitos anos, grande parte do que se conhece hoje pela Amazônia pertencia aos espanhóis - graças
ao Tratado de Tordesilhas, assinado com Portugal em 1494. Mas as primeiras expedições à região foram
acontecer apenas anos depois, a partir de 1540.

Apesar de a maior parte da terra estar sob domínio dos espanhóis, foram os portugueses que mais se
interessaram sobre aquela área: era preciso protegê-la da invasão de outros países, como Inglaterra, França e
Holanda.

Em 1637, Portugal encomenda a primeira grande expedição à região, com cerca de 2 mil pessoas. A
exploração de frutos como o cacau e a castanha ganham uma forte conotação comercial.

A partir do século 18, a agricultura e a pecuária passam a ter papel fundamental na região. Como a mão-de-
obra indígena já não era mais suficiente, os negros africanos também chegam à região como escravos.

Em 1750, com o Tratado de Madri, Portugal passa a ter direito sobre as terras ocupadas na região Norte do
país. É o início do estabelecimento da fronteira brasileira na região amazônica, que culmina finalmente no
século 20 com a anexação do Estado do Acre.

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Fim do século 19: Surge o ouro negro


Outro grande marco na história da ocupação da Amazônia foi a Revolução Industrial. Com suas fábricas
operando a todo vapor, a Inglaterra encontrou na floresta brasileira uma importante matéria-prima: a
borracha, também chamada na época de "ouro negro".

Incentivados pelo governo, milhares de brasileiros e estrangeiros decidem migrar para a região. Estima-se
que, entre 1870 e 1900, 300 mil nordestinos tenham migrado para região.

Os imigrantes eram recrutados para trabalhar nos seringais, mas não tinham direito às terras. Os seringais
eram administrados por famílias tradicionais locais, que lidavam diretamente com as exportadoras inglesas
instaladas na região.
A exportação da borracha gera riquezas nunca antes vistas na região, o que permite construir as primeiras
grandes obras, como o Teatro da Paz (Belém, 1878) e o Teatro Amazonas (Manaus, 1898). Estradas de
ferro, como a Madeira-Mamoré, também são erguidas.

O primeiro boom da borracha dura pouco. Já em 1900, o produto começa a ser fortemente explorado na
Ásia, interrompendo a primazia brasileira nesse mercado. A região amazônica entra em decadência.

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Uma segunda chance à borracha brasileira


Na década de 1940, a borracha brasileira encontra uma segunda chance: com a Segunda Guerra Mundial, os
aliados perdem acesso ao produto asiático, colocando o Brasil novamente na rota do comércio mundial.

País em plena expansão, os Estados Unidos tinham especial interesse na borracha brasileira. Ciente disso, o
governo brasileiro firma um acordo com os americanos: eles investem no Brasil e o governo brasileiro se
encarrega de arregimentar nova mão-de-obra para os seringais da Amazônia.

O então presidente Getúlio Vargas (1930-1945) defende a "Marcha para o Oeste". De acordo com a
historiadora Maria Liege Freitas, da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, Getúlio é o
primeiro presidente brasileiro a ver na Amazônia uma "importância estratégica".

"Getúlio tinha uma preocupação geopolítica e via na floresta um peso importante, sobretudo em função das
fronteiras", diz a historiadora.

O esforço de seu governo para atrair trabalhadores à floresta surte efeitos. Nas principais capitais do país,
especialmente no Nordeste, são instalados postos de recrutamento. O suíço Jean-Pierre Chabloz é contratado
para criar uma campanha chamando os brasileiros à Amazônia, que passa a ser conhecida como o "Novo
Eldorado".

Mais uma vez, o ciclo de riqueza dura pouco. Terminada a guerra, os Estados Unidos suspendem os
investimentos, e a Amazônia volta a sofrer com a decadência econômica.

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Anos 1960: "Integrar para não Entregar"


O início da ditadura (1964) também deixa suas marcas na ocupação da Amazônia. Dentro de um discurso
nacionalista, os militares pregam a unificação do país. Além disso, é preciso proteger a floresta contra a
"internacionalização". Em 1966, o presidente Castelo Branco fala em "Integrar para não Entregar".

Também nessa época começam as grandes obras rodoviárias em direção à Amazônia. A Transamazônica é
inaugurada em 1972 e, dois anos depois, fica pronta a Belém-Brasília.

Por meio da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), o governo oferece uma série de
incentivos aos interessados em produzir na região. Mas segundo o historiador Alfredo Homma, "os
subsídios são direcionados aos mais favorecidos".

Apesar da onda migratória, praticamente todas as terras ainda pertenciam oficialmente à União e aos
Estados.

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Anos 1970: O perigo do desmatamento


Após anos de incentivos à produção e à ocupação da Amazônia, os sinais de destruição ficam mais claros.
Em 1978, a área desmatada chega a 14 milhões de hectares.

Longe dali, uma descoberta iria influenciar o futuro da Amazônia: em 1974, Frank Rowland e Mario Molina
provam que substâncias utilizadas em aerossóis e sistemas de refrigeração destroem a camada de ozônio.

O assunto ganha repercussão internacional e os desmatamentos nas florestas também passam a ser
questionados.

Até então, a discussão ambiental era vista como uma questão "burocrática" ou como de "intimidação por
parte daqueles que se sentiam prejudicados", diz Homma.

Um novo fenômeno mexe com a vida das pessoas: a venda e a disputa por terras. Torna-se cada vez mais
comum o comércio de terras, muitas vezes sem controle ou documentação. Era comum os lotes serem
cercados sem o devido controle do governo.

Em 1976, o governo faz a primeira regularização de terras na Amazônia. Uma Medida Provisória permitiu a
regularização de propriedades de até 60 mil hectares que tivessem sido adquiridas irregularmente, mas "com
boa fé".

A população da Amazônia Legal chega a 7 milhões de pessoas.

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Anos 1980: O ambientalismo de Chico Mendes


As discussões sobre meio ambiente começam a mudar na década de 1980. O assassinato do líder sindical
Chico Mendes, em 1988, é considerado um "divisor de águas" na história da Amazônia.

Foi a partir desse crime que o governo brasileiro passou a sofrer pressões - inclusive internacionais - a
respeito de suas políticas para a Amazônia.

O governo reage com algumas iniciativas, mas, segundo os historiadores, as ações são ainda pontuais e
insipientes.

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Anos 1990: O impacto da soja


A realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, batizada de
Eco-92, coloca definitivamente a questão ambiental e a Amazônia na pauta das grandes discussões
mundiais. A ideia de que as florestas precisam ser preservadas conquista o imaginário popular.

Ao mesmo tempo, a soja chega à Amazônia. O grão, que desde a década de 1970 já figurava entre os
principais produtos da pauta de exportação brasileira, é adaptado ao cerrado e se transforma em um dos
vilões do desmatamento.

A produção atrai uma nova leva de imigrantes, dessa vez do Sul e Sudeste do país.

Durante a década de 1990, a área total desmatada volta a dar um salto, chegando a 41 milhões de hectares.

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Anos 2000
Segundo o IBGE, a população da Amazônia Legal chega a 21 milhões de pessoas em 2000.

Os estudos sobre os impactos humanos sobre a Floresta Amazônica tornam-se mais consistentes. Um estudo
da ONG Imazon, realizado em 2002, aponta que 47% da Amazônia está sob algum tipo de pressão humana.

A pecuária passa a ser responsável pelo desmatamento de grandes áreas. Entre 1990 e 2003, o rebanho
bovino da Amazônia Legal cresceu 240%, chegando a 64 milhões de cabeças.

Mesmo após algumas tentativas do governo de regularizar as posses na Amazônia, estima-se que metade das
propriedades tenha algum tipo de irregularidade fundiária.

De 2003 a 2009, o governo abriu mão de 81 milhões de hectares de terras federais, que foram utilizadas para
assentamentos de reforma agrária, preservação ambiental ou para projetos indígenas.

Ainda assim, 67 milhões de hectares de terras federais continuam oficialmente sob a responsabilidade da
União.

Em fevereiro de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva envia ao Congresso a Medida Provisória 458,
que prevê a transferência dessas terras. Em junho, a MP é sancionada pelo presidente e vira lei.

A área desmatada da Amazônia chega a 70 milhões de hectares.

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http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090722_amazonia_timeline_fbdt.shtml

© BBC 2009

BBC Brasil
Atualizado em 30 de julho, 2009 - 09:05 (Brasília) 12:05 GMT

Calor chega a 48ºC no México e mata 8 pessoas


Alberto Nájar

Da BBC Mundo na Cidade do México

Uma onda de calor que atinge pelo menos 15 Estados do México provocou a morte de oito pessoas, segundo
a Secretaria de Saúde do Estado de Baja Califórnia, no norte do país.

A temperatura média desde o início do verão do Hemisfério Norte, em 21 de junho, tem sido de 35ºC, mas
em algumas regiões, os termômetros chegam a registrar 48ºC.

É o caso da cidade de Mexicali, localizada em uma zona desértica de Baja Califórnia e considerada a mais
quente do país.

"Aqui as pessoas podem morrer na rua se não forem tomadas precauções", disse à BBC Mundo René
Rosado, diretor de Defesa Civil do governo local.

Dormindo no telhado

Na periferia de Mexicali, muitas famílias dormem no telhado de suas casas, porque a temperatura à noite -
quando o calor arrefece - chega aos 39ºC.
Segundo Rosario Ayala, do Centro de Apoio ao Trabalhador Migrante, trata-se de pessoas que não têm
energia elétrica ou que carecem de recursos para comprar aparelhos de refrigeração.

"Eles tomam um banho para se refrescar e, logo em seguida, acomodam colchonetes no telhado. Dormem ali
mesmo, às vezes com um mosquiteiro para evitar picadas de insetos", afirmou.

Mesmo assim, a prática de dormir no telhado ou nos quintais é cada vez menos frequente, pois as pessoas
têm medo de ladrões ou das balas perdidas dos tiroteios entre policiais e membros do crime organizado.

Piadas

O calor, que vai até meados de setembro em Mexicali, rege a vida da cidade.

Alguns molham as paredes para refrescar suas casas, outros esfriam com gelo a água do banho, e a maioria
concentra suas atividades nas salas que têm climatização artificial.

Nos fins de semana ou nas férias, é comum ir aos shopping centers da cidade e passar a maior parte do dia
ali, aproveitando o ar condicionado.

O calor também é motivo de piada entre os cachanillas, como são conhecidos os habitantes de Mexicali.

Alguns gostam de quebrar ovos no capô dos carros para vê-los cozinhar. E nos bairros turísticos, as
lembrancinhas de maior sucesso trazem a frase: "Para morar em Mexicali é preciso estar louco, bêbado ou
apaixonado".

Mais mortes

Viver a 48ºC também traz outras dificuldades: há seis anos, o governo de Mexicali aplica um programa
especial para evitar que as pessoas mais vulneráveis sejam vítimas da desidratação.

A polícia local percorre as ruas para recolher imigrantes e indigentes, e levá-los a abrigos especiais, com ar
condicionado.

A Secretaria de Saúde da Baja Califórnia distribui rações de soro e pastilhas de sal em toda a cidade.

As autoridades acreditam que ainda haja novas mortes, pois a temperatura deve aumentar, segundo as
previsões meteorológicas.

A Comissão Nacional da Água indica que 2009 será um ano "extremamente seco" e recomendou a redução
máxima do consumo, sob o risco de deixar a Cidade do México sem abastecimento de água no verão de
2010.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090730_mexicocalorml.shtml

© BBC 2009

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