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RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA DETECÇÃO DO

CÂNCER MAMÁRIO OCULTO


Lima R.V., Martins G., Sano R.S., Zanatta W., Lima S.S., Mendonça M.H.S.
Med Imagem – Hospital Beneficência Portuguesa - São Paulo - Brasil

INTRODUÇÃO

O câncer de mama pode se manifestar como metástases axilares isoladas, sem evidência
clínica ou mamográfica do tumor mamário primário, sendo definido portanto como câncer
oculto. Essa forma de apresentação inicial do carcinoma mamário é rara, sendo
responsável por menos de 0,5% de todas as pacientes com a doença1.

Adenocarcinoma é o diagnóstico histopatológico mais freqüentemente encontrado em


biópsias de linfonodos axilares suspeitos, embora não determine o exato local do tumor
primário2, mais comumente se origina de um lesão da mama3 e que pode ser sugerida
através da pesquisa de receptores hormonais no tecido axilar biopsiado.

Amostras de tecido mamário retiradas de mastectomias de pacientes com linfadenopatia


metastática isolada e submetidas a análise histopatológica demonstram que dois terços
dessas pacientes apresentavam carcinoma mamário. O terço restante teria um tumor
primário não mamário (pulmão, gástrico, tireóide, cólon entre outros) ou uma lesão da
mama não detectada pelo estudo histopatológico4.

A ressonância magnética (RM) tem alta sensibilidade na detecção do câncer de mama


invasivo, principalmente quando há massa palpável ou achados mamográficos suspeitos,
podendo atingir valores próximos a 100%5, 6. Tem sido usada também na diferenciação
entre lesões mamárias benignas e malignas, baseando-se nas características
arquiteturais e no tempo de impregnação pelo contraste5,7, embora os valores de
especificidade sejam mais variáveis8. A identificação de recorrência do câncer de mama
após o tratamento conservador9 e o estadiamento da doença10 são outras indicações
para o uso da RM.

Nos casos suspeitos de câncer de mama oculto é vantajoso o uso de um método


diagnóstico muito sensível na detecção de uma lesão não identificada pelos métodos
convencionais11, determinando a RM mais uma importante utilidade clínica.

FIGURA 1. A - RM com imagens sagitais na série dinâmica 3D, antes e após Gd-DTPA.
Nódulo espiculado medindo 10 mm de diâmetro (seta). B -RM com imagens sagitais
ponderadas em T1, T2 e na série dinâmica 3D, antes e após Gd-DTPA. Nódulo
espiculado medindo 10 mm de diâmetro (seta). Observe a localização posterior da lesão.

1
A identificação do tumor mamário primário através da RM em pacientes com diagnóstico
de câncer de mama oculto tem sido relatada em alguns estudos3, 11, 12, 13, 14 com
eficácia entre 40 a 100%.

Halsted15 em 1907 relatou que essa entidade clínica é um dilema diagnóstico e


terapêutico. O tratamento tradicional mais utilizado para esse grupo de pacientes é a
mastectomia associada a dissecção dos linfonodos axilares4. Na última década tem-se
utilizado terapêuticas que tentam conservar a mama (radioterapia, dissecção axilar,
setorectomia e quimioterapia)16, com taxas de sobrevida equivalentes às pacientes que
submetem-se a mastectomia17.

A RM nessas pacientes proporciona informações úteis quanto ao planejamento cirúrgico.


Ao se detectar e estadiar o câncer de mama, até então oculto, obtêm-se informações que
permitem ao cirurgião, oncologista e ao radioterapeuta, determinar se o tratamento
conservador é opção terapêutica aceitável. Contrariamente se as características do tumor
sugerem que ele terá uma alta taxa de recorrência local após o tratamento conservador,
a mastectomia torna-se uma melhor opção terapêutica12.

FIGURA 2. A - RM com imagens sagitais pré e pós Gd-DTPA. Nódulo de contorno


irregular (seta) localizado no quadrante ínfero medial. B - Imagem axial tardia
demonstrando que o realce do nódulo persiste.

Devido a incidência de falso positivo em lesões que se impregnam precocemente na RM,


o tratamento cirúrgico definitivo não pode ser implementado apenas com os achados de
imagem, necessitando de diagnóstico histológico através de biópsia10.

A biópsia pode ser guiada por ultra-sonografia (US), mesmo nas pacientes cujas lesões
são suspeitas apenas pela RM; utilizando-se as imagens da RM como referência, o ultra-
sonografista sabe onde procurar a lesão3. Aproximadamente 70% das lesões mamárias
clinica, mamográfica e ultrasonograficamente ocultas podem ser encontradas à US após a
RM determinar sua localização18. Estudos recentes têm demonstrado a utilidade da RM
como guia para procedimentos de biópsia em pacientes com suspeita de câncer de mama
oculto, tanto na localização da lesão com agulhamento12, 18, 19, como na realização de
core biópsia19.

OBJETIVO

Demonstrar a utilidade clínica da ressonância magnética mamária (RMM) na identificação


do tumor primário da mama em pacientes com adenopatia axilar metastática.

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FIGURA 3. A - RM, imagem axial, cápsula de vitamina E (seta verde) sobre o local de
punção aspirativa por agulha fina. Observe linfonodo axilar (seta azul). B e C -Imagens
sagitais pré e pós Gd-DTPA, observe realce arboriforme. D - Imagem sagital, 3D , observe
arcos costais (setas verdes) e linfonodo da cadeia torácica interna aumentado (seta
azul).Esse achado pode influenciar o tratamento adjuvante. E - Anatomia da glândula
mamária e da rede linfática regional.

MATERIAL E MÉTODOS

No período de agosto de 1996 até fevereiro de 2002, foram realizados 438 exames por
RMM em 252 pacientes, sendo 286 exames para a avaliação glandular e 152 para
avaliação de implantes e próteses de silicone. Realizou-se estudo retrospectivo dos
exames por RM de 12 pacientes com quadro clínico de linfadenopatia axilar metastática e
tumor primário indeterminado, com exame físico normal e exame mamográfico sem
evidência de alterações que sugerissem câncer.

As imagens de RM foram obtidas com aparelho de 1.5 T comercialmente disponível


(Signa;GE Medical Systems, Milwakee USA). Foi usado bobina dedicada para mamas,
phase array, receptora somente.

Cada mama foi examinada individualmente, em dias alternados.

As imagens foram obtidas nas seguintes sequências: 1a seqüência localizadora - (FAST


SPGR, TR=50mseg, TE=mínimo, FLIP ANGLE=90o , espessura=3mm), 2a seqüência -
sagital T1 (SE, TR=600mseg, TE= mínimo, espessura=3mm), 3a sequência- sagital T2
com saturação de gordura (FRFSE, TR=4000 mseg, TE=120 mseg) e 4a sequência 3D
sequencial (sagital e axial- FAST TOF GRE, TR=23 mseg, TE=mínimo e
espessura=1mm) adquirindo-se imagens sagitais pré, imediatamente após e tardiamente
à injeção do meio de contraste paramagnético (Magnevistan, Schering).

3
A interpretação das imagens foi feita por radiologista experiente (MHSM) em RM, sendo
revisadas posteriormente.

FIGURA 4. A - Tomografia computadorizada do tórax - imagem axial, demonstrando o


linfonodo axilar aumentado de tamnho (seta verde). B - RM com imagens sagitais pré e
pós Gd-DTPA. com realce linear dos ductos lactíferos (seta verde). C - Observe o
espessamento cutâneo (seta verde) não detectado ao exame físico e mamográfico e o
seroma em localização posterior (seta azul) decorrente do esvaziamento axilar recente.

RESULTADOS

Doze pacientes apresentaram linfadenopatia axilar metastática (adenocarcinoma)


confirmada por biópsia, sem massa palpável ao exame clínico da mama e sem achados
mamográficos suspeitos de malignidade.

A RM foi capaz de identificar o local do câncer de mama primário em 10 pacientes


(83,3%). Em 2 não foram encontradas imagens sugestivas de lesões. Uma dessas
pacientes foi submetida a mastectomia sendo que o exame histopatológico não conseguiu
descobrir o tumor mamário. A outra paciente havia sido submetida a três intervenções
cirúrgicas antes da RM e o tumor primário também não foi encontrado.

Entre as 10 pacientes com achados sugestivos de malignidade pela RM, os seguintes


aspectos foram observados:

Achados Arquiteturais e de Realce Precoce:


Nódulo de contornos irregulares - 6 (figura 1 e 2)
Realce arboriforme - 2 (figura 3 e 6)
Realce difuso - 1 (figura 5)
Realce linear - 1 (Figura 4)

Tamanho das lesões:


De 0,8 cm a 4 cm (média 1,7 cm)

Tratamento:
Mastectomia - 4 pacientes
Cirurgia conservadora - 6 pacientes.

Diagnóstico histopatológico:
Carcinoma ductal invasivo - 8 pacientes
Carcinoma lobular invasivo - 2 pacientes

4
FIGURA 5 - RM com imagens axiais na série 3D, pré, imediatamente após e tardiamente
a injeção de Gd-DTPA. Observe o realce difuso da lesão. O resultado do anátomo-
patológico foi de carcinoma lobular invasivo.

FIGURA 6 - RM com imagens sagitais nas séries T1, T2, pré e pós Gd-DTPA. Observe o
realce arboriforme da lesão na imagem pós contraste (setas verdes).

5
CONCLUSÃO

A RM permite identificar e localizar o tumor mamário primário em pacientes com câncer


de mama oculto. Os achados desse método diagnóstico podem influenciar no tratamento
da doença.

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