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Sábado, 27 de Junho de 2009

A ignorância de um editorial, por José Manuel Fernandes

O director do Público, José Manuel Fernandes, decide hoje dedicar


o seu editorial ao manifesto que 51 cidadãos subscreveram, e que
reproduzo no post anterior. Fá-lo de maneira torpe, iletrada
economicamente, sem o mínimo de civilidade ou rigor. Um
péssimo serviço jornalístico. Dentro da linha a que o Público nos
vem habituando desde que o seu director assumiu a tarefa de
misturar isenção e as suas cores partidárias do momento.
Que falsidades contém o seu editorial?
1) Diz ele que entre os signatários do primeiro manifesto estão "os
mais prestigiados economistas portugueses". Ora tomando por
referência, a influência mundial de um Luís Cabral, de um Pedro
Portugal, de um Alfredo Marvão Pereira, de um Pedro Pitta Barros
- chego rapidamente à conclusão que não foi um critério
académico que levou JMF a considerar estarem aqui os "28
melhores". Apesar de nesses 28 se incluir gente que prezo como
Sérgio Rebelo, a quem não conheço nenhum outro tipo de trabalho
que não académico. Ou seja, JMFernandes usa dois pesos e duas
medidas. Eles têm os melhores economistas portugueses, onde eu
incluiria sem dúvida o Sérgio Rebelo, mas não têm os melhores
naquilo em que o Sérgio Rebelo se destaca: no trabalho
académico.
No manifesto alternativo, há Professores Catedráticos de Economia
com obra vasta. Outros que não sendo catedráticos ainda, vão
fazendo umas coisinhas influentes. Contrariamente ao que que
julga a pequena visão de José Manuel Fernandes, Francisco Louçã
ou José Reis não chegaram a professores catedráticos pela
ideologia. Felizmente, se esse critério existe no jornalismo, não é
assim na academia. Ambos têm uma lista de publicações de
referência internacional [e estou apenas a dar dois exemplos!!],
com impacto no pensamento económico mundial.
Fica a primeira dúvida. Porque estão nos 28 os melhores
economistas portugueses? O que permite a José Manuel Fernandes
excluir Álvaro Aguiar, Fernando Teixeira dos Santos, Pedro
Carneiro, Ricardo Reis, Fernando Branco, Hélder Vasconcelos,
entre tantos outros? O que lhe permite excluir João César das
Neves ou António Borges? E dos que citei acima, não conheço a
ideologia da maioria.
Estou a falar só de académicos? Onde está naquela lista a nata da
gestão empresarial portuguesa?
Em suma, um director de jornal deve, a bem da sua sanidade,
perceber que os mais mediáticos economistas portugueses não são
necessariamente os melhores. E que não lhe cabe ele, um
ignorante na matéria, fazer esse julgamento!
2) O problema específico de José Manuel Fernandes com a crítica
que surgiu em alguma blogosfera ao facto de ser uma lista de ex-
governadores do Banco de Portugal e ex-ministros é algo que ele
terá de lidar com a sua psiquiatra, se tiver. Porque não é culpa
deles nem de ninguém, que assim a olho haja 10 ex-ministros
naquela lista. E quando se parte num documento para o
diagnóstico da situação como faziam os signatários, é legítimo
perguntar, quem teve culpa nessa miserável situação que
descrevem.
Eu asseguro que não fui.
3) Diz José Manuel Fernandes, com um desprezo que roça o
ridículo que "abundam no novo documento sociológos, politólogos,
gógrafos e há até um psicólogo social e um engenheiro agrónomo".
Caro José Manuel Fernandes, instrua-se. Que o Engº Belmiro tenha
a dirigir um jornal que já foi de referência uma pessoa inculta, é
um problema dele. O seu problema é ser essa pessoa inculta.
Porque se sequer lesse o jornal porque é responsável, tinha visto
na passada Quarta Feira uma crónica na última página assinada
pelo Rui Tavares, onde se diz, o que eu como economista
subscrevo, que a discussão dos problemas da sociedade (admitirá
que o desemprego é um problema social?) não é monopólio dos
economistas. Porque, sabe, nós não somos uns supra iluminados
Sábios de Sião que olhem para o mundo com as receitas milagrosas
na mão. A economia, caro José Manuel Fernandes, é uma ciência
social. E enquanto tal lida com a interacção de seres humanos.
Essa interacção tem componentes que nenhum teorema
neoclássico (sabe o que é?) pode explicar. Lembre-se do cartaz
com a foto do Nixon e da pergunta que o acompanhava:
"Compraria um carro a este homem?".
A economia é por definição multidisciplinar. Se mesmo assim não
entende, faça umas continhas. Estão ali para cima de 35
economistas. Na outra lista, por alto estavam 27. Quanto aos
politólogos que abundam eu encontro 2. Por acaso, ambos
universitários, e pelo menos um deles, uma pessoa que escreve e
muito bem no jornal que dirige. Imagino que não tenha capacidade
para o ler. Mas até a contar o José Manuel Fernandes tem alguns
problemas: é que, sabe, eu conto mais que um Engenheiro
Agrónomo! Tem alguma coisa contra a opinião destas pessoas?
Sabia que há doutoramentos em Economia Agrária? Sabia que
desde Janeiro de 2009, o European Forest Institute conta na sua
direcção científica com um dos mais prestigiados economistas
portugueses? Ou o seu problema é achar que as questões
ambientais lato sensu são desprezíveis?
4) Finalmente, José Manuel Fernandes, você acha que no que toca
a economistas, o documento é subscrito apenas por gente "que vai
da ala esquerda do PS ao Bloco de Esquerda". Presumo que por
oposição à "pluralidade" do documento anterior! E diz: "Louçã é
mesmo um dos subscritores!"
Ó homem demita-se! Você não sabe os méritos científicos do
Francisco Louçã porque vê nele o inimigo a abater. Não sabe que
ele é foi aluno e co-autor de Christopher Freeman, um dos mais
brilhantes economistas do século XX. Não sabe a obra do Louçã
sobre Schumpeter e ciclos económicos, sobre caos e complexidade.
Caro José Manuel Fernandes, dos fundamentos económicos do
manifesto eu falarei a seguir. Mas no seu lugar, eu tirava um longo
repouso. Ênfase em LONGO!

Publicada por Carlos Santos em 16:30


Etiquetas: editorial, José Manuel Fernandes, Público

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Domingo, 28 de Junho de 2009

O Cheerleader
João Galamba

Em teoria, José Manuel Fernandes é o director do Público. Na prática,


comporta-se como candidato a líder de facção. No seu editorial de
sábado, começa por criticar aquilo que considera serem ataques ad
hominem aos 28. Mas no resto do artigo, JMF faz exactamente aquilo que
aponta aos outros: o que escreve sobre o novo manifesto não é mais do
que um ataque aos subscritores do novo manifesto — manifesto, esse, ao
qual o seu jornal, para além do seu editorial, não dedica uma linha.
Contradição? Não. A um cheerleader não se pede coerência. Nem o
mínimo de isenção.

link do post

MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO


Ao mesmo tempo que Manuela Ferreira Leite prepara o seu
programa eleitoral os famosos assessores de Belém (os tais que
ultimamente anda desaparecidos para desgosto do presidente
que cada vez que abre a boca tem a sorte de não entrarem
moscas) estão a redesenhar o conceito de cooperação
estratégica entre presidência e primeiro-ministro. O Jumento
divulga aquele será o novo esboço do que será o novo
ambiente de trabalho nas reuniões de quinta-feira entre
presidente e primeiro-ministro.

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva, presidente da República

A tentativa mais ou menos descarada de Cavaco Silva de


favorecer o PSD tem-no levado a sucessivas asneiras e, acima
de tudo, a deixar de ser definitivamente o presidente de todos
os portugueses para assumir o papel de presidente oficioso do
seu partido. A decisão de marcar as eleições legislativas a 27
de Setembro, o que é uma derrota política clara de Cavaco, é o
culminar de uma semana de intervenções desastrosas,
começando com a famosa interpretação das sondagens a favor
de eleições simultâneas feitas no estrangeiro até à
interferência inaceitável em negócios privados.

Com a decisão de marcar as eleições a 27 de Setembro Cavaco


está a recuar no seu apoio militante ao PSD o que mostra que
percebeu que a sua estratégia foi tão evidente que só poderia
levar a uma grave crise institucional. Uma coisa é o PSD
ganhar eleições, outra é ganhá-las graças as intervenções do
presidente da República. É a diferença entre a democracia e a
ditadura de Boliqueime.

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