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RESUMO ABSTRACT
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.2, n.12, p.623-628. Nov/Dez. 2008. ISSN 1981-9900.
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o
de 25 C. O peso corporal dos animais foi em tanques de amianto medindo 100cm de
mensurado uma vez por semana. comprimento, 20cm de largura e com a
profundidade correspondente a 150% do
Administração de Insulina comprimento corporal dos ratos (Rogatto e
Luciano, 2001).
A administração foi efetuada por meio
de injeção de insulina (30mU/100g de peso Sacrifício dos animais
corporal) via subcutânea, 3 vezes/semana
(dias alternados), durante 12 semanas, Ao final do experimento, os ratos
realizada no período da manhã, prevenindo, foram sacrificados por decapitação para a
assim, a hipoglicemia no momento da sessão coleta do material biológico:
de treinamento, a qual foi efetuada no período
vespertino. O intuito de se administrar a Proteína e DNA muscular
insulina 3 vezes/semana foi de prevenir a
inflamação da área injetada e de minimizar o Os teores de proteína no músculo
efeito estressor causado por esse sóleo foram determinados pelo método folin-
procedimento invasivo. fenol (Lowry e colaboradores 1951), enquanto
que as taxas de DNA no mesmo músculo
Adaptação ao meio líquido foram avaliadas pelo método da difenilamina
(Giles e Meyers, 1965). A razão proteína/DNA
A adaptação consistiu em manter os foi calculada visando inferir sobre o
animais em água rasa à temperatura de crescimento muscular (hipertrofia) (Winick e
32±2°C durante 3 semanas, 5 dias/semana colaboradores 1990).
por 45 minutos. Ao final das 2ª e 3ª semanas
de adaptação, os animais suportaram Síntese de proteína muscular
sobrecargas equivalentes a 5% do peso
corporal. O objetivo deste procedimento foi Fatias longitudinais (70mg)
reduzir o estresse do animal frente ao musculares foram pré-incubadas por 30
exercício realizado na água (Voltarelli e minutos em meio RPMI-1640 (com glutamina e
colaboradores 2002). sem fenol vermelho e bicarbonato de sódio),
suplementado com albumina sérica bovina
Protocolo de treinamento de força para desengordurada (BSA) [0,1%] e insulina
ratos [100u/ml], saturado com mistura gasosa (95%
de O2 e 5% de CO2). Em seguida, as fatias
Os animais pertencentes aos grupos foram transferidas para novo meio RPMI com
insulina treinado e controle treinado foram a mesma suplementação, contendo 14C
submetidos a um programa de treinamento fenilalanina [0,05 uCi/ml] e incubadas por 2
físico de força, consistido de saltos na água, horas. Ao final da incubação, as fatias
suportando sobrecargas (chumbos inserido em musculares foram homogeneizadas em ácido
mochilas fechadas com Velcro® e atadas ao tricloro acético (TCA) 5% e centrifugadas a
tórax com auxílio de um elástico) equivalentes 2000rpm por 15 minutos a 4ºC. O material
a 50% do peso corporal de cada animal. A TCA-insolúvel será lavado 3 vezes com TCA
sessão de treinamento foi composta por 4 5%. O precipitado resultante foi dissolvido em
séries de 10 saltos na água com 1 minuto de (SDS) 10% à temperatura ambiente por 30
intervalo entre as séries. Os ratos foram minutos, para a determinação do conteúdo
submetidos a 12 semanas de treinamento protéico e da radioatividade incorporada às
físico, sem interrupção, 5 dias/semana. A proteínas musculares. O conteúdo de proteína
temperatura da água foi mantida em 32±2°C. muscular foi determinado pelo método folin
Esta temperatura é considerada neutra fenol (Lowry e colaboradores, 1951) e a
em relação à temperatura corporal do rato radioatividade incorporada à proteína muscular
(Santiago e colaboradores, 2008). Os saltos foi medida com o auxílio de um cintilador. A
foram efetuados em um tubo de PVC (250mm síntese protéica foi calculada dividindo-se a
de diâmetro), o qual limita as alternativas dos radioatividade incorporada pela radioatividade
animais de seguirem pra outra direção, assim, específica da fenilalanina no meio de
favorecendo o salto. Os tubos foram colocados incubação e expressa como picomoles de
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fenilalanina por miligrama de proteína por 2 No que diz respeito aos conteúdos de
horas. proteína total e DNA (g(100mg), os animais
pertencentes ao grupo insulina treinado
Análise estatística apresentaram maiores valores em relação aos
demais grupos. O mesmo foi observado em
Os dados foram expressos como relação aos valores da razão proteína/DNA.
Média ± Desvio Padrão. O procedimento Os valores obtidos pelo grupo controle
estatístico incluiu Análise de Variância treinado, tanto em relação aos conteúdos de
(ANOVA) de duas entradas, seguida de proteína e DNA, bem como à sua razão, foram
Bonferroni post-hoc, onde apropriado. O nível mais elevados se comparados aos grupos
de significância foi pré-estabelecido em 5%. controle sedentário e insulina sedentário
(Tabela 2).
RESULTADOS Em relação aos níveis de síntese
protéica muscular (pmol/mg.h), o grupo
O ganho de peso corporal (g) foi menor insulina treinado apresentou valores mais
no grupo controle sedentário se comparado elevados (8,4±1,4) se comparado aos demais
aos grupos controle treinado e insulina grupos (controle sedentário: 3,8±0,6; insulina
treinado. Não houve diferença entre os grupos sedentário: 3,7±0,4; controle treinado:
controle sedentário e insulina sedentário, ao 6,8±1,3), sendo controle treinado
passo que entre controle treinado e insulina significativamente diferente em relação a
treinado a mesma foi observada de forma controle sedentário e insulina sedentário
significativa (Tabela 1). (Figura 1).
Tabela 2: Conteúdos de proteína total e DNA (g/100g) e razão proteína/DNA do músculo sóleo dos
aniamis ao final do experimento.
CS IS CT IT
# *
Conteúdo Total proteina 3,3±0,2 3,4±0,5 4,7±0,3 5,9±0,3
# *
Conteúdo de DNA 0,148±0,03 0,147±0,04 0,153±0,02 0,169±0,05
# *
Proteína/DNA 22,3±0,1 23,1±0,3 30,7±0,2 35,0±0,4
Resultados expressos como média±desvio padrão de 10 ratos por grupo.
*
Significativamente diferente (P<0,05; ANOVA de duas entradas) em relação aos demais grupos;
#
Significativamente diferente (P<0,05; ANOVA de duas entradas) em relação aos grupos controle
sedentário e insulina sedentário.
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12
10
8 *
(pmol/mg.h)
6
#
4
CS IS CT IT
CS= Controle Sedentário; IS= Insulina Sedentário; CT= Controle Sedentário; IT= Insulina Sedentário
*
Significativamente diferente (P<0,05; ANOVA de duas entradas) em relação aos demais grupos;
#
Significativamente diferente (P<0,05; ANOVA de duas entradas) em relação aos grupos controle
sedentário e insulina sedentário.
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síntese protéica) como mediadora dos efeitos help them in training [letter]. BMJ 1997;
por nós observados no presente estudo. 314:1280.
Vale ressaltar aqui que o presente
estudo é o primeiro a relacionar exercício de 4- Giles, A.; Meyers, A. An improved
força e administração regular de insulina, diphenylamine method for the estimation of
utilizando-se o modelo animal, e verificar os deoxyribonucleic acid. Nature 1965; 206 (1 n.
seus efeitos sobre o crescimento e proteína 4975): 93.
muscular.
Tomados em conjunto, os 5- International Olympic Committee and
resultados de nosso estudo sugerem que o Medical Commission. Olympic movement
protocolo empregado foi eficiente em gerar antidoping code. Prohibited classes of
efeitos hipertróficos na musculatura substances and prohibited methods 2001–
esquelética de ratos submetidos ao 2002. www.olympic.org/uk/
treinamento de força associado à organisation/commissions/medical/antidoping
administração de insulina. No entanto, alguns
cuidados quanto ao uso da insulina associado 6- Lowry, O.H.; Rosebroug, N.J.; Farr, A.L.;
ao exercício físico, em sujeitos humanos, Randall, R.T. Protein measurement with the
devem ser levados em consideração, folinphenol reagent. Journal of Biology and
principalmente quando o seu uso é feito sem Chemistry 1951; 193: 265-275.
maiores conhecimentos. Tal situação
potencializa o risco de o usuário desenvolver 7- Rich, J.D.; Dickinson, B.P.; Merriman, N.A.
condição de hipoglicemia por períodos Insulin use by bodybuilders. JAMA 1998; 279:
prolongados, podendo resultar, em alguns 1613.
casos, em coma e até mesmo em óbito (Elkin
e colaboradores 1997). 8- Rogatto G.P.; Luciano E. Influência do
Mais estudos são necessários a fim de treinamento físico intenso sobre o
melhor elucidar os efeitos da administração de metabolismo de proteínas. Motriz (UNESP)
insulina em ratos submetidos ao treinamento 2001; 7 (2): 75-82.
de força não só sob o ponto de vista fisiológico
mas, também, sob a ótica dos efeitos 9- Santiago, V.; Voltarelli, F.A.; Silva, A.S.;
deletérios dessa prática a longo prazo. Pauli J.R.; Romero, C.; Ferreira, L; Machado,
C.P.; Leme, J.A.C.; Gomes, R.J.; Soares, A.R.;
Agradecimentos Luciano, E. Respostas fisiológicas em ratos
wistar submetidos ao estresse térmico durante
Os autores agradecem o indispensável treinamento aeróbio de natação. Lecturas
apoio dos técnicos do Laboratório de Educación Física y Deportes 2008; 13: 1-5.
Biodinâmica do Departamento de Educação
Física da Unesp Campus Rio Claro: Clarice 10- Tricker, R.; O´Neill, M.R.; Cook, D. The
Sibuya, Eduardo Custódio e José Roberto incidence of anabolic steroid use among
Rodrigues. competitive bodybuilders. Journal of Drug and
Education 1989; 19: 313-325.
REFERÊNCIAS
11- Voltarelli, F.A.; Gobatto, C.A.; Mello,
1- Banadonna, R.C.; Saccomani, M.P.; Cobelli, M.A.R. Determination of anaerobic threshold in
C. Effect of insulin on system A amino acid rats using the lactate minimum test. Brazilian
transport in human skeletal muscle. Journal of Journal of Medical and Biological Research
Clinical Investigation 1993; 91:514–21. 2002; 35(11):1389-94.
2- Coghlan, A. Athletes may be increasingly 12- Winick, M.; Basel, J.A.; Rosso, P.A.
abusing insulin. http://www.newscientist.com/ Nutrition and cell growth. In: Winick M.
news/news.jsp?id=ns99991129, 2001. Nutrition and development 1990. John Wiley &
Sons, New York, p. 49-97.
3- Elkin, S.L.; Brady, S.; Williams, I.P.
Bodybuilders find it easy to obtain insulin to Recebido para publicação em 15/10/2008
Aceito em 02/12/2008
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.2, n.12, p.623-628. Nov/Dez. 2008. ISSN 1981-9900.